Tópicos | cúpula

O presidente Barack Obama disse nesta quinta-feira (19) que os esforços norte-americanos e internacionais para enfraquecer e, finalmente destruir o grupo militante Estado Islâmico só podem ser alcançados depois de uma transição política na Síria. Em discurso aos participantes de uma cúpula sobre extremismo violento realizada na Casa Branca, Obama disse que a guerra civil na Síria deu origem do Estado Islâmico e acusou o presidente Bashar Assa de provocar tensões sectárias.

"A guerra civil na Síria só vai acabar quando houver uma transição política inclusiva e um governo que sirva aos sírios de todas as etnias e religiões", disse Obama. O presidente norte-americano disse também que a falta se inclusão do antigo governo do Iraque impulsionou o avanço do Estado Islâmico no país. Mas no caso iraquiano, o governo já conseguiu facilitar a transição do governo, com a substituição, em agosto, do primeiro-ministro Nouri al-Malaki pelo atual ocupante do cargo, Haider al-Abadi.

##RECOMENDA##

Obama pediu aos líderes muçulmanos de todo o mundo que façam mais para conter os extremistas, cujas opiniões, disse ele, perpetuam a ideia de que os Estados Unidos e outros países ocidentais são contrários ao Islã. Foi o segundo discurso de Obama durante a reunião em dois dias.

"A ideia de que o Ocidente está em guerra com o Islã é uma mentira", disse Obama. "Comunidades muçulmanas, incluindo estudiosos e clérigos têm, portanto, a responsabilidade de repelir interpretações distorcidas do Islã, mas também rebater as mentiras de que estamos, de alguma forma, enfrentando um choque de civilizações; de que os Estados Unidos e o Ocidente estão, de alguma forma, em guerra com o Islã ou têm como objetivo reprimir os muçulmanos, ou sainda que somos a causa de todo o mal no Oriente Médio."

Mais cedo, o secretário de Estado John Kerry destacou a natureza global do desafio e disse que bons governos, melhorias econômicas e reconhecimento de outras vozes ajudariam a conter o extremismo. "Se dermos chances a eles, seus objetivos principais podem realmente dar a eles uma vantagem comparativa", disse Kerry, descrevendo a singular determinação dos grupos terroristas de causar estragos e recrutar novos membros. "Temos de igualar seus compromissos e não deixá-los sem nenhuma vantagem."

O secretário de Estado declarou também que a reunião de cúpula nos Estados Unidos será o primeiro evento desse tipo. Representantes de outros países afirmaram que haverá outros encontros desse tipo, dentre eles uma reunião de líderes religiosos na Organização das Nações Unidas. Fonte: Dow Jones Newswires.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse aos líderes da Rússia e da Ucrânia que ela não está preparada para participar de uma cúpula de quatro nações sobre o conflito da Ucrânia enquanto não houver chance de um progresso real. Ela pediu o cumprimento do acordo de paz entre os países.

Depois de uma conversa com os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Petro Poroshenko, da Ucrânia, por telefone neste sábado, Merkel se encontrou com Poroshenko e o presidente francês Francois Hollande em Paris. Os três líderes estiveram na capital francesa para participar da marcha em respeito às vitimas de ataques terroristas.

##RECOMENDA##

Autoridades da França, Ucrânia e Alemanha confirmaram que a conversa durou cerca de 15 minutos, mas não deram detalhes. Uma fonte do governo francês disse que o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, que também esteve em Paris para a marcha, não participou do encontro.

Os líderes da Alemanha, Rússia, Ucrânia e França estão trabalhando para agendar uma possível reunião em Astana, no Cazaquistão. O escritório de Merkel disse que ainda não está claro se a reunião irá ocorrer.

Em conversas com Putin e Poroshenko, Merkel ressaltou que, para que o encontrou pudesse ser bem sucedido, seria necessário progresso na implementação de um acordo de paz, diversas vezes violado desde que foi concebido em setembro de 2014. Merkel insistiu que todos os pontos do acordo têm que ser cumpridos.

Os ministros de Relações Exteriores dos quatro países vão se encontrar em Berlim na segunda-feira. Fonte: Associated Press.

Integrantes da Executiva Nacional do PMDB decidiram na noite desta terça-feira (16) postergar os mandatos da cúpula da legenda no âmbito municipal, estadual e nacional por mais um ano. O encontro ocorreu na presidência da legenda em Brasília e não contou com a presença do vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer.

O mandato dos integrantes das executivas municipais venceram no último mês de setembro e das estaduais em outubro. O mandato da Executiva Nacional venceria apenas em março, mas também entrou no bojo da discussão de hoje. Na reunião, segundo peemedebistas ouvidos pelo Broadcast Político não entrou em discussão o tema da reforma ministerial.

##RECOMENDA##

Ausente do encontro de hoje, Temer se reuniu ontem com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, para tentar avançar nas negociações sobre os ministérios, que a legenda deverá ocupar no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.

De acordo com peemedebistas, Temer chegou a abordar a questão com a petista no almoço de confraternização realizado hoje com os Oficiais-Generais das Forças Armadas em Brasília. Dilma teria dito, entretanto, que uma definição seria tomada apenas amanhã, após ela retornar de viagem da Argentina, onde participa de participa da 47ª Cúpula Presidencial do Mercosul.

