Tópicos | EBX

O empresário Eike Batista foi condenado mais uma vez pela Justiça. Na última terça-feira, 9, foi sentenciado a mais 11 anos e oito meses de prisão por crime ao mercado financeiro e multa de R$ 871 milhões. A decisão é da juíza Rosália Monteiro Figueira, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Em seu julgamento, ela considerou que o executivo abusou do seu conhecimento do mercado financeiro para enganar pequenos investidores nas empresas do grupo EBX.

Eike já tinha duas condenações da 3ª Vara Criminal anteriores a essa. Em 2019, ele foi condenado a oito anos e sete meses de prisão e, em 2020, a mais oito anos em regime semiaberto. Além disso, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, determinou outros 30 anos de confinamento. Somando as quatro sentenças, a pena de Eike chega a 58 anos de prisão.

##RECOMENDA##

Segundo a juíza Figueira, a conduta social de Eike é "digna de censura", inclusive em sua família. Ela diz também que o empresário "demonstrou fascínio incontrolável por riquezas, ambição sem limites que o levou a operar no mercado de capitais de maneira delituosa". E que o seu objetivo seria o lucro fácil, "ainda que em prejuízo da coletividade".

O pedido da condenação desta semana partiu do Ministério Público Federal (MPF) e por entidades representantes de investidores no mercado financeiro que se julgam prejudicados pelas práticas do empresário. Eike liderou empresas com atividade em diversos segmentos da economia, como de petróleo e gás, logística e mineração.

No setor de petróleo, a OGX ganhou notoriedade por superdimensionar suas descobertas e levar seus investidores a acreditar que a companhia teria resultados operacionais e financeiros, revelados irreais no futuro.

Em sua decisão, a juíza destacou crimes cometidos especialmente no ano de 2013, quando o empresário já tinha conhecimento de que os seus projetos não teriam retorno financeiro que justificasse o valor das ações de suas empresas, principalmente da OGX. Mesmo assim, Eike executou uma série de manobras financeiras para fazer com que os investidores continuassem a apostar nos seus negócios e a participar de processos de alienação de suas ações.

O site do Grupo EBX (www.ebx.com.br), do empresário Eike Batista, está fora do ar desde a segunda-feira (1º). Para quem acessa o endereço, a mensagem do servidor vista é "arquivo não encontrado". Já as páginas das empresas do grupo, como MMX, LLX, OGX estão funcionando normalmente.

A World Fuel Services Singapore foi à Justiça contra a OSX Brasil S.A., a OSX 3 Leasing e o grupo EBX. O processo foi distribuído na última quinta-feira, 12, na 1ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

De acordo com as únicas informações públicas disponíveis, a ação discute "pagamentos, prestação de serviços e direito civil". A World Fuel é representada legalmente no Brasil pela Tramp Oil Ltda. O site internacional da companhia indica como parceira do grupo no Brasil a Terrana, empresa que presta serviços de logística para a indústria no País.

##RECOMENDA##

Ao que tudo indica a empresa atua como fornecedora da OSX e pode ter ido ao Judiciário para receber valores devidos. Braço de construção naval da EBX, a OSX vem sendo fortemente atingida pela crise do grupo e especialmente da petroleira OGX, a quem estavam atreladas a maioria das encomendas de seu futuro estaleiro.

Os empréstimos de curto prazo dados por bancos e fornecedores à OSX são estimados em R$ 2 bilhões. Na semana passada, a Caixa Econômica Federal reformulou o financiamento ao estaleiro do Açu, da OSX, e decidiu não liberar mais valores para a empresa do ex-bilionário Eike Batista.

A OGX, do Grupo EBX do empresário Eike Batista, comunicou na noite desta quarta-feira, 28, que tomou conhecimento da declaração do presidente da companhia petrolífera da Malásia Petronas pela imprensa sobre deixar pendente o contrato com a OGX até sua reestruturação de dívida.

"A companhia entende que a Petronas não tem direito a adiar o fechamento financeiro da transação celebrada com a OGX assim que as condições precedentes previstas no contrato sejam cumpridas, nenhuma das quais faz referência a 'reestruturação de dívida'. De qualquer forma, no espírito de preservar a boa relação que existe entre as duas companhias, a OGX está empenhada em buscar uma solução que preserve o interesse de ambas as companhias. Até o momento, porém, não existe qualquer definição a esse respeito", declarou a companhia em comunicado, enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

##RECOMENDA##

A OGX também informou que contratou consultorias para buscar alternativas que permitam melhorar a sua estrutura de capital. "Os trabalhos estão em andamento e ainda não existe qualquer plano definido a esse respeito", complementou a petroleira.

