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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reconheceu nesta terça-feira, 05, que o setor de serviços tem um ritmo de expansão moderado em comparação aos anos anteriores, o que Tombini considerou um processo normal de acomodação. Após lembrar que a agricultura deve bater o recorde de produção de grãos este ano, ele admitiu que não se pode descartar um recuo na produção industrial em 2014.

Neste sentido, Tombini disse que a avaliação do BC é de que o ritmo de expansão da atividade econômica em 2014 tende a ser menos intenso que o de 2013, mostrando variação próxima da estabilidade no primeiro semestre e recuperação no segundo semestre. "Passado o período de ajuste, o crescimento tende a voltar ao patamar mais próximo do PIB potencial. As concessões de infraestrutura e logística gerarão mais competitividade em todos os segmentos", completou.

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Segundo ele, em prazos mais longos se fortalecerá a base para investimentos maiores na economia. "Teremos ganhos de produtividade e taxas de crescimento do PIB em patamares mais elevados", reforçou.

Tombini citou ainda que as quedas na taxa de desemprego na última década refletem mudanças na demanda e na oferta do mercado de trabalho. "A economia continua gerando empregos, principalmente no setor de serviços e a renda do trabalhador continua crescendo", destacou. As declarações foram dadas na manhã de hoje durante apresentação na audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Senadores da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) cobraram nesta terça-feira, 15, a votação imediata pelo plenário da Casa do projeto que muda o indexador das dívidas de Estados e municípios com a União. O texto chegou ao plenário para ser apreciado em abril, após pressão de secretários de Fazenda e de governadores de Estado. À época, havia o receio de que a aprovação da matéria comprometesse a avaliação da nota de crédito do País feita pela agência de risco Standard & Poor's - o que de fato ocorreu.

Na ocasião, os governistas articulavam reservadamente votar a proposta somente após as eleições. Durante reunião da comissão, a senadora Ana Amélia (PP), que é candidata ao governo do Rio Grande do Sul, um dos Estados mais beneficiados com a eventual mudança, disse ter sido informada pelo presidente da CAE, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que a votação da matéria só iria ocorrer em novembro por um acordo dos governadores do seu Estado e de Alagoas. Ela disse ter se surpreendido com o calendário.

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Os parlamentares protestaram contra a demora da votação. "Todos os senadores são favoráveis. O governo é que deve ser contra", afirmou o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA). "É uma coisa tão estranha (a não votação) quanto o 7 a 1 que o Brasil levou da Alemanha", brincou o senador Luiz Henrique (PMDB-SC). "É um projeto que partiu do Executivo. Entretanto, aqui depende exclusaivamente da nossa Casa, não precisa a gente conversar", avaliou o senador Jayme Campos (DEM-MT).

A senadora e ex-ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) saiu em defesa do governo. Segundo ela, o Congresso não cumpriu sua parte no acordo ao não votar outros dois pontos da reforma tributária proposta pelo Executivo: a uniformização das alíquotas do ICMS e a criação dos fundos que compensariam as mudanças das alíquotas. "Se nós queremos equilibrar as contas estaduais, temos que voltar a buscar essas matérias", disse.

Após as falas dos senadores, o presidente da CAE disse inicialmente que a votação da matéria não tem possibilidade regimental de ser votada no plenário porque o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) apresentou um requerimento para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o secretário do Tesouro, Arno Augustin, para saber o impacto para as contas públicas dos entes federados com a eventual aprovação da mudança. Segundo o petista, o requerimento foi encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o que impede sua aprovação em plenário.

Ferraço interveio e disse que, mesmo tendo 60 dias sem resposta para seu requerimento, abria mão de ter as respostas do Executivo para que o projeto da renegociação das dívidas seja aprovado logo em plenário. Depois disso, Lindbergh Farias defendeu a apreciação da matéria em plenário e disse que cabe ao colegiado pressionar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para incluir a proposta na pauta do plenário. "Nós temos problemas em vários Estados brasileiros e estou convencido que a mudança do indexador é importante", disse. Se o texto for aprovado sem alterações pelo plenário, seguirá para a sanção presidencial.

O senador Humberto Costa (PT) questionou, nesta quarta-feira (28), a aprovação do projeto de lei, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que altera as regras do programa Bolsa Família. A proposta é de autoria do senador e pré-candidato à presidência da República, Aécio Neves (PSDB). Para Costa, a matéria não passará pelo plenário do Senado, pois “desfigura e engessa” uma das principais políticas sociais do Brasil. 

“O objetivo da oposição é colocar uma impressão digital no programa para dizer que melhoraram o Bolsa Família. Logo o PSDB, que não tem nenhuma intimidade com a área social. Mas a população sabe que a política tem funcionado muito bem, inclusive com reconhecimento internacional como sucesso de transferência de renda”, afirmou Costa, observando que o Bolsa Família já é um programa de Estado e não de governo como diz a oposição.

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Para o líder do PT, além de prejudicar as famílias já beneficiadas, as alterações previstas no texto do presidenciável, cria distorções ao inserir entre os beneficiários, pessoas que não precisariam dele. “Garantir o pagamento de benefícios do Bolsa Família a quem não precisa é uma forma de desfigurar o programa, fragilizando-o, o que vai no sentido contrário de seu fortalecimento e de sua institucionalização”, declarou o senador.

Segundo petista, condicionar o pagamento da bolsa à frequência a cursos profissionalizantes pelos membros da família com mais de 18 anos, como também pretende a proposta, é inviável. “Tornar, no presente momento, a frequência a esses cursos uma condicionalidade teria o efeito de oferecer, do dia para a noite, capacitação nas mais diversas áreas para aproximadamente 20 milhões de pessoas que compõe a população economicamente ativa”, explicou.

A matéria ainda vai à Comissão de Direitos Humanos, ocasião será votada em caráter terminativo, antes de seguir para o plenário do Senado. 

 

 

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou, nesta terça-feira (8), o relatório do senador Armando Monteiro (PTB) sobre o Projeto de Lei do Senado (PLS) 323/2010, que limita o poder dos estados na aplicação de substituição tributária para as empresas optantes do Simples Nacional, o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições. O relatório exclui a cobrança de Substituição Tributária de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), resultando em mais recursos para a ampliação dos negócios. Nos últimos 12 meses, segundo Monteiro, o setor gerou quase 80% dos empregos formais no País.

Para cerca de 150 mil micro e pequenas empresas que ainda ficaram sob o regime, Armando propôs um prazo maior para o recolhimento do ICMS da Substituição Tributária, visto que o prazo mínimo passaria a ser de 90 dias. Além disso, o senador sugere um modelo de recolhimento simplificado para que as empresas não sejam mais obrigadas a perder tempo e recurso para o cumprimento das obrigações com o cálculo de imposto.

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O petebista defendeu a melhoria do ambiente de operação dessas empresas, que estão penalizadas por causa da utilização inadequada da Substituição Tributária por parte dos estados da federação. “Na prática, isso significou um aumento de carga tributária para as pequenas empresas. Então nossa proposta reduziu o grupo de setores que estão hoje submetidos a este regime, o que significa dizer que um grande número de empresas deixam agora de ser alcançada por esse instrumentos tão penalizador dos pequenos negócios”, salientou.

A substituição tributária é um método de arrecadação que atribui ao contribuinte a responsabilidade pelo pagamento do imposto devido por seus clientes ao longo da cadeia de comercialização. Assim, fica mais fácil a fiscalização dos chamados impostos plurifásicos, como é o caso do ICMS, que incide mais de uma vez na cadeia de circulação de uma determinada mercadoria ou serviço.

 

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu nesta terça-feira, 18, a atuação da instituição no episódio em que a Caixa encerrou contas de poupança por irregularidades cadastrais e transferiu R$ 420 milhões como lucro para o balanço de 2012.

Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ele disse que o procedimento de encerramento de conta é previsto e "de certa forma" incentivado. Tombini, sem entrar em detalhes, explicou que o que houve foi uma realocação contábil. "O BC determinou a cessação dessa prática e foi atendido. Os ajustes de incorreções na contabilidade estão sendo feitos por determinação do BC", afirmou.

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Tombini rechaçou que tenha havido "um confisco" dos recursos de conta de poupança, como dito em matérias na imprensa e mencionado pelo senador de oposição, Agripino Maia (DEM/RN). "Aqueles que tiveram problemas em relação ao ocorrido foram prontamente atendidos pela Caixa", disse.

O presidente do BC evitou dar mais detalhes sobre o caso e avisou que o BC não divulga seus procedimentos internos em relação a casos específicos. "Naturalmente, nós temos nossos procedimentos, que são utilizados para nos assegurarmos de que as resoluções do BC e do CMN (Conselho Monetário Nacional) sejam observadas com rigor. Certamente, no caso específico, estamos conduzindo o assunto nessa dimensão", disse.

Ele ainda lembrou que o Congresso pode requisitar mais informações. Tombini defendeu a ação do BC que, segundo ele, tomou todas as providências como regulador e deu início ao processo que continua internamente. "É necessário que haja procedimentos internos rigorosos para se conduzir esse tipo de operação. As questões que deveriam ser remediadas estão sendo remediadas e não vamos deixar que haja prejuízo para nenhum depositante", afirmou.

Tombini negou ainda que o BC só tenha agido após a publicação de matéria sobre o caso. "A ação do BC foi tempestiva e anterior a qualquer reportagem. Os mecanismos foram acionados e a correção segue procedimentos internacionais. As consequências do caso estão sendo avaliadas internamente pelo Banco Central", revelou.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, defendeu, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira, 18, que o Brasil operou de maneira correta, depois de 2008, ao colocar barreiras para o ingresso de capital estrangeiro.