Atualmente, o PMDB comanda o ministério de Minas e Energia, Previdência, Agricultura, Turismo e Aviação Civil. O partido tenta emplacar um nome para o comando do ministério da Integração, mas encontra resistência do Palácio do Planalto. Como plano B, uma das opções que estaria em negociação no lugar da pasta de Integração, é a indicação para a Secretaria de Portos.

Em reunião realizada no final de semana em Brasília, o diretório nacional da Rede Sustentabilidade definiu novos nomes para a cúpula do grupo, que tenta viabilizar sua formação como partido político. As mudanças na Executiva Nacional foram motivadas pela saída de Walter Feldman, então porta-voz da sigla, e de outros quatro integrantes do grupo que tem como principal expoente a ex-ministra Marina Silva.

Quem assume o posto de porta-voz é Bazileu Margarido, que já fazia parte da Executiva, ao lado de Gabriela Batista. Feldman, um dos principais operadores políticos da Rede, deixou o grupo para assumir cargo na Federação Paulista de Futebol. No próximo ano, ele deve ainda assumir um lugar na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

##RECOMENDA##

"Houve uma recomposição, mas sem grandes mudanças de rumo", resumiu Margarido sobre o novo grupo.

Além de Feldman, outras quatro baixas foram oficializadas na reunião deste final de semana. Haldor Omar, Cassio Martinho, Thiago Rocha e Martiniano Cavalcante pediram para deixar a Executiva Nacional. Uma das cinco vagas abertas com a mudança na Rede será preenchida pela vereadora de Maceió, Heloísa Helena - eleita pelo PSOL.

De acordo com Pedro Ivo Batista, integrante da executiva, os quatro que pediram para deixar a cúpula terão outras tarefas no partido. "Na nota que cada um enviou individualmente, não se fala em divergência política. Apenas informam que irão continuar na Rede, mas não mais em funções da Executiva."

Apoio

Nos bastidores, a saída de parte dos integrantes da executiva é vista como consequência de divergências políticas internas, intensificadas pelo apoio dado por Marina ao tucano Aécio Neves no segundo turno presidencial.

A "readequação de tarefas" na Rede é vista como uma forma de fortalecer o processo de coleta de assinaturas para viabilizar a formação do partido. A intenção, de acordo com o grupo, é contar com integrantes com mais disponibilidade de tempo.

A militância precisa de 32 mil assinaturas validadas pela Justiça Eleitoral para conseguir o registro. Até março, a sigla espera coletar 100 mil fichas de apoio para chegar com folga ao Tribunal Superior Eleitoral e se firmar como partido político em abril.

"O próximo ano será importante para a Rede. A partir da obtenção do registro devemos ter convenções estaduais em maio e junho e um congresso nacional em agosto", afirmou Margarido.

Novo governo, ideias velhas. Além das questões internas, o grupo realizou neste final de semana uma avaliação da conjuntura com a posse de um novo governo. "Um novo governo com ideias velhas", critica.

Pedro Ivo destaca que o grupo se recoloca com um projeto em busca do desenvolvimento sustentável, "independente ao atual governo". Sobre a relação com partidos, ele afirma que a Rede não terá uma "postura linear com a oposição constituída pelo PSDB", mas estará junto dos tucanos no que for benéfico para o País. "E separados no que não for coerente com nossa proposta", afirmou.

A intenção é manter a união com o PSB, o PPS e "os partidos que estiveram na coligação Unidos pelo Brasil", que levou Marina Silva ao terceiro lugar na disputa pela Presidência neste ano.

Ex-integrante da cúpula da Polícia Civil de São Paulo, Roberto de Mello Annibal foi condenado a 5 anos e 4 meses de prisão pela Justiça Federal por facilitação de contrabando de peças de máquinas de caça-níqueis. Essa é a primeira vez que um delegado de classe especial é condenado por suposta ligação com o crime organizado durante o tempo em que exercia um cargo na cúpula da instituição. A decisão não é definitiva e a defesa do delegado vai recorrer.

Além de Annibal, que dirigia o Departamento de Polícia Judiciária-4 (Deinter-4, responsável pela região de Bauru), foram condenados o ex-delegado seccional de Jaú Antonio Carlos Piccino Filho, a 4 anos de prisão pelo mesmo crime, e o delegado Luiz Fernando Gonçalves Fraga, acusado de corrupção passiva, cuja pena foi fixada em 3 anos. Eles alegam inocência.

##RECOMENDA##

As supostas ligações dos policiais com a máfia dos caça-níqueis foram investigadas pela Procuradoria da República e pelo Ministério Público Estadual entre 2008 e 2009, depois que o delegado Roberto Fernandes - outro homem da cúpula da instituição - decidiu investigar por conta própria o caso.

Fernandes tirou férias, alugou um apartamento e escondeu câmeras no imóvel para gravar conversas com policiais e integrantes da máfia. Entregou os DVDs aos promotores e procuradores. As informações ajudaram na decretação da prisão de 33 dos 52 réus em um outro processo por contrabando, corrupção e formação de quadrilha.

