Tópicos | dengue

Em Pernambuco, as unidades pediátricas públicas e privadas têm lidado com uma superlotação no setor das emergências. As ocorrências são várias: viroses, infecções, resfriados leves. Com a Covid-19 ainda em alta no Estado, pais e responsáveis podem ficar confusos quanto ao diagnóstico e tratamento dessas doenças, cuja sintomatologia pode ser bem semelhante e em alguns casos, como os de infecção por coronavírus, a doença pode até mesmo ser silenciosa.

Como crianças são dependentes, é preciso que os adultos estejam alerta aos sintomas e que busquem manter o ambiente domiciliar sempre limpo, livre da poeira, do acúmulo de água parada. Higienizar as superfícies de objetos também ajudam a prevenir a proliferação do coronavírus.

##RECOMENDA##

A pediatra do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira - Imip, Danielle Rodrigues, conversou com o LeiaJá a fim de esclarecer dúvidas sobre as doenças circulantes no Estado atualmente, e que são acentuadas pela presença do inverno e da intensa mudança climática. Circulam em grande abrangência os tipos enterovírus, que tem como principal meio de replicação o trato gastrointestinal, e rinovírus, associado aos resfriados comuns.

“Com a não restrição das crianças em casa, tivemos mais aglomerações em escolas e creches, e então, a disseminação de vários vírus. Nós vemos muitos quadros clínicos de resfriados e gripe. Atualmente, temos identificado alta presença de rinovírus. No Imip, estamos fazendo um painel viral. A influenza tem pouca incidência atualmente, o que pode ser justificado pela vacina da gripe. O resfriado é um quadro mais leve, com coriza, febre e estado geral não tão decaído. Enquanto a gripe é mais intensa, causa desidratação, dor no corpo, calafrios, febre alta e o estado geral fica mais decaído do que no resfriado comum”, comenta a médica ao iniciar a explicação.

Pernambuco também possui incidência alta do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em bebês, segundo a pediatra. O VSR preocupa pois, sem as medidas preventivas ou precoces necessárias, pode levar à internação. A doença é comum em crianças nos primeiros meses de vida. Como as vias aéreas dos bebês são finas, eles podem apresentar quadro obstrutivo com pouca secreção.

“O VSR causa um quadro característico de bronquiolite viral. O que é isso? Começa com sintomas parecidos com os de resfriado, como coriza, secreção nasal, espirros e lacrimejamento, e depois começam os sintomas mais graves, de tosse e desconforto em um quadro mais intenso. Normalmente bebês pequenos, abaixo de um mês ou em lactentes de dois até três meses, muitas vezes precisam ficar internados para fazer oxigenoterapia, lavagem nasal e medidas de suporte”, continua Danielle.

Outra síndrome em circulação é a “mão-pé-boca”, causada pelo vírus coxsackie e que dá febre, rinorréia, tosse e aftas na faringe posterior. A criança infectada enfrenta queda na imunidade e fraqueza no estado geral de saúde. Os sintomas dessas viroses podem se confundir com os da Covid-19, porque os sintomas de Covid são inespecíficos, logo, “tudo pode ser a doença”, diz a pediatra. Não é possível diferenciar os sintomas sem testagem, mas é válido prestar atenção em alguns sinais, como o cansaço ou qualquer sintomatologia diferente.

“Os cuidados para evitar transmissão continuam sendo os de higiene, evitar aglomerações, ajudar na lavagem das mãos e verificar objetos contaminados. O quadro de Covid em crianças é bastante assintomático. Mas chama atenção aquela criança com uma lesão de pele e que pode ter um quadro viral associado; uma criança que tenha sinais de asma ou cansaço, e que nunca teve antes. Essas especificidades de um quadro que não se repete é que podem chamar atenção se a criança tem Covid ou não”, elucida ainda, reafirmando que os casos de Covid-19 têm sido menores que os das demais doenças.

E completa: “Nesse período de inverno há muitas influências que pioram o quadro respiratório. Nesse momento, todas as emergências que atendem muito esse quadro têm uma superlotação nesse momento, seja no IMIP ou nas unidades municipais. Não é só o inverno, são também as aglomerações, o contato com a poeira, o contato com pessoas que trazem o resfriado da rua para casa. Mas o fator climático importa sim, essa alteração de chuva, sol, frio e calor aumentam a atividade dos brônquios e facilitam o quadro respiratório”.

Não existe tratamento específico para os vírus, mas terapias de suporte. É importante reconhecer os sinais de alerta, como sonolência e irritabilidade, causados principalmente pela desidratação. A orientação é de que os pais e responsáveis se dirijam precocemente à unidade hospitalar quando houver descontrole dos sintomas mais graves, como vômito e diarreia, para evitar um internamento. É importante hidratar a criança e evitar que ela chegue ao hospital já desidratada, prevenindo também a perda de nutrientes e eletrólitos. Na dúvida, a procura por um médico deve ser imediata.

Cuidados que devem ser tomados

- Manter o ambiente doméstico limpo e organizado, priorizando a higienização de superfícies com as quais a criança tem contato constantemente;

- Deixar fora do alcance das crianças produtos químicos e/ou que possam causar reações alérgicas;

- Eliminar focos da dengue - é preciso lembrar que além da Covid e das viroses há, simultaneamente, surtos de dengue e chikungunya no estado;

- Prestar atenção em sinalizações no corpo da criança, como manchas vermelhas, brancas, desidratação da pele e corpo, cansaço e tosse;

- Não fazer autodiagnóstico e não fazer intervenção medicamentosa por conta própria;

- Não usar medicamentos de tratamento precoce para a Covid-19 como tratamento para sintomas graves de viroses, dengue e outras doenças;

- Insistir em uma boa hidratação da criança;

- Prestar atenção na cor das fezes e secreção da criança;

- Procurar um médico imediatamente, caso os sintomas não consigam ser contornados em casa.

De acordo com o último boletim de arboviroses divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), foram registrados 8.723 casos suspeitos de dengue em Pernambuco em 2021, número que representa um decrescimento de 28% com relação ao mesmo período do ano passado. No entanto, os números de chikungunya e zika vírus, também transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, seguem a tendência contrária, com casos crescentes.

Durante a época mais chuvosa do ano, quando as larvas do mosquito da dengue costumam se proliferar em locais de água parada, foram notificados 3.417 casos de chikungunya em 89 municípios do estado, o que corresponde a um aumento de 135,8% em relação ao mesmo período de 2020. Para zika, o número também preocupa: são 1.176 notificações da doença, totalizando um acréscimo de 61,8% comparado ao ano anterior.

##RECOMENDA##

De acordo com o médico infectologista do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, José Neto, dentre as três doenças transmitidas pelo mosquito, a dengue é a que apresenta maior probabilidade de evolução para um quadro de alta complexidade. “O maior risco da dengue é a evolução para a forma grave, que pode trazer hemorragia, instabilidade e disfunções orgânicas múltiplas. Já a chikungunya se caracteriza pela cronicidade das dores articulares. Quanto à zika, há o risco, para mulheres em idade fértil, de microcefalia fetal”, diferencia o médico.

“Existe bastante semelhança entre as três doenças, por serem síndromes febris virais, mas podemos pontuar características importantes de cada uma delas: a dengue costuma ter uma sintomatologia mais rica, com predomínio de sintomas mais sistêmicos, a exemplo de febre alta, moleza e dores pelo corpo, diarreia e vômitos; as dores da chikungunya costumam ser mais articulares e a febre é menos intensa que a da dengue; a zika tem um quadro mais leve de febre e dores, e o mais marcante são as manchas vermelhas na pele”, complementa.

Casos graves e tratamento

O boletim da Secretaria de Saúde indica que os 8.723 casos suspeitos de dengue foram registrados em 153 municípios do estado. Destes, 75 confirmaram os casos. O sorotipo 2 da dengue, responsável pela forma mais agressiva da doença, foi detectado nas cidades de Água Preta, Amaraji, Camaragibe, Chã Grande, Custódia, Goiana, Jaboatão dos Guararapes, Lagoa dos Gatos, Paulista, Recife, São Lourenço da Mata e Vitória de Santo Antão. 

Também em Pernambuco, nove óbitos foram notificados como suspeitos de arboviroses, outros oito estão em investigação e um foi descartado. Em relação às formas mais graves das doenças, a Secretaria informou que 14 casos de dengue com sinais de alarme foram localizados, e mais dois de dengue grave. 

Em relação a gestantes com manchas vermelhas na pele (um dos indicativos sugestivos de arboviroses), há 130 registros este ano. Entre elas, 62 realizaram exame para dengue (14 positivaram), 46 para chikungunya (18 positivaram) e 39 para zika. Todas tiveram diagnóstico descartado, segundo a Secretaria de Saúde. 

O tratamento das doenças, como destaca José Neto, varia de acordo com a complexidade da infecção. Os casos leves, segundo o infectologista, podem ser tratados em unidades de atenção básica, buscando evitar as urgências e emergências que encontram-se lotadas em decorrência da Covid-19. “Os casos graves - de dengue, principalmente - devem ser manejados em serviço de saúde devido ao risco de uma má evolução. Os sinais de alerta para dengue grave: dores abdominais intensas e contínuas; vômitos persistentes; pele fria e úmida, palidez; sangramento pelo nariz, boca e gengiva; manchas vermelhas na pele; sonolência, agitação ou confusão mental; boca seca; pulso fraco e rápido”, explica.

Diagnóstico durante a pandemia

A análise do 2º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), também disponibilizado pela Secretaria de Saúde (SES-PE), expõe 118 (64,1%) municípios em situação de risco para transmissão elevada das arboviroses, sendo 36 (19,6%) em situação de risco de surto (3,9%) e 82 (44,6%) em situação de alerta. Outros 49 (26,6%) municípios estão em situação satisfatória e 17 (9,2%) não encaminharam resultados. Os números, portanto, alertam para a importância do diagnóstico e tratamento adequados.

Os sintomas febris das arboviroses podem ser facilmente confundidos com a Covid-19, aumentando a procura pelos serviços de saúde que já se encontram em sobrecarga. Assim como o uso de máscaras, álcool em gel e distanciamento social são primordiais para a prevenção do novo coronavírus, existem medidas que ajudam a manter o mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika longe.

“Para evitar a contaminação é primordial o controle do vetor de transmissão, que é o Aedes aegypti. Eliminar focos de água parada e uso de repelentes são pontos importantes dos cuidados individuais. Quanto às autoridades públicas, as campanhas informativas, vigilância epidemiológica de focos de reprodução do mosquito e investimento em saneamento básico são medidas efetivas para este controle”, destaca José Neto.

O especialista orienta que, em casos de qualquer sintoma, o recomendado é que o paciente recorra a um atendimento médico. A avaliação do profissional de saúde dirá se a pessoa está com Covid-19 ou dengue. Esse diagnóstico é muito importante para o paciente saber o que fazer, principalmente porque os infectados com o coronavírus precisam ficar de quarentena em isolamento social.

De acordo com o boletim de arboviroses divulgado pelo Ministério da Saúde na última sexta-feira (26), os registros de pessoas com dengue despencaram em todo o Brasil. Apesar disso, a doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti, ainda causa preocupação pelo país, sobretudo durante os períodos mais chuvosos, quando a água parada transforma-se em um berçário para o desenvolvimento de novas larvas.

Segundo os números do boletim, entre os dias 3 de janeiro e 20 de março, foram notificados 120.531 casos possíveis de dengue, uma redução de 73,8% em relação ao mesmo período de 2020. Também de acordo com as observações do documento, o Acre está vivendo uma epidemia de dengue neste momento, com a incidência de 13.202 casos prováveis, um aumento de mais de 200% em comparação com o ano passado.

##RECOMENDA##

Apesar disso, a pasta também alertou para a proximidade de sintomas entre a dengue e a Covid-19, a exemplo de febre, dor de cabeça, indisposição e falta de apetite. "Desde fevereiro de 2020, o Brasil enfrenta uma pandemia da COVID-19 e, desde a confirmação dos primeiros casos, observou-se uma diminuição dos registros de casos prováveis e óbitos de dengue. Esta diminuição pode ser consequência de uma subnotificação ou atraso nas notificações das arboviroses associadas a mobilização das equipes de vigilância e assistência para o enfrentamento da pandemia e ao receio da população em procurar atendimento em uma unidade de saúde", informa o material.

O país também registrou 9.390 casos de chikungunya e outros 636 de zika, doenças também transmitidas pelo Aedes Aegypti.

Responsabilidade maior em decorrência da pandemia

Devido à pandemia da Covid-19, os agentes de combate a endemias não podem mais entrar nas casas para checar os focos do mosquito Aedes Aegypti. Diante disso, a responsabilidade da população também aumenta, sendo recomendado que os moradores de bairros reservem um tempo para revisitar a casa pelo menos uma vez por semana, e acabar com possíveis pontos de água parada, ambientes propícios para a proliferação do mosquito.

 

Com a chegada do verão no Brasil e da chuva em diversas regiões, uma preocupação de saúde pública aumenta: o crescimento da circulação do mosquito Aedes aegypti e das doenças associadas a ele (chamadas de arboviroses urbanas), como dengue, zika e chikungunya.

Conforme o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde sobre o tema, lançado em dezembro, entre janeiro e novembro foram registrados 971.136 casos prováveis de dengue no Brasil, com 528 mortes. As maiores incidências se deram nas regiões Centro-Oeste (1.187,4 por 100 mil habitantes), Sul (931,3/100 mil) e Nordeste (258,6/100 mil).

##RECOMENDA##

No mesmo período, as autoridades de saúde notificaram 78.808 mil casos de chikungunya, com 25 óbitos e 19 casos em investigação. As maiores incidências ocorreram no Nordeste (99,4 por 100 mil habitantes) e Sudeste (22,7/100 mil). Já os casos de zika, até o início de novembro, totalizaram 7.006, com incidência mais forte no Nordeste (9/100 mil) e Centro-Oeste (3,6/100 mil).

Na avaliação do professor de epidemiologia da Universidade de Brasília Walter Ramalho, este é o momento de discutir o problema do Aedes aegypti e as medidas necessárias para impedir sua proliferação. O maior desafio é diminuir os focos de criação dele.

O Aedes está no Brasil há mais de 100 anos. Em alguns momentos, já chegou a ser erradicado. Mas nos últimos 30 anos o inseto vem permanecendo e, segundo o professor Ramalho, se adaptando muito bem ao cenário de urbanização do país e do uso crescente de materiais de plástico, que facilitam o acúmulo de água propício à reprodução do mosquito.

“Todos esses materiais, que podem durar muito tempo na natureza, podem ser criadouros do mosquito. A gente tem que olhar constantemente o domicílio, não somente na terra como nas calhas. Este é um momento do começo da chuva. Se não fizermos esse trabalho e se a densidade do mosquito for elevada, não temos o que fazer”, alerta o professor.

Ele lembra que não se trata apenas de um cuidado com a própria pessoa e sua casa, mas com o conjunto da localidade, uma vez que domicílios com foco de criação acabam trazendo risco para toda a vizinhança.

O professor da UnB acrescenta que o cuidado no combate aos focos não pode ser uma tarefa somente do Poder Público. Uma vez que qualquer residência, terreno ou imóvel pode concentrar focos, é muito difícil que as equipes responsáveis pela fiscalização deem conta de cobrir todo o território.

Ramalho destaca que as doenças cujos vírus são transmitidos pelo mosquito são graves. A dengue hemorrágica pode trazer consequências sérias para os pacientes.

“A zika causou microcefalia no Nordeste e em algumas cidades de outras regiões. E precisamos nos preocupar com a chikungunya. Ela causa sintomatologia de muitas dores articulares. Muitas pessoas passam dois, três anos sentindo muitas dores. Isso causa desconforto na vida durante todo esse período”, afirma.

Campanha

No mês passado, o governo federal lançou uma campanha contra a proliferação do Aedes com o lema “Combater o mosquito é com você, comigo, com todo mundo”.  O desafio é conscientizar os cidadãos sobre a importância de limpar frequentemente estruturas onde possa haver focos e evitar a água parada todos os dias.

A campanha conta com a difusão de peças publicitárias em meios de comunicação, alertando sobre esses cuidados e sobre os riscos da disseminação do mosquito e as consequências das doenças associadas a ele. 

Após ter sido diagnosticado com dengue no dia 28 de novembro, o cantor Leonardo revelou, no dia 8 de dezembro, que testou positivo para o novo coronavírus. No dia anterior, sua esposa, Poliana Rocha, revelou que havia sido diagnosticada com a Covid-19. No Instagram, o cantor sertanejo publicou um comunicado, pedindo orações.

"Hoje, infelizmente, teste positivo para Covid-19. Estou bem, mesmo tendo acabado de passar por um dengue. Peço orações de todos, para Deus abençoar não só a mim, mas à minha mulher, Poliana, e minha sogra, que também foram diagnosticadas. Que deus abençoe todos que estão passando por essa doença e momento difícil".

##RECOMENDA##

Ele ainda afirmou que o show que faria será cancelado. "Faríamos um show na linda cidade de Sorocaba, São Paulo, dia 11, sexta-feira. Show que seria modelo de cumprimento às regras da OMS para realização de eventos com distanciamento, uso de máscara e higienização. Espero encontrá-los o quanto ates e, assim que possível, anunciaremos nova data. Deus abençoe a todos".

[@#video#@]

No último sábado (28), Zé Felipe, filho do cantor Leonardo, realizou em Goiânia o Chá de Bebê ao lado da amada, Virginia Fonseca, e fez todos os convidados passarem por testes de coronavírus. Na manhã daquele dia, porém, Leonardo estava sentindo febre e dores no corpo e logo foi ao hospital para saber se estava com Covid-19.

Ao fazer exames, o sertanejo descobriu que, na verdade, estava com dengue, segundo informações da colunista Keila Jimenez. "Testei positivo para a dengue hoje cedo [sábado]. Muita dor no corpo, as juntas dando pontadas, febre - é o que estou sentindo nesse momento", disse nas redes sociais.

##RECOMENDA##

Poliana Rocha, esposa de Leonardo, disse que os sintomas surgiram na terça-feira, dia 24. Ele sentiu febre alta, dor no corpo, mas o exame de coronavírus deu negativo. O cantor agora segue em repouso absoluto.

Além de viver a pandemia de coronavírus, que fez mais de 170 mil vítimas fatais no Brasil desde março, outro problema conhecido da população brasileira preocupa as autoridades sanitárias do país. De acordo com o anúncio feito pelo Ministério da Saúde na última terça-feira (24), os casos de dengue passam dos 971 mil entre janeiro e a primeira quinzena de novembro de 2020.

O comunicado da pasta ainda aponta que, devido à atenção dos agentes sanitários ao surto da Covid-19, o número das vítimas do mosquito Aedes Aegypti pode ser maior. Segundo o ministério, os números da dengue no Brasil no começo da pandemia de coronavírus eram superiores aos do ano anterior. O índice, no entanto, é hoje 35,5% menor do que 2019, quando mais de 1,5 milhão de pessoas foram diagnosticadas com a doença.

##RECOMENDA##

Embora tenha havido redução nos números que tinham tendência de aumento há cerca de oito meses, o Ministério da Saúde confirma a possibilidade dos índices da dengue estarem sub-notificados em 2020. Até o mês de junho, 528 mortes foram causadas após infecção oriunda da picada do mosquito. Os estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, além do Distrito Federal, tiveram o maior número de vítimas fatais da doença.

Chikungunya e zika

Os números relacionados a outros dois vírus transmitidos pelo mosquito Aedes Aegypti também foram divulgados pelo Ministério da Saúde. De acordo com a pasta, os casos de chikungunya são cerca de 78,8 mil e apresentam queda de 37% quando comparado aos dados de 2019. Já os pacientes diagnosticados com zika foram pouco mais de 7 mil no país, com maior incidência (75% a mais) no último mês de junho.

Além de apresentar os índices, a Saúde anunciou uma nova campanha de conscientização para o combate ao mosquito que tem maior incidência de reprodução nos períodos mais quentes do ano. A iniciativa "Combater o mosquito é com você, comigo, com todo mundo", vai ser divulgada na mídia e nas redes sociais até o início do verão de 2020.

Estudo achou ligação entre a disseminação do SARS-CoV-2 e surtos de dengue no Brasil, sugerindo que a exposição à doença transmitida pelo mosquito pode fornecer alguma imunidade contra a COVID-19.

A agência Reuters teve acesso aos resultados da pesquisa, liderada por Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke, EUA, ainda não publicada, que comparou a distribuição geográfica no Brasil dos casos do novo coronavírus com a disseminação da dengue em 2019 e 2020.

##RECOMENDA##

"Essa descoberta surpreendente levanta a intrigante possibilidade de uma reação imunológica cruzada entre o vírus da dengue e o SARS-CoV-2 […]. Se for provada correta, essa hipótese pode significar que a infecção pela dengue ou a imunização com uma vacina eficaz e segura contra a dengue poderia produzir algum nível de proteção imunológica" contra o novo coronavírus, sublinha o cientista.

O estudo descobriu que locais com taxas mais baixas de infecção pelo novo coronavírus e com crescimento mais lento de casos de COVID-19 foram os locais que sofreram intensos surtos de dengue neste ano e em 2019.

Nicolelis afirma que os resultados são particularmente interessantes porque pesquisas anteriores mostraram que pessoas com anticorpos da dengue podem apresentar resultados falsamente positivos para anticorpos do SARS-CoV-2, mesmo que nunca tenham sido infectadas pelo novo coronavírus.

"Isso indica que há uma interação imunológica entre os dois vírus que ninguém poderia esperar, porque os dois vírus são de famílias completamente diferentes", ressalta o cientista, acrescentando que mais estudos são necessários para provar a conexão.

Descoberta por acaso

A equipe de Nicolelis encontrou uma relação semelhante entre surtos de dengue e uma propagação mais lenta de COVID-19 em outras partes da América Latina, bem como na Ásia e nas ilhas dos oceanos Pacífico e Índico.

O cientista explica que sua equipe se deparou com a descoberta da dengue por acidente, durante um estudo sobre a disseminação da COVID-19 pelo Brasil, quando constataram que as rodovias tiveram um papel importante na distribuição dos casos pelo país.

Depois de identificar alguns pontos sem casos no mapa, a equipe procurou possíveis explicações. Um avanço ocorreu quando compararam a disseminação da dengue com a do coronavírus.

"Foi um choque. Foi um acidente total […]. Na ciência, isso acontece, você está atirando em uma coisa e acerta um alvo que nunca imaginou que acertaria", comenta Nicolelis.

Da Sputnik Brasil

Um estudo realizado pelo World Mosquito Program (WMP), da Universidade de Monash, na Austrália, em parceria com a Tahija Foundation e Universidade Gadjah Mada, na Indonésia, apontou redução de 77% na incidência de casos de dengue, virologicamente confirmados, nas áreas onde houve liberação de Aedes aegypti com Wolbachia, em Yogyakarta, na Indonésia, quando comparado com áreas que não receberam o método. Este é o primeiro teste padrão-ouro que mostra a capacidade de redução de casos de dengue através da metodologia do Aedes aegypti com a Wolbachia. No Brasil, a iniciativa é conduzida pela Fiocruz e já apresenta dados preliminares que apontam redução de chikungunya.

O estudo clínico randomizado controlado (Randomized Controlled Trial - RCT) “Applying Wolbachia to Eliminate Dengue (AWED)”, teve duração de três anos e foi conduzido em uma área que abrange cerca de 321 mil habitantes. Doze de 24 áreas de tamanhos semelhantes da cidade de Yogyakarta foram escolhidas aleatoriamente para receber os mosquitos com Wolbachia do WMP em conjunto com as medidas de rotina de controle da dengue realizadas no município. As 12 áreas restantes continuaram recebendo apenas as ações de rotina de controle da dengue.

##RECOMENDA##

Confira no vídeo abaixo, como funciona o método:

[@#video#@]

O ensaio envolveu 8.144 participantes com idades entre 3 e 45 anos que se apresentaram a uma das 18 clínicas de atenção primária com febre aguda indiferenciada de um a quatro dias de duração. O estudo utilizou o método de teste negativo para analisar e medir a eficácia da Wolbachia (cepa WMel) em reduzir a incidência de casos confirmados de dengue em um período de 27 meses. Após 2 anos do término das liberações, a frequência de Wolbachia continua elevada nas populações de mosquitos Aedes aegypti nas 12 áreas de intervenção. A implementação do Método Wolbachia foi bem aceita pela comunidade e não houve preocupações de segurança.

Este estudo marca uma década de pesquisas de laboratório e de campo, começando primeiro na Austrália e depois expandindo para 11 países onde a dengue é endêmica, entre eles o Brasil. O diretor global do WMP, Scott O'Neill, afirma que este era o resultado que os cientistas do WMP esperavam. "Temos evidências de que nosso método é seguro, sustentável e reduz a incidência de dengue. Agora podemos ampliar essa intervenção para várias cidades em todo o mundo”, destaca. 

A diretora de avaliação de impacto do WMP, Katie Anders, ressalta que “este é o primeiro estudo para demonstrar impacto na incidência da doença. O resultado do ensaio é consistente com nossos achados de estudos anteriores não randomizados em Yogyakarta e no norte de Queensland, e com previsões de modelagem epidemiológica de uma redução substancial na carga de dengue após implementação do Método Wolbachia”.

O estatístico independente do estudo, Nicholas Jewell, professor de Bioestatística e Epidemiologia da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e também professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, avalia que "os resultados são convincentes. É duplamente empolgante, pois o desenho do ensaio usado na Indonésia fornece um modelo que pode ser seguido por outras cidades candidatas a realizar intervenções de saúde".

Detalhes do resultado serão apresentados em novembro, em um congresso acadêmico, além de publicação em um periódico científico. Mais informações podem ser obtidas na página internacional do programa.  

Método Wolbachia no Brasil

No país, o Método Wolbachia é conduzido pela Fiocruz, em parceria com o Ministério da Saúde, com apoio de governos locais. As ações iniciaram no Rio de Janeiro e em Niterói, em uma área que abrange 1,3 milhão de habitantes. Em Niterói, dados preliminares já apontam redução de 75% dos casos de chikungunya nas áreas que receberam os Aedes aegypti com Wolbachia, quando comparado com áreas que não receberam.

Atualmente, o projeto está em expansão para Campo Grande, Petrolina (PE) e Belo Horizonte. Na capital mineira também será realizado um estudo clínico similar ao conduzido pelo WMP na Indonésia. A cidade será a primeira das Américas a acompanhar casos de dengue, zika e chikungunya por meio de um estudo clínico randomizado controlado (RCT, em inglês), em conjunto com o Método Wolbachia.

Em uma primeira etapa, alguns bairros vão receber o Aedes aegypti com Wolbachia enquanto outros irão receber após a validação do estudo e aprovação junto ao Ministério da Saúde. A escolha dos bairros que vão receber o Método Wolbachia primeiro será por meio de sorteio, metodologia proposta pelo Estudo Clínico Randomizado. 

Para a realização do RCT, serão convidadas para participar 60 crianças, na faixa etária de 6 a 11 anos, da 1ª à 3ª série, matriculadas em escolas públicas municipais de BH selecionadas para participar do projeto. Com a autorização dos responsáveis e o necessário consentimento das crianças, será colhida uma amostra de sangue, para avaliar se elas tiveram contato com o vírus da dengue, zika ou chikungunya.

Este estudo, chamado Projeto Evita Dengue, é realizado em colaboração com a implementação do Método Wolbachia, feito pelo WMP Brasil/Fiocruz em conjunto com a Prefeitura de Belo Horizonte. Trata-se de uma colaboração científica entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de Emory, a Universidade Yale e a Universidade da Flórida. O estudo é financiado pelo Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID/NIH), dos Estados Unidos.

Antes do RCT, será realizado um piloto da operação do WMP Brasil em BH em três áreas de abrangência da Regional Venda Nova (Centros de Saúde Copacabana, Jardim Leblon e Piratininga). A previsão é que a liberação dos mosquitos com Wolbachia seja iniciada ainda neste ano.

Mais informações sobre o Método Wolbachia estão disponíveis no site do programa no Brasil

Da Fiocruz

O ex-senador do Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral (PTB), descobriu nessa quinta-feira (23) que além de estar com a Covid-19 também contraiu a dengue. Delcídio está hospitalizado e contou, em publicação no Facebook, que havia estranhado o agravamento dos sintomas e agora está sendo acompanhado por uma equipe médica.  

“A Covid-19 e a dengue me pegaram! (9º dia) Inovei! Hoje soube que estou com “covengue” (um híbrido de covid-19 com dengue). Desculpem a brincadeira, mas só assim pra levar adiante e manter a cabeça aprumada. Estava estranhando os sintomas que relatei antes sobre dor nas juntas, perda de peso e cansaço, pra serem somente da Covid, que já não é pouca coisa. Aqui no Mato Grosso do Sul, nessa época, a dengue também corre solta”, contou.

##RECOMENDA##

Segundo o ex-senador, a junção dos sintomas das duas doenças é “muito estressante e perigoso, se negligenciado”. “Pelo menos agora estou no hospital sendo monitorado mais de perto e medicado adequadamente, o que me dá mais tranquilidade e segurança, minimizando a angústia”, disse.

Na publicação, Delcídio também aproveitou para pedir que as pessoas sigam o isolamento social e a higienização. “Quanto a dengue, sabemos bem os cuidados que devemos tomar para eliminarmos os focos. Se o meu vizinho faz e eu não faço, não adianta muito pra ninguém”, declarou.

De acordo com a assessoria do ex-senador, apesar do diagnóstico duplo, o quadro de saúde dele é estável.

Nesta sexta-feira (22), o LeiaJá publica a última das três reportagens produzidas na ocupação Miguel Lobato, localizada no município de Paulista, Região Metropolitana do Recife, à beira da PE-022. O conteúdo traz um retrato que para muitos cidadãos da localidade não é novidade. Na ocupação, muito antes da Covid-19, outras doenças preocupavam os moradores da comunidade. 

LeiaJá também

##RECOMENDA##

--> Apelo e esperança se misturam na ocupação Miguel Lobato

--> Covid-19 faz do mangue sustento para famílias em oucpação

Sem o mínimo de saneamento, os moradores enfrentam um espaço lamacento, onde vivem dividindo o local com cavalos que defecam em torno das casas. "Aqui tem muito piolho de cobra, quando chove fica infestado", diz morador da região, enquanto observa a reportagem. Lacraias, muriçoca, água correndo a céu aberto. Ambiente perfeito para a proliferação de um mosquito causador de doenças já conhecido no Brasil, o Aedes Aegypti.

O mosquito é responsável pela contaminação da febre amarela, chikungunya, zika vírus e a dengue. "Minha filha e meu marido pegaram dengue aqui. Aqui não é lugar de uma pessoa ficar!", indaga Dona Marli Oliveira. “Já peguei a dengue, meus três filhos também, meu esposo também está com a dengue. Estamos aqui a mercê de tudo", nos conta Josélia Maria, que mora na comunidade com seu marido e três filhos. 

Os cavalos são usados por catadores de reciclavéis que moram na ocupação. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Na ocupação, a água não passa por nenhum tipo de tratamento. "Não é muito boa", sinaliza Josélia. Segundo ela, os três filhos estão com desinteria. Débora Brás, mãe de quatro filhos, tem sofrido dos mesmos problemas. Ela ainda reclama que não tem condições de sempre comprar água e medicamentos. Além de todas essas outras preocupações, agora a perigoso Covid-19 assusta. 

"Está aí essa doença no mundo e eu tenho muito medo de pegar, não só eu como meus filhos. Uma doença desta pegar, uma criança não resiste. Um adulto não está resistindo, imagine uma criança", afirma Débora, com dois dos quatros filhos ao lado. 

No período em que a reportagem esteve na comunidade, foi possível notar que o isolamento social não existe. A necessidade faz com que a casa do vizinho esteja sempre de portas abertas. Josélia, irmã de Débora, cozinhava na casa da irmã enquanto gravamos. 

[@#video#@]

Alguns moradores usam máscara, mas a maioria não tem condições de adquirir o material de proteção. Álcool em gel apenas os que estavam com a equipe do LeiaJá: "A gente está aqui precisando de máscara, quem quiser que compre, a gente não tem um álcool gel, não tem nada. Ele não está nem olhando para gente", reclama Adelma Maria, em referência ao prefeito de Paulista, Júnior Matuto. 

"A gente está morando na rua bem dizer, de baixo de lona, de taipa, tem verme, o que será da gente, Junior Matuto? O que seria da gente, Paulo Câmara?", questiona Adelma.

Poucas pessoas têm acesso ao álcool gel na comunidade. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Na ocupação, existem pessoas que estão com sintomas do novo coronavírus. Uma delas é Juliete Gomes. "Estou sentindo cansaço, febre, dor no corpo todinho, dor de cabeça (...) não sei se é dengue, não sei o que é", diz a moradora, com vários remédios nas mãos. Perguntada se procurou atendimento médico, ela relata que ligou para o 136 do Ministério da Saúde. Foram passadas algumas medicações, mas nenhum teste foi realizado. Sua mãe, que vive com ela, tossiu diversas vezes durante a entrevista e relatou cansaço. 

"Não hora da saúde do povo, todo mundo se resguarda, por quê? Eles são melhores do que a gente? A gente também é ser humano", desabafa Juliete.

As doações que chegam à comunidade são de comida. Materiais para limpeza, como água sanitária, sabão e álcool, só poucos moradores conseguem comprar. Dentro da comunidade, a convivência segue normal, às vezes por falta de instrução, em outros momentos por necessidade. De acordo com os moradores, nos sete meses de ocupação, nenhum órgão de Saúde ou de vigilância sanitária passou pela comunidade.

Mãe de Juliete afirma que tosse frenquentemente desde março, mas nenhum profissional de saúde esteve na comunidade. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Em Pernambuco, 34 municípios estão com alto risco de surto de dengue. A VI Gerência Regional de Saúde, no interior do estado, é a que concentra o maior número de cidades em risco. São elas: Brejo da Madre de Deus, Caruaru, Gravatá, Ibirajuba, Santa Cruz do Capibaribe, São Bento do Una, São Joaquim do Monte e Taquaritinga do Norte. 

Ao todo, Pernambuco teve 611 notificações e 53 casos confirmados de dengue, até a quarta semana de janeiro deste ano, de acordo com dados da Secretaria estadual de Saúde. 

##RECOMENDA##

E, na tentativa de evitar uma possível epidemia, em 2020, a Assessora Técnica da Gerência da Vigilância de Arboviroses da Secretaria de Saúde do Estado, Daniela Bandeira, revela que a Secretaria estadual está buscando intensificar as campanhas de educação em saúde.

“Não podemos abaixar a guarda, nem para quem está em situação satisfatória e muito menos para quem está em alerta ou risco. Agora, para esses municípios que estão em situação de risco, estamos acompanhando mais de perto as ações de combate.” 

Em janeiro, o Ministério da Saúde declarou que 12 estados brasileiros correm o risco de sofrer surto de dengue. Além de toda a região Nordeste, a população do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, deve ficar atenta para o possível surto do sorotipo 2 da dengue. 

Coordenador-Geral de Vigilância em Arbovirose, do Ministério da Saúde, Rodrigo Said, pede que a população dos estados siga as orientações e entre no enfrentamento ao Aedes aegypti. 

“Hoje, mais de 80% dos criadouros do mosquito são domiciliares. Então, a ação de controle é necessária, integrada de atividades do poder público, tanto do Ministério da Saúde, como das secretarias estaduais e municipais, de saúde, aliado as ações de mobilização da população.”

Da Agência do Radio Mais

Um pequeno peixe da fauna aquática brasileira está sendo usado para combater o mosquito da dengue em Dracena, cidade do interior de São Paulo. Exemplares de guaru (Poecilia vivipara) foram soltos na fonte de água da Praça Arthur Pagnozzi, a principal da cidade, para eliminar o risco de que o local se transforme em criadouro do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença. Os guarus são conhecidos por se alimentarem da larva de mosquitos. Os peixinhos foram soltos também em uma piscina desativada que recebeu água da chuva e em um bebedouro de animais.

Com 46,5 mil habitantes, Dracena contabiliza 812 casos confirmados da doença e está em situação de epidemia não declarada oficialmente. Segundo a Vigilância Epidemiológica, os peixinhos se reproduzem rapidamente e são considerados eficazes no controle de larvas. Conforme a prefeitura, a soltura dos guaruzinhos, adquiridos de criadores autorizados, está sendo feita de forma aliada a outras medidas de controle do mosquito. No fim de semana foram realizados mutirões para eliminação de lixo em locais públicos e coleta de material que poderia se transformar em criadouros do Aedes.

##RECOMENDA##

Peixe típico da América do Sul, o guaru mede em média 4 cm e ocorre nos estados ao longo da costa brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Também conhecido como "barrigudinho", o guaru resiste a águas moderadamente poluídas e também é utilizado como peixe de aquário. Antes da Dracena, a prefeitura de Lucélia, também no interior paulista, utilizou os peixinhos para controlar o mosquito da dengue em reservatórios de água do canil municipal, fontes luminosas e bebedouros de animais.

A Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) informou que em 2019 foram registrados 89 casos confirmados de sarampo, doença que já tinha sido erradicada no Brasil. A dengue, outra doença infecciosa que preocupa as autoriodades de sáude, teve 103 casos confirmados.

Para a médica infectologista Tânia Chaves, a vacinação é o melhor remédio contra o sarampo. “Estamos em plena campanha de vacinação para pessoas na faixa etária entre 3 e 29 anos, com o objetivo de atualização do calendário vacinal”, lembra Tânia.

##RECOMENDA##

Segundo a médica, existem vários fatores que contribuem para a epidemia de sarampo. Um deles é a facilidade das viagens, da circulação de pessoas. “Este vírus tem uma das maiores taxas de ataque (capacidade de transmissibilidade) e de conferir formas graves”, explicou a infectologista. Ela ressaltou que o outro fator determinante para o reaparecimento do sarampo são as baixas taxas de cobertura vacinal no mundo todo.

A dengue é uma doença febril grave causada por um arbovírus, que são vírus transmitidos por picadas de insetos. O transmissor é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar.

Os principais sintomas são febre alta, dores musculares intensas, dor ao movimentar os olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas no corpo.

Segundo a infectologista Tânia, todos os tipos virais de dengue, como 1, 2, 3, 4, podem evoluir para formas graves e complicadas, incluindo as hemorrágicas.

“Para as doenças virais respiratórias, para as quais ainda não há vacinas, todos  devem praticar a etiqueta respiratória: cobrir a face ao espirrar ou tossir, com lenço de papel e descartá-lo, ou cobrir com o cotovelo. Não levar as mãos aos olhos, boca e nariz. Higienizar as mãos com água e sabão por 20 segundos, cada vez que for ao banheiro, antes de se alimentar e ao tossir e espirrar. Usar álcool em gel 70%. Evitar viajar doente, evitar o contato com pessoas doentes”, explicou Tânia.

Covid-19

Segundo o Ministério da Saúde, o Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, apresenta-se com o quadro de infecções respiratórias. O novo agente do Covid-19 (SARS-CoV-2) foi identificado pela primeira vez em Wuhan, na província de Hubei, na China, em pessoas expostas em um mercado de frutos do mar e de animais vivos.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de 2020, o surto como sendo uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). No Brasil ainda não foi registrado nenhum caso.

Segundo a médica infectologista Tânia Chaves, o fato da Organização Mundial de Saúde ter declarado o COVID-19 como uma Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional já é o suficiente para o mundo inteiro estar em alerta e os países se prepararem para conter a entrada do vírus em seus países.

A médica disse ainda que todos têm o importante papel de não compartilhar as fake news sobre a nova doença, ou qualquer outro tema. “Na era digital sejamos mais espertos que os disseminadores de notícias falsas. Elas só disseminam o pânico. Procure ler informações nas fontes oficiais das autoridades de saúde pública no país e no mundo, como a Organização Mundial de Saúde, e páginas oficiais das sociedades científicas de infectologia, SBI, por exemplo”, finalizou.

 

 

 

A Prefeitura de Sorocaba, no interior de São Paulo, decretou epidemia de dengue na cidade. Foram confirmados 104 casos da doença no município, sendo 76 autóctones, 73% dos casos; 25 importados, ou seja, de pacientes que se contaminaram em outras cidades, e três de origem indeterminada. Ao todo, foram 802 notificações. Dessas, 629 foram descartadas e 69 continuam em investigação.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica da cidade, a justificativa dada para o momento epidêmico se dá pela curva de tendência, a partir do número de casos da doença em série histórica de 2009 até 2019, sendo excluídos os anos epidêmicos. Nas quatro últimas semanas, o órgão observou que a curva dos casos de 2020 está acima do limite superior da curva de tendência, quando a curva ultrapassa o limite superior de casos por quatro semanas consecutivas considera-se momento epidêmico.

##RECOMENDA##

“As arboviroses têm essa característica de causar epidemias de tempos em tempos, e a última grande epidemia em Sorocaba foi em 2015, então era esperado que a gente tivesse uma nova epidemia em 2019 ou 2020, principalmente pela introdução de um novo vírus em 2015, com o vírus da dengue tipo 1, então a maioria das pessoas ficou exposta e criou anticorpos contra esse vírus. Agora, com a introdução em 2019 do vírus da dengue tipo 2 no estado de São Paulo, praticamente todo mundo é suscetível a pegar o tipo 2, então esse aumento no número de casos reflete esse novo vírus que tem na cidade”, disse a chefe da Divisão de Zoonoses, Thais Buti.

Além dos 104 casos de dengue confirmados, Sorocaba registrou dois casos de chikungunya. Não há casos de febre amarela e zika.

A concentração de casos de dengue ocorre na região do Jardim Rodrigo, e também nos bairros Hortência e Simus.

“A pessoa que apresenta sintomas de dengue pode se dirigir a qualquer unidade de saúde do município, que será atendida normalmente. Estamos numa situação de epidemia, mas o número de doentes ainda é relativamente baixo comparado ao ano de 2015. Então, por enquanto, não foi necessário o atendimento em tenda de hidratação e nenhuma outra medida de emergência”, disse Thais.

A prefeitura já iniciou os preparativos para o Dia D da Dengue, no próximo sábado (8), e contará com a colaboração de servidores públicos na conscientização da população sobre a doença. Nesse dia também haverá trabalhos técnicos como visitas casa a casa e arrastão de criadouros nas áreas mais críticas da cidade.

Inseticida Malathion

Após oito meses sem receber o inseticida Malathion do Ministério da Saúde, Sorocaba recebeu na última quinta-feira (30) 100 litros do produto. O inseticida é usado por agentes de saúde para a nebulização e pelo caminhão de fumacê, somente em casos positivos de dengue e aglomerados de casos, respectivamente. O produto tem o objetivo de eliminar as fêmeas infectadas com o vírus.

“A quantidade não é suficiente, e por esse motivo, estamos usando de forma estratégica nos locais mais críticos da cidade. A previsão é que na semana que vem a região de Sorocaba receba mais 200 litros do veneno”, informou Thais.

Ações

Até o dia 28 de janeiro, 35.110 imóveis da cidade foram visitados pela Divisão de Zoonoses da cidade nas seis áreas do município - centro norte, centro sul, leste, noroeste, norte, sudoeste. Um total de 4.549 recipientes foram encontrados dentro dos imóveis visitados com água, portanto, estavam prontos para criar o mosquito.

Foram removidos, até o momento, 60 toneladas de criadouros na cidade; intensificado o trabalho da Divisão de Zoonoses aos sábados e aumentado o número de caminhões de arrastão de dois para três.

A chefe da Divisão de Zoonoses, Thais Buti, reforça a recomendação de não deixar água parada nas casas. “Recomendo fazer uma vistoria uma vez por semana dentro e fora do imóvel, não somente no quintal, removendo qualquer tipo de recipiente que esteja com água parada. Caso não possa remover o recipiente, como um vaso sanitário com pouco uso, por exemplo, adicione sabão em pó ou detergente, por que esses produtos vão impedir que a larva se prolifere nesse criadouro. Outra medida é o uso de repelente como protetor individual”.

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que a dengue é mais perigosa no Brasil do que o coronavírus. Em entrevista ao programa Em Foco, da Globo News, o auxiliar do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ressaltou que “chance de morrer de dengue no Brasil” é maior. O vírus já deixou mais de 400 mortos na China, país mais afetado pela doença.  

“A gente está trabalhando hoje numa corrida mundial pela vacina, numa corrida pelo teste rápido, que é o teste que você faz no consultório e medicamentos. É muito mais grave dengue, você tem muito mais chance de morrer de dengue no Brasil, hoje, do que de coronavírus”, disse o responsável pela pasta da Saúde.

##RECOMENDA##

De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, divulgado dia 28 de janeiro, no país, até o momento, são dez casos suspeitos de coronavírus. A expectativa é de que um novo balanço sobre a doença seja divulgado nesta terça-feira (4).  

No momento em que as atenções das autoridades sanitárias se voltam para o risco do novo coronavírus, a dengue continua avançando no Estado de São Paulo. Na madrugada deste sábado (1º), uma criança de dez anos morreu com sintomas da doença, em Ribeirão Preto, interior do Estado. É a segunda morte por suspeita de dengue registrada na cidade este ano.

A vítima estava internada desde a sexta-feira (31) na unidade de emergência do Hospital das Clínicas. O paciente passou por atendimento na rede municipal, antes de ser encaminhado ao HC local. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o diagnóstico foi de dengue, mas ainda é preciso aguardar o resultado dos exames, por isso o caso é tratado como suspeito.

##RECOMENDA##

São Paulo tem 390 mil casos confirmados e 256 óbitos até o dia 11 de novembro. Em 15 de janeiro, uma menina de 8 anos morreu com sintomas de dengue hemorrágica. Ribeirão Preto registrou 596 casos da doença em janeiro, 134% a mais que no mesmo mês do ano passado.

Em Presidente Venceslau, no oeste paulista, um homem de 43 anos morreu, na quarta-feira, 29, com suspeita de doença hemorrágica. Ele estava internado na Santa Casa local. A cidade já havia registrado uma morte suspeita de dengue no dia 16 de janeiro. A vítima foi um servidor municipal de 48 anos. A prefeitura informou que ainda aguarda o resultado dos exames feitos no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.

Outra morte com suspeita de dengue aconteceu também no dia 29, em Pirapozinho, na mesma região. A vítima, um idoso de 71 anos, apresentou sintomas e foi levada para o Hospital Regional de Presidente Prudente. A causa da morte constou no atestado de óbito, mas a prefeitura informou ser necessário aguardar os exames.

No oeste paulista, este ano, foram registradas mortes suspeitas por dengue também em Presidente Prudente e Parapuã - um caso em cada cidade. Houve ainda uma morte por dengue hemorrágica em Pederneiras.

A doença apresenta números elevados em muitas cidades do interior. Em Votuporanga, região norte do Estado, foram registrados 1.043 casos positivos este ano e tem 1.603 sendo investigados. Em São José do Rio Preto, foram 117 casos confirmados em janeiro, mas ainda há 571 em investigação. Catanduva tem 440 casos positivos e apura outros 1.043. Em Conchal, a situação é de epidemia, com 168 casos confirmados.

Em 2018, São Paulo registrou 444.593 casos de dengue, com 265 mortes, segundo o Ministério da Saúde. A Secretaria da Saúde do Estado informou que a doença é sazonal, com oscilação no número de casos e aumento a cada três ou quatro anos.

Desde o ano passado, há uma maior circulação do sorotipo 2 da dengue e quem teve a doença causada por vírus de outro tipo, pode apresentar quadro clínico mais grave quando infectado pelo tipo 2. A pasta informou que apoia as prefeituras em ações contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Espírito Santo, Rio de Janeiro e nove estados do Nordeste podem ser alvo de um surto de dengue a partir de março deste ano. O alerta é do coordenador de Vigilância de Arbovirose do Ministério da Saúde, Rodrigo Saidí.

Em entrevista exclusiva à TV Brasil, o especialista explicou que o período favorável ao aumento de casos da dengue no Brasil, que começou em novembro de 2019, vai até o próximo mês de maio, época de chuva.

##RECOMENDA##

Segundo Saidí, no entanto, a dinâmica da transmissão da doença é que pode ocasionar o surto nessas regiões. Hoje há quatro sorotipos da dengue e quando ocorre alteração do padrão de circulação, também aumenta o número de transmissões.

"A mudança no padrão de circulação, que está acontecendo agora nesses dois estados [Espírito Santo e Rio de Janeiro], e a possibilidade de isso ocorrer nos estados do Nordeste, em 2020, apontam para um cenário de risco", disse o coordenador.

Saidí afirma que 80% dos criadouros do mosquito estão dentro das residências, por esse motivo, alerta sobre a importância de haver integração entre as políticas públicas de governo e a mobilização da população. Ele diz ainda que o controle deve ser feito porque, nesta época do ano, o mosquito completa seu ciclo de reprodução em 10 dias.

"É importante estar atento à caixa d'água, se ela está aberta ou não, à limpeza das calhas, à verificação permanente da presença de água em bandeja de ar-condicionado, na bandeja da geladeira, os pratinhos de vaso de planta; acondicionar adequadamente aqueles produtos que estão nos quintais, como garrafas e latas".

Histórico

Em 2019, o Brasil registrou mais de 1.544 casos de dengue e 782 mortes, em decorrência da doença. O número de óbitos representa aumento de 488% em relação a 2018, ano considerado atípico pelo ministério.

Os dados de registro de zika ainda estão baixos no Brasil. Mesmo assim o alerta de cuidado para gestantes continua porque o vírus do Zika ainda está em circulação por todos os estados do país, menos no Acre. O Ministério da Saúde também descarta um surto da chikungunya, este ano, no Brasil.

O número de casos de dengue registrados no Brasil em 2019 foi o segundo mais alto da série histórica sobre a doença, segundo o Ministério da Saúde. Os dados, de janeiro a 7 de dezembro, apontam 1.527.119 notificações de casos prováveis, concentrados principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste. Conforme a pasta, 64,7% dos registros foram feitos nos Estados de Minas, Espírito Santo e São Paulo.

A série histórica do governo federal teve início em 1975. O ano passado está atrás somente de 2015, quando foi feito quase 1,7 milhão de registros da doença em todo o País. Mas superou as notificações dos anos de 2017 e 2018, que registraram 239.389 e 265.934 casos prováveis da doença, respectivamente.

##RECOMENDA##

"A gente atribui o alto número de casos a alguns fatores associados, como o fato de ser uma doença sazonal, o verão com temperaturas altas e regime de chuvas muito intenso e a alteração do sorotipo circulante no País. Desde 2010, as epidemias eram causadas pelos sorotipos 1 e 4. Tivemos uma alteração para o sorotipo 2 em 2018, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Sudeste", explica Rodrigo Said, coordenador-geral de Vigilância de Arboviroses do Ministério da Saúde. Segundo Said, o sorotipo 2 não circulava nessas regiões desde 2008.

Em 2019, 754 óbitos por dengue foram registrados ante 155 em 2018. Em 2017, foram 185 mortes. "A ocorrência do óbito por dengue está ligada a questões individuais, como a resposta do paciente à doença. Também tem fatores relacionados ao vírus. O vírus 2 que está circulando pode ocasionar apresentações mais graves e um número maior de óbitos. Além disso, em dengue, a literatura médica mostra que a segunda infecção (pela doença) pode ser mais grave do que a primeira."

Said diz que o ministério e as secretarias estaduais e municipais desenvolvem ações para evitar a disseminação da dengue e das demais doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como zika e chikungunya. Mas destaca que a contribuição da população é fundamental. "A gente está em um período que é uma época da doença, que vai de dezembro a maio. O ministério tem desenvolvido várias atividades com as secretarias, de controle e pesquisa sobre o Aedes, mas precisamos mobilizar a nossa população para desenvolver ações efetivas para eliminação e redução dos criadouros dos mosquitos. Mais de 80% dos criadouros estão dentro das casas das pessoas. Se o agente faz a visita, é importante que as pessoas façam a ação de controle semanalmente."

Um levantamento inédito realizado pela Secretaria da Saúde e divulgado nesta sexta-feira, 29, aponta uma média de 2,5 criadouros do mosquito da dengue em cada residência do Estado de São Paulo. Com 390 mil casos confirmados e 256 óbitos até o dia 11 de novembro, o Estado está em risco de uma nova grande epidemia da doença, segundo o superintendente de Controle de Endemias, Marcos Boulos. No próximo dia 2, a pasta lança uma nova campanha contra o mosquito Aedes aegypti, que também transmite a zika e a chikungunya.

A pesquisa encontrou a maior prevalência de larvas do mosquito em recipientes móveis, como vasos de plantas, garrafas pet e potes plásticos. Havia 1,3 criadouros destes por casa positiva. Os recipientes naturais - plantas, ocos de árvores e bambu, por exemplo - tiveram o menor índice de criadouros com larvas. Também tiveram índices pouco expressivos, os recipientes em depósitos elevados, como sótãos e forros; fixos, como calhas, lajes e piscinas, e ainda aqueles passíveis de remoção, como sucata e entulhos.

##RECOMENDA##

O levantamento, realizado entre os meses de outubro e novembro pelos municípios, com acompanhamento da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), abrangeu 642 municípios. Destes, 134 foram considerados em alerta devido à alta presença de larvas, enquanto oito municípios - Barra do Turvo, Bento de Abreu, Iguape, Jacupiranga, Pedrinhas Paulista, Restinga, São Vicente e Tuiuti - estão em situação de risco devido à elevada proliferação do mosquito.

A classificação é feita com base no número de recipientes com presença de larvas do Aedes em cada 100 imóveis pesquisados. Nas cidades em risco, foram achados mais de 3,9 recipientes a cada centena de imóveis.

Conforme Boulos, a presença de tantos criadouros com larvas alerta para o risco de uma nova grande epidemia de dengue nos próximos meses, quando há previsão de calor e chuvas, condições favoráveis à proliferação do mosquito. "Até agora, o tempo nos ajudou, pois tivemos períodos com menos calor e chuvas do que o esperado. No entanto, é possível que tenhamos uma explosão de casos a partir de janeiro, por isso é preciso redobrar os esforços na eliminação dos criadouros", disse.

Incidência maior de tipo de vírus que não circulava em SP

Um fator adicional de risco, segundo ele, é a incidência maior do vírus do tipo 2 da dengue, que antes não circulava no Estado. "Quem já teve dengue nos últimos anos, pode apresentar sintomas mais graves, caso pegue a doença com vírus de outro tipo, como o 2", explicou. O especialista chamou a atenção para um novo cenário da dengue no Estado.

"A gente já fala em endemia, quando somos obrigados a conviver com uma doença. Este ano, tivemos surtos epidêmicos de dengue até no inverno. Os casos aconteceram o ano todo, e com uma mortalidade 30 vezes maior do que no ano passado."

Em São Paulo, os números mostram que a doença está presente em 96% dos municípios, mas dez cidades concentram 43,2% dos casos confirmados. São elas: São José do Rio Preto (32.822), Campinas (26.246), Bauru (26.088), Araraquara (23.876), São Paulo (16.671), Ribeirão Preto (13.748), Birigui (7.916), Araçatuba (7.782), Presidente Prudente (7.584) e Guarulhos (6.383). Em 2019, o Estado registrou também 72 casos de zika e 280 da chikungunya, mas sem mortes em ambas as doenças.

Entre os dias 2 e 7 de dezembro, a pasta pretende engajar a sociedade civil, municípios, organizações públicas e privadas em uma grande mobilização de combate aos criadouros do mosquito. Serão realizados mutirões com apoio das prefeituras para a limpeza de casas, quintais e áreas públicas. Durante esta semana, uma força-tarefa das secretarias da Educação e da Saúde já atuou com foco na limpeza dos ambientes escolares, para que fiquem livres de criadouros durante as férias.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando