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A composição da bancada do futuro partido União Brasil deve mudar após a janela partidária, período que será aberto em março do ano que vem e permite trocas de partidos sem a perda de mandato.

Dirigentes do PSL já contabilizam uma debandada de pelo menos 25 deputados bolsonaristas da nova legenda. Mas o que deve pesar para a permanência ou a saída de parlamentares do União Brasil são os arranjos regionais.

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O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) afirmou que deixará o partido se o diretório estadual do Rio ficar com o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (PSL). O deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), por sua vez, condicionou sua permanência no União Brasil ao apoio da nova sigla à pré-candidatura do deputado estadual Arthur do Val (Patriota), conhecido como "Mamãe Falei", ao governo de São Paulo. A nova legenda ainda discute se apoia a pré-candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ou se tenta filiar Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB, para lançá-lo ao governo estadual.

"Tudo depende da conjuntura", afirmou o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), aliado de ACM Neto e responsável por coordenar as articulações regionais da fusão. Ele evitou adiantar qualquer posição para a disputa do ano que vem. "Isso não está posto na mesa por enquanto. 2022 vamos discutir em 2022", afirmou.

Se obtiver o aval da Justiça Eleitoral, o União Brasil terá o maior caixa eleitoral no ano que vem, o que deve valorizar o passe da sigla na hora de negociar apoios. Apenas de Fundo Partidário serão R$ 158 milhões - atualmente, a maior fatia é a do PT, de R$ 94 milhões.

A nova sigla terá também a maior cota do fundo eleitoral, cujo valor ainda deve ser fixado pelo Congresso. Se considerada a soma dos valores de 2020 dos fundos eleitoral e partidário, o União Brasil teria R$ 478,2 milhões, montante maior que o do PT, que ficaria com R$ 295,7 milhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As eleições de 2022 vão mudar a fisionomia do primeiro escalão do governo de Jair Bolsonaro. Levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo indica que, até agora, 11 dos 23 ministros pretendem deixar a equipe em abril para disputar as eleições do ano que vem. O prazo é estipulado pela Lei Eleitoral, que obriga ocupantes de cargos públicos a entregar os postos seis meses antes das eleições, se quiserem ser candidatos.

Bolsonaro conta com vários deles para ajudar a montar palanques que deem sustentação à sua campanha pelo segundo mandato, principalmente em São Paulo, maior colégio eleitoral, e em Estados do Nordeste, reduto do PT do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, seu maior adversário político.

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"Acredito que um terço dos meus ministros se lance candidato" , disse Bolsonaro à Rede Nordeste de Rádio, no último dia 27, sem mostrar preocupação com a debandada. "Eu já falei com eles. Sabem muito bem que têm chance de vitória, se eu estiver bem."

Entre os nomes citados pelo próprio presidente para disputar as eleições estão ministros hoje sem partido, como o da Saúde, Marcelo Queiroga, que pode se candidatar ao Senado pela Paraíba, e o da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

Bolsonaro quer lançar Tarcísio à sucessão do governador João Doria (PSDB), seu arqui-inimigo, em São Paulo, mas ele ainda resiste. "Está fazendo um brilhante trabalho. Se assumir um cargo no Executivo, dará um show", afirmou o presidente.

A ideia é que Queiroga, Tarcísio e o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto - hoje no PSC e com planos de se candidatar ao Senado, por Pernambuco -, migrem para o mesmo partido que Bolsonaro vai escolher para disputar a reeleição.

Até agora, a tendência é que o presidente se filie ao Progressistas, partido do novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e principal legenda do Centrão, mas o acordo ainda não foi fechado. "Eu sou do Centrão", disse Bolsonaro no último dia 22, minimizando as críticas à entrada do grupo no governo, ao lembrar que foi filiado por muitos anos ao PP (hoje Progressistas).

Recém-nomeado chefe da Casa Civil, Nogueira quer disputar o governo do Piauí. Aliados avaliam, porém, que ele pode desistir, caso considere que permanecer no governo é "uma missão maior". Há até quem faça planos para Nogueira ser vice na chapa de Bolsonaro à reeleição.