Além de Fernandes, outros policiais prestaram depoimento e confirmaram a existência do suposto esquema. Os acusados, segundo a denúncia, teriam dado ordens aos subordinados para que as máquinas de caça-níqueis não fossem mais apreendidas, pelo menos as que pertenceriam ao esquema da máfia que pagava propina a policiais em troca de impunidade.

Durante as investigações, foram apreendidos dois cheques de R$ 16 mil nos quais o comerciante escreveu no verso a expressão "pagamento de propina para o Deinter-4". O comerciante, que se dizia vítima do achaque dos policiais, afirmou que escreveu a expressão como forma de denunciar o caso.

Grampos feitos pela Polícia Federal (PF) mostraram a suposta ligação dos policiais com integrantes da máfia. Em uma conversa, um policial avisa à máfia sobre uma blitz que seria feita na cidade. Em outra, um integrante da máfia reclama com um policial porque suas máquinas foram apreendidas por engano e não as da concorrência.

Outro lado. José Roberto de Almeida Prado Ferraz Costa, advogado do delegado Piccini, afirmou que irá entrar com um recurso contra condenação. "O próprio juiz na sentença diz que ele leva uma vida modesta, de prestação de serviço relevante para a polícia. Foi justamente isso que a Justiça levou em conta para reduzir a pena dele."

Já o advogado de Annibal disse que as provas contra o ex-diretor não condizem com a acusação. "Não tem nada provando que ele foi benevolente com os crimes. Como diretor, ele não trabalhava na parte operacional, apenas dava as ordens", afirmou Jackson Clayton de Almeida, advogado de Annibal. A reportagem ligou para o escritório do advogado de Fraga, Carlos Benedito Pereira da Silva, mas não o encontrou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A visita do presidente da China, Xi Jinping, ao Brasil foi marcada por uma cerimônia no Palácio do Planalto em que foram assinados 32 atos, abrangendo uma série de áreas, como aviação civil, infraestrutura, educação e energia. Na solenidade, foram assinados os contratos de venda de 60 aeronaves da Embraer para empresas chinesas.

A Eletrobras e Furnas firmaram acordo de cooperação estratégica com o Grupo de Três Gargantas e a CWEI Brasil. "O acordo dá sequência ao memorando de entendimento de cooperação entre as partes, assinado em maio do ano corrente, e deve servir de moldura institucional para incremento da cooperação entre as partes", informou o governo brasileiro.

##RECOMENDA##

De acordo com o Planalto, o acordo enfoca a licitação para construção da usina hidrelétrica do rio Tapajós. Ainda na área de energia, a Eletrobras celebrou acordo de cooperação com a State Grid Corporation of China para a ordem de serviço sobre construção de linha de transmissão de ultra alta tensão de Belo Monte.

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o Ministério do Comércio chinês, por sua vez, montaram um plano de trabalho de estatística de mercadorias, que estabelece diretrizes para um grupo de "harmonização de estatísticas de comércio". Durante a solenidade, foi assinado um memorando de entendimento de cooperação entre a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a China Overseas Development Association (Coda) para estimular investimentos chineses no Brasil.

Computação

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por sua vez, assinou protocolo de intenção com a empresa de tecnologia de informação e comunicação Huawei sobre cooperação de computação em nuvem. Segundo o governo brasileiro, "o instrumento visa a incrementar os investimentos em tecnologia da informação da Huawei no Brasil, em particular nas áreas de processamento de grande massa de dados, computação em nuvem e segurança".

Já a Secretaria de Aviação Civil e a Administração Nacional de Aviação Civil do governo chinês firmaram acordo para cooperação nas áreas de infraestrutura aeroviária, transporte aéreo, navegação área, combustíveis ambientais e sustentáveis, entre outras áreas.

Infraestrutura

Os governos brasileiros e chinês assinaram memorando de entendimento para cooperação no setor de infraestrutura entre o BNDES e o Banco de Desenvolvimento da China. De acordo com o governo brasileiro, o memorando trata de cooperação no setor de infraestrutura, com foco em projetos no Brasil e na América Latina.

Já a Vale e o Banco da China (BOC) firmaram um memorando de entendimento para cooperação em arranjos de financiamento globais. De acordo com o Planalto, o memorando prevê financiamento do BOC para a Vale e terá validade de três anos. Segundo as autoridades brasileiras, esse acordo estabelece base para extensão de linhas de crédito do Eximbank à Vale, "para apoiar a aquisição ou locação, direta ou indiretamente, de equipamentos e embarcações de empresas chinesas".

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil e o Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, por sua vez, assinaram acordo que prevê a facilitação da emissão de vistos de negócios para cidadãos dos dois países.

O ministro da Secretaria de Portos, César Borges, avalia que há grandes oportunidades de negócios para empresas chinesas no setor portuário brasileiro. O ministro acompanhou almoço no Palácio Itamaraty, em Brasília, entre a presidente Dilma Rousseff e o presidente da China, Xi Jinping. "Estamos há algum tempo conversando com chineses na área de infraestrutura, particularmente em ferrovias. Eu já tinha visitado a China, e a própria presidente Dilma vem comandando esse processo, então espero que os chineses venham participar desse esforço de infraestrutura", comentou Borges, ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. "Seria estratégico para eles participar desse setor de logística no Brasil. Estamos começando uma conversa (em portos)."

De acordo com o ministro, os chineses podem ter interesse em participar do processo de modernização dos portos e investir na construção de terminais de uso privado (TUPs). Borges disse que iria receber (na Secretaria) uma empresa chinesa que já trabalha com o Brasil em dragagem. "É uma área em que a cooperação pode aumentar e muito", comentou o ministro, que não citou o nome da empresa. A reunião não consta na agenda oficial do ministro.

##RECOMENDA##

Mais cedo, em declaração à imprensa, o presidente da China, Xi Jinping, disse que o país está disposto a "conduzir com o Brasil cooperação estratégica na construção de ferrovias e obras de infraestrutura para elevar o nível da nossa cooperação em todos os aspectos".

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira (17) ao presidente chinês Xi Jinping que espera a participação de empresas chinesas nos projetos brasileiros de infraestrutura, sobretudo os abrigados no âmbito do Programa de Investimento em Logística (PIL).

Em declaração à imprensa na qual detalhou os temas tratados nas reuniões bilaterais com o colega chinês, Dilma disse que foi dada especial atenção à licitação do trecho ferroviário entre Lucas do Rio Verde (MT) e Campinorte (GO). De acordo com o governo, o investimento estimado para esse trecho é de US$ 2,3 bilhões.

##RECOMENDA##

Dilma destacou que os aportes previstos para o PIL somam R$ 240 bilhões e que o Brasil dispõe de segurança jurídica e um marco regulatório estável. "O projeto de desenvolvimento entrará numa nova fase", disse. "Apresentei ao presidente Xi Jinping as oportunidades que se abrem em licitações nos setores ferroviário, portuário e aeroviário".

A presidente afirmou que o futuro das relações entre o Brasil e a China não poderia ser mais positivo e promissor. "A China e o Brasil são as maiores economias em desenvolvimento nos seus respectivos hemisférios e estão cada vez mais integradas", destacou a presidente, que também lembrou que a corrente de comércio entre os dois países está atualmente na cifra recorde de quase US$ 90 bilhões, mas o Brasil quer "diversificar e agregar valor" às exportações.

Segundo a presidente, os dois países querem estreitar a coordenação em mecanismos internacionais como o Brics e o G20 e destacou que, mesmo num quadro adverso de crise econômica internacional, Brasil e China "têm se mostrado capazes de manter e ampliar o crescimento econômico com redução das desigualdades".

Acordos

Em cerimônia no Palácio do Planalto, foram assinados diversos atos de cooperação entre os dois países. A presidente Dilma classificou de bem-vinda a crescente presença da China no setor elétrico brasileiro e citou acordos firmados hoje entre a Eletrobras e empresas chinesas que operam no setor para obras em Belo Monte e na nova hidrelétrica prevista para o rio Tapajós, ambos no Pará. Ela se disse ainda satisfeita com a participação de duas petroleiras chinesas (CNPC e CNOOC) no consórcio para a exploração do Campo de Libra, na camada de petróleo do pré-sal.

Dilma afirmou que os acordos firmados entre o BNDES e os chineses Banco Nacional de Desenvolvimento, Eximbank e CIC devem "ampliar a diversificação dos canais de financiamento ao desenvolvimento". Por último, a presidente argumentou que há amplas oportunidades de cooperação entre as duas nações no setor do agronegócio.

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, parabenizou a presidente Dilma Rousseff pela "bem-sucedida" VI Cúpula dos Líderes do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Fortaleza. Em carta encaminhada a Dilma, Lagarde destaca o estabelecimento do Arranjo Contingente de Reservas anunciado na reunião.

"O staff do FMI terá grande satisfação de trabalhar com a equipe do Brics responsável por este projeto, com vistas a reforçar a cooperação entre todas as partes integrantes da rede internacional de segurança destinada a preservar a estabilidade financeira no mundo", afirma a diretora do fundo internacional.

##RECOMENDA##

Acertado em Fortaleza, o Arranjo Contingente de Reservas é uma espécie de fundo anticrise que terá capital de US$ 100 bilhões.

Lagarde classificou as nações que fazem parte do Brics como "membros-chave" do FMI. "Esperamos fortalecer ainda mais a nossa cooperação futura", ressalta.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quarta-feira, 16, que há interesses dos chefes de Estado e de governo do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e da Unasul em uma união entre os bancos dos dois grupos. "Propusemos uma aliança de trabalho entre o nascido banco do Sul e o nascente banco dos Brics, que têm o mesmo objetivo de ser uma nova instituição financeira", afirmou, após encontro de hoje no Palácio do Itamaraty.

Segundo Maduro, ele vai colocar o tema no encontro da Unasul, previsto para ocorrer em Montevidéu, no Uruguai, em agosto. "Vamos propor que um ponto específico seja a revisão da agenda de hoje e criaremos uma comissão presidencial da Unasul para atender os trabalhos com o Brics daqui por diante", indicou. "É difícil o desenvolvimento econômico em condições de equidade para os nossos países", complementou.

##RECOMENDA##

Maduro ainda aproveitou a oportunidade para afagar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a atual mandatária, Dilma Rousseff. "O Brasil de Lula e Dilma permitiu a criação da Unasul e, agora, está permitindo a consolidação dos Brics convergindo com os caminhos da Unasul, desde a América do Sul para o mundo", elogiou.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quarta-feira, 16, em Brasília, que a reunião dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) com os países da Unasul, que acontece hoje em Brasília, marca um novo tempo na geopolítica mundial.

"É uma oportunidade histórica, porque marca um novo tempo. Uma grande aliança das cinco potências emergentes - Rússia, China, Brasil, Índia e África do Sul - com a América do Sul como bloco. Essa aliança realmente é extraordinária, vai criando as bases econômicas, materiais, financeiras, culturais e políticas de um mundo novo. E toda essa aliança nasce para a paz, o crescimento, a prosperidade. Uma aliança que vai ganhar, que no passado era de países dominados e hoje é de países emergentes."

##RECOMENDA##

Maduro disse ainda que enquanto o mundo fala de crise no seu país, ele continua a fazer uma revolução em que a democracia está sob o comando do povo. E que está vencendo as campanhas internacionais contra seu governo: "Sempre lutando, trabalhando, fazendo a revolução, que é mais importante, construindo uma forma de democracia protagonista em que o povo tem o poder verdadeiramente. E nos defendendo de tantas campanhas mundiais que trataram de caricaturizar, tergiversar a realidade sobre um país que constrói sua própria fórmula política para a independência, a soberania, a prosperidade social. Estamos na luta, como sempre, lutando e vencendo."

A presidente Dilma Rousseff recebe hoje no Palácio do Itamaraty os presidentes dos países da América do Sul e do Brics. De acordo com informações diplomáticas, a reunião não deverá resultar em assinaturas de novos acordos com definições de agendas. Será um debate entre os presidentes de Brics e da América do Sul. Todos os países têm interesses em obter financiamentos do novo banco dos Brics criado ontem, para obras que consideram importante para o desenvolvimento sustentável de suas regiões, já que o banco terá vocação para atender demandas de projetos de dentro e de fora dos grupo.

A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira, 16, após participar de café da manhã com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, que Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul não estão abrindo mão da presença em outras instituições multilaterais após a criação do Banco do Brics.

"Me perguntaram ontem (na cúpula dos Brics, em Fortaleza) se (isso) significaria por acaso abertura, que nós estávamos abrindo mão de nossa presença em outras instituições multilaterais. De maneira alguma. Um dos pontos de pauta de ontem foi o problema da reforma acertada no G20 das instituições financeiras multilaterais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional), por exemplo", disse Dilma.

##RECOMENDA##

"Na distribuição de cotas do FMI, não tem refletido o poder, a correlação de forças econômicas dos países que integram o G20, que são as 20 maiores economias do mundo. O que nós reivindicamos é que haja aquilo que foi acertado quando da criação do G20 e toda a reação diante da crise de 2007/2008 foi acertado que haveria essa adequação. A representação econômica dos países seria refletida no acordo de cotas", afirmou a presidente.

Segundo Dilma, os Brics não têm "o menor interesse" em abrir mão do FMI. "Pelo contrário. Temos interesse em democratizá-lo e torná-lo mais representativo. O novo banco do Brics não é contra, ele é a favor de nós. É diferente. É uma postura completamente diferente. E terá sempre uma postura diferenciada em relação aos países em desenvolvimento", comentou Dilma.

A presidente afirmou ainda que a criação do novo banco não cria uma possível independência do Brasil em relação ao FMI porque, na sua avaliação, o Brasil não é dependente do FMI. "Eu não diria isso (que a criação do novo banco cria independência em relação ao FMI), porque não sou dependente do FMI. Nós nunca mais dependemos do FMI. O FMI nunca mais dirigiu a política brasileira. A nossa relação com o FMI passou de relação devedora para credora. Diante da crise em 2008, 2009, 2010, e mesmo 2011 e 2012, nós contribuímos com recursos para estabilizar algumas situações", disse Dilma.

Dilma disse também que vai levar um tempo para o Banco do Brics estabelecer a sua sede e começar as reuniões. Sobre a concessão de empréstimos, a presidente disse que a futura instituição vai olhar com "generosidade" os pedidos (de outros países), mas se guiar por padrões de "boa gestão".

Para a presidente, a 6ª cúpula do Brics marca um momento significativo "não só no curto prazo", mas no "longo prazo". "De fato ele (o Banco do Brics) reflete um mundo mais multipolar", avaliou Dilma, que recebe ainda hoje, no Palácio do Itamaraty, presidentes da América do Sul e do Brics para dar continuidade à cúpula do grupo.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta terça-feira (15) que o banco do Brics, criado hoje na cúpula de líderes de Fortaleza, vai abrigar fundos especiais. Esses fundos não farão parte do capital do banco. O primeiro fundo, informou o ministro, será destinado à elaboração de projetos. "Não tem a ver com capital", ressaltou. Segundo ele, a China vai repassar recursos para o fundo. Na avaliação do ministro, os fundos vão aumentar a ação do banco de desenvolvimento. "Certamente será um banco importante", afirmou.

Mantega afirmou ainda que o banco do Brics terá três conselhos: o de ministros (esfera política), o de administração e o executivo. Ele fez questão de ressaltar que o comando do banco será do Conselho de Administração.

##RECOMENDA##

O Brasil terá direito à primeira presidência do Conselho de Administração. Mantega afirmou ainda que o Conselho de Administração funcionará com em uma empresa e a diretoria será a instância operacional do banco.

Questionado sobre as taxas de juros do banco, o ministro disse que ainda era cedo para falar sobre isso, mas acrescentou que serão "razoáveis", com exigência normais. Ele destacou que o governo brasileiro terá ainda que submeter a criação do banco ao Congresso e que a nova instituição não competirá com o BNDES, principalmente porque há escassez de crédito para investimento. Em sua avaliação, as empresas do Brasil terão nova facilidade para tomar crédito. O dinheiro para o aporte do banco virá do Tesouro, ao longo de sete anos.

O ministro ponderou ainda que o Acordo Contingente de Reservas é um colchão, uma retaguarda, caso haja algum problema cambial. Segundo ele, mesmo que China tenha mais fatias no acordo de reservas, os demais países do grupo têm poder de veto, o que não acontece no Fundo Monetário Internacional (FMI). "Se um país que tem US$ 18 bilhões no acordo de reservas pedir mais, podemos liberar 30%. A liberação dos 70% restantes precisará de consulta prévia", disse.

Durante a coletiva de imprensa, Mantega lembrou ainda que o G-7 (grupo das sete maiores economias do mundo) foi substituído pelo G-20, sendo que países emergentes, como os que formam o Brics, ganharam expressão. O ministro destacou ainda o volume de reservas do Brics. Segundo ele, o banco e o total de reservas dos países que formam o grupo complementam a atuação do FMI e do Banco Mundial.

A presidente Dilma Rousseff comemorou nesta terça-feira (15) em sua conta pessoal no microblog Twitter a criação do banco dos Brics. A primeira presidência rotativa do banco do Brics será ocupada pela Índia, enquanto o Brasil ficará com a primeira presidência do Conselho de acionistas. A sede será em Xangai.

"Tomamos hoje uma decisão histórica com a criação do Banco dos Brics e com o acordo contingente de reservas", escreveu Dilma no Twitter. Mais cedo, a presidente já havia comentado a criação do "Novo Banco de Desenvolvimento", instituição voltada para o financiamento de projetos de infraestrutura.

##RECOMENDA##

"Os Brics vivem momento especial devido ao fortalecimento de duas iniciativas que estão sendo debatidas durante este encontro em Fortaleza: a primeira é a criação do Novo Banco de Desenvolvimento, instituição voltada ao financiamento de projetos de infraestrutura. A segunda é uma linha de contingenciamento de reservas, um seguro dos Brics contra a instabilidade do mercado financeiro internacional", comentou a presidente.

A presidente Dilma Rousseff negou que o governo brasileiro tenha aberto mão da presidência do banco dos Brics para evitar um impasse nas negociações para a criação do banco na reunião de cúpula dos grupo. Em entrevista coletiva após a reunião, neste terça-feira (15), a presidente disse que o grupo decidiu escolher a Índia para a primeira presidência porque foi o governo indiano que propôs a criação do banco. Dilma fez questão de ressaltar que foi o Brasil que apresentou a proposta para a criação do Acordo Contingente de Reservas - o fundo virtual de reservas. "O acordo não tem presidente, foi iniciativa do governo brasileiro. É bom que se diga", afirmou. Ela ressaltou ainda a importância do consenso.

A presidente falou ainda sobre a importância de o capital do novo banco de desenvolvimento ser dividido em partes iguais entre os cincos integrantes do grupo. Ela também ressaltou a importância do banco em um momento em que os países não têm tido acesso a fontes de financiamento. Segundo Dilma, o banco vai permitir condições para o investimento em programas que tenham a ver com a expansão da produção e grandes desafios de políticas sociais.

##RECOMENDA##

A presidente Dilma Rousseff informou nesta terça-feira (15) que o Novo Banco de Desenvolvimento, o "banco do Brics", será efetivamente criado e terá como sede a cidade de Xangai, na China. Segundo ela, o novo banco do Brics terá capital autorizado de US$ 100 bilhões e subscrito de US$ 50 bilhões. "O primeiro presidente do banco será indicado pela Índia, enquanto o Brasil terá a primeira presidência do conselho de administração e a Rússia a primeira presidência do conselho de governadores", afirmou Dilma, em seu discurso na reunião de cúpula do Brics.

A notícia da criação do novo banco veio acompanhada de um novo pedido aos países ricos, feito pela presidente Dilma, para que acelerem a reforma nas cotas do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Urgente reforma que precisamos realizar, uma mudança na estrutura de votos do fundo", disse Dilma.

