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Foram registradas, até o dia 2 de novembro, 710 mortes por dengue este ano no Brasil, conforme novo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. O número é 5,4 vezes maior que as 132 mortes registradas no mesmo período do ano passado. Outros 371 óbitos estão em investigação. O Estado de São Paulo já teve confirmados 256 óbitos este ano, segundo a pasta - no mesmo período de 2018, tinham sido apenas 6 mortes.

No País, no período, houve notificação de 1,5 milhão de casos prováveis de dengue, o que representa 716 casos a cada 100 mil habitantes. No ano passado, eram 223,9 mil casos - 107,4 por 100 mil. Em São Paulo, este ano, foram 442,2 mil, coeficiente de 963,1 casos por 100 mil moradores. No mesmo período de 2018, eram 15,2 mil casos - 33,5 por 100 mil habitantes.

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Em 20 dias, desde o último levantamento, foram notificados 15,2 mil novos casos e 21 mortes por dengue no País, o que levou o Ministério da Saúde a fazer um apelo à população para continuar, de forma permanente, a mobilização contra o mosquito Aedes aegypti, que também transmite a chikungunya e a zika. "O período de verão é o mais propício à proliferação do mosquito por causa das chuvas e, consequentemente, é a época de maior risco de infecção. No entanto, a recomendação é não descuidar nenhum dia do ano e manter todas as posturas possíveis em ação para prevenir os focos", informou.

Conforme a pasta, mesmo no período do inverno, quando a curva de incidência no País retorna ao canal endêmico, observou-se um discreto aumento nos casos prováveis de dengue, quando se esperava uma redução. Essa tendência atingiu também o Sudeste, incluindo o Estado de São Paulo, onde o inverno registrou temperaturas acima da média. Em municípios paulistas, foram confirmadas nove mortes por dengue nas últimas semanas. O Estado registrou forte avanço do sorotipo 2 da doença, em regiões onde não circulava há anos.

A cidade de São José do Rio Preto lidera o ranking paulista da dengue, com 32,6 mil casos confirmados e 19 mortes. Em letalidade, a liderança é de Bauru, que registrou 26 mil casos e 32 mortes. O Estado de São Paulo, no entanto, não registra mortes por chikungunya e zika este ano. No País, a chikungunya matou 81 pessoas este ano - outros 51 óbitos estão em investigação. A zika causou a morte de três pessoas, todas no Estado de Paraíba.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, manifestou nesta sexta-feira (1º) preocupação com a possibilidade de aumento do número de casos de dengue no país no verão de 2020.

"Este ano vamos ter um aumento de caso principalmente no Nordeste do país, Bahia. Tivemos a reentrada do sorotipo 2, há dois anos, e no ano passado isso fez um estrago muito grande no estado de São Paulo, na região de Bauru. Depois ela [dengue] reentrou por Goiás, Tocantins – foi um número muito grande de casos, porque o sorotipo 2 há muitos anos não circulava no Brasil, então agora ele volta com força total", afirmou Mandetta.

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Apesar disso, o ministro destacou os avanços da pesquisa com a vacina contra a dengue, que poderá ser liberada em 2020. "Estamos na fase final. Quando termina a fase 3, apresentam-se os números, consolida-se e pede-se registro. Acredito que é para um futuro muito próximo. No ano que vem, acho que vamos ter a vacina disponível, acreditando nos números, na ciência, sendo otimistas."

O ministro ressaltou que a vacina poderá ser aplicada em dose única. "Na fase 3, ela [vacina] se revelou com mais de 89% de eficácia para qualquer faixa etária dos 2 aos 60 anos, em dose única. A grande alternativa que o Brasil vai dar para a humanidade é que a vacina possa sair em dose única", afirmou.

Mandetta participou nesta sexta-feira, em São Paulo, da reunião com ministros da Saúde do Mercosul. Os temas discutidos foram cobertura vacinal, banco de leite materno e negociação de compra de medicamentos. Além de Mandetta, participaram representantes da Argentina, do Uruguai e do Paraguai.

A reunião foi no Instituto Butantan, responsável pelos imunobiológicos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tais como as vacinas contra influenza, hepatite A, HPV, raiva humana (Vero) e dTpa adulto (gestante). Neste ano, o governo federal destinou R$ 1,6 bilhão para aquisição de 81,3 milhões de doses de vacinas do Laboratório Butantan.

Sarampo

Sobre o surto de sarampo no país no ano passado e neste ano, o ministro disse que trata-se de uma doença que é preocupação em todas as Américas. "Vimos a introdução do sarampo pela Venezuela, depois pelo Porto de Santos, em São Paulo, por turistas europeus no carnaval de 2019, e a vacinação irregular de anos anteriores causa esse surto de sarampo no estado de São Paulo, que é a cidade distribuidora de voos da América do Sul", explicou.

De acordo com Mandetta, a reunião de hoje não foi para tomar nenhuma medida nova quanto à vacinação do sarampo, embora ações já estejam sendo feitas nesse sentido. "Fizemos o lançamento da [pesquisa] Saúde nas Fronteiras em Cuiabá, que é o centro geodésico da América do Sul, depois fizemos a vacinação simbólica, onde estive com o ministro da saúde do Paraguai na cidade de Ponta Porã, do lado brasileiro, e Pedro Juan Caballero, do lado paraguaio. Também tivemos ações na Ponte da Amizade, na Tríplice Aliança, e temos feito campanhas de vacinação nas faixas de fronteira dos dois países [Brasil e Paraguai]".

Para o ministro, o surto de sarampo no país é consequência. "O Brasil vem vacinando mal há mais de 10 anos, o nosso Programa Nacional de Imunizações já foi considerado um programa de excelência, relaxou, desabasteceu várias vezes", reconheceu.

Mandetta lembrou que, durante a campanha de vacinação, praticamente todos os estados bateram a meta, exceto o Rio de Janeiro, o que deve gerar novo surto. "Se o Rio de Janeiro mantiver baixos índices de vacinação, teremos um surto no Rio de Janeiro. A Bahia também não atingiu sequer 80%, o Pará também fez um número baixo de vacinação. O Ceará é o estado que melhor vacina."

O ministro informou que a campanha de vacinação contra o sarampo vai se concentrar agora na população de 20 a 29 anos. "Há 30 anos era recomendada apenas uma dose da vacina, aos 9 meses, mas viram que, com que o tempo passando, essa imunidade é muito baixa. Esse grupo (20 a 29 anos) é o que mais sustenta o sarampo circulando; então, vamos fazer a segunda dose, durante todo o mês de dezembro."

 

Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, até o final de agosto de 2019, foram registrados 1,4 milhão de casos prováveis de dengue, quase 600% a mais que o mesmo período de 2018. Destes, 1.111 casos considerados graves e 591 óbitos, sendo 90 no Estado de São Paulo. Este é um dado preocupante, pois o período de maior ocorrência é o verão, com a época de chuvas, que ainda não começou.

De acordo com Maíra Rosa Apostólico, enfermeira, doutora em ciências e docente e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade UNIVERITAS/UNG, “na rede pública ainda não existe disponibilidade de vacina. Há uma opção na rede privada, oferecida em três doses anuais e que é recomendada apenas para pessoas que já tiveram um dos sorotipos”, explica.

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 Quais são os tipos de dengue?  O que diferencia cada tipo de dengue?

São quatro tipos de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Todos apresentam os mesmos sintomas e uma mesma pessoa pode ter cada um dos quatro tipos uma vez. Embora a cada infecção, a pessoa se torne imune àquele sorotipo, a gravidade dos sintomas aumenta, podendo ocorrer a dengue na sua forma mais grave, com a ocorrência de hemorragias. Todos são suscetíveis a contrair a dengue, mas crianças e idosos têm maior risco de complicações. As doenças crônicas tornam o quadro mais grave e a maior letalidade da doença está entre pessoas acima de 60 anos.

 Quais são os principais sinais e sintomas da dengue?

A infecção pode ser de assintomática a grave. O diagnóstico é primeiramente clínico e pode ser complementado por exames de sangue, quando se observam a queda abrupta de plaquetas e aumento progressivo do hematócrito. A forma grave inclui: vômitos, dor abdominal intensa e sangramento de mucosas. Os principais sintomas são: febre alta (38.5ºC) de início abrupto e difícil diferenciação; dores musculares intensas; dor ao movimentar os olhos; mal-estar; falta de apetite; dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

 A partir de quanto tempo, a pessoa depois de ser picada pelo mosquito, apresenta os sintomas?

Em geral, após a picada, os sintomas aparecem em 5 a 6 dias, mas pode variar de 3 a 15 dias. Importante lembrar que na primeira fase da doença que vai desde antes da febre até o 6o dia da doença, a pessoa infectada transmite o vírus para o mosquito. Depois disso, o mosquito infectado passa a transmitir a doença após 8 a 12 dias e vive cerca de 30 dias. A fêmea do mosquito coloca 40 ovos a cada 3 dias e o mosquito nasce em 7 dias.

Quais são as formas de tratamento?

O tratamento é sintomático, pois em geral, a cura é espontânea e ocorre em 10 dias. Portanto, deve-se cuidar da febre, dores no corpo e observar sinais de agravamento. É indicada a hidratação, alimentação leve, repouso. Não fazer automedicação e não deve ser usado qualquer analgésico a base de aspirina ou ácido acetilsalicílico, pelo risco hemorrágico.

 Os casos mais graves de dengue exigem tratamentos diferentes?

Sim, casos mais graves, quando existe a presença de um dos sintomas, deve-se procurar imediatamente o serviço de saúde para o suporte adequado. O tratamento também é sintomático, no sentido de manter a estabilidade do organismo e evitar as complicações fatais.

 Como prevenir?

Uso de repelentes e inseticidas recomendados e aprovados pela ANVISA;

Repelentes e inseticidas naturais (velas, incensos, limpadores) não tem eficácia comprovada e não são reconhecidos pela ANVISA;

Repelentes tópicos cosméticos tem uso seguro e podem ser usados em gestantes e crianças maiores de dois anos, ou a critério médico;

Inseticidas em spray ou aerossol e repelentes ambientais para afastar os mosquitos indicados pela ANVISA também podem ser usados;

Devem-se obedecer todas as recomendações de uso do rótulo dos produtos;

Arejar e ventilar a casa, pois o mosquito não tolera luz;

Usar calças e mangas longas em locais sabidamente infestados pelo mosquito;

Usar telas em janelas e portas.

 

* Da Assessoria de Imprensa

A dengue voltou a avançar no País. De janeiro até 24 de agosto, foram registrados 1,4 milhão de casos, seis vezes mais do que o registrado no mesmo período do ano passado (205.791). Pelo menos 14 Estados estão em situação de epidemia. Em Minas Gerais, o índice é de 2,2 mil casos a cada 100 mil habitantes. Apenas Amazonas e Amapá apresentaram redução de registros em relação ao ano passado.

Zika e chikungunya, também doenças transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado, seguiram a mesma tendência. De acordo com Ministério da Saúde, casos de chikungunya subiram no período 44%, passando de 76.742 e para 110.627. A infecção por zika, por sua vez, passou no período de 6.669 para 9.813.

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A explosão de casos foi acompanhada pela elevação expressiva de mortes. Somadas, as três doenças provocaram 650 óbitos (591 por dengue, 57 por chikungunya e dois por zika). É como se 2,7 pessoas morressem por dia em decorrência das infecções, todas evitáveis se o País tivesse boas condições de saneamento, abastecimento de água, coleta de lixo e sem reservatórios do mosquito transmissor nos domicílios.

A expansão de casos de dengue impressiona pelos números. Em Minas, foram 471.165 registros - 19 vezes mais do que o identificado em 2018.

Em São Paulo, foram 437.047 notificações, 37 vezes mais do que no ano anterior. Já em Goiás, foram 108.079 registros, 47% a mais do que em 2018. No Distrito Federal, por sua vez, foram 35.531 infecções, com uma incidência de 1.194,4 casos a cada 100 mil habitantes.

Zika

No caso da zika, o aumento também foi em quase todos os Estados. Apenas Amazonas, Pará, Rio, Mato Grosso e Goiás tiveram uma redução de casos.

Tocantins é o que apresenta a maior proporção de ocorrências por cada 100 mil habitantes: 32,3. Em seguida, vêm o Rio Grande do Norte, com 27 casos por 100 mil; e Alagoas, com 18 por 100 mil.

Chikungunya

A chikungunya avança sobretudo no Rio de Janeiro. Os casos passaram de 34.805 para 76.776. Já no Rio Grande do Norte, os casos da infecção passaram de 1.809 para 8.899.

Subtipos de vírus da dengue

Com o aumento de registros, o Ministério da Saúde antecipou a campanha de combate ao Aedes aegypti, que deve ser lançada nos próximos dias. O objetivo é mobilizar secretários, prefeitos e a população para medidas de prevenção contra o mosquito transmissor.

A pasta atribui a alta nos casos a uma associação de fatores. Entre eles está o aumento de chuvas neste ano na Região Sudeste, mas, sobretudo, a alterações no tipo de vírus causador da dengue.

A doença pode ser provocada por quatro subtipos de vírus, que vão de 1 a 4. Nos últimos anos, a circulação maior ocorria com os subtipos 1 e 3. Avaliações da pasta indicam, porém, que nesta epidemia a circulação do subtipo 2 cresceu, aumentando o número de pessoas suscetíveis à contaminação.

O Ministério da Saúde informou hoje (11) que, de 30 de dezembro a 24 de agosto, foram registrados 1.439.471 casos de dengue em todo o país. A média é 6.074 casos por dia e representa um aumento de 599,5%, na comparação com 2018. No ano passado, o período somou 205.791 notificações.

Minas Gerais é, até o momento, o estado com o maior número de ocorrências, com um total de 471.165. Um ano antes, os municípios mineiros registravam 23.290 casos.

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São Paulo (437.047) aparece em segundo lugar, sendo, ainda, a unidade federativa em que a incidência da doença mais cresceu (3.712%), no intervalo de análise. Em 2018, foram reportados 11.465 casos.

Também são destaque negativo no balanço Goiás (108.079 casos), Espírito Santo (59.318) e Bahia (58.956). Quando o critério é a variação por região do país, o quadro mais crítico se encontra no Sul (3.224,9%), que contrasta com o do Centro-Oeste (131,8%). Além disso, nota-se que apenas dois estados apresentaram queda na prevalência da dengue: Amazonas, que diminuiu o total de 1.962 para 1.384 (-29,5%), e Amapá, onde houve redução de 608 para 141 (-76,8%).

Atualmente, a taxa de incidência da dengue no país é 690,4 casos a cada 100 mil habitantes. No total, 591 pacientes com a doença morreram, neste ano, em decorrência de complicações do quadro de saúde.

Chikungunya e zika

O levantamento do ministério também reúne informações sobre a febre chikungunya. Ao todo, os estados já contabilizavam, até o final de agosto deste ano, 110.627 casos, contra 76.742 do mesmo período em 2018.

Segundo a pasta, o índice de prevalência da infecção, que também tem como transmissor o mosquito Aedes aegypti, é bastante inferior ao da dengue: 53,1 casos a cada 100 mil habitantes. Como estados com alta concentração da doença destacam-se o Rio de Janeiro (76.776) e o Rio Grande do Norte (8.899).

Até o encerramento do balanço, haviam sido confirmadas laboratorialmente 57 mortes provocadas pela chikungunya. Em âmbito nacional, a variação de um ano para o outro foi 44,2%, sendo que na região Norte do país o recuo foi 32% e no Centro-Oeste, de 92,7%.

O boletim epidemiológico acompanha também a situação do zika. Nesse caso, somente o Centro-Oeste apresentou queda nas transmissões (-35,4%).

De 2018 para 2019, o total de casos de zika saltou de 6.669 para 9.813, gerando uma diferença de 47,1% e alterando a taxa de incidência de 3,2 para 4,7 ocorrências a cada 100 mil habitantes. Neste ano, o zika vírus foi a causa da morte de duas pessoas.

Recomendações

O ministério aconselha que, durante o período de seca, a população mantenha ações de prevenção, como verificar se existe algum tipo de depósito de água no quintal ou dentro de casa. Outra recomendação é lavar semanalmente, com água e sabão, recipientes como vasilhas de água do animal de estimação e vasos de plantas.

Não deixar que se formem pilhas de lixo ou entulho em locais abertos, como quintais, praças e terrenos baldios é outro ponto importante. Outro hábito que pode fazer diferença é a limpeza regular das calhas, com a devida remoção de folhas que podem se acumular durante o inverno.

O governo das Filipinas declarou nesta terça-feira (6) uma epidemia nacional por casos de dengue devido à rápida propagação da doença em diferentes regiões do país, após a morte de pelo menos 622 pessoas. De acordo com nota do Ministério da Saúde do país, citada pela BBC, entre 1º de janeiro e 20 de julho foram registrados ao menos 146 mil casos, um aumento de 98% em comparação com o mesmo período do ano passado. 

Durante coletiva de imprensa, o secretário de Saúde das Filipinas, Francisco Duque, informou que a medida foi tomada para que seja possível "identificar os locais onde é necessária uma resposta" de emergência e "permitir que os governos locais usem os seus fundos de resposta rápida para enfrentar a situação".

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No início de julho, o país comandado pelo presidente Rodrigo Duterte já havia declarado um alerta nacional por dengue, principalmente pela crescente no número de casos em todo o país por conta das chuvas. A reprodução do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença, é propícia em água parada. A infecção causa sintomas semelhantes à gripe, mas ocasionalmente mais grave.

Ao todo, sete regiões das Filipinas sofrem com o vírus. São elas: "Calabarzon, Mimaropa, Bicol, Bisayas ocidental, Bisayas oriental, Zamboanga e Mindanao do Norte. Já Ilocos, Bisayas Central e Bangsamoro atingiram o nível de alerta. A epidemia de dengue, porém, reacendeu o debate sobre a utilização de Dengvaxia, uma vacina contra a doença.

No ano passado, o receio do medicamento levou a uma grande queda nas taxas de imunização nas Filipinas, principalmente depois que a indústria farmacêutica francesa Sanofi disse que o produto tinha efeitos adversos. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelaram que a incidência global da dengue aumentou drasticamente nas últimas décadas.

Da Ansa

Época de frio, início do inverno e os cuidados contra a dengue diminuem. Isso ocorre porque o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, circula menos durante períodos mais frios, mas se os criadouros não forem eliminados, os ovos depositados podem permanecer  intactos por meses e, quando a estação quente recomeçar, eles vão eclodir, dando origem a um novo ciclo do mosquito.

É o que explica a coordenadora da Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde do Paraná, Ivana Belmonte.

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Para ela, a prevenção é a forma mais eficaz de se combater o mosquito e essa é uma tarefa que depende muito da contribuição da população.

“Mais de 60% dos criadouros estão nos quintais e dentro das residências, em recipientes que acumulam água parada”, diz.  

Pesquisa

Segundo o primeiro Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (Liraa) de 2019, divulgado em abril pelo Ministério da Saúde, 994 municípios apresentaram alto índice de infestação para as doenças provocadas pelo mosquito, com risco de surto para dengue, zika e chikungunya.

O aumento da incidência de casos de dengue em todo o país foi de 339,9% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Esses resultados indicam que é preciso fortalecer ainda mais as ações de combate ao mosquito transmissor, com a participação da população e de todos os gestores locais e federais”, afirmou à época o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Kleber.

No entanto, ele salientou que, mesmo com aumento no número de casos da doença, a taxa de incidência estava dentro do esperado para o período.

Como prevenir

A melhor forma de prevenção da dengue é evitar a proliferação do mosquito, eliminando água armazenada em pontos que podem se tornar possíveis criadouros.

Vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas e até recipientes pequenos, como tampas de garrafas, podem conter larvas do mosquito.

Para quem vai viajar nas férias de julho, a orientação é substituir a água dos pratos dos vasos de planta por areia, deixar a caixa d´água tampada e cobrir todos os grandes reservatórios de água, como as piscinas.

Sintomas

Os principais sintomas da dengue são febre alta (acima de 38,5ºC), dores musculares intensas, dor nos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

A infecção pode ser sem sintomas, leve ou grave. Se for grave, a doença pode provocar perda de peso, náuseas e vômitos.

O paciente com dengue precisa fazer repouso, ingerir bastante líquido (água) e não tomar medicamentos sem indicação médica.

De janeiro a junho de 2019 já foram confirmados no Brasil 596,3 mil casos de dengue, com 366 mortes por causa da doença e outras 453 em processo de investigação. Os dados são do Ministério da Saúde. O número de casos provisórios, ou seja, ainda não confirmados como dengue, saltaram de 173,6 mil em 2018 para 1,1 milhão em 2019, um crescimento de mais de 560%.

Os estados de Minas Gerais e São Paulo registram 96,5% do total de casos prováveis do país. 

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O mosquito transmissor da dengue, Aedes Aegypti, também transmite outras doenças como febre amarela, Zika e Chikungunya. O levantamento registrou ainda um aumento nos casos de chikungunya, de 61,4 mil para 65,8 mil casos prováveis. Até o momento 15 mortes por causa da doença já foram confirmados e outros 46 estão sob investigação, sendo 19 no estado de Pernambuco.

Os casos de Zika também cresceram de 5 mil para 6,5 mil casos provisórios. Ainda não há mortes confirmadas pela doença. Entre as gestantes, dos 1,6 mil casos prováveis 299 foram confirmados. As maiores incidências foram no Rio de Janeiro, com 39,4% dos casos, seguido do Espírito Santo com 16,7%.

 

A investigadora de polícia Juliana Gonçalves, de 41 anos, ficou dois dias de cama por causa da dengue no mês passado. "As dores passaram, mas ainda tenho manchas vermelhas pelo corpo. Foi horrível." Além dela, três colegas de trabalho foram infectados. "Tenho certeza que os mosquitos vêm de um rio ao lado da delegacia", diz Juliana, de Caraguatatuba, litoral norte paulista. Mesmo dois meses após o fim do verão, a doença no País ainda preocupa: do início do ano até o último dia 11, o total de registros foi 432% maior, ante o mesmo período de 2018.

O salto foi de 144 mil casos prováveis de infecção para 767 mil suspeitas reportadas. As mortes pelo vírus também saíram de 88 a 222 - a maior parte (80) em São Paulo. O número de infectados explodiu em 20 Estados e no Distrito Federal.

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Há quatro sorotipos do vírus. A epidemia e a incidência maior nesses Estados são explicadas pela disseminação do tipo 2, diz o coordenador-geral dos Programas Nacionais de Controle e Prevenção da Malária e das Doenças Transmitidas pelo Aedes do Ministério da Saúde, Rodrigo Said. "As últimas epidemias foram pelos vírus 1 ou 4", diz. "Esse sorotipo (2), que circulava pouco e por isso havia pequena proteção imunológica, voltou agora e deixou a população mais suscetível."

O clima, segundo Said, também tem papel importante. Chuvas intensas nas últimas semanas fizeram larvas do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, eclodirem. Além disso, temperaturas mais altas criam condições favoráveis ao inseto.

"Enquanto não esfriar para valer, os casos vão continuar", diz Regiane de Paula, do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de São Paulo. O fenômeno climático El Niño, segundo ela, está fazendo com que o frio demore mais a entrar este ano no Sudeste.

Até o último dia 15, só quatro das 645 cidades paulistas não notificaram casos. Mais grave é o quadro de Bauru, com 19,7 mil infectados e 21 óbitos.

Em Tupã, onde o surto levou à cassação do prefeito (leia mais nesta página), o autônomo Valdecir Freitas, a mulher e o filho de 13 anos foram infectados. "Mantenho tudo limpo, mas tem terrenos baldios com lixo. Pagamos pelo descuido de outros", reclama.

Com a expectativa de inverno tardio e curto, cresce a necessidade de manter ações contra criadouros de Aedes. Segundo o ministério, mais de 80% dos mosquitos vêm de áreas residenciais. Outras cidades mantiveram no outono o uso do inseticida (fumacê). A estratégia, para matar o Aedes adulto, é considerada menos eficaz que eliminar a água parada, que evita o nascimento do transmissor.

O ministério diz ter 300 mil litros de inseticida vencidos e que, segundo informações preliminares recebidas esta semana, não estão adequados para uso. Segundo Said, as amostras desse produto foram encaminhadas a um laboratório credenciado, mas as respostas recebidas esta semana não foram favoráveis ao uso do produto.

Distrito Federal

Tão logo apareceram os primeiros sintomas, a ex-senadora Marina Silva (Rede) procurou um hospital em Brasília. As dores fortes pelo corpo e na cabeça ajudaram a antecipar o diagnóstico confirmado mais tarde por exame: dengue. Na capital do País, onde as ocorrências aumentaram mais de 1.200%, o governo espalhou seis postos temporários em áreas de maior incidência. Lá, são aplicados testes e há assistência prestada por médicos, enfermeiros e técnicos.

Infectada pela segunda vez por dengue, Marina ficou três dias internada na última semana. No Twitter, lembrou ser "mais uma entre milhares". Segundo a assessoria de imprensa da ex-senadora, ela passa bem.

A nova infecção, como ocorreu com Marina, traz risco ainda maior. "A disposição sucessiva ao vírus e uma segunda infecção podem ocasionar manifestações mais graves e até óbito", alerta Said, do ministério.

Cuidado e riscos

Prevenção: A maioria dos focos de Aedes está em casas. É importante evitar acúmulo de água em garrafas, vasos, calhas, lajes e piscinas, onde ele coloca ovos.

Condições: A permanência de chuvas e temperaturas mais altas favorece a reprodução do mosquito e leva à necessidade de ficar atento aos criadouros mesmo após o verão.

Sintomas: Dores no corpo e de cabeça, cansaço, febre alta e manchas na pele são comuns entre os infectados. Em casos mais graves, pode haver sangramento por nariz ou boca, além de vômito contínuo.

Outras doenças: Aedes também transmite os vírus da zika e da chikungunya, cujos sintomas podem se confundir com os sinais da dengue.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Estado de São Paulo já tem 232.183 casos prováveis de dengue este ano, segundo o boletim mais recente do Ministério da Saúde. O número agora divulgado é 2.997% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando houve 7.496 relatos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Calor e chuvas estão contribuindo para manter ativo o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, no interior de São Paulo. A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou nesta segunda-feira (6) a segunda morte pela doença na cidade.

A vítima é uma jovem de 19 anos. A causa da morte foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz. 

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Em abril, a dengue havia matado um bebê de 5 meses. A cidade, em situação de epidemia, atingiu 8,1 mil casos positivos de dengue. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Boletim epidemiológico divulgado ontem pela Secretaria de Saúde coloca São José do Rio Preto, no interior paulista, em segundo lugar no ranking estadual da dengue este ano. A cidade atingiu 9.185 casos confirmados, ficando atrás apenas de Bauru, com 13.651 casos positivos. Rio Preto ultrapassou Araraquara, que registrou 7.493 pessoas doentes, conforme o boletim mais recente. O Estado de São Paulo vive uma epidemia de dengue, com 85,4 mil casos e 60 mortes confirmadas, segundo a Secretaria do Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Três cidades brasileiras irão realizar a etapa final do método "Wolbachia" para o combate ao mosquito Aedes aegypti antes da sua incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS). A nova fase do projeto World Mosquito Program Brasil (WMPBrasil) da Fiocruz em parceria com o Ministério da Saúde será restado em Petrolina, no Sertão de Pernambuco; Campo Grande-MS e Belo Horizonte-MG. O investimento é de R$ 22 milhões.

De acordo com o Ministério da Saúde, a tecnologia é inovadora, autossustentável e complementar às demais ações de prevenção ao mosquito. O método consiste na liberação do Aedes com o microorganismo Wolbachia na natureza, reduzindo a capacidade de transmissão de doenças.

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O anúncio da etapa final de avaliação da Wolbachia foi feito pelo ministro da Saúde, Henrique Mandetta, na segunda-feira (15), durante a abertura do evento “Atualização em Manejo Clínico da Dengue e febre do chikungunya e no controle vetorial do Aedes aegypti”, em Campo Grande (MS). O evento tem como objetivo capacitar médicos, enfermeiros, coordenadores e supervisores de Controle de Vetores dos 79 municípios do estado de Mato Grosso do Sul em relação à técnica de manejo, controle do mosquito e operação de campo.

De acordo com o ministro, o anúncio significa um grande passo no combate ao Aedes aegypti. "Tínhamos duas linhas de trabalho, sendo uma voltada ao controle do mosquito com o uso de inseticidas, e outra direcionada ao controle biológico, que é o caso do uso da Wolbachia. Essa última pesquisa foi muito bem em todas as etapas, desde a parte teórica até o ensaio clínico em laboratório, e no teste em cidades de pequeno porte. E agora, vamos testar em cidades acima de 1,5 milhão de habitantes”, afirmou Mandetta.

As três cidades, onde serão trabalhadas a última fase, vão servir de base para verificar a eficácia da metodologia nas regiões do Centro-Oeste, a partir de Campo Grande; Nordeste, por meio de Petrolina; e Sudeste, a partir da experiência em Belo Horizonte. Em breve, novas cidades devem receber o método.

O teste nas três cidades terá início no segundo semestre de 2019 com duração de cerca de três anos. O método é seguro para as pessoas e para o ambiente, pois a Wolbachia vive apenas dentro das células dos insetos.

A medida é complementar e ajuda a proteger a região das doenças propagadas pelos mosquitos, uma vez que o Aedes aegypti com Wolbachia - que têm a capacidade reduzida de transmitir dengue, Zika, chikungunya – ao serem soltos na natureza se reproduzem com os mosquitos de campo e geram Aedes aegypti com as mesmas características, tornando o método autossustentável. Esta iniciativa não usa qualquer tipo de modificação genética.

As liberações de mosquitos são precedidas por uma série de ações educativas e de comunicação, com o objetivo de informar a população sobre o método Wolbachia. Esta etapa tem o apoio e a participação de parceiros do WMP no território, como lideranças comunitárias e associações de moradores, unidades de saúde, escolas e organizações não-governamentais.

A Wolbachia é um microrganismo presente em cerca de 60% dos insetos na natureza, mas ausente no Aedes aegypti. Uma vez inserida artificialmente em ovos de Aedes aegypti, a capacidade do Aedes transmitir o vírus da zika, Chikungunya e Febre Amarela fica reduzida. Com a liberação de mosquitos com a Wolbachia, a tendência é que esses mosquitos se tornem predominante e diminua o número de casos associado a essas doenças nos três municípios.

Desde 2011, o Ministério da Saúde em parceria com a Fundação Bill & Melinda Gates e National Institutes of Health já investiram no método Wolbachia R$ 31,5 milhões. As primeiras liberações dos mosquitos contendo Aedes aegypti com wolbachia no Brasil ocorreram em 2015 nos bairros de Jurujuba em Niterói e Tubiacanga na Ilha do Governador ambos no estado do Rio de Janeiro.

Em 2016 a ação foi ampliada em larga escala em Niterói e em 2017 no município do Rio de Janeiro. Atualmente o WMP Brasil atende 29 bairros na cidade do Rio de Janeiro e 28 bairros de Niterói. No total, já são 1,3 milhão de pessoas beneficiadas no estado com o método Wolbachia. Além do Brasil, também desenvolvem ações do programa países como: Austrália, Colômbia, Índia, Indonésia, Sri Lanka, Vietnã, e as ilhas do oceano pacífico Fiji, Kiribati e Vanuatu.

Com informações da assessoria

O número de casos de dengue no País subiu 29% em duas semanas, de acordo com boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. Até 30 de março, foram contabilizadas 322.199 infecções, com 86 mortes. Em 16 de março, eram 229.064. Em relação ao ano passado, a elevação é bastante expressiva: 303%. No mesmo período do ano passado, haviam sido registrados 51 óbitos.

O maior número de casos da doença está na região Sudeste, com 66,3% do total do País. Em seguida, vem o Centro-Oeste (17,4%), o Nordeste (7,5%), Norte ( 5,4 %) e Sul (3,4%).

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A maior relação de casos por habitantes foi registrada em Tocantins (687,4 casos/100 mil hab.), Mato Grosso do Sul (518,6 casos/100 mil hab.), Goiás (479,0 casos/100 mil hab.), Acre (467,9 casos/100 mil hab.), Minas Gerais (387,8 casos/100 mil hab.) e Espírito Santo (303,9 casos/100 mil hab.).

Após a confirmação de casos de dengue com o vírus do tipo 2, a prefeitura de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, planeja para amanhã (16) uma nebulização veicular ("fumacê") para combater o mosquito Aedes Aegypti, transmissor do vírus da dengue e também de zika e chikungunya.

A nebulização vai percorrer as ruas do bairro Parque Alvorada, onde foram confirmados os casos, e também do Jardim Lenize, onde foram registrados 46 dos 361 casos de dengue já confirmados na cidade em 2019. No Parque Alvorada o fumacê vai passar amanhã (16) às 18h. Já no Jardim Lenize, a ação acontece nos dias 17 e 18 (quarta e quinta-feira), também a partir das 18h.

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Durante a nebulização, os moradores e seus animais domésticos devem permanecer dentro de casa, para que não sejam atingidos diretamente pelo inseticida. No entanto, as portas, janelas e cortinas precisam permanecer abertas, para que o produto tenha contato com o interior da casa. Aquários e gaiolas com aves ou roedores domesticados precisam ser cobertos.

A constatação de que o tipo 2 da dengue já circula em Guarulhos se deu após o Instituto Adolfo Lutz confirmar a presença do vírus em exame de sangue de uma moradora do bairro, de 32 anos, que não se deslocou para outras regiões ou estados (caso autóctone). 

O histórico dos casos já confirmados em Guarulhos nos últimos sete anos mostra que a maior parte foi causada pelos vírus dos tipos 1 e 4. Essas pessoas não são imunes ao vírus do tipo 2, por isso correm o risco de contrair novamente a doença, que tende a se manifestar com sintomas mais fortes do que da primeira vez. 

Só é possível identificar o tipo de vírus causador da dengue por exame de sangue, que tem que ser coletado no máximo até três dias após o aparecimento dos primeiros sintomas. Por isso, é importante procurar um serviço de saúde assim que houver suspeita de dengue. 

Atualmente, além do caso do Parque Alvorada, o município recebeu mais dois resultados positivos para dengue do tipo 2, um homem de 55 anos residente na Água Chata e uma mulher de 44 anos moradora do Cabuçu.

 

A dengue já afetou 9.232 pessoas e causou 12 mortes neste ano em Bauru, no interior de São Paulo. O número de casos já é maior do que na epidemia de 2015, quando foram registradas 8,4 mil ocorrências e 6 pessoas morreram. A cidade, que está em situação de emergência devido à epidemia, tem ainda outras 8 mortes em investigação.

Bauru lidera o ranking estadual da doença, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado. Araraquara, em segundo lugar, confirmou 818 novos casos em uma semana. Agora, já são 5.589 casos e cinco mortes confirmadas.

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A preocupação maior, segundo a Secretaria da Saúde, é com o avanço da doença para as regiões mais populosas do Estado. Em Campinas, o número de casos confirmados saltou de 56 no início de março para 799 até o dia 1º de abril. A região noroeste da cidade é a mais afetada, com 370 confirmações. A Secretaria de Saúde do município determinou que os casos suspeitos sejam tratados como prioridade nos 65 centros de saúde do município.

Nesta quarta-feira (3) a equipe do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) reuniu-se com dirigentes da rede hospitalar municipal, ligada ao Hospital Mário Gatti, do Hospital da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e de hospitais privados para discutir ações, tendo em vista o risco de uma epidemia de dengue. Foram definidos protocolos para o manejo clínico e assistência ao paciente.

Com a circulação já confirmada do sorotipo 2 do vírus na cidade, o risco é de maior número de casos graves. "As pessoas que tiveram o tipo 1 da doença, que predominou nos últimos anos, podem pegar o tipo 2 e adoecer com maior gravidade", disse a diretora do Devisa, Andrea von Zuben. Até esta quarta-feira, não havia registro de mortes por dengue, neste ano, em Campinas.

Em Sorocaba, a Vigilância Epidemiológica emitiu alerta às unidades de saúde devido ao risco de um surto epidêmico nas próximas semanas. A cidade tem 173 casos confirmados de dengue este ano, dos quais 145 foram contraídos no município. No mesmo período do ano passado, houve apenas 8 casos e, em 2017, foram 35. Segundo a Vigilância, o quadro atual é definido como pré-epidêmico, com risco moderado de se tornar epidemia. A prefeitura intensificou os mutirões de limpeza e ações de conscientização para combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Dados do Ministério da Saúde divulgados hoje (25) apontam que o Brasil registrou 229.064 casos de dengue apenas nas 11 primeiras semanas deste ano. O número significa um aumento de 224% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 62,9 mil casos.

A incidência da dengue no país até 16 e março é de 109,9 casos por 100 mil habitantes. As mortes provocadas pela doença acusaram aumento de 67%, passando de 37 para 62 – a maioria no estado de São Paulo, com 31 óbitos, informou o ministério. O número representa 50% do total de todo o país.

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Dados do Ministério da Saúde divulgados hoje (25) apontam que o Brasil registrou 229.064 casos de dengue apenas nas 11 primeiras semanas deste ano. O número significa um aumento de 224% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 62,9 mil casos.

A incidência da dengue no país até 16 e março é de 109,9 casos por 100 mil habitantes. As mortes provocadas pela doença acusaram aumento de 67%, passando de 37 para 62 – a maioria no estado de São Paulo, com 31 óbitos, informou o ministério. O número representa 50% do total de todo o país.

Apesar do aumento expressivo no número de casos, a situação ainda não é classificada pelo governo federal como epidemia. O último cenário de epidemia identificado no país, em 2016, segundo o Ministério da  Saúde, teve 857.344 casos da doença entre janeiro e março.

“É preciso intensificar as ações de combate ao Aedes aegypti [mosquito transmissor da doença] para que o número de casos de dengue não continue avançando no país”, destacou o ministério.

Estados

Alguns estados têm situação mais preocupante, com incidência maior que 100 casos por 100 mil habitantes: Tocantins (602,9 casos/100 mil habitantes), Acre (422,8 casos/100 mil habitantes), Mato Grosso do Sul (368,1 casos/100 mil habitantes), Goiás (355,4 casos/100 mil habitantes), Minas Gerais (261,2 casos/100 mil habitantes), Espírito Santo (222,5 casos/100 mil habitantes) e Distrito Federal (116,5 casos/100 mil habitantes).

Regiões

Ainda de acordo com os dados do ministério, o Sudeste apresenta o maior número de casos prováveis (149.804 casos ou 65,4 %) em relação ao total do país, seguido pelas regiões Centro-Oeste (40.336 casos ou 17,6 %); Norte (15.183 casos ou 6,6 %); Nordeste (17.137 casos ou 7,5 %); e Sul (6.604 casos ou 2,9 %).

O Centro-Oeste e o Sudeste apresentam as maiores taxas de incidência de dengue, com 250,8 casos/100 mil habitantes e 170,8 casos/100 mil habitantes, respectivamente.

Zika

Até 2 de março deste ano, houve ainda 2.062 casos de zika, com incidência de 1 caso/100 mil habitantes. No mesmo período do ano passado, foram contabilizados 1.908 casos prováveis.

Entre os estados com maior número de casos estão Tocantins (47 casos/100 mil habitantes) e Acre (9,5 casos/100 mil habitantes). Ainda não foram registrados óbitos por zika no Brasil.

Chikungunya

Até 16 de março de 2019, foram identificados 12.942 casos de chikungunya no Brasil, com uma incidência de 6,2 casos/100 mil habitantes. Em 2018, foram 23.484 casos – uma redução de 44%.

As maiores incidências ocorreram no Rio de Janeiro (39,4 casos/100 mil habitantes), Tocantins (22,5 casos/100 mil habitantes), Pará (18,9 casos/100 mil habitantes) e Acre (8,6 casos/100 mil habitantes). 

Em 2019, ainda não foram confirmados óbitos pela doença. No mesmo período de 2018, foram confirmadas nove mortes.

Ao menos 29 pessoas já morreram após contrair dengue este ano no Estado de São Paulo, conforme a Secretaria Estadual de Saúde. O número é quase dez vezes maior que as três mortes registradas no mesmo período de 2018 - em todo o ano passado, a dengue matou 10 pessoas. Conforme divulgou a pasta nesta quarta-feira, 20, outras 16 mortes estão sendo investigadas, havendo possibilidade de que a maioria se confirme.

O número de casos confirmados da doença nos dois primeiros meses deste ano também é mais que o dobro do total de 2018. Foram 36.791 casos em janeiro e fevereiro, contra 15.050 de todo o ano passado. No primeiro bimestre de 2018 houve apenas 1.947 casos.

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Dos 645 municípios paulistas, 603 já tiveram casos de dengue notificados neste ano. Na capital, os casos confirmados nos dois primeiros meses deste ano já são 665, superando o total de casos confirmados em todo ano de 2018, que foi de 560.

O número grande de casos e a maior letalidade este ano, segundo o coordenador de Controle de Doenças da Secretaria, Marcos Boulos, se devem à circulação de um novo tipo de vírus, principalmente nas regiões norte e noroeste do Estado.

"Em anos anteriores, circulava no Estado apenas o sorotipo 1, que foi o principal agente da grande epidemia de 2015 e 2016, quando quase 1 milhão de pessoas foram infectadas. Em 2017 e 2018, tivemos menos casos porque as pessoas que já tiveram dengue estavam imunes ao mesmo vírus", explicou o coordenador. "O problema é que apareceu o sorotipo 2 e, quando há reinfecção por um vírus diferente, a pessoa não está imune e há potencial para uma gravidade maior."

O temor é de que, ainda este ano, o vírus do sorotipo 2 se espalhe pela Região Metropolitana de São Paulo. "No próximo verão, vamos estar sob a influência do fenômeno El Niño, tornando as condições mais propícias para o mosquito transmissor, como aconteceu nas epidemias de 2015 e 2011. O tipo 2 está se espalhando e o risco é de que chegue até as regiões mais populosas. O surto atual deve declinar com o início do outono, mas há o risco de voltar muito forte em novembro e dezembro, por isso precisamos manter o combate ao mosquito."

Epidemia

O interior já vive uma nova epidemia de dengue. As cidades com mais casos confirmados são Bauru (6.008), Araraquara (3.824), São José do Rio Preto (3.239), Andradina (2.401), Barretos (1.900), Fernandópolis (1.260) e São Joaquim da Barra (1.251). Segundo o secretário de Saúde de São Joaquim, Rangel Luís de Melo, quando os boletins são divulgados, os números já estão desatualizados, devido à ocorrência de novos casos.

Cidades de menor porte também têm índice alto de infecção, segundo boletim da pasta estadual. Palestina, com 11 mil habitantes, tem 636 casos confirmados, enquanto Ituverava, com 41 mil moradores, já soma 618 e Pereira Barreto (25 mil habitantes) tem 510 doentes confirmados.

As cidades com mais mortes confirmadas são Bauru (10), São José do Rio Preto (4), São Joaquim da Barra (4), Araraquara (4) e Andradina (2). Em Bauru, outros nove óbitos estão em investigação. Três mortes suspeitas são investigadas em Birigui.

As prefeituras montaram estruturas de atendimento exclusivo para pacientes com dengue e estão usando inseticidas nas ruas contra o mosquito transmissor. Em Guararapes, com 214 casos, a prefeitura denunciou ao Ministério Público Estadual 12 donos de imóveis que não permitiram a entrada de agentes antidengue. Outras 293 recusas estão sendo apuradas.

Uma nova técnica para detecção do vírus zika, mais sensível e barata que a PCR em tempo real, que é o padrão para diagnóstico molecular da doença, se mostrou eficiente nos testes com amostras de mosquitos. O teste foi desenvolvido em uma pesquisa de mestrado com a participação de pesquisadores da Fiocruz Pernambuco. A pesquisa foi publicada na conceituada revista científica Nature.

A tecnologia, denominada amplificação isotérmica medida por alça (RT-Lamp), também tem a vantagem de ser bem mais rápida do que a PCR, diminuindo de cinco horas para menos de uma hora o tempo necessário para obter o resultado. Segundo a Fiocruz, trata-se de uma ferramenta que pode ser utilizada em qualquer lugar, na forma de kit rápido, pois não depende de equipamentos caros e sofisticados, restritos a laboratórios especializados, como é o caso da PCR.

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Outra vantagem é o custo de cada teste, de apenas um R$ 1. O PCR tem custo individual de R$ 40. Segundo pesquisador Lindomar Pena, que orientou a pesquisa, a técnica se mostrou 10 mil vezes mais sensível que o PCR e, em alguns casos, foi capaz de detectar carga viral onde a PCR deu negativa. “Trata-se de um exame específico para zika, que não apresentou reação cruzada para outras arboviroses”, relata.

Foram utilizadas 60 amostras de mosquitos Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus na pesquisa, infectados naturalmente ou em laboratório com os vírus zika, dengue, febre amarela e chikungunya. A próxima etapa será a conclusão dos testes com amostras humanas.

De acordo com a Fiocruz, na época que o projeto foi lançado, não havia trabalho semelhante. Ao longo do seu desenvolvimento surgiram em torno de 15 projetos nesse campo. O diferencial desse trabalho, conforme a Fiocruz, é o pequeno número de etapas necessárias para a reação, o baixo custo e a simplicidade do teste.

Na sua forma simplificada, o teste consiste em colocar a amostra de mosquito em um tubo com reagente. Após aguardar cerca de 20 a 40 minutos, observa-se a cor da mistura. Se ficar laranja, o resulto é negativo, mas se o líquido se tornar amarelo,  há presença do vírus zika. “A ideia é que se possa coletar, macerar o mosquito em campo – em plena Amazônia, por exemplo - e obter o resultado lá mesmo”, afirma o pesquisador. Com humanos, se poderá coletar saliva ou urina do paciente com suspeita de zika, realizar o teste e obter a resposta na mesma hora.

O Estado de São Paulo enfrenta nova epidemia de dengue, com maior incidência nas regiões norte e noroeste, mais distantes da capital. Entre o início do ano e o último dia 15, o número de casos confirmados saltou de 1,9 mil para 13,4 mil - alta de 605%, ante o mesmo período de 2018. Já o total de casos suspeitos foi de 15,2 mil para 40,2 mil, conforme a Secretaria da Saúde paulista.

Segundo a pasta, o maior risco da dengue neste verão se deve à circulação do sorotipo 2 do vírus. Na grande epidemia de 2015, quando 1,6% da população do Estado foi infectada, predominou o sorotipo 1 do vírus. Quando o paciente se infecta pelo vírus, de outro sorotipo, os sintomas são mais graves.

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Nas regiões com as maiores infestações, como Bauru, Barretos e Araraquara, foi confirmada a circulação do sorotipo 2. Segundo a secretaria, houve 5 óbitos no período - dois em São Joaquim da Barra, dois em São José do Rio Preto e um em Araraquara -, mas as prefeituras confirmaram mais 4 e investigam outras 20 mortes. Dez cidades, oito nas regiões norte e noroeste, concentram 66% dos casos.

Em Bauru, com 3.510 casos confirmados e 12 mortes com suspeita, pacientes lotam as unidades de saúde. O movimento subiu mais de 73,6% desde o início da epidemia. Os cinco postos de saúde (UPAs) atendem 2,7 mil pacientes por dia e o horário foi estendido até 23 horas.

Em Araraquara, ao menos 300 pessoas com sintomas procuram, diariamente, os serviços municipais de saúde. Também foi confirmada a terceira morte por dengue, diz a prefeitura. Ângela Santos, de 66 anos, morreu no dia 10 e os exames deram positivo para a doença. Outros quatro óbitos são investigados.

Na segunda-feira, Valdelaine Deoadato, de 43 anos, morreu após oito dias internada na Santa Casa local com manchas pelo corpo e outros sintomas da doença. A família registrou a morte suspeita por dengue na Polícia Civil. Outros dois óbitos suspeitos tinham sido registrados no sábado - de um idoso de 85 anos e uma mulher de 33.

Bilac decretou epidemia na terça, após registrar 171 casos confirmados este ano, numa população de 7 mil habitantes. Em todo o ano passado, foram só sete casos. Em fevereiro, 802 casas foram vistoriadas e 484 tinham focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença

A doença avança também para o oeste do Estado. No dia 21, Paraguaçu Paulista decretou emergência, com 152 casos confirmados e 350 em apuração. Em 2015, a cidade teve 4,5 mil casos, a maioria do tipo 3. "Sabemos que para cada caso confirmado, há outros quatro não notificados", estima a diretora de Saúde, Cristiane Bonfim.

A Justiça de Mogi Guaçu, região de Campinas, autorizou a prefeitura e entrar em imóveis particulares sem morador para remover criadouros do Aedes. Lá, são 60 casos confirmados e 44 suspeitos, quatro vezes mais que em todo o ano passado.

Família inteira

Em Sorocaba, foram confirmados 39 casos de dengue este ano, mais 16 são importados. A diarista Marilda Cresciulo, de 47 anos, moradora do Jardim Zulmira, zona oeste da cidade, conta que cinco pessoas da família - ela, o pai, a mãe, um irmão e uma sobrinha - tiveram dengue entre 2017 até o início deste ano. "Eu fiquei quatro dias com febre, manchas no corpo e dor de cabeça. Foi horrível, o corpo todo doía, parecia que tinha levado umas pancadas."

Sua sobrinha teve a forma mais grave da doença. "A contagem de plaquetas baixou tanto que ela precisou ser internada e ficou 15 dias de cama, com os sintomas." Apesar de gostar de plantas, Marilda eliminou os vasos de sua casa, com medo de novas infecções. "Vasilha com água, é só o bebedouro do cachorro, mas lavo e desinfeto todo dia."

Capital

Na capital paulista, foram confirmados 126 casos de dengue, segundo boletim divulgado pela Prefeitura em 5 de fevereiro. Há registros em todas as regiões. Campo Limpo, na zona sul, é o distrito que lidera em número de casos (10). Não havia relatos de mortes por causa da doença e, até a data, a cidade não registrava casos de zika e chikungunya, também transmitidas pelo Aedes aegypti. Em todo o Brasil, são 54,7 mil casos prováveis de dengue, alta de 149% em relação ao ano passado. A Região Sudeste concentra 60% dos registros.

Piora em 2020

O coordenador de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde do Estado, Marcos Boulos, alerta que a epidemia pior deve vir entre o final deste ano e o início de 2020. "O próximo verão deve ser pior, porque neste a dengue não pegou com força as regiões mais populosas do Estado", disse. "Há uma epidemia em regiões bem definidas, no norte e noroeste, mas o problema maior não é o número de casos e, sim, a circulação de um novo tipo de vírus, que torna a dengue mais grave", acrescentou o infectologista.

De acordo com a secretaria, a dengue é uma doença sazonal - típica do verão - e cíclica, com oscilação de casos e aumento no número a cada três ou quatro anos. Em 2015, segundo a pasta, houve número recorde de infecções, com 709.445 casos. Somente em janeiro daquele ano, foram 41.844 casos.

Ação conjunta

Por diretriz do Sistema Único de Saúde (SUS), ainda segundo a pasta, o trabalho de campo para o combate ao mosquito Aedes aegypti compete aos municípios, mas o Estado presta auxílio. Entre os dias 11 e 16 de fevereiro, o Estado atuou em ações conjuntas com as prefeituras para eliminar criadouros e orientar a população.

Entre os sintomas, estão manchas vermelhas na pele, dores nas articulações, febre e dor de cabeça. Muitas vezes, a dengue é confundida com outras doenças transmitidas pelo Aedes, como zika e chikungunya. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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