Tópicos | Morre Eduardo Campos

Há exatamente dois anos o cenário político estremecia com a notícia de que um acidente aéreo em Santos, São Paulo, havia ocasionado a morte do então candidato à presidência da República Eduardo Campos (PSB) e de mais seis pessoas. De lá para cá, a ausência do líder socialista foi latente, quer seja nas articulações políticas ou na condução de crises, e constantemente relembrada nos discursos dos aliados. Entretanto, hoje, o maior desafio para eles é desvincular a imagem do ex-governador como beneficiário de esquemas de corrupção como os investigados pelas operações Lava Jato e Turbulência, da Polícia Federal (PF).

Nesta semana, a PF concluiu um inquérito comprovando a destinação ilegal de R$ 20 milhões à campanha eleitoral de Campos a governador em 2010. O montante, segundo os investigadores, teve origem em valores desviados de contratos celebrados pela Petrobras com três empreiteiras e teria sido articulado pelo senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), então presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, em Ipojuca, onde fica localizada a Refinaria de Abreu e Lima (Renest).

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Por já ter falecido, o inquérito contra Campos foi arquivado, mas o senador e outras duas pessoas, uma delas o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, podem ser indiciados na Lava Jato por corrupção passiva qualificada, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

--> Um ano da morte de Eduardo Campos

João Carlos Lyra, inclusive, está preso em Pernambuco, a partir da operação Turbulência, que apura, entre outras coisas, a participação de uma organização criminosa composta por empresas fantasmas na compra do avião Cessna Citation PR-AFA, o mesmo que caiu em Santos matando Campos. O Ministério Público Federal (MPF) aponta Lyra como líder do grupo e único comprador do jatinho utilizado na campanha.

As suspeitas são duras, mas em todas as aparições, dirigentes do PSB, familiares e aliados pregam a inocência do ex-governador. “A memória de Eduardo será absolvida, até porque ele não pode ser responsabilizado por atos de terceiros. Tenho convicção que ele não tinha conhecimento. Sou favorável que esclareçam os fatos e que as investigações aconteçam dentro do devido processo legal”, defendeu o irmão dele e advogado, Antônio Campos (PSB).

Corroborando, o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, disse que as acusações são amenizadas quando se observa o legado deixado por Eduardo Campos. “O que está em curso no Brasil as autoridades judiciárias vão continuar investigando, mas a gente tem plena consciência do papel que o governador Eduardo Campos exerceu em Pernambuco e no Brasil”, reforçou.

A herança política e a família

Apesar dos episódios negativos, é inegável que a morte precoce do ex-governador também deixou uma lacuna na política pernambucana. Quem vem, de uma forma ainda principiante, sendo colocado pelos aliados para preenchê-la é um dos filhos mais velhos dele, João Campos. Secretário de Organização do PSB no estado e chefe de gabinete do governador Paulo Câmara (PSB) – mesmo cargo ocupado por Campos no segundo governo do avô, Miguel Arraes, entre 1987 e 1990 – o jovem tem sido requisitado para os palanques municipais na campanha deste ano, como “substituto” do pai.

Indagado sobre como avaliava a perspectiva de ser o herdeiro político de Eduardo, João pontuou que todos os aliados do pai são responsáveis por preencher o espaço deixado e ampliar o legado. “O meu pai não deixou uma herança, deixou um legado. Acredito que cabe a todos os companheiros que militaram com ele, acreditaram e fizeram parte do time dele dar continuidade a este trabalho. É assim com o prefeito do Recife, com o governador e tantos deputados. Isso não cabe só a mim, é de um conjunto político”, destacou, em conversa com o Portal LeiaJá.

A ausência no âmbito político não é maior que o familiar. Hoje mais conformados, mas ainda transbordando sentir a dor da perda, os familiares de Campos prestaram homenagens a ele na última quarta-feira (10), quando se estivesse vivo faria 51 anos. Durante o ato religioso, as lágrimas tomaram conta do semblante da mãe e ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Arraes. 

Em casa, João Campos detalhou que o amor e união entre eles têm superado a falta da presença do pai. "É uma falta grande que nós sentimos. Ele era uma pessoa presente, mas a união da nossa família e o amor que temos nos faz superar isso", frisou, fazendo um balanço dos últimos dois anos, ao lado da mãe, Renata, e dos irmãos, Maria Eduarda, Pedro, José e Miguel. 

Primeira eleição municipal sem Campos e o crescimento do PSB no estado

A morte de Eduardo Campos também deixou o PSB sem seu principal articulador político. Há quem diga, nos bastidores, que neste quesito não haverá substituições, mesmo que muitos apadrinhados dele tentem. O pleito eleitoral deste ano será o primeiro municipal sem a batuta dele, porém, a expectativa é de crescimento não só em Pernambuco, mas em outros Estados do país. 

“A falta dele é permanente no PSB. A capacidade de liderança, de aglutinação, de articulação e a presença dele não serão preenchidos. É uma falta  que mexe conosco todos os dias, mas ele deixou um legado também, um caminho. Tanto é que o PSB conseguiu, nesta eleição, lançar mais candidatos no Brasil que em 2012 e isso se dá justamente pelo caminho que foi traçado sobre a liderança dele”, afirmou Sileno Guedes. “É um desafio enorme coordenar estas eleições no Brasil inteiro. Em Pernambuco, Paulo Câmara tem conseguido liderar isso. Agora vamos continuar segundo o legado dele”, completou.

A causa do acidente

A queda aconteceu numa manhã chuvosa de uma quarta-feira, 13 de agosto de 2014. Por volta das 10h30, a Força Aérea Brasileira (FAB) registrou o acidente envolvendo o jatinho no litoral paulista. Além do candidato à presidência Eduardo Campos, os pilotos Marcos Martins e Geraldo Magela, os fotógrafos Alexandre Severo e Macelo Lyra, o jornalista Carlos Percol e o assessor Pedro Valadares também estavam na aeronave. Todos morreram no acidente.

Em janeiro deste ano, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), responsável pela investigação do acidente, apontou que a falta de conhecimento específico dos pilotos para operar o modelo Cessna 560-XL contribuiu para o acidente.

A Força Aérea Brasileira (FAB) evitou falar em falha humana, mas referiu-se a “fatores contribuintes” para o acidente. As más condições meteorológicas, que chegaram perto do mínimo de segurança para navegação de aparelhos, também foram consideradas. De acordo com o relatório final do Cenipa, os sistemas e motores da aeronave funcionavam normalmente e não apresentaram falhas. A tese, entretanto, foi contestada pelos familiares dos pilotos e também pelo PSB.

O cansaço de Marcos Martins, piloto do avião que caiu em Santos (SP), em 13 de agosto de 2014, matando o então candidato do PSB e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e outras seis pessoas, foi um dos fatores contribuintes para o desastre, que teve uma sequência de falhas humanas, conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo.

O relatório com o resultado das investigações realizadas nos últimos 17 meses pelo Cenipa - Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos será apresentado nesta terça-feira, às 13 horas aos familiares de todos que estavam no voo e, em seguida, às 15h30, para a imprensa.

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Além do uso de "atalho" para acelerar o procedimento de descida na Base Aérea de Santos, outro problema detectado durante os trabalhos foi a falta de treinamento do piloto, específico para aquela aeronave, um Cessna 560 XL, que levou à Aeronáutica, inclusive, a emitir uma recomendação de segurança à Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), três meses depois do acidente.

Durante as investigações foi detectado que a relação entre piloto e copiloto não era boa. Os dois tinham um histórico de atritos e o copiloto, Geraldo Magela Barbosa, teria pedido para não mais voar com Martins. O cansaço do piloto foi identificado pelo tom de voz de Martins no voo. Poucos dias antes do acidente, o próprio Martins já havia relatado, em redes sociais, que estava "cansadaço".

Todo o perfil psicológico, pessoal e profissional dos dois pilotos foi levantado pela equipe que investigou as causas que levaram ao acidente. O quadro psicológico do copiloto foi amplamente analisado. O Cessna 560 XL saiu do aeroporto Santos Dumont, no Rio, rumo à Base Aérea de Santos, no Guarujá, em São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Dois meses após o acidente aéreo que vitimou o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e mais seis pessoas foram divulgadas as últimas palavras do copiloto do avião Cessna 560XL. Na gravação, divulgada pela Rede Globo, ele deixa claro que as condições climáticas podem prejudicar o pouso e afirma que vai arremeter a aeronave. 

"Devido às condições climáticas nós vamos aguardar e chamar novamente", afirma poucos minutos antes do acidente. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave. Segundo o áudio, após a arremetida, foram realizadas dez tentativas de contato da base aérea com a cabine, todas sem êxito. 

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O Cessna decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e se dirigia ao Aeroporto de Guarujá, em São Paulo. No aeródromo, componentes da base aérea e membros do PSB, que aguardavam a chegada da comitiva, foram informados que o avião estava desaparecido. 

Além de Eduardo Campos, mais seis pessoas morreram no acidente. O jornalista Carlos Percol, o fotógrafo Alexandre Severo, o cinegrafista, Marcelo Lyra, o ex-deputado federal Pedro Valadares, e os pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins.

Veja a descrição completa do áudio: 

Copiloto: Rádio Santos, bom dia. Papa Romeu Alfa Fox Alfa (Forma como a aviação se refere ao PR-AFA prefixo do Cessna). Na escuta?

Copiloto: Bom dia. Gostaria das condições do Aeródromo, por gentileza.

Rádio Santos: Santos ciente. A base opera sob instrumentos. Vento 240 graus, com sete nós.

Copiloto: De seis mil para quatro mil pés, já liberado por São Paulo.

Rádio Santos: Rádio Santos ciente. Atento a pássaros na cabeceira da pista.

Copiloto: Oufa, Fo, Alfa Fox Alfa, está na arremetida, ok?

Radio Santos: Alfa Fox Alfa, confirma. Você vai arremeter?

Copiloto: Afirmativo.

Rádio Santos: Está prosseguindo para o... nova tentativa de pouso?

Copiloto: Devido às condições, nós vamos su... é...

Copiloto: Nós vamos aguardar e chamaremos novamente, ok?

Rádio Santos: Rádio Santos ciente, comandante.

Radio Santos: Alfa Fox Alfa, Rádio Santos?

Rádio Santos: Papa Romeu Alfa Fox Alfa, Rádio Santos?

Radio Santos: Papa Romeu Alfa Fox Alfa, Rádio Santos?

Radio Santos: Papa Alfa Romeu Alfa Fox Alfa, Rádio Santos?

O advogado Antônio Campos (PSB), irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, falecido há um mês, afirmou, nesta segunda-feira (15), que pedirá ao Ministério Público Federal (MPF) de Santos, litoral de São Paulo, para intimar o delegado e deputado federal, Protógenes Queiroz (PCdoB), e registrar, em depoimento, as suspeitas levantadas por ele sobre o acidente que vitimou o até então presidenciável. O comunista teria afirmado a membros da Polícia Federal (PF) que a tragédia teria sido ocasionada por um atentado. 

“A família com serenidade tem acompanhado o (as investigações) acidente que vitimou Eduardo. Estarei protocolando uma petição para que o Ministério Público Federal, de Santos, e o juiz da 5ª Vara intimem o delegado Protogenes, para ele dizer em depoimento o que afirmou ontem (no domingo) ao jornalista Cláudio Humberto”, frisou o irmão de Campos, após participar de uma cerimônia em comemoração aos 35 anos do retorno do avô, Miguel Arraes, do exílio político. A petição será encaminhada na tarde desta segunda.

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Questionado sobre a politização da imagem do ex-governador e as suspeitas de envolvimento dele em corrupções na Petrobras, o advogado disparou críticas contra os políticos de oposição. “Eduardo tinha uma vida límpida e translucida. Já sabíamos que esta luta seria muito dura, desde o início, mesmo antes da morte”, pontuou. “Vemos com muita tristeza esta utilização de temas indevidos. Vemos isso como uma arma eleitoral de quem não tem o que dizer e parte para a agressão”, acrescentou Antônio Campos, sem mencionar candidatos. 

 

 

Em nota divulgada, há pouco, o advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador Eduardo Campos, explica as razões da sua ida, ontem, a cidade de Santos, onde teve acesso a documentos do Ministério Público Federal que estão no inquérito que apura as razões do acidente. Segundo o advogado, o procurador da República solicitou o aforamento federal do caso para que a competência seja exclusiva da Justiça Federal. Abaixo, a sua íntegra.

Candidato a vice na chapa de Marina Silva à Presidência da República, o deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) afirmou que o PSB 'dará todas as explicações necessárias' sobre uma eventual irregularidade na contratação da aeronave que caiu em Santos (SP) na quarta-feira (13) e matou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e outras seis pessoas.

'O PSB haverá de dar todas as explicações necessárias [...] O presidente nacional do partido, Roberto Amaral, terá informações para fornecer', disse nesta sexta-feira (22) após uma reunião sobre o programa de governo da candidatura, em São Paulo. Ao lado de Marina, que foi perguntada sobre o assunto, o candidato a vice se escalou para responder aos questionamentos dos jornalistas.

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'Quero insistir que continuamos atrás das informações de como esse avião caiu. Isso é nossa pauta principal. Não teve conclusão técnica nem de inquérito [sobre o acidente]. Queremos saber como os nossos sete companheiros morreram'.

Sobre a questão dos gastos com o jato particular, que não apareceram na primeira prestação de contas da então candidatura de Campos no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Albuquerque disse que 'está certo' de que 'houve uma doação presumida'. Nesse caso, o deputado quer dizer que não era necessário a doação do jato estar na primeira prestação de contas da campanha.

Segundo revelou a Folha, a Polícia Federal e a Polícia Civil apuram a suspeita de umapossível fraude na venda do avião Cessna. A aeronave pertencia ao grupo A. F. Andrade, dono de usinas de açúcar, que está em recuperação judicial, e só poderia ser vendido com autorização da Justiça, o que não ocorreu, segundo os policiais.(Da Folha de S.Paulo)

O guia eleitoral do candidato Frente Popular de Pernambuco a governador, Paulo Câmara (PSB), foi dedicado ao ex-governador, Eduardo Campos (PSB), falecido no último dia 13. Com uma carga emocional forte e ao som de “Pernambuco é o meu amor e Eduardo é o meu governador” – uma das músicas de campanha de Campos – o programa explorou imagens da cerimônia fúnebre do socialista, relembrando frases emblemáticas dele. 

No esquete e como em todos os grandes eventos do PSB, o poeta Antônio Marinho recitou um texto exaltando as qualidades do ex-governador. Além disso, alguns depoimentos populares também enalteceram a vida de Eduardo Campos.  No programa, também foram mencionados outras quatro vítimas da tragédia que ocasionou o óbito ao, até então, presidenciável. O assessoror político, Pedro Valadares, e de Imprensa, Carlos Percol, o fotógrafo, Alexandre Severo, e o cinegrafista, Marcelo Lyra. 

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Já nos minutos finais do guia, Paulo Câmara se coloca como o indicado do ex-governador e se diz pronto para deixar “vivas as ideias” de Campos. Antes imagens mostraram a história da Frente Popular desde a eleição de Pelópidas Silveira (PSB), em 1955, a de Geraldo Julio (PSB), em 2012, e justificando assim a possibilidade de “futuro” que o grupo tem. 

“Vivemos um momento de muita dor, mas é a hora de reunir forças. Ele, um líder guerreiro do nosso povo, será para sempre a maior fonte de inspiração para todos nós. Eduardo se tornou imortal para todos nós, igual a Pernambuco”, disse Paulo Câmara. “Sou disposto a honrar a história de um legado de alguém que lutou. O sonho está mais vivo de que nunca”, acrescentou se apresentando. 

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Palavras de consolo e esperança marcaram a missa de 7° dia da morte do ex-governador de Pernambuco e ex-presidente do PSB, Eduardo Campos, na Catedral de Brasília. A cerimônia, realizada pela direção nacional da legenda, reuniu políticos, militantes partidários, pernambucanos e outras pessoas que admiravam o socialista.

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A missa também celebrou a vida das outras seis vítimas fatais do acidente: Pedro Valadares Neto, Marcelo Lyra, Alexandre Severo, Carlos Augusto Percol, Marcos Martins e Geraldo Magela.

Antes mesmo do início da missa, a catedral já estava lotada, com várias pessoas de pé.

Durante a mensagem, o arcebispo de Brasília, dom Sérgio Rocha, destacou as manifestações de fé de Campos e o apego à familia. "Ele valorizou a família de modo muito concreto.  E por ser vocacionado para a vida política,  ele alargou o seu afeto para toda a familia brasileira", disse. Em vários momentos da cerimônia, assessores e outros políticos do partidos choraram, emocionados.

A provável candidata da coligação Unidos pelo Brasil, Marina Silva, esteve presente na missa. Na chegada à catedral, ela preferiu não conversar com a imprensa.

Entre as autoridades presentes, esteve o vice-presidente da República, Michel Temer, o senador e candidato ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rolemberg (PSB-RJ), o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o deputado Walter Feldmann (PSDB-SP), o ex-deputado Maurício Rands (PSB-PE), coordenador da campanha à Presidência, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP).

A morte do ex-governador Eduardo Campos (PSB), após um acidente aéreo, na última quarta-feira (13), tem sido referência, para alguns socialistas, para garantir o êxito da campanha presidencial e estadual deste ano. Até então, Campos concorreria à presidência da República, ao lado da ex-senadora Marina Silva (PSB). 

O primeiro passo foi à transformação de uma das últimas frases de Campos, como slogan da nova campanha que começa a ser estruturada a partir desta semana. Na entrevista que concedeu ao Jornal Nacional, um dia antes de falecer, ele pontuou que não desistiria do Brasil. Nos bastidores, o PSB usará os dizeres para referendar a postulação de Marina. 

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Agora com a fatalidade e a divulgação de pesquisas que trazem de volta o ativo de votos da ambientalista, eles pontuam que a morte de Campos acelerou o processo de conhecimento já esperado. 

“Hora nenhuma ele tinha dúvida que iria para o segundo turno. Ele sabia que quando as pessoas prestassem atenção ao programa de governo através da imprensa e da propaganda eleitoral ele seguramente iria ter adesão suficiente para ir ao segundo turno”, frisou o coordenador do programa de governo da coligação, Maurício Rands, antes de um encontro da Frente Popular, nesta segunda-feira (18), no Recife.

“A tragédia acelerou este processo. O Brasil acorda com a tragédia, na percepção de um projeto de futuro que foi articulado por Eduardo Campos. Vai ser agora continuado por Marina”, completou o coordenador.

A expectativa deles é que em Pernambuco o cenário tenha a mesma desenvoltura nacional, ampliando as intenções de voto para o postulante ao governo do estado, Paulo Câmara (PSB). Durante o evento de hoje, Câmara adaptou a frase de comoção nacional trazendo-a para o âmbito estadual. “Eduardo Campos disse que não ia desistir do Brasil. E eu não vou desistir de Pernambuco. É trabalho e coração”, discursou, frisando que os próximos dias serão embasados em “bons sentimentos” e referendando o desejo de Campos em elegê-lo. 

Segundo Maurício Rands, o fator principal em Pernambuco é que antes do falecimento de Campos, a população não sabia que Câmara representava a continuidade e agora sabem. “Aqui em Pernambuco isso (a ampliação dos votos) também vai acontecer com Paulo Câmara, Eduardo queria que trivesse continuidade, mas nem todos sabiam que Paulo representava esta continuidade. Agora com a tragédia conhecem”, destacou. 

Lembrando da última conversa que teve com Eduardo Campos, o candidato a senador, Fernando Bezerra Coelho (PSB), também reforçou a utilização do conhecimento tão rápido de Campos como base fundamental para endossar candidaturas. “Veja que peça a vida nos pregou. Em 48 horas o Brasil conheceu o que nós já conhecíamos. Na última vez que nos vimos, em Bodocó, ele disse ‘o jogo vai começar quando eu sentar na bancada do JN. O povo vai me conhecer’”, frisou. 

Os socialistas agora têm pouco mais de 45 dias para reformular a agenda e voltar às ruas com as campanhas estadual e nacional. No palanque estadual, a voz de Eduardo Campos vai ecoar através de um vídeo onde ele pede votos para Paulo Câmara. No âmbito nacional, o apelo pela perda do presidenciável se unirá aos votos guardados para Marina, antes direcionados como nulos ou branco em pesquisas. 

Foi inaugurado, na manhã desta segunda-feira (18), o Viaduto Governador Eduardo Campos, em Salvador. Fundada pelo Governador Jaques Wagner (PT), a obra, de 380 metros de extensão, integra o Complexo Imbuí-Narandiba, composto por três viadutos e novas vias de acesso para facilitar a mobilidade do centro da capital baiana. Este é o segundo viaduto do complexo a ser inaugurado.

Eduardo Campos e Jaques Wagner trabalharam juntos durante o primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2006, venceram as eleições para os governos de Pernambuco e da Bahia, e mantinham contato constante até Campos decidir se candidatar à presidência nas eleições de 2014.  

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O cemitério de Santo Amaro amanheceu nesta segunda-feira (18) com a presença de admiradores do ex-governador Eduardo Campos. Apesar da movimentação ser bem menor do que a contabilizada no domingo – cerca de 20 pessoas estão no cemitério nesta manhã, muitos populares ainda aproveitam para fazer orações, trazer flores, tirar fotos e prestar suas últimas homenagens. 

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A cozinheira Aldilene de Santana não pôde comparecer ontem ao enterro, pois estava trabalhando. Assim que largou do serviço, foi direto ao cemitério. “Eduardo era uma pessoa muito boa, a gente nem acredita no que aconteceu. Queria tanto ele como presidente. Votava na família desde Miguel Arraes”, lembra Aldilene. O pedreiro João Batista é outro que não participou da cerimônia do domingo e resolveu comparecer nesta manhã. “A população está sentindo muita falta. Ele era uma boa pessoa e com certeza governaria bem o Brasil”, comenta Batista.

A grande quantidade de pessoas presentes no cemitério no domingo (17) - 30 mil, segundo levantamento da Polícia Militar (PM) - , entretanto, trouxe prejuízos ao local. Diversas jazidas foram quebradas. Um funcionário do cemitério disse que as avarias não existiam antes da tarde de ontem, quando muitos populares subiram em túmulos para enxergar o sepultamento de Eduardo Campos.

Com informações de Alexandre Cunha

Confira no vídeo a seguir como foi toda a despedida de Eduardo Campos no Recife:

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Os funerais do ex-governador Eduardo Campos, ontem, com mais de 160 mil pessoas acompanhando a pé pelas ruas do Recife, só podem ser comparados, em se tratando de comoção, a dois momentos da história recente do Brasil: o suicídio de Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954, e a morte de Tancredo Neves, em 21 de abril de 1985, depois de mais de um mês de agonia.

O que se viu em Pernambuco foi uma consagração a político de massas, como Vargas e Tancredo. Tudo é resultado de um somatório: seu sucesso como gestor público, sua juventude, seu carisma e simpatia, o perfil de pai dedicado aos cinco filhos, neto de um ícone como Miguel Arraes.

Que este blogueiro recorde, nestes 33 anos de jornalismo, fora da política, comoção semelhante só foi vista na morte de Ayrton Senna, ídolo de um esporte não muito popular. Senna era arrojado, colecionava vitórias e títulos e morreu jovem, no auge da carreira. Quando o corpo chegou da Itália, São Paulo parou para se despedir do ídolo.

A tragédia que chocou o Brasil, com repercussão internacional, comoveu homens, mulheres e crianças. Desde o início da manhã de ontem, pernambucanos de vários lugares se concentraram em frente ao Palácio das Princesas à espera do último adeus. Alguns chegaram a dormir sentados encostados na cerca montada pelo Governo para organizar a passagem pelos caixões, ritual que começou pela madrugada e se estendeu até às 16 horas.

Os candidatos Dilma Rousseff, Aécio Neves e Pastor Everaldo vieram para se despedir de Eduardo Campos. O ex-presidente Lula, de quem ele foi ministro, era um dos mais emocionados e, em vários momentos, as câmeras o flagraram chorando. Em uma delas, com Miguel, o caçula de Campos.

Pessoas enroladas a bandeiras do Brasil, de Pernambuco, do Náutico – time de coração do ex-governador – acompanharam com palmas o transporte da urna com os restos mortais do ex-presidenciável da viatura do Corpo de Bombeiro até o local do velório.

Familiares, amigos, políticos, correligionários também prestaram reverência. Marina Silva, vice de Eduardo na chapa do PSB à Presidência, ficou alguns instantes ao lado do caixão (coberto pelas bandeiras do Brasil, de Pernambuco e do PSB). No velório e no cemitério, muita gente, inclusive os filhos de Eduardo, usaram chapéus de palha, marca do governo Arraes em Pernambuco.

Pouco antes do sepultamento as pessoas entoaram o grito de "Eduardo, guerreiro, do povo brasileiro" e palavras de ordem do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Artistas regionais, com os quais Eduardo conviveu, como Alceu Valença, Maciel Melo e Petrúcio Amorim cantaram chorando na despedida.

O poeta Antônio Marinho, um dos símbolos das campanhas históricas de Eduardo, declamou um poema feito especialmente para a ocasião. Durante todo o percurso do caixão levado num carro do Corpo de Bombeiros ao cemitério de Santo Amaro, as pessoas jogaram flores, aplaudiram, gritaram "Eduardo, guerreiro do povo brasileiro" e cantaram o hino nacional.

Em frente ao túmulo, se acomodaram em cadeiras para assistir à cerimônia Renata, os filhos, a mãe de Eduardo Campos, a ministra do Tribunal de Contas da União Ana Arraes, o irmão Antônio Campos, Marina Silva e outros familiares.

Mas o caixão foi rapidamente sepultado, após o toque fúnebre de uma trombeta. Renata e os filhos se despediram com beijos no caixão e aos gritos de "Eduardo, guerreiro do povo brasileiro". Quando o caixão foi colocado no túmulo, fogos de artifício começaram a estourar e a homenagem durou 20 minutos.

Só estadistas geram paixão popular. O que é a paixão se não uma emoção gratuita. Não há causas que a expliquem. Mas, quando acontece, ela age como uma artista: da paixão surgem cenas de beleza. E foi isso que viu, ontem, no Recife, desde a chegada dos restos mortais na Base Aérea ao sepultamento.

Ao acompanhar a multidão, também andado a pé, pensei: Eduardo sonhou e fez o povo sonhar. Era esperançoso e trouxe esperança. Todo conhecimento começa com o sonho. O sonho nada mais é que a aventura pelo mar desconhecido, em busca da terra sonhada.

Mas sonhar é coisa que não se ensina, brota das profundezas do corpo, como a alegria brota das profundezas da terra. Como mestre dos sonhos e da esperança, Eduardo era daqueles que pensavam assim: “Contem-me os seus sonhos para que sonhemos juntos.”

CHANCES ZERO– Bobagem as especulações de que o candidato a governador pela Frente Popular, Paulo Câmara, seria trocado, conforme alguns blogs e portais chegaram a noticiar. Quem entra numa dessa não sabe discernir alhos de bugalhos: uma eventual rifada em Câmara, após uma tragédia de tamanha dimensão, seria uma traição abominável ao pai da criatura, sepultado ontem.

Vai topar? – Está recheada de uma grande expectativa a reunião que Renata Campos convocou para hoje, às 10 horas, na Blue Angel. Ninguém sabe ainda o seu pensamento em relação ao desejo de muitos aliados, de que aceite a convocação para vice de Marina.

Filhos, a missão– O governador João Lyra Neto rechaça qualquer possibilidade de Renata vir a ser a vice, porque sua missão, segundo ele, é cuidar dos cinco filhos que ficaram órfãos de pai. A contribuição que a viúva dará, na visão do governador, está muito além, empunhando o legado de Eduardo sem a necessidade de entrar em qualquer disputa.

Renata senadora– De Salgueiro, onde acompanhou o sepultamento de Eduardo pela televisão, com a mesma comoção dos sertanejos que se deslocaram até ao Recife, o vereador Sargento Almir (PMDB) diz que teve um sonho: Fernando Bezerra, candidato a senador, seria deslocado para a chapa presidencial como vice de Marina. E a vaga ao Senado seria disputada por Renata Campos.

A vice natural– Já o prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), disse que irá à reunião de hoje com Renata para emitir uma opinião, que não será partidária, já que o seu partido no plano nacional está com Dilma: a indicação da viúva para vice de Marina. “Neste episódio dramático e chocante, Renata deu demonstração de que é uma guerreira. O Brasil precisa dela neste momento”, afirmou.

CURTAS

FORTALEZA– Em nenhum momento, desde a confirmação da tragédia, quando disse que não estava em seu script até ontem, quando sepultou o marido ao lado dos filhos, a viúva Renata Campos deixou ser vencida pelo abate. Foi, como o Brasil inteiro testemunhou, uma guerreira.

RITUAL– O PSB reúne amanhã seus governadores em Brasília depois de missa na Catedral pelo sufrágio da alma de Eduardo. Na quarta, o diretório nacional bate o martelo pela candidatura de Marina e escolhe o vice. O mais cotado é o gaúcho Beto Albuquerque.

Perguntar não ofende: A vida recomeça hoje? 

Milhares de pessoas foram ao Palácio do Campo das Princesas para se despedir do ex-governador Eduardo Campos. Em cada rosto era possível ver expressões abatidas, consternação, incredulidade e lágrimas. A relação de Eduardo Campos com o povo pernambucano fez da tragédia em Santos um luto coletivo. Arrisco-me a dizer que este luto ultrapassou os limites de Pernambuco e se fez no Brasil inteiro.

Eduardo Campos não foi um simples político. Ele tinha sensibilidade e entendia as necessidades do povo. Em seus governos, Campos apoiou a educação, o esporte, a cultura. Talvez seja difícil para quem não é pernambucano entender o significado de Campos para o nosso Estado.

Alvirrubro e amante do futebol como boa parte dos brasileiros, Eduardo apoiou o Sport na conquista da Copa do Brasil e o recebeu o Santa Cruz, campeão pernambucano. Foi dele a criação do programa Bolsa-Atleta – que incentiva atletas olímpicos – e a retomada do programa Todos com a Nota. Dele também as articulações e a candidatura de Pernambuco na Copa do Mundo e na Copa das Confederações.

Pequenas cidades do interior também receberam a atenção de Eduardo - receberam investimentos em escolas, hospitais e quadras esportivas. Vale lembrar que seu avó, Miguel Arraes, ainda hoje é ovacionado pelos sertanejos por suas atenção durante sua trajetória política - o programa Chapéu de palha, que empregava canavieiros, no período de entressafra, na construção de pequenas obras públicas, até hoje continua em execução.

Desde sua participação como secretário de governo no mandato de seu avô ou como deputado federal, quando criou e assumiu a presidência da Frente Parlamentar de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Natural Brasileiro, Eduardo sempre incentivou a cultura. Como governador de Pernambuco, ele consolidou o Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), que beneficiou a produção cinematográfica pernambucana. Eduardo compreendia a importância da cultura pernambucana, inclusive nomeando o mestre Ariano Suassuna para a pasta durante seu governo.

Como político, Eduardo Campos era conhecido pela sua competência gerencial e pelo uso do diálogo como uma ferramenta dentro das suas relações político-partidárias. Com Campos, Pernambuco teve avanços significativos nas áreas de segurança, educação, saúde e na geração de empregos. Eduardo era um político diferente, com chances reais de ser presidente da república, se não nesta eleição, na de 2018.

A última entrevista concedida por Campos foi ao Jornal Nacional, da rede Globo. Na ocasião, a equipe do programa pesquisou sobre envolvimento dele em atos de corrupção e não encontrou nada. O seu carisma e sua forte presença política eram as qualidades que certamente levariam ao crescimento da candidatura. Eduardo Campos representava, para milhões de brasileiros, a esperança de um novo tempo na política brasileira.

Sua história enriqueceu a nossa vida política, pelo exemplo de honradez, dignidade e espírito público. E, em meio às homenagens do nosso povo a Eduardo, uma frase marcou o sentimento dos pernambucanos: “Eduardo Campos, o único presidente do Brasil que não foi eleito”.

Enquanto aguardam a chegada do caixão de Eduardo Campos ao jazigo da família no cemitério de Santo Amaro, no Recife, um grupo de populares entoava gritos contra a presidente Dilma Rousseff e pedindo que a viúva Renata Campos integre a chapa do PSB à Presidência da República, junto com Marina Silva.

"Fora Dilma, agora é Marina" e "Marina e Renata" eram gritos ouvidos dentro de cemitério. Militantes do PSB carregam bandeiras do partido e camisetas com a frase "não vamos desistir do Brasil", dita por Eduardo Campos na última terça-feira, 12, em entrevista no Jornal Nacional, da TV Globo. Campos, candidato do PSB à Presidência da República, morreu na última quarta-feira, 13, em um acidente aéreo em Santos, no litoral paulista.

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Também foram espalhadas faixas por toda a cidade do Recife, confeccionadas pelo PSB, dizendo: "seus ideais permanecem vivos em cada um de nós". Faixas e camisetas também tinha a foto do presidenciável, com data de nascimento e morte.

O candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara, colocou caminhões de som no trajeto percorrido pelo cortejo fúnebre. Foram acionados os jingles da campanha de Eduardo Campos e Marina Silva; além de jingles de campanhas anteriores de Campos.

Não há impedimentos legais para que a viúva de Eduardo Campos dispute a eleição presidencial deste ano na chapa que era encabeçada pelo marido morto na quarta-feira, 13, em acidente aéreo, como informou o jornal O Estado de São Paulo.

O primeiro programa da propaganda eleitoral do PSB vai homenagear o ex-governador Eduardo Campos, morto num acidente aéreo na quarta-feira passada, dia 13. De acordo com informação de dirigentes do PSB, o programa falará dos sonhos de Campos e fará referência à última frase que ele disse no Jornal Nacional, na entrevista concedida um dia antes de morrer: "Não vamos desistir do Brasil".

"A ideia é mostrar imagens e declarações de Campos ao longo da pré-campanha e da campanha. Será um programa mais plástico, emocional, com imagens bonitas, seleção de frases marcantes", disse o presidente da legenda, Roberto Amaral. Deverão ser mostradas também as imagens do encontro entre Campos e Marina Silva, quando a ex-ministra anunciou sua filiação ao PSB, logo depois de ter o registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por falta das assinaturas exigidas.

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Amaral disse ainda que o roteiro final do programa não foi apresentado à cúpula do partido, que só vai vê-lo a partir de segunda, 18, a tempo de mandá-lo para as emissoras de televisão e rádio.

Embora a ex-ministra Marina Silva seja também personagem do programa, ela ainda não será apresentada como a substituta de Campos, porque a decisão a esse respeito sairá apenas no dia seguinte. Do ponto de vista legal o PSB considera que não pode apresentar Marina como candidata a presidente sem antes oficializar a escolha e pedir o registro do nome dela no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), bem com do candidato a vice.

A coligação do PSB conta com 2min3s de propaganda em cada bloco de 25 minutos diários, distribuídos entre os todos as candidaturas.

O velório do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, esteve repleta de políticos e autoridades, durante a madrugada deste domingo (17), no Palácio do Campo das Princesas – sede do Governo de Pernambuco. Mas poucos ficaram até o sepultamento, que ocorreu no Cemitério de Santo Amaro, no centro do Recife, no início da noite.

Entre os poucos políticos que compareceram: Rodrigo Rollemberg (senador de Brasília pelo PSB), o candidato ao Governo de Pernambuco e o vice, respectivamente, Paulo Câmara e Raul Henry. O prefeito do Recife, Geraldo Julio, também esteve presente junto com o candidato ao senado pelo PSB, Fernando Bezerra Coelho. Marina Silva chegou ao cemitério, com um buquê de flores nas mãos, na companhia da viúva de Eduardo, Renata Campos, dos quatro filhos, Maria Eduarda, Pedro, João e José Campos, e da mãe dele, Ana Arraes – Ministra do Tribunal de Contas da União.

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O deputado estadual pelo PSB, André Campos, foi o primeiro político a chegar no cemitério. “Eduardo era uma pessoa que corria atrás do que queria. A ficha só vai cair hoje, quando a vida recomeçar.” Comentou o deputado.

Perguntado sobre as vaias que o ex-presidente Lula e que a presidenta Dilma Rousseff receberem durante a missa campal, na manhã do domingo, Campos afirmou que em um momento como esse é necessário perdoar a população. “Eduardo era muito próximo de Lula, o que eles tinham era divergências políticas, nada pessoal. Foi um momento de muita emoção, as vaias não vieram da população, foi de parte dela.” Afirmou André.

Como medir o carinho do povo por um homem público? Talvez seja uma tarefa que não é possível de ser feita, porém, o Recife viveu neste domingo (17) um momento histórico e que mostrou a todos os cantos do Brasil os sentimentos das pessoas por um político: respeito, tristeza, agradecimento e saudade. Milhares de pessoas seguiram os restos mortais do ex-governador de Pernambuco e presidenciável, Eduardo Campos. Foram do Palácio do Campo das Princesas, área central da capital pernambucana, até o desfecho no Cemitério de Santo Amaro.

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Os relógios marcavam mais ou menos 16h30, quando o cortejo, conduzido pelo caminhão do Corpo de Bombeiros, saiu do Palácio com destino ao cemitério. Amigos, familiares e autoridades seguiram o percurso no veículo, todos movidos pela emoção de se despedir de Campos. Mas foi o povão, vindo de várias cidades nordestinas e em meio a muito aperto e calor, que deu com vigor o último adeus ao ex-governador. “Eduardo, guerreiro, do povo brasileiro” foi o grito entoado pelos admiradores. Questões políticas também incentivaram outro grito: “Fora PT!”.

Nas ruas do centro do Recife, tanto as pessoas que acompanharam o cortejo, quanto o público que aguardava o caixão com os restos mortais, acenaram e entoaram gritos de apoio à família Campos. Renata (esposa) era uma das mais acarinhadas pelo povo, além de João, de 20 anos, filho mais velho de Eduardo e cogitado para seguir os caminhos políticos do pai. O pedido a Marina Silva, até então candidata a vice, também foi destaque: “Marina presidente”. Crianças, jovens, idosos, negros, brancos, enfim, pessoas diversas formaram o “mar de admiradores”.

E nesse mar, em meio à multidão, dona Nazinha da Silva, cabeleireira do bairro de João de Barros, no Recife, teve a dura, porém honrada missão de conduzir sua filha, Natália Maria da Silva, 27 anos. A jovem tem deficiência física, causada por um problema de parto no seu nascimento. Natália é fã de Eduardo e pediu à mãe para acompanhar o cortejo. “Ela ama Eduardo. A morte dele nos deixou muito tristes mesmo. Eu não podia deixar de trazer ela. Nós tínhamos que nos despedir dele”, disse dona Nazinha.

Os cabelos brancos do aposentado Tomáz de Aquino, de 80 anos, se destacava entre a multidão que aguardava o fim do cortejo próximo à entrada principal do Cemitério de Santo Amaro. A idade não foi problema para ele, que, como um jovem atleta, percorreu todo o percurso a pé. “Eu gostava muito de Eduardo Campos e ele gostava muito do povo de Pernambuco. A tristeza no meu coração é enorme. Quase não acredito. Eduardo morreu, a família sofre e o Brasil perdeu”, falou o aposentado.

Na entrada do Cemitério, soldados da Polícia Militar de Pernambuco aguardavam a passagem do corpo para uma homenagem. A salva de tiros foi uma das homenagens prestadas pela PM, fato que orgulhou o cabo José Carlos Neves. “É um sentimento de tristeza que guardo em mim, mas, de muito orgulho também. Eu faço parte da história. É uma honra para mim”, relatou, antes dos tiros.

De portões abertos, o Cemitério de Santo Amaro aguardava a chegada do cortejo. Além da multidão que acompanhava o caminhão dos Bombeiros, outro grande número de populares ansiava para se despedir do corpo de Eduardo. Muita gente queria registrar o fato histórico e para isso foi necessário se agruparem em cima de altos túmulos para fotografar. Porém, por causa do grande número de pessoas, em alguns momentos, houve tumulto e alguns se machucaram.

Passava das 19h quando o corpo de Eduardo Campos foi colocado na cova, ao lado do corpo de seu avô, Miguel Arraes, sepultado em 2005. Os gritos de carinho por Campos foram somados ao barulho ensurdecedor de cerca de 20 minutos de fogos. Chegava ao fim a dolorosa despedida do homem que queria e sonhava em ser presidente da República, mas pode ter mudado - e sem dúvida marcou - a história do Brasil mesmo sem se eleger.

O segundo filho do ex-governador Eduardo Campos (PSB), João Campos, 20 anos, assumiu uma postura política durante o velório e enterro do pai neste domingo (17). Indicado como sucessor da família para as próximas disputas eleitorais e diante da militância socialista, o estudante de engenharia liderou por muitas vezes as homenagens ao pai, entoando gritos de guerra de campanha. 

Já mencionado por familiares, socialistas e parlamentares como o detentor da “herança de Arraes”, João esteve sempre firme, ao lado do caixão do pai, juntamente com a serenidade da mãe, Renata Campos. Apesar de ter aberto mão de comandar a Secretaria Estadual de Juventude do PSB, a partir de agora ele se envolverá mais com a militância socialista para manter a tradição que vigora desde o bisavô dele, Miguel Arraes. 

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Nesta segunda (18), ele deve referendar esta postura durante uma reunião que acontecerá com os partidos da Frente Popular. A expectativa é que João se envolva na campanha e que Renata seja vista, agora, como “a líder” para que o partido não se sinta órfão. 

“Renata é militante não é de hoje. Ela tem programas até premiados, como o Mãe Coruja. O PSB precisa de alguém para sentir Eduardo por perto. Ela e João são duas pessoas que assumirão este papel”, afirmou o coordenador do programa de governo nacional do PSB, Maurício Rands, em entrevista ao Portal LeiaJá

A Frente Popular de Pernambuco vai se reunir nesta segunda, quando se comemora o aniversário de Renata, às 10h, na casa de eventos Blue Angel, no bairro da Madalena, área central do Recife.

Um homem passou mal e teve de ser socorrido durante o enterro do ex-governador Eduardo Campos, no Cemitério de Santo Amaro, no Recife. O Corpo de Bombeiros levou o rapaz numa maca antes mesmo do sepultamento ser concluído. A identidade e a idade, nem para qual unidade de saúde que o homem não foram divulgadas.

No momento em que o caixão entrava no cemitério, outras pessoas também passaram mal devido ao tumulto. No entanto, o Corpo de Bombeiros não registrou mais ocorrências.

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Chegou ao fim o funeral do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos. Por volta as 18h30, os familiares e a multidão que se reuniu no cemitério de Santo Amaro para a despedida de Eduardo. Nos momentos finais do sepultamento, por cerca de 19 minutos, foram lançados uma grande queima de fogos de artifício em homenagem a Campos. 

A viúva Renata Campos e os filhos de Eduardo permaneceram unidos até o momento final do enterro. O filho mais velho, João Campos (20), ajudou os coveiros a enterrarem seu pai. Assim como Renata, João em um último sinal de carinho, beijou algumas flores e colocou em cima do caixão do pai. 

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Após a queima de fogos as pessoas que acompanhavam o sepultamento permaneceram no local cantando músicas de louvor e uma das frases de ordem mais esbravejadas durante o velório e enterro: "Eduardo, guerreiro, do povo brasileiro". 

Morte - O ex-governador morreu em um acidente aéreo na última quarta-feira (13), quando seguia para um compromisso de campanha em Santos, no litoral de São Paulo. No jato estavam quatro pessoas da equipe de campanha de Campos, além do piloto e copiloto.

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