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O pedido de demissão do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, "pode incomodar investidores que temem um retorno da intervenção do Estado na economia", diz reportagem publicada neste domingo pelo jornal britânico Financial Times. O jornal afirma ainda que a saída é mais um sinal de que "ideólogos do governo estão levando vantagem nas principais decisões".

O pedido de demissão de Levy aconteceu neste domingo. Na véspera, ele foi alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro em função da nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do banco de fomento. "Levy nomeou Marcos Pinto para função no BNDES. Já estou por aqui com o Levy", disse o presidente neste sábado [15]. "Falei para ele: [Levy] demite esse cara na segunda ou eu demito você [Levy] sem passar pelo Guedes [ministro da Economia]", afirmou ontem o presidente. "Ele [Levy] está com a cabeça a prêmio há algum tempo", continuou o presidente. Barbosa Pinto trabalhou como assessor do BNDES durante o governo PT, de 2005 a 2007, o que irritou Bolsonaro.

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O FT lembrou ainda que o governo vive outro escândalo, o do vazamento das mensagens atribuídas ao atual ministro da Justiça, Sergio Moro, pelo site The Intercept. Além disso, o jornal citou que o governo tenta aprovar a reforma da Previdência, e que o BNDES passa por um escrutínio cada vez maior por conta de suas práticas de empréstimo durante os governos do PT.

A recuperação econômica brasileira será longa e lenta, de acordo com uma reportagem publicada nesta quarta-feira (8) no site do jornal britânico de economia Financial Times. "Os brasileiros estão chegando à conclusão de que a recuperação da profunda recessão do país nos últimos dois anos será muito mais lenta do que o esperado", trouxe a publicação.

O FT cita dados da Euromonitor (uma empresa de pesquisa de mercado com sede no Reino Unido), que mostram que a despesa média por domicílio caiu 9% entre 2014 e 2016, ao mesmo tempo em que a criação de emprego se tornou negativa e terminou o boom do consumo alimentado pelo crédito. "O rastreamento de volta será longo e lento", resumiu.

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A Euromonitor prevê que as despesas das famílias ultrapassem seu nível de 2014 somente em 2025, em termos ajustados pela inflação. O gasto médio por domicílio foi de cerca de R$ 68 mil em 2014 e caiu para R$ 61,8 mil no ano passado. Este ano, cairá para cerca de R$ 61,4 mil antes de começar a subir novamente, de acordo com a empresa. "Estamos em um período de estabilização (e não de recuperação)", observou a gerente de renda e despesa da Euromonitor, An Hodgson, ao FT.

Uma razão apontada para a recuperação lenta é que ela não será alimentada por dívida. "Houve muita conversa sobre a expansão da classe média, sobre pessoas que deixam a pobreza por meio de gastos com crédito", lembrou An. "Mas a renda familiar está caindo e as condições de crédito estão se apertando." Os dados da Euromonitor mostram agora "uma mudança de confiança no modelo de crescimento liderado pelo consumo".

A especialista salientou que, desde a crise financeira internacional de 2008/2009, a economia brasileira tem sido muito mais dependente do consumo doméstico do que muitas outras economias emergentes. A despesa do consumidor como fatia do Produto Interno Bruto (PIB) atingiu o pico de 61,8% no ano passado. A Euromonitor espera que caia mais de um ponto porcentual este ano e continue a cair no futuro previsível.

O site do FT ressalta que muitas famílias enfrentam um longo período de aperto financeiro e apresenta dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostrando que o volume de dívidas vencidas em janeiro já diminuiu em relação ao pico de setembro do ano passado, mas que continua em níveis historicamente elevados. A proporção de famílias que dizem não ter condições de pagar suas dívidas também permanece elevada (9,3%), segundo a CNC.

A causa dessa angústia é clara, de acordo com a reportagem: "Depois de anos de criação de empregos, o Brasil vem perdendo vagas no setor formal a um ritmo alarmante". Em 2016, mais de 1,1 milhão de empregos foram fechados. "Embora a taxa de destruição dos empregos tenha diminuído ao longo do ano passado, a ameaça de desemprego será uma ruptura nas despesas por um longo tempo para vir."