Segundo ele, o Brasil continua recebendo esses fluxos, ao redor de US$ 65 bilhões por ano. "Nós tínhamos preocupação prudencial. Sabíamos que esse ciclo seria revertido. Nós sempre nos preocupamos com a capacidade da economia de absorver grandes fluxos", afirmou. "Difícil dizer como seria a situação do Brasil hoje se não tivéssemos desacelerado esse ingresso de recursos".

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Ajuda do câmbio

Tombini afirmou também que não está usando as reservas internacionais para defender um nível de dólar em relação ao real. Ele garantiu, depois de ser questionado se existia uma cotação ideal, que o regime cambial, no Brasil, é flutuante.

"Nosso regime é, por definição, o que nos ajuda a absorver choques externos. Não estamos usando as reservas para defender um preço, o câmbio é flutuante", afirmou.

Reação a crítica do Fed

O presidente do BC avaliou também que o relatório do Banco Central norte-americano (Fed) sobre a fragilidade da economia brasileira tem vários problemas. "Esses estudos têm suas fragilidades e isso não ajuda", disse, após ouvir críticas à política econômica do governo do senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP).

Segundo Tombini, a despeito da volatilidade de janeiro, a moeda brasileira tem se comportado bem ou melhor que várias outras moedas. O presidente do BC disse que o Brasil tem recebido fluxo. "Naqueles fluxos que dependem de visão de País, como renda fixa, os fluxos são fortes", afirmou.

Tombini também reforçou que os investimentos estrangeiros diretos (IED) estão financiando parcela expressiva do déficit em conta corrente. Na avaliação do presidente do BC, o momento atual é um processo de normalização das condições financeiras internacionais.

Segundo Tombini, o BC sempre atuou nesse ambiente de entrada e saída de fluxos. Ele lembrou que até 2007 e 2008, o BC acumulou um colchão de reservas que está em um padrão moderado pelo tamanho da economia brasileira. "Podemos transitar em vários cenários para suavização dos preços relativos. No passado, acumulamos essa liquidez que entrava no País. Se tiver reversão desse cenário, se voltarem fluxos mais fortes, aquela lógica volta", afirmou. Tombini ressaltou que o BC nunca disse que deixou a política de acumulação de reservas.

Dependência externa

O presidente do BC destacou ainda durante a audiência na CAE que o Sistema Financeiro Nacional (SFN) tem uma dependência pequena de fontes externas de recursos, o que é fator de segurança. Segundo ele, esse porcentual não passa de 9%. O SFN opera com recursos domésticos.

"Não estamos dependendo do fluxo externo para girar o crédito interno. Por essas e outras é que temos uma postura de tranquilidade. Nossa tranquilidade não é desconhecimento dos desafios. O BC é um dos mais ativos nos mercados internacionais", afirmou.

Tombini disse que o Brasil tem um ativo que precisa ser preservado, que são as reservas internacionais, e que dão ao BC uma visão bastante granular do que se passa no mercados internacionais. "Isso nos permite avaliar os riscos e tomar decisões que sejam sólidas e se sustentam ao longo do tempo", disse.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse nesta terça-feira, 18, durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que a expectativa da autoridade monetária é de que o crédito cresça em torno de 13% este ano, o que para ele significa um ritmo de expansão sustentável. "O estoque do crédito imobiliário estoque ainda é baixo comparado a economia internacionais e o crescimento nesse segmento deve ser robusto", completou.

Tombini disse ainda que deve ser observado um gradual reposicionamento do sistema financeiro nacional. "Após desempenharem papel contracíclico, os bancos públicos devem voltar a seus nichos tradicionais", destacou.

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Segundo ele, desde meados de 2012 a inadimplência tem sido declinante em todos os segmentos, mas sobretudo no crédito livre. "No fim de 2013 e início de 2014, a inadimplência tem se estabilizado em níveis baixos, bem abaixo dos verificados no começo de 2013. Além disso, o endividamento das famílias está no nível mais baixo dos últimos três anos", acrescentou.

O presidente do BC disse ainda que a evolução do crédito tem se mantido pela sustentação do crescimento do emprego e da renda, além de ações macroprudenciais e de educação financeira. "Essas ações macroprudenciais frearam as concessões de maior risco e estimularam mais rigor das instituições financeiras."

A convergência da demanda para modalidades como o crédito consignado e habitacional traz menor custo para os tomadores e menor risco para as instituições e a consolidação da inadimplência em patamar baixo contribui para a higidez do sistema", concluiu.

Emergentes

Tombini defendeu ser "falsa a tese de fragilidade e vulnerabilidade" das economias emergentes, em especial do Brasil. "O Brasil tem robustos fundamentos e conta com um sistema financeiro sólido", justificou. Segundo ele, o País ainda conta com reservas de US$ 377 bilhões e destacou que o Brasil tem compromissos de curto prazo relativamente pequenos.

Inflação

Tombini reafirmou durante a audiência na CAE que a autoridade monetária tem agido para assegurar convergência da inflação para trajetória de metas e que os efeitos das ações de política monetária são cumulativos e se manifestam com defasagem. "Parte significativa das respostas de preços ao ciclo de ajuste monetário ainda está para se manifestar", disse. "Estamos apertando a política monetária para a inflação convergir para a trajetória de metas", completou.

