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A conduta do alto escalão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em meio às diligências da Operação Vigilância Aproximada, que apura suposto monitoramento ilegal para atender a interesses do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, também é alvo de investigação da Polícia Federal. A cúpula da Agência convocou uma reunião extraordinária enquanto a PF saia às ruas no dia 25 - e agora os investigadores ouvem servidores para identificar o teor do encontro.

Três funcionários da Abin foram convocados para depor sobre o episódio. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmada pelo Estadão. A averiguação da PF sobre a reunião interna se dá no bojo do braço da investigação sobre suposto 'conluio' entre a atual gestão do órgão e servidores que já estavam na mira da PF.

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A reunião sob suspeita ocorreu no final da manhã da quinta-feira, 25, antes de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, levantar o sigilo da decisão que mobilizou agentes da PF para cumprirem 21 mandados de busca e apreensão. O principal alvo da ofensiva foi o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que comandou a agência na gestão Bolsonaro e hoje é pré-candidato à prefeitura do Rio com o apoio do ex-chefe do Executivo.

A linha investigativa que tem a cúpula da Abin na mira apura se, a pretexto de proteger informações "sensíveis", a agência estaria dificultando acesso a dados necessários ao avanço da investigação. Como mostrou o Estadão, a PF entende que a cúpula da agência estaria preocupada, na verdade, com a exposição da espionagem clandestina de autoridades.

"A preocupação de 'exposição de documento' para segurança das operações de 'inteligência', em verdade, é o temor da progressão das investigações com a exposição das verdadeiras ações praticadas na estrutura paralela, anteriormente, existente na Abin", diz um trecho do relatório da PF que culminou na Operação Vigilância Aproximada.

A PF crava que a conduta prejudicou a investigação. "A direção atual da Abin realizou ações que interferiram no bom andamento da investigação sem, contudo, ter sido possível identificar o intento das ações."

Luiz Fernando Corrêa, atual chefe da Abin, responsável por convocar a reunião no dia 25, ainda teria estado presente, segundo a PF, na reunião em que o ex-diretor da agência e sucessor de Ramagem, Alessandro Moretti, afirmou que a investigação tinha "fundo político e iria passar".

A PF ouviu dos investigados que a direção atual da Abin teria se comprometido a "construir uma estratégia em conjunto" e "convencer o pessoal que há apoio lá de cima".

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou ao Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, que recebe nesta quinta-feira (7) a reunião de líderes do Mercosul.

O encontro marca o fim da presidência brasileira no bloco e não deve trazer novidades nas negociações para o acordo de livre comércio com a União Europeia.

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Por outro lado, a cúpula terá a assinatura de um pacto comercial com Singapura e a formalização da entrada da Bolívia no Mercosul O encontro formal dos mandatários deve começar às 11h, de acordo com agenda divulgada pelo Palácio do Planalto.

Às 12h35, deve acontecer a assinatura do acordo com Singapura, e às 12h40, a assinatura e entrega da carta de adesão da Bolívia. Às 13h, Lula oferecerá um almoço para os mandatários sul-americanos.

Também participam do encontro os presidentes Alberto Fernández (Argentina), Luis Alberto Lacalle Pou (Uruguai), Luis Arce (Bolívia) e Santiago Peña (Paraguai), que assumirá o comando do bloco pelos próximos seis meses.

*Da Ansa

A cúpula da Coalizão pela Alimentação Escolar começou nesta quarta-feira (18) em Paris, com o objetivo de que todas as crianças em idade escolar do mundo tenham acesso, até 2030, a todas as refeições necessárias para crescer e aprender bem.

"Uma menina ou um menino que passa fome não pode aprender. Faltam-lhes as faculdades básicas para se beneficiar de uma educação integral", ressaltou a presidente de Honduras, Xiomara Castro, na abertura deste evento de dois dias.

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Delegações diplomáticas, ONGs e cientistas discutem em Paris como comer melhor nas escolas, reunidos sob a égide do Programa Mundial de Alimentos (PMA).

Com o apoio de França e Finlândia, o PMA lançou esta coalizão em 2021, depois de a pandemia da covid-19 ter feito muitas crianças ficarem sem alimentação, devido ao fechamento das escolas.

Desde então, cerca de 90 países, uma centena de instituições científicas, fundações, ONGs e organizações internacionais participam do grupo.

A estes, juntaram-se agora novos membros, como o Banco Mundial e o Brasil, que também copresidirá esta iniciativa e propôs sediar a próxima reunião em 2025.

A alimentação escolar permite responder a vários desafios, desde o acesso à educação e à igualdade entre meninos e meninas, passando pelo emprego dos agricultores locais, pelo desenvolvimento sustentável e pelo combate ao desperdício alimentar, segundo a coalizão.

De acordo com a organização, ao todo, 418 milhões de crianças se beneficiam das refeições escolares, 30 milhões a mais do que antes da pandemia. Seu financiamento público nos países de baixa renda aumentou de 30%, em 2020, para 45%, em 2022.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou nesta quinta-feira (7) para Nova Déli, capital da Índia, onde participa da 18ª Cúpula do G20, grupo que reúne as 19 nações de maior economia do mundo e a União Europeia, nos dia 9 e 10 deste mês.  

A previsão é que a comitiva brasileira chegue à cidade indiana no final da noite de sexta-feira (8), pelo horário oficial de Brasília, manhã de sábado no país asiático.  

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A cúpula é o ponto alto das atividades do G20 e marcará também a reta final da presidência rotativa do bloco, atualmente com a Índia, e que será assumida pelo governo brasileiro, pela primeira vez, a partir do dia 1º de dezembro.  

Antes de embarcar, o presidente Lula, ao lado de ministros e autoridades dos demais Poderes, participou do desfile de 7 de Setembro, realizado na Esplanada dos Ministérios.

Programação

A programação oficial da Cúpula do G20 prevê pelo menos três sessões temáticas principais.  

O presidente Lula participa de duas delas no sábado (9), com os temas “Um Planeta” - que se ocupará do debate sobre desenvolvimento sustentável, transição energética, mudanças climáticas, preservação ambiental e emissões de carbono - e “Uma Família” – para tratar do crescimento inclusivo, progresso nos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), educação, saúde e desenvolvimento liderado por mulheres.  

No domingo (10), está prevista a terceira sessão da cúpula intitulada “Um Futuro”, painel que terá como temas as transformações tecnológicas, a infraestrutura pública digital, reformas multilaterais e o futuro do trabalho e emprego. 

Presidência

Na sequência da terceira reunião, haverá a cerimônia de transferência da presidência do G20. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, fará um balanço sobre a presidência da Índia em 2023. Já o presidente Lula vai encerrar o evento, apresentando as prioridades e os desafios da futura presidência brasileira, que começa efetivamente a partir de 1º de dezembro de 2023.  

A presidência rotativa do Brasil no G20 vai até o fim de 2024, quando uma nova cúpula será realizada no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. O encontro está previsto para ocorrer nos dias 18 e 19 de novembro do ano que vem. 

A Polícia Federal (PF) abriu, na manhã desta sexta-feira (18), uma operação contra a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal no bojo de investigação sobre suposta omissão ante os atos golpistas de 8 de janeiro. Agentes foram às ruas para cumprir sete mandados de prisão preventiva expedidos pelo Supremo Tribunal Federal.

A ofensiva é aberta após um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR). São alvos da investigação:

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- Coronel Fábio Augusto Vieira, ex-comandante-geral da PMDF;

- Coronel Klepter Rosa Gonçalves, ex-subcomandante da PMDF, que foi nomeado comandante-geral no dia 15 de fevereiro;

- Coronel Jorge Eduardo Naime Barreto, ex-comandante do Departamento de Operações, que saiu de licença;

- Coronel Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, que substituiu Naime no 8 de janeiro;

- Coronel Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-chefe do 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF;

- Major Flávio Silvestre de Alencar;

- Tenente Rafael Pereira Martins.

Em nota, a PGR informou que a operação, denominada Incúria, tem como objetivo reunir novas provas de condutas praticadas por autoridades policiais do Distrito Federal nos atos de 8 de janeiro. 

Além dos mandados de prisão preventiva, as providências incluem buscas e apreensão, bloqueio de bens e afastamento de funções públicas. Os pedidos foram feitos pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, Carlos Frederico Santos. 

De acordo com o comunicado, ao oferecer a denúncia e requerer as medidas cautelares, o subprocurador-geral da República apresentou relato detalhado de provas já identificadas e reunidas na investigação, que apontam para a omissão dos envolvidos na operação. 

“É mencionada, por exemplo, a constatação de que havia profunda contaminação ideológica de parte dos oficiais da Polícia Militar do DF ‘que se mostrou adepta de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e teorias golpistas’. Há ainda menção a provas de que os agentes – que ocupavam cargos de comando da corporação – receberam, antes de 8 de janeiro de 2023, diversas informações de inteligência que indicavam as intenções golpistas do movimento e o risco iminente da efetiva invasão às sedes dos Três Poderes.” 

“Segundo as provas existentes, os denunciados conheciam previamente os riscos e aderiram de forma dolosa ao resultado criminoso previsível, omitindo-se no cumprimento do dever funcional de agir”, completou a PGR. 

Ainda segundo a nota, os denunciados devem responder, por omissão, pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado, além de violação dos deveres a eles impostos; violação de dever contratual de garante; e ingerência da norma. 

“Os mandados foram determinados pelo relator do Inquérito 4.923 no Supremo Tribunal Federal, ministro Alexandre de Moraes, e cumpridos de forma conjunta pela Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal”, concluiu a PGR. 

*Com a Agência Estado

A Organização Mundial da Saúde (OMS) iniciou, nesta quinta-feira (17), sua primeira cúpula de medicina tradicional, na Índia, alertando que esses tratamentos alternativos baseados em produtos naturais são eficazes apenas se forem baseados em evidências científicas.

A cúpula de dois dias acontece à margem de uma reunião dos ministros da saúde do G20 na cidade indiana de Gandhinagar.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou na abertura da cúpula que a agência da ONU "está trabalhando para criar dados e evidências que sirvam de base para políticas, normas e regulamentos para um uso seguro, rentável e equitativo da medicina tradicional".

A medicina tradicional pode aliviar as "lacunas de acesso" aos cuidados de saúde, mas tem valor apenas se for usada "de forma adequada, eficaz e, acima de tudo, com base em evidências científicas", afirmou.

A agência foi amplamente criticada pelos internautas, que a acusaram de ter dado validade científica à pseudociência ao perguntar a seus seguidores se eles haviam recorrido a tratamentos como a homeopatia, ou a naturopatia.

A OMS indicou posteriormente na rede social X (antes chamada Twitter) que estava ciente das "preocupações" manifestadas pelas pessoas e admitiu que "poderia ter articulado melhor [a sua] mensagem".

"Precisamos enfrentar um fato muito importante, que as medicinas tradicionais são amplamente utilizadas", disse o chefe do Conselho Científico da OMS, o prêmio Nobel Harold Varmus, em uma mensagem de vídeo durante a cúpula.

"É importante entender quais são os ingredientes das medicinas tradicionais, por que eles funcionam em alguns casos [...] e, mais importante, precisamos entender e identificar quais medicinas tradicionais não funcionam", disse ele.

A cúpula, que deve se tornar um evento anual, ocorre após a inauguração do Centro Global de Medicina Tradicional da OMS, no mesmo estado indiano de Gujarat.

- Pouca regulamentação -

O uso dessas técnicas é muito difundido em algumas partes do mundo, mas também é objeto de divergências.

A agência de saúde da ONU define medicina tradicional como o conhecimento, habilidades e práticas usadas para manter a saúde e prevenir, diagnosticar e tratar doenças físicas e mentais.

Mas a eficácia de muitos tratamentos não foi comprovada cientificamente e os defensores da natureza alertam que a indústria alimenta o comércio de espécies ameaçadas, como tigres, rinocerontes e pangolins.

O uso de remédios caseiros cresceu durante a pandemia de covid-19, como uma infusão de artemísia promovida pelo presidente de Madagascar como tratamento. Embora a planta tenha propriedades curativas contra a malária, sua eficácia contra a covid-19 é contestada por muitos médicos.

Na China, a medicina tradicional está profundamente enraizada, mas os órgãos de saúde europeus pedem, repetidamente, que esteja sujeita à mesma regulamentação que os métodos ocidentais.

"Os avanços científicos na medicina tradicional devem seguir os mesmos padrões rigorosos de outras áreas da saúde", disse o pesquisador-chefe da OMS, John Reeder, em comunicado.

Segundo ele, isso provavelmente requer uma nova metodologia "mais holística e contextual" para fornecer "evidências suficientemente conclusivas e robustas".

Dos 194 países da OMS, 170 reconhecem a medicina tradicional desde 2018, mas apenas 124 têm leis ou regulamentos sobre seu uso.

"Natural nem sempre significa seguro, e séculos de uso não são garantia de eficácia. Portanto, o método e o processo científicos devem ser aplicados para fornecer as evidências sólidas necessárias", afirmou a OMS.

A agência afirma que 40% dos medicamentos aprovados atualmente em uso derivam de uma "base de produtos naturais" e cita "medicamentos fundamentais" que vêm da medicina tradicional, como a aspirina, feita de fórmulas de casca de salgueiro.

Desde a publicação da lei que turbinou os salários dos juízes e desembargadores de Goiás, a cúpula do Tribunal de Justiça do Estado - que propôs ao Legislativo excluir penduricalhos do corte do teto do funcionalismo - já recebeu um montante acumulado de R$ 9,4 milhões - ou R$ 7,9 milhões líquidos. Os magistrados contemplados integram o Órgão Especial da Corte goiana, que, em janeiro, por unanimidade, aprovou o rascunho da norma que foi enviada à Assembleia e resultou no aumento exponencial do holerite dos integrantes do TJ de Goiás.