Sobre a posição da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis para planos nos campos de Tubarão Azul, a OGX afirma desconhecer qualquer decisão da ANP nesse sentido.

No pregão desta quarta-feira, OGX ON despencou 17,39%, cotada a R$ 0,57, com 35.346 negócios e giro de R$ 327 milhões na Bovespa.

As ações da petroleira ainda refletiram, segundo operadores, a notícia de que o primeiro pagamento pela compra de 40% do Campo de Tubarão Martelo pela companhia petrolífera da Malásia Petronas está suspenso, diante do fato da empresa esperar uma maior clareza acerca da reestruturação financeira da OGX para conclusão da aquisição.

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, negou que a empresa tenha interesse em adquirir a MMX, companhia de mineração do grupo EBX, do empresário Eike Batista. O executivo disse que alguns operadores da Bolsa de Valores utilizam o tema para especular. "A MRS é nossa subsidiária e tem interesse no Porto do Sudeste (da MMX). Através dos próprios acionistas, tem sido demonstrado interesse nesse porto. Agora, pela MMX, não é assunto colocado pela Vale, como alguns têm reportado. A Vale não está negociando a MMX, ponto final", reiterou. "Simplesmente a MRS estava sondando o Porto do Sudeste e não está interessada na MMX", completou.

Ferreira participou nesta quarta-feira, 21, de reunião de grupo de empresários japoneses e investidores brasileiros com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto. Ele contou que os japoneses demonstraram interesse pelas ferrovias. Além disso, relatou a possibilidade de brasileiros e japoneses se unirem para investir na África.

##RECOMENDA##

As empresas do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, que foram vendidas e passaram a ter novo controlador poderão seguir como clientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), confirmou nesta sexta-feira o presidente da instituição, Luciano Coutinho. Segundo o executivo, a situação é semelhante a qualquer caso de troca de controle de empresas já clientes do banco de fomento.

Falando a jornalistas após o seminário "Mercado Empreendedor: os Caminhos para o Financiamento", em São Paulo, Coutinho recusou-se a fazer mais comentários sobre as empresas do Grupo EBX, alegando que as companhias têm ações negociadas em Bolsa e estão em processo de reestruturação.

##RECOMENDA##

Coutinho também negou que haja projeções sobre o montante de dividendos que o BNDES repassará ao Tesouro neste ano. No primeiro semestre, o banco de fomento transferiu para o Tesouro R$ 4,076 bilhões, ante R$ 3,5 bilhões nos seis primeiros meses de 2012, como mostrou o Broadcast em nota do último dia 26.

Nesta sexta-feira, Coutinho também frisou que as mudanças legais na forma de distribuição de dividendos, feitas no último dia de junho, atingiram "todas as empresas públicas". Em decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União numa sexta-feira à noite, o BNDES foi autorizado a pagar dividendos complementares, antes que as reservas de lucro para futuro aumento de capital e para margem operacional atinjam os limites previstos.

Assim, as reservas poderão deixar de ser constituídas e seus saldos distribuídos a título de dividendos. Os dividendos pagos pelas estatais têm sido uma das principais fontes de receita do Tesouro para reforçar o caixa do governo e engordar o superávit primário.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) deu mais um passo na apuração dos fatos envolvendo as companhias abertas do grupo EBX. A autarquia abriu quinta-feira, 18, processos administrativos para analisar as informações trimestrais de OGX (petróleo), MMX (mineração), OSX (construção e apoio naval), LLX (logística) e CCX (carvão). A empresa de energia MPX foi a única a ficar fora.

A abertura das investigações foi requerida pela Superintendência de Empresas (SEP) da CVM, área responsável por acompanhar as divulgações das companhias. A atuação da superintendência pode ser preventiva ou a partir de demandas de investidores e/ou empresas. A ação é orientada pelo plano de supervisão baseada em risco da CVM, que indica pontos considerados prioritários pela xerife do mercado.

##RECOMENDA##

O Plano Bienal 2013-2014 elegeu nesse rol a supervisão das demonstrações financeiras (DF) e informações trimestrais (ITR) de companhias abertas selecionados de acordo com uma tabela de identificação de risco ou que apresentem relatórios de auditoria com opinião modificada.

