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A atenção primária à saúde é a porta de entrada no sistema de saúde no Brasil. Na pandemia da Covid-19, seu potencial para prevenção, vigilância e atendimento de casos leves poderia ter evitado a sobrecarga de hospitais e emergências. A conclusão é de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB), do Instituto René Rachou (Fiocruz Minas) e da Escola de Administração de Empresas do Estado de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EAESP) em artigo publicado nesta segunda (28) na “Revista Brasileira de Medicina da Família e Comunidade”.

Os autores analisaram documentos publicados durante o primeiro ano da pandemia, como recomendações do Ministério da Saúde (MS) e de órgãos governamentais como o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS). Também compuseram a análise notas técnicas publicadas por sociedades científicas como a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC). O objetivo foi verificar os aportes técnicos para o trabalho na atenção primária à saúde, que compreende serviços como a Estratégia de Saúde da Família e procedimentos como vacinação e testagens.

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A pesquisadora Michelle Fernandez, uma das autoras do artigo, explica que a atenção primária consegue chegar facilmente à população, pois tem capilaridade no território brasileiro e está presente em áreas de vulnerabilidade social.

“Isto dá à atenção primária à saúde capacidade de mapear e recomendar isolamento de casos suspeitos, e esse é um mecanismo muito eficaz de desaceleração do contágio. Porém, no caso da Covid-19, não havia normativas do Ministério da Saúde indicando a atuação nesse sentido para frear o avanço naquele primeiro momento”, aponta.

Fernandez observa que outros entes, como estados e municípios, organizaram o enfrentamento à Covid-19 diante da ausência de coordenação nacional. Mesmo passados quase três anos do início da pandemia, ainda é tempo para o MS atuar de forma mais assertiva em diversas frentes do combate à Covid-19, sobretudo na vacinação, destaca a pesquisadora.

“Já temos vacina para toda a população maior de seis meses e atualizadas para as novas cepas, mas o Ministério da Saúde ainda não comprou as vacinas com essa atualização”, destaca.

Conforme a autora, também é fundamental que a gestão pública atente para o bem-estar dos profissionais da atenção primária à saúde, que atuam em diversas frentes desde o início da pandemia.

“Temos profissionais lidando com novos casos na triagem e cuidando de pacientes na Covid longa, e boa parte dessa demanda chega pela atenção primária. Também temos profissionais trabalhando ativamente na vacinação. Eles estão sobrecarregados, com saúde mental debilitada, e o atual governo não estabeleceu política para cuidado desses profissionais”, frisa Fernandez.

O estudo evidencia a importância da coordenação do Ministério da Saúde para a atuação bem-sucedida da atenção primária à saúde e de suas equipes em todo o Brasil.

“Outro achado interessante é a participação de atores além dos estatais na ressignificação da política pública para a atenção primária à saúde”, completa Fernandez, mencionando a contribuição de redes e entidades científicas no período analisado.

Fonte: Agência Bori

  O H3N3 é uma variante do vírus influenza, que atualmente está circulando nos estados brasileiros, e atingindo principalmente as crianças. O vírus é um dos principais responsáveis pela gripe comum e pelos resfriados, sendo facilmente transmitido entre pessoas por meio de gotículas liberadas no ar quando a pessoa gripada tosse ou espirra. Por sua facilidade no contágio, é necessário tomar as devidas precauções e no caso de contaminação, fazer o tratamento correto.

Para entender melhor, o LeiaJá entrevistou a pediatra e professora do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro, Dra. Cláudia Lopes, esclareceu sobre as maneiras de contaminação.

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"O H3N3 é um vírus influenza, a transmissão é feita por gotículas e contato. Então quando você se aproxima um metro e meio de uma pessoa contaminada, você corre o risco de se contaminar", afirmou. 

Prevenção e Tratamento 

De acordo com a pediatra, o vírus deve ser prevenido com a vacina anual de influenza. Em caso de contaminação, crianças abaixo de 5 anos ou com comorbidades devem receber um antiviral, o Tamiflu, que age diminuindo na replicação viral. Já para as crianças maiores de 5 anos e sem comorbidades, o recomendado é repouso, hidratação, analgésico e antitérmico. 

Vacinação 

Segundo levantamento do Programa Estadual de Imunizações (PNI-PE), a cobertura vacinal de influenza está em 47,35% em Pernambuco. Já em relação a Covid-19, o estado conta com a primeira dose 1.515.661 pernambucanos , com a segunda 1.388.681, com o primeiro reforço 878.350, segundo reforço 123.219 e com o terceiro 63.067 pessoas vacinadas.  

O avanço da variante Ômicron já causa uma explosão de casos e internações no Brasil. Números do Observatório Covid Fiocruz atestam que em sete unidades da Federação a ocupação dos leitos de UTI Covid-19 ultrapassa 80%; o Distrito Federal chegou ontem à ocupação máxima. Além disso, o País registrou nesta terça-feira (25) o maior número de mortes desde novembro e a maior taxa de transmissão do vírus desde julho de 2020. Para especialistas, o momento é de preocupação e de reavaliar as medidas de prevenção e de restrição de aglomeração.

Sobre ocupação dos leitos de UTI destinados à Covid-19, os números da Fiocruz mostram que o porcentual está acima de 80% em Distrito Federal, Espírito Santo (80%), Goiás (82%), Mato Grosso do Sul (80%), Pernambuco (81%), Piauí (82%) e Rio Grande do Norte (83%). Em São Paulo, é de 65% no Estado e de 71% na capital (dados de ontem). No Rio, a situação é um pouco mais preocupante: 62% no Estado, mas 96% na capital.

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"Não é a mesma situação que tivemos há um ano. Hoje, o número total de leitos é muito menor que em agosto. Além disso, tenho muita fé na vacina, não acredito que vamos reviver o que já vivemos, com pessoas chegando aos hospitais sem respirar, praticamente mortas", afirmou a pesquisadora Margareth Portela, do Observatório Covid-19/Fiocruz. "Mas não dá para menosprezar que existe um crescimento e que seguimos vivendo como se não houvesse uma pandemia; as pessoas estão tratando isso como se fosse uma 'gripezinha' e não é. Precisamos de novas medidas."