Nos últimos três meses, a Corte estadual repassou R$ 7,9 milhões, em valores líquidos, para abastecer os contracheques dos 21 desembargadores que participaram da votação da minuta de lei remetida ao Legislativo estadual.

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O valor corresponde ao total de rendimentos dos magistrados entre abril e junho - R$ 9,4 milhões, subtraídos descontos de Imposto de Renda, Previdência e retenção pelo teto que somaram no período R$ 1,5 milhão.

Do total dos rendimentos dos magistrados - R$ 9,4 milhões - só R$ 2,3 milhões (25%) correspondem à verba relativa aos subsídios de R$ 37,5 mil mensais. Os outros 75% correspondem a 'direitos pessoais' (R$ 305 mil) , 'indenizações' (R$ 2,6 milhões) e 'direitos eventuais' (R$ 4,1 milhões).

O Tribunal de Justiça de Goiás estudou, em um processo sigiloso, a classificação como verba 'indenizatória' devida a servidores que exercem 'atividade extraordinária'. A análise se deu após o governo do Estado aprovar uma norma de mesmo teor, beneficiando os servidores do Executivo goiano.

Nessa linha, a Diretoria-Geral da Corte rascunhou minuta de projeto de lei para 'busca a paridade/extensão de direitos' - recebimento de verba 'indenizatória' como 'contraprestação pelo exercício de cargos comissionados e de funções de natureza administrativa ou de representação, de caráter temporário ou eventual'.

Ao encaminhar o texto à Assembleia, a Corte goiana apontou 'necessidade de fazer valer direito isonômico' aos integrantes do Judiciário.

O Tribunal sustenta a necessidade de 'corrigir distorções de ordem discriminatória'. Argumenta ainda que foi estudado o 'impacto orçamentário' da lei que turbinou os salários dos desembargadores. Segundo a cúpula da Corte goiana, havia 'disponibilidade orçamentária e financeira já para 2023'. O teor do estudo não foi encaminhado à Casa Legislativa.

Em sessão ordinária no dia 25 de janeiro, o rascunho do projeto de lei foi aprovado pelo Órgão Especial do TJ de Goiás.

Votaram os desembargadores: Carlos Alberto França (presidente), Beatriz Figueiredo Franco, Leobino Valente Chaves, Gilberto Marques Filho, João Waldeck Felix de Sousa, Carlos Escher, Kisleu Dias Maciel Filho, Zacarias Neves Coelho, Alan Sebastião de Sena Conceição, José Paganucci Júnior, Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira, Nicomedes Domingos Borges, Sandra Regina Teodoro Reis, Guilherme Gutemberg Isac Pinto, José Carlos de Oliveira, Delintro Belo de Almeida Filho, Marcus da Costa Ferreira, Anderson Máximo de Holanda, Maurício Porfírio Rosa, Jeová Sardinha de Moraes e Sebastião Luiz Fleury.

Desse grupo de magistrados quem mais recebeu, desde abril, foi Carmecy Oliveira - R$ 508,4 mil. Outro desembargador que recebeu mais de meio milhão no período é Marcus da Costa Ferreira (R$ 501,7 mil). Nove outros magistrados ganharam entre R$ 405 mil e R$ 479 mil, entre abril e junho - entre eles o presidente da Corte goiana, desembargador Carlos Alberto França.

A lei que turbinou os salários dos magistrados goianos foi contestada pelo procurador-geral da República Augusto Aras no Supremo Tribunal Federal. O chefe do Ministério Público Federal pediu à Corte máxima que suspenda, liminarmente, os pagamentos. O caso está sob análise do ministro André Mendonça.

No centro do processo está o expediente que classifica como verba 'indenizatória' valores devidos a servidores que exercem 'atividade extraordinária'. Normalmente, esses montantes estariam sujeitos ao abate teto - corte no pagamento de funcionários públicos quando o valor do holerite ultrapassa o limite do funcionalismo público, que é o contracheque dos ministros do STF.

Leis sancionadas pelo governo de Goiás preveem a exclusão desses valores da régua do teto e acabaram turbinando o holerite de servidores.

No Supremo, Aras contestou cinco leis, aprovadas em sequência. A primeira beneficiou servidores do Executivo goiano. Depois, veio o efeito cascata: o Tribunal de Justiça de Goiás, o Tribunal de Contas do Estado e o Tribunal de Contas dos Municípios também quiseram entrar no jogo e pediram as mesmas regalias.

Enquanto Mendonça não decide, os pagamentos seguem caindo na conta dos magistrados de Goiás. Não há expectativa de que os valores já percebidos pelos magistrados possam ser devolvidos - uma vez que os pagamentos encontram amparo em lei estadual, mesmo se ela for declarada inconstitucional.

No último dia 12, o Tribunal defendeu os supersalários pagos a seus magistrados, argumentando que não se pode exigir que os juízes e desembargadores trabalhem de forma 'graciosa'. O presidente do TJ, desembargador Carlos Alberto França, alega que os magistrados não podem 'extrapolar suas funções' usuais de graça, devendo ser remunerados 'de modo proporcional e compatível' com as atividades 'imprescindíveis' que exercem para o funcionamento da Corte estadual.

COM A PALAVRA, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE GOIÁS

A reportagem entrou em contato, por e-mail, com a Corte e ainda não havíamos recebido uma resposta até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestações.

A cúpula entre líderes da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia terminou, nesta terça-feira (18), com um pedido dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Emmanuel Macron, da França: o fim das sanções à Venezuela, desde que o país realize eleições livres em 2024.

Lula disse ontem que conversou com representantes do governo e da oposição da Venezuela sobre a possibilidade de "normalizar a situação" no país. Nos primeiros meses de mandato, o presidente brasileiro fez vários elogios à ditadura de Nicolás Maduro, ignorando a repressão, a cassação de dissidentes e elogiando a "democracia" venezuelana.

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Agora, pela primeira vez, o governo brasileiro parece exigir algo em troca: eleições livres. A proposta faz parte das negociações mediadas por Brasil, França, Argentina e Colômbia. Ontem, Lula, Macron e os presidentes colombiano, Gustavo Petro, e argentino, Alberto Fernández pediram que governo e oposição da Venezuela retomem as negociações no México e defenderam que o regime chavista aceite o monitoramento internacional da eleição do ano que vem.

Pressão conjunta

Na segunda-feira (17), em Bruxelas, os quatro presidentes se reuniram com Gerardo Blyde, um dos principais negociadores da oposição venezuelana, e com Delcy Rodríguez, vice-presidente e a mais alta represente do governo venezuelano na cúpula. O objetivo, segundo o governo brasileiro, foi promover o diálogo para tornar as eleições mais transparentes.

O grande desafio da diplomacia dos quatro presidentes é como organizar eleições livres na Venezuela com tantos dissidentes inabilitados. Em junho, a ex-deputada María Corina Machado se tornou inelegível por 15 anos. Ela liderava várias pesquisas e se juntou a outros dois conhecidos opositores, Juan Guaidó e Henrique Capriles, também barrados da eleição

Rússia

Apesar da pressão conjunta sobre a Venezuela, a cúpula Celac-UE esteve longe de um consenso em outros temas. A declaração final do encontro evitou condenar a Rússia pela guerra na Ucrânia. O texto final menciona apenas "preocupações" com o conflito.

"Expressamos profunda preocupação com a guerra atual contra a Ucrânia, que continua a causar imenso sofrimento humano e exacerba fragilidades existentes na economia global, impedindo o crescimento e aumentando a inflação", diz o texto.

Em seguida, os 60 países que compõe os dois grupos - 33 latino-americanos e 27 europeus - ressaltam apoio ao acordo para a exportações de grãos pelo Mar Negro, mediado pela ONU e pela Turquia, para aumentar a demanda e conter a inflação global de alimentos.

Na segunda-feira, 17, a Rússia suspendeu o acordo após um ataque, atribuído à Ucrânia, ter destruído a ponte que liga a Crimeia à Rússia, uma importante rota de suprimentos que abastece as tropas russas na linha de frente.

Chefe da diplomacia da UE está otimista sobre acordo

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse ontem que o acordo entre Mercosul e a União Europeia deve sair antes de 2024 - um cronograma considerado otimista por muitos analistas. "Há um claro desejo de continuar trabalhando", disse Borrell. "Tenho certeza de que até o fim do ano podemos chegar a um acordo."

O acordo foi concluído em 2019, mas ainda enfrenta vários obstáculos, incluindo duas exigências da UE: mecanismos de proteção ambiental e sinal verde para que empresas europeias disputem licitações públicas em condições de igualdade no Mercosul. Apesar da complexidade da negociação, Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disseram ontem que também esperam que o pacto seja concluído antes de 2024. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir nesta segunda-feira, 17, com a oposição e com o governo da Venezuela, segundo informou uma fonte do governo ao Estadão. O encontro acontecerá durante a 3ª cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE), em Bruxelas, com participação dos governo da Colômbia, da França e da Argentina.

O presidente Lula, bem como Emmanuel Macron, Alberto Fernández e Gustavo Petro se encontrarão com Gerardo Blyde, um dos principais negociadores da oposição venezuelana com a ditadura de Nicolás Maduro e com quem Celso Amorim, assessor especial da presidência e ex-chanceler, se reuniu em março quando viajou de surpresa para Caracas.

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O líderes também se sentarão à mesa com Delcy Rodríguez, vice-presidente e a mais alta represente do governo venezuelano na cúpula. Segundo a fonte, a intenção é manter um diálogo democrático com os representantes venezuelanos em um contexto eleitoral que se aproxima.

A Venezuela terá eleições presidenciais em 2024, porém, três dos principais candidatos da oposição tiveram suas candidaturas inabilitadas. No fim de junho, a ditadura de Maduro tornou inelegível por 15 anos María Corina Machado, uma das pré-candidatas favoritas. Ela se junta a outros dois nomes importantes da oposição que já haviam sido barrado da disputa eleitoral: Juan Guaidó e Henrique Capriles.

O governo Lula não se pronunciou sobre a inabilitação de María Corina Machado, mas disse ao Estadão na semana passada que vai manter a disposição de diálogo de alto nível com Maduro.

O tema da Venezuela não constava na agenda oficial da cúpula, que ocorre nestas segunda e terça-feiras, mas já era uma possibilidade desde que o Parlamento Europeu aprovou uma condenação à suspensão "arbitrária e inconstitucional" de opositores de Maduro.

Em privado, diplomatas brasileiros admitiram que a inabilitação eleitoral de Corina Machado complica o reconhecimento de que as eleições nacionais em 2024 serão livres, justas e transparentes. O próprio governo Lula vinha nos bastidores cobrando Maduro a garantir igualdade de condições aos concorrentes no ano que vem.

Em sua única manifestação sobre o caso, o presidente Lula disse que não conhecia os detalhes do processo, em vez de sair em defesa do regime. Foi na última reunião de cúpula do Mercosul, em Puerto Iguazú, na Argentina, quando Lula admitiu "problemas", dias depois de afirmar que o conceito de democracia era "relativo" e que Caracas promovia mais eleições do que o Brasil.

O governo e a oposição da Venezuela retomaram no ano passado as tentativas de diálogo no México com mediação da Noruega. O Brasil não atua no processo de diálogo. França, Colômbia e Argentina agiram para a retomada dos diálogos em novembro passado.

A vice-presidente venezuelana recebeu autorização para viajar à capital da Bélgica apesar de estar incluída na lista de sancionados do bloco europeu. Segundo autoridades diplomáticas, a permissão de Rodríguez permanecer no espaço europeu foi prorrogada para participar da cúpula, um precedente previsto no regulamento das sanções europeias.

Rodríguez foi incluída na lista de autoridades venezuelanas sancionadas em junho de 2018 e, desde então, estava proibida de entrar no espaço da UE. Sua inclusão, porém, foi motivada, segundo a UE, ao seu papel nas eleições presidenciais que aconteceram na Venezuela em maio daquele ano, nas quais Nicolás Maduro obteve um segundo mandato.

A reunião de Lula com as duas partes ocorre dias depois de a Venezuela afirmar não vai permitir entrada de observadores da UE nas eleições de 2024. "Nenhuma missão europeia de observação volta aqui, não voltam porque são rudes, porque são colonialistas", afirmou o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o chavista Jorge Rodríguez.

Após 15 anos, a UE enviou uma missão à Venezuela em 2021 para acompanhar as eleições regionais, destacando melhorias na legislação, mas também deficiências a serem superadas.

Em um recuo velado sobre sua posição no caso da ditadura venezuelana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nessa terça-feira (4), que os "problemas" do país vizinho devem ser enfrentados. Não foi uma admissão dos ataques aos direitos humanos pelo regime de Nicolás Maduro, mas um ajuste de tom, feito por alguém que tem sofrido na política interna e nas relações internacionais as consequências de seu alinhamento com governos autocráticos. A fala foi feita no momento em que Lula, como chefe de governo do Brasil, assume a presidência rotativa do Mercosul, na 62.ª reunião de cúpula do bloco, realizada em Puerto Iguazú, na Argentina.

"Todos os problemas que a gente tiver em democracia, a gente não se esconde deles, a gente enfrenta", afirmou, para, na sequência, amenizar: "Temos que conversar. O que não pode é isolar, e levar em conta que apenas os defeitos estão de um lado. Os defeitos são múltiplos. Precisamos conversar com todo mundo". A declaração ocorre poucos dias depois de uma manobra judicial tirar do páreo eleitoral a candidata oposicionista à presidência María Corina Machado, que foi inabilitada para concorrer a eleições por 15 anos.

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A Venezuela é um tema recorrente nas reuniões do Mercosul e se tornou fator de inegável desgaste para o terceiro mandato do petista. Lula é favorável a trazer o país de volta ao bloco, formado originalmente por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A Venezuela foi admitida em 2012 e suspensa em agosto de 2017 por "ruptura na ordem democrática".

A questão se torna mais delicada tendo em vista o contexto. O principal desafio de Lula na presidência do bloco é destravar o acordo comercial com a União Europeia, cujas negociações estão virtualmente paralisadas desde 2019. O bloco europeu expressou na segunda-feira uma "profunda preocupação" com a exclusão de María Corina e de outros opositores, como Henrique Capriles, da corrida presidencial venezuelana. Com isso, o componente político adiciona uma dificuldade a mais em uma negociação que já era tensa pelo ponto de vista econômico.

Aliados

Internamente, o apoio de Lula a Maduro também não cai bem. A visita do líder venezuelano ao Brasil, em maio, conseguiu provocar desgosto até em partidos da base aliada do governo. "Além de falta de democracia, o pior cartão de visita desse regime da Venezuela são as centenas de milhares de venezuelanos pedindo esmolas nos semáforos do Brasil. Esse é o fato", disse, à época, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Não se trata de um aliado qualquer, mas do dirigente máximo do partido do vice-presidente, Geraldo Alckmin.

No União Brasil, a reação foi similar. "Não sei quais são as informações que o presidente Lula tem, mas as nossas informações com relação à Venezuela são de uma situação muito delicada", observou o presidente da sigla, Luciano Bivar.

No encontro de ontem do Mercosul, o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, expressou sua oposição à recondução da Venezuela ao bloco. "O Mercosul tem que dar um sinal claro para que o povo venezuelano caminhe para uma democracia plena que não tem hoje", disse. Em maio, ele já havia confessado surpresa com a declaração de Lula, quando o brasileiro, durante o encontro bilateral com Maduro, afirmou que a Venezuela é "vítima de uma narrativa de antidemocracia e autoritarismo".

Na ocasião, o presidente do Chile, o esquerdista Gabriel Boric, rebateu o petista argumentando que a questão "não é uma construção narrativa, é uma realidade, é séria". Mais recentemente, o presidente colombiano, Gustavo Petro - outro nome da esquerda sul-americana -, reforçou esse coro crítico ao questionar a inabilitação eleitoral de María Corina. Petro afirmou que "nenhuma autoridade administrativa deve tirar os direitos políticos de nenhum cidadão".

Além de distanciar o Brasil de líderes esquerdistas na região, as críticas ao regime venezuelano trazem especial dificuldade para o relacionamento do Uruguai com o Mercosul. O país reclama do protecionismo do bloco, que considera exacerbado, e negocia de forma unilateral um tratado de livre-comércio com a China à revelia das demais nações. O Uruguai cobra mudanças no regimento interno para ficar no Mercosul. Ontem, em um sinal claro de divergência com as demais nações do bloco, o país decidiu, pela quarta vez seguida, não assinar o comunicado conjunto dos titulares do Mercosul.

Cegueira

Lula vem defendendo o regime de Maduro em diversas ocasiões. Após declarar que havia uma "narrativa" contrária à Venezuela, divulgada pela direita, o diário venezuelano El Universal - um dos poucos órgãos de imprensa que se mostram independentes em relação ao governo local - publicou um editorial com o título "Lula está cego". A publicação considera que o brasileiro sofre de "hemiplegia ideológica", uma "enfermidade que afeta líderes políticos e os deixa sem visão".

No fim do mês passado, o líder petista foi capa do jornal francês Libération, sendo chamado de "A decepção" e classificado como um "falso amigo do Ocidente". Era uma crítica aos posicionamentos de Lula frente a guerra da Ucrânia, mas também em relação ao regime de Maduro.

O constrangimento de Lula cresceu na quinta-feira passada (29). No mesmo dia, ele deu entrevista à Rádio Gaúcha, pela manhã, e discursou, à noite, na abertura do Foro de São Paulo, encontro de siglas de esquerda da América Latina e do Caribe. À emissora, declarou que a Venezuela "tem mais eleições do que o Brasil" e concluiu que o "conceito de democracia é relativo". No dia seguinte viria a decisão que afastou das próximas eleições María Corina, líder em intenção de votos entre os opositores.

Ontem, a Comissão de Segurança Pública do Senado aprovou um requerimento para convidar a venezuelana a falar no Congresso brasileiro. Pessoas próximas a Lula vinham aconselhando o petista a evitar falar sobre a situação política da Venezuela para atenuar o forte desgaste político.

Mas, segundo aliados, o petista assumiu o terceiro mandato com a ideia fixa de cumprir um papel de líder global. Anseio que se mostra maior do que os conselhos dos ministros mais próximos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cinco dias depois de declarar que a Venezuela "tem mais eleições do que no Brasil" e que o conceito de democracia é "relativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que o País vizinho tem "problemas". Em pronunciamento após assumir a presidência pro tempore do Mercosul, Lula afirmou que, na democracia, esses "problemas" devem ser enfrentados.

"Em relação à Venezuela, todos os problemas que a gente tiver em democracia, a gente não se esconde deles, a gente enfrenta. Eu não conheço pormenores do problema com a candidata da Venezuela, pretendo conhecer", afirmou o petista. "Temos que conversar. O que não pode é isolar, e levar em conta que apenas os defeitos estão de um lado. Os defeitos são múltiplos. Precisamos conversar com todo mundo", acrescentou.

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Lula não citou quais os "problemas" da Venezuela, ditadura aliada do PT marcada por violações de direitos humanos, e reafirmou sua convicção sobre a necessidade de unir o Mercosul. "Durante a minha campanha, a gente criou o lema 'ninguém larga a mão de ninguém', declarou.

Na semana passada, em entrevista a uma rádio, Lula defendeu o regime de Maduro. "A Venezuela tem mais eleições do que o Brasil. O conceito de democracia é relativo para você e para mim", disse o presidente à Rádio Gaúcha.

Nesta terça-feira, 4, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, também saiu em defesa da Venezuela explicitamente. Ele criticou os países que pedem condenações à ditadura. "Problemas da Venezuela pertencem aos venezuelanos, países não devem se intrometer em questões internas dos outros. Se querem realmente ajudar a Venezuela, voltem à mesa de diálogo", disparou o peronista.

"Quero lembrar que nós tivemos dentro do grupo de Lima uma compreensão clara da ingerência da Venezuela, que não iria resolver os problemas que a Venezuela tampouco tinha. A quantidade de exilados que tem a Venezuela é resultado das sanções econômicas que a Venezuela tem sofrido", seguiu Fernández, cutucando o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, crítico da Venezuela.

Em meio às reclamações do Uruguai sobre o protecionismo do Mercosul, Lula prometeu, à frente da presidência pro tempore do bloco, fazer um "esforço imenso" para diminuir a demanda dos países-membros. "Se uma demanda leva muito tempo, vira coisa amarga, desagradável", avaliou. "Quero dar um salto de qualidade no funcionamento do Mercosul", acrescentou, prometendo "lealdade e dedicação" para o crescimento do bloco.

Consolidar democracia é 'tarefa permanente'

O presidente brasileiro evitou fazer a costumeira defesa da ditadura da Venezuela e afirmou que "consolidar a democracia será uma tarefa permanente".

"Vamos propor a reinstalação do Foro Consultivo de Municípios e Estados Federados e realizar a Cúpula Social em formato presencial", disse o petista no fórum."Estou convicto que a construção de um Mercosul mais democrático e participativo é o caminho a trilhar", acrescentou.

Para Lula, é "urgente" renovar o compromisso do Mercosul com o Estado de direito. "Como presidentes democraticamente eleitos, temos o desafio de enfrentar todos os que tentam se apropriar e perverter a democracia", declarou.

"Só a unidade do Mercosul, da América do Sul e da América Latina e do Caribe nos permitirá retomar o crescimento, combater as desigualdades, promover a inclusão, aprofundar a democracia e garantir nossos interesses em um mundo em transformação", acrescentou o petista.

Lula prometeu em Puerto Iguazú se empenhar pessoalmente pela entrada da Bolívia do Mercosul, travada também no Congresso brasileiro, mas não citou a vontade da Venezuela em retornar ao bloco. Hoje, a ditadura de Nicolás Maduro está suspensa do Mercosul, mas quer voltar a ele e tem o apoio de Lula, o que hoje não foi explicitado.

O presidente tem sido criticado por defender a ditadura da Venezuela, sua aliada na América do Sul. Na semana passada, Lula disse que democracia é algo relativo, fala que repercutiu negativamente nas redes sociais e até mesmo entre aliados.

No discurso de abertura da cúpula do Mercosul, o chanceler da Argentina, Santiago Cafiero, defendeu a revisão do acordo comercial com a União Europeia por, na sua visão, não responder aos desafios do cenário atual. A declaração se dá no momento em que as negociações entre as partes, embora na reta final, estão travadas após os europeus apresentarem um documento adicional ao acordo que prevê sanções às nações sul-americanas em caso de descumprimento de normas ambientais. O dispositivo irritou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que negocia a retirada do trecho para sancionar o acordo comercial.

A cúpula do Mercosul começou nesta segunda-feira (3) em Puerto Iguazú, na Argentina, país que na terça-feira, 4, passará a presidência pro-tempore do bloco para o Brasil. Hoje, o governo Lula é representado por três autoridades: o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira; o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa; e a secretária para Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Tatiana Rosito.

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Para Cafiero, o texto do acordo UE-Mercosul é um "esforço desigual entre blocos assimétricos e não responde ao cenário atual". "Para materializar potencialidades e para que acordo tenha bons resultados para ambas as partes, é necessário trabalhar e atualizar os textos de 2019", afirmou o chanceler, em discurso.

O ministro argentino assegurou que a gestão Alberto Fernández defende, sim, o avanço nas negociações com os europeus, mas mediante ajustes. "Em fevereiro recebemos, depois de quatro anos, o documento adicional sobre ambiente e apresenta visão parcial do desenvolvimento sustentável excessivamente focado no ambiental, com escassa consideração sobre desenvolvimento econômico e social", disparou.

"Precisamos reagir em conjunto ao chamado protecionismo verde. Isso está ancorado em preocupação genuína, mas na prática pressupõe proteção da produção e produto dos países desenvolvidos que afeta comércio em geral, mas em particular países como os nossos, produtores de alimentos e matérias primas, entre os quais são setores essenciais e fundamentais de nossas economias", acrescentou Cafiero, em uma postura mais voltada ao desenvolvimento em relação ao ambientalismo.

Ao defender seu ponto de vista, o chanceler argentino citou trechos do tratado, com diferenças entre liberação de tarifa de exportação entre as duas partes. "Os bens industriais importados da União Europeia não estão submetidos a nenhuma taxa. A margem de negócios ficou mais restrita para um bloco do que para o outro", acrescentou o chefe das Relações Exteriores da Argentina. "O acordo pode ser oportunidade para reacomodar desequilíbrios de acordo e reajustá-lo a um mundo que mudou nos últimos quatro anos", seguiu, em defesa de um meio-termo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a dizer que as críticas sobre violações ao regime democrático na Venezuela são "narrativas". O petista reafirmou as declarações dadas ontem, após reunião com o presidente venezuelano Nicolás Maduro, e que suscitaram críticas dentro e fora do País.

Lula disse que, desde o governo do ex-presidente Hugo Chávez, criou-se uma narrativa negativa que "determina que o cara é o demônio" e sugeriu que Maduro crie "uma narrativa dele com os fatos verdadeiros".

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"Em política, toda vez que você quer destruir um adversário, a primeira coisa que você faz é construir uma narrativa negativa dele. Desde que o Chávez tomou posse, foi construída uma narrativa contra o Chávez, e eu tive oportunidade de ver isso, uma narrativa em que você determina que o cara é o demônio. A partir do momento que você cria a narrativa, você começa a jogar todo mundo contra ele. Foi assim que aconteceu contra o Chávez, assim o que aconteceu comigo", disse o presidente em entrevista a jornalistas após participar de reunião com presidentes de países sul-americanos, em Brasília.

"Disse para o Maduro que existe narrativa no mundo de que, na Venezuela, não tem democracia e que ele cometeu erros. Eu disse a ele que é obrigação dele de construir uma narrativa com fatos verdadeiros. Eu disse pro Maduro: 'para provar o que você tá falando, tem que fazer um documento, com assinatura de todos os partidos de oposição, movimento sindical, todo o Parlamento e governadores e peça respeito à soberania da Venezuela'", reforçou Lula.

Os presidentes do Uruguai, Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric, discordaram hoje da posição de Lula. Segundo o presidente brasileiro, no entanto, eles fizeram críticas respeitosas, no "limite da democracia". "Nessas reuniões, ninguém precisa concordar com ninguém", disse.

Lula ainda afirmou que a Venezuela vai traçar um calendário para pagar dívidas com o Brasil. "Eu acho que a Venezuela merece respeito. Quem vai ajudar a Venezuela é a própria Venezuela", pontuou.

Na cúpula com chefes de Estado da América do Sul, que acontecerá na próxima terça-feira, 30, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defenderá a adoção de um mecanismo de integração com todos os doze países da região. A ideia é ter uma instância para debater as questões regionais, mas, sobretudo, negociar respostas comuns às demandas globais. A integração sul-americana é uma prioridade na política externa de Lula, que negocia ainda reuniões bilaterais às margens da cúpula da semana que vem.

Articulado pelo governo brasileiro, o encontro terá a presença de todos os chefes de Estado sul-americanos, à exceção da presidente do Peru, Dina Boluarte, que enviará um representante. Ela assumiu o governo local após a destituição de Pedro Castillo pela tentativa de um golpe de Estado e, por motivos constitucionais e em meio à crise política local, não pode deixar o Peru.