O presidente do BC citou o recuo dos preços livres nos últimos meses e a elevação dos preços administrados no período para destacar que está em curso um realinhamento desses preços. "Isso ocorreu em um contexto de depreciação cambial que superou 15% nos últimos 12 meses. Essa depreciação é fonte de pressão inflacionária no curto prazo, mas efeitos mais longos podem e devem ser contidos pela política monetária", frisou.

Repetindo a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), Tombini disse que a inflação ainda mostra resistência, ligeiramente acima daquela estimada. "O segmento de alimentos in natura tem choque temporário que tende a se reverter nos próximos meses. A política monetária tem que agir para que esses efeitos se circunscrevam ao curto prazo", acrescentou. "A política monetária tem que se manter vigilante para evitar riscos de que níveis elevados de inflação persistam no horizonte", concluiu.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, repetiu nesta terça-feira, 18, que o crescimento da economia em 2013 foi marcado por uma alteração na composição das demandas, com aumento dos investimentos e moderação do consumo das famílias.

"Essa mudança contribui para sustentabilidade do crescimento. O crescimento em 2014 deve permanecer próximo do patamar verificado no ano passado e seguirá sustentado por emprego e ampliação moderada do crédito", afirmou, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

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Segundo ele, há indicadores que apontam para a melhora da competitividade da indústria, o que representa uma mudança em relação a anos anteriores. "Aumentar a produtividade é fundamental para a indústria aproveitar oportunidades no mercado nacional e internacional", completou.

Tombini destacou que há mudanças na composição na demanda e também na oferta agregada, mas ponderou que os ganhos delas decorrentes depende da confiança das empresas e das famílias. O Brasil tem conduzido ampla agenda de reformas estruturais se antecipando a outros países. E o foco são reformas para ampliar investimentos, qualificar mão de obra e aumentar produtividade", acrescentou.

Tombini destacou o programa de leilões de concessões de infraestrutura para ampliar investimentos e disse que essas iniciativas visam tornar a economia mais competitiva. "Ao contrário de economias avançadas, o Brasil precisa avançar em infraestrutura e qualificação de mão-de-obra. Por isso, as oportunidades e o retorno aqui são maiores", avaliou.

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) aprovou um requerimento proposto pelo senador Armando Monteiro (PTB) para realização de audiência pública que discutirá a oferta de energia de base para o Nordeste. Segundo o petebista, a região tem uma grande dependência do sistema interligado nacional, importando 40% da energia.

De acordo com o senador, é preciso discutir essas questões para não condenar a Região Nordeste a uma espécie de “estrangulamento do seu processo de crescimento”. “Creio que os especialistas indicados poderão contribuir muito para o debate que se propõe”, disse.

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Entre os convidados indicado pelo senador estão Altino Ventura, Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME); José de Freitas Mascarenhas, presidente do Conselho de Infraestrutura da Confederação Nacional da Indústria (CNI); José Antonio Feijó de Melo, membro da ONG Ilumina Nordeste; Conceição Cavalcanti, consultora em Gestão de Energia; Maurício T. Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética; Romeu Donizete Rufino, Diretor-Geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A data sobre a audiência ainda vai ser anunciada.

 

As comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovaram, nesta quarta-feira, 11, o projeto de lei que altera o indexador das dívidas de Estados e municípios com a União. Os senadores das duas comissões apreciaram o parecer do senador Luiz Henrique (PMDB-SC), favorável à proposta. A reunião foi acompanhada por secretários de Fazenda estaduais, interessados em ter uma maior folga no caixa.

O texto agora só precisa ser aprovado no plenário do Senado e, como não houve alterações no mérito da proposta, se for aprovado na última votação seguirá para sanção presidencial. Um acordo costurado com parlamentares da base aliada desde a semana passada, entretanto, deixará a aprovação final do projeto somente para 2014. "A nossa orientação é aprovar o parecer e, em seguida, aprovar em plenário apenas em fevereiro", destacou o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE).

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Senadores alinhados com o Palácio do Planalto argumentam que aprovar a proposta no Congresso este ano passaria um recado de frouxidão fiscal em termos de superávit primário e poderia contribuir para um eventual rebaixamento da nota de crédito do Brasil pelas agências de risco internacionais. Parlamentares da oposição e independentes abstiveram-se de votar na sessão conjunta sob o argumento de que vão discutir a proposta com maior profundidade em plenário. Um dos receios apontados refere-se a uma suposta flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Sem mudanças

Nas 14 páginas do parecer, Luiz Henrique não fez alterações à proposta aprovada pelo plenário da Câmara no final de outubro. Ele só fez duas emendas de redação, o que regimentalmente significa que elas não precisam retornar para análise dos deputados. O projeto prevê a mudança do indexador atual, desde o início de 2013, das dívidas dos entes federados com a União, que hoje é IGP-DI mais 6% a 9% de taxa de juros ao ano, por um dos dois fatores de correção que for menor: IPCA mais 4% ou a taxa Selic - atualmente fixada em 10%.

A proposta troca o indexador para o passivo da dívida e também para o que já foi pago desde a renegociação dos contratos ocorridos a partir do final da década de 1990. Na prática, a medida garante um desconto no bilionário estoque das dívidas. "Os Estados pagaram, pagaram, pagaram, os municípios pagaram, pagaram, pagaram, e suas dívidas não reduziram nem mesmo em termos sofríveis", afirmou o relator.

A dívida de Estados e municípios com a União que fará parte da renegociação chegam a R$ 468 bilhões. Entre os municípios, a prefeitura de São Paulo é a maior beneficiária com a mudança, pois teria um desconto de R$ 24 bilhões na atual dívida de R$ 54 bilhões.

Luiz Henrique afirmou que, em 19 Estados, 80% da dívida com a União refere-se à renegociação dos contratos dos débitos feitos a partir do final da década de 90. Entre os exemplos citados, Luiz Henrique mostrou a situação da dívida do Estado de São Paulo. O débito com a União foi renegociado em 1997 e, na ocasião, estava em R$ 46,5 bilhões. Até 31 de dezembro de 2012, segundo ele, o Estado pagou R$ 78,3 bilhões, mas devia ainda, ao final do ano passado, R$ 184,2 bilhões.

"O projeto que concede um alívio financeiro aos Estados vai permitir um incremento dos investimentos públicos", disse o relator. "Vamos trazer para os Estados um alívio, mas é o que neste momento os senadores podem viabilizar para equilibrar financeiramente os Estados, sobretudo os que renegociaram sua dívida logo no início, como o Mato Grosso do Sul", afirmou o senador Waldemir Moka (PMDB-MS). "Nem agiota ganha isso que o governo federal ganha", criticou o senador Pedro Simon (PMDB-RS).

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira, 12, por 12 votos a oito, projeto de lei complementar que prevê a criação dos fundos de compensação e de desenvolvimento regional para reduzir os impactos por conta da eventual redução das alíquotas do ICMS. A proposta, de autoria do senador Paulo Bauer (PSDB-SC), era um dos caminhos traçados pelos senadores para retomar a reforma do imposto. Ela está paralisada desde abril no plenário do Senado, quando o governo federal deixou de apoiar a mudança no sistema tributário porque, em vez de reduzir, aumentou o número de alíquotas.

A principal discussão nesta terça foi se a proposta era ou não constitucional. Senadores, como Ricardo Ferraço (PMDB-ES), sustentaram que apenas o governo federal tem competência legal para propor a criação de fundos. "Há vícios insanáveis de inconstitucionalidade no projeto", criticou Ferraço. Outros, contudo, rebatem tal reserva e dizem que parlamentares também podem legislar sobre o assunto.

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O senador Armando Monteiro (PTB-PE), relator da matéria, disse ter pedido um parecer técnico-jurídico da Consultoria do Senado que permite a congressistas propor projetos de lei de criação de fundos. Durante os debates, Paulo Bauer, o autor da proposta, listou uma série de propostas de iniciativas de parlamentares aprovadas no Congresso que criaram os fundos. Os senadores aprovaram então essa proposta, mas o presidente da comissão, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), comprometeu-se a conversar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para cobrar que a proposta tramite antes na Comissão de Constituição e Justiça da Casa para avaliar a legalidade da matéria.

Sem mudanças

O relator não fez mudanças no texto já apresentado na CAE. O parecer de Monteiro manteve a elevação gradativa de recursos orçamentários de 25% para 40% em um prazo de 20 anos a partir do próximo ano no Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), uma das duas "bolsas" que o Executivo topa criar para compensar e impulsionar Estados com a redução das alíquotas do ICMS por conta da reforma do imposto. Mas o governo não aceita esse porcentual fixado pela comissão.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira um projeto de lei que determina que uma reserva mínima de 5% da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados (Cide-Combustíveis) seja utilizada em projetos de infraestrutura urbana de transportes coletivos ou não motorizados.

A proposta, de autoria do senador Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP), será encaminhada para a Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), em decisão terminativa. Isto é, se for aprovada na CI, seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados caso não haja recurso para levar a matéria para o plenário do Senado.

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Na justificativa do projeto, o senador do PR, suplente da ministra da Cultura, Marta Suplicy, afirmou que historicamente os recursos da contribuição "pouco têm sido utilizados para suas destinações constitucionais, sendo frequentemente retidos no caixa do Tesouro Nacional para a composição de superávits primários". Segundo ele, os governos em âmbito estadual e municipal têm tido dificuldades em lidar com os investimentos em transportes coletivos.

