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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que pelo menos 250 réus, acusados de crimes mais graves relacionados aos ataques golpistas de 8 de janeiro, serão julgados em até seis meses. A fala foi feita em evento promovido pela revista piauí na manhã desta terça-feira, 13, em Brasília.

O Supremo já abriu mais de mil ações penais envolvendo supostos executores materiais dos crimes, autores intelectuais e instigadores dos atos.

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Ao todo, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncias contra 1.187 acusados de envolvimento nos atos que resultaram na depredação das sedes dos três Poderes.

A Corte analisa as denúncias em blocos desde o final de abril. Dos 1.406 que seguiram presos após as audiências de custódia, permanecem na prisão 152 homens e 64 mulheres.

No mesmo evento, Moraes também defendeu o diálogo entre ministros da Corte e o presidente da República. "A conversa institucional, a conversa republicana, faz parte e, eu diria, é um dever institucional. Os poderes têm que conversar", afirmou.

No final de maio, Moraes e o ministro Gilmar Mendes participaram de um churrasco oferecido pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada.

Médicos têm recorrido à morfina e outros opioides para manejar a dor de pacientes com quadros graves da varíola dos macacos. Esses diagnósticos geralmente levam à internação e têm sido mais comuns em pessoas com lesões na região genital ou perianal. Outros casos raros também começam a surgir e podem levar à morte ou à cegueira com inflamações do pulmão, do cérebro e das córneas.

Tratando casos da monkeypox no pronto-socorro do Hospital Emílio Ribas desde os primeiros registros em São Paulo (e no Brasil), o infectologista Fábio Araújo estima que 10 a 20% dos pacientes que passaram por lá foram considerados "graves". Segundo o balanço mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), 7,8% de todos os casos relatados até hoje levaram à hospitalização. Para ser classificado assim, o quadro pode ser caracterizado por uma ou mais lesões que aumentam de tamanho a ponto de a dor ser descrita como insuportável.

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Nesses casos, o uso de paracetamol ou analgésicos clássicos como a dipirona e o tylenol não surte efeito e a maioria dos pacientes precisa receber morfina ou outro opioide como o tramadol (vendido apenas sob prescrição médica) de forma intravenosa. "Hoje, o que define mais comumente como quadro grave é a dor que não pode ser controlada com analgésicos orais. Pela experiência, já estamos utilizando alguns mais fortes porque sabemos que os do cotidiano não têm funcionado", explica Araújo.

"A resposta que os analgésicos têm nos casos graves é bastante pobre e frustrante", aponta o infectologista Rico Vasconcelos, do Hospital das Clínicas. "A opção de escalar para os opioides, como codeína e tramadol, também é uma ideia ruim se for caso de lesão anal ou perianal, porque eles podem causar eventos adversos como a obstipação (ressecamento das fezes). Ao tentarmos tirar a dor do paciente, ele acaba tendo mais."

As preocupações de Vasconcelos não são infundadas. Dados do Dados do Ministério da Saúde apontam que quase 60% dos pacientes registrados até agora apresentaram ferida genital. Já os médicos relatam que os casos graves da varíola dos macacos estão comumente associados às lesões nessa região, na perianal e, principalmente, anal. "São essas que levam mais o paciente para a dor incurável e intratável", aponta Araújo.

Ele relata ter visto uma prevalência desses quadros entre pessoas vivendo com HIV, que correspondem a 41% dos pacientes mapeados pela OMS, ou com alguma forma de comprometimento do sistema imunológico, como tratamento prévio por radio ou quimioterapia e recém-transplantados, como era o caso da primeira vítima fatal da doença no País. Outras populações vulneráveis são os extremos de idades, crianças ou idosos, e gestantes, em quem o vírus pode induzir ao aborto e causar má formação dos fetos.

'Cacos de vidro espalhados pela boca'

O advogado João Pinheiro, de 31 anos, não tem nenhuma das comorbidades mencionadas acima, mas descreveu a dor de uma ferida da monkeypox no seu lábio inferior como "ter cacos de vidro espalhados pela boca e um alicate apertando". A lesão começou no terceiro dia após o surgimento dos primeiros sintomas e, a princípio, foi confundida como um afta. Durante a consulta em um hospital privado de São Paulo, ele foi orientado a tomar medicamentos para a dor em casa.

Menos de uma semana depois, Pinheiro voltou ao mesmo hospital com a ferida agora quase cinco vezes maior e a dor que classificou como "estrondosa". "Você não consegue pensar em mais nada, não tem dignidade, não tem energia. É só dor", conta.

