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A nadadora brasileira Beatriz Dizotti faturou o ouro na prova dos 1.500 metros nesta quinta-feira (18), último dia da etapa de Barcelona do tradicional circuito Mare Nostrum. Há cinco dias, na etapa da França, a paulista de 23 anos já havia conquistado o bronze nos 800m.

Na disputa de hoje, Bia completou a prova em primeiro lugar, com o tempo de 16min10s37, deixando para trás a argentina Agostine Hein (16min14s19) e a espanhola Angela Martinez Guillem (16min18s78), medalhas de prata e bronze, respectivamente.

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Outros dois brasileiros competiram hoje na provas dos 200m borboleta: Leonardo de Deus, terminou em quarto lugar e Luiz Altamir Melo em oitavo.

Ontem (17), primeiro dia de disputas, o país amealhou dois bronzes: o primeiro foi com Alexia Assunção, nos 200m costas (2min13s42) e o outro com Luiz Atamir Melo  nos 200m livre (1min47s84).

A terceira e última etapa do Mare Mostrum começa sábado (30), em Mônaco, com provas a partir das 11h30 (horário de Brasília). As disputas têm transmissão ao vivo no site do Canal Olímpico do Brasil.

As etapas do Mare Nostrum servem de preparação dos atletas para o Troféu Brasil – de 30 de maio e 3 de junho – que distribui vagas para o Mundial de Natação em Fukuoka, em julho. 

A World Aquatics (a Federação Internacional de Natação) estabelece índice mínimos denominados Tempo de Classificação Olímpica e Tempo de Consideração Olímpica. Tais índices poderão ser alcançados entre 1º de maio de 2023 a 23 de junho de 2024.

A definição de atletas que integrarão a delegação brasileira de natação em Paris ocorrerá em uma única seletiva: a  edição do Troféu Brasil do ano que vem.

O advogado paraense Coaracy Nunes Filho, que presidiu a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) por três décadas, entre 1988 e 2017, morreu aos 82 anos nesta quinta-feira. Ele deixa a mulher, Maria da Glória Nunes, e duas filhas. Coaracy, que sofria de diabetes, hidrocefalia e demência senil, também tinha a covid-19. Ele estava entubado desde o dia 25 de abril, em um hospital da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Em sua direção na CBDA, os esportes aquáticos do Brasil subiram 10 vezes no pódio olímpico com um de ouro, três pratas e seis de bronzes, com destaque para Gustavo Borges, Fernando Scherer, Cesar Cielo, Thiago Pereira e Poliana Okimoto.

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Em outubro do ano passado, o Tribunal Regional Federal de São Paulo (TRF-SP) condenou o ex-presidente da CBDA a 11 anos e oito meses de reclusão e a três anos de detenção por desvios de recursos públicos na entidade. Mas Coaracy Nunes respondia em liberdade a um recurso da condenação em primeira instância de um dos processos aos quais responde.

Ele foi condenado por formar uma organização criminosa para fraudar licitações e desviar recursos públicos destinados à contratação de empresas de turismo. O caso fez parte da Operação Águas Claras, que desde 2015 apurava irregularidades na confederação. Além das investigações em curso no MPF, já tramitam na Justiça Federal uma ação penal e duas ações de improbidade administrativa contra Coaracy Nunes e outros três ex-dirigentes da CBDA.

Em nota oficial, a CBDA lamentou a morte do ex-dirigente e ressaltou o papel dele no comando da entidade. "Coaracy Nunes Filho foi eleito presidente da CBDA em 1988 e reeleito sucessivamente até 2013. Além de mandatário na Confederação, Coaracy foi presidente da Consanat e da Uana. Ele também fez parte do Bureau da Federação Internacional de Natação", disse o texto. "A CBDA lamenta o falecimento de Coaracy Nunes Filho e se solidariza aos familiares e amigos do ex-presidente".

O Tribunal Regional Federal de São Paulo condenou o ex-presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, a 11 anos e oito meses de reclusão e a três anos de detenção por desvios de recursos públicos na entidade. Ele foi condenado ainda ao pagamento de 487 dias-multa. A decisão é em primeira instância e cabe recurso.

Ricardo de Moura, ex-supervisor técnico da CBDA, e Sérgio Alvarenga, ex-diretor financeiro, também foram condenados. O primeiro recebeu pena de dois anos e seis meses de detenção e nove anos de reclusão, além de 214 dias-multa. O segundo foi condenado a dois anos e um mês de detenção e sete anos e seis meses de reclusão, e 176 dias-multa.

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Eles foram condenados por formar uma organização criminosa para fraudar licitações e desviar recursos públicos destinados à contratação de empresas de turismo. O caso faz parte da Operação Águas Claras, que desde 2015 apura irregularidades na confederação. Além das investigações em curso no Ministério Público Federal, já tramitam na Justiça Federal uma ação penal e duas ações de improbidade administrativa contra os ex-dirigentes.

Os crimes denunciados agora, cometidos entre 2012 e 2014, envolveram o favorecimento indevido da agência Roxy de Turismo Ltda. e o superfaturamento de passagens, hospedagens e traslados durante torneios e treinamentos dentro e fora do país, visando inclusive a preparação para a Olimpíada de 2016.

Coaracy foi preso pela Polícia Federal durante a Operação Águas Claras em 2017, mas ficou atrás das grades por pouco menos de três meses. Ele deixou a prisão depois de conseguir habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 3ª Região.

O Ministério Público do Trabalho (MPT) assinará nesta terça-feira (17) um termo de cooperação técnica com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) para inibir a prática de assédio moral e sexual contra atletas. A cerimônia ocorrerá no Parque Aquático Maria Lenk, às 16h30, no Rio de Janeiro, com a presença do procurador-geral do MPT, Ronaldo Fleury, e da nadadora Joanna Maranhão, que tornou público o assédio  sofrido nos primeiros treinamentos na infância. O parque aquático fica na Avenida Embaixador Abelardo Bueno, na Barra da Tijuca.