No caso das empresas X a análise está relacionada à crise de credibilidade que derrubou suas ações na Bolsa de Valores. O que deve ser feito é uma avaliação contábil dos balanços das companhias no primeiro trimestre do ano. Com isso, será averiguado se houve discrepâncias entre o valor de mercado à época e o valor contábil dos ativos registrado no ITR. A ideia é checar se o turbilhão que atingiu as companhias já se refletia no valor de seus ativos e se houve descasamento entre o que foi informado aos investidores e a realidade.

A MPX provavelmente foi excluída da apuração por ser, ao que tudo indica, a empresa em melhor situação financeira e menos afetada pela crise do grupo. Nada impede que isso ocorra mais para frente.

As áreas técnicas da CVM, como a Superintendência de Relações com Empresas (SEP) e Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI) são responsáveis por monitorar diariamente as informações prestadas por empresas e também a movimentação de seus papéis na Bolsa.

Análise preliminar

Os processos abertos agora para as cinco empresas do grupo EBX são de análise preliminar. Nessa fase, o regulador apura indícios de potenciais irregularidades. Caso as análises tragam elementos de materialidade e prova de autoria de uma conduta contrária à Lei das Sociedades Anônimas podem gerar uma acusação e a abertura de um processo sancionador, passível de julgamento e punição aos acusados.

Caso conclua que é preciso investigar mais a fundo, a CVM abrirá primeiro um inquérito. Por outro lado, se não houver evidências suficientes o processo será arquivado.

A elaboração e a divulgação, pelas companhias, de informações econômico-financeiras em desacordo com a regulamentação e os estatutos sociais é considerada um dos eventos de risco priorizados pela CVM no Plano Bienal 2013-2014. O foco é verificar se os dados estão de acordo com as normas contábeis da CVM e os padrões internacionais de contabilidade. Verificados desvios, a CVM pode determinar que a companhia refaça e republique os balanços, o que não exclui a instauração de um processo sancionador.

Diante da polêmica em torno do caso X, a CVM enviou ao mercado no dia 3 de julho um comunicado ao mercado esclarecendo que "dentro de sua esfera de competência, a CVM confirma que, conforme pode ser verificado em seu site, vem, na sua rotina de supervisão, apurando fatos envolvendo a OGX Petróleo e Gás Participações S/A e outras companhias do mesmo grupo, incluindo aqueles recentemente divulgados na mídia".

Um levantamento feito pela reportagem na véspera, com base em dados públicos da CVM, mostrou que já havia pelo menos 17 processos em curso para a análise de potenciais irregularidades em negócios, informações financeiras e relevantes de cinco companhias do conglomerado. De lá para cá esse número chegou a 22, elevado por ações da própria CVM e denúncias de investidores que serão apuradas. Até agora apenas um caso, relativo à LLX, se tornou um processo administrativo sancionador e pode levar a julgamento o próprio Eike Batista e outros executivos.

Recentemente, a saída de Eliezer Batista – pai do empresário Eike Batista – e mais três outros membros da Comissão do estaleiro OSX (uma das 6 empresas do grupo EBX), causou uma enorme repercussão nacional. Segundo economista do Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), a saída dos membros foi estratégica. 

Djalma Guimarães avalia que o recuo nos cargos é para mudar a percepção dos investidores. “As mudanças que estão ocorrendo no grupo EBX, deve-se ao fato de que as empresas querem trazer a confiança dos investidores de volta. A saída do pai de Eike e a dele mesmo trazem um ‘ar de novo’ para as companhias e poderá interferir diretamente nas bolsas de valores”.

##RECOMENDA##

A crise enfrentada por Batista causou uma perda em seu patrimônio, que saiu de U$S 34,5 bilhões – em 2012 – para U$S 2,9 bilhões. De acordo como ranking da agência de notícias Bloomberg, no ano passado, Eike foi o bilionário que mais perdeu dinheiro no mundo, tendo um recuo de U$S 10,1 bi em sua conta.

No início do mês de julho, a OGX – empresa produtora de petróleo – divulgou uma nota, afirmando que poderá parar sua produção nos Campos de Tubarão Azul em 2014. O desempenho da petroleira acabou afetando as outras empresas do grupo, já que as mesmas são interdependentes - a OSX, por exemplo, forneceria os navios para transportar o petróleo explorado pela OGX.

Diante dos problemas da OGX, a LLX – empresa de logística responsável pela construção do Porto de Açú, no estado do Rio de Janeiro - também sentiria os reflexos dos resultados negativos, porque seu objetivo principal seria o de atender os petroleiros da OSX.

Neste mesmo período, bilionário renunciou seu cargo no conselho de administração da MPX – empresa de geração de energia elétrica e exploração de gás natural na América do Sul. A companhia anunciou um aumento no capital privado, de R$ 800 milhões para reforçar o caixa da empresa e também que deverá mudar seu nome para desvincular o nome de Eike da empresa.

O especialista Djalma Guimarães acredita que Eike Batista superestimou a produção dos campos. “Isso transpareceu que o empresário não tinha informações verdadeiras sobre as descobertas de Tubarão Azul e informação falsa, afasta os investidores. Várias pessoas que investiram nas empresas do grupo perderam cerca de 90% do valor que aplicaram.”

Devido aos últimos acontecimentos, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota da empresa para CAA2 com perspectiva negativa – o que significa que a companhia indica alto risco de calote.  

Investimentos - O economista afirma que esta crise não pertence só as empresas de Eike e sim, a todos os grupos que tem ações no mercado e aconselha a população a optar por outros tipos de investimentos. “Em meio a esta crise mundial, não está sendo um bom momento para realizar investimentos no mercado de ações, este meio é muito variável. É hora de procurar investimentos mais seguros” explica. 

 

O anúncio da reestruturação do acordo entre o grupo EBX e o fundo soberano Mubadala, de Abu Dhabi, é apenas "o primeiro passo" para uma ampla reestruturação em todo o grupo, na avaliação do consultor Victor Penna, da Diretoria de Mercado de Capitais e Investimentos. Ele acredita que a solidez do grupo foi posta em questão. "Esse passo mostra comprometimento de Eike Batista com o mercado para dar uma solução aos problemas, mas não dá para avaliar como será o futuro."

Penna avalia que a atual situação do grupo não é algo que possa ser resolvido tão facilmente. Mais cedo, a EBX anunciou ter concluído a renegociação do acordo com o fundo soberano Mubadala. Pelo acordo, a holding brasileira teria resgatado "uma parcela significativa" do investimento inicial de US$ 2 bilhões do fundo, mas não detalhou o valor final.

##RECOMENDA##

"É um passo que o mercado esperava e agora vai ter que acompanhar as próximas medidas, como a venda de ativos, o rolamento da dívida. Sem uma notícia mais firme, o grupo vai continuar apanhando", diz o analista.

Segundo ele, a prioridade do grupo deve ser a reestruturação da petroleira OGX, mas outras empresas também estão adiantadas nos processos de negociação para a venda de ativos. Na área de mineração, o alvo prioritário da MMX seria o Superporto Sudeste, preservando as minas que ainda geram receitas para a empresa.

"Pela situação do grupo, as empresas vão querer pagar mais barato pelo ativo. O que facilita para as empresas siderúrgicas, principais interessadas. Mas, elas também não têm uma situação financeira boa." Entre as interessadas, citou CSN, Usiminas e Gerdau.

Com a reestruturação que está em curso no grupo controlado por Eike Batista, a EBX deve deixar de ser a holding que reúne e administra as empresas ‘X’. Segundo uma fonte ligada ao grupo, ouvida pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a EBX se tornará a gestora dos ativos que permanecerem com o empresário depois do processo de venda parcial ou integral que envolverá todas as ramificações do grupo.

As companhias de capital aberto, listadas na bolsa, e que hoje estão abrigadas sob o mesmo guarda-chuva da EBX (que, por sua vez, é de capital fechado) deixarão de ser tão interligadas. A separação tem o objetivo de facilitar operações de venda - parcial ou integral. As sinergias que puderem ser mantidas serão analisadas caso a caso.

##RECOMENDA##

De acordo com a fonte, este era um processo que aconteceria mesmo sem a crise, mas com um prazo maior. A previsão era de que em 2016, quando as empresas já estivessem em fase operacional plena, a EBX virasse um veículo para administrar os ativos de Eike e deixasse de ser uma holding.

