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Depois de viralizar nas redes sociais com o bordão "você quer me calar?", a candidata do PCO ao governo do Piauí, Lourdes Melo, foi barrada de concorrer ao cargo. A impugnação da candidatura foi unânime no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PI). A decisão, tomada nesta semana, foi fundamentada no fato de que o registro da candidatura do vice de Lourdes, Cloves José, foi feito um dia depois do prazo previsto em lei.

Assim, a chapa toda foi impugnada. Lourdes afirmou em suas redes sociais que seu nome "estará nas urnas para ser votado" e que "esta medida infundada está sendo sanada". Recentemente, Lourdes também voltou a ser assunto nas redes após incluir um "bate-papo com vizinhas" na agenda oficial.

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A candidatura a deputado estadual do ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho, Lula Cabral (Solidariedade), foi impugnada por determinação do Tribunal Regional Eleitoral em Pernambuco (TRE-PE). A decisão foi tomada nesta sexta-feira (9), por unanimidade, durante sessão plenária. A assessoria do candidato informou, em nota, que Lula Cabral entrará com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A corte considerou a decisão da Câmara de Vereadores do município que rejeitou as contas do ex-prefeito e que as razões para a rejeição configuraram irregularidade insanável e ato doloso de improbidade administrativa. 

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A relatora do caso foi a desembargadora eleitoral Iasmina Rocha, que acolheu a impugnação proposta pelo Ministério Público. O ponto central do pedido de impugnação é a rejeição das contas de governo de 2017 por parte da Câmara Municipal, que apontou irregularidades na transferência de recursos do fundo de previdência dos servidores municipais, a Caboprev.

A defesa do ex-prefeito alegou que a Câmara havia extrapolado seus limites, pois, em seu parecer de análise das contas globais da gestão de 2017, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) havia recomendado a sua aprovação com ressalvas. Mas a relatora do caso, Iasmina Rocha, não acolheu a argumentação. 

Ela sustentou que o trabalho dos vereadores não ficou junto à análise global das contas, como fez o TCE, mas aprofundou a análise no tocante ao dano ao erário por alegados desvios na Caboprev.

A relatora enfatizou que, ao rejeitar as contas do ex-prefeito, os vereadores se valeram de dados de um inquérito da Polícia Federal, da Ação Penal movida pelo Ministério Público Federal contra o ex-prefeito e em Relatório Complementar da Auditoria Especial, em trâmite no TCE, que apontam dano ao erário de R$ 88.039.127,07 por “aplicações financeiras ilegais dos ativos” da Caboprev nos fundos Terra Nova”.

“Em verdade, além de analisar o Parecer Prévio do TCE/PE, a Câmara apreciou o desempenho da administração no exercício, sob um prisma mais amplo do que a averiguação do TCE, que, de acordo com a própria decisão da Corte de Contas, se ateve ao mínimo necessário para auditoria das contas de gestão”, afirmou a relatora.

No julgamento, foi evidenciado que contra o ex-prefeito pesa, além da rejeição de contas, uma condenação por improbidade administrativa transitada em julgado no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 16/06/2020.

Através de nota, a assessoria de Lula Cabral ressaltou que “a campanha do candidato continua nas ruas, nas redes sociais, no guia eleitoral e nas inserções de TV e rádio”. “Seu nome, número e foto estarão na urna eletrônica e os votos serão computados normalmente. A decisão do TRE não é definitiva. Lula Cabral vai recorrer e a palavra final será do TSE.  Portanto, não é verdade dizer que Lula Cabral não é candidato, isso só colabora com a desinformação da população”.

A Justiça Eleitoral em Pernambuco negou seis pedidos de candidaturas a deputado, nesta sexta-feira (2). Entre elas, está o pedido do ex-apresentador de TV, Denny Oliveira (Podemos), condenado, em 2007, por atentado violento ao pudor contra adolescentes.  

As candidaturas impugnadas se deram por condenações em órgãos colegiados, o que gerou a inelegibilidade dos postulantes, e por não aprovação na convenção partidária.

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No caso de Denny Oliveira, o TRE o considerou inelegível em decorrência de condenação criminal por violência sexual, cujo trânsito em julgado aconteceu em novembro de 2014 e sua punibilidade foi extinta em setembro de 2021, após o cumprimento de pena. Porém, o tribunal acolheu os argumentos do Ministério Público de que a legislação eleitoral prevê a suspensão dos direitos políticos por 8 anos após o cumprimento da pena de condenados por crimes contra a liberdade sexual – prazo que se encerra em 2029.

Foram indeferidas a partir de impugnações formuladas pelo Ministério Público as candidaturas dos candidatos a deputado federal Denny Oliveira Lima (Podemos), José Martins da Silva Júnior (PV), Cristiano Nascimento da Silva, o Cristiano do Café (PT), e Benjamim Paulo Pires Neto (União Brasil). 

Já em relação ao pretenso candidato José Martins da Silva Júnior, pesou contra ele uma decisão administrativa de demissão do serviço público pelo cometimento de irregularidades. Ele era servidor do Ministério do Meio Ambiente e foi excluído dos quadros em junho deste ano, ficando inelegível por oito anos.

No que se refere à candidatura de Cristiano do Café, o tribunal acolheu o pedido de impugnação de candidatura por haver, contra ele, condenação de crime contra a administração pública, o que o torna inelegível. Por conta dessa pendência, ele não apresentou certidão negativa criminal.

Por fim, o candidato Benjamim Paulo Pires Neto teve sua candidatura a deputado federal impugnada a pedido do seu próprio partido, União Brasil, por ele não ter sido escolhido em convenção. Ele alegava fraudes e irregularidades na convenção partidária e que, por conta dessas irregularidades levantadas, seu nome não teria sido aprovado. O tribunal, porém, não acolheu os argumentos e impugnou seu registro.

Filiação

Duas outras candidaturas foram indeferidas por irregularidades formais. A candidata a deputada estadual Josivânia Maria Barbosa estava registrada na lista de postulantes pelo Republicanos, mas teve seu registro indeferido porque ela estava filiada a outro partido, o União Brasil.

A candidata a deputada estadual Júlia Patriota Sérvulo da Costa teve seu registro indeferido pelo mesmo motivo: ela se apresentou como postulante do Agir, mas estava filiada ao Democracia Cristã. Além disso, ela apresentou uma fotografia em desacordo com o determinado pela legislação.

Em sessão plenária nesta segunda-feira (29), o Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) julgou procedente o pedido de impugnação de candidatura a deputado estadual de Glauco Matias de Souza, pelo Republicanos. Contra ele, há uma decisão de demissão dos quadros do Tribunal de Justiça (TJPE) após um processo administrativo constatar irregularidades na atuação do então servidor. É o primeiro caso de impugnação de candidatura acatada pelo tribunal nas Eleições de 2022. Cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

À unanimidade, a corte seguiu o voto do relator do caso, o desembargador eleitoral Carlos Gil Rodrigues Filho, que acolheu os argumentos levantados pela Procuradoria Regional Eleitoral de que o pretenso candidato é inelegível por 8 anos em razão da sua demissão – ela se efetivou em fevereiro de 2017.

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Além de considerar a gravidade da condenação, o tribunal também não acatou o argumento do pretenso candidato, de que havia ajuizado ação judicial anulatória em face do processo administrativo que redundou com a sua demissão. “Tão e somente o ajuizamento de uma ação de natureza anulatória não suspende os efeitos da penalidade aplicada ao pretenso candidato. É necessária uma decisão judicial que assim o faça”, destacou o relator, Carlos Gil Rodrigues Filho.

Prestação de Contas

Na mesma sessão, o tribunal indeferiu o registro de outra candidatura a deputado estadual do Republicanos, a de José Humberto da Silva, por ele não estar quite com sua prestação de contas de candidato em 2020, quando concorreu ao cargo de vereador. 

“A Resolução TSE nº 23.609/2019, que dispõe sobre a escolha e o registro de candidatas e candidatos para as eleições, traz, em seu art. 28, § 2º o preceito de que a quitação eleitoral, para fins de registro de candidatura, deve abranger a plenitude do gozo dos direitos políticos, o regular exercício do voto, o atendimento a convocações da Justiça Eleitoral para auxiliar os trabalhos relativos ao pleito, a inexistência de multas aplicadas, em caráter definitivo, pela Justiça Eleitoral e não remetidas, e a apresentação de contas de campanha eleitoral (art. 11, § 7º, da Lei nº 9.504/97)”, afirmou o relator do caso, o desembargador eleitoral Carlos Gil Rodrigues Filho, no que foi acompanhado à unanimidade pelos demais desembargadores.

Dois ex-governadores do Rio podem ter seus pedidos de registro de candidatura cassado antes mesmo da eleição. O Ministério Público Eleitoral questionou e pediu o indeferimento de 24 registros no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no Rio de Janeiro até o momento, entre eles os de Anthony Garotinho (União) e Wilson Witzel (PMB). Além dos ex-ocupantes do Palácio Guanabara, a Procuradoria Regional Eleitoral pediu ainda a impugnação de Washington Reis (MDB), candidato a vice de Cláudio Castro (PL), e Cesar Maia (PSDB), que disputa o posto de vice ao lado de Marcelo Freixo (PSB).

O MP eleitoral contestou os registros de Maia e Reis por condenações em processos de improbidade administrativa e criminal em decisões colegiadas. Candidato a vice de Freixo, o ex-prefeito do Rio teve os direitos políticos cassados pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região, em 2020. Ele foi acusado de irregularidades na gestão contratual de obras da Vila Pan-Americana. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, em julho, suspender os efeitos da cassação. Mas o MP argumentou que a suspensão dos direitos políticos está fixada em legislação.

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Em decisão nesta semana, o TRE entendeu que Maia não está inelegível. Afirmou que "não há que se falar na abertura de fase probatória nos autos".

"Tendo em vista a ausência de requerimento de produção de outras provas, tanto pelo Ministério Público Eleitoral, na exordial da Ação de Impugnação de Registro de Candidatura de ID 31179134, quanto pelo impugnado na contestação de ID 31194332, de acordo com o art. 40, § 4º, e 41, caput, da Resolução TSE n.º 23.609/2019, não há que se falar na abertura de fase probatória nos presentes autos", decidiu o TRE.

Já o ex-prefeito de Duque de Caxias Washington Reis foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes contra a administração pública e o meio ambiente, em 2021. Ele foi condenado a sete anos, dois meses e quinze dias de reclusão, em regime semiaberto, e ao pagamento de multa. O ex-prefeito recorreu de decisão. Em 2020, a Segunda Turma do Supremo suspendeu os efeitos da decisão até o julgamento dos pedidos da defesa de Reis.

O último recurso deve ser julgado nesta terça-feira (30). O caso será analisado pela Segundo Turma do STF após ser pautado pelo ministro André Mendonça. Caso o STF mantenha a condenação, Reis pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa e se tornar inelegível. O ex-prefeito de Duque de Caxias diz que aguarda a decisão do STF.

Ao participar da Marcha Para Jesus no Rio com Bolsonaro e Castro, o ex-prefeito de Caxias afirmou que "sempre ganha". "Todo ano eles pedem e eu ganho".

O ex-governador Anthony Garotinho não quis se pronunciar sobre o pedido de impugnação. A defesa diz que vai se manifestar nos autos.

Em relação a Witzel, alvo de impeachment por irregularidades na área da Saúde, o MP ressaltou que o ex-governador está inelegível por cinco anos por decisão do Tribunal Especial Misto.

"A condenação imposta a Wilson José Witzel o restringe de exercer seus direitos políticos passivos e qualquer outro cargo público, ainda que não seja de natureza política, como é o caso daqueles providos por concurso público", afirmam os procuradores regionais eleitorais Neide Cardoso de Oliveira e Flávio Paixão.

Após a ação do MP, Witzel afirmou nas redes que "nada consta" contra ele. O ex-governador compartilhou uma certidão negativa de condenações por improbidade administrativa. A decisão de inelegibilidade, no entanto, foi tomada no âmbito do julgamento do impeachment.

Bolsonarista, o deputado federal Daniel Silveira (PTB) também teve sua candidatura contestada. A PRE diz que o STF condenou Silveira a mais de oito anos de prisão e à perda do mandato por coação em processo e "por incitar a tentativa de impedir o livre exercício de poderes da União". Apesar da decisão do presidente Jair Bolsonaro de conceder graça ao deputado, anulando os efeitos da condenação, a procuradora regional eleitoral Neide Cardoso de Oliveira, diz que o indulto não altera os efeitos do pedido do MP.

"O aludido decreto presidencial [do indulto] tem se sujeitado a muita controvérsia, no âmbito acadêmico e político. Entretanto, o que não é controverso, muito pelo contrário, e sedimentado pela jurisprudência pátria, não é de hoje, é que o indulto não alcança os efeitos secundários da pena ou extrapenais, fruto de decisão condenatória, no caso, do Supremo Tribunal Federal, por incitar a prática do crime de tentar impedir o livre exercício de qualquer dos poderes da União e coação no curso do processo", afirma a procuradora regional eleitoral.

O Ministério Público Eleitoral se debruçou ainda sobre candidaturas de deputados federais e estaduais. A PRE apresentou outras 20 ações contra candidatos a deputados federais e estaduais.

O Ministério Público Eleitoral em Pernambuco apresentou ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), desde o dia 2 de agosto até esta quinta-feira (18), 19 ações de impugnação de registro de candidatura para o pleito deste ano. Dessas, 12 são de candidatos que pretendem disputar uma vaga de deputado federal e sete de deputado estadual. Não houve impugnação de candidaturas aos cargos de governador e senador.

As ações de impugnação foram ajuizadas com base nas hipóteses previstas na Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar 64/1990). Do total, seis ações foram interpostas devido a condenações criminais e por improbidade administrativa no Tribunal Regional Federal da 5ª Região ou Tribunal de Justiça de Pernambuco. Houve, ainda, quatro casos de inelegibilidade em razão de demissão do serviço público em decorrência de processo administrativo.

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Além disso, oito candidaturas foram impugnadas porque os candidatos tiveram contas públicas rejeitadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) ou do Estado (TCE) ou pela Câmara Municipal, órgão competente para julgar as contas de prefeitos. Também houve um caso de ausência de desincompatibilização (dirigente de autarquia que não se afastou do cargo seis meses antes da eleição).

O procurador regional eleitoral de Pernambuco, Roberto Moreira de Almeida, destaca a importância da análise dos registros para possibilitar uma eleição mais justa. “É de suma importância a observância dos requisitos legais e constitucionais para se concorrer a um cargo eletivo. Cabe ao Ministério Público Eleitoral identificar o preenchimento dos requisitos de elegibilidade. Não os havendo, incumbe ao Ministério Público propor as impugnações pertinentes, mas cabe à Justiça Eleitoral deferir ou não as candidaturas”, declarou Roberto Moreira de Almeida.

Os partidos políticos, federações e coligações tiveram até o último dia 15 para requererem registro de candidatura na Justiça Eleitoral. De acordo com a Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 23.609/2019, após o recebimento dos pedidos de registro, a Justiça Eleitoral publica edital no Diário da Justiça Eletrônico (DJe) com as candidaturas apresentadas, para ciência dos interessados. A norma determina que, após essa publicação, candidatos, partidos, federações, coligações e o MP Eleitoral têm o prazo de cinco dias para impugnar os pedidos de registro.

Pedidos – Foram solicitados 1.106 registros de candidatura em Pernambuco este ano. Destes, 595 para deputado estadual, 461 para deputado federal, 11 para governador e 11 para vice e 9 para senador. Todos os pedidos, impugnados ou não, serão julgados pelo TRE-PE.

O Tribunal avaliará se os candidatos atendem às condições de elegibilidade, como pleno exercício dos direitos políticos, filiação partidária, escolha em convenção e idade mínima para ocupar o cargo que pretende disputar, entre outras. 

O Ministério Público Eleitoral atuará nesses processos, emitindo pareceres sobre o preenchimento ou não dos requisitos necessários para o deferimento do registro das candidaturas. Também poderá recorrer, se discordar da decisão do TRE.

Nomes e cargos a serem disputados, partidos e a motivação dos pedidos de impugnação com os respectivos números dos processos de cada proponente: 

1 – Glauco Matias de Souza Maria – Deputado estadual – Republicanos - Demissão do serviço público - 0600505-90.2022.6.17.0000

2 – Valdecírio de Oliveira Cavalcanti – Deputado federal – Republicanos -​Rejeição de contas TCU - 0600527-51.2022.6.17.0000

3 – Dennison Oliveira Lima - Deputado federal – Pode - Condenação criminal TJ/PE - 0600599-38.2022.6.17.0000

4 – André Luiz Rangel de Farias – Deputado federal – PSDB - condenação criminal TRF5 - 0600648-79.2022.6.17.0000

5 – Márcia Solange Carvalho Lucas Martins - Deputado federal – PSDB - condenação improbidade administrativa - 0600658-26.2022.6.17.0000

6 – Izaias Regis Neto - Deputado estadual - ​PSDB - Rejeição contas Câmara Municipal -0600687-76.2022.6.17.0000

7 – Kaline Bernadete da Silva - Deputado federal – Patriota - Condenação criminal - 0600910-29.2022.6.17.0000

8 – Givanildo Pedro da Silva - Deputado estadual -​Solidariedade - Rejeição contas TCE/PE - 0601046-26.2022.6.17.0000

9 – João Francisco de Lira - Deputado estadual – Patriota - Rejeição contas Câmara Municipal - 0600952-78.2022.6.17.0000

10 – Luiz Cabral de Oliveira Filho - Deputado estadual - Solidariedade - Rejeição contas Câmara Municipal e TCU - 0601035-94.2022.6.17.0000

11 – Waldir Tenório Júnior - Deputado federal – Solidariedade - Condenação criminal TRF5 - 0601020-28.2022.6.17.0000

12 – Adeíldo Paraíso da Silva - Deputado federal – PSOL - Rejeição contas TCU - 0601300-96.2022.6.17.0000

13 – Áureo Cisneiros Luna Filho - Deputado federal – PSOL - Demissão serviço público - 0601308-73.2022.6.17.0000

14 – Eduardo Ayrton Cavalcanti Vasconcelos - Deputado estadual – Avante - Desincompatibilização - 0601105-14.2022.6.17.0000

15 – José Martins da Silva Júnior - Deputado federal – PV - Demissão serviço público - 0600783-91.2022.6.17.0000

16 – João Inocêncio Guido - Deputado estadual – PL - Condenação criminal TRF5 - 0601360-69.2022.6.17.0000

17 – José Augusto Maia - Deputado federal – Solidariedade - Rejeição contas Câmara Municipal e TCU - 0601015-06.2022.6.17.0000

18 – José Luiz de Lima Sampaio - Deputado federal – Solidariedade - Rejeição contas Câmara Municipal - 0601019-43.2022.6.17.0000

19 – Emanuel Dantas do Nascimento - Deputado federal – Demissão serviço público - 0601614-42.2022.6.17.0000

Sete candidatos a conselheiro tutelar no município do Rio de Janeiro tiveram suas candidaturas impugnadas pelo Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) neste domingo (6), quando foram realizadas eleições para escolher os 190 conselheiros (95 titulares e 95 suplentes) que trabalharão nos 19 conselhos tutelares do município de 2020 a 2023.

Marcada por uma disputa entre católicos e evangélicos e por denúncias de participação de milicianos, a eleição promovida pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente do Rio de Janeiro foi movimentada: até as 18h deste domingo, a Ouvidoria do MP-RJ havia recebido 113 denúncias de irregularidades, sendo 58 na capital e 55 no interior.

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Segundo a promotora Rosana Cipriano, que integrou a força-tarefa do MP-RJ responsável por acompanhar a eleição nos 92 municípios fluminenses, a maioria das denúncias dá conta de transporte irregular de eleitores. Mas também há casos de problemas burocráticos na votação e troca de voto por cestas básicas ou outras vantagens indevidas. As denúncias vão dar ensejo à instauração de procedimentos administrativos do MP-RJ em todo o Estado, nos quais serão colhidos depoimentos de testemunhas e analisadas as provas existentes. O procedimento poderá resultar na impugnação de mais candidaturas, por via administrativa ou judicial.

As impugnações realizadas neste domingo se devem a problemas como boca de urna e propaganda fora do prazo legal, segundo o MP-RJ. A Ouvidoria do MP-RJ vai continuar recebendo denúncias para a adoção das medidas cabíveis pelas Promotorias de Justiça.