SRAG

Além disso, o novo Boletim Infogripe Fiocruz mostra que 25 das 27 unidades da Federação apresentam tendência de crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas últimas seis semanas. Nas capitais, 23 das 27 apresentam igualmente sinal de crescimento. "Certamente estamos vivendo uma explosão de casos da Ômicron, e isso já era mais ou menos esperado pelo que acompanhamos no restante do mundo; a variante é dos vírus mais infecciosos de que se tem notícia", afirmou o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio Guimarães, pesquisador da UFMG. "Acho que o momento é de repensarmos algumas estratégias; não acho que seja necessário um lockdown, mas não é possível seguir com o processo de abertura."

Transmissão

O Imperial College de Londres, referência em análise da crise sanitária, apontou nesta terça-feira que a taxa de transmissão (Rt) no Brasil está se expandindo e já é a maior desde julho de 2020: 1,78. Isso significa que cada 100 pessoas contaminadas infectam outras 178. Na semana passada, esse indicador estava em 1,35 - após os números ficarem quase um mês sem ser calculados, pelo apagão de informações no Ministério da Saúde. Somente quando esse índice fica abaixo de 1 pode-se dizer que a doença está arrefecendo; agora, está acelerando.

"É descontrole total", diz a integrante do Comitê de Combate ao Coronavírus da UFRJ e especialista em gestão em saúde Chrystina Barros. "Nosso modelo matemático baseado exclusivamente na taxa de transmissão indica lockdown, mas isso, por si só, não é suficiente. De qualquer forma, há outras medidas a serem implementadas, como a obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços abertos, restrição do número de pessoas em locais fechados e também no transporte público. Não dá para cancelar o carnaval e manter o Maracanã com 50 mil pessoas."

Mortes e casos

O novo avanço da pandemia também é notado nos balanços dados diários do consórcio de veículos de imprensa, que inclui o Estadão. O Brasil registrou 489 novas mortes pela Covid-19 nesta terça-feira, maior número desde 12 de novembro. A média semanal de vítimas, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 332, mantendo tendência de crescimento pelo 14.° dia consecutivo. O número de novas infecções foi de 199.126, o terceiro maior número da pandemia. A média móvel de testes positivos atingiu um novo pico e está em 159.789.

Risco futuro

Segundo especialistas, a situação atual só não é mais grave por dois motivos. Um é que a Ômicron é aparentemente menos virulenta que suas antecessoras. Outro - sobretudo - é porque o vírus agora se espalha em uma população já amplamente vacinada. Por isso, o número de casos graves e mortes não cresceu na mesma proporção que o número de novas infecções. O número de pessoas vacinadas com ao menos uma dose contra a Covid-19 no Brasil chegou nesta terça-feira, a 163.389.955, o equivalente a 76,06% da população total, segundo o consórcio de veículos de imprensa - e 148,5 milhões receberam a segunda dose ou um imunizante de aplicação única, o que corresponde a 69,15%.

Mas, se a disseminação do vírus se mantiver nessa velocidade, pode haver sobrecarga nos sistemas de saúde. Há também o risco do surgimento de uma nova variante.

"A Ômicron prevalece nas vias aéreas superiores, não desce muito para os pulmões. Além disso, a variante é mais suscetível ao interferon, que é uma molécula produzida pelo organismo que ajuda no combate ao vírus. Por isso, ela não causa tantos casos graves e mortes", explica Flávio Guimarães. "Mas, se não limitarmos a circulação do vírus, os casos graves e as mortes vão aparecer: é uma questão matemática. E se o vírus continuar se multiplicando de forma descontrolada, novas variantes podem surgir."

DF: 90% de internados não completaram vacinação

A taxa de ocupação de leitos de UTI para tratamento de Covid-19 chegou a 100% no Distrito Federal. Segundo a Secretaria de Saúde local, 90% dos internados são pessoas que não se vacinaram ou que estão com o ciclo vacinal incompleto.

Às 9h40, não havia leitos disponíveis para adultos na rede pública, segundo o painel oficial. Anteontem, a taxa de ocupação durante todo o dia permaneceu acima dos 90%.

No momento, o DF tem 83 leitos de UTI para o tratamento de pacientes com Covid, mas 25 estão bloqueados por falta de equipe médica disponível para atendimento. As duas unidades que estavam vagas foram ocupadas. Ao todo, dez pacientes aguardavam na lista de espera para tratamento. Na rede privada, dos 123 leitos exclusivos para pacientes com Covid, 72 estavam ocupados na manhã desta terça (60%).

O governo do DF montou um plano de ação para expandir a rede de leitos, que prevê a expansão dos 83 leitos atuais na rede pública para até 217, conforme a necessidade de atendimento, contratando leitos. "Estamos ingressando, todos os dias, com algo em torno de dez leitos, vamos dar conta de segurar toda a saúde", disse o governador Ibaneis Rocha.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Espanha registrou nesta terça-feira (21) 49.823 contágios por Covid-19 em 24 horas, seu maior número desde o início da pandemia, enquanto a variante ômicron, mais contagiosa, representa quase metade dos novos casos, informou o Ministério da Saúde.

O último recorde de casos em 24 horas na Espanha, um dos países mais afetados na primeira onda da pandemia, era de 39.000 e foi alcançado há quase um ano, em 13 de janeiro.

Hoje, a incidência chegou a 695 casos por 100.000 habitantes em 14 dias. Além disso, a ômicron representou 47% dos novos casos registrados entre 6 e 12 de dezembro.

Com cerca de 47 milhões de habitantes, a Espanha registra um total de 5.585.054 contágios desde o início da pandemia.

O governo se reunirá nesta quarta-feira com as administrações regionais, que têm competência em matéria sanitária, para avaliar medidas adicionais para fazer frente à nova onda de propagação do vírus.

A Catalunha, uma das regiões mais populosas do país, anunciou hoje que pedirá à Justiça autorização para aplicar novas restrições, entre elas o toque de recolher entre 01h00 e 06h00 da manhã e o fechamento de discotecas a partir da noite de quinta-feira.

Nas últimas semanas, algumas autoridades regionais ampliaram o uso do passaporte sanitário para acesso a locais públicos.

A Espanha é um dos países com maior taxa de vacinação da Europa, com 89,7% da população maior de 12 anos totalmente vacinada. Além disso, o país foi um dos primeiros do continente a iniciar a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, em 15 de dezembro.