João precisou tomar morfina nas veias por três dias seguidos para aguentar essa dor, que se espalhava do lábio pelo resto do corpo. "Ela começou a melhorar no segundo dia, mas quando diminuíam as doses, atacava de novo." Catorze dias após o início dos sintomas e cinco depois de ser internado, ele recebeu alta para continuar o restante do tratamento de casa.

"Desde o princípio, temos dito para os pacientes que o que melhora mesmo é o tempo", aponta Vasconcellos. "Parece que a doença tem seu curso e vai segui-lo apesar do que você fizer."

Faltam remédios específicos para a varíola dos macacos

Ainda não há acesso a remédios específicos contra a varíola dos macacos ou expectativa de receber doses suficientes para atender a uma grande demanda. Na última sexta-feira, 19, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dispensou a obrigação do registro de importação para medicamentos e vacinas relacionados à varíola dos macacos, em uma tentativa de acelerar o acesso do Brasil às poucas doses disponíveis no mundo. "Uma coisa é sabermos os medicamentos e a outra é como conseguí-los", explica o infectologista David Uip, secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do Estado de São Paulo.

A situação, ele aponta, é da mesma escassez de ferramentas próprias que o Brasil sofreu para combater o coronavírus. Ao longo da pandemia, o País dependeu da importação de insumos e doses, enquanto o desenvolvimento de tecnologias brasileiras até hoje não saiu do papel. No caso da monkeypox, o cenário é agravado pela falta de fármacos voltados especificamente para este tipo do vírus, uma vez que a única vacina e o único medicamente foram criados para tratar a varíola humana (smallpox).

Com isso, o enfrentamento à varíola dos macacos no Brasil volta a depender do fundo rotatório da Opas, braço da OMS na América Latina, para ter vacinas e medicamentos indicados para a doença. O principal desafio é que, novamente, há uma "alta demanda em muitos países", como lembrou o diretor-geral da OMS em seu último pronunciamento sobre o surto, na quarta-feira, 17.

Em coletiva de imprensa na última segunda-feira, 22, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que "o fato de não existir um tratamento específico não quer dizer que não tenha tratamento" possível para a doença. "Até porque o tratamento pode ser pra melhorar sintomas, dor. Relata-se que a dor provocada por essas bolhas e feridas pode ser forte."

"Estamos atrás desses medicamentos e tentando entrar em contato com as indústrias que produzem e as que importam", explica Uip, acrescentando que o esforço tem sido em conjunto com o Ministério da Saúde e o governo federal, com foco inicialmente voltado para atender os pacientes mais graves da doença. "Mas temos indústrias muito produtivas em São Paulo, por exemplo, não podemos depender de outros países todas as vezes e estar sempre correndo atrás do prejuízo."

Inflamações do cérebro, pulmão e córneas

Alguns casos raros de varíola dos macacos não podem depender apenas do passar do tempo. Enquanto os "graves" ainda são minoria, a doença já se manifestou em pelo menos outros três quadros "fora da curva", com evolução de inflamações no cérebro (encefalite), pulmão (pneumonite) e córneas (ceratite), também mencionados na literatura internacional sobre o novo surto.

Para esses pacientes nos quais os sintomas e desdobramentos da doença podem colocar a vida ou a visão em risco, os governos estadual e federal têm tentado importar doses específicas por meio do "uso compassivo". "Estamos tentando fazer esse apelo pela gravidade dos pacientes. Nesses casos, que são diferentes das compras regulares, o remédio é doado pela empresa com uso específico", explica Uip.

Na lista de pedidos para "uso compassivo", estão três remédios: o Tecovirimat, desenvolvido para a varíola humana mas recomendado pela OMS - a Opas, braço da entidade para a América Latina, prometeu 50 doses desse tipo ao Brasil; o antiviral Brincidofovir, usado contra outros vírus do tipo Orthopoxvirus; e o Cidofovir, que também existe na forma de colírio e é mais utilizado para complicações oftalmológicas em pacientes com HIV/Aids.

Apesar de não terem recomendação específica pela OMS ou registro na Anvisa, a FDA (Food and Drugs Administration, agência reguladora dos Estados Unidos criou protocolos recentes para o uso de ambos em pacientes da varíola dos macacos, alertando também que eles podem causar efeitos adversos. "Nosso objetivo é manejar a dor e o conforto, com cuidados locais, para preservar a vida do paciente e depois diminuir dores e sintomas", explica Uip. "Mas esse vírus ainda vai trazer surpresas."