A crise de credibilidade que derrubou todas as empresas do grupo X, além de acelerar o processo, mudou bastante a reestruturação, já que o empresário será obrigado a vender ativos e abrir mão do controle de empresas. Antes, a ideia passava também pela venda de participação, mas com Eike no controle.

Na quarta-feira, 26, na expectativa do grupo encontrar um parceiro estratégico com fôlego financeiro para tocar os projetos em desenvolvimento pela LLX, as ações da empresa de logística de Eike subiram 25% no pregão da BM&FBovespa. Mesmo com a disparada, a cotação não superou R$ 1,25.

Sem receita suficiente para fazer frente ao grande endividamento do grupo, Eike tem de “fazer dinheiro” rapidamente. O empresário tem divulgado notas em que repete que o endividamento de curto prazo já está equacionado e o que resta é reestruturar o endividamento de longo prazo.

Os credores de grande parte da dívida são grandes bancos comerciais, além do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiou em torno de R$ 10 bilhões para diversas empresas do grupo.

Dívida

Dois empréstimos-ponte concedidos a empresas de Eike pelo BNDES têm vencimento em agosto e setembro. O primeiro é o da OSX, de R$ 400 milhões, para as obras do estaleiro no Porto do Açu. Em setembro vence o de R$ 518 milhões, parte de um financiamento maior para a implantação do porto, no município de São João da Barra.

O contrato de longo prazo está em análise. Segundo fontes, estaria em suspenso até a definição da situação da empresa. Procurado, o BNDES não confirmou as informações, apenas confirmou a concessão dos empréstimos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma reportagem do The New York Times sobre a ascensão e a queda de Eike Batista alerta para a possibilidade de o bilionário acabar perdendo o controle do seu "decrescente império" e destaca que seus credores estão cada vez mais aflitos. Segundo a publicação, com a queda no mercado de ações do Brasil e no valor do real em meio aos protestos que tomaram conta do País, os bilhões de Eike estão "evaporando".

O NYT lembra que, em 2010, ano em que a economia brasileira cresceu 7,5%, o empresário disse ao jornalista norte-americano Charlie Rose que sua fortuna chegaria a 100 bilhões de dólares, o que o tornaria o homem mais rico do mundo. No entanto, após atingir o pico de US$ 34,5 bilhões em março de 2012, a fortuna de Eike agora é avaliada em US$ 4,8 bilhões.

##RECOMENDA##

Se as empresas de Eike Batista continuarem perdendo valor, analistas dizem que seus credores, que incluem alguns dos maiores bancos do Brasil, poderão forçar o empresário a fazer uma reestruturação, o que pode resultar na perda do controle das empresas.

A reportagem liga a queda de Eike à "reversão da sorte" do Brasil. "Após anos de expansão econômica, a nação sul-americana começou a engasgar. A inflação se tornou uma grande preocupação. O índice do mercado de ações recuou cerca de 23% este ano, mais do que em qualquer outro grande país", diz o texto, lembrando ainda que a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortou recentemente sua perspectiva para o rating do País para negativa, citando fraco crescimento e o enfraquecimento das finanças.

O jornal destaca ainda que nenhuma das seis companhias de capital aberto do Grupo EBX é lucrativa e que os investidores vêm vendendo suas ações, decepcionados com as projeções ruins, o descumprimento de metas e o alto nível de dívida das empresas.

O grupo EBX, do empresário Eike Batista, extinguiu, há cerca de um mês, uma diretoria e um conselho de sustentabilidade, criados há três anos. Foram demitidos em torno de 50 funcionários, incluindo pessoal da área de suprimentos, departamento jurídico e tesouraria. A diretoria de sustentabilidade, que chegou a ter 30 pessoas, iniciou o ano bem mais reduzida.

Procurada, a empresa não quis comentar o assunto. Integrante do conselho, formado por oito pessoas, o almirante Ibsen de Gusmão Câmara, que foi vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas, disse que foi comunicado da dissolução do grupo por telefone, pelo diretor da área, Paulo Monteiro, há pouco mais de um mês, dias depois de a decisão ter sido tomada.

##RECOMENDA##

O Conselho de Sustentabilidade, de caráter consultivo, reunia-se trimestralmente mas, segundo o almirante Câmara, não serviu para muita coisa na prática. "Decidimos alguma coisa em termos de recomendação, mas nunca tivemos um retorno significativo. Na verdade, havia uma certa insegurança de como deveria funcionar o conselho, que era uma novidade para o grupo, e a coisa ficou um pouco imprecisa", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

Uma fonte ligada ao grupo EBX disse que a empresa antecipou uma reestruturação da área de sustentabilidade prevista para o ano de 2016. O processo começou a ser desenhado no início do ano passado e previa a extinção da diretoria. Os assuntos ligados ao tema seriam absorvidos por gerências executivas ou diretorias de sustentabilidade das próprias controladas. Desde o ano passado, os assuntos já vinham sendo transferidos a cada uma delas.

A decisão vem na esteira da redução de custos. A lógica é que, em lugar de novas contratações para as empresas X, realocaram o pessoal da diretoria de sustentabilidade da holding. O diretor Paulo Monteiro, conforme informou a fonte, permanecerá como consultor mas sem contrato de exclusividade com o grupo. Monteiro ficou 13 anos com Eike, participou da fundação da MPX, onde foi diretor de Novos Negócios e Meio Ambiente, além de ter assumido cargos nos conselhos da OGX, LLX e OSX.

O almirante Gusmão Câmara disse não ter sido informado do motivo para a dissolução do conselho, mas desconfia que seja porque o grupo "passa por dificuldades financeiras". Cada conselheiro recebia cerca de R$ 8 mil por reunião. Para ele, a extinção trará prejuízos ao grupo.

"Seria importante (manter) porque, naturalmente, muitas atividades do grupo podem ser agressivas ao meio ambiente. Eles (os controladores) demonstraram, nesse período em que estivemos lá, que estavam um pouco por fora desse tipo de problema. Seria útil para o grupo (manter o conselho) não só para sua atividade normal, mas também como uma demonstração pública de que estavam dando importância ao meio ambiente", disse. Eike Batista, segundo ele, participou de apenas uma reunião do conselho, desde a sua criação.

A holding EBX vai vender uma fatia de 0,8% para um grupo industrial americano por US$ 300 milhões, disse ontem o empresário Eike Batista após participar de evento no Ibemec, no Rio. Segundo ele, o anúncio formal deve ser feito na manhã desta quinta-feira, às 9h. O executivo não revelou o nome da empresa que está comprando a fatia de sua holding, mas informou que trata-se de um grupo "grande" e que, entre suas áreas de atuação, está o setor de petróleo.

Eike afirmou ainda que até setembro deve fechar a venda de uma participação adicional da EBX equivalente a US$ 500 milhões, provavelmente a um investidor asiático. De acordo com o bilionário, na próxima sexta-feira, a LLX, empresa de logística do grupo EBX, vai anunciar a vinda de um novo empreendimento para o Complexo Industrial do porto do Açu, em construção em São João da Barra, no Norte fluminense. Hoje, de acordo com Eike, a EBX tem US$ 8,5 bilhões em caixa, valor que será ampliado com as novas vendas de participação. Em março, a EBX vendeu uma fatia de 5,63% ao fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos.

##RECOMENDA##

O empresário Eike Batista será sócio da Foxconn nas novas fábricas de componentes eletrônicos e displays que a empresa taiwanesa está construindo no Brasil, de acordo com a Folha de S. Paulo. O projeto prevê um investimento de R$ 4 bilhões — R$ 500 mil vindos do grupo EBX e R$ 1,2 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A Foxconn deve investir R$ 12 bilhões no país na ampliação das fábricas já existentes e nas construção de novas unidades destinadas à montagem de produtos da Apple, como o iPad, telas LCD e LED para aparelhos eletrônicos, baterias e placas fotovoltaicas, usadas em usinas de energia solar — área em que o EBX tem investido, nos últimos meses.

##RECOMENDA##

Ainda de acordo com o periódico, Eike Batista e Terry Gou, CEO do grupo taiwanês, assinaram um acordo de confidencialidade a fim de criar as regras societárias e financeiras do negócio. A Foxconn ainda deve firmar parcerias com outras empresas nacionais, como a Positivo Informática, Semp e Itautec, além da construtora Andrade Guitiérrez.

No Brasil desde 2003, a montadora asiática com quatro fábricas operacionais trabalhando na montagem e fabricação de produtos de empresas como Sony, Nokia e HP. Uma unidade em construção em Junidaí, no interior de São Paulo, deve ser a primeira a ter uma linha de montagem de dispositivos da americana Apple fora da China.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando