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O Conglomerado Cosan adquiriu participação de 4,9% do total de ações ordinárias (ex-tesouraria) da mineradora Vale. A afirmação foi feita pela companhia nesta sexta-feira (7). A empresa disse, ainda, que pretende aumentar a participação acima do percentual já adquirido e deve buscar imediatamente a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

De acordo com a Cosan, a aquisição foi feita por uma subsidiária, através de uma combinação de investimentos diretos (equity) e operação de derivativos, informou a Reuters. 

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O empresário Rubens Ometto, dono da Cosan, subiu no ranking de pessoas físicas doadoras às campanhas eleitorais de 2022 e agora figura no 3º lugar, com R$ 1,85 milhão destinado a políticos.

As doações foram realizadas entre os dias 22 e 24 de agosto e beneficiam aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL), como os ex-ministros Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo; Onyx Lorenzoni (PP-RS), que concorre ao governo do Rio Grande do Sul; Ricardo Salles (PL-SP), candidato a deputado federal; e Tereza Cristina (PP-MS), que concorre ao Senado.

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Tarcísio recebeu R$ 200 mil. Lorenzoni e Tereza Cristina captaram R$ 100 mil, e Salles, R$ 50 mil.

Outro candidato a governador que recebeu o aporte de Ometto foi Carlos Moisés (Republicanos), atual governador de Santa Catarina que concorre à reeleição. Ele recebeu R$ 100 mil. Moisés foi eleito pelo PSL, na carona da popularidade de Bolsonaro, mas rompeu com o presidente em meio à pandemia.

Além desses, figuram na lista de beneficiados 12 candidatos à Câmara dos Deputados e o diretório do PL no Mato Grosso.

Em primeiro lugar no ranking de doações de pessoas físicas está José Salim Mattar, fundador da Localiza e ex-secretário de Desestatização do governo Bolsonaro. O empresário Heitor Vanderlei Linden está em segundo.

Ometto entrou na lista de bilionários da revista Forbes em 2021. Liderou o ranking de doação nas campanhas de 2018, quando transferiu R$ 7,5 milhões, e em 2020, quando doou R$ 2,6 milhões.

A Cosan informou nesta terça-feira (14) que o empresário Celso Silveira Mello Filho estava com a família na aeronave King Air 360 que caiu no período da manhã, em Piracicaba, no interior do Estado de São Paulo, causando a morte de todos os ocupantes.

Celso era acionista e irmão do presidente do Conselho de Administração da companhia, Rubens Ometto Silveira Mello.

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Também estavam no avião a esposa de Celso, Maria Luiza Meneghel, seus três filhos, Celso, Fernando e Camila, o piloto Celso Elias Carloni e o copiloto Giovani Gulo.

O grupo Cosan atua em áreas de distribuição de combustíveis, usinas sucroalcooleiras e logística.

Mais cedo, às 9 horas, a queda de uma aeronave foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros.

Os bombeiros informaram que uma aeronave de asa fixa caiu nas imediações da Rua Cezira Giovanoni Moretti, em Piracicaba.

Imagens do local, divulgadas pelo órgão, mostram chamas em uma área de mata.

Inicialmente, seis viaturas foram deslocadas para a região para realizar o resgate e combater o incêndio.

Os bondholders (detentores de títulos de dívidas) do grupo Cosan aprovaram na quarta-feira passada a cisão da companhia em duas - Cosan Energia e Cosan Logística. Essa aprovação foi considerada a última etapa antes de a proposta ser levada aos acionistas da companhia, que deverão aprovar a transação em assembleia no segundo semestre, segundo fontes familiarizadas com a operação.

A aprovação por parte dos bondholders ocorreu dentro do prazo original estipulado pela companhia, que foi assessorada pelos bancos Bank of America Merrill Lynch, Morgan Stanley, Itaú, Bradesco e BTG.

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O anúncio de proposta de cisão foi feito dia 24 de fevereiro, mesmo dia que o grupo fundado pelo empresário Rubens Ometto Silveira Mello oficializou a proposta de incorporação da América Latina Logística por sua empresa controlada, a Rumo Logística.

Na estrutura atual da companhia a Cosan SA detém todos os ativos do grupo. A proposta é fazer uma cisão dos negócios com a formação de uma segunda empresa, a Cosan Logística. Se aprovada, a Cosan SA ficará responsável pelos ativos de energia, que incluem a Raízen Energia e Combustíveis (joint venture entre o grupo de Rubens Ometto e Shell), Cosan Lubrificantes e Radar (territórios agrícolas).

A segunda empresa, a Cosan Logística, terá a Rumo, que é o ativo de logística do grupo. Quando a Rumo se fundir com a ALL - o processo está em análise pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) -, a nova companhia terá abaixo a Rumo-ALL.

Cada acionista da Cosan SA terá depois dessa cisão uma ação da Cosan Energia e uma ação da Cosan Logística.

Bolsa

A Rumo Logística terá seu capital aberto, mas a companhia não será uma empresa listada. Esse processo vai ocorrer para que a Rumo possa incorporar a ALL, caso o Cade e a ANTT aprovem a transação. Hoje, a ALL tem suas ações negociadas em bolsa. No futuro, a nova companhia criada a partir da fusão entre as duas empresas terá seus papéis na Bolsa.

Criada em 2008, a Rumo foi concebida para fazer o transporte de cargas agrícolas. Junto com a operação da ALL, a nova companhia aumentará o escopo dos negócios, com ampliação da prestação de serviço. A ALL, com cerca de 12 mil quilômetros de malha ferroviária, é responsável por mais de 50% do escoamento de soja do País.

À época do anúncio da cisão, executivos da Cosan informaram que a divisão do grupo em empresas com ativos separados daria melhor clareza aos investidores sobre qual companhia apostar na Bolsa, uma vez que os negócios são diferentes.

Simplificação

O grupo não pretende fazer a cisão da Cosan Limited. Essa companhia passará a ter ações de duas empresas.

A simplificação de reestruturação de capital da Ltd, que tem sido cogitada há alguns meses pelo controlador da Cosan, ainda é uma possibilidade, mas não tem prazo para ocorrer. Quando e se acontecer, os acionistas da holding terão a opção de converter seus papéis das duas empresas abaixo dela. Procurada, a Cosan não comenta o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O grupo Cosan, comandado pelo empresário Rubens Ometto Silveira Mello, deverá formalizar nesta-segunda-feira (25) proposta para incorporação da ALL (América Latina Logística) pela Rumo. O acordo, contudo, não está concluído. A proposta vai ser submetida aos acionistas da ferrovia, que deverão analisá-la nos próximos 30 a 40 dias, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A Cosan tem pressa porque os fundos de pensão, que fazem parte do atual bloco de controle da ALL - Previ (Fundo de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil), Funcef (da Caixa Econômica Federal) e o BRZ ALL (que tem como cotistas Funcef, Petros, Postalis, Forluz e Valia) - estão insatisfeitos com o rumo das negociações. Segundo fontes, eles não teriam participado diretamente das conversas entre as duas companhias.

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No novo acordo discutido entre Cosan e ALL, desde o fim de 2013, a Rumo e seus acionistas (os fundos TPG e Gávea) devem ficar com cerca de 36% da nova companhia - a Cosan sozinha ficaria com até 27%, tornando-se a maior acionista individual. O restante fica com os acionistas da ALL.

A nova proposta também prevê mudanças no bloco de controle - hoje composto por Riccardo Arduini, conselheiro da ALL, sua esposa Julia Dora Arduini, GMI (Global Markets Investments, que representa o presidente do conselho de administração, Wilson de Lara), BNDESPar, braço de participações do BNDES; o fundo BRZ ALL, além de Previ, Funcef e BRZ. Pelo novo acordo, os acionistas privados e fundos ficariam de fora do bloco de controle. BNDESPar e Cosan teriam maior espaço. A Estáter, sob o comando de Pércio de Souza, representa a ALL. A Cosan é assessorada pelo Rothschild. Procuradas, as duas companhias não comentam o assunto.

Companhia integrada

A estratégia do empresário Rubens Ometto, fundador do grupo Cosan, é criar uma companhia de logística integrada, unindo ferrovia, rodovia e porto, em um modelo de negócio que ainda não existe no País.

Dos volumes de soja que chegam ao porto de Santos, cerca de 60% são via férrea. No caso do açúcar, apenas 20% chegam ao local por trilhos. No caso da celulose, 65% são escoados por trem. A nova companhia fará pesados investimentos para recuperar a capacidade de escoamento da ALL e ampliar a malha (ferroviária), de quase 12 mil quilômetros.

Os planos serão colocados em prática após aprovação da operação pelo Cade. Paralelamente ao acordo em discussão com a ALL, a companhia analisa participar dos leilões de concessões de terminais em Santos, o que dará maior musculatura para que a companhia avance em todos os modais logísticos.

Fundos

Na semana passada, os fundos de pensão mostraram-se insatisfeitos com o andamento das negociações e começaram a procurar bancos para que tenham uma representação independente da ALL. Segundo fontes, os fundos não querem barrar o acordo, mas acertar pontos que os beneficiem.

Os fundos afirmaram que não podem avalizar nenhum negócio sem conhecer todos os detalhes e, principalmente, sem que o valor seja condizente com o tamanho do ativo, já que se trata de uma empresa que controla a infraestrutura do escoamento da safra de soja pelo porto de Santos. “Até então, as negociações que estão em andamento nas últimas semanas não haviam chegado até os fundos. Eles só tinham recebido consultas informais, mas nada foi oficializado”, disse outra fonte. A preocupação dos fundos de pensão é que a ALL se torne um centro de custo da Rumo, que teria como principal função transportar o açúcar da Cosan mais barato.

Não é a primeira vez que os fundos colocam barreiras ao acordo. Na primeira proposta feita pela Cosan à ALL, há dois anos, o grupo de Rubens Ometto fez oferta de cerca de R$ 900 milhões para entrar no bloco de controle da companhia. A proposta foi feita diretamente para os acionistas privados - a família Arduini e Wilson de Lara. Meses depois, a oferta foi fatiada para que os fundos fossem incluídos na proposta inicial. As conversações foram interrompidas em agosto do ano passado. Em outubro, as duas companhias entraram em litígio.

Segundo uma fonte ligada à ALL, o que há é uma divisão interna entre integrantes dos fundos de pensão por causa do histórico ruim de negociações envolvendo a Cosan. A atual proposta deve ser bem-sucedida, segundo essa mesma fonte, porque contempla assentos no conselho de administração para cada fundação.

Fontes afirmaram que acionistas minoritários acreditam que o acordo entre as duas companhias contribuirá para fortalecer a ALL. O governo federal também vê essa negociação com bons olhos, uma vez que a mudança de gestão dará uma nova dinâmica à companhia férrea. Colaborou Mônica Ciarelli. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Analistas veem como positiva uma possível venda da América Latina Logística (ALL) para a Cosan. A união entre as duas companhias, segundo os analistas, pode até mesmo contribuir para resolver os gargalos operacionais que seguram um crescimento mais robusto dos volumes transportados pela ALL.

De acordo com relatórios e corretoras consultadas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, as ações da empresa tendem a subir com futuras notícias sobre uma eventual conclusão do negócio.

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Uma injeção de capital que pode ser feita daria força para a ALL realizar os aportes necessários para acabar com os gargalos nas suas operações, o principal deles no corredor de exportação que dá acesso a Santos. "O aumento do investimento na ALL não é um negócio negativo porque permite que a empresa cresça em volume acima de 10% ao ano", diz Victor Mizusaki, analista do UBS.

Se o financiamento das obras for feito pelo BNDES, a concessionária deverá se beneficiar do juro real negativo, com taxa de juros de longo prazo (TJLP) mais 1% ao ano, segundo o UBS. Além disso, um acordo pode resultar em extensão do contrato de concessão. "Um último ponto é que os fundos Gávea e TPG (acionistas da Rumo, subsidiária da Cosan) seriam dois investidores financeiros que teriam cerca de 11% da nova empresa e só aprovariam o investimento, se gerar valor aos acionistas."

Relatório da Lopes Filhos Consultores de Investimentos mantém a mesma linha de análise do UBS. "Caso se confirme (a negociação), poderá diminuir a elevada alavancagem em capitais de terceiros da ALL, conferindo assim 'fôlego' para que a companhia realize os investimentos necessários para que a empresa seja um player ativo na premente necessidade do País (...) e, assim, resolver os sérios 'gargalos' logísticos", consta no texto. Um possível apoio do governo federal no negócio também poderia ajudar no avanço do processo para obtenção das licenças da Fundação Nacional do Índio (Funai) que emperra a duplicação desse corredor.

Relatório da XP Investimentos afirma que o interesse do governo no acordo faz sentido por conta de uma injeção de capital necessária para a concretização dos investimentos, mitigação de problemas logísticos diante de uma forte safra e pela possibilidade da ALL ser adquirida por um grupo nacional.

Obstáculo

Apesar de constituir um cenário possível, a fusão é vista como um negócio difícil de ser concretizado no curto prazo. Entre as questões que podem dificultar estão cláusulas de "poison pill" (mecanismo para evitar que uma companhia aberta seja alvo de ofertas não solicitadas de aquisição) no estatuto da ALL, feitas para proteção do grupo controlador. O artigo 43 do documento determina que quem adquirir mais de 20% do capital social da ALL é obrigado a abrir uma oferta pública de ações aos minoritários. Este artigo também estipula um prêmio de 35% no preço da oferta. "O 'poison pill' encarece a operação", explica Eduardo Fazoli, sócio do escritório Trigueiro Fontes Advogados.

Nesta segunda-feira, 13, a Cosan confirmou em nota à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que sua controlada Rumo "tem mantido tratativas preliminares com a ALL sobre uma possível combinação de suas atividades". Segundo a nota, nenhuma proposta foi formalizada até o momento. Está prevista para esta terça-feira, 14, reunião entre as duas companhias, que devem dar início à retomada das negociações. Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que a Cosan poderá propor a compra do controle por meio de troca de ações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Cosan, Rubens Ometto, disse nesta quarta-feira, 8, que a companhia estuda a modelagem proposta pelo governo para o setor ferroviário dentro do Programa de Investimentos em Logística (PIL). Após encontro com o ministro dos Transportes, César Borges, Ometto classificou como "negócio interessante" a possibilidade de comprar da Valec a capacidade de transporte nas ferrovias que a administração federal pretende licitar para construção via iniciativa privada.

"Estamos colhendo dados para elaborar nosso planejamento estratégico. Mas nunca seremos construtores de linhas", afirmou. Perguntado, o presidente da Cosan negou que a conversa com Borges tenha tratado do imbróglio relativo aos contratos da ALL com a Rumo Logística - que pertence à Cosan - para o transporte de açúcar. "Não houve um tratamento específico sobre açúcar", completou.

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O grupo Cosan vai definir até o fim do ano sua entrada em operação portuária nas áreas de grãos, fertilizantes e celulose. A companhia, que quer avançar no setor de infraestrutura no País, tem sobre a mesa projetos “greenfield” (construção do zero) e “brownfield” (em operação) para expandir sua atuação no porto de Santos (SP), o maior da América Latina.

“"Estamos analisando essas concessões e também devemos definir nos próximos meses nossa entrada como operadora ferroviária independente"”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo Júlio Fontana Neto, presidente da Cosan Logística.

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Esses projetos integram o “plano B” da Cosan, uma vez que o grupo negociava sua entrada no bloco de controle da América Latina Logística (ALL). Contudo, as conversas com a companhia férrea, que tiveram início em fevereiro de 2012, foram interrompidas de vez em agosto último. O grupo tinha feito uma oferta de quase R$ 900 milhões para a compra de 49,1% das ações representativas do bloco de controle da companhia ferroviária, o correspondente a um total de 5,6% do capital total da empresa.

A Cosan tem pressa para colocar seus planos em prática. Sob a coordenação de Fontana, a Cosan Logística tem metas ambiciosas para ampliar sua atuação no segmento de infraestrutura. A companhia já possui dois terminais portuários de açúcar em Santos, que estão sob o guarda-chuva da Rumo, empresa que responde à Cosan Logística.

O grupo mantém negociações com o fundo de pensão Canada Pension Plan Investiment Board para receber um aporte de cerca de R$ 1 bilhão. Os recursos poderão ser utilizados para assegurar os projetos de expansão da companhia nesse segmento. “Os planos de expansão do grupo não dependem desse aporte”, disse Fontana.

Os projetos de operação portuária em Santos em análise pela Cosan contemplam um terminal de grãos, cuja concessão já venceu e que está sendo operado atualmente por três empresas; dois terminais de fertilizantes e outros dois “greenfield” - um deles reúne os armazéns 9, 10 e 11 e o outro o armazém 32, ambos para abrigar um terminal de celulose, segundo informações de Fontana.

Os leilões, de acordo com o executivo, deverão ocorrer até o fim do ano. “Vamos aguardar o edital para analisarmos a rentabilidade desse negócio”, disse. Fontana não informou quanto a companhia poderá investir em projetos portuários. “Cada terminal tem um capex diferente”, afirmou. A companhia não descarta também fazer investimentos em terminais portuários em Paranaguá (PR), mas ainda não há nada definido nesse sentido. Fontes do setor afirmam que um investimento em projetos “greenfield” em terminais portuários na área de concessão em Santos giram em torno de R$ 300 milhões e de R$ 100 milhões a R$ 200 milhões em operações “brownfield”.

Ferrovias

A entrada do grupo como operadora ferroviária independente ainda está sob uma análise mais criteriosa do grupo sobre os editais do governo federal. “Uma coisa (projeto portuário) vai levar a outra (operação ferroviária)”, disse Fontana. “Não queremos depender de terceiros. Seremos uma empresa verticalizada (não apenas em açúcar), que carrega, transporta e coloca no navio.”

Maior processadora de cana do País, por meio da Raízen - joint venture entre Cosan e Shell -, o grupo, sob o comando do empresário Rubens Ometto Silveira Mello, decidiu expandir seus negócios para não ficar exposto à volatilidade das commodities. O primeiro grande passo dado nesse sentido foi a compra dos ativos da Esso no Brasil em 2008, que pertenciam à ExxonMobil. Dois anos depois, a companhia associou-se à Shell, criando a Raízen, e se tornando uma das gigantes da área de distribuição de combustíveis do Brasil, atrás de Petrobrás (BR Distribuidora) e Ultra (Ipiranga). A companhia também entrou no segmento de lubrificantes, com investimentos pesados.

No ano passado, a companhia anunciou a compra de 60,1% da Companhia de Gás de São Paulo (Comgás), que pertencia à British Gas (BG). Essa operação marcou a entrada da empresa no mercado de gás canalizado no país - a empresa já tinha olhado no passado os ativos da Gas Brasiliano Distribuidora, que pertenciam à italiana Eni e foram arrematados pela Petrobras).

A aquisição da Comgás reforçou a posição do grupo no setor de energia e confirmou, mais uma vez, o DNA do grupo de expandir seus negócios por meio de pesadas aquisições. Dona de uma área de concessão que inclui 177 municípios no Estado de São Paulo, a Comgás atende quase 1,2 milhão de municípios. Na segunda-feira (4), as ações do grupo Cosan encerraram a R$ 44,40, com ligeiro recuo de 0,56%. No ano, os papéis da companhia registram valorização de 7,7%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O diretor financeiro da operadora ferroviária América Latina Logística (ALL), Rodrigo Campos, disse, na terça-feira, 20, que a venda de participação acionária para a Cosan geraria um conflito de interesse entre as companhias e demandaria uma estrutura de governança específica. Ele lembra que a gigante de combustíveis, capitaneada pelo empresário Rubens Ometto, é cliente relevante da ALL. “Obviamente, o fato de ser cliente e também acionista sempre gera conflito”, afirmou.

Na semana passada, após um ano e meio de negociações, a entrada da produtora de açúcar e etanol no controle da ALL foi enterrada. Segundo Campos, não houve unanimidade entre os acionistas, o que seria fundamental no caso de um cliente se tornar controlador.

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“A governança demandaria que todos estivessem de acordo”, disse, em seminário promovido pela Associação dos Analistas e profissionais de investimento do mercado de capitais (Apimec). “Não participei do processo, mas houve essa discussão (governança).”

Dois acionistas do bloco de controle da Cosan anunciaram, em fevereiro de 2012, intenção de vender participação de 5,6% para a Cosan, por R$ 896 milhões. A participação seria suficiente para a Cosan ter 51% do bloco de controle da ALL (o bloco de controle responde por 11% das ações da empresa).

A oferta foi acertada pela Cosan com os acionistas Riccardo Arduini e Wilson de Lara. BNDES, Previ e Funcef estão entre os demais acionistas com participação relevante, mas minoritária no bloco de controle.

Campos descartou a necessidade de um aumento de capital para a companhia, mesmo após o fracasso das negociações com a Cosan. O executivo informou que a empresa prevê, nos próximos cinco anos, crescer 10% ao ano. Sobre os leilões de ferrovias previstos para 2014, o diretor disse que, em princípio, a ALL gostaria de expandir negócios como operadora de trens, e não de ferrovia.

Argentina

Apesar de a saída da Argentina - após a presidente Cristina Kirchner ter cassado duas concessões da empresa no país - ter feito a ALL fechar o segundo trimestre no vermelho, o diretor financeiro da companhia diz considerar a saída do mercado argentino como positiva, já que as perspectivas para a operação não eram boas.

Segundo Campos, a ALL tinha intenção de sair do país desde o início de 2012, pois as operações no país não cresciam, demandavam caixa e tinham prazo de concessão mais curto do que as do Brasil. “A saída da Argentina acaba sendo uma notícia boa.”

O executivo afirmou que o segundo semestre começa favorável em termos de mercado para a empresa por causa da expectativa de crescimento da safra de milho. Por outro lado, Campos acrescentou que restrições de capacidade nos portos verificadas no segundo trimestre, que impactaram negativamente a companhia, devem se estender pelo terceiro trimestre. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ao comentar o fim das negociações para entrar no bloco de controle da ALL, o presidente da Cosan, Marcos Lutz, afirmou que isso "simplifica a relação comercial entre as duas companhias". Em teleconferência para comentar a interrupção das tratativas, o executivo explicou que a negociação com muitos acionistas dificultou um consenso. "A ALL passou a não ser negócio que não criasse valor para a Cosan. As duas partes estavam perdendo o foco."

Conforme documento entregue nesta quarta-feira à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as condições suspensivas previstas no contrato de compra e venda de ações da ALL, celebrado com os vendedores Riccardo Arduini, Julia Dora Koranyi Arduini e Global Market Investments L.P. (GMI) "não foram implementadas até o momento". Assim, encerraram-se as tratativas que estavam sendo mantidas com os vendedores e os demais signatários do acordo de acionistas da ALL sem que a operação se concretizasse.

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Em junho, Lutz afirmou que o grupo estava na última fase de negociação do acordo de acionistas com a ALL. A transação envolveria a compra de 5,67% do capital social da ALL por R$ 896 milhões, e havia sido anunciada em fevereiro do ano passado.

Variações no resultado financeiro e a despesa com Imposto de Renda e Contribuição Social (IR/CS) corrente e diferidos foram os principais fatores que levaram o lucro líquido da Cosan no período entre os meses de julho e setembro a aumentar 348%, ante igual período do exercício anterior, para R$ 283,2 milhões.

Conforme explicou a companhia em seu relatório, o resultado financeiro líquido no período apresentou receita financeira de R$ 1,6 milhão, comparado a uma despesa de R$ 393,6 milhões reconhecida no segundo trimestre fiscal do ano passado, com destaque para o item variação cambial, que teve redução do resultado negativo neste trimestre de 93,5%, para R$ 20,3 milhões, comparado com um resultado negativo de R$ 311,8 milhões um ano antes.

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Os encargos da dívida bruta totalizaram R$ 90,2 milhões no período, o que representa aumento de 6,4% em relação ao segundo trimestre do exercício anterior, por causa do crescimento do endividamento bruto, que passou de R$ 5,1 bilhões para R$ 5,7 bilhões.

Já os rendimentos de aplicações financeiras encerraram o trimestre com resultado positivo de R$ 33 milhões, redução de 26,3% quando comparado ao verificado entre julho e setembro de 2011.

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