O acordo visa a adoção de medidas conjuntas para criar mecanismos de controle no ambiente de treinamento e alojamento dos atletas. Para o procurador-geral, o termo de cooperação pretende antecipar a atuação do MPT com relação a eventuais lesões que possam ocorrer a atletas profissionais no que diz respeito a casos de assédio sexual.

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Cláusulas – Entre as obrigações presentes no termo estão: criação de canais de comunicação eficazes e com claras regras de funcionamento; apuração e sanção de atos de assédio, inclusão de temas de assédio moral e sexual em debates com atletas, treinadores e patrocinadores; inclusão de regras de conduta sobre assédio moral e sexual nas normas internas da confederação; negociar com os sindicatos da categoria cláusulas sociais em acordos coletivos de trabalho e criar campanhas publicitárias sobre o tema.

O documento tem prazo de vigência de dois anos a partir da assinatura, podendo ser prorrogado por igual e sucessivo período, e rescindido por descumprimento das normas estabelecidas. A assinatura ocorre durante o  Troféu Brasil – Maria Lenk, a competição mais importante da natação do país. O torneio reunirá 328 atletas e 38 clubes em cinco dias de disputa.

Da assessoria de imprensa

Joanna Maranhão anunciou nesta quarta-feira sua saída do Unisanta. Uma das principais nadadoras brasileiras dos últimos tempos, ela optou por se desligar do clube santista por causa da contratação do dirigente Ricardo de Moura, acusado de envolvimento em um escândalo de desvio de recursos públicos na modalidade.

"Não lutei 11 anos contra a antiga gestão da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) para ter Ricardo de Moura como coordenador técnico. Grata pela temporada de 2017, sigo em busca de novo clube", escreveu a nadadora em sua página no Twitter.

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Ricardo de Moura ficou pouco mais de dois meses preso em 2017, justamente pelas acusações de envolvimento no esquema de desvios da natação brasileira. Ele exercia o cargo de superintendente da CBDA e era homem de confiança do ex-presidente Coaracy Nunes, também preso na operação "Águas Claras", no ano passado.

Entre outras funções, o dirigente era responsável por controlar convocações, patrocínios e indicações para o Bolsa Pódio. Era também conhecido desafeto de alguns nadadores, entre eles Joanna. Desde o fim do ano passado, Ricardo passou a integrar a diretoria da Unisanta, liderada pelo ex-presidente do Santos Marcelo Teixeira.

"Por questões morais, acabei me tornando, por consequência do meus posicionamentos, referência de ética enquanto atleta. E é o que faz sentido para mim e me traz sensação de dever cumprido ao final de uma prova. Apesar de não me caber fazer qualquer tipo de julgamento, considero impossível e inviável minha permanência na equipe", explicou a nadadora em sua página no Instagram.

Apesar da opção pela contratação de Ricardo, Joanna fez questão de agradecer a Marcelo Teixeira e à diretoria da Unisanta pela temporada de 2017. Sem revelar seu destino, a nadadora comentou que vai "em busca de um novo clube para dar continuidade ao meu trabalho".

Menos de um ano após fracassar nos Jogos Olímpicos e deixar a piscina do Estádio Aquático do Rio sem uma única medalha, a natação brasileira conseguiu sua redenção. Ao todo, o Brasil conquistou cinco medalhas em Budapeste nesta modalidade. Entre as mulheres, pela primeira vez uma brasileira conquistou um ouro em Mundiais de piscina longa. Com os homens, a equipe do 4x100m masculino recolocou o País no pódio após 23 anos em uma disputa de revezamento da principal competição da Federação Internacional de Natação (Fina).

Assim, o caminho aos Jogos de Tóquio-2020 começou, ao menos, promissor. E, em relação à última edição no Mundial, o número total de medalhas na piscina aumentou - foram apenas quatro em Kazan-2015. Além disso, a cor delas também mudou: há dois anos, o Brasil encerrou o Mundial da Rússia com três pratas e um bronze. Agora, foram um ouro e quatro pratas.

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O grande destaque este ano ficou por conta do feito inédito no feminino. O ouro de Etiene Medeiros nos 50 metros costas representou a primeira conquista brasileira em Mundiais realizado em piscina longa entre as mulheres.

No masculino, Bruno Fratus voltou a subir ao pódio e mostrou mais uma vez que é o nadador mais rápido do País. Ele integrou o quarteto que levou a prata no revezamento 4x100 metros livre e também conquistou o segundo lugar na final dos 50 metros livre.

Essas duas provas serviram para confirmar que Cesar Cielo também está recuperando a forma que o fez se consagrar como recordista mundial dos 50m e dos 100m e o levou ao ouro em Pequim-2008. Após fracassar no último ciclo olímpico e ficar de fora dos Jogos do Rio, ele voltou ao pódio de um Mundial (prata no revezamento) e também foi à final dos 50 metros livre.

"Ele teve um espetacular desempenho no revezamento, fez um tempo do qual há muitos anos ele não chegava perto", lembrou Renato Cordani, diretor de natação da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), em entrevista no último domingo ao Estado, exaltando também o peso que a presença de Cielo teve para o Brasil alcançar a prata no revezamento. "Ele tem essa liderança positiva, técnica, de ser o recordista mundial dos 50m e dos 100m, e estava exercendo essa liderança na prática, ajudando a fortalecer um time que tinha companheirismo."

Com a prata do quarteto brasileiro, o Brasil voltou ao pódio de um Mundial de piscina longa em uma prova de revezamento, o que não conseguia desde 1994, quando Gustavo Borges, Fernando Scherer, Teófilo Ferreira e André Teixeira faturaram o bronze nos 4x100m livre em Roma.

Além dos medalhistas, o Brasil colocou outros cinco nadadores em finais individuais: Felipe Lima (50m peito), Marcelo Chierighini (100m livre), Henrique Martins (50m borboleta), Guilherme Guido (100m costas) e Brandonn Almeida (400m medley).