Para o Financial Times, não foi o consumo doméstico que levou o Brasil à recessão e tampouco o fará sair de lá. O site cita dados negativos da produção industrial, mas traz análises de que os investimentos não podem ser adiados "para sempre".

O jornal britânico Financial Times avalia que os recentes desdobramentos da crise política colocam o Brasil à beira de uma crise institucional. "O Brasil oscila à beira de uma crise constitucional depois que um juiz bloqueou a nomeação do antecessor Luiz Inácio Lula da Silva para o gabinete da presidente Dilma Rousseff, o que gerou confrontos no Congresso e nas ruas", diz a reportagem do FT.

A edição impressa internacional do FT dá manchete ao Brasil nesta sexta-feira. "Bloqueio de Lula alimenta a raiva nas ruas, com o Brasil caindo em uma crise", diz a manchete, que é acompanhada de uma foto da presidente Dilma conversando com Lula durante a cerimônia de posse, ontem, em Brasília. Na edição britânica, o tema é o segundo principal tema da primeira página.

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A reportagem destaca que o Brasil tem vivido protestos populares após a divulgação de "gravações incendiárias" pela Justiça, que indicam a possibilidade de que a nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil pode ser parte de uma estratégia para evitar a prisão do ex-presidente. Após a divulgação das gravações, a presidente Dilma acusou a oposição de tentar um golpe contra o atual governo e o juiz Sérgio Moro de violar a Constituição, cita o FT. Já a oposição comemorou o aumento da possibilidade de impeachment.

Em outra reportagem, o FT diz que os recentes fatos políticos são surpreendentes "mesmo para os padrões políticos brasileiros", que seriam mais propensos a desdobramentos inesperados que no restante do mundo.

A edição eletrônica do jornal britânico Financial Times publicou nova reportagem na tarde desta terça-feira (2) sobre as eleições no Brasil. Com o título "Rivais tentam parar o crescimento de Marina Silva", o texto destaca a subida da candidatura do PSB e a estratégia mais dura da presidente Dilma Rousseff. A reportagem nota, porém, que a ex-ministra do Meio Ambiente se dobrou a pressão religiosa e voltou atrás em posições sobre direitos civis.

"Marina Silva, a nova candidata carismática da concorrida campanha eleitoral do Brasil, ficou sob o fogo feroz de seus rivais no segundo debate presidencial diante das pesquisas que mostram que ela é a favorita para vencer as eleições de outubro", diz a reportagem. "Dilma Rousseff, que ainda goza de apoio entre os assalariados de baixa renda, advertiu sobre como Marina Silva cumpriria suas promessas", afirma a reportagem ao citar as questões mais duras de Dilma.

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O texto reconhece que o avanço de Marina agrada os mercados financeiros e que os ativos brasileiros reagiram positivamente ao movimento eleitoral. Entre as intenções da candidata, o jornal destaca "metas de inflação críveis", realização de superávit primário e a criação de um "conselho de responsabilidade fiscal" para evitar a contabilidade criativa que tanto desagrada os mercados.

O FT nota, contudo, que a candidata voltou atrás horas após a divulgação do programa de governo em questões sobre os direitos civis. "Marina Silva, uma evangélica que representa um partido secular, disse que o PSB não apoia o 'casamento gay', mas sim as 'uniões civis' com pessoas de mesmo sexo o que já permitido pela lei", diz a reportagem ao citar que o tema é sensível para grande parte do eleitorado brasileiro.

O jornal britânico Financial Times publicou mais uma reportagem na edição desta sexta-feira (15) sobre os desdobramentos políticos da morte de Eduardo Campos. A publicação diz que cresce a expectativa por eventual candidatura da Marina Silva e que a ex-ministra do Meio Ambiente "tem maior chance de derrotar Dilma Rousseff em outubro". Apesar do tom elogioso ao perfil de Marina, o FT questiona a ex-ministra sobre o que pensa dos grandes temas, como a macroeconomia.

Na reportagem "Brasil abalado pela morte de uma estrela política em ascensão", o FT informa que cresce a chance de uma candidatura Marina Silva, mas destaca que a ex-ministra deu poucas pistas sobre os temas importantes. "A grande questão é que tipo de Brasil que ela iria querer. Com princípios ambientalistas e evangélica convicta, é provável que a senhora Silva lute para formar alianças e vencer o poderoso lobby agrícola", diz o jornal.

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O FT reconhece que Marina "defende a estabilidade macroeconômica". Apesar disso, o jornal diz que a ex-ministra detalhou pouco o que pensa sobre a economia. Diante dessa falta de detalhamento, o jornal diz que eventual candidatura Marina Silva "é um enigma para os investidores de todo o mundo". Um dos ouvidos pela reportagem diz que a candidata poderia ser mais amigável ao mercado quando comparada à reeleição de Dilma Rousseff, mas não seria tão positiva aos negócios como eventual vitória de Aécio Neves.

A reportagem tenta, ainda, traçar um breve perfil de Marina Silva. "Ela é de confiança por parte da comunidade evangélica, respeitada por grande parte da elite intelectual do Sudeste pelo trabalho para proteção da floresta amazônica. A luta para superar a pobreza, a doença e o analfabetismo dão um apelo mais amplo", diz o FT, que lembra que a ex-ministra foi um dos nomes que ganhou popularidade durante os protestos populares do ano passado. "Muitos a identificam como um político menos político - um outsider capaz de superar problemas endêmicos como a corrupção", diz o texto.

É difícil pensar em uma humilhação maior na história desportiva do que o placar de 7 a 1 da Alemanha contra Brasil, ontem. Em reportagem publicada hoje, o jornal britânico Financial Times lembra que muitos times de futebol perderam por 7 a 1, "mas nunca o autoproclamado 'país do futebol', vencedor de cinco Copas do Mundo, anfitrião e favorito para o torneio, jogando em uma semifinal".

Para o estatístico norte-americano Nate Silver, citado pelo jornal, esse era o placar mais inesperado na história da Copa do Mundo, com base em classificações pré-jogo das equipes.

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Simbolicamente, na visão do FT, foi um final apropriado para os longos anos de boom econômico do Brasil. Mas, em termos desportivos, foi algo mais específico: o fim da tradição do futebol do Brasil. A frase "joga bonito" agora pode ser abandonada junto com clichês sobre "futebol e samba", afirma.

Segundo o período britânico, os brasileiros pararam de oferecer fintas, dribles e belos gols há muito tempo. Eles devem agora certamente perceber que o País precisa, mais rápido do que pensa, adotar um novo um estilo "mais europeu, mais alemão", diz o FT. O futebol brasileiro precisa começar de novo também, idealmente, liderada por treinadores alemães, emenda o jornal.

Para o FT, depois de os jogadores brasileiros choraram em campo, a presidente Dilma Rousseff deve se sentir perturbada também, antes das eleições de outubro. "Ela expressou sua tristeza pela derrota no Twitter", lembra o jornal. "Não vamos nos deixar alquebrar (enfraquecer). Brasil, 'levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima'", escreveu ela, citando a letra do conhecido samba "Volta por cima", de Paulo Vanzolini.

No entanto, historicamente, não há correlação entre o desempenho do Brasil em Copas do Mundo e o desempenho nas eleições no mesmo ano. "Muitos têm mantido Dilma responsável pelo desperdício, gastos excessivos, mas organização relativamente boa do torneio", afirma o FT. "A responsabilidade pelo 7 a 1 reside, em primeiro lugar, nos jogadores infelizes da Seleção e seu treinador sem imaginação Luiz Felipe Scolari, mas, de forma mais ampla, no futebol tradicional desatualizado do país".

Enquanto os investidores tentam entender a liquidação de ativos de mercados emergentes observada nos últimos dias, vale a pena analisar o montante de empréstimos feitos por bancos estrangeiros a essas economias, afirma um blogue do jornal Financial Times, da Grã-Bretanha, destacando como exemplo o Brasil.

De acordo com dados do Banco para Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), as dívidas do País com bancos globais quase quadruplicaram durante a última década, passando de US$ 50 bilhões em 2005 para US$ 200 bilhões em 2013. O FT afirmou que, para o presidente do Banco Central (BC) brasileiro, Alexandre Tombini, que se reuniu com representantes do jornal britânico nesta segunda-feira (27), isso não é uma dificuldade, uma vez que apenas 8,8% do financiamento bancário vem do exterior.

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No entanto, observa o diário, em números absolutos, o montante é grande. Apenas a exposição a instituições financeiras estrangeiras soma, aproximadamente, mais da metade das bastante consideráveis reservas externas do Brasil, de cerca de US$ 375 bilhões, diz o FT. Tombini afirmou ao periódico que essas dívidas estão bem protegidas. "Parte desses empréstimos foi tomada em 2012, antes da normalização (da redução das compras de ativos pelo Federal Reserve, Fed, o BC dos Estados Unidos)", disse. "Quando você toma empréstimos nesse ambiente, você tende a ser mais cauteloso em termos de hedge (expediente adotado para se resguardar de flutuações de preços)", acrescentou, destacando que não há falta de dólares no Brasil.

O jornal Financial Times (FT) sugere que mercados emergentes se prepararem para a normalização da política monetária nos Estados Unidos. No principal editorial da edição desta sexta-feira, a publicação afirma que países precisam reduzir a dívida externa de curto prazo e devem aumentar sua atratividade. O texto diz que a alta de juros realizada no Brasil é uma opção à mudança na economia dos EUA, mas reformas estruturais como as executadas no México compõem uma alternativa melhor.

O editorial do FT diz que maioria dos economistas prevê uma reversão gradual da política monetária dos EUA, o que tende a ser positivo para os mercados emergentes. O texto nota, porém, que o risco de uma transição abrupta "permanece significativo". Como citado ontem pelo jornal britânico, alguns economistas ampliaram a lista dos "Cinco Frágeis" emergentes, que agora conta com "alguns queridinhos dos mercados como, por exemplo, o Chile".

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"O desafio para as economias é duplo. Em primeiro lugar, é essencial diminuir a exposição à dívida de curto prazo. Em particular, a estabilidade de muitas empresas não financeiras é uma verdadeira causa de preocupação", diz o texto, que explica que muitas empresas tomaram pesados volumes de financiamento no exterior e estariam sujeitas às variações cambiais.

O segundo desafio para esses países é conseguirem permanecer atraentes, diz o FT. "Mercados devem procurar manter-se atraentes para os estrangeiros mesmo que o dinheiro global esteja mais curto. A primeira linha de defesa para os bancos centrais é aumentar as taxas de juros, como o Brasil fez na quarta-feira. A subida da taxa pode mudar a psicologia dos investidores, mas gera risco de amortecer o crescimento", diz o texto.

"A solução mais duradoura passa pelas reformas estruturais que elevam o potencial de crescimento. Este é o caminho tomado pelo México desde a eleição de Enrique Peña Nieto como presidente", diz o texto do FT, que diz que a economia mexicana caminha para atrair mais investimento direto. "Uma forma muito mais segura de financiamento externo do que o hot money", diz o editorial.

O jornal britânico Financial Times (FT) acredita que o efeito político da desaceleração econômica que atinge os países sul-americanos pode ser mais duradouro que o impacto econômico. Em editorial publicado na edição desta segunda-feira, a publicação afirma que a desaceleração da economia "agora está atingindo outros emergentes, sobretudo na América do Sul. "Os efeitos políticos da desaceleração podem ser mais duradouros que os econômicos. A maré rosa pode começar a retroceder", diz o texto, afirmando que o "populismo encontrou seus limites" na região e "decisões difíceis já não podem ser disfarçadas".

O editorial lembra que a América do Sul desfrutou uma década de bonança com o boom das commodities, que começou em 2003. A região foi amplamente beneficiada pelo aumento de preços de commodities, como o petróleo, soja e cobre. "O balanço de pagamentos alcançou o superávit, permitindo maiores importações. A entrada de capital fomentou o auge do crédito. As receitas dos governos também dispararam, assim como o gasto social do Estado", diz o texto.

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Para o jornal, "é por isso que os partidos de esquerda continuaram a ganhar eleições em países tão diversos como a Argentina, Brasil, Equador e Venezuela", ao comentar que essa esquerda oferecia a proposta de um Estado com um "capitalismo ao estilo chinês no lugar da variante anglo-saxã em crise". Esse modelo, porém, tinha um "toque local", "que prioriza o consumo sobre o investimento".

"Se trata de um enfoque politicamente eficaz", diz o editorial, que critica, porém, que esse modelo não atentava para a eficiência. "Alguns países como Chile, Colômbia e Peru mantiveram o ritmo de reformas e, inclusive, de guardar as receitas extraordinárias", diz o texto, que comenta que o grupo fez o contraponto político no tema. O FT reconhece, sem citar nomes, que alguns países estão tentando retornar ao pragmatismo, "mas não à ortodoxia". "Alguns países estão retornando ao pragmatismo, mas não à ortodoxia. O populismo encontrou seus limites. Decisões difíceis já não podem ser disfarçadas", diz o texto.

"No Brasil, o Partido dos Trabalhadores governou o país com grande êxito desde o ano de 2003. No entanto, após os recentes protestos e a desaceleração da economia, já não é tão certa a ideia de que Dilma Rousseff vai ganhar as eleições do próximo ano. Ela tem que recuperar a confiança na economia e no investimento privado. Ela cortou gastos, deu liberdade ao Banco Central para combater a inflação e aumentou o retorno ao investidor do programa de infraestrutura no Brasil", diz o editorial.

O governo chinês estaria tentando suavizar a cobertura jornalística feita pela imprensa chinesa sobre a crise de liquidez enfrentada pelo sistema bancário nacional. A denúncia foi feita pelo jornal britânico Financial Times (FT). Segundo a publicação, autoridades da área de comunicação do governo chinês enviaram comunicado pedindo que meios de comunicação parem com os "exageros sobre a chamada crise de liquidez".

Segundo o jornal, o comunicado do Partido Comunista sugere que seja moderada a cobertura que estaria espalhando a mensagem de que os mercados financeiros do país não estariam suficientemente abastecidos com dinheiro. "Primeiro, é preciso evitar exageros maliciosos. A mídia deve relatar e explicar que os nossos mercados têm a garantia da liquidez suficiente e que nossa política monetária é constante. Em segundo lugar, a mídia deve reforçar a comunicação positiva. Deve-se informar plenamente o aspecto positivo da nossa atual situação econômica, reforçando a confiança do mercado", diz o texto obtido pelo FT.

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A reportagem do jornal britânico afirma que "funcionários do setor de propaganda enviam regularmente diretrizes para a mídia do país sobre temas políticos sensíveis". "Mas é raro que essas instruções sejam enviadas a meios financeiros", destaca. Segundo o FT, um editor de economia de um grande jornal recebeu o comunicado há três dias e um produtor de uma emissora de televisão no interior do país foi contatado ontem.

A crise de liquidez tem aumentado a preocupação da população com o dinheiro. Em um fim de semana no final de junho, caixas eletrônicos de alguns dos principais bancos da China permaneceram desligados por uma hora e a mídia chinesa questionou as instituições sobre uma suposta falta de dinheiro. No fim de semana passado, ocorreu situação semelhante. Nos dois casos, bancos informaram que os terminais ficaram desligados por alguns minutos para manutenção de rotina.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (28) que o Brasil cresceu a uma taxa anualizada de 4% ou mais no terceiro trimestre de 2012. A informação foi publicada na edição desta quinta-feira do jornal Financial Times. Em entrevista, Mantega afirma que o País deve manter esse ritmo de expansão em 2013 e também em 2014. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga nesta sexta-feira (30) o PIB do terceiro trimestre.

"Vamos entrar 2013 com uma taxa de crescimento de 4% e vamos manter isso em 2013 e 2014", disse. Após alguns trimestres de expansão da atividade econômica marginal, o ministro afirmou que o Brasil termina 2012 "em recuperação e no modo de crescimento".

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A reação da economia tem sido o grande objetivo da presidente Dilma Rousseff. Para aquecer a atividade, a equipe de Mantega tem anunciado uma série de medidas, como redução de impostos para consumo e incentivos ao setor industrial e aos investimentos. O governo também reduziu encargos trabalhistas e tem trabalhado para manter o dólar em patamar que favoreça as exportações brasileiras.

Em entrevista publicada na edição desta quinta-feira do jornal Folha de S. Paulo, Mantega vê o PIB como "nada espetacular" e afirma que o governo vai tomar mais medidas "pró-crescimento" da economia, com novos setores beneficiados pela desoneração da folha de pagamento.

Mantega anunciou a prorrogação por mais um ano do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), a inclusão de novos setores na lista dos beneficiados pela desoneração da folha de pagamento e a concessão ao setor privado dos aeroportos do Galeão (RJ) e de Confins (Grande Belo Horizonte).

"Nós vamos prorrogar o PSI, incluir novos setores na lista da desoneração da folha e lançar programas de investimento nos setores portuário e de aeroportos", afirmou ao jornal. O PSI, programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), venceria no fim deste ano.

Segundo o ministro da Fazenda, a meta é transformar os investimentos no "carro-chefe" da economia, crescendo 8% em 2013 e 12% em 2014. Neste ano, devem recuar cerca de 3%.

Sobre o PIB do terceiro trimestre, Mantega acredita que subirá ao menos 1%. "Fico satisfeito com qualquer número de 1% a 1,3%. Se for 1%, será um crescimento anualizado de 4%", afirmou Mantega, admitindo que seria um resultado "nada espetacular", mas um "crescimento gradual".

Editorial do Financial Times (FT) de hoje apoia os esforços da presidente Dilma Rousseff no combate à corrupção no Brasil. Com o título "Vassoura nova de Dilma", o texto argumenta que ela deve, além de substituir ministros ligados a escândalos, também mudar as regras que deixam a sociedade burocrática e elevam os riscos de irregularidades, numa defesa da reforma tributária.

"A postura inflexível de Rousseff sobre a corrupção é uma ruptura bem-vinda em relação à atitude relaxada que caracterizou os políticos brasileiros por muito tempo - e mais um sinal de que ela está marcando sua própria autoridade no governo herdado de Luiz Inácio Lula da Silva", diz o editorial.

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A publicação britânica cita dados da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) de que o custo da corrupção no Brasil fica entre R$ 50 bilhões e R$ 84 bilhões por ano, ou cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB). Com os grandes projetos de infraestrutura em curso, como preparação para a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, existe espaço para que os números aumentem, tanto que os ministérios do Turismo e dos Esportes estão envolvidos em denúncias, avalia o jornal.

O FT rebate o argumento de que a atitude da presidente acabará com a governabilidade. Para o jornal, Dilma tem a seu favor os bons índices de aprovação e a larga maioria no Congresso, suficiente para assimilar a saída de partidos menores da coalizão. "Talvez mais importante, o milagre econômico brasileiro criou uma classe média crescente e vociferante, para quem combater a corrupção é uma questão importante."

Entretanto, a publicação britânica acredita que a presidente não deve se limitar à mudança de quadros. Dilma precisa combater o excesso de burocracia que acaba estimulando a corrupção. Para o FT, uma reforma tributária mais vigorosa seria um bom começo, pois também melhoraria a competitividade da economia brasileira.

O Brasil se aproveita do sucesso em meio à "insanidade global", afirma hoje o Financial Times. Segundo o jornal britânico, nos últimos meses os brasileiros se tornaram espectadores dos disparates do mundo desenvolvido, como as dificuldades para elevar o teto da dívida nos Estados Unidos a fim de evitar a moratória, a crise da Grécia e o escândalo envolvendo o tabloide britânico "News of the World", de Rupert Murdoch.

"Um mercado emergente com dificuldades há uma década, o Brasil é hoje um retrato da estabilidade política e econômica comparado com o seu antes dominador parceiro do norte e as antigas potências colonizadoras da Europa", diz o FT.

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Para o jornal, o desafio do Brasil agora é saber como "administrar o sucesso", pois não pode ser complacente frente à tarefa de sair da armadilha de país de renda média em que está preso há décadas. Entre os problemas ainda a serem enfrentados, o FT cita o mercado de trabalho apertado, falta de trabalhadores qualificados, fraco sistema de educação e elevado custo para fazer negócios, em parte devido aos impostos elevados.

A publicação também volta a apontar o aumento do endividamento da população, em razão do "boom" de crédito. "O Brasil precisa ter cuidado para não enterrar sua nova classe média em tanta dívida que, quando o próximo declínio econômico chegar, cairá novamente na pobreza."

O FT avalia que o Brasil pode se sentir orgulhoso neste momento. "Mas precisará continuar vigilante para assegurar que não semeia a próxima crise durante o período de prosperidade."

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