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Dois esqueletos reconstruídos de dinossauros, um deles de uma espécie associada ao lendário monstro do Lago Ness, serão leiloados em 26 de julho na Sotheby's, em Nova York, anunciou a empresa nesta terça-feira (11).

Batizada de "Nessie", esta espécie rara de plesiossauros, um réptil marinho, tem o valor estimado de entre 600 e 800 mil dólares (entre 2,9 e 3,8 milhões de reais, na cotação atual). Um aumento considerável, em comparação aos 456 mil euros (2,4 milhões de reais, na mesma cotação) pagos em 2010 em Paris, em outro leilão organizado pela Sotheby's. Naquela ocasião, o esqueleto pertencia ao antigo acervo de um museu privado alemão, de acordo com o catálogo da organização.

Descoberto em 1990 em Blockley, em Gloucestershire (Reino Unido), "cerca de 75%" do esqueleto está preservado, o que é considerado "excepcional", segundo Cassandra Hotton, diretora do departamento de ciências e cultura popular da Sotheby's.

Com um pescoço longo, o plesiossauro é associados na cultura contemporânea ao monstro do Lago Ness, uma lenda do folclore escocês, ainda que esta teoria tenha sido refutada por cientistas.

A Sotheby's o colocará à venda em 26 de julho, em Nova York, junto ao esqueleto de um pteranodon, um réptil voador com 6 metros de envergadura, com valor estimado entre 4 e 6 milhões de dólares (entre 19,4 e 29,2 milhões de reais).

Os dinossauros costumam ser estrelas frequentes em leilões. O recorde de vendas é o de um esqueleto de Tiranossauro Rex, vendido em 2020 por 31,8 milhões de dólares (154,9 milhões de reais).

Cientistas encontraram vestígios de quatro tipos de dinossauros, entre eles um 'megaraptor', em uma região inóspita da Patagônia chilena que, há cerca de uma década, se transformou em uma importante jazida de fósseis, informaram os pesquisadores nesta quarta-feira (11).

Após recolherem fósseis em Cerro Guido, no vale de Las Chinas, perto da fronteira com a Argentina (cerca de 2.800 km ao sul de Santiago), em 2021, os cientistas analisaram os restos em laboratório e conseguiram constatar que pertenciam a dinossauros que não haviam sido identificados antes no local.

"É sempre super excitante, em termos científicos, encontrar algo que não havia sido descoberto e nem descrito antes no vale de Las Chinas, onde estamos começando a nos acostumar com novas descobertas de fósseis", explicou à AFP, Marcelo Leppe, diretor do Instituto Antártico Chileno (Inach), que faz parte da equipe que fez a descoberta.

De acordo com a pesquisa, as descobertas representam o registro fóssil mais ao sul deste tipo de dinossauro fora da Antártica.

Em dezembro de 2021, paleontólogos chilenos apresentaram os restos de um Stegouros elengassen, um dinossauro enigmático cuja cauda em forma de clava intrigou os cientistas, encontrado nesta mesma área da Patagônia chilena.

A nova descoberta foi realizada pelo Inach, em colaboração com pesquisadores da Universidade do Chile e da Universidade do Texas (Estados Unidos), que conseguiram identificar restos de quatro tipos de dinossauros, entre eles dentes e partes ósseas pós-cranianas de um megaraptor pertencente à família dos terópodes.

Estes dinossauros carnívoros tinham garras de raptores, pequenos dentes para rasgar e grandes extremidades superiores, que, de acordo com a pesquisa, os colocaria no topo da cadeia alimentar desta região que habitaram há entre 66 e 75 milhões de anos, ao final do Período Cretáceo.

"Uma das características que nos permitiu identificar com grande confiança que pertencem ao ramo dos megaraptors é, antes de mais nada, que os dentes estão muito curvados para a parte posterior", assinalou Jared Amudeo, pesquisador da Rede Paleontológica da Universidade do Chile, em um comunicado difundido pela instituição.

Também foram identificados dois espécimes da subfamília Unenlagiinae, parentes próximos dos velociraptors, que têm um "caráter evolutivo nebuloso, que nos indicaria que se trata de uma espécie nova de unenlagia, ou talvez de um representante de outro clado [ramo] diferente", assinalou Amudeo.

Também foram encontrados fósseis de duas linhagens de aves: uma Enantiornithe, o grupo de aves mais diverso e abundante da Era Mesozoica; e Ornithurinae, um grupo diretamente aparentado com as aves atuais.

O trabalho dos cientistas foi compilado em um estudo publicado em dezembro na prestigiada revista Journal of South American Earth Sciences.

Geólogos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) descobriram, durante uma escavação na Formação Aliança, que faz parte da Bacia Jatobá, próxima ao município de Ibimirim, no Sertão de Pernambuco, um segmento de vértebra da cauda pertencente ao dinossauro mais antigo já encontrado no Nordeste do Brasil até hoje, comparável ao gênero Dilophosaurus. Apesar da descoberta ter acontecido agora, as peças já estavam sob posse do grupo de estudos desde 2019, e passaram por nova análise. 

De acordo com a universidade, até hoje, esses fósseis só foram encontrados nos Estados Unidos, Antártica, África do Sul e agora na Formação Aliança, no Brasil. Os autores da análise são alunos do curso de Geologia e do Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGeoc) da UFPE. Com a nova fase do estudo, foi possível verificar a provável idade do fóssil e a qual grupo taxonômico (definição categórica biológica) pertence. 

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Segundo o professor Édison Oliveira, orientador do mestrado, ainda é necessário que mais escavações sejam feitas para que encontrem mais partes do mesmo dinossauro ou de outros organismos jurássicos no mesmo estrato rochoso e, assim, possam confirmar que a vértebra seja mesmo de um dilofossauro. 