CRESCIMENTO - No quadro geral de pódios, o Brasil também cresceu. Foram sete em Kazan e oito agora, em Budapeste, onde comemorou sua segunda melhor campanha em número de medalhas, com dois ouros, quatro pratas e dois bronzes. Assim como acontecera em 2015, a maratona aquática ajudou a alavancar a posição do Brasil. Ana Marcela Cunha conquistou o tricampeonato na prova de 25 quilômetros, além de levar dois bronzes (10km e 5km).

No último domingo, dia final de disputas na Hungria, o Brasil não subiu ao pódio, mas foi à final do revezamento 4x100m medley com Guido, João Gomes, Henrique Martins e Chierighini e conquistou o quinto lugar, enquanto Brandonn Almeida avançou à decisão dos 400 metros medley e terminou na sétima posição.

"Você pode analisar um Mundial de várias formas, e neste Mundial o Brasil foi bem em todas elas. Cinco medalhas na natação em um Mundial nós só havíamos conseguido uma vez, em Barcelona-2013. A gente teve cinco medalhas, o que foi igualar um recorde, e uma delas foi do revezamento, o que mostra muito a força do nosso time", ressaltou Renato Cordani, também valorizando a ida do time nacional à final dos 4x100m medley, prova na qual melhorou uma posição em relação à final olímpica do Rio-2016, no qual terminou em sexto lugar. "O revezamento quatro estilos não pegou medalha, mas disputou a medalha", enfatizou.

NOVO CLIMA - O diretor de natação da CBDA também exaltou que a nova gestão da entidade - que mudou após a prisão do seu ex-presidente Coaracy Nunes e de outros dirigentes em um escândalo de corrupção no qual foram acusados de desviar R$ 40 milhões em recursos da entidade - tornou o clima mais leve para que os nadadores pudessem buscar resultados mais expressivos dentro da piscina.

"Além do ponto de vista da conquista das medalhas, conseguimos a volta do Brasil como um time, o que ficou claro com a equipe do revezamento 4x100m, e também resgatamos a volta da atitude da seleção. Quase todo mundo da seleção nas entrevistas estava mencionando os companheiros e não pensando apenas no seu sucesso pessoal", disse Cordani, para depois lembrar que essa união foi fundamental para que o País subisse ao pódio em um Mundial após mais de 20 anos.

"Pra você conseguir uma medalha de revezamento em um Mundial, todo mundo que entrar na água precisa melhorar meio segundinho o seu tempo, pois se não for assim não pega medalha. E foi o que aconteceu com a nossa equipe, que quebrou o recorde sul-americano para ganhar a prata e também brigar pelo ouro com os Estados Unidos", ressaltou.

FORÇA PARA BASE - Após ver o Brasil voltar a ser protagonista e se redimir de fiascos, a CBDA agora mira fortalecer a sua base e, para isso, projeta massificar a prática da natação no País. Para a entidade, o fato poderia aumentar as chances de formar um maior número de campeões.

"Eu gostaria de formar uma seleção olímpica boa, com o efeito colateral de ter muita gente competindo. Se você aumenta a base, aumenta o número de atletas que vão aparecer. Como efeito colateral, você forma mais atletas olímpicos. Para um país para o Brasil, que é um país pobre, conseguir massificar a natação poderia ampliar o nível de atletas. E a cada seleção que a gente formar nas categorias de base, a gente vai tentar formar uma seleção para ganhar, para buscar medalhas", projetou Cordani, que espera que a natação tenha mais praticantes e possíveis aspirantes a medalhistas da elite em mais estados brasileiros.

"Alguns estados tem um bom número de federados praticando. Somos 27 estados e a gente não espera que um estado menor e mais pobre tenha a quantidade de um estado como São Paulo, mas a gente percebe que no interior no País tem muito poucos praticantes. A gente está perdendo muita gente que não tem oportunidade e a ideia é formar atletas de nível em todo o País. Mas a gente está fazendo um levantamento sobre isso e há piscinas suficientes para isso, mas não precisamos apenas de piscinas. Também estamos capacitando treinadores e tentaremos fazer esse tipo de trabalho", prometeu.

Menos de três meses depois de prisão preventiva, Coaracy Nunes e outros três ex-dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) tiveram habeas corpus concedido na manhã desta terça-feira e serão liberados do cárcere no Rio de Janeiro até quarta-feira.

"O habeas corpus foi concedido e agora temos o trâmite formal do cancelamento da ordem de prisão. Pode acontecer hoje ou, no mais tardar, amanhã [quarta]", confirmou o advogado Marcelo Franklin.

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Em abril, a Polícia Federal deflagrou a operação Águas Claras, que investiga esquema de desvios de recursos públicos repassados à CBDA, e expediu quatro mandados de prisão preventiva. Além do ex-presidente Coaracy, foram denunciados Sérgio Alvarenga (diretor financeiro), Ricardo de Moura (superintendente da CBDA) e Ricardo Cabral (diretor de polo aquático).

Franklin explica que a concessão do habeas corpus significa, na prática, a revogação da prisão. O processo, no entanto, continua. "O habeas corpus foi concedido por verificar que a prisão foi equivocada. Eles não vão utilizar tornozeleira eletrônica, nada disso", explicou o advogado.

As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA pelo Ministério do Esporte. Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte. Segundo o inquérito policial, os recursos eram mal geridos ou desviados para uso pessoal.

Os acusados poderão responder pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações, sendo que a PF também confirmou que foram cumpridos um total de 16 mandados de busca e apreensão no Rio e em São Paulo. Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

O trabalho é fruto de parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União, e iniciou-se após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro.

A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) elege nesta sexta-feira (9) seu próximo presidente em meio a águas revoltas. Gerida desde março por um interventor judicial, com a cúpula da diretoria anterior presa desde abril, em crise financeira e sob o risco de ser suspensa pela Federação Internacional de Natação (Fina), a entidade tentará um recomeço.

Três candidatos disputam o pleito: Miguel Cagnoni (chapa Inovação e Transparência), Cyro Delgado (Cara Nova) e Jefferson Borges (Novos Rumos). A eleição acontecerá no Rio de Janeiro, sendo que o colégio eleitoral será composto por 97 votantes (69 de representantes dos clubes, 27 de federações e um da comissão de atletas).