A filiação do deputado federal Alexandre Frota ao PSDB é alvo de um pedido formal de impugnação assinado pelo ex-senador José Aníbal e o ex-presidente estadual da sigla Pedro Tobias. Em ofício obtido pela reportagem e que foi enviado ao diretório estadual, os tucanos dizem que o pedido de filiação deve ser impugnado "haja vista que o postulante possui vasto histórico de hostilidades ao PSDB e suas mais emblemáticas lideranças, tendo deferido ofensas ao à época Presidente Nacional do partido e candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin."

"O vídeo publicado por Frota na eleição do ano passado é pornografia política. Caracteriza o PSDB como partido da pior espécie. Justo nós que demos rumo ao Brasil com o real. E agora, no dia da sua 'filiação', diz que a deputada Joice (Hasselmann, do PSL) é sua candidata à prefeita de São Paulo. O presidente do PSDB diz sempre que nosso principal objetivo nas eleições de 2020 é a eleição de Bruno Covas", disse Aníbal à reportagem.

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Segundo tucanos, o pedido contaria com o aval de Alckmin. Antes de entrar no PSDB, Frota foi um crítico dos governos do PSDB, especialmente de Alckmin, a quem atacou com palavrões.

Presidente do PSDB de SP, Marco Vinholi afirmou que a representação "não tem nenhum fundamento". "É uma manifestação individual deles, sem respaldo jurídico ou político. Frota tem dado uma boa contribuição no parlamento e vem para o PSDB para apoiar o partido com seu trabalho."

A Coluna do Estadão revelou que o sociólogo Fernando Guimarães, líder do Movimento PSDB Esquerda Pra Valer, decidiu interpelar o governador João Doria pela filiação de Frota.

"O comportamento político reacionário de Alexandre Frota difere de maneira incontornável não apenas dessas doutrinas (históricas da sigla), mas também dos princípios democráticos e republicanos. O governador deve esclarecer se endossa tais manifestações (do deputado)", disse Guimarães.

O sociólogo é alvo de um pedido de expulsão feito pelo diretório do PSDB-SP.

Após o ato de filiação no PSDB, Frota foi questionado sobre as declarações e respondeu que faz parte do "novo PSDB". Tucanos históricos, no entanto, manifestaram desconforto com a entrada de Frota.

O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) se disse triste e classificou, neste sábado (1), como "trauma" a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de impugnar a candidatura do ex-presidente Lula (PT). No entanto, afirmou que o esclarecimento pelo tribunal dará clareza ao processo eleitoral desde já, evitando um tumulto maior às vésperas do primeiro turno, o que, segundo o pedetista, poderia ameaçar a democracia.

"Ter o maior líder popular do País proibido de participar do processo eleitoral é um trauma. No entanto, como em toda tragédia, há um lado bom. Eu estou triste, mas agora pelo menos temos mais clareza do processo eleitoral" declarou em evento de campanha em Curitiba. Ciro afirmou ainda que é preciso esperar as consequências da retirada de Lula e evitou comentar a possibilidade de herdar votos do petista, afirmando que isso "é coisa de coronel" e que Brasil está livre de "currais eleitorais".

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No Paraná, o pedetista participou de uma caminhada no centro de Curitiba pela manhã e, depois, foi sabatinado por integrantes do Sindicato dos Metalúrgicos do Estado. Também visitou a Pastoral da Criança, local em que se comprometeu em apoiar políticas públicas de saneamento básico. Ciro também almoçou na capital paranaense e, à tarde, segue para o interior do Estado, para participar de eventos nas cidades de Francisco Beltrão e Londrina.

No Estado, o PDT perdeu seu candidato próprio na disputa ao governo, com a desistência de Osmar Dias de concorrer nas eleições de 2018. Hoje, o partido integra a chapa do MDB com o deputado federal João Arruda como postulante ao cargo. Ciro classificou a desistência de Osmar de se candidatar como "página virada" e disse confiar que seu "pedaço de identificação com o paranaense está guardado", mesmo sem palanque próprio do partido no Estado.

Durante a visita deste sábado, Ciro esteve acompanhado dos candidatos ao Senado na chapa encabeçada pelo MDB: o senador Roberto Requião (MDB), que busca a reeleição, e Nelton Friedrich (PDT). A coligação paranaense inclui ainda o PCdoB. Questionado sobre uma possível a confusão que o eleitor pode ter diante da aliança, Ciro classificou o processo como "natural". "Jamais houve uma aliança nacional que se replicasse em todo o Brasil de forma coerente", disse.

Apesar de apoiar formalmente o presidenciável, Requião é próximo do PT nacionalmente e recebeu o candidato a vice na chapa petista, Fernando Haddad, em uma visita "de cortesia" na quinta-feira (30). Os petistas pedem aos eleitores que apoiem o segundo voto ao Senado para Requião. Mesmo sabendo que não é o candidato "preferido" do emedebista, Ciro elogiou o parlamentar. "Existe uma figura que o Brasil inteiro admira, que é um tesouro para o país ... que é o Roberto Requião".

O presidenciável do PDT disse também que não pretende "reverter" a preferência do Paraná sobre seu adversário na disputa, o senador Alvaro Dias (Podemos), que já foi governador do Estado. "Ele se dedicou ao Paraná por muito anos e é completamente natural que parte importante do Paraná vote nele", declarou, ressaltando que sua discordância com o candidato é sobre o projeto "conservador" que o senador defende. "O Brasil não aguenta essa agenda."

Aos metalúrgicos da Grande Curitiba, o candidato explorou temas como a geração de emprego e defendeu seu projeto Nome Limpo, em que pretende ajudar brasileiros a quitarem débitos no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). O pedetista também fez menção ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), afirmando que há outras prioridades para o Brasil antes de se debater a discussão ou não de ideologia de gênero nas escolas, pauta do candidato da direita.

Ciro também se comprometeu a revogar a reforma trabalhista da gestão Michel Temer (MDB) e envolver quatro núcleos para discutir o tema: sindicatos, empresariado, universidades e o estudo da legislação internacional. "O Brasil não precisa inventar a roda, se há países que acharam a equação sadia, .. por que não conhecer a experiência e se inspirar?"

Com o impedimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apareça no horário gratuito de propaganda no rádio e na TV como candidato à Presidência da República, o Partido dos Trabalhadores (PT) priorizou, em sua primeira participação no vídeo, a mensagem de protesto. O narrador enfatiza que a Organização das Nações Unidas (ONU) decidiu que Lula poderia ser candidato e ser eleito presidente do Brasil. "Mesmo assim a vontade do povo sofreu duro golpe com a cassação da candidatura de Lula pelo TSE. A coligação 'O povo feliz de novo' entrará com todos os recursos para garantir o direito de Lula ser candidato", diz o narrador.

Na sequência, Fernando Haddad, vice na chapa, faz nova crítica dizendo que não é possível tirar do povo o direito de escolher seu presidente e ainda faz juramento de lealdade ao ex-presidente. O programa traz imagens e entrevista com Lula, que se diz "um inocente julgado para evitar o retorno ao governo".

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Na madrugada deste sábado, 1, o TSE rejeitou o registro da candidatura de Lula e, por esse motivo, ele não pode aparecer nas inserções do partido como candidato. No entanto, não foi cerceado o direito do uso de imagens, como apoiador, e em até 25% do tempo.

Neste primeiro dia de propaganda eleitoral dos presidenciáveis no rádio e na televisão, a maior parte dos candidatos deu ênfase aos slogans que os acompanharão pela campanha.

Quase metade do tempo de 5 minutos e 32 segundos da propaganda na televisão da coligação PTB, PP, PR, DEM, SD, PPS, PRB, PSD e PSDB, que tem como presidenciável Geraldo Alckmin, foi um ataque velado ao candidato pelo PSL, Jair Bolsonaro, que defende o armamento dos cidadãos. O vídeo traz a mensagem de que os problemas não se resolvem na bala. "Eu também estou p. da vida (...) Mas, por mais indignada que eu esteja, e eu estou, muito, eu decidi que neste ano eu não vou vota com raiva. Com raiva gente não pensa e, quando a gente não pensa, a chance de fazer besteira aumenta", diz uma mulher.

A segunda parte apresenta Alckmin como Geraldo, o médico e ex-governador de São Paulo. Na maior inserção entre todos os candidatos, a propaganda mostrava fotos da ex-presidente Dilma Rousseff, do presidente Michel Temer e também de Bolsonaro, com legenda afirmando "não dá para errar de novo".

Se apresentando como o candidato da mudança, sob o bordão "muda de verdade", Bolsonaro, em 8 segundos, diz que está em "defesa da família e da nossa pátria".

Assim como no rádio pela manhã, Ciro Gomes (PDT) focou em sua proposta para o programa "Nome Limpo", que pretende regularizar a situação financeira de 63 milhões de brasileiros, que estão com nome negativado.

O candidato do Podemos, Álvaro Dias, seguiu no discurso da honestidade e, em alusão à situação de Lula, disse: "tem gente visitando a minha cidade Curitiba, para homenagear o político preso". E encerra: "Abra o olho".

O candidato do MDB, Henrique Meirelles, se apresentou dizendo que é a primeira vez que concorre à Presidência da República. Assim como no rádio, citou Lula, mas, na TV, não se esquivou de citar o presidente Michel Temer. Deixou seu bordão "Chama o Meirelles" e encerrou: "Não vou fazer promessas. Posso perder seu voto por isso. Mas prefiro perder seu voto e ganhar seu respeito."

Com tempo diminuto, Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, optou por falar para o público feminino com o slogan: "juntas somos mais fortes. Essa luta é nossa". Em seus segundos disponíveis na TV, o candidato Cabo Daciolo (Patriota) saudou Deus e enfatizou o basta à corrupção.

João Amoêdo (Novo) protestou contra a propaganda eleitoral obrigatória, dizendo que, a depender dele, essa seria a última. João Goulart Filho (PPL) prometeu "recuperar o desenvolvimento e o orgulho de ser brasileiro".

No espaço reservado para a Democracia Cristã, a imagem do candidato José Maria Eymael aparece com o bordão musical que o acompanha há várias campanhas presidenciais.

O programa do PSOL apresentou Guilherme Boulos como o "candidato que tem coragem de enfrentar privilégios". Já a candidata Vera Lúcia (PSTU) diz que o Brasil precisa é mesmo de uma rebelião.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou, neste sábado (1º), que com a impugnação do registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era preciso que o campo progressista se unisse em torno da postulação de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República. Na avaliação de Lupi, essa é a única forma de “derrotar a direita nas urnas” e retomar o crescimento do país.

“O país passa por um momento muito grave e precisamos, o mais rápido possível, agir pela unificação do campo progressista em torno de uma candidatura que possa derrotar a direita nas urnas e levar o Brasil para um novo momento, de desenvolvimento com justiça social”, argumentou. “Essa candidatura é a de Ciro Gomes. Trabalharemos incansavelmente, dia e noite, para elegê-lo Presidente da República”, completou.

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O pedido para Lula ser candidato pelo PT foi impugnado por seis votos a um no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante um julgamento que terminou na madrugada deste sábado. Apesar das afirmações que sinalizam que na avaliação de Lupi o quadro seria favorável a Ciro Gomes, o presidente do PDT criticou o indeferimento. “A decisão do TSE sobre a candidatura de Lula, baseada numa condenação injusta do ex-presidente, é um equívoco”, ponderou. 

Sem Lula na disputa, segundo pesquisas de intenções de votos, Ciro Gomes cresce levemente na preferência da população. A maior beneficiada, de acordo com os levantamentos, é a ex-senadora Marina Silva (Rede).

A procuradora-geral Eleitoral, Raquel Dodge, pediu há pouco no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a rejeição do pedido de registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República nas eleições de outubro.

Raquel Dodge se manifestou durante a sessão na qual o tribunal julga 16 impugnações contra a candidatura do ex-presidente. Segundo Raquel Dodge, Lula foi condenado pela segunda instância da Justiça Federal e não pode disputar o pleito.

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“O candidato tem condenação criminal por órgão colegiado, e a candidatura esbarra, portanto, na Lei de Inelegibilidade”, afirmou a procuradora.

Lula está preso desde 7 de abril na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, em função de sua condenação a 12 anos e um mês de prisão, na ação penal do caso do triplex em Guarujá (SP).

Em tese, o ex-presidente estaria enquadrado no artigo da Lei da Ficha Limpa que impede a candidatura de condenados por órgãos colegiados. No entanto, o pedido de registro e a possível inelegibilidade precisam ser analisados pelo TSE.

A defesa de Lula se manifesta neste momento no julgamento. Os advogados defendem que ele deve participar das eleições devido à recomendação do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas a favor da candidatura do ex-presidente, além de outras decisões internacionais.

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso e condenado na Lava Jato, encaminhou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na noite desta quinta-feira (30) - prazo limite - a manifestação contra os pedidos para que a Corte Eleitoral barre a candidatura do petista. Os advogados exploram o comunicado do Comitê de Direitos Humanos da ONU, emitido no último dia 17, solicitando ao Brasil que Lula possa ser candidato para as eleições presidenciais. O vice na chapa de Lula, Fernando Haddad, também assina a peça.

"A inelegibilidade do ex-Presidente Lula foi suspensa pela decisão do Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, como será demonstrado", afirmam os advogados, chamando o comunicado de "decisão", e argumentando que a inelegibilidade de Lula "sempre foi provisória". Como a nota da ONU foi posterior ao registro, a defesa solicita que quem contestou seu pedido de candidatura se manifeste sobre o parecer.

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Os advogados também alegam que não houve nenhuma atuação da defesa para tumultuar o processo. "Não houve e não haverá chicana alguma por parte da defesa". Os defensores do petista também dizem que, na contestação, a defesa não articula nenhum pedido de produção de prova e nem "cogita" qualquer exceção processual dilatória para distender o processo, como uma suspeição.

Entre as solicitações finais, os advogados pedem que se abra vista para aqueles que contestaram seu registro se manifestem acerca das teses "impeditivas e extintivas", da documentação anexada e das preliminares de mérito indicadas, ainda que em sede de alegações finais.

Em uma manifestação de quase 200 páginas, os advogados de Lula culpam "em alguma medida" o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) "pela instabilidade político-jurídica" do julgamento do registro do petista e pedem respeito a compromissos internacionais de defesa dos direitos humano.

Liminar

Nesta sexta-feira (31) a Corte Eleitoral vai realizar, às 14h30, uma sessão extraordinária em que deve discutir a situação de Lula. Segundo apurou o Broadcast Político, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do pedido de registro de Lula, aguardava a manifestação da defesa do petista para decidir o que será levado a julgamento na sessão - que pode ser tanto o pedido de liminar para barrar a presença do ex-presidente no horário eleitoral no rádio e na televisão quanto o julgamento do mérito do registro do petista.

Depois que o pedido da candidatura de Lula foi formalizado no tribunal no dia 15, o registro do petista foi alvo de 16 contestações. Preso e condenado em segundo grau na Lava Jato, Lula se enquadra na situação de inelegibilidade prevista na Lei da Ficha Limpa. O petista foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá (SP). Ele está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde 7 de abril.

Para os advogados, não há como ser atendido um pedido liminar para barrar a candidatura. "O impedimento não existe até que o TSE reconheça a causa de pedir da impugnação e indefira o registro", ressaltam.

TRF-4

Para os advogados de Lula na arena eleitoral, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) - que condenou o petista a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá - deve "ser chamado a compartilhar, em alguma medida, a culpa pela instabilidade político-jurídica" do julgamento do registro.

"Não se está a sustentar que tenha havido alguma artimanha do TRF-4, mas fato é que os recursos de Lula ainda não subiram. Só para intimar o Ministério Público para apresentar contrarrazões (o que deveria ser imediato) o TRF-4 demorou 45 dias. E o Ministério Público usou o prazo integral - o que é legítimo, é claro. O tempo morto integral, pós-condenação colegiada (pós-inelegibilidade, portanto) é de 75 dias. Quem sabe tenha sido o tempo que faltou para o STJ ter julgado, no mérito, o recurso especial", argumenta a defesa de Lula.

Os advogados do ex-presidente também ressaltam que, de 145 candidatos que foram eleitos nas urnas em 2016 mesmo com o registro negado na Justiça Eleitoral, 98 deles conseguiram reverter o indeferimento, ou seja, "cerca de 70% obtiveram sucesso em decisões judiciais após o pleito".

O pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE) ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) para impugnar a candidatura do ex-prefeito do Recife, João Paulo (PCdoB), a deputado estadual foi rebatido pela equipe jurídica da campanha dele. Em nota, os advogados Francisco Queiroz e João Adolfo disseram que acreditam na rejeição da solicitação pelo tribunal. 

“João Paulo é um político apto a disputar as eleições de 2018. Não existe condenação definitiva em 2ª instância, pois a ação penal que motiva o pedido de impugnação de candidatura encontra-se em discussão no próprio TJPE em sede de embargos infringentes já recebidos e em fase de processamento”, observaram no texto encaminhado à imprensa. “Estamos certos que os referidos embargos serão acolhidos no TJPE, bem como que o pedido de impugnação de candidatura do MPE será rejeitado”, completaram.

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Após a inauguração do seu comitê de campanha na noite desta quinta-feira (23), João Paulo disse não discutia questão jurídica, mas ponderou a ter consciência tranquila. 

“Nós estamos muito seguros do que fizemos na nossa gestão, quem fala na área jurídica é quem compreende o juiz. Se fosse para falar na área da metalurgia, até em economia, e agora na revolução 4.0, piquete em porta de fábrica, movimento popular, construção, mecânica, ainda dava pra falar e, até em edificações. Agora, sobre o processo em tramitação estamos com consciência tranquila e sabemos do que nós fizemos e estamos tranquilos e a campanha está na rua”, frisou.

Além de João Paulo, outros 16 políticos tiveram a candidatura indeferida pela Lei da Inelegibilidade na avaliação do MPE, agora cabe ao TRE julgar se acata a avaliação ou não.  

O deputado estadual e candidato à reeleição Joel da Harpa (Pode) contestou o pedido de impugnação da sua candidatura apresentado pela OAB de Pernambuco e referendado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). Em nota, o parlamentar disse que é "ficha limpa" e classificou a atuação da OAB como "perseguição política". 

"As acusações apresentadas são para prejudicar a nossa candidatura. Isso é perseguição política. Com todo o respeito que tenho por parte da OAB, mas seu presidente está equivocado, porque primeiro quem define sobre impugnação de campanha é o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o qual já me deu o direito de ser candidato", argumentou o parlamentar.

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A OAB impetrou o pedido de impugnação no MPE, que confirmou a solicitação encaminhando-a para o TRE nessa quinta-feira (23). Além de Joel, outros 16 políticos tiveram a candidatura indeferida pela Lei da Inelegibilidade na avaliação do MPE, agora cabe ao TRE julgar se acata a avaliação ou não.    

Veja o posicionamento do deputado na íntegra:

Primeiro é preciso dizer que não sou ficha suja. As acusações apresentadas são para prejudicar a nossa candidatura. Isso é perseguição política. Com todo o respeito que tenho por parte da OAB, mas seu presidente está equivocado, porque primeiro quem define sobre impugnação de campanha é o Tribunal Regional Eleitoral, o qual já me deu o direito de ser candidato.    

Está à disposição no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), certidão que declara e a qual encaminho em anexo: “Certifico que, consultando o cadastro eleitoral, verificou-se NÃO CONSTAR registro de condenação criminal eleitoral, transitada em julgado, para o (a) eleitor (a) abaixo qualificado: Joel Maurino do Carmo”.

Segue link:   http://www.tse.jus.br/eleitor/certidoes

Joel Maurino do Carmo sou eu, Joel da Harpa. E sou FICHA LIMPA! 

Fui a Caruaru, única e exclusivamente, para atender ao chamado dos policiais militares que sabem poder contar com o meu apoio. Assim que cheguei na cidade, populares vieram falar comigo alertando sobre a notícia de que advogados estariam realizando um movimento para tentar fechar o Biesp. O movimento da OAB na frente do batalhão foi um movimento político realizado por alguns poucos advogados, inclusive com integrantes de partidos de esquerda, do PSOL e outros e também com a presença de candidatos. Nada mais, nada menos o que eu fiz foi defender a categoria que represento.

Mantenho o meu discurso, até porque ele não foi de agressão. Foram os advogados que partiram para a agressão física. O meu discurso incomodou na questão ideológica onde falei que parte das pessoas que ali estavam são ligadas aos movimentos de esquerda e visam desconstruir a família e os profissionais de segurança pública com discursos ideológicos de esquerda.    

É preciso lembrar que a OAB também está em campanha eleitoral para nova diretoria e seu presidente está buscando garantir a sua reeleição e, infelizmente, utilizando-se de um fato para se expor na mídia, sem necessidade. Mantenho a minha postura como parlamentar de respeito a OAB e a todos os profissionais da área jurídica que são de suma importância para nossa sociedade.

Joel da Harpa

Deputado Estadual"

O Equador saiu dividido do segundo turno das eleições presidenciais, realizadas nesse domingo (2). Uma hora antes do anúncio dos resultados preliminares, que lhe davam estreita margem de vantagem, o candidato governista, Lenin Moreno, anunciou a vitória. “Serei o presidente de todos os equatorianos”, disse. Em seguida, ele pediu ao seu concorrente, o oposicionista Guillermo Lasso, que aceitasse a derrota – mas isso não aconteceu.

No fim da noite, sem que a apuração das urnas tivesse terminado, Lasso anunciou que nesta segunda-feira (3) vai pedir a impugnação de todos os votos e uma segunda contagem. Ele disse ter provas de que houve fraude e pediu aos seus simpatizantes que façam uma vigília, para “evitar que se instale um governo ilegítimo no Equador”.

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Enquanto partidários de Lasso convocavam uma “paralisação geral cívica”, o presidente Rafael Correa comemorava a vitória de seu candidato. Com 95.64% das urnas apuradas, Moreno obteve 51.11% dos votos e Lasso 48.89 %. “A revolução voltou a triunfar no Equador. A direita derrotada, apesar de seus milhões e sua imprensa”, escreveu Correa no Twitter.

Tensão

Mal terminou a votação, milhares de partidários de Moreno e Lasso foram até a porta do CNE para esperar os resultados. Pela primeira vez, em uma década, foi necessário o segundo turno para definir quem presidirá o Equador. Durante uma década, o cargo tem sido ocupado pelo economista Rafael Correa, que em maio conclui seu terceiro e último mandato consecutivo.

A votação deste domingo – assim como o primeiro turno em fevereiro – foi acirrada. Na reta final, a campanha foi marcada pela troca de acusações e a polarização. O administrador cadeirante Moreno prometeu continuar a “Revolução Cidadã” e ampliar os planos sociais de Correa, de quem foi vice-presidente. O ex-banqueiro conservador Lasso se postulou como o candidato da mudança e propõe reduzir impostos. As últimas pesquisas de opinião, publicadas antes da eleição, previam “empate técnico” – por isso foi feito um chamado à população para esperar os resultados oficiais.

O primeiro boletim do CNE estava previsto para as 20h (22h em Brasília). Mas Moreno se antecipou, depois que o instituto Cedatos publicou uma pesquisa de boca de urna dando a vitória, com 53.02% dos votos, ao candidato opositor. Ele acusou Lasso de manipular os dados, para instalar a suspeita de fraude, e ao anunciar a própria vitória, fez um discurso sobre o seu programa de governo.

Lasso, que também havia comemorado a vitória mais cedo, não aceitou a derrota, citando três pesquisas de boca de urna que asseguravam a vitória. O oposicionista acrescentou que tem provas de irregularidades em algumas urnas e pediu aos seus simpatizantes que virassem a noite, para acompanhar a contagem de votos até o fim. Ele disse que telefonou para o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, para informar sobre a situação.

Nessa segunda-feira, o Conselho Permanente da OEA vai se reunir para discutir a crise institucional na Venezuela.

O ex-candidato a prefeito de Olinda Antônio Campos (PSB), que protagonizou um extensa e polêmico embate com o prefeito eleito do município, Lupércio (SD), parece não se contentar. Nessa sexta (11), o candidato derrotado solicitou à Justiça Eleitoral a impugnação da prestação de contas apresentadas pelo novo gestor de Olinda.

Segundo o irmão do ex-governador Eduardo Campos, o Professor Lupércio utilizou de amplo material durante sua campanha eleitoral de forma irregular. Campos também acusa Lupércio de se contradizer, já que o novo prefeito teria alegado que a produção de seu material foi em agosto, no entanto, o contrato com a gráfica possui vigência no dia 1º de setembro e a emissão da nota fiscal somente no dia 29 de setembro.

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A troca de acusações marcou o segundo turno, no município, entre Antônio Campos e Lupércio. Na primeira delas, o então candidato do Solidariedade reafirmou diversas vezes que Olinda precisava de “alguém da terra” e, por inúmeras vezes, chamou Campos de “forasteiro”.

Não deixando por menos, o socialista acusou Lupércio de faltar com a verdade. “Ele mente, ele é do Recife. O problema não é de onde você vem e, sim, de quem mente”, destacou em seus discursos. 

 

 

 

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o empresário Eike Batista e o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, vão prestar depoimento à Corregedoria-Geral Eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na sexta-feira (7) na ação movida pelo PSDB que pede a impugnação da chapa Dilma/Temer. O depoimento, marcado para as 14h, ocorrerá no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio de Janeiro. Além deles, também vão depor Vitor Sarquis Hallack, Rogério Nora de Sá e Mário Frederico de Mendonça Góes.

Em depoimento espontâneo à Força Tarefa da Operação Lava Jato, que resultou no pedido de prisão temporária do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, Eike Batista declarou ter repassado o montante, no exterior, de R$ 5 milhões para pagar dívidas de campanha da ex-presidente Dilma Rousseff. A operação, segundo Eike, o ocorreu após pedido de Mantega e foi operacionalizada pela empresária Monica Moura, esposa do marqueteiro João Santana, responsável pela campanha petista à Presidência.   

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Em abril deste ano, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, relatora das quatro ações movidas pelo PSDB, determinou uma nova produção de provas nas ações. O PSDB, partido que atualmente integra a base aliada do presidente Michel Temer, pede a impugnação dos mandatos da presidenta cassada Dilma Rousseff e do então vice dela,  Michel Temer.

Nesta segunda (22), o Partido Ecológico Nacional (PEN) protocolou, na 10º Zona Eleitoral de Olinda, impugnação da candidatura da deputada federal Luciana Santos à Prefeitura de Olinda. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas de Pernambuco (Abracrim-PE) e advogado do PEN, Emerson Leônidas, há um conjunto de ações envolvendo a candidata na Justiça e Tribunais de Conta que configuram nota de improbidade administrativa a gerar inelegibilidade. 

Leônidas declarou que pretende fazer, desse caso, um amplo debate jurídico sobre a ficha limpa. “E também a eficácia das normas constitucionais, que devem proteger o eleitor de maus políticos e de tentativas de voltarem a cargos do quais são acusados pelo Ministério Público por diversos crimes", afirmou.

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No texto da ação, o advogado diz que “à impugnação ao Registro de Candidatura de Luciana é baseado em sua vida pregressa, incompatível com a moralidade pública, conquanto existirem inúmeras ações de altíssimo quilate e gravidade que desabonam a Impugnada, tornando-a inelegível com alicerce nos princípios constitucionais”, diz uma parte.

Ainda segundo o texto, em recente relatório minutado pela Controladoria Geral da União (CGU), fora constatado o sobrepreço no valor de R$ 1.661.506,65 nas obras realizadas com verbas oriundas do Governo Federal, especificamente do Ministério das Cidades, inclusive na gestão de Luciana, que foi prefeita de Olinda, em 2000, sendo reeleita em 2004.

Entre outros argumentos, o documento diz que a deputada teve suas contas referentes ao exercício financeiro de 2002, quando ocupava a Prefeitura de Olinda, rejeitadas. O processo está em trâmite no Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE). 

Além disso, o relatório cita que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ajuizou Ação Civil Pública por ato de improbidade administrativa em trâmite perante a Primeira Vara da Fazenda Pública da Comarca de Olinda, “baseado em provas inequívocas que demonstram irregularidades no procedimento licitatório para contratação de uma empresa destinada ao gerenciamento do sistema de iluminação pública do Município de Olinda, culminando em prejuízo passível de ressarcimento na ordem de R$ 7.351.290,00”.

Por fim, o documento relata que a candidata tem, perante o Supremo Tribunal Federal (STF), quatro ações que giram em torno do mesmo tema: crimes de responsabilidade, improbidade administrativa e Crime da Lei de Licitações durante suas gestões como prefeita de Olinda.

 

O julgamento de uma ação que pede a impugnação do mandato da presidente Dilma Rousseff foi suspenso nesta quinta-feira (13), pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após um pedido de vista (mais prazo para analisar o caso) feito pelo ministro Luiz Fux. A sessão terminou com dois votos a favor do prosseguimento da ação na Justiça Eleitoral e um pelo arquivamento. A definição dos ministros é apenas sobre a continuidade do processo, sem análise do teor do processo.

O ministro Gilmar Mendes levou ao plenário revelações feitas por delatores da Lava Jato que colocam em suspeita o desvio de dinheiro do esquema de corrupção para a campanha petista e disse que a Justiça eleitoral "não pode ficar indiferente" à análise. "Não se trata de cassar mandato aqui, mas de ver o que ocorreu", argumentou.

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A ação analisada hoje é uma das quatro existentes na Corte Eleitoral pedidas pelo PSDB que podem gerar, no limite, a cassação da presidente. Antes da diplomação de Dilma, que aconteceu em 18 de dezembro, os tucanos protocolaram duas ações de investigação judicial eleitoral ao TSE - com base em suposto abuso de poder político e econômico nas eleições de 2014. As duas ações correm no tribunal sob relatoria do ministro João Otávio de Noronha.

Depois da diplomação, já em 2015, a Coligação Muda Brasil, pela qual o senador Aécio Neves (PSDB-MG) concorreu às eleições presidenciais, propôs a ação de impugnação de mandato da petista sob alegação de fraude e abuso na campanha. Em fevereiro, a ministra Maria Thereza de Assis Moura negou, de forma monocrática, que a ação prosseguisse no Tribunal. Para a magistrada, a ação do PSDB se baseava em "ilações" e acusações "genéricas". Com a decisão, o processo foi arquivado. Um recurso do PSDB, no entanto, questionou a decisão da ministra e nesta quinta-feira, 13, os ministros do TSE indicaram que podem mudar o entendimento da magistrada e admitir que a ação prossiga.

Foram dois votos favoráveis ao prosseguimento da ação - dos ministros Gilmar Mendes e Noronha - e um contrário, da própria ministra Maria Thereza. No julgamento, Mendes dirigiu críticas à ministra Maria Thereza, dizendo que ela rejeitou o caso "sem instruir o processo, sem, portanto, sequer citar os investigados". Segundo ele, a ministra "daria uma brilhante contribuição ao Brasil esclarecendo esse fenômeno". "Se corrupção na Petrobras resulta em lavagem de dinheiro na doação eleitoral, veja, isso precisa ser esclarecido. Se não com efeito prático, para a história desse País", disse o ministro. O desvio de dinheiro do esquema de corrupção na Petrobras para campanha eleitoral é usado como um dos fundamentos dos tucanos para pedir o andamento da ação.

Noronha, que acompanhou Gilmar Mendes no voto, disse que é "notório" que houve desvio no esquema de Petrobras e é preciso apurar se existiu "repercussão" do esquema nas eleições de 2014. "A presidente diz: 'eu tenho a legitimidade do voto'. Não, ela tem a presunção da legitimidade do voto, que pode ser destruída por uma ação de investigação eleitoral ou impugnação". Noronha afirmou que a legitimidade da presidente "não cai só nas pesquisas", mas pode cair também "no mundo jurídico".

O ministro Henrique Neves, que não concluiu o voto, sinalizou que deve votar pela aceitação do recurso. No total, o TSE conta com voto de sete ministros. O presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, se ausentou do julgamento alegando que tinha compromisso agendado com parlamentares. Quando a ação for retomada, no entanto, o presidente poderá participar. Não há prazo para que Fux traga a discussão de volta a julgamento.

Se os ministros admitirem que a ação prossiga, a defesa da presidente poderá se manifestar e a Justiça Eleitoral deve admitir a produção de provas para investigar tudo o que é alegado pelos tucanos. De acordo com o PSDB, houve abuso de poder político na campanha de Dilma, com convocação de rede nacional de rádio e televisão, manipulação na divulgação de indicadores sociais, uso indevido de prédios e equipamentos públicos para atos próprios de campanha e veiculação de propaganda institucional em período proibido.

Além disso, o PSDB aponta a existência de suposto abuso de poder econômico com realização de gastos de campanha acima do valor limite, financiamento de campanha com doações oficiais "contratadas pela Petrobras como parte da distribuição de propinas", entre outros. O uso de dinheiro oriundo do esquema de corrupção investigado na Lava Jato já tem sido analisado pelo TSE. Em uma das ações relatadas por Noronha, a justiça colheu depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e aguarda autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para ouvir o dono da UTC, Ricardo Pessoa.

Lava Jato

Para sustentar seu voto, Gilmar Mendes citou diversos episódios envolvendo a Lava Jato. Afirmou que levou cinco meses para trazer o caso ao plenário porque "a toda hora tinha que fazer atualizações" no caso devido à evolução da operação. "A cada nova Operação há fatos conexos aqui", argumentou. Ao citar os desvios de 3% dos contratos da Petrobrás para o esquema que envolvia empreiteiras e políticos, Gilmar disse que "não é difícil adivinhar que parte desses recursos pode ter vindo para a campanha". "As triangulações têm sido reveladas e isso precisa ser no mínimo investigado", argumentou.

Já a ministra Maria Thereza de Assis Moura alegou que os fatos trazidos pelo ministro são posteriores à análise feita por ela no início do ano. "Temos visões diferentes, os fatos que hoje vêm à tona são supervenientes ao voto que foi pro mim proferido", ponderou a ministra.

O ministro Luiz Fux pediu vista do caso ao alegar que informações trazidas pelo ministro Gilmar Mendes são objeto de outra representação proposta pelo PSDB ao TSE, sob sua relatoria, que envolve as contas de campanha da presidente. Os ministros indicaram que devem debater se reúnem todas as ações - que tem pedidos semelhantes e investigações que se cruzam, segundo alguns integrantes da Corte - em uma só, com apenas um relator.

Procurada, a defesa da presidente Dilma Rousseff disse "confiar na justiça eleitoral".

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