A variante ômicron foi detectada pela primeira vez em novembro na África do Sul e tem se espalhado rapidamente por ser altamente contagiosa, o que levou diversos países a endurecer as restrições sanitárias.

A ômicron é agora dominante na Dinamarca, que também registrou um recorde de casos em 24 horas nesta terça-feira, enquanto nos Estados Unidos a nova variante representou 73,2% das infecções de covid-19 registradas na semana que se encerrou em 18 de dezembro, segundo as autoridades sanitárias americanas.

A maratona de Wuhan, que deveria acontecer neste domingo, foi adiada praticamente sem aviso prévio pelos temores de um aumento de casos de Covid-19 na China, antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022.

Pequim registrou, neste domingo (24), 26 novos casos locais de Covid-19, o mais recente surto a testar a política chinesa de tolerância zero com o vírus, a 100 dias do início dos Jogos.

As autoridades tentam conter os contágios do vírus com testes em larga escala e confinamentos direcionados.

Mas com o aumento de casos, os organizadores da maratona de Wuhan afirmaram em um comunicado o adiamento da prova na cidade da região central da China "para evitar o risco de uma propagação pandêmica".

O evento deveria atrair 26.000 participantes à cidade, onde o coronavírus foi identificado pela primeira vez no fim de 2019.

O comitê organizador informou que devolverá o valor da inscrição dos participantes.

A China conseguiu reduzir drasticamente os contágios de Covid com uma campanha agressiva de testes e um rígido controle das fronteiras.

Não está claro se a maratona de Pequim acontecerá no próximo domingo.

As investigações dos dois casos de variante delta em pernambucanos não conseguiram estabelecer a rede de transmissão da infecção. Diante dos resultados, o secretário Estadual de Saúde (SES), André Longo, afirmou que há transmissão comunitária da variante delta no território pernambucano. Há outros sete casos suspeitos de variante delta no estado.

"Hoje a gente pode afirmar que, por conta de não termos identificado os vínculos, há uma transmissão comunitária já", disse o secretário em coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (18). A variante delta é uma mutação mais contagiosa da Covid-19.

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A transmissão comunitária é um modo de circulação em que as autoridades não conseguem rastrear o paciente que originou a cadeia de infecção. A modalidade difere dos casos importados, quando uma pessoa adquire o vírus em viagem ao exterior, e da transmissão local, quando alguém é contaminado por alguém infectado em outro local.

Os dois casos de variante delta foram confirmados na quinta-feira (12). São dois homens da Região Metropolitana do Recife, um de 24 anos, morador de Abreu e Lima, e outro de 49 anos, de Olinda. Eles apresentaram os sintomas em 15 de julho. 

Os pacientes apresentaram sintomas leves, sem necessidade de hospitalização e evoluíram para a cura. Ambos tomaram vacina contra a Covid-19, o que a SES acredita que pode ter auxiliado para que os sintomas fossem leves. 

Os sete casos em investigação são de pessoas que tiveram contato com os dois pacientes. "Casos que tiveram contato com essas pessoas passam a ser casos possíveis ou prováveis [da variante delta]", explicou Longo.

"Nós não vamos tratar a variante delta como um novo vírus", ressaltou. Segundo o secretário, o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Pernambuco não decidiu interromper os avanços do plano de convivência.

Pernambuco registrou neste sábado (17), 1.333 novos casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 49 são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 1.284 são leves. Com isso, o Estado totaliza 578.448 casos confirmados da doença.

Além disso, também foram confirmados novos 10 óbitos provocados pelo novo coronavírus, ocorridos entre os dias seis de abril e 16 julho. Agora, Pernambuco alcançou 18.304 mortes pela Covid-19. 

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Paulo César, professor de física, criou o RAC-19. Foto: Divulgação/SEE

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Um professor de física da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Alfredo de Carvalho, da cidade de Triunfo, Sertão de Pernambuco, criou um robô que atua contra a disseminação do novo coronavírus. O RAC-19, inventado pelo docente Paulo César, higieniza as mãos dos alunos com álcool sem que eles precisem encostar em uma superfície.

Em abril deste ano, o professor começou a criar o robô. A máquina é composta por peças de robótica Lego Mindstorms, bem como possui sensores de aproximação e de toque, fazendo com que o RAC-19 jogue jatos de álcool a cada segundo.

“Desenvolvi o projeto dentro do próprio laboratório de física da escola. Atualmente, ele está sendo utilizado na fila do refeitório, para garantir que todos os alunos higienizem as mãos antes de fazer a refeição. É uma medida que protege não só os estudantes, mas também os funcionários da unidade de ensino”, contou o professor, conforme informações da Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco.

A invenção, além de ajudar no combate à Covid-19, proporciona uma aula prática de física, já que trabalha com sensores e movimentos que acionam os jatos nas mãos dos alunos. De acordo com o professor, um novo protótipo deverá ser desenvolvido, desta vez com a participação dos estudantes. “Fico muito feliz por poder contribuir junto à escola no combate dessa doença. Mesmo sem contato com nenhuma superfície, nossos alunos ficam protegidos e com as mãos limpas nas dependências da escola. Meu desejo agora é compartilhar a ideia com outras instituições educacionais para que seja um trabalho utilizado por todos na luta contra a Covid-19”, finalizou o educador.

De acordo com os dados das Secretarias Estaduais de Saúde, cerca de 17% da população brasileira foi vacinada com a primeira dose e 8% receberam a segunda. O número é um reflexo do calendário de vacinação, que até o momento alcançou uma parcela de pessoas que compõem o grupo de risco: idosos a partir dos 60 anos, e profissionais da saúde em geral. Ainda não há previsão de vacina para pessoas fora do grupo de risco, aquelas que se encontram na faixa dos 20 e 30 anos.

O psicólogo Caio Guedes, 24 anos, está entre as pessoas que ainda não receberam a vacina e que percebem que a ansiedade e nervosismo predominam. "Está parecendo uma eterna espera acompanhada de uma preocupação de que, caso não tenhamos a vacina logo, maiores as chances de mutações mais perigosas", diz. Para combater este sentimento, Guedes explica que tenta se cobrar menos quanto ao futuro, pois o mundo está parado e o momento é de cautela.

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O psicólogo Caio Guedes aguarda pela vacina | Foto: Arquivo Pessoal

Entre as possibilidades de se entreter a fim de cuidar da saúde mental, Guedes conta que mantém contato com os amigos, procura fazer terapia e incentiva pessoas fazer o tratamento também. "Felizmente minha profissão me permite trabalhar à distância, então só tenho saído para comprar mantimentos e em situações inevitáveis. Ainda assim, quando saio me sinto numa guerra, como se qualquer passo errado pudesse explodir algo, evitando tocar em tudo e manter boa distância de outras pessoas", relata.

De acordo com o psicólogo comportamental Roberto Debski, dentro de uma realidade onde o ritmo da vacinação é insuficiente e lento, é preciso se adaptar e agir de maneira a manter a saúde física e mental. "É preciso trabalhar para desenvolver e aprimorar a resiliência pessoal, o gerenciamento do estresse e das emoções, e manter a calma e os cuidados necessários para evitar o contágio, cuidando de nós e dos outros", recomenda.

A empreendedora Caroline Martins, 32 anos, tem seguido os protocolos de segurança contra o coronavírus e conta que pratica caminhadas regularmente, além de se manter mais reclusa possível. "Procuro manter minha cabeça ocupada ao máximo e fugir algumas vezes das notícias ruins, que ficam martelando na minha mente", comenta. Ela trabalha em modo remoto, fator que contribui neste momento de pandemia. "Tenho recusado reuniões presenciais, direcionando-as somente para o ambiente online", complementa.

A empreendedora Caroline Martins mantem o isolamento social | Foto: Arquivo Pessoal

Segundo o psicólogo Debski, existem recomendações para aqueles que estão em home office. "Deve-se cuidar para separar o trabalho de outras atividades diárias e seguir um planejamento diário, uma rotina em que exista além do horário de trabalho, com atividades de lazer e físicas, tempo para alimentação, descanso e convívio social", explica. De acordo com Debski, essa flexibilidade permite que se mantenha uma sensação e percepção de que a vida cotidiana não está sendo prejudicada.

Uma rotina saudável ajuda a passar por este período turbulento, uma vez que as atividades e o convívio já impactados não voltarão totalmente ao que eram. "Novas realidades e possibilidades se abriram a partir das necessidades que a pandemia nos trouxe, devemos entender esse fenômeno como uma herança da pandemia, um novo tempo, novos hábitos e rotinas. Resumindo, o mundo corporativo, e também o familiar e relacional não serão mais os mesmos daqui por diante", finaliza.

Calendário de vacinação SP

Nos próximos dias, já estão confirmados os grupos de pessoas que poderão receber a vacina contra a Codiv-19 no estado de São Paulo. Na última segunda-feira (10), começou a imunização de pessoas com Síndrome de Down, pacientes em terapia renal substitutiva e transplantados, de 18 a 59 anos. Nesta terça-feira (11), foi a vez dos metroviários, grávidas acima de 18 anos, e pessoas com deficiência permanente (BPC) de 55 a 59 anos. Já na quarta-feira (12), pessoas com comorbidades de 55 a 59 anos. Na sexta-feira (14), pessoas com BPC ou comorbidade de 50 a 54 anos. E no dia 18 de maio, motoristas e cobradores.

Não há nenhum sinal de contágios após o show com 5.000 espectadores celebrado em 27 de março em Barcelona (Espanha), como parte de um teste clínico para buscar formas seguras de celebrar eventos apesar da Covid, anunciaram nesta terça-feira os organizadores.

Os espectadores não precisaram respeitar o distanciamento físico, mas utilizaram máscara, e "não há nenhum sinal que sugira que aconteceu uma transmissão dentro do evento", anunciou Josep Maria Llibre, médico do hospital catalão Germans Trias i Pujol.

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Todos os participantes foram submetidos a um teste de antígenos antes do evento e usaram máscaras PFF2 durante o espetáculo.

De acordo com o médico foram registrados apenas seis casos positivos, 15 dias depois do show, e os organizadores têm certeza de que "em quatro casos a transmissão não aconteceu durante o evento".

"Com ventilação otimizada, triagem de antígenos e uso de máscara, pode-se garantir um espaço seguro", disse o médico.

O show do grupo Love of Lesbian, um dos principais do cenário musical espanhol, foi promovido por um grupo de festivais e promotores musicais e pelo hospital Germans Trias i Pujol com o objetivo de mostrar que as apresentações podem ser compatíveis com a pandemia.

"Acredito que, mais uma vez, Barcelona e a cultura barcelonesa estão na vanguarda de uma situação que é nova, que consiste em preservar a atividade cultural com todas as garantias de saúde", celebrou Jaume Collboni, vice-prefeito da cidade.

"O mundo olha para nós, muitas pessoas nos perguntam como fizemos. O trabalho colaborativo foi a chave", disse Angels Ponsa, secretária de Cultura do governo catalão.

A mesma equipe organizou em dezembro um teste piloto deste protocolo em uma casa de espetáculos de Barcelona, com 500 participantes previamente testados para covid. Depois de vários dias, nenhum foi diagnosticado positivo.

O show de Barcelona foi uma das poucas iniciativas do tipo organizadas na Europa. Outro espetáculo similar aconteceu em março na Holanda, com 1.300 pessoas.

Na última semana, a revista científica Nature publicou a pesquisa Covid Longa. O estudo revela que pessoas recuperadas do coronavírus têm risco 59% maior de morrer no período de 6 meses após o contágio. O estudo teve como base o banco de dados nacionais de saúde de 87 mil pacientes do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos.

A pesquisa sobre as possibilidades do pós-Covid revelam que, além dos riscos de morte, uma parcela dos recuperados está com problemas de saúde. Foram identificadas falhas no sistema nervoso, distúrbios neurocognitivos e cardiovasculares. De acordo com o responsável pela pesquisa, Ziyad Al-Aly, a internação por Covid é a primeira etapa de um longo processo de reabilitação.

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Na pesquisa sobre as sequelas, cerca de 48 mil sobreviventes da Covid-19 foram consultados, e 80% deles apresentaram sintomas depois de semanas e até meses após a recuperação. Entre as alterações apresentadas estão fadiga (58%), dor de cabeça (44%), dificuldade de atenção (27%), perda de cabelo (25%) e dificuldade para respirar (24%).

Os pacientes estudados também apresentaram sintomas relacionados à ansiedade (13%) e depressão (12%). Mesmo antes da pandemia, essas alterações já eram agravantes na população brasileira. De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 9,3% dos brasileiros possuem algum transtorno de ansiedade; 5,8% da população é afetada por depressão. Fatores como pobreza e desemprego são agravantes deste cenário, segundo especialistas.

Com mais um morador confirmado com a Covid-19 nessa sexta-feira (16), Fernando de Noronha acumula 555 casos de contágio local e 82 importados. Com a pandemia controlada, a ilha registrou apenas dois óbitos.

Atualmente Noronha acomoda 28 pacientes em isolamento domiciliar, aponta a Administração, que calcula ter notificado 637 pessoas com a doença.

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Nessa sexta (16), três pacientes alcançaram a cura clínica e ampliaram o índice de recuperações para 607 casos.

A Índia, que já vacinou 87 milhões de seus 1,3 bilhão de habitantes contra a covid-19, enfrenta uma escassez de vacinas, segundo a imprensa local, em um momento em que o número de infecções diárias bateu novo recorde.

Nas últimas 24 horas, mais de 126.000 novas infecções foram registradas, levando várias regiões a aumentar as restrições de atividades.

O estado de Maharashtra, o epicentro da nova onda da pandemia e onde está localizada a megalópole de Bombaim, deve instituir um confinamento neste fim de semana.

O primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que recebeu sua segunda injeção nesta quinta-feira, tuitou que as vacinas são "uma das poucas maneiras de combater o vírus" e pediu às pessoas que sigam o exemplo.

No entanto, de acordo com o jornal Times of India, dez estados têm estoques de vacinas para apenas três ou quatro dias, incluindo Uttar Pradesh, onde vivem cerca de 200 milhões de pessoas, Bihar e Bengala Ocidental.

Em Maharashtra, o ministro regional da saúde alertou na quarta-feira que os estoques acabarão em três dias.

"Temos que dizer às pessoas que, como as vacinas não chegaram, elas precisam ir para casa", disse Rajesh Tope aos repórteres.

Os principais centros de vacinação de Bombaim ficaram sem doses nesta quinta, e o enorme Hospital Geral Municipal de Lokmanya Tilak interrompeu completamente a vacinação.

Em um centro de vacinação administrado pelo governo em Dharavi, a maior favela de Mumbai, longas filas se formaram para a vacinação.

"Estamos tentando ver o que podemos fazer para conseguir alguns suprimentos para amanhã", disse Afrin Sultana Khan, diretor do centro, acrescentando que não tinha ideia de quando as doses chegariam.

A Índia registrou quase 13 milhões de casos de covid-19 até o momento, 170.000 deles fatais.

O Ministério Público do Trabalho (MPT), em ano de pandemia da Covid-19 no Brasil, recebeu 40.279 denúncias relacionadas à doença. Segundo levantamento divulgado nessa quarta-feira (17), as denúncias são, principalmente, sobre ambientes e condições de trabalho com sérios riscos de contaminação de seus trabalhadores.

Até o dia 15 de março deste ano, de acordo com o MPT, foram ajuizadas 468 ações civis públicas, promovidas 563 mediações, além de 443 termos de ajuste de conduta firmados. O órgão ainda expediu mais de 14 mil recomendações a autoridades do poder público e empregadores, bem como foram instaurados mais de 11 mil inquéritos civis.

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De acordo com o Ministério, para que ações de combate ao novo coronavírus sejam realizadas no País, cada regional da instituição conta com um procurador. Os servidores trabalham como fiscalizadores e são responsáveis por planos regionais de combate aos riscos de contaminação entre os profissionais.

Para a reunião dos dados, o MPT contou com a atuação do Grupo de Trabalho Covid-19 (GT Covid-19), criado em 17 de março de 2020. Sua proposta é guiar iniciativas em prol da segurança dos trabalhadores.

“O MPT alcançou, em todo o Brasil, grande efetividade durante este período, não obstante as diversas dificuldades decorrentes da pandemia, de problemas estruturais e da insuficiência de políticas públicas na sociedade brasileira. O MPT canalizou diversas demandas da sociedade, sendo reconhecido como uma das instituições mais atuantes durante a pandemia”, destacou o coordenador do GT Covid-19, Ronaldo Lima dos Santos, conforme informações do site oficial do MPT.

O Ministério Público do Trabalho descreveu suas principais frentes de atuação. Confira na íntegra, a seguir, as informações do órgão:

Frigoríficos – Durante a pandemia, o setor de frigoríficos foi um dos maiores focos de disseminação de Covid-19 em ambiente de trabalho. Por meio do Projeto Nacional de Adequação do Meio Ambiente do Trabalho em Frigoríficos, o MPT atuou para garantir mais proteção à saúde de milhares de trabalhadores do setor no período da pandemia.

Hospitais – Além disso, o MPT buscou a proteção de profissionais de saúde que trabalham em hospitais de diversas partes do Brasil. Entre as medidas adotadas estão o acordo com oito hospitais municipais do Rio de Janeiro e a ação civil pública contra o município de Belém, que resultou em decisão liminar favorável. Mineração – Outra frente de atuação de destaque foi no setor da mineração. A instituição adotou medidas para reduzir casos de infecção de trabalhadores em minas localizadas nos estados de Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul.

Aplicativos – A preservação de trabalhadores de aplicativos de transporte de passageiros e de entrega também foi um dos focos do MPT. Entre os resultados estão o acordo judicial firmado entre o MPT-SP e a Rappi em dezembro e a liminar obtida pelo MPT-RJ em abril de 2020 contra o aplicativo transporte de passageiros Cabify.

Plataformas de petróleo – Em relação às plataformas de petróleo, o MPT realizou audiência em abril para investigar casos de adoecimento de profissionais na plataforma petrolífera operada pela empresa SBM Offshore, a FPSO Capixaba, localizada no litoral de Marataízes (ES). A instituição também conduziu investigações sobre a disseminação da doença em outras plataformas.

Telemarketing – O MPT em Mogi das Cruzes (SP) ajuizou em março do ano passado ação cautelar contra a TMKT Serviços de Marketing Ltda por expor seus funcionários ao risco desnecessário de contaminação pelo coronavírus. Em Sergipe, a instituição obteve decisão liminar que determinou a suspensão em todo o estado das atividades de teleatendimento e central de telemarketing da empresa Almaviva.

Unidades prisionais – A Justiça do Trabalho de Campinas (SP) concedeu liminar ao MPT e às entidades sindicais, determinando que o Governo do Estado de São Paulo cumpra uma série de medidas para garantir a proteção dos servidores e trabalhadores terceirizados das 176 unidades prisionais espalhadas pelo Estado de São Paulo, de forma a evitar o contágio do novo coronavírus. No Distrito Federal, o MPT notificou o Sistema Penitenciário do DF após surto da pandemia do Coronavírus infectar mais de 60 pessoas no Complexo da Papuda.

Destinações - Até o dia 15 de março, a instituição destinou R$ 338 milhões para a aquisição de equipamentos de proteção individual (EPIs) a profissionais de saúde, respiradores, ventiladores pulmonares e kits de testagem. O montante também foi utilizado para a doação de cestas básicas e enxovais a comunidades carentes. Os valores foram garantidos por decisões da Justiça do Trabalho ou por acordos extrajudiciais (termos de ajuste de conduta - TACs) e beneficiam todos os estados do Brasil e o Distrito Federal. Com isso, são beneficiados hospitais, associações e fundos municipais e estaduais de saúde, universidades, entes da federação, instituições filantrópicas que prestam assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade.

Parcerias – Além de integrar o Gabinete Integrado de Acompanhamento à Epidemia do Coronavírus (Giac-Covid-19), da Procuradoria-Geral da República (PGR), o MPT buscou parcerias com diversas instituições com foco na redução dos impactos decorrentes da pandemia. Foi firmado protocolo de intenções com a Caixa Econômica Federal para evitar contágio em agências do banco, bem como acordos de cooperação técnica firmado com o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) para a adoção de medidas de preservação do emprego e da renda dos trabalhadores e com a Caixa para individualizar as contas do FGTS.

MPs 927 e 936 – A instituição emitiu nota técnica sobre a Medida Provisória nº 927, que alterou a legislação trabalhista durante o período da calamidade pública, em razão da pandemia do coronavírus. O MPT também divulgou nota pública sobre a Medida Provisória nº 936, que institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. Os documentos demonstram preocupação em relação a pontos das medidas como a autorização a negociação de acordos trabalhistas individuais para tratar de temas sensíveis como redução de jornada ou de remuneração dos trabalhadores. Além das notas técnicas, houve articulação com os Poderes Legislativo e Executivo para alterar trechos das MPs.

Notas técnicas – As 26 notas técnicas (NTs) publicadas até o momento pelo GT Covid-19 buscam orientar empregadores para que adotem medidas de proteção aos mais diversos grupos de trabalhadores. Entre elas estão a NT 17, que conta com recomendações para a garantia da proteção de trabalhadores durante o trabalho remoto, e a NT 20, que traz medidas necessárias de vigilância em saúde do trabalhador, sanitárias e epidemiológicas, destinadas a evitar a expansão ou o agravamento da pandemia. Também foram produzidas notas técnicas para a proteção de indígenas, pessoas com deficiência, gestantes, professores, dentre outros grupos de trabalhadores.

Até a noite desta segunda-feira (22), em Pernambuco, 26.379 profissionais de saúde testaram positivo para o novo coronavírus - outros 46.219 casos entre os profissionais foram descartados. Os números foram divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde.

Esses números, segundo a pasta, correspondem aos profissionais de saúde de todas as unidades de saúde, sejam da rede pública (estadual ou municipal) ou privada. 

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Vacinação

Até o momento, Pernambuco já aplicou 341.186 doses da vacina contra a Covid-19, das quais 264.973 foram primeiras doses. Ao todo, foram feitas a primeira dose em 142.849 trabalhadores de saúde; 23.757 povos indígenas aldeados; 5.587 idosos em Instituições de Longa Permanência; 18.856 idosos entre 80 e 84 anos; 73.189 idosos a partir dos 85 anos, além de 735 pessoas com deficiência institucionalizadas.

Em relação à segunda dose, a Secretaria Estadual de Saúde assegura que já foram beneficiados 54.510 trabalhadores de saúde; 18.269 povos indígenas aldeados; 3.310 idosos institucionalizados e 124 pessoas com deficiência institucionalizadas; totalizando 76.213 pessoas que já finalizaram o esquema.

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A pandemia de Covid-19 mostra uma tendência nítida nos Estados Unidos nas últimas duas semanas: novos casos e hospitalizações por coronavírus caem, embora as infecções diárias ainda sejam mais elevadas do que no verão boreal.

Segundo especialistas, as razões para essa melhora são os gestos de prevenção (uso de máscara, distanciamento físico) e o fato de o efeito das festas de fim de ano estar passando.

Além disso, pelo menos em algumas áreas do país, o vírus já contaminou grande parte da população.

Os cientistas lembram, porém, que a situação é frágil e alertam que um relaxamento muito rápido das restrições pode causar um novo pico na epidemia que matou mais de 430 mil pessoas nos Estados Unidos.

Depois de uma queda nos casos durante o verão boreal, as infecções aumentaram no outono quando, com a queda das temperaturas, as pessoas começaram a se reunir em espaços fechados onde baixavam a guarda.

Depois vieram as festas de Ação de Graças, Natal e Reveillon e os encontros entre familiares ou amigos, que provocaram uma nova onda da epidemia.

Em meados de janeiro, os Estados Unidos registravam uma média de mais de 250.000 casos e mais de 130.000 hospitalizações por dia, de acordo com dados da plataforma colaborativa Covid Tracking Project.

Mais de 3.000 pessoas ainda morrem por Covid-19 todos os dias, mas a curva de contágio está no caminho certo.

"O período de viagens de que o vírus se aproveitou está quase no fim", explicou à AFP Amesh Adalja, do centro Johns Hopkins para Segurança Sanitária.

Prudência

A propagação de epidemias está ligada ao comportamento humano. Natalie Dean, especialista em doenças infecciosas da Universidade da Flórida, diz que constatou que a população "entra em ação quando o número" de infecções aumenta em sua região.

E cita os exemplos da Flórida, Texas e Arizona, três estados que são muito frouxos com medidas de prevenção, onde as infecções foram interrompidas graças a "medidas políticas ou pequenas mudanças de atitude".

Brandon Brown, especialista em saúde pública da Universidade da Califórnia, aponta outro motivo: "a diminuição da desinformação" sobre a pandemia, já que "é difícil negar a realidade das mais de 400 mil mortes" no país.

Mas, embora a população esteja mais cautelosa com o aumento de casos, o contrário acontece quando as infecções diminuem, alertam os especialistas.

Os Estados Unidos registraram cerca de 25 milhões de casos confirmados de coronavírus, mas as infecções reais podem ser muito maiores: entre 100 e 125 milhões de pessoas, de acordo com Jay Bhattacharya, professor de medicina em Stanford.

A campanha de vacinação em lares de idosos provavelmente contribuiu para a queda nas hospitalizações e mortes por Covid-19, diz o Dr. Adalja.

E está comprovado que as pessoas infectadas apresentam alto grau de imunidade por um certo tempo. Cerca de 21 milhões de pessoas também garantiram uma imunização parcial após terem recebido pelo menos uma dose da vacina.

No total, isso poderia representar quase 40% dos 330 milhões de habitantes, mas o país ainda está longe da meta de 85% para alcançar a verdadeira imunidade de rebanho.

Alguns estados de baixa densidade populacional, entretanto, chegam perto dessa imunidade.

Jeffrey Shaman, epidemiologista da Universidade de Columbia, fez um modelo sobre o impacto do coronavírus e considera que "entre 50 e 70% da população de Dakota do Norte foi infectada".

Um caso extremo, mas o Dr. Shaman explica que, entre o aumento da imunidade da população e o atual respeito às medidas sanitárias, a epidemia "deveria agora ser contida".

Como o Dr. Bhattacharya, Shaman teme que as medidas preventivas caiam na primavera, quando o deslocamento da população aumentar novamente.

Também deve-se levar em consideração as mutações do vírus. As variantes britânica, brasileira e sul-africana, que são mais contagiosas, podem aumentar o limite necessário para garantir a imunidade do rebanho. E, no caso da África do Sul, causa uma ameaça mais séria de reinfecção.

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, defendeu, nesta quarta-feira(13), a importância de os brasileiros continuarem seguindo as recomendações das autoridades de saúde como forma de tentar conter o aumento do número de casos do novo coronavírus (covid-19).

“Todo mundo deve estar focado em salvar vidas. Cada um no seu papel. Se o papel da pessoa é se prevenir para não ficar doente, tomar seus cuidados, manter o afastamento social, este é o papel dela”, disse o ministro, em Manaus, onde apresentou um balanço das ações dos governos federal e estadual para tentar controlar a disseminação do coronavírus no estado.

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“Temos que nos cuidar. Temos que seguir as orientações dos gestores. Não adianta lutar contra isto”, disse Pazuello após afirmar que todos têm que colaborar para que o país consiga superar a doença. “O papel das equipes de mídia é informar, manter a população a par do que está acontecendo para que ela fique calma e confie em quem está trabalhando. O dos empresários é manter suas estruturas funcionando para preservar os empregos das pessoas, mas com a devida prevenção e cuidados médicos”.

O ministro reafirmou que a população brasileira começará a ser vacinada ainda este mês. E que as vacinas cuja segurança e eficácia forem comprovadas serão distribuídas para todo o país ao mesmo tempo, de acordo com a proporção populacional dos grupos considerados prioritários. Pazuello também ressaltou que a população deverá manter os cuidados que já vêm sendo recomendados, como o uso de máscara, o distanciamento social e a atenção à higiene das mãos e de objetos, mesmo após o início da vacinação.

“Vamos vacinar em janeiro. A vacina induz à produção de anticorpos, mas isto não acontece no dia seguinte. A literatura [médica] fala em 30 a 60 dias. Não é tomar a vacina no dia 20 e, no dia 22 estar na rua fazendo festa”, alertou Pazuello.

Tratamento precoce

O ministro disse que devido à gravidade da situação atual em Manaus, a prioridade deve ser o tratamento precoce nas unidades básicas de saúde. Desde dezembro, o número de casos da covid-19 na capital manauara não para de aumentar.

“Não temos 30 ou 60 dias para esperar a imunização total [de parte da população a partir da aplicação da vacina]. A vacina faz parte de uma estratégia, cujo principal [ação] é o tratamento na unidade básica de saúde, o diagnóstico clínico feito pelo médico”, disse o ministro, acrescentando que não há “como resolver esta situação se não transformarmos o atendimento precoce em prioridade da prefeitura de Manaus”.

Dentre as ações em curso, como a abertura de novos leitos hospitalares para atendimento de pacientes com a covid-19 e o transporte de cilindros de oxigênio para suprir o aumento da demanda, o ministro mencionou uma parceria com o Hospital Sírio Libanês de “auxílio na gestão hospitalar”. De acordo com o ministro, a proposta é que especialistas verifiquem os casos de pacientes internados já em condições de deixar os hospitais, abrindo vaga para outras pessoas.

“Na correria, às vezes os médicos estão mais ocupados com salvar alguém do que em ver quem pode ir para lá ou para cá. Então, um apoio externo, neste momento, ajudará nesta responsabilidade. Com isso, pretendemos ter mais 150 leitos [disponíveis] ainda esta semana, por desospitalização para tratamento residencial”, explicou Pazuello.

 

Os participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 devem estar atentos às regras para evitar o contágio pelo novo coronavírus. As medidas que devem ser adotadas tanto na aplicação do Enem impresso quanto do Enem digital estão previstas nos editais dos exames, e o descumprimento poderá levar inclusive à eliminação dos candidatos.

A máscara de proteção facial será item obrigatório nesta edição do Enem. Além de precisar apresentar um documento oficial original com foto e de ter uma caneta esferográfica de tinta preta, fabricada em material transparente, quem não estiver de máscara não poderá fazer a prova. 

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Dentro de sala, os estudantes deverão permanecer com a máscara durante toda a realização do exame. O edital prevê que a máscara deve ser usada da maneira correta, cobrindo o nariz e a boca. Caso isso não seja feito, o participante será eliminado. Os candidatos poderão levar máscaras para trocar durante a aplicação, seguindo a recomendação de especialistas da área de saúde. 

O equipamento de proteção poderá ser retirado apenas para a identificação dos participantes, para comer e beber. Toda vez que retirarem a máscara, os participantes não devem tocar na parte frontal dela, e devem, em seguida, higienizar as mãos com álcool em gel próprio ou fornecido pelo aplicador. As mãos devem ser higienizadas também quando os participantes forem ao banheiro e no decorrer do exame. 

Outra regra é o distanciamento social. As salas, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), estarão dispostas de forma a assegurar a distância entre os participantes. 

Quem for diagnosticado com covid-19 ou apresentar sintomas da doença, ou de outra infectocontagiosa até a realização do exame deve comunicar o Inep pela Página do Participante e pelo telefone 0800 616161. Esses candidatos terão direito de participar da reaplicação do Enem nos dias 23 e 24 de fevereiro.

Pandemia

A realização das provas em um momento de aumento de dos casos e das mortes por covid-19 em todo o país preocupa professores, estudantes, autoridades e especialistas. “É um risco grande mobilizar milhões de pessoas em um momento desses”, diz o professor titular de epidemiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Roberto Medronho. Em todo o país, cerca de 5,8 milhões de estudantes estão inscritos para fazer o Enem, de acordo com o Inep. 

Segundo Medronho, as medidas anunciadas ajudam a controlar a transmissão, mas não há um cenário completamente seguro. "Garantia não há. O ideal é suspender o exame. Mas, posso dizer que vai minimizar de forma razoável o risco”, diz. 

De acordo com Medronho, os participantes podem também se proteger evitando aglomerações nos portões do local exame, mantendo um distanciamento de pelo menos 1,5 metro das pessoas ao redor, mesmo antes de entrar na prova. Devem também, mesmo que não seja obrigatório, levar máscaras para trocar ao longo do exame. “Recomendo que levem duas máscaras e que na metade da prova troque pela máscara nova. Com isso, estarão protegendo a si mesmos e protegendo os colegas”, orienta. 

Pedidos de adiamento

Com o agravamento da pandemia, surgiu nas redes sociais um novo movimento pedindo o adiamento do Enem. O Brasil bateu a marca de 200 mil pessoas mortas pela covid-19. O número diário de óbitos ultrapassou a marca de 1 mil por dia.

Na sexta-feira (8), a Defensoria Pública da União apresentou novo pedido de tutela de urgência para o adiamento das provas do Enem. As provas, de acordo com o pedido, devem ser adiadas "até que possa ser feito de maneira segura, ou ao menos enquanto a situação não esteja tão periclitante quanto agora".

Mais de 40 entidades científicas, entre elas a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), assinaram nota conjunta pedindo também o adiamento das provas. "É necessário adiar o Enem e é urgente que secretarias estaduais de Educação coordenem planejamentos para garantir as condições pedagógicas e sanitárias para que todos os estudantes participem do Enem. Esse exame existe para incidir na redução das desigualdades do acesso ao ensino superior e não pode servir para ampliar desigualdades ou, o que é inaceitável, se tornar espaço vetor de uma pandemia", diz a nota. 

Ine

Inep decidiu manter o exame, para garantir que os estudantes tenham acesso ao ensino superior e possam continuar a formação. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Inep, Alexandre Lopes, afirmou que a autarquia preparou-se para fazer o exame em um contexto de pandemia. “Temos a segurança [de] que a prova deve ser feita e que as condições de aplicação são adequadas, são as que precisam ser tomadas." 

O Enem 2020 será aplicado na versão impressa nos dias 17 e 24 de janeiro e, na versão digital, nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro.

Dois casos da nova variante do coronavírus foram encontrados pelo laboratório de diagnóstico Dasa, em São Paulo. A variante da Covid-19 já foi registrada em pelo menos outros 17 países.

No Reino Unido, essa variante chamada de B.1.1.7 representa mais de 50% dos novos casos diagnosticados, segundo aponta a Organização Mundial da Saúde. Ela é considerada 56% mais contagiosa do que o vírus 'normal' da Covid-19.

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Segundo o G1, não há evidência de que a variante provoque casos mais graves ou com maior índice de mortes, nem mesmo se é resistente à vacina. O laboratório Dasa apontou ao site que foram analisadas 400 amostras do teste RT-PCR de saliva - a confirmação da mutação foi feita por meio de sequenciamento genético -. 

A preocupação atual é de que os testes possam apresentar falsos negativos, com o exame não apresentando a presença do vírus. Para controlar isso, o laboratório brasileiro trabalha, em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP), para gerar material que permita os testes mais eficazes.

A nova cepa da Covid-19 é "entre 50% e 74%" mais contagiosa, afirmou um estudo médico divulgado nesta quinta-feira (24), que alertou sobre as consequências dela na mortalidade no Reino Unido.

"De acordo com os dados preliminares disponíveis", a variante da Sars-Cov-2, suspeita de ter causado o grande aumento no número de casos no sudeste da Inglaterra nas últimas semanas, "poderia ser entre 50% e 74% a mais contagiosa", informou o biólogo Nick Davies, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM), um dos autores.

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A estimativa, divulgada na internet e que ainda não confirmada por nenhuma revista científica, coincide com a de "50% a 70%" informada na segunda-feira em entrevista coletiva por cientistas que assessoram o governo britânico.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, falou no fim de semana passado sobre uma transmissão 70% maior, e as autoridades britânicas informaram à Organização Mundial da Saúde (OMS) que a nova cepa é entre 40% e 70% mais transmissível.

Detectada pela primeira vez em setembro no Reino Unido, esta variante chamada VOC 202012/01 carrega 22 mutações no genoma da Covid-19.

Uma delas afeta a proteína spike do coronavírus, com a qual o vírus se agarra às células humanas para penetrá-las, facilitando as contaminações.

Os pesquisadores do LSHTM "não encontraram elementos no momento que indiquem que as pessoas infectadas com esta mutação têm um risco maior de serem hospitalizados ou morrer".

Embora a nova cepa não seja mais perigosa que as anteriores, o provável "aumento significativo" no número de casos pode afetar o número de mortos, que pode "ser maior em 2021 do que em 2020", segundo o estudo.

As autoridades britânicas já anunciaram no último fim de semana novas restrições, como um reconfinamento em Londres e no sudeste da Inglaterra.

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