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Caberá ao nadador Leonardo de Deus votar pelos atletas. Ele não quis revelar em quem será o voto, apesar de seus colegas de piscina Joanna Maranhão e Cesar Cielo declararem preferência por Miguel Cagnoni.

"A gente analisou as propostas dos três candidatos. Lógico que alguns atletas já se manifestaram. A maioria dos atletas da natação está a favor do Miguel, mas não é só a natação. Temos de olhar para o polo aquático, saltos ornamentais, nado sincronizado e maratonas aquáticas", comentou.

Em comum, os candidatos prometem "maior transparência" e melhores práticas de gestão. Vale lembrar que, em abril, a operação Águas Claras, da Polícia Federal, prendeu três ex-dirigentes da CBDA, incluindo o ex-presidente Coaracy Nunes, por suspeita de desvios da ordem de R$ 40 milhões. Com a ação, os Correios, maior patrocinador da entidade, anunciou que iria romper o acordo.

Com experiência no setor privado, Miguel Cagnoni fala em profissionalizar a gestão da CBDA. Em termos esportivos, ele quer focar no trabalho da base. "O objetivo é encher as piscinas do Brasil inteiro de praticantes. Assim, a gente tem assegurado o processo de renovação e nossa participação em Jogos Olímpicos e Mundiais. É da quantidade que você tira a qualidade", comentou.

Cyro Delgado, que foi medalhista olímpico nos Jogos de Moscou-1980 e atuou como subsecretário de Esportes do Rio, declarou que pretende "recuperar a credibilidade" da CBDA. "A marca teve uma ruptura muito grande", avaliou. "Já conversei com o presidente dos Correios e com outros patrocinadores. A saúde financeira da CBDA está cada vez pior, e temos que começar a buscar outros caminhos."

Jefferson Borges, por sua vez, é árbitro que atua em competições internacionais e presidente da Federação Aquática do Mato Grosso. "O conhecimento que temos do gerenciamento da federação vamos trazer pra CBDA, mas óbvio que de maneira mais ampla", destacou. A intenção dele é "massificar" todas as cinco modalidades de esportes aquáticos que estão sob o guarda-chuva da CBDA.

Borges promete criar eventos nos estados para apresentar as diferentes modalidades ao grande público. "Hoje o nado sincronizado é artístico. Você pode apresentar sem ser competição", exemplificou. "Não adianta ficar só dentro dos clubes."

Se confirmada no próximo mês, a rescisão do contrato de patrocínio dos Correios com a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) pode inviabilizar a realização de competições importantes no País, deixar atletas sem premiações e provocar a demissão de treinadores. Quase metade do orçamento da confederação vem dos Correios e vários pagamentos programados na previsão orçamentária de 2017 da entidade deverão ser feitos exclusivamente com verba do patrocínio da estatal. As outras fontes de renda da confederação são insuficientes para cobrir os gastos.

No início deste mês, os Correios chegaram a anunciar a rescisão do contrato de patrocínio à CBDA após a prisão de dirigentes, entre eles o ex-presidente Coaracy Nunes, acusados de desviarem cerca de R$ 40 milhões. Depois de apelo feito por Gustavo Licks, interventor nomeado pela Justiça para comandar interinamente a confederação, a estatal anunciou a manutenção do patrocínio somente até maio - a continuidade do contrato ainda depende de um novo plano de gestão e transparência da entidade, que será apresentado pela CBDA no próximo mês.

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Por meio da Lei de Acesso à Informação, o jornal O Estado de S.Paulo obteve cópia do contrato assinado em 31 de janeiro entre CBDA e Correios. O acordo prevê o repasse de R$ 11,4 milhões por dois anos, com pagamentos mensais no valor de R$ 475 mil, totalizando R$ 5,7 milhões por ano. As outras receitas da CBDA para 2017 são R$ 3,6 milhões da Lei Agnelo Piva e R$ 2,5 milhões da venda dos direitos de transmissão de TV de competições.

Uma das cláusulas do acordo com os Correios prevê a suspensão dos pagamentos em caso de "aplicação de qualquer parcela do crédito para outros fins que não os previstos no contrato". O acordo, inclusive, pode ser rescindido "pelo envolvimento ou participação da patrocinada (CBDA) em atos que tragam prejuízo à imagem institucional da patrocinadora (Correios)". Outro tópico estipula possíveis punições à CBDA. Entre as penalidades está a devolução do dinheiro recebido e a declaração de falta de idoneidade da confederação para licitar ou contratar com a Administração Pública. Na prática, a CBDA ficaria impedida de receber recursos públicos.

Diante da ameaça de rescisão do contrato com os Correios, coube ao COB (Comitê Olímpico do Brasil) garantir o repasse de verbas para a realização de competições já marcadas, como o Troféu Maria Lenk, além da presença dos atletas brasileiros no Mundial de Budapeste, na Hungria, e no Sul-Americano Juvenil de Cali, na Colômbia.

Outras competições, no entanto, correm grandes riscos, e preocupam a atual administração da CBDA. "Risco sempre existe, mas estamos trabalhando para manter o calendário", comentou ao jornal O Estado de S.Paulo o novo coordenador geral de esportes da confederação, o ex-atleta Ricardo Prado - medalha prata nos 400 metros medley nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984.

O Campeonato Brasileiro de Natação Torneio Open, previsto para ser disputado no fim da temporada, tem um custo previsto R$ 100 mil, bancados exclusivamente com verba dos Correios. O Troféu Brasil Masculino de Polo Aquático vive situação idêntica. Programado para junho, no Rio e em São Paulo, o campeonato custará R$ 62 mil e todo o dinheiro viria da cota da empresa estatal. O mesmo vale para várias etapas do Campeonato Brasileiro de Maratonas Aquáticas.

Entre janeiro e dezembro, estão previstos R$ 200 mil com despesas com comissão técnica bancadas pelos Correios. No mesmo período, outros R$ 200 mil da estatal serão destinados para o pagamento de premiações aos atletas. Entre despesas com funcionários, vale-refeição, vale-transporte, plano de saúde, prestadores de serviços autônomos e contratos com pessoas jurídicas, serão outros R$ 950 mil pagos pelos Correios até dezembro.

Foragido da Operação Águas Claras, o secretário-geral de natação e executivo da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Ricardo de Moura, se entregou na noite desta sexta-feira, no Rio. Contra ele, havia um mandado de prisão preventiva expedido pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA, que não teriam sido devidamente aplicados nos esportes aquáticos. O presidente Coaracy Nunes e outros dois dirigentes da entidade, Ricardo Cabral (coordenadoria técnica de polo aquático) e Sergio Ribeiro Lins de Alvarenga (diretor financeiro), estão custodiados na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu - mesmo presídio onde está o ex-governador do Rio Sérgio Cabral, capturado na Operação Lava Jato.

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Entre as fraudes investigadas pela Águas Claras, estão licitações para aquisição de equipamentos de natação no valor aproximado de R$ 1,5 milhão. Há indícios de que a empresa vencedora seja apenas de fachada, pois em seu endereço na capital paulista funciona uma Pet Shop.

Também é alvo da Águas Claras a contratação, com suspeitas de irregularidade, de agência de turismo que venderia passagens aéreas e hospedagens para os atletas com preços superfaturados. Essas contratações irregulares eram realizadas com verbas federais obtidas por meio de convênios com o Ministério do Esporte.

A operação apura ainda a suposta apropriação por parte dos dirigentes da CBDA de premiação de US$ 50 mil que deveriam ter sido repassados a atletas. Além disso, estima-se que cerca de R$ 5 milhões, provenientes do Ministério do Esporte, deixaram de ser aplicados no polo aquático. Embora a CBDA tenha recebido esta verba federal para aplicação nos torneios nacionais e internacionais, seus dirigentes não autorizaram a ida da seleção júnior de polo aquático, campeã sul-americana e pan-americana, para o Mundial do Casaquistão, sob o argumento da falta de recursos financeiros.

Na esfera cível, o Ministério Público Federal já levou à Justiça duas ações de improbidade administrativa contra o presidente da confederação, Coaracy Gentil Monteiro Nunes Filho, outros dirigentes e empresários pelas fraudes em licitações para a aquisição de itens esportivos.

A Operação Águas Claras está sendo conduzida pela Polícia Federal e pelos procuradores da República do Núcleo de Combate à Corrupção em São Paulo Thaméa Danelon, José Roberto Pimenta Oliveira e Anamara Osório Silva, com a participação da Controladoria-Geral da União.

Poliana Okimoto, única medalhista dos esportes aquáticos do Brasil nos Jogos do Rio com o bronze na maratona, afirma que os atletas serão prejudicados com a prisão de três dirigentes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) pela Polícia Federal nesta quinta-feira, na operação Águas Claras.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de incentivo ao esporte. As investigações apuram o destino de R$ 40 milhões que foram repassados pelo Ministério do Esporte.

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"Infelizmente, os atletas vão pagar pelos erros dos dirigentes", diz a medalhista. "No dia a dia, os atletas vão ficar inseguros, com medo do que vai acontecer. Somos os últimos a saber", reclama.

Poliana foi uma das signatárias de um pronunciamento oficial dos atletas sobre a crise na CBDA divulgado nesta sexta-feira. Um dia depois da prisão de Coaracy Nunes, presidente afastado, e de outros membros da entidade, 13 medalhistas olímpicos da natação brasileira pediram "eleições mais democráticas e legítimas com a maior brevidade possível".

"Nós fizemos um grupo de medalhistas olímpicos dos esportes aquáticos com a intenção de ajudar na evolução das modalidades. A gente achou necessário divulgar uma nota grupo", explica Poliana.

Conhecida por sua visão crítica em relação aos comandantes da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Joanna Maranhão foi uma das atletas que prestaram depoimento em investigação conduzida por Ministério Público Federal (MPF), Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU) sobre as suspeitas de fraudes na entidade.

"Fui umas das depoentes. Não sei se foi em 2015 ou 2016, mas falei tudo aquilo que sempre disse desde 2006", explicou a nadadora, que se diz aliviada depois de "11 anos gritando sozinha" contra possíveis irregularidades da entidade.

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Nesta quinta-feira, a operação Águas Claras resultou na detenção do presidente Coaracy Nunes, do diretor financeiro Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga e do coordenador de polo aquático Ricardo Cabral. O superintendente da CBDA, Ricardo de Moura, deve se apresentar nesta tarde à PF.

"Quebrar uma ditadura vai muito além. Tudo o que está aparecendo agora não é um choque para ninguém. Se alguém falar que está chocado com isso, vai estar mentindo. É uma coisa que todo mundo sabia. O crucial agora é focar na eleição, é a nossa chance de mudar. Se a chapa de Sérgio Silva e Marcelo Amin ganha, é mais do mesmo por mais quatro anos", afirmou Joanna.

A atleta, que apoia a oposição representada por Miguel Cagnoni, presidente da Federação Aquática Paulista, na eleição presidencial, teme a perpetuação dos discípulos de Coaracy Nunes nesse momento de reconstrução dos esportes aquáticos. Para a nadadora, essa é a "chance de mudança".

"A gente vai ter de recomeçar do zero, trazer uma reputação de novo para nossa confederação. O mais importante agora é que daqui a pouco mais de um mês vai ter uma eleição e a chapa da situação ainda está com a maioria dos votos. Não está na hora de uma mudança? Está todo mundo clamando por mudanças."

A preocupação da nadadora é com o futuro. "Nesse momento, o importante é o que vai ser feito daqui para frente. Qual vai ser o impacto de mudança para a gente? Essa é a pergunta que todo mundo precisa fazer. Uma reflexão interna. O que eu fiz para contribuir com isso, ainda que fosse com o meu silêncio?", questiona.

Após confirmar que realizou nesta quinta-feira a prisão preventiva de três pessoas e cumpriu dois mandados de condução coercitiva de outras duas como fruto da investigação de um esquema de desvio de recursos públicos repassados à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), a Polícia Federal confirmou que entre as fraudes descobertas dentro da entidade estão licitações para aquisição de equipamentos de natação no valor de R$ 1,5 milhão, pagos com recursos de um convênio com o Ministério do Esporte.

A operação Águas Claras, nome dado pela PF para a mesma, também resultou na detenção do presidente da CBDA, Coaracy Nunes, um dos três presos até agora. Foram expedidos quatro mandados de prisão preventiva, mas uma destas pessoas, Ricardo de Moura, superintendente da CBDA e braço-direito de Coaracy, está foragido. Ele deverá se apresentar nesta tarde à PF.

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Já no que diz respeito à gestão errada do dinheiro administrado pela CBDA estão, por exemplo, o calote à seleção brasileira masculina de polo aquático, que em 2015 não recebeu a premiação de US$ 50 mil pelo terceiro lugar conquistado na Liga Mundial de Belgrano, na Itália.

Entre as acusações contra a CBDA ainda incluiu a responsabilidade da entidade pela ausência da seleção brasileira masculina júnior no Mundial do Casaquistão, no ano passado, sob o argumento de falta de recursos. O convênio com o Ministério do Esporte, no entanto, incluía essa competição.

Todos os detidos nesta quinta-feira integravam a cúpula da CBDA. Além de Coaracy Nunes, foram presos também o diretor financeiro da entidade, Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga, e o coordenador de polo aquático, Ricardo Cabral.

As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA pelo Ministério do Esporte. Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte. Segundo o inquérito policial, os recursos eram mal geridos ou desviados para uso pessoal.

Os acusados poderão responder pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações, sendo que a PF também confirmou nesta quinta que foram cumpridos um total de 16 mandados de busca e apreensão no Rio e em São Paulo. Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

O trabalho é fruto de parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União, e iniciou-se após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro.

Poucas horas depois de anunciar que cinco pessoas foram presas e outras quatro conduzidas coercitivamente para prestar depoimento em suas unidades em São Paulo na operação Águas Claras, que apura um esquema de desvio de recursos públicos repassados à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), a Polícia Federal fez uma correção nesta quinta-feira (6) ao informar, por meio de um novo comunicado, que na realidade foram três o número de detidos até esta manhã após os seus agentes saírem para cumprir quatro mandados de prisão preventiva. A PF ainda esclareceu que executou dois mandados de condução coercitiva.

Entre os presos nesta quinta-feira está o presidente da CBDA, Coaracy Nunes, sendo que o novo informe distribuído pela Superintendência Regional da PF em São Paulo ainda confirmou que foram cumpridos um total de 16 mandados de busca e apreensão no Rio e na capital, assim como uma das quatro pessoas com mandado de prisão preventiva contra ela se encontra foragida. O novo comunicado também não traz os nomes dos detidos, embora já se saiba que um deles é Coaracy Nunes.

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Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo. O trabalho é fruto de parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União, e iniciou-se após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro.

As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA. Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte, sem a devida aplicação - conforme previsto em lei e nos contratos assinados. Segundo o inquérito policial, ao invés dos valores recebidos serem aplicados corretamente (em incentivos aos esportes aquáticos e na viabilização de práticas esportivas aquáticas), os recursos eram mal geridos ou desviados para proveito pessoal dos investigados.

Apesar de se tratar de entidade privada, uma confederação desportiva recebe recursos públicos federais por meio de convênios com o Ministério do Esporte, de recursos provenientes da Lei de Incentivo ao Esporte, da Lei Agnelo Piva. No caso da CBDA, também recebe patrocínio dos Correios - que também é uma empresa pública. Assim, a entidade está submetida à Lei de Licitações e seus agentes são considerados funcionários públicos para efeitos penais, conforme o Código Penal (artigo 327).

Os investigados responderão, de acordo com suas participações, pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações, sem prejuízo de outros crimes eventualmente apurados no decorrer da instrução criminal.

A reportagem do Estado entrou em contato com a assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos e o advogado Marcelo Franklin, que defende a entidade, mas não obteve resposta.

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (6) a operação Águas Claras para apurar um esquema de desvio de recursos públicos repassados à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), envolvendo dirigentes do órgão e empresários. Em nota, a PF informou que cinco investigados foram presos e quatro foram conduzidos coercitivamente a unidades da PF em São Paulo e no Rio. Outros 16 mandados de busca e apreensão também foram cumpridos. Todas as medidas foram expedidas pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

O trabalho é fruto de parceria entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, com a participação da Controladoria-Geral da União, e iniciou-se após denúncias de atletas, ex-atletas e empresários do ramo esportivo brasileiro.

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As investigações apuram o destino de cerca de R$ 40 milhões repassados à CBDA. Há indícios de um esquema de desvios de recursos públicos captados por meio de convênios e leis de fomento ao esporte, sem a devida aplicação - conforme previsto em lei e nos contratos assinados. Segundo o inquérito policial, ao invés dos valores recebidos serem aplicados corretamente (em incentivos aos esportes aquáticos e na viabilização de práticas esportivas aquáticas), os recursos eram mal geridos ou desviados para proveito pessoal dos investigados.

Apesar de se tratar de entidade privada, uma confederação desportiva recebe recursos públicos federais por meio de convênios com o Ministério do Esporte, de recursos provenientes da Lei de Incentivo ao Esporte, da Lei Agnelo Piva. No caso da CBDA, também recebe patrocínio dos Correios - que também é uma empresa pública. Assim, a entidade está submetida à Lei de Licitações e seus agentes são considerados funcionários públicos para efeitos penais, conforme o Código Penal (artigo 327).

Os investigados responderão, de acordo com suas participações, pelos crimes de peculato, associação criminosa e fraude a Lei de Licitações, sem prejuízo de outros crimes eventualmente apurados no decorrer da instrução criminal.

O presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, reconduzido ao cargo depois de ser afastado pela Justiça de São Paulo, foi multado em R$ 20 mil pelo Tribunal de Contas de União (TCU) por irregularidades na utilização dos recursos obtidos por meio da Lei Agnelo-Piva. O acórdão foi publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial da União.

Entre diversas irregularidades encontradas no relatório, que teve como relator o ministro Vital do Rêgo, a que causou a multa a Coaracy diz respeito às "deficiências na realização das pesquisas de preços efetuadas pela empresa Agência Roxy de Turismo". No entender do ministro, a CBDA não estabeleceu parâmetros para a cotação de preços para hospedagem em hotéis do Rio.

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"De forma semelhante, a empresa pesquisou preços para contratação de seguros de viagem junto a três empresas cujas cotações de preços de duas delas não detalhavam as condições oferecidas para que se pudesse avaliar se de fato a empresa contratada ofereceria o mesmo produto das demais pelo menor preço. A mesma prática foi identificada nas cotações de serviços de transporte", escreve Rêgo em seu relatório.

De acordo com o acórdão, funcionários da CBDA informaram que não há verificação das cotações e preços apresentados pela Roxy, que venceu 37 de 42 licitações realizadas pela CBDA entre 1.º de janeiro de 2013 e a data de fiscalização, entre setembro e outubro de 2015.

Rêgo lembra que "O fiscal (do contrato) indicado pelo presidente (Coaracy) é o mesmo funcionário que, ao ser entrevistado durante a auditoria, afirmou que não realizava qualquer conferência nas pesquisas de preço realizadas pela citada agência de turismo".

Essas irregularidades foram encontradas em uma "amostra pontual", de apenas quatro contratos. Além de Coaracy, também foi multado Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga, diretor financeiro da CBDA. "As irregularidades aqui levantadas direcionam a necessidade de a CBDA rever seus controles internos e de adotar medidas para coibir a reincidência dessas ações", finaliza Rêgo em seu voto.

A indefinição sobre a renovação do patrocínio dos Correios, que dá suporte à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) desde 1981, fez a entidade anunciar que apenas oito brasileiros participarão das provas de natação do Mundial de Desportos Aquáticos do ano que vem, em Budapeste, na Hungria. Como comparação, 25 foram convocados para o Mundial de Kazan, na Rússia, em 2015.

Para explicar a decisão, a CBDA divulgou boletim na última segunda-feira culpando a "indefinição até o momento do orçamento para 2017, visto que nosso principal patrocinador acenou com uma drástica contenção e, até o momento, não foi renovado o contrato de patrocínio."

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O boletim com a definição dos tempos de classificação para o Mundial deveria ser divulgado até esta terça-feira, uma vez que na quarta-feira começa em Palhoça (SC) o Campeonato Brasileiro Sênior/Torneio Open, primeira seletiva para Budapeste.

Com a restrição no número de vagas, não serão adotados índices mínimos por prova, como de costume. Os convocados serão definidos a partir dos oito melhores índices técnicos obtidos no Brasileiro/Open e no Troféu Maria Lenk do ano que vem. Esses índices são apontados a partir de uma tabela universal, da Federação Internacional, que determina um numeral para cada tempo feito em cada prova.

O corte orçamentário também atinge outras competições, como o Mundial Júnior, que será disputado em Indianápolis, nos EUA. Os critérios de classificação serão os mesmos do Mundial de Esportes Aquáticos, com apenas oito vagas disponíveis. A Cingapura, em 2015, foram 20 brasileiros.

Em meio à crise, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) aprovou nesta semana em Assembleia Geral Extraordinária, no Rio de Janeiro, mudanças significativas em seu regimento interno. As alterações, entretanto, estão condicionadas à aprovação da Justiça para entrar em vigor e já são questionadas por dirigentes. "Foram discutidas muitas coisas de ordem política e poucas coisas da atualização estatutária", afirma Miguel Cagnoni, presidente da Federação Aquática Paulista (FAP).

A assembleia, convocada para que a entidade adequasse o estatuto às novas exigências da Lei Pelé, conforme recomendação do Ministério Público Federal, introduziu a votação de alguns pontos polêmicos. Na opinião de Cagnoni, candidato da oposição na eleição presidencial da CBDA no primeiro trimestre de 2017, um dos dispositivos aprovados é "arbitrário". O artigo 74 diz que o presidente de qualquer federação que causar prejuízo para a imagem da CBDA, de ordem moral, ética ou financeira, pode ter o mandato cassado ou ter sua entidade desfiliada. Nos bastidores, a decisão foi chamada de "lei da mordaça".

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Além disso, os atletas perderam força dentro da entidade. A comissão de atletas, que tinha poder de voto equivalente ao de uma federação, teve a força reduzida para apenas 1/6 de representação. E a formação do grupo continua sendo nomeada pela CBDA, enquanto deveria ficar a critério dos próprios esportistas. Outro ponto discutido foi o quórum necessário para a convocação de uma assembleia extraordinária.

As mudanças foram aprovadas por maioria simples. "Havia um grupo controlado pela situação que vota em bloco independente do que seja discutido. Por mais que a gente discutisse, era minoria. As votações eram sempre 20 a 6, 19 a 7, 18 a 8", diz. Das 27 federações, apenas o presidente da Federação Aquática de Goiás (Fago) não compareceu à reunião.

Na terça, a oposição conseguiu a aprovação de uma liminar, na qual o juiz Paulo Roberto Correa, da 8ª Vara Cível do Rio de Janeiro, determinou que as alterações do regimento interno da entidade só serão validadas se forem acatadas pela Justiça. "Tudo o que foi discutido só vai entrar em vigor se o juiz entender que aquilo não fere o direito de ninguém e não contém abuso", explica o dirigente paulista.

Na semana passada, o Ministério Público Federal entrou com uma ação contra o presidente Coaracy Nunes, no cargo desde 1988, por improbidade administrativa e suspeita de fraude em licitação para a compra de material esportivo. Os coordenadores técnicos de natação, Ricardo de Moura, e de polo aquático, Ricardo Gomes Cabral, também são réus.

A diretoria da CBDA faria uma entrevista coletiva nesta quinta-feira para abordar temas que "necessitam de esclarecimentos técnicos na área jurídica" com Marcelo Franklin, mas foi adiada "em razão de compromissos profissionais urgentes do advogado porta-voz".

"Todos os presidentes que participaram da Assembleia já voltaram para seus Estados. É uma coletiva da CBDA sobre o que ela entende que deva ser falado sem que ninguém possa falar se concorda ou discorda", opina Miguel Cagnoni. E complementa: "A gente está perdendo muito tempo discutindo coisas de ordem jurídica e estamos deixando de olhar para o mais importante que é a natação e os esportes aquáticos. Qual é o programa olímpico para 2020? Como isso será feito? Os atletas estão esperando essas definições."

O Ministério Público Federal ajuizou uma ação contra o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, e o diretor financeiro da entidade, Sérgio Ribeiro Lins de Alvarenga, por atos de improbidade administrativa. Além disso, os coordenadores técnicos de natação, Ricardo de Moura, e de polo aquático, Ricardo Gomes Cabral, responderão ao processo.

Cinco empresas e seus sócios também são réus. O MPF pediu à Justiça Federal o afastamento dos integrantes da CBDA - o presidente está à frente da entidade desde 1988 - durante a tramitação do processo. A ação ainda solicita o bloqueio imediato de bens dos envolvidos em valores que chegam a R$ 4,53 milhões.

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O presidente da CBDA é investigado por participação em fraudes de licitações para a aquisição de materiais esportivos para a preparação dos atletas de maratonas aquáticas, nado sincronizado e polo aquático para a Olimpíada do Rio. Segundo a Operação Águas Claras, do total de R$ 1,56 milhão, 79% foram pagos a uma empresa de fachada, a Natação Comércio de Artigos Esportivos. O repasse da verba foi feito por um convênio firmado com o Ministério dos Esportes, em 2014.

A sede da empresa está registrada em um endereço onde funciona um pet shop, no Alto da Lapa, zona oeste de São Paulo. O imóvel pertence a Haller Ramos de Freitas Junior, que já foi sócio da firma "fantasma". As investigações apontam Haller como o responsável pela empresa, embora hoje ela esteja oficialmente sob administração de José Nilton Cabral da Rocha.

As outras quatro empresas que faziam parte das licitações foram desclassificadas com a alegação de que as companhias tinham sócios em comum ou com laços de parentesco. Uma microempresa leva o nome de Haller, a Competitor Comércio de Produtos para Piscinas Esportivas tem a mulher de Haller, Mônica Ramos de Freitas, como sócia. Sérgio Alexandre Weyand é o responsável pela Fiore Esportes - Comércio, e seu cunhado, André Perego Fiore, é o administrador da Polisport Indústria e Comércio.

Das cinco empresas participantes, três - Haller, Competitor e Natação - foram apontadas como vencedoras. Desclassificadas, os itens atribuídos às concorrentes Haller e a Competitor foram repassados à Natação. Os valores das propostas não foram divulgados pela CBDA, que também não informou se uma nova cotação foi realizada antes da decisão final.

Além da fraude na licitação, a investigação aponta irregularidades na execução do contrato de compra e venda com a empresa Natação. Segundo os peritos, houve superfaturamento de 13% do valor dos materiais em relação ao preço de referência. A CBDA pagou R$ 1,26 milhão para a Natação. Não há comprovação de que a confederação tenha recebido os produtos.

O presidente Coaracy Nunes e o diretor financeiro da CBDA são apontados como coordenadores das fraudes, que tiveram participação dos coordenadores técnicos de natação, Ricardo de Moura, e de polo aquático, Ricardo Gomes Cabral. Keila Delfini da Silva, sócia de Mônica Ramos de Freitas na Competitor, completa a lista de réus.

Marcelo Franklin, advogado da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e responsável pela defesa de João Gomes Junior, admite estar surpreso com o vazamento da informação de que o nadador teve resultado positivo em exame de doping realizado no Mundial de Natação em piscina curta, disputado em dezembro, em Doha (Catar). Agora, trabalha para fazer a defesa do capixaba de 28 anos, que ajudou o Brasil na conquista de três ouros na competição.

"Tenho falado com o atleta e estamos preparando a defesa, tentando entender o que poderia ter acontecido. O João tem uma carreira limpa, nunca teve problemas", afirmou. Franklin diz que, por questões éticas, não pode dar detalhes do estágio do processo envolvendo o brasileiro. Segundo o advogado, o caso só sai do sigilo quando o atleta for colocado em suspensão provisória - para isso acontecer, deverá ter havido a abertura da contraprova e a apresentação da defesa. "A verdade é que essa informação não deveria ter vazado".

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O resultado positivo de João Gomes Junior foi divulgado na última segunda-feira, pelo canal de TV a cabo SporTV. Segundo o comentarista Alex Pussieldi, o brasileiro foi pego por uso de um diurético, substância proibida pelo código da Agência Mundial Antidoping por ser um agente mascarante, e que teria havido uma contaminação durante a manipulação do suplemento alimentar usado pelo nadador. Franklin não confirma a informação. "Ainda estamos levantando os fatos, não podemos concluir que houve contaminação, o atleta não tem defesa apresentada".

A comunicação oficial do resultado do exame realizado em Doha virá por meio da Federação Internacional de Natação (Fina), o que pode acontecer nos próximos dias. Assim que o atleta entrar em suspensão provisória, a entidade marcará a realização de um painel, ou seja, um julgamento, onde serão analisadas as justificativas de João Gomes Junior. Se houver discordância do resultado final, por parte do atleta ou da Fina, um recurso poderá ser levado à Corte Arbitral do Esporte (CAS). A expectativa de Franklin é que o caso seja definido até fevereiro.

João Gomes Junior é atleta do Pinheiros-SP e disputou cinco provas no Mundial de Doha. Especialista no nado peito, não foi ao pódio nas disputas individuais (50 e 100 metros), mas participou das eliminatórias de três revezamentos - 4 x 50 metros medley masculino, 4 x 100 metros medley masculino e 4 x 50 metros medley feminino - em que o Brasil ganhou ouro. Caso seja suspenso, o País perderá as medalhas e, consequentemente, o primeiro lugar geral da competição, feito inédito para a modalidade.

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