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Neste primeiro momento, diz o Itamaraty, a proposta da cúpula é identificar denominadores comuns mínimos para dar início ao diálogo sul-americano que, a depender da negociação entre os chefes de Estado, pode resultar em um fórum ou um bloco maior do que a Unasul, inativa nos últimos anos. A União de Nações Sul-Americanas reúne 7 países da América do Sul e não tem um encontro formal desde 2014.

"Não queremos prejulgar se vai ser criado um mecanismo de integração ou quando, porque há muitas diferenças de opinião entre os chefes de Estado. A ideia é colocar os presidentes juntos, dialogar e a partir daí ver caminhos a serem seguidos", afirmou a secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, embaixadora Gisela Padovan.

A embaixadora destaca não ser possível, nesse momento, cravar o caminho que os presidentes da América do Sul vão tomar, embora Lula defenda que uma união de todos os países, não mais de parte deles. "Na visão do Brasil, a gente queria ter algum tipo de integração permanente, que não seja suscetível a marés mais à esquerda ou à direita. Não temos modelo, apenas um desejo de como seria: os 12 países", declarou a secretária.

"É importante para nós que não seja uma integração fracionada, dividida", acrescentou Gisela, que define a reunião da terça-feira como um "ponto de partida", e não de chegada. "Esperamos que saia daí uma orientação para onde, quando e como e em que velocidade deve caminhar a integração", diz a embaixadora.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, a ideia da cúpula é ser uma espécie de "retiro" - ou seja, criar a oportunidade de um diálogo informal, uma troca de ideias para retomar laços estremecidos nos últimos anos. Será um formato bastante restrito, com os presidentes acompanhados apenas de mais três pessoas. As reuniões serão no Palácio Itamaraty. Na noite de terça-feira, Lula oferecerá um jantar no Palácio da Alvorada.

O futuro Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), anunciou em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, 20, que serão criadas novas estruturas para fortalecer a atuação da Polícia Federal. Segundo ele, os nomes foram definidos em reunião com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e com o futuro diretor-geral da PF, delegado Andrei Rodrigues.

"Teremos uma alocação de recursos humanos mais eficiente", explicou o futuro ministro. Entre as novas estruturas anunciadas hoje, está a nova Diretoria de Amazônia e Meio Ambiente, que ficará a cargo do delegado Humberto Freire de Barros.

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Além dele, Dino anunciou os seguintes nomes: Gustavo Paulo Leite de Souza (Diretoria-Geral Adjunta), Ademir Dias Cardoso Junior (Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação), André Luis Lima Carmo (Diretoria de Administração e Logística), Guilherme Monseff de Biagi (Diretoria de Gestão de Pessoas), Helena de Rezende (Corregedoria-Geral), Luciana do Amaral Alonso Martins (Diretoria de Ensino), Luiz Eduardo Navajas Telles Pereira (Chefia de Gabinete), Otávio Margonari Russo (Diretoria de Combate a Crimes Cibernéticos), Ricardo Andrade Saadi (Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção), Roberto Reis Monteiro Neto (Diretoria Técnico-Científica), Rodrigo de Melo Teixeira (Diretoria de Polícia Administrativa), Rodrigo Morais Fernandes (Diretoria de Inteligência), Valdecy Urquiza (Diretoria de Cooperação Internacional).

Como noticiou o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, os nomes de Teixeira e Fernandes já haviam sido cotados para integrar a pasta. Ambos atuaram nas investigações do caso Adélio Bispo.

Os líderes das principais economias mundiais começaram a chegar neste domingo (13) à ilha indonésia de Bali para a cúpula do G20, que terá como aperitivo o primeiro encontro bilateral, como presidentes, do americano Joe Biden e do chinês Xi Jinping.

O avião presidencial Air Force One aterrissou pouco antes das 22h locais (11h em Brasília) no aeroporto internacional de Denpasar, procedente do Camboja, onde participou da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

Da capital cambojana, Phnom Penh, Biden afirmou que o encontro buscará estabelecer as "linhas vermelhas" nas relações cada vez mais espinhosas com a China. Ele também celebrou o resultado das eleições de meio de mandato nos Estados Unidos.

"Eu me sinto bem e com expectativa para os próximos dois anos", declarou, assegurando que, depois disso, chega politicamente "mais forte" à reunião com seu homólogo chinês, Xi Jinping.

À sua frente, ele terá, por sua vez, um Xi também mais fortalecido após obter um histórico terceiro mandato, no mês passado, para comandar o país, consolidando-se como o líder chinês mais poderoso desde Mao Tsé-Tung. Na mesa, há uma agenda com diferentes disputas: da rivalidade comercial à questão dos direitos humanos na China, passando pelo "status" de Taiwan.

Biden espera "sair do encontro com áreas, nas quais os dois países e os dois presidentes e suas equipes possam trabalhar de forma cooperativa", disse seu conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan.

Putin ausente

A reunião bilateral entre os líderes das duas maiores potências mundiais antecederá a primeira cúpula pós-pandemia deste bloco que representa mais de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 75% do comércio internacional.

A Indonésia receberá 17 chefes de Estado e de governo. O presidente russo, Vladimir Putin, estará representado por seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

O Kremlin alegou "problemas de agenda", mas a decisão permite proteger Putin das críticas e do ostracismo dos países ocidentais pela guerra na Ucrânia que, apesar de não estar na agenda, dominará a reunião.

A invasão desencadeou um aumento nos preços de alimentos e de energia que afetou ricos e pobres no G20.

Como país anfitrião, a Indonésia se mostrou neutra, ao convidar Putin e o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky. Este último participará por videoconferência.

Todos os encontros anteriores terminaram sem uma declaração conjunta, devido às discrepâncias geopolíticas. Nesse sentido, as esperanças de reverter a tendência na cúpula dos líderes são escassas.

"Honestamente, acho que a situação global nunca foi tão complexa", reconheceu um ministro do governo indonésio, Luhut Binsar Pandjaitan.

Escassa presença latino-americana

O presidente argentino, Alberto Fernández, que chegará na segunda-feira procedente do Fórum de Paris sobre a Paz, disse que pretende promover o diálogo entre Moscou e Kiev em Bali para acabar com a "indecência" da guerra.

O diálogo é "entre Ucrânia e Rússia", mas a solução deve ser global e fora da lógica dos blocos, destacou em entrevista coletiva.

"Quero que a Argentina esteja sentada nessa mesa de resolução", acrescentou.

O argentino se reunirá com Xi Jinping, pela segunda vez este ano, e com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, com quem quer tratar da questão das "sobretaxas" da dívida.

Fernández será o único líder latino-americano na cúpula, devido à ausência do brasileiro Jair Bolsonaro, que em janeiro entregará a presidência a Luiz Inácio Lula da Silva, assim como do mexicano Andrés Manuel López Obrador. Ambos serão representados por seus ministros das Relações Exteriores.

"O G20, embora em algumas ocasiões no passado tenha se tornado relevante para os países da região, historicamente não tem desempenhado um papel importante" na América Latina, disse à AFP Parsifal D'Sola, diretor do Centro de Pesquisa Sino-Latino-Americano da Fundação Andrés Bello.

"Mesmo nos períodos em que os países-membros tiveram maior atividade internacional, não foi um fórum representativo para temas de natureza latino-americana", acrescentou o analista.

As mulheres representam metade da população chinesa, mas os altos escalões do poder são inacessíveis a elas: ficaram praticamente de fora das mudanças anunciadas no domingo (23) na liderança do Partido Comunista da China (PCC).

Assim, o Politburo, órgão decisório do PCC, não terá mulheres entre seus 24 membros, algo nunca visto em um quarto de século.

E a nova composição do Comitê Central, uma espécie de parlamento do partido com 205 membros, conta com apenas 11 mulheres, 4,9% do total contra 5,4% no comitê anterior.

No que diz respeito ao Comitê Permanente, nada muda. O grupo de sete pessoas que detém as rédeas do poder mantém sua composição apenas de homens.

"As mulheres ainda estão pouco representadas no topo da política chinesa", lamentou no domingo a nota informativa Neican China.

"É preciso lembrar que as mulheres representam 48,8% da população chinesa e 29,4% dos membros do Partido Comunista", diz.

Sun Chunlan, de 72 anos, a única mulher no Politburo anterior, aposentou-se e nenhuma outra representante feminina foi nomeada em seu lugar.

- "A metade do céu" -

Sun, como vice-primeira-ministra encarregada de políticas sanitárias, era enviada com frequência para inspecionar cidades com surtos de covid.

Ela era conhecida como "Dama de Ferro", devido às medidas estritas que ordenava ao passar pelas cidades.

Mas Sun Chunlan foi uma exceção na política chinesa, dominada por redes de camaradagem masculina e sexismo notável que muitas vezes asfixiaram carreiras promissoras, concordam vários analistas.

A realidade, portanto, está longe do lema proclamado na década de 1950 pelo fundador do regime, Mao Tsé Tung (1949-1976): "As mulheres carregam metade do céu".

"Não vejo como as mulheres podem 'carregar metade do céu' na China se nem podem fazer parte do Politburo", comentou no domingo Jacob Gunter, analista no Instituto Mercator de Estudos Chineses (Merics).

Para Minglu Chen, professora na Universidade de Sydney, "o compromisso do Partido Comunista Chinês com os direitos das mulheres tem apenas um caráter econômico" para que elas "ingressem no mundo do trabalho".

E ainda assim, nesta sociedade tão conservadora, "muitas mulheres têm dificuldades em conciliar seus papéis de boas mães, esposas e funcionárias", diz a professora.

Para progredir na política, carecem de momentos de socialização, como as refeições regadas a álcool, num ambiente fundamentalmente masculino.

- Discriminação -

O mesmo acontece em torno do presidente Xi Jinping.

"A maioria dos antigos colegas de Xi nas províncias de Zhejiang e Fujian agora fazem parte do Politburo", observa Victor Shih, professor de ciência política da Universidade da Califórnia, em San Diego.

"E nenhuma de suas colegas conseguiu entrar no Politburo, ou mesmo ocupar cargos de liderança em nível provincial", lamenta o professor.

É verdade que a China implementou um sistema de cotas em 2001, exigindo a presença de pelo menos uma mulher em todos os níveis de governo e partido, exceto no Politburo. Mas devido à falta de controle, o sistema não é realmente respeitado.

"Se um sistema de cotas melhor tivesse sido implementado e realmente aplicado, hoje começaríamos a ver os resultados", avalia Minglu Chen, para quem a situação atual também é produto da "dominação de um único partido".

Desde 1948, o Politburo do PCC admitiu apenas oito mulheres, das quais apenas três ocuparam um cargo de vice-primeira-ministra.

Principal ausência na 60ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, o presidente Jair Bolsonaro enviou um curto vídeo que finalmente foi transmitindo na reunião de presidentes do bloco. O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, representa o governo brasileiro no encontro.

"O mundo vive um momento desafiador, que nos obriga a intensificar os nossos esforços para garantir os postos de trabalho, o poder de compra e a qualidade de vida dos nossos cidadãos. Temos assegurado suprimento de fertilizantes para nossa agricultura, que é fundamental para a segurança alimentar de parte do mundo. Também trabalhamos internamente para combater as causas dos aumentos preços de combustíveis e energia", discursou o presidente, em vídeo gravado.

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Bolsonaro citou o aumento temporário do Auxílio Brasil para R$ 600 a partir de agosto. "As famílias de baixa renda continuam a ser o foco prioritário das nossas ações. Desde o início da pandemia temos trabalhador para garantir comida na mesa", completou.

Segundo o presidente, o Brasil atua para que Mercosul tenha papel relevante contra os atuais choques externos, reforçando a defesa da redução da Tarifa Externa Comum (TEC), aprovada pelo bloco. "O mundo de hoje precisa de mais comércio e investimentos, por isso trabalhamos pela aprovação do acordo moderno com Cingapura", afirmou. "Precisamos continuar ampliando nossos investimentos na América Latina e no Caribe, para fortalecer cadeias regionais de valor", concluiu Bolsonaro.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) foi criticada por Moscou e Pequim nesta quinta-feira, 30, após classificar a Rússia como "ameaça direta" e dizer que a China impõe "sérios desafios" à estabilidade global. A China acusou a Otan de "atacar maliciosamente e difamar" o país. Segundo a missão chinesa na União Europeia, a Otan "alega que outros países impõem ameaças, mas é a Otan que está criando problemas ao redor do mundo".

Ao encerrar uma reunião de cúpula em Madri, a capital espanhola, a Otan fez um grave alerta de que o mundo mergulhou numa perigosa fase de competição entre grandes potências e ameaças variadas, que vão de ataques cibernéticos a mudanças climáticas.

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Líderes da Otan também fizeram convites formais a Finlândia e Suécia para aderir à aliança, depois de superarem a resistência inicial da Turquia. Se a filiação dos dois países nórdicos for aprovada pelos 30 integrantes da aliança, a Otan passará a ter uma nova fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia. Fonte: Associated Press.

O presidente chinês, Xi Jinping, vai liderar, na próxima semana, uma cúpula virtual dos líderes do grupo Brics, que também inclui Brasil, Rússia, Índia e África do Sul.

Será a primeira reunião desse grupo desde o início da crise na Ucrânia.

Esse influente grupo de economias emergentes formado em 2009 reúne 40% da população global e representa quase 25% do PIB mundial.

Xi presidirá a reunião virtual do Brics em 23 de junho, informou a agência de notícias estatal Xinhua nesta sexta-feira, citando a porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Hua Chunying.

Três de seus membros - China, Índia e África do Sul - se abstiveram de votar em uma resolução para condenar a invasão russa da Ucrânia.

China e Índia têm fortes vínculos militares com a Rússia e compram quantidades significativas de petróleo e gás.

Em um telefonema com seu homólogo russo, Vladimir Putin, na quarta-feira (15), Xi manifestou seu apoio a questões de "soberania e segurança", levando os Estados Unidos a pedir a Pequim que evite se colocar do "lado errado da história".

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