A expectativa é que, caso a proposta vire lei, esses recursos sejam destinados a financiar o transporte coletivo e ciclovias, entre outras obras. "Na medida em que se detalham, na lei regulatória da Cide, os segmentos a serem diretamente contemplados com a aplicação de seus recursos, logicamente em consonância com as vinculações constitucionais exigidas, impõe-se mais celeridade e eficiência na aplicação desses recursos", disse o senador Luiz Henrique (PMDB-SC), em seu parecer na CAE.

Um pedido de vista coletivo adiou a votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado do projeto de lei complementar que prevê a criação dos fundos de compensação e de desenvolvimento regional para reduzir os impactos por conta da eventual redução das alíquotas do ICMS. A proposta, de autoria do senador Paulo Bauer (PSDB-SC), era um dos caminhos traçados pelos senadores para retomar a reforma do imposto.

O senador Armando Monteiro (PTB-PE) apresentou parecer ao texto de Bauer. Monteiro propôs a elevação gradativa de recursos orçamentários de 25% para 40% em um prazo de 20 anos a partir do próximo ano. Por essa proposta, seriam ao final do período R$ 118,4 bilhões de verba vinda do orçamento da União. É uma conta de R$ 44,4 bilhões a mais para o governo federal bancar. Essa frente de atuação, contudo, pode parar na Justiça caso o Executivo questione a adoção dos fundos por meio de um parlamentar.

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Os senadores da base aliada articulam outra saída para aprovar a criação dos fundos. O líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), defende incluir no projeto de renegociação das dívidas de estados e municípios com a União a criação dos dois fundos. Isso porque, como esse projeto foi enviado pelo Executivo Federal, ele não teria vício de iniciativa.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que pretende votar até amanhã o projeto de renegociação de dívidas no plenário.

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse, nesta quarta-feira, 18, que os investimentos da companhia em segurança da informação somam R$ 3,9 bilhões em 2013 e chegarão a R$ 21,2 bilhões até 2017. Em audiência pública da CPI da Espionagem no Senado, Graça afirmou que a Petrobras tem uma política de segurança empresarial que faz parte da rotina da companhia. "É uma política tão importante que passa pelo Conselho de Administração da empresa. A gestão dos bens, das pessoas, das informações e da riqueza que geramos é muito importante", afirmou.

Segundo ela, a Petrobras atua preventivamente na segurança empresarial e tem de estar pronta a responder de forma imediata a incidentes e emergências. "A primeira diretriz de segurança é minimizar ameaças de pessoas e organizações externas à Petrobras. Na grande maioria das vezes objetivos de ataques cibernéticos são irresponsáveis, por diversão, mas também existem motivações financeiras, ideológicas, políticas e concorrenciais ou comerciais", relatou.

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Graça Foster informou que o acesso à rede interna de computadores da companhia é restrito a uma quantidade pequena de especialistas. Ela reforçou que os dados da empresa não circulam pela internet e relatou que as informações críticas estão armazenadas com criptografia e têm barreiras físicas. "O acesso se dá por biometria e pesagem, além da existência de câmeras de monitoramento", afirmou.

Várias das 36 empresas que trabalham na segurança de informação da companhia são estrangeiras, sendo 14 delas americanas, além de fornecedores de Israel, da Alemanha, do Japão, entre outros. Além disso, 10 empresas de telecomunicações nacionais e internacionais trabalham com transporte de dados criptografados da estatal entre suas subsidiárias no exterior. As três empresas que fazem a criptografia da Petrobras também são americanas.

A presidente da Petrobras reconheceu que a companhia é alvo de ataques cibernéticos, mas ressaltou que a empresa trabalha 24 horas com tecnologia para impor barreiras a invasões. Ela disse que dados isolados armazenados no centro de processamento da empresa não possuem significado claro, mas ganham importância dentro de um contexto de avaliação dos especialistas da companhia.

"Os dados da Petrobras estão em constante atualização. Se houvesse acesso a grupo de dados imediatos da empresa, logo os mesmos seriam atualizados com informações", completou, dando a entender que esses dados desviados logo estariam defasados.

Após ser questionado sobre os "valores reais" que o governo terá de desembolsar para bancar a redução do custo de energia aos consumidores, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou, nesta terça-feira, 3, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que o valor de repasse à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em 2013 será "possivelmente menor que R$ 9 bilhões, mas será número expressivo".

O secretário disse que o governo decidiu "suportar o custo a mais das térmicas", que tiveram de ser ligadas devido ao baixo nível de chuvas em 2012. "Isso significa custo elevado do sistema elétrico, que não estava previsto. A rigor, haveria elevação da tarifa e redução. Não achamos esse processo positivo. Entendemos que deveríamos suportar", justificou.

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A proposta de orçamento para 2014 prevê repasse de R$ 9 bilhões para a CDE. Augustin lembrou que esse é o valor previsto e que pode ou não ser completamente usado. O Tesouro Nacional autorizou, nesta terça-feira, 3, mais uma emissão de títulos em favor da CDE no valor de R$ 2,049 bilhões.

Na semana passada, Augustin afirmara que o repasse para a CDE em setembro ficaria entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. Em julho, o valor foi de R$ 500 milhões e, em agosto, de R$ 1,5 bilhão.

O assunto foi colocado em pauta pela senadora Ana Amélia (PP-RS). "Falou-se muito quando o governo citou a política energética para baratear o custo de energia de um porcentual de desembolso do Tesouro para custear a redução do custo aos usuários. As informações que temos é de que esse valor é muito maior do que o previsto", disse Ana Amélia.

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse nesta terça-feira, 3, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que a política de capitalização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é de médio e longo prazos e é usada para que o Brasil possa crescer. "Existe um debate que é muito adjetivado", disse ele, acrescentando que não deve entrar na discussão do que é "criativo".

Augustin sustentou que o Brasil estava "em um círculo vicioso", porque não tinha capacidade instalada. "O País começava a crescer e gerava pressão inflacionária e, na sequência, era necessário política monetária para conter inflação. Ao tomar essa linha financeira de médio e longo prazos, permitimos taxas de juros bem abaixo e retomada de crescimento mesmo em momentos de volatilidade". Ele acrescentou que não houve prejuízo fiscal, "porque a possibilidade que esta política gera é de redução das taxas de juros".

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O secretário afirmou que o Brasil paga hoje menos juros do que no passado "porque tem mais capacidade instalada, mais infraestrutura e condições de ter taxas mais baixas. O resultado fiscal disso é positivo", concluiu. Segundo Augustin, o objetivo do governo é "fazer com que o Brasil possa crescer de modo sustentável".

Dividendos

Augustin ressaltou que não há um aumento acentuado no pagamento de dividendos por parte do BNDES à União. Foram, disse, R$ 6 bilhões em 2006 e R$ 7,7 bilhões em 2012. "Não vejo diferença tão acentuada". Ele argumentou ainda que as empresas estatais estão superavitárias. "As empresas aumentaram seus dividendos e nós achamos isso bom", afirmou.

Após reagir ao que chamou de "farra" de empréstimos externos tomados por Estados, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (9) três novas operações para Pernambuco, São Paulo e Sergipe. Os pedidos seguirão agora para votação diretamente pelo plenário, o que deve ocorrer ainda hoje.

Pouco antes, os senadores decidiram convidar o secretário do Tesouro Nacional (STN), Arno Augustin, para explicar as operações de empréstimos. Os parlamentares têm questionado a falta de informações para instruir os processos de operações encaminhadas pelo governo federal e que precisam ser aprovadas pelo Senado. A audiência de Augustin deve ocorrer em agosto, em data ainda não definida.

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As críticas ao secretário do Tesouro, contudo, persistiram. "O senhor Arno é um irresponsável, não merece o cargo que tem", criticou o senador Ivo Cassol (PP-RO), autor de um dos quatro requerimentos de convite da autoridade econômica. "Ele não tem a prerrogativa de dizer o que pode ou não ser feito", completou o parlamentar, referindo-se às operações de crédito.

A comissão já havia aprovado a concessão de um empréstimo externo entre o Estado de Sergipe e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) no valor de US$ 5,788 milhões. Os recursos são destinados a financiar parcialmente o Projeto de Modernização Fazendária do Estado de Sergipe - o Promofaz. A análise da operação seguirá para o plenário do Senado.

A segunda operação com o Estado do Sergipe diz respeito a um empréstimo com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola - FDA. A transação tem por objetivo financiar um programa de desenvolvimento rural para pequenos agricultores.

Por sua vez, o empréstimo entre o Estado de Pernambuco e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de até US$ 550 milhões, tem por objetivo financiar parcialmente um programa de desenvolvimento de políticas públicas estadual. Por último, a operação com o Estado de São Paulo, de US$ 200 milhões com a Corporação Andina de Fomento (CAF), destina-se a financiar parte de um programa de transporte, logística e meio ambiente.

Com amplo apoio da base aliada e sem aval da equipe econômica, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (2) uma emenda que transfere para a União boa parte da conta dos benefícios tributários do projeto de lei que prevê uma redução das tarifas do transporte público coletivo de até 15%. A emenda feita pelo líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), permite que as desonerações concedidas por Estados e municípios possam ser abatidas do serviço da dívida que esses entes federados têm com a União, no limite mensal de 30%.

A proposta, que tramita no Congresso desde 2003, ganhou impulso no Legislativo depois dos protestos que tomaram conta do País nas últimas semanas e agora voltará para a apreciação diretamente da Câmara dos Deputados.

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A emenda do líder tucano, que numa votação em separado recebeu 17 votos favoráveis e apenas três contrários, implode o acordo firmado pelo relator do projeto, Lindbergh Farias (PT-RJ), com o governo federal. Resistente inicialmente, o Executivo cedeu na semana passada em dar novas desonerações a fim de aprovar o Regime Especial de Incentivos para o Transporte Público Coletivo e Metropolitano de Passageiros (Reitup), objeto da proposta.

"É uma medida singela e de grande impacto", defendeu Aloysio Nunes Ferreira, antes da votação de sua emenda, ao afirmar que a proposta do Reitup "vende ilusões". "Essa baliza vai jogar tudo no colo da União", rebateu Lindbergh Farias, que foi contra a emenda.

A votação desta terça-feira da CAE contou com a presença dos prefeitos de São Paulo, Fernando Haddad, de Porto Alegre, José Fortunati, e de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. São Paulo e Belo Horizonte se viram forçados a reduzir as tarifas após os protestos - Porto Alegre já havia baixado o preço por decisão judicial. Todos defenderam a aprovação do novo regime.

Bilhete único

O Reitup determina que governo federal, Estados e municípios concedam, por meio do programa, incentivos fiscais às empresas do setor. Como contrapartida, elas são obrigados a praticar o bilhete único para vários tipos de transporte coletivo. Também exige a realização de licitação pública para as empresas aderirem ao programa e a adoção de uma série de medidas para dar transparência ao processo, como a publicação na internet da chamada planilha de custos, a criação de uma planilha nacional de referência de preços para o setor e de um órgão com a participação da sociedade para fiscalizar o transporte.

Antes da votação em separado da emenda do líder tucano, o relator do projeto havia acolhido outros pedidos de senadores. A principal inovação, apresentada pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO), prevê que prefeitos terão dois anos de prazo para fazer a licitação e realizar a integração do sistema. Lindbergh Farias disse que, não fosse feito dessa forma, 95% dos municípios brasileiros que não realizaram licitação pública para o setor não poderiam aderir ao Reitup.

Após a conclusão da votação, o relator da matéria disse que a emenda de Aloysio Nunes Ferreira "faz parte do jogo, mas não inviabiliza o projeto". "Nós vamos para a Câmara dos Deputados e vamos tentar fazer com que esse projeto seja aprovado de toda a velocidade", afirmou. "Eu tinha minhas posições, mas tinha certeza que sai um projeto muito consistente", contemporizou o petista. Presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), Fortunati disse ao final da reunião ser favorável à emenda do tucano.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira, o substitutivo apresentado pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao projeto de lei que prevê, a partir da concessão de benefícios tributários dados conjuntamente por governo federal, Estados e municípios, uma redução das tarifas do transporte público coletivo de até 15%. O texto do petista recebeu 18 votos a favor e um contra. Os senadores agora vão votar os destaques apresentados.

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, na noite desta terça-feira, 24, o projeto de lei que prevê, a partir de benefícios tributários concedidos pelo governo federal, Estados e municípios, uma redução das tarifas do transporte público coletivo. Pelas contas do relator do projeto, senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a proposta pode levar a uma queda de até 15% do preço das passagens. Na terça-feira da semana que vem, 2, ocorrerá uma nova votação na própria comissão antes que a matéria siga para a Câmara dos Deputados.

Com apoio de 15 senadores e nenhum voto contrário, o texto institui o Regime Especial de Incentivos para o Transporte Público Coletivo e Metropolitano de Passageiros (Reitup). Governo federal, Estados e municípios terão de aderir ao regime e, como contrapartida, praticar o bilhete único para vários tipos de transporte coletivo e até mesmo licitação pública para o setor.

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O relator do projeto acatou uma série de emendas apresentadas desde a semana passada pelos parlamentares. As principais dizem respeito a aumentar a transparência do processo, com a publicação na internet da chamada planilha de custos e a criação de uma planilha nacional de referência. "Essas emendas visam a incrementar a transparência e o controle social sobre as planilhas e facilitar a fiscalização sobre as tarifas", defendeu Lindbergh Farias.

O senador do PT também acolheu uma emenda para a inclusão das barcas no regime especial de benefícios que serão criados pelo Reitup. Os parlamentares, entretanto, deixaram para a discussão da próxima semana se vão apoiar a emenda do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que permite, por exemplo, aos municípios aderirem ao programa diretamente com o governo federal, mesmo se o Estado não quiser. Ou vice-versa.

"Creio que, ao fazermos a aprovação desta emenda, quebramos o princípio geral da ideia de se ter um pacto de adesão de governo federal, Estados e municípios do transporte coletivo", ponderou o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). "Nós vamos ter espaço para discutir", disse o relator, ao deixar para a próxima sessão uma posição sobre o assunto.

Em um primeiro momento, a matéria encontrou resistência na equipe econômica da presidente Dilma Rousseff, cujo ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou publicamente que o governo não tem capacidade de conceder novas isenções fiscais para o setor de transportes, beneficiado por medidas tomadas recentemente.

Na segunda-feira, 24, em encontro com prefeitos de capitais e governadores, Dilma Rousseff passou por cima da avaliação inicial da equipe econômica e anunciou a desoneração do PIS/Cofins para o óleo diesel e para a energia elétrica em metrôs e trens, medidas previstas no projeto de lei relatado por Lindbergh Farias. "Ele (o projeto) não tinha ido à votação porque tinha muita resistência em todos os governos. Acho que esse clima novo cria condições para que o Senado avance aprovando o projeto", destacou.

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