'Senado ou nada'

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, descarta disputar novo mandato de deputado ou tentar o governo do governo do Rio Grande do Norte. "É Senado ou nada", disse ele ao jornal O Estado de S. Paulo.

Faria é filiado ao PSD, mas está de malas prontas para o Progressistas. Este também poderá ser o partido do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, apontado por Bolsonaro como "um bom nome" para concorrer ao governo do Rio Grande do Norte. Marinho era do PSDB, mas se desfiliou.

No Distrito Federal, outros dois ministros se movimentam para concorrer. O titular da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, é filiado ao PSL, que quer lançá-lo à sucessão do governador Ibaneis Rocha. A chefe da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL), atualmente deputada licenciada, pretende disputar uma vaga no Senado.

'Curinga'

Chamado por Bolsonaro de "curinga" na equipe por já ter ocupado três pastas, o novo ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, se movimenta desde 2019 para disputar o governo gaúcho. Isso é perceptível ao olhar agendas de Onyx nas pastas pelas quais passou - Casa Civil, Cidadania e Secretaria-Geral -, sempre lotada de compromissos com prefeitos do Rio Grande do Sul e espaço privilegiado para entrevistas à imprensa local.

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, já avisou ao comando do DEM que quer concorrer ao Senado por Mato Grosso do Sul. Tudo indica, no entanto, que ela mudará de partido. Trata-se de outro nome que pode ir para o Progressistas.

Na Bahia, onde o presidente do DEM, ACM Neto, vai disputar o governo, o Planalto estimula a candidatura do ministro da Cidadania, João Roma, pelo Republicanos.

Afilhado político de Neto, Roma foi chefe de gabinete da Prefeitura de Salvador, de 2013 a 2018, e depois se elegeu deputado.

Os dois romperam porque Neto não queria que ele aceitasse o ministério. Roma ainda não decidiu, porém, se enfrentará seu ex-aliado ou se disputará uma vaga para retornar à Câmara dos Deputados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As novas baixas na equipe econômica jogam luz sobre o fato de que o DNA do governo Bolsonaro não é "verdadeiramente" liberal, na opinião do ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria Integrada, Gustavo Loyola. Essa é a visão, segundo ele, apenas do núcleo do Ministério da Economia. Com a saída dos secretários Salim Mattar, de Desestatização, e Paulo Uebel, de Desburocratização, a pasta já perdeu cinco integrantes em meio à pandemia, que alterou a situação fiscal do País e vem suscitando debates sobre o aumento permanente de gastos.

"A saída de ambos é um sinal ruim de enfraquecimento do Paulo Guedes. O grande temor no mercado é a saída do ministro da Economia e de uma interrupção das suas políticas econômicas", avalia Loyola. A seguir, os principais trechos da entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast.

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A equipe econômica teve mais duas baixas. O que representa essa debandada?

Acho negativo. A verdade é que está ficando claro que o DNA do presidente Bolsonaro não é verdadeiramente liberal. Eu acho que liberal no sentido econômico é o núcleo do Ministério da Economia e um ou outro integrante espalhado em algum ministério. O DNA de Bolsonaro ainda é bem no estilo desenvolvimentista. Outra questão é a de que a grande reforma dos ministérios feita por Bolsonaro causou uma série de problemas do ponto de vista de funcionamento da máquina pública. Tinha espaço para fazer mais.

A saída de mais dois secretários aumenta a preocupação com a permanência de Guedes?

A saída de ambos é um sinal ruim porque parece um enfraquecimento do ministro da Economia. O grande temor no mercado é a saída de Guedes e uma interrupção das suas políticas econômicas. Vale lembrar que o próprio ministro na terça-feira se referiu a pessoas do governo que querem, por exemplo, desrespeitar o próprio teto de gastos em um momento de situação fiscal bastante delicada. Isso gera grandes dúvidas.

Quais dúvidas?

Será que a política fiscal vai voltar ao normal no ano que vem e teremos austeridade? Ou nós entramos em um novo ritmo de crescimento de gastos e desarranjo fiscal? Vamos lembrar que esse desarranjo fiscal é que foi a ruína do próprio governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

E quanto ao teto de gastos? É factível? Quais são os maiores riscos fiscais?

O abandono do teto dos gastos seria desastroso e um péssimo sinal. Eu acho que tem justificativa para o aumento temporário de gastos em 2020. Ninguém é cego à realidade. Agora, a gente tem de entrar em um regime de normalidade no ano que vem. Não dá para ficar criando furos no teto. Se um dia você diz que o teto pode ser excedido com gastos de infraestrutura, no outro dia, será educação, saúde. Sempre tem uma boa justificativa para aumentar gastos em um país que só tem carências em todos os lados. O Brasil é carente de tudo.

Qual a consequência de furar o teto de gastos?

Vai passar claramente uma ideia de que nós podemos ter entrado numa trajetória insustentável da dívida pública. Se houver uma percepção de que isso pode ocorrer, a gente fica na antessala de uma crise econômica. De repente, podemos ter fuga de capitais, aumento da inflação, uma série de desarranjos macroeconômicos. O aumento da incerteza resultante de tudo isso vai deprimir ainda mais o crescimento econômico. Vai ser um quadro dantesco não só para as contas públicas, mas para a economia.

Como o sr. avalia os sinais de retomada da economia?

No curtíssimo prazo, os indicadores de alta frequência têm surpreendido positivamente. Outro aspecto que temos visto é que os programas de transferência de renda do governo têm contribuído para manter a massa de renda, principalmente das famílias de menor renda. Isso contribui para uma menor queda do PIB no segundo trimestre e, portanto, uma manutenção maior da atividade. A recuperação tem acontecido. Agora, qual o fôlego da recuperação é que nós não sabemos. De fato, depois de uma forte queda, a recuperação ocorre, mas e daí? A economia vai voltar a crescer? Tivemos três anos, de 2017 a 2019, com crescimento da ordem de 1% do PIB, que foi insuficiente para recuperar o que tínhamos antes da crise de 2015 e 2016.

Depois do fim desses auxílios do governo, o sr. acredita que a atividade econômica vai passar por uma ressaca?

Sim, porque estão ajudando a manter a renda. Mas a ressaca não será tão grande provavelmente porque, diante da incerteza, houve aumento de poupança das famílias, em estratos da sociedade onde isso é possível, que pode servir de colchão quando os auxílios acabarem. Mas o que a crise de 2015-2016 nos ensina é que a recuperação da economia depende da recuperação do emprego, principalmente dos formais. E, para tal, é preciso recuperar o investimento, que, por sua vez, depende de um quadro econômico mais previsível. Por isso, é necessário não tolerar nenhum tipo de afrouxamento da política fiscal.

O sr. assinou uma carta ao lado de outros ex-BCs e ex-ministros da Fazenda para alertar sobre a questão ambiental. Como o sr. vê a reação do governo Bolsonaro? É efetiva?

É muito cedo para avaliar. Infelizmente, o governo Bolsonaro também não tem DNA ambientalista. Ao contrário, ele vem em tendências fortemente negacionistas. Mas a manifestação da sociedade e das instituições é importante porque limita os danos e, de alguma forma, mitiga um pouco a ausência do governo. O discurso do governo está menos estridente, mas eu ainda não me convenci de que o governo tenha adotado uma política ambiental responsável.

Em meio a uma crise institucional sem precedentes, a natação brasileira vê também uma debandada inédita. Pelo menos oito dos melhores jovens nadadores do País estão de malas prontas para fazer faculdade nos Estados Unidos e lá se desenvolver como atletas. Estão de saída nomes como Brandonn Almeida, medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, e Felipe Ribeiro, velocista que bateu um por um os recordes de Matheus Santana na base.

Trocar os programas de treinos dos clubes brasileiros pela oportunidade de estudar e treinar em solo americano não chega a ser uma novidade. Ricardo Prado foi um desbravador, nos anos 1980, mas, depois dele, fizeram este caminho Gustavo Borges, Cesar Cielo, Henrique Barbosa, Nicolas Oliveira, João de Lucca e Marcelo Chierighini.

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Nunca, porém, tanta gente deixou o País de uma só vez. Dos bons nadadores que terminam o ensino médio este ano ou o fizeram em 2015, praticamente só não vai se mudar para os Estados Unidos quem não cumpriu os requisitos escolares. Pelo menos 14 nadadores, de diferentes níveis, já estão acertados com equipes da NCAA, a liga esportiva universitária.

Brandonn Almeida, de 19 anos, já se comprometeu com uma universidade tradicional: South Carolina. Nem ele nem o Corinthians comentam o futuro, à espera da aprovação em todas as provas. Maria Paula Heitmann, de 17, que foi ao Rio-2016 pelo programa do COB Vivência Olímpica, está fechada com Indiana, para onde seguirá em agosto. Para o Minas, clube dela, esse é "processo natural na história da natação brasileira, devido à ausência de uma política que una esporte de alto rendimento e formação acadêmica".

Florida State vai se reforçar com Felipe Ribeiro, de 18 anos, da Unisanta, e Ana Giulia Zortea, de 16, do Flamengo. "Acho que enquanto a CBDA não resolver seus problemas internos, estaremos sempre nessa insegurança", disse Ana Giulia, uma das cinco juvenis que disputou o Sul-Americano Absoluto pela seleção principal, este ano.

A crise da CBDA não é o único fator que leva os nadadores aos Estados Unidos, até porque a aprovação é um processo demorado, que dura mais de um ano. O cenário inclui o contraste de um bom momento da natação brasileira na revelação de talentos com o corte de investimentos dos clubes no início de ciclo olímpico.

No Missouri devem estudar Giovanny Lima, de 19 anos, e Bruna Primati, também de 19, as duas maiores revelações do Sesi-SP, ambos com passagens pela seleção brasileira adulta. Caio Pumputis, de 17, atleta mais eficiente do último Brasileiro Juvenil, do Pinheiros, vai para Georgia Tech.

No ano passado, 14 brasileiros participaram da NCAA, a maioria por universidades sem tradição. Destaque apenas para Arthur Mendes Filho, em Auburn, e Vinicius Lanza, em Indiana.

Elias na China. Felipe no Porto. Edilson no Grêmio. O Corinthians corre o risco de sofrer uma nova debandada durante a disputa do Campeonato Brasileiro. O assunto preocupa o técnico Tite e já causa apreensão no elenco. Titulares como o meia Giovanni Augusto e o lateral-esquerdo Uendel torcem para que seus companheiros não sejam negociados na próxima janela de transferências.

"É o que a gente planta por ter bons jogadores. Sempre vai ter proposta, isso não é de hoje. Mas a gente torce para que todos fiquem e a gente faça um grande Campeonato Brasileiro", afirmou Uendel, titular da lateral esquerda. Segundo ele, o Corinthians, com o elenco atual, tem condições de brigar pelo bicampeonato nacional.

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Giovanni Augusto é outro jogador que teme um desmanche. Contratado no início do ano, o meia virou titular com as saídas de Jadson e Renato Augusto, ambos negociados com o futebol chinês. Agora ele briga por posição com Marquinhos Gabriel, outro reforço para a temporada. "Se forem sair, farão muita falta. São jogadores experientes e eu espero que eles fiquem."

A negociação mais avançada é a do zagueiro Felipe. Seu empresário deve encaminhar ao Corinthians uma proposta oficial do Porto até a próxima semana. Já o meia Elias foi sondado pelo Shandong Luneng, time de Mano Menezes na China. O lateral-direito Edilson, reserva de Fagner, pode se transferir para o Grêmio.

O Corinthians, que lançou nesta quinta-feira seu novo uniforme, estreia no Campeonato Brasileiro neste domingo diante do Grêmio, no Itaquerão. Tite deve promover algumas mudanças na equipe após as eliminações no Campeonato Paulista e na Copa Libertadores. Uma possível alteração é a entrada do volante Cristian na vaga de Bruno Henrique.

O governo conseguiu nesta sexta-feira, 15, estancar a debandada de votos de deputados iniciada na terça-feira passada com a saída do PP da base. A oposição, no entanto, permanecia, segundo o Placar do Impeachment do Estado, com o total de apoios necessários para aprovar o impeachment da presidente Dilma Rousseff na sessão prevista para amanhã, no plenário da Câmara.

Segundo o levantamento, 343 deputados se declaravam a favor do afastamento. São necessários 342. A ofensiva do Palácio do Planalto contou com a ajuda de seis governadores de Estado que foram até Brasília. Também participaram da operação ex-governadores, ministros, líderes de bancadas e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Apesar do esforço concentrado dos governistas, a oposição à presidente Dilma ainda se diz confiante de que o impeachment será aprovado neste domingo. De acordo com líderes oposicionistas, o assédio do Planalto aos deputados inclui promessas de cargos e cobranças de compromissos assumidos no passado.

O vice-presidente da República, Michel Temer, anunciou que acompanhará a votação em São Paulo, onde, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, ele fará reuniões com vistas à formação de um futuro governo caso Dilma Rousseff venha a ser afastada pelo Congresso. Na Câmara, teve início ontem a primeira sessão que debaterá e analisará o impeachment de Dilma. A votação deve ocorrer neste sábado, 16, à noite.

Dilma cancelou um pronunciamento que faria na noite dessa sexta, 15, em cadeia de rádio e televisão. Ela foi aconselhada a desistir por questões jurídicas e pelo temor de um novo panelaço. De acordo com assessores e parlamentares que estiveram com Lula ontem em um hotel de Brasília, o ex-presidente tem feito uma avaliação "realista" sobre a votação na Câmara e não dá a disputa por perdida, mas reconhece uma enorme dificuldade.

Embora não tenha desistido, o ex-presidente tem manifestado inconformismo em relação à crise política e apontado os erros de Dilma Rousseff na condução do processo. Como reação ao impeachment, movimentos sociais fecharam rodovias em todo o País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PMDB anunciou nesta terça-feira, 29, o rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff e decidiu que seus filiados terão de entregar os ministérios e os cerca de 600 cargos que ocupam no Executivo nas próximas duas semanas. A decisão do principal partido da coalizão governista, ao lado do PT, praticamente implodiu a base de apoio do Planalto na Câmara dos Deputados e fez crescer o risco do impeachment para Dilma.

O gesto do PMDB pode ser seguido a partir de hoje por outros partidos da base, como o PP. O PSD também estuda se permanecerá ou não ao lado do Palácio do Planalto. Para tentar conter a debandada, o governo decidiu intensificar a liberação de cargos e de emendas.

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A saída do PMDB foi sacramentada em uma reunião da Executiva Nacional do partido na Câmara que durou menos de cinco minutos e terminou aos gritos de "fora PT". A bancada do PMDB na Casa tem 68 deputados. Mas, por enquanto, nem todos assumiram que votarão pelo impeachment de Dilma.

Os peemedebistas aprovaram nesta terça-feira em votação simbólica uma moção que recomenda a entrega imediata dos cargos de filiados ao partido para o governo. Dos 127 votantes no diretório, 105 participaram do encontro - 82% do total.

"A partir de hoje, nessa reunião histórica, o PMDB se retira da base e ninguém no País está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB", anunciou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), responsável por comandar os trabalhos como 1º vice-presidente do partido, sob os gritos de "Brasil para frente, Temer presidente".

O presidente do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, não participou do evento, assim como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Defensor do rompimento desde julho do ano passado e réu no Supremo Tribunal Federal sob acusação de corrupção, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que "o PMDB foi apenas utilizado este tempo todo de aliança para votar as matérias que eles decidiram, nunca para participar da formulação de nada". Ele é responsável pela condução do processo de impeachment na Casa que comanda.

A avaliação da cúpula partidária é de que a decisão de romper com a gestão Dilma - há dez anos a legenda era formalmente ligada a governos petistas - foi o primeiro passo concreto para acelerar o andamento do impeachment. Primeiro, dentro do próprio partido. A ala separatista do PMDB calcula que a bancada do partido na Câmara tem 60 votos a favor do impeachment e os outros nove contra. Já os governistas do partido dizem que 30 votos são contra o impeachment e outros 30 são instáveis e acompanharão o lado que entendem que vão ganhar.

Outros partidos

Os parlamentares do PP, legenda que tem a segunda maior bancada da Câmara e que conta com o Ministério da Integração Nacional, se reunirão nesta quarta com o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI), para discutir um eventual rompimento.

Com isso, a cúpula do PMDB avalia que deverá aprovar até meados de abril a abertura do processo contra a petista com placar de 380 votos - o mínimo necessário são 342 dos 513 deputados. Em seguida, a intenção é, sem oposição de Renan, referendar a decisão de julgá-la no Senado no fim de maio, quando Temer já poderia começar a governar.

Para aliados de Temer, os ministros Mauro Lopes (Aviação Civil), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Helder Barbalho (Portos) devem seguir a decisão de Henrique Eduardo Alves, ligado ao vice e que anteontem se antecipou à decisão do PMDB e pediu exoneração do cargo de ministro do Turismo.

Braga e Barbalho pediram à direção para não entregar o cargo agora a fim de concluir projetos nas respectivas pastas. Dos outros três ministros do PMDB, Kátia Abreu (Agricultura) não decidiu se ficará ou não no governo. Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) demonstraram disposição de continuar nos cargos, mas o partido deve punir quem permanecer. COLABORARAM ISABELA BONFIM e GUSTAVO PORTO. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PMDB sacramenta, na tarde nesta terça-feira (29), o desembarque do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Conhecido por ser o partido mais heterogêneo, desta vez a maioria dos diretórios estaduais devem referendar o desembarque. Opositor ferrenho ao PT, o diretório peemedebista de Pernambuco vai ratificar a postura já adotada que é a defesa do impeachment e a entrega dos mais de 600 cargos ocupados pelo partido na gestão federal. 

Avaliando o cenário nacional, o presidente da sigla no estado e vice-governador, Raul Henry, prevê que hoje 80% do PMDB deseja o rompimento com o governo. “Como o partido é muito heterogêneo, já que em cada estado do Brasil há um perfil diferente, é possível que a minoria, sobretudo aqueles que estão ocupando os sete ministérios, queira continuar apoiando a presidente. Mas, a maioria absoluta do partido, incluindo o PMDB de Pernambuco, entende, sim, que o governo acabou, uma vez que Dilma Rousseff não lidera mais o Congresso Nacional e não tem a confiança da sociedade brasileira”, observou. 

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Dona da maior bancada no Congresso Nacional, a legenda era considerada a principal aliada da petista até o início do segundo mandato, em 2015, quando a crise política nacional começou a gerar imbróglios mais intensos entre os dois partidos. 

O cenário agravou-se ainda mais com o silêncio do presidente nacional do PMDB e vice-presidente da República, Michel Temer, diante do pedido de impeachment da presidente, endossado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Outro agravante é o discurso de que a legenda deverá ter candidato à presidência em 2018.    

Membro da ala dos peemedebistas opositores ao PT, o deputado federal Jarbas Vasconcelos pontuou recentemente que Michel Temer deve iniciar agora um processo de preparação para 2018 e para assumir o governo, caso o processo de impeachment da petista tenha sucesso.   

“O impeachment vai dar Temer. Quando vai ser isso? Daqui a 30 e 40 dias. Ele tem que se recolher agora e conversar dentro do PMDB”, cravou. “Ele [Temer] tem uma travessia longa. Maior do que a de Itamar Franco. Ele tem que fazer parcerias com pessoas boas [como Henrique Meireles]. A gente tem que conversar. Não podemos ser pegos de calças curtas. Vamos trabalhar para entregar os cargos [no governo]”, acrescentou. 

Tanto Jarbas quanto Henry participam da votação que definirá a postura da legenda.

Crítica petista

Avaliando a debandada do PMDB, que já iniciou antes da reunião com a entrega do cargo do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, o líder do governo no Senado, Humberto Costa, avaliou como "oportunista" o desembarque da legenda de uma gestão que integra desde 2010. Para Humberto, seria um ato de ignorância sem tamanho, um suicídio político que pode jogar o país no caos da instabilidade jurídica e institucional. 

“Essa convenção é algo impensável em qualquer sistema presidencialista sério do mundo. Não quero aqui imaginar que – em desapreço ao papel constitucional que exerce e ao papel institucional que tem como presidente do PMDB – o vice-presidente da República Michel Temer conspurque a própria biografia em uma conspiração para destruir a chapa pela qual se elegeu, ao trabalhar para derrubar a sua titular”, alfinetou. 

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