##RECOMENDA##

Material divulgado nesta tarde pelo Ministério da Fazenda explica que o Brasil terá o segunda presidência do banco dos Brics, ficando depois da Índia. Depois do Brasil, na sequência, ficarão Rússia, África do Sul e China.

A Fazenda informa também que o primeiro escritório regional será instalado em Johannesburgo, na África do Sul; o segundo, será no Brasil. Datas de instalação, no entanto, estão "a definir", ou seja, não há prazo. A sede do banco será instalada em Xangai, na China.

O texto relata que um fundo será criado para ajudar a implementar o banco do Brics. A China será o maior contribuidor.

Banco de combustíveis

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, aproveitou seu discurso na reunião de cúpula dos países do Brics para defender a criação de um "banco internacional de combustíveis". A ideia, que não havia surgido em nenhum outro encontro do Brics, criado em 2008, funcionaria, segundo Putin, para "assegurar a segurança energética em nossos países, para assegurar o comércio de diferentes combustíveis entre nós".

Entusiasmado com o acordo pela criação do Novo Banco do Desenvolvimento, Putin afirmou que a nova instituição "terá bases para grandes mudanças macroeconômicas", uma vez que será, no futuro, "uma das agências econômicas mais importantes do mundo".

O presidente russo também afirmou que o grupo Brics, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, "ocupa um lugar único na economia global".

O Banco Central divulgou nota na tarde desta terça-feira (15) em que detalha o acordo firmado pelos países do Brics a respeito do Arranjo Contingente de Reservas (CRA, na sigla em inglês). Segundo a nota, o CRA contará com montante inicial de US$ 100 bilhões, sendo US$ 41 bilhões da China. Brasil, Índia e Rússia irão colaborar, cada um, com US$ 18 bilhões. África do Sul fará um aporte de US$ 5 bilhões.

O BC informou ainda que a eventual liberação de recursos se dará por meio de operações de swap. O país que solicitar recursos receberá dólares e, em contrapartida, dará sua moeda aos países contribuintes, em montante e por período determinados.

##RECOMENDA##

"O valor máximo de saque será determinado por multiplicador aplicado ao compromisso de cada país: a China terá multiplicador igual a meio, podendo sacar até metade dos seus compromissos (US$ 20,5 bilhões); Brasil, Índia e Rússia terão multiplicador igual a um, podendo sacar montante equivalente a seus compromissos individuais (US$ 18 bilhões)", disse um trecho da nota. A África do Sul terá multiplicador igual a dois, ou seja, poderá sacar o dobro do que aportou (US$ 10 bilhões).

A autoridade monetária esclareceu ainda que a criação do CRA não acarretará a transferência de reservas internacionais e que um membro poderá sacar integralmente o valor permitido apenas se mantiver programa de apoio financeiro com o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Caso não cumpra esse requisito, o requerente poderá sacar até 30% do valor estabelecido", explicou um trecho da nota. "A entrada em vigor do CRA ocorrerá após completados os trâmites legais para sua ratificação, incluindo, no caso do Brasil, a aprovação pelo Congresso Nacional", informou.

O BC disse ainda que o novo arranjo complementa a rede de proteção financeira mundial. O criação dele, segundo a instituição, independentemente de utilização, proporciona "benefícios decorrentes do fortalecimento da rede de segurança financeira global, apoiando dificuldades temporárias de balanço de pagamento de seus membros".

Os bancos de desenvolvimento dos cinco países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vão assinar um acordo de financiamento em moeda local para projetos de investimentos entre os países. Segundo informou o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, nesta terça-feira (15), a decisão foi tomada ao longo das reuniões realizadas nesta terça-feira (15), e ontem com seus pares na China, Índia, Rússia e África do Sul. Ele falou rapidamente com jornalistas que acompanham a reunião de cúpula dos Brics, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza.

"Dentro dos limites bancários, poderemos dar um limite de operações a bancos estrangeiros, como já existe. Qualquer banco estrangeiro no Brasil pode receber um limite nosso para ele operar como repassador de recursos do BNDES, desde que nós tenhamos uma reciprocidade, quer dizer, que ele nos permita conceder apoio a empresas brasileiras em seu país de origem", disse.

##RECOMENDA##

"Para financiar investimento direto isso é muito importante", disse o presidente do BNDES. "Como as receitas da empresa que faz os investimentos serão em moeda local, o financiamento na mesma moeda é muito bom, e isso facilita também a internacionalização cruzada das empresas." Sobre "internacionalização cruzada", Coutinho explicou se tratar das empresas dos cinco países que poderão crescer suas operações entre os integrantes do Brics com a medida.

Coutinho afirmou que não haverá necessidade de aportes adicionais do Tesouro Nacional ao BNDES de forma a garantir essa nova modalidade de financiamento, no âmbito dos Brics. "O BNDES pode fazer captações externas, temos esse tipo de operação já estabelecida no banco", disse ele.