Na coletiva da última segunda-feira, Socorro Gross, representante da OPAS e da OMS no Brasil, frisou que não há evidências específicas e de longo prazo do remédio e da vacina em pacientes da monkeypox. "Nesse momento, os países que estão utilizando a vacina estão desenvolvendo evidências para identificar realmente a efetividade para esse vírus, que é da família dos Orthopox, mas é diferente", explicou.

Hoje, o Brasil é o 3.º país do mundo com mais casos da varíola dos macacos, com 3.896 pacientes confirmados da doença, segundo o balanço mais atualizado desta terça-feira, 23.

O Ministério da Saúde decidiu nesta sexta-feira, 1º de abril, incorporar no Sistema Único de Saúde (SUS) o primeiro remédio de eficácia comprovada para o tratamento de casos graves de covid-19. A inclusão havia sido recomendada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) esta semana. Estudos realizados em vários países, entre eles o Brasil, mostraram que o baricitinibe reduz em 38% a mortalidade de pacientes hospitalizados.

O Olumiant, nome comercial do medicamento, é produzido pela Eli Lilly. Já é usado em mais de 70 países, entre eles o Brasil. É aplicado no tratamento de artrite reumatoide e dermatite atópica.

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Em setembro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou seu uso no tratamento de pacientes adultos de covid-19. São casos de internados que precisam de oxigênio por máscara, cateter nasal, alto fluxo ou ventilação não invasiva. Outros 15 países já fazem esse uso do remédio. Trata-se de um imunomodulador. Atua no sistema imunológico reforçando as defesas e bloqueando vias inflamatórias.

"O Olumiant é um medicamento já disponível no SUS para a indicação de artrite reumatóide, portanto já temos entregas acontecendo para o governo", lembrou o diretor de assuntos corporativos e regulatórios da Lilly, Orlando Silva. "O governo já tem estoque disponível para atender imediatamente os pacientes em ambas as indicações."

A eficácia da droga no tratamento da covid foi testada em dois estudos clínicos internacionais. Esses trabalhos envolveram mais de 2,5 mil pacientes em vários países, inclusive no Brasil. No País, foram testados 366 pacientes em dezoito centros clínicos em cinco estados. A dose recomendada é um comprimido de 4mg ao dia, por 14 dias. O custo é de cerca de R$ 3 mil pelo tratamento completo. Segundo o fabricante, em todo o mundo, cerca de 740 mil pessoas já foram tratadas com o remédio.

"Na covid, o aumento da gravidade da doença pode estar associado a um estado hiperinflamatório", explicou a gerente médica da farmacêutica, Camila Tostes. "Estudos realizados mostraram que, através da inibição das proteínas JAK1 e JAK2, o remédio reduziu a "tempestade de citocinas" associada às complicações desta infecção.

Além disso, o medicamento tem um papel na inibição das proteínas das células hospedeiras que auxiliam na reprodução viral, reduzindo a capacidade das células infectadas de produzir mais vírus."

Segundo relatório técnico da Conitec, os pontos favoráveis à incorporação foram os desfechos positivos nos estudos. Os trabalhos mostraram redução da mortalidade em pacientes hospitalizados. Houve ainda avaliações econômicas e análises de impacto orçamentário. Elas sugeriram que o medicamento é sustentável para o SUS. E mostraram que não há outras opções de tratamento disponíveis.

"É um remédio muito bom para casos graves de covid, a um custo plausível", afirmou a pneumologista Margareth Dalcolmo, da Fiocruz. "É um excelente imunomodulador."

O ministério ainda não informou sobre expectativas de compra do produto para distribuição na rede pública.

Na última quarta-feira, 30, a Anvisa aprovou também o uso emergencial do Paxlovid. É uma droga indicada para o tratamento de casos mais leves de covid-19.

O remédio, fabricado pela Pfizer, reduz em 89% o risco de internação e morte por covid. Já é usado nos Estados Unidos e em alguns países da Europa.

As crianças têm um risco “extremamente baixo” de doenças graves, hospitalização e morte por Covid-19, de acordo com as análises mais abrangentes de dados de saúde pública, conduzidas por pesquisadores da Universidade de Londres, Universidade de Bristol, Universidade de York e Universidade de Liverpool. Os resultados preliminares, publicados em três novos estudos pré-impressos, serão submetidos ao Comitê Conjunto de Vacinação e Imunização (JCVI) do Reino Unido, ao Departamento de Saúde e Assistência Social (DHSC) e à Organização Mundial da Saúde (OMS).

Com isso, os pesquisadores podem conseguir informar a política de vacinação e proteção para menores de 18 anos em todo o mundo. Os estudos não analisaram o impacto da Covid a longo prazo.

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Durante os primeiros 12 meses da pandemia (até fevereiro de 2021), 25 menores de 18 anos no Reino Unido morreram de Covid-19, de acordo com dados de saúde pública analisados por cientistas das três universidades. No mesmo período, 5.830 crianças foram internadas no hospital com o vírus, 251 na UTI, constataram os estudos, que ainda não foram avaliados por pares.

A matemática equivale a um risco absoluto de morte por Covid-19 de um em 481.000, ou aproximadamente dois em um milhão. No geral, os pesquisadores concluíram que as crianças têm um risco “extremamente baixo” de doença e morte por Covid-19 e, embora crianças com graves problemas de saúde pré-existentes corram um risco ligeiramente maior, este é muito menor do que em adultos.

A Dra. Elizabeth Whittaker, uma das pesquisadoras do Imperial College London, disse que era “tranquilizador” os resultados refletirem o que é visto em hospitais: “vemos muito poucas crianças gravemente doentes”.

O pesquisador sênior, Professor Russel Viner, da University College London, disse esperar que as descobertas influenciem as políticas de vacinação e quarentena em crianças em todo o mundo, e que um dos estudos sugeriu que os riscos que as crianças enfrentam com uma interrupção da escolaridade e eventos sociais podem superar os da Covid. 19

Os estudos não analisaram o efeito do Covid longo em crianças, que pode causar sintomas debilitantes durante meses ou anos após uma infecção.

O Canadá autorizou, nesta terça-feira (28), o uso do antiviral remdesivir em casos graves de pacientes com a COVID-19.

"O remdesivir é a primeira droga que a Agência de Saúde do Canadá autoriza para o tratamento da COVID-19", informou a pasta da Saúde.

Pelo menos dois grandes estudos nos Estados Unidos demonstraram que esse medicamento pode reduzir o tempo de internação de pacientes com o novo coronavírus.

Washington autorizou em 1º de maio o uso do antiviral em casos de emergência, originalmente usado para o tratamento do Ebola. Vários países asiáticos seguiram o mesmo caminho e autorizaram o uso da droga, incluindo o Japão e a Coreia do Sul.

Canadá disse que o remdesivir só poderá ser utilizado em pacientes com COVID-19 que apresentarem pneumonia e tiverem a necessidade de mais oxigênio para respirar.

As doses que serão usadas no Canadá serão fabricadas pela companhia norte-americana que desenvolveu o medicamento, a Gilead Sciences.

Antes de julho, a Comissão Europeia também autorizou o uso do remdesivir contra o coronavírus.

Até terça-feira, o Canadá contabilizou 114.800 casos e mais de 8.900 mortes.

Às 8 horas da manhã deste domingo (5), o Brasil registrava 64.375 mortos por Covid-19 desde o início da pandemia no mês de março, e passou a marca de um milhão e meio de casos, com 1.579.394 infectados. No último sábado (4), o país registrou 1.111 mortes dentro de 24 horas.  

A fonte dos dados é o consórcio de veículos de imprensa formado pelos jornais G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL desde o dia 8 de junho para publicar os dados da doença no país com base nos dados das secretarias estaduais de saúde. No último boletim, que foi divulgado às 20h de sábado (4), eram 64.365 mortes, 1.111 em 24 horas; e 1.578.376 casos confirmados. Desde então, os estados do Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima incluíram novos dados.   

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Pernambuco 

No último sábado, mais 1.095 pessoas foram confirmadas com novo coronavírus em Pernambuco, dos quais 894 pacientes foram considerados leves, enquanto 201 enquadram-se como Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), totalizando um acumulado de 63.457 infectados desde o início da doença no estado. Até agora, já foram confirmadas 5.116, sendo 48 nas últimas 24 horas. 

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Neste sábado (23), a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) confirmou 1.026 novos casos da Covid-19, totalizando 26.786 pessoas confirmadas com o novo coronavírus no Estado.

Entre os casos deste divulgados hoje, 223 se enquadram como Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) e 803 como leves.

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Também foram confirmados laboriatorialmente 87 óbitos por conta da Covid-19 neste sábado (23). Sendo assim, Pernambuco chega a 2.144 vidas perdidas para o novo coronavírus.

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