Entretanto, foram realizadas medições e comparações entre ela e uma de um dilofossauro que foi encontrado nos Estados Unidos, e a conclusão é que são muito similares. “Foi Leonardo [Marinho] que, lendo um artigo científico que abordava o dinossauro americano, lembrou da vértebra encontrada na Formação Aliança e achou que eram parecidas. Em princípio, quando a encontramos na época, achávamos que era de um crocodilo, como várias outras que temos. Foi uma felicidade imensa medirmos e descobrir que pode ser de um dilofossauro”, explica o professor Édison. 

Publicação se tornou destaque 

O resultado foi publicado no artigo "The first dinosaur from the Jurassic Aliança Formation of northeastern Brazil, west Gondwana: a basal Neotheropoda and its age and paleobiogeographical significance", na revista científica Journal of South American Earth Sciences. 

Se for confirmada a hipótese, a vértebra pode ser identificada como pertencente ao grupo de dinossauros primitivos e raros, os neoterópodes basais (é chamado de “basal” por estar na base dos terópodes e “neo” por ser do grupo dos mais novos). Uma outra hipótese a ser avaliada na dependência de novas coletas de outros fósseis é que a Formação Aliança poderia ser ainda mais antiga, chegando até o Jurássico Inferior (201,3 a 174,1 milhões de anos). 

“Estamos alterando o paradigma da idade da Formação Aliança. Se estivermos certos, ela se formou quando ainda era Pangeia (nome dado ao supercontinente, que existiu na Era Paleozoica, há mais de 250 milhões de anos)”, esclarece o professor Edison Oliveira, que também é coordenador do Laboratório de Paleontologia da UFPE (PaleoLAB). Essa hipótese está sendo estudada no doutorado do geólogo e paleontólogo Leonardo Marinho. 

A Formação Aliança surgiu um pouco antes da separação do Brasil e da África, quando gerou uma depressão nessa região (local rebaixado em comparação ao seu entorno), que vai do sul da Bahia até o sul do Ceará, e nesse lugar culminou em um grande lago que tinha fauna continental endêmica (pertencente apenas àquele local) e animais terrestres que eram atraídos pra lá para beberem água. Nesse lago, foram se depositando várias rochas ao longo dos anos, em que se originou a Formação Aliança. 

Esse é o primeiro dinossauro encontrado na Formação Aliança, mas já é o terceiro do estado de Pernambuco. O primeiro de Pernambuco foi encontrado em Araripina, por volta de 1960, e era do Cretáceo; o segundo foi encontrado em 2021, na Formação Sergi, em Petrolândia, era no final do Jurássico Superior; e agora esse da Formação Aliança, em Ibimirim, que foi encontrado em 2019, mas analisado em 2022, e provavelmente é do Jurássico Médio-Superior. 

 

Os dinossauros eram em sua maioria animais de sangue quente, como as aves e os mamíferos, diferentemente dos répteis, que têm sangue frio, revelou um estudo publicado nesta quarta-feira (25) na revista científica Nature.

O estudo usou uma nova técnica de medição do metabolismo, ou seja, da capacidade de transformar oxigênio na energia necessária para a vida, informaram os cientistas, chefiados pela paleobióloga Jasmina Wiemann, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.

Os animais de sangue quente, como as aves e os seres humanos, têm um metabolismo elevado. Absorvem muito oxigênio, necessário para a produção das calorias que lhes permitem gerar calor e permanecer ativos.

Os animais de sangue frio, como os répteis, ao contrário, têm uma atividade mais moderada e a manutenção de sua temperatura corporal depende das condições externas. Não pegam sol por prazer, mas por necessidade.

O metabolismo dos dinossauros sempre foi um dilema, pois as aves, que são seus descendentes, têm sangre quente, mas seus 'primos' próximos, os crocodilos, têm sangue frio.

Em 2014, um estudo chegou a definir os dinossauros... Como animais de sangue quente. Mas as medições do metabolismo destes sauros sempre foram feitas por meios indiretos e pouco confiáveis.

A pesquisa publicada na Nature examina diretamente, ao contrário, o uso do oxigênio e em particular seus vestígios ósseos.

Tratam-se de "restos" que "registram a quantidade de oxigênio que um dinossauro respirava e, portanto, seu metabolismo", explicou Jasmina Wiemann em um comunicado.

- Extinção em massa -

Os pesquisadores aplicaram este método não destrutivo, baseado na espectroscopia infra-vermelha, em fêmures de 55 grupos de animais, incluindo dinossauros, para medir "os marcadores moleculares [dos restos] vinculados às taxas metabólicas", destacou Wiemann.

As observações demonstraram que nos dois grandes grupos de dinossauros, o dos ornitísquios tinha espécimes de sangue frio, como os tricerátops, com sua 'gola' protetora e seus chifres imponentes; ou o estegossauro, com sua espinha dorsal característica - herbívoros enormes e lentos.

O outro grupo de dinossauros, o dos saurísquios - os mais numerosos por sua quantidade de espécies e sobretudo por seus descendentes - era, ao contrário, de sangue quente.

Fazem parte deste grupo alguns herbívoros gigantes, como os saurópodes, e carnívoros popularíssimos, como o tiranossauro ou o velociraptor, que saltou para a fama no filme "Jurassic Park - Parque dos Dinossauros".

Dos saurísquios procedem todas as linhagens das aves, únicas descendentes dos dinossauros que sobreviveram à grande extinção das espécies ocorrida há 65 milhões de anos.

Em algum momento formulou-se a hipótese de que o sangue quente e o metabolismo teriam sido a chaves para que os pássaros tivessem conseguido superar esta catástrofe climática provocada pelo impacto de um grande asteroide.

Segundo o estudo, estes fatores não foram, no entanto, de nenhuma ajuda para os dinossauros.

"Estamos vivendo a sexta extinção de espécies e por isso é importante entender como os animais atuais e os extintos responderam às mudanças climáticas e às perturbações ambientais", escreveu a cientista.

Esta compreensão pode ser útil para enfrentar os próximos desafios da biodiversidade.

Espécies de dinossauros grandes e pequenas fizeram do Ártico seu lar durante todo o ano e provavelmente desenvolveram estratégias para sobreviver ao inverno, como hibernar ou cultivar penas isolantes, de acordo com um novo estudo.

A pesquisa, publicada nesta quinta-feira na revista "Current Biology", é resultado de mais de uma década de escavações minuciosas de fósseis e põe fim à ideia de que os antigos répteis viviam apenas em climas mais quentes.

"Um par dessas novas jazidas que encontramos nos últimos anos revelaram algo inesperado: mostrando ossos e dentes de bebês", disse à AFP o autor principal, Patrick Druckenmiller, do Museu do Norte da Universidade do Alasca. "Isso é surpreendente, porque mostra que esses dinossauros não apenas viveram no Ártico, mas também eram capazes de se reproduzir ali."

Os pesquisadores descobriram pela primeira vez restos de dinossauros em latitudes polares na década de 1950, em regiões antes consideradas muito hostis à vida dos répteis. Isso levou a duas hipóteses: ou os dinossauros eram residentes polares permanentes ou migraram para o Ártico e a Antártica a fim de aproveitar os recursos quentes sazonalmente abundantes e, possivelmente, para se reproduzir.

O novo estudo é o primeiro a mostrar evidências inequívocas de que pelo menos sete espécies de dinossauros foram capazes de aninhar em latitudes extremamente altas, nesse caso a Formação Prince Creek do Cretáceo Superior. A equipe tem certeza de que os pequenos dentes e ossos que encontraram, alguns dos quais com apenas alguns milímetros de diâmetro, pertencem a dinossauros que haviam acabado de nascer ou que morreram pouco antes do nascimento.

"Eles têm um tipo de textura superficial muito específico e peculiar: é muito vascularizada e os ossos estão crescendo rapidamente, há muitos vasos sanguíneos fluindo para eles", explicou Druckenmiller.

Ao contrário de alguns mamíferos, que dão à luz filhotes que podem percorrer longas distâncias quase que imediatamente, mesmo os maiores dinossauros tinham filhotes diminutos, que não teriam sido capazes de fazer viagens migratórias de milhares de quilômetros.

Dado o que se sabe sobre como algumas espécies incubavam seus ovos até o verão, as crias de dinossauro não teriam tido tempo de amadurecer e estar prontas para uma longa viagem antes da chegada do inverno, afirma a equipe.

- Estratégias de inverno -

O Ártico era mais quente no Cretáceo Superior do que hoje, mas as condições ainda eram muito difíceis. A temperatura média anual era de 6°C, mas teria havido cerca de quatro meses de escuridão do inverno, com temperaturas negativas e nevascas ocasionais.

"Agora entendemos que, provavelmente, a maioria dos grupos de dinossauros carnívoros que encontramos ali em cima tinham penas", disse Druckenmiller. "Você pode pensar nisso como seu próprio casaco de plumas, para ajudá-los a sobreviver no inverno."

A pesquisa atual não fornece evidências tão sólidas de que os herbívoros tinham penas, mas a equipe acredita que os herbívoros menores podem ter cavado sob a terra e hibernado. Os vegetarianos maiores, que tinham mais reserva de gordura, podem ter recorrido à busca de galhos e cascas de baixa qualidade para passar o inverno.

Além disso, o fato de residirem o ano inteiro no Ártico é outra pista de que os dinossauros tinham sangue quente, como sugerem pesquisas recentes, e é condizente com a ideia de que eles se encontram no ponto evolutivo entre os répteis de sangue frio e as aves de sangue quente.

"Nós pensamos em dinossauros nesse tipo de ambiente tropical, mas o mundo não era inteiro assim", ressaltou Druckenmiller, acrescentando que as descobertas do Ártico criaram um "prova natural" de sua fisiologia. A capacidade dos dinossauros de sobreviver ao inverno ártico é a "evidência mais convincente até hoje" de que eles podem ser adicionados à lista de espécies capazes de se termorregular, concluiu o co-autor Gregory Erickson, da Universidade Estadual da Flórida.

Com o uso de novas técnicas de identificação, pesquisadores descobriram que os fósseis de um dinossauro achados há 24 anos em Cândido Rodrigues, no interior de São Paulo, são de uma espécie de titanossauro até agora inédita na paleontologia brasileira. Antes se acreditava que os ossos eram de um dinossauro semelhante aos que viveram na Argentina. A nova descoberta já permitiu que o gigante jurássico, que media cerca de 20 metros de comprimento, fosse rebatizado.

O estudo, publicado no último dia 29 na revista inglesa Historical Biology, foi desenvolvido pelos pesquisadores Julian Silva Junior e Max Langer, da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto, Fabiano Vidori, colaborador do Museu de Monte Alto, Thiago Marinho, da Universidade Federal do Triângulo Mineiro, e pelos pesquisadores argentinos Augustin Martinelli e Martin Hechenleitner. Utilizando novos dados e técnicas que surgiram recentemente, eles concluíram que o dinossauro brasileiro não era "parente" de outros dinos argentinos, como se acreditou inicialmente.

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Na época, o animal foi reconhecido como uma espécie nova entre os Aeolosaurus, mas de um gênero já conhecido na Argentina. "Analisando as estruturas das vértebras caudais do dinossauro de Cândido Rodrigues, observamos que são distintas dos demais dinossauros de seu grupo e tais feições serviram para estabelecer um diagnóstico para propor um novo gênero", explicou Silva Junior, autor principal do estudo publicado agora. O dinossauro ganhou um novo nome de "batismo": Arrudatitan maximus, em homenagem ao professor Antônio Celso de Arruda Campos, coordenador das escavações que aconteceram entre 1997 e 98, falecido em 2015.

Segundo Julian, o Arrudatitan tinha entre 19 e 22 metros de comprimento, sendo considerado o terceiro maior dinossauro do País. O gigante pertencia ao grupo dos saurópodes, dinos herbívoros caracterizados por pescoços e caudas longos. Além do grande tamanho, esse dinossauro se destaca por ter um esqueleto leve, porém resistente para suportar o peso do animal. O paleontólogo Fabiano Iori conta que o Arrudatitan viveu há cerca de 85 milhões de anos, no período cretáceo, convivendo com dinossauros predadores, crocodilos, tartarugas e moluscos da mesma época.

Conforme a diretora do Museu de Paleontologia de Monte Alto, Sandra Tavares, o estudo amplia o conhecimento sobre os fósseis de titanossauros que vivem na região. Os fósseis do Arrudatitan maximus, além de sua importância científica, estão entre as peças mais apreciadas da coleção do museu pela dimensão dos ossos. "Em breve, os fósseis poderão ser vistos pelo público em geral na reabertura do museu, logo após a estabilidade da pandemia do coronavírus", disse.

Caçadores

Os fósseis da espécie agora identificada como inédita no Brasil foram achados pelo comerciante de frutas Ademir Frare e seu sobrinho Luiz Augusto dos Santos Frare, na época com 12 anos, moradores de Cândido Rodrigues que, nas horas vagas, se transformavam em caçadores de dinossauros. A dupla tinha o hábito de percorrer os sítios da região em busca de fósseis e, numa dessas caçadas, acharam ossos muito grandes e entraram em contato com o museu de Monte Alto.

Iori relata que as escavações revelaram uma raridade paleontológica. "Começamos a escavar e não parava de aparecer fósseis. Encontramos vértebras, costelas, partes da bacia e ossos de membros, muitos deles ainda estavam articulados, principalmente os ossos da região dos fêmures e início da cauda", contou. O animal havia sido batizado inicialmente de Aerosaurus maximus, já que se acreditava que o grande herbívoro fosse parente dos dinossauros dessa espécie que viveram na Patagônia argentina.

Durante uma escavação para a construção de um pedágio, no km 693 na rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), entre as cidades paulistas de Irapuru e Pacaembu, foram encontrados fósseis de dinossauros junto a outros fragmentos de animais pré-históricos. Os achados estavam localizados há 20 metros abaixo do solo.

Após o ocorrido, as obras foram paralisadas e os paleontólogos e pesquisadores do Museu de Paleontologia Pedro Candolo, de Uchoa (SP), foram enviados ao local para pesquisar os fósseis. Foram localizados dentes dos carnívoros abelissaurídeos, bípedes que chegavam até nove metros de altura, junto a ossos dos herbívoros titanossauros, que possuíam pescoços longos e mediam 20 metros de altura.

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A descoberta fortalece a teoria compartilhada por vários paleontólogos de que as regiões paulistas eram habitadas por dinossauros gigantes no período pré-histórico. Além disso, segundo as informações divulgadas pelos especialistas, também foram descobertos fragmentos de animais do período cretáceo, como peixes, cágados e crocodiliformes (antepassados dos crocodilos). Ao que tudo indica, havia uma grande fauna no local, que no passado, deveria ser constituído por rios e lagos.

O material foi transportado e será colocado em exposição no museu, que deve reabrir após o fim das medidas restritivas em função da pandemia do coronavírus (Covid-19) no estado paulista.

Cientistas conseguiram despertar micróbios de cem milhões de anos, que estavam sob o oceano, em um lugar pouco propício para a vida, segundo um estudo.

Os resultados, publicados na revista Nature Communications, revelam as assombrosas capacidades de uma das formas de vida mais primitivas surgidas na Terra, capazes de sobreviver durante dezenas de milhões de anos quase sem oxigênio ou nutrientes, e voltar à vida em um laboratório.

Há dez anos, uma expedição científica se dispôs a escavar as profundezas do oceano Pacífico e tomou amostras de antigos sedimentos enterrados a cem metros sob o solo oceânico (perto de 6.000 metros debaixo da superfície da água), alguns deles há mais de 100 milhões de anos.

A equipe de pesquisa, dirigida pela agência japonesa de ciência e tecnologia submarina, escolheu o giro subtropical do Pacífico sul, a zona menos ativa de todo o oceano, pois carece de nutrientes, e portanto, muito pouco propícia à vida.

Os cientistas puseram as amostras em incubação para ajudar os micróbios a saírem de sua letargia.

Para sua surpresa, descobriram que, longe de ter estado fossilizados nos sedimentos, os micróbios tinham sobrevivido ali e eram, inclusive, capazes de crescer e se multiplicar.

"A princípio, era cético, mas acabou que 99,1% dos micróbios dos sedimentos de 101,5 milhões de anos continuavam vivos e dispostos a comer!", comentou Yuki Morono, o principal autor do estudo.

"Agora sabemos que não há limite de idade para os organismos na biosfera submarina", explicou à AFP. "É um excelente lugar para explorar os limites da vida na Terra", acrescentou em um comunicado.

Os vestígios de oxigênio nos sedimentos teriam permitido a estes micróbios se manterem vivos durante milhares de anos sem quase gastar energia. Os micróbios "de superfície", por sua vez, não poderiam sobreviver nestas condições.

Estudos precedentes mostram como as bactérias poderiam viver nos lugares mais inóspitos do planeta, inclusive sem oxigênio.

Nas provas de biologia, alguns quesitos perguntam sobre répteis, como no Exame Nacional do Ensino Médio. Por isso, é importante que os candidatos fiquem atentos às características desses animais, além de entenderem conceitos biológicos que podem ser cobrados.

O professor de biologia André Luiz fez um passeio pela história da terra. No Espaço Ciência, localizado em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, ele relembrou a época dos dinossauros e detalhou informações que podem ajudar os candidatos do Enem.

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Pegadas de dinossauros de 170 milhões de anos foram descobertas em uma ilha escocesa, o que permitirá avançar nos estudos sobre a evolução destas criaturas, anunciou nesta terça-feira (3) a Universidade de Edimburgo.

Estas pegadas foram encontradas em rochas na costa nordeste da ilha de Skye, no noroeste da Escócia. A maior delas mede 70 centímetros.

Provém de dois tipos de dinossauros, os saurópodes, que podiam medir até dois metros de altura, e os terópodes, de tamanho parecido, que são primos distantes do Tiranossauro Rex.

"Esta descoberta de importância mundial é uma prova rara da época do Jurássico Médio, da qual foram encontradas poucas zonas de fósseis no mundo", destacou a universidade.

Os pesquisadores registraram cerca de 50 pegadas no local. Graças à análise de seus contornos, da forma e da orientação dos dedos, e da presença de garras puderam determinar quais dinossauros tinham deixado seus rastros.

Os estudos foram realizados em conjunto com a Academia de Ciências chinesa e foram publicados no Scottish Journal of Geology.

Com estas pegadas, os cientistas puderam "demonstrar a presença de saurópodes nesta parte do mundo em um período mais longo do que se conhecia até agora", explicou Paige dePolo, da Escola de Geociência da Universidade de Edimburgo.

O Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) promove uma exposição com 100 pequenos modelos de dinossauros e outros organismos do passado, além de réplicas de fósseis. A mostra é gratuita e será aberta ao público nesta sexta-feira (6) no Museu Exploratório da Unicamp.

De acordo com informações do Governo do Estado de São Paulo, a exposição foi criada para estimular discussões sobre os dinossauros que fazem parte do imaginário popular, trazendo informações sobre seus hábitos no período em que viveram.

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A mostra ficará aberta de segunda à sexta-feira das 9h às 18h no Museu Exploratório da Unicamp. Grupos escolares devem realizar agendamento para visitas guiadas durante a semana, já os visitantes que não desejarem a monitoria da exposição não precisarão agendar.

Serviço

Exposição sobre dinossauros

Endereço: Museu Exploratório da Unicamp

Rua Carlos Gomes, 250, Cidade Universitária, em Campinas.

Dias e horários de visitação: Segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, entrada gratuita.

Para mais informações ligue 19 3521-1810 | 19 3521-5150 ou envie e-mail para a administração da mostra: setoreducativo@reitoria.unicamp.brclaudiasilva@ige.unicamp.br.


Os carrapatos já sugavam o sangue dos dinossauros, muito antes de se tornarem o pesadelo de outras espécies, de acordo com um estudo publicado na revista Nature Communications.

Uma equipe de pesquisadores espanhóis e britânicos descobriu em Mianmar quatro carrapatos perfeitamente conservados em âmbar resultante de secreções de plantas fossilizadas de 99 milhões de anos idade.

Entre estes quatro parasitas, um deles, da família Deinocroton draculi, estava "cheio de sangue" e outro tinha uma pata "enredada" em uma pluma, que devia pertencer a um dinossauro, uma vez que os pássaros ainda não existiam.

Este último carrapato, de uma espécie já extinta, media um milímetro, tinha oito patas e nenhum olho.

"É extremamente incomum descobrir fósseis de parasitas hematófagos diretamente ligados aos restos de seus hospedeiros", explicou Xavier Delclòs, da Universidade de Barcelona, ​​co-autor do estudo.

Os carrapatos se fixam na pele de suas presas para se alimentar do sangue, propagando muitas vezes uma grande variedade de doenças.

"Enquanto as aves são os únicos descendentes dos dinossauros terópodes que sobreviveram à extinção em massa no fim do período Cretáceo, 66 milhões de anos atrás, os carrapatos não apenas sobreviveram, como também se desenvolveram", observaram o pesquisadores.

Alguns dinossauros podem não ter sido os vegetarianos rigorosos que os paleontologistas achavam que eles eram.

Uma nova análise de excrementos de dinossauros fossilizados sugere que alguns dinossauros herbívoros também podem ter comido crustáceos, de acordo com um novo estudo publicado na quinta-feira na revista Nature Journal Scientific Reports.

Esses animais podem ter recorrido a este "lanche" quando estavam se reproduzindo e precisavam de proteína extra.

"Foi surpreendente descobrir que os dinossauros comiam alimentos animais na forma de crustáceos", disse a autora do estudo, Karen Chin, professora de paleontologia do Museu de História Natural da Universidade do Colorado.

"Nós ainda não sabemos o tipo de crustáceos que eram, mas esperamos encontrar mais espécimes de esterco fossilizados que tenham características particulares que nos permitam identificá-los".

As descobertas desafiam suposições sobre os hábitos alimentares de alguns dinossauros herbívoros.

Suas dietas podem ter sido mais parecidas com a dos pássaros, que muitas vezes procuram proteína e cálcio extras durante a época de reprodução, do que com a dos grandes mamíferos herbívoros, como elefantes e girafas, sugerem os pesquisadores.

Os dinossauros reinaram na Terra por 160 milhões de anos, até um asteroide colidir com o planeta, há 65,5 milhões de anos, e exterminar os animais terrestres. Os sobreviventes, que podiam voar, são os antepassados ​​diretos dos pássaros de hoje.

Chin e seus colegas encontraram muitos exemplos de material do tipo concha em coprólitos - fezes fósseis - na formação rochosa de Kaiparowits no sul de Utah, que datam do Cretáceo Superior.

A pesquisa sugere que os dinossauros consumiam grandes crustáceos que se protegiam em troncos apodrecidos.

Não se sabe a que espécie pertencia o esterco, mas os autores acreditam que pode ser aos hadrossauros - semi-bípedes gigantes que podiam atingir mais de oito metros de comprimento.

Três modelos em tamanho real de velociraptors do Museu Nacional dos Dinossauros da Austrália foram decapitados por vândalos, que, provavelmente utilizaram uma serra, anunciou a polícia.

Os modelos dos pequenos carnívoros bípedes, expostos no lado externo do museu de Canberra, foram atacados no sábado (5) à noite, de acordo com a polícia da capital australiana.

"Os danos nos dinossauros mostram que utilizaram um triturador ou uma serra para metais para separar a cabeça do corpo", informa um comunicado.

Os criminosos escalaram uma cerca de 1,2 metro para entrar na área do museu.

Um dinossauro gigante de fibra de vidro foi roubado em 2013 do museu nacional. Pouco depois foi encontrado na casa de um homem, que atribuiu a situação a uma piada de aniversário.

A exposição “Mundo dos Dinossauros”, no Zoológico de São Paulo, promete agitar as férias da criançada. Em cartaz desde 2014, com mais de 20 espécies em tamanho real, o espaço acaba de receber novos integrantes: um dinossauro bebê e outro que interage com o público.

As réplicas gigantescas de Tiranossauro Rex, Pterodátilos, Mamenquissaurom, entre outros se movimentam como se estivessem vivos, respiram e emitem sons característicos. Para tornar a experiência ainda mais real, os animais pré-históricos dividem o espaço com diversas espécies atuais, como tucanos, pica-paus, sabiás, tatus, macacos bugios, bichos-preguiça e lagartos teiús.

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O passeio pode ser feito das 9h às 17h, mediante a compra de ingresso especial, que permite acesso ao Zoológico e ao setor dos dinossauros, já que não é permitida a visitação apenas da exposição “O Mundo dos Dinossauros”. Crianças até 5 anos não pagam. Os ingressos Zoológico e “O Mundo dos Dinossauros” custam R$ 51,50 (inteira) e R$ 25,75 (meia) para adultos e crianças acima de 12 anos. Já crianças de 6 a 12 anos pagam R$ 19,50.

O Zoológico de São Paulo fica na Avenida Miguel Estéfano, 4241, Água Funda, São Paulo. Para mais informações acesse: http://www.zoologico.com.br/ ou ligue (11) 5073-0811.

Cientistas da China identificaram as primeiras espécies de dinossauros conhecidas que tiveram dentes que cresceram na juventude e caíram na vida adulta, uma descoberta que pode explicar porque as aves têm bico, revelou um estudo publicado nesta quinta-feira.

A pesquisa se baseia em fósseis de um dinossauro pequeno e magro conhecido como Limusaurus inextricabilis, do grupo de dinossauros terópodes, que foram os antepassados ​​das aves modernas. Ele provavelmente comia carne quando era jovem, mas se transformou em um adulto com bico que possivelmente subsistia de plantas, destacou o estudo publicado na revista científica americana Current Biology.

"Encontramos um fenômeno muito raro e interessante", disse o autor principal do estudo, Shuo Wang, da Capital Normal University, em Pequim. "A mandíbula dentada em indivíduos jovens se transformou, durante o desenvolvimento, em uma mandíbula com bico completamente desdentada em indivíduos mais maduros", acrescentou.

Os resultados estão baseados em uma análise dos restos fossilizados de 13 ceratossauros terópodes, coletados na Formação Shishugou do Jurássico Superior, no noroeste da China. Estes restos permitiram aos pesquisadores reconstruir o crescimento dos dinossauros desde o nascimento até os 10 anos de idade.

O primeiro trabalho científico sobre os Limusaurus foi publicado em 2001, quando os pesquisadores tinham só um exemplar jovem fossilizado. Nos anos seguintes, mais espécimes foram desenterrados.

"Inicialmente, pensávamos que tínhamos encontrado dois ceratossauros diferentes da zona de Wucaiwan, um dentado e outro sem dentes, e inclusive começamos a descrevê-los separadamente", disse Wang.

Mas então os pesquisadores perceberam que os fósseis eram bastante parecidos, exceto pelos dentes. Eventualmente, concluíram que os exemplares eram da mesma espécie, e que alguns eram apenas mais jovens e tinham dentes. "Esta descoberta é importante por dois motivos", disse o coautor James Clark, professor de biologia na Universidade George Washington.

"Primeiro, é muito raro encontrar uma série de crescimento de dinossauros de bebê a adulto. Em segundo lugar, esta mudança extraordinariamente dramática na anatomia sugere que houve uma grande mudança na dieta do Limusaurus entre a adolescência e a idade adulta", completou.

A teoria de uma mudança na dieta é apoiada pela composição química dos ossos fossilizados, disse o estudo. Este processo poderia ajudar a explicar "como terópodes como as aves perderam seus dentes, inicialmente através de mudanças durante seu desenvolvimento de bebês a adultos", acrescentou.

Entre os peixes e anfíbios contemporâneos, esta perda de dentes é comumente observada. O ornitorrinco, um mamífero com bico, também perde seus dentes. Os pesquisadores disseram que a descoberta da perda de dentes no Limusaurus é a primeira no registro fóssil e também entre os répteis.

Uma nova espécie de dinossauro, maior do que o um cão, com uma crista na cabeça, penas e queixo saliente, foi identificada na China, de acordo com um estudo publicado na quinta-feira na revista Scientific Reports, do grupo Nature.

O estranho animal, batizado "Tongtianlong limosus", viveu no sul da China no final do período Cretáceo, pouco antes de um asteroide cair na Terra provocando a extinção desses animais pré-históricos. Com 70 cm de comprimento, incluindo a cauda, o "Tongtianlong" pertence à família Oviraptorosauria, terópodes próximos às aves que viveram na América do Norte e na Ásia.

Com um tamanho que varia entre o de um elefante e o de um peru, estes dinossauros com penas não tinham dentes e se alimentavam provavelmente de ovos, crustáceos, plantas ou avelãs. No total, mais de 35 espécies de Oviraptorosauria já foram registradas.

Os pesquisadores encontraram o fóssil da nova espécie em uma posição incomum: deitado de barriga para baixo com os braços estendidos para os lados do corpo, com o pescoço arqueado e a cabeça erguida.

Uma das hipóteses que explica essa posição é que o animal tenha morrido após ficar atolado na lama e lutar, sem sucesso, para sair. Daí o seu nome: "Tongtianlong limosus", que significa "dragão enlameado a caminho do céu".

Os restos fossilizados, bem preservados, foram encontrados por trabalhadores da construção em um canteiro de obras na cidade de Ganzhou, na província de Jiangxi, no sul da China, região onde outras cinco espécies de Oviraptorosauria foram descobertas nos últimos cinco anos.

Segundo a equipe de pesquisa, liderada por Junchang Lü, da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, a descoberta do "Tongtianlong" mostra a grande diversidade de Oviraptorosauria na Ásia no final do Cretáceo (há 72 milhões de anos) e ajuda a construir uma imagem mais completa dos últimos dinossauros que povoaram o planeta.

A teoria prevalecente de que os mamíferos só prosperaram depois que o impacto de um asteroide extinguiu os dinossauros, há 66 milhões de anos, é duplamente errônea, de acordo com um estudo publicado nesta quarta-feira (8) na revista científica britânica Proceedings of the Royal Society B. Nossos predecessores de sangue quente se desenvolveram e se espalharam ao longo de milhões de anos enquanto os tiranossauros e outros gigantes carnívoros reinavam no planeta, disseram os pesquisadores.

Além disso, esses mamíferos foram bastante prejudicados quando o asteroide se chocou com a Terra, criando um incêndio hemisférico que foi seguido por uma queda forte e prolongada da temperatura global. "A visão tradicional é que os mamíferos foram suprimidos durante a 'era dos dinossauros'", disse a coautora Elis Newham, doutoranda em biologia evolutiva na Universidade de Chicago.

"No entanto, nossas conclusões foram que os mamíferos (da sub-classe) theria - os ancestrais da maioria dos mamíferos modernos - já estavam se diversificando consideravelmente antes do evento da extinção do Cretáceo-Paleógeno", também conhecido como fronteira K-Pg, que se refere à extinção em massa dos dinossauros e de outros répteis gigantes.

Os pesquisadores reuniram dezenas de estudos que desafiavam a antiga teoria. Mas a chave para a nova conclusão, segundo eles, estava nos dentes. Uma análise de centenas de molares de mamíferos que viveram durante os 20 milhões de anos anteriores à fronteira K-Pg revelou uma enorme variedade de formas - um sinal indicador de dietas variadas e diversidade de espécies.

Sobrevivendo a um evento de extinção

Os cientistas ficaram surpresos ao descobrir um declínio acentuado no número de mamíferos após o choque do asteroide. "Eu não esperava encontrar nenhum tipo de queda", disse o autor principal do estudo, David Grossnickle, também da Universidade de Chicago. "Isso não estava em conformidade com a visão tradicional de que, após a extinção, os mamíferos se multiplicaram", acrescentou.

Mais uma vez, os dentes ajudaram a tecer as conclusões, desta vez revelando quais mamíferos conseguiram cruzar a fronteira K-Pg, e quais não conseguiram. Aqueles com molares que indicam uma dieta especializada - apenas insetos ou apenas plantas, por exemplo - eram menos propensos a enfrentar o desastre do que aqueles cujos dentes indicam que eles estavam prontos para mastigar tudo o que estivesse disponível.

As conclusões podem trazer uma lição para o mundo de hoje, disse Grossnickle. Os cientistas dizem que a Terra está passando por mais um evento de extinção em massa, impulsionado principalmente pelas mudanças climáticas - apenas o sexto no último meio bilhão de anos, afirmou o pesquisador. "As espécies que sobreviveram 66 milhões de anos atrás, a maioria delas generalistas, podem ser um indicativo do que vai sobreviver nos próximos cem anos, ou nos próximos mil", disse Grossnickle em um comunicado.

A extinção do Cretáceo-Paleógeno dizimou três quartos das espécies vegetais e animais na Terra, incluindo todos os dinossauros que não podiam voar. Com exceção de alguns crocodilos e tartarugas marinhas, não há nenhuma evidência de que os tetrápodes - vertebrados de quatro membros - pesando mais de 25 quilos tenham sobrevivido.

A descoberta na década de 1990 da cratera de Chicxulub, de 180 km de largura, abrangendo a Península de Yucatán e o Golfo do México, mostraram o local onde o asteroide provavelmente se chocou. Após o evento K-Pg, novas formas de mamíferos, como cavalos, baleias, morcegos e os primatas surgiram e se espalharam em um mundo livre de dinossauros.

Geólogos descobriram que o impacto de um asteroide no México há 66 milhões de anos acelerou a erupção de vulcões na Índia ao longo de centenas de milhares de anos. A combinação das duas catástrofes foi a causa de extinção de muitos animais marinhos e terrestres, incluindo os dinossauros, segundo o estudo que será publicado nesta sexta (2) na revista Science.

Ao longo de mais de 30 anos paleontólogos e geólogos têm debatido o papel dos dois grandes eventos na última grande extinção em massa, ocorrida no período Cretáceo. Enquanto alguns consideravam as erupções irrelevantes, outros afirmavam que o impacto havia sido fundamental.

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O novo estudo se baseia nos dados mais precisos até hoje sobre as erupções vulcânicas antes e depois do impacto do asteroide, que ocorreu na região do planalto de Deccan, na Índia, formando um grande conjunto de campos de lava conhecido como Deccan Traps.

Os novos dados mostram que os fluxos de lava de Deccan Traps, que estavam em erupção em um ritmo moderado, dobraram de intensidade ao longo de 50 mil anos após o impacto do asteroide ou cometa que os cientistas acreditam ter dado início à grande extinção do Cretáceo.

Tanto o impacto do asteroide como o vulcanismo cobriram o planeta com uma camada espessa de poeira e fumaça nocivas, modificando drasticamente o clima e levando inúmeras espécies à extinção.

"Com base na datação que fizemos da lava, podemos ter bastante certeza que o vulcanismo e o impacto ocorreram durante um período de 50 mil anos de extinção. Por isso, é um tanto artificial distinguir entre ambos como mecanismos de destruição: os dois fenômenos claramente estavam em curso ao mesmo tempo", disse um dos autores do estudo, Paul Renne, da Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.

"Será basicamente impossível atribuir os efeitos atmosféricos reais dos dois fenômenos. Eles aconteceram simultaneamente", afirmou Renne.

Os geólogos afirmam que o impacto mudou abruptamente o sistema de bombeamento dos vulcões, produzindo modificações importantes na química e na frequência das erupções.

Depois dessa mudança, as erupções vulcânicas de longo prazo provavelmente atrasaram a recuperação das espécies por 500 mil anos após a "fronteira KT", termo que remete ao limite entre o fim do período Cretáceo e o início do período Terciário.

Na fronteira KT, segundo os autores do estudo, há uma imensa lacuna de registros fósseis de grandes animais terrestres e de pequenos animais marinhos, indicando que a biodiversidade demorou a se recuperar.

"A biodiversidade e a assinatura química do oceano levaram cerca de meio milhão de anos para realmente se recuperarem depois da fronteira KT. Esse intervalo de tempo coincide com a duração da aceleração do vulcanismo", explicou Renne.

Outro dos autores, Mark Richards, também professor da Universidade de Califórnia em Berkeley - e o primeiro cientista a propor que o impacto de um asteroide ou cometa aumentou os fluxos de lava de Deccan Traps - diz que não se pode afirmar qual dos dois eventos realmente decretou a sentença de morte para a maior parte da vida na Terra. Mas, segundo ele, é cada vez mais difícil negar a ligação entre o impacto e o vulcanismo.

"Se nossos dados de alta precisão continuarem a deixar esses três eventos - impacto, extinção e aumento do vulcanismo - cada vez mais próximos, as pessoas terão que aceitar a alta probabilidade de uma coneção entre eles. O cenário que estamos sugerindo - de que o impacto desencadeou o vulcanismo - de fato explica o que antes nos parecia ser uma coincidência inimaginável", disse Richards.

Longa controvérsia

Em 1980, o geólogo Walter Alvarez e seu pai, o físico Luis Alvares -ambos da Universidade da Califórnia em Berkeley - descobriram provas do impacto de um cometa ou asteroide com a Terra há 66 milhões de anos. Desde então, cientistas têm discutido se o impacto foi uma das causas da extinção em massa que ocorreu naquele período, no fim do Cretáceo.

Alguns argumentaram que erupções vulcânicas gigantescas na Índia, ocorridas no mesmo período, haviam sido o principal motivo das extinções. Outros acreditavam que as erupções de Deccan Traps haviam sido um fator menor e a verdadeira destruição havia sido causada pelo impacto do asteroide, que deixou uma imensa cratera, apelidada de Chicxulub, na península de Yucatan, no México peninsula, and viewed the Deccan Traps eruptions as a minor sideshow.

No início de 2015, Richards, Renne e outros oito geocientistas propuseram o novo cenário: o impacto desencadeou erupções vulcânicas por todo o planeta, de maneira mais catastrófica na Índia, e os dois eventos combinados causaram a extinção do fim do Cretáceo.

Antes, em 2014, para testar a hipótese, a equipe coletou amostras de lava de diversas partes de Deccan Traps, a leste de Mumbai, registrando fluxos do início do processo - várias centenas de milhares de anos antes da extinção - e do seu final, cerca de 500 mil anos depois da extinção. Com tecnologias de datação de alta precisão, eles estabeleceram a cronologia das amostras de lava e a mudança na taxa dos fluxos ao longo do tempo.

Segundo os autores, os vulcões de Deccan Traps, que estavam em erupção de forma contínua e lenta, dobraram seu ritmo, com fluxos de lava mais volumosos, que cessavam de tempos em tempos e voltavam a explodir com grande intensidade.

Isso explica, de acordo com eles, porque houve uma mudança no bombeamento subterrâneo de lava, que alimenta os fluxos na superfície. "Câmaras de magma subetrrâneas que eram pequenas antes do impacto se abriram. Com isso, essas câmaras passaram a levar mais tempo para se encher de lava, mas quando entravam em erupção, cuspiam quantidades muito maiores", explicou Renne.

Segundo Richard, grandes terremotos de magnitude 9 ou 10 poderiam também ter aumentado os fluxos de lava em Deccan Traps. Mas as modificações simultâneas nos fluxos de lava e o impacto no fim do Cretáceo parecem ser mais que uma mera coincidência.

"Essas modificações são consistentes com uma taxa acelerada de produção de magma e de erupções que podem ter sido resultado de grandes terremotos como os que foram criados pelo impacto de Chicxulub", disse.

Os aterrorizantes dinossauros de "Jurassic World - O mundo dos dinossauros" conseguiram a façanha de registrar a segunda maior bilheteria em termos de estreia na América do Norte.

O novo blockbuster da franquia abocanhou US$ 204,6 milhões, segundo a empresa especializada Exhibitor Relations.

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O recorde de bilheteria na estreia de um filme foi batido pelos "Vingadores" da Marvel, em 2012 (US$ 207 milhões).

Em segundo, ficou a comédia de espionagem "A espiã que sabia de menos", com $16 milhões.

O épico de desastre "Terremoto - A falha de San Andreas" ficou em terceiro, arrecadando US$11 milhões em sua segunda semana (US$ 54,6 milhõe).

Em quarto, ficou "Sobrenatural, a Origem", com US$ 7.3 million.

"A escolha perfeita 2" ficou em quinto, com US$6 milhões.

"Entourage" (US$4,3 milhões, "Mad Max: Estrada da Fúria" (US$4,1 milhões), "Vingadores: a Era de Ultron" (US$ 3,6 milhões), "Tomorrowland - Um lugar onde nada é impossível" (US$ 3,4 milhões) e "Love & Mercy" (US$ $1.765 milhões) completam a lista.

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