Novo banco

Segundo Coutinho, o Novo Banco de Desenvolvimento, o "banco do Brics", não deverá competir com o BNDES no mercado de crédito para investimento de longo prazo. Para o presidente do BNDES, o banco do Brics, cuja criação será aprovada hoje pelos presidentes e primeiros-ministros dos cinco países, será uma nova alternativa de crédito para financiar infraestrutura.

"Desde a crise financeira mundial, em 2008, e a adoção de Basileia 3, em 2013, a liquidez mundial diminuiu, então, todo esforço de financiamento, de novas fontes de crédito, é muito importante", disse Coutinho. .

Inovação

Os presidentes dos bancos de desenvolvimento dos Brics assinaram hoje acordo de cooperação voltado para a inovação. O acordo vai apoiar projetos e iniciativas que promovam investimentos em inovação tecnológica, com ênfase em infraestrutura e energia sustentável, e inovação de processos e produtos em diversas áreas da indústria, de serviços e do agronegócio. O acordo terá validade de cinco anos. Toda a análise será feita caso a caso, conforme as políticas e normas de cada instituição, segundo informou o BNDES.

Empresários que participam de evento paralelo da Cúpula dos Brics, em Fortaleza, defendem a criação de um sistema de troca de moedas diretamente pelos cinco países do grupo para facilitar os negócios. Segundo o CEO da Marcopolo e presidente do Conselho Empresarial do Brics para o Brasil, Rubens de la Rosa, essa possibilidade facilitaria o custo de transação. "Se encontrarmos um preço equivalente para um produto, para que trocar (a moeda)?", questionou. "Economizaríamos um passo", acrescentou. Ele também propõe que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desenvolva um mecanismo de garantias para as empresas brasileiras que possa ser válido em outros países.

O Conselho Empresarial do Brics foi criado há um ano e reúne 25 empresários - cinco de cada país do grupo. O Conselho vai entregar amanhã uma declaração aos líderes do Brics com propostas de medidas para acelerar a integração comercial entre os integrantes do bloco. Além de um sistema de troca de moedas e de garantias, o Conselho vai propor a facilitação de vistos para os empresários e a harmonização de normas técnicas. "Coisas simples tornam coisas mais utilizáveis e, portanto, mais comercializáveis", afirmou Rosa. Em entrevista após a abertura do Encontro Empresarial dos Brics, o CEO da Marcopolo defendeu o pragmatismo para que as propostas e as parcerias com os países do grupo possam avançar.

##RECOMENDA##

"Não é tão simples coordenar interesses com a diversidade dos países. A primeira impressão é que será impossível fazer negócios, de que todos vão querer vender e ninguém que comprar. Mas há sim coisas que podem ser feitas em conjunto. O que se identifica é zonas de interesse", afirmou.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, se mostrou confiante em avanços nas parcerias, mas voltou a criticar a burocracia brasileira. "Temos uma burocracia que é desconhecida deles e que cria muito constrangimento. É preciso facilitar a entrada de negócios", afirmou Andrade. Para ele, o Brasil trabalha em condições desiguais de competitividade por causa da infraestrutura mais precária.

Questionado sobre dificuldades de fazer negócios com os chineses, o presidente da CNI disse que houve avanços nas relações com a China. "Eles têm evoluído em questões trabalhistas e ambientais", afirmou.

Os exportadores de carne do Brasil querem aproveitar a reunião dos chefes de Estado da 6ª Cúpula dos Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Fortaleza (CE), nesta semana, para avançar em algumas questões que dificultam a ampliação das vendas externas de carne suína e de aves do Brasil.

Um dos desafios é tornar ágil a habilitação de sete plantas frigoríficas de aves e uma de carne suína para a China. De acordo com o presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, essas unidades produtivas já foram visitadas por missão em 2012, e agora aguardam autorização para os embarques. Atualmente, 29 plantas de aves e seis de suínas estão habilitadas para embarcar produtos ao mercado chinês. "Também queremos tornar viáveis novas missões para habilitação de outras plantas que já responderam a questionários de autoridades chinesas", observou Turra, por meio de comunicado.

##RECOMENDA##

Com relação à África do Sul, o aumento da tarifação na carne de frango (de 27% para 82%) impactou negativamente nos embarques entre janeiro de maio deste ano (de 16% em volume e 51% em receita). "Com o aumento das tarifas, os embarques para o mercado sul-africano se concentraram em carne mecanicamente separada, que tem menor valor agregado em relação ao frango inteiro e cortes. Queremos a readequação das tarifas aplicadas, permitindo um fluxo comercial maior e mais qualificado entre os dois países", destaca Turra.

Existem, ainda, grandes entraves com relação à Índia e à Rússia. Sobre a Índia, embora aberta para embarques de carne de frango do Brasil, as tarifas de exportação aplicadas pelas autoridades locais - que chegam a 100%, no caso de cortes e processados - atrapalham o comércio.

"Para a Rússia, queremos resolver problemas estruturais nos embarques de carne suína e de frango. A proposta da ABPA é pelo aprimoramento dos sistemas existentes, de tal forma que proporcionem maior autonomia às autoridades brasileiras quanto à indicação de plantas industriais que atendam aos requisitos técnicos da União Aduaneira (bloco do qual a Rússia faz parte)", ressalta.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando