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A taxa de inadimplência dos consumidores brasileiros registrou queda de 0,2% no décimo mês de 2014 em relação a setembro, com ajuste sazonal, de acordo com a Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Na comparação interanual, o indicador também caiu, 2,4%. Neste ano, contudo, o nível de inadimplência subiu 2,2% ante o acumulado de janeiro a outubro de 2013. No acumulado em 12 meses até o mês passado, o índice cresceu 1,9% em relação ao período até outubro de 2013. A pesquisa mostra que o valor médio das dívidas registradas no mês passado foi de R$ 942,78.

Ao avaliar apenas o comportamento da inadimplência no varejo, o levantamento indica que houve elevação da taxa em outubro, de 0,9%, na comparação com o nono mês deste ano. As regiões Nordeste (7,8%) e Sudeste (1,7%) tiveram elevações na comparação mensal. Já no Centro-Oeste, no Norte e no Sul houve recuo. Nessa ordem, as taxas ficaram negativas em 7,7%, 8,3% e 3,5%.

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No geral, a Região Sul foi onde o levantamento constatou o maior patamar de inadimplência, de 8,2%, no acumulado de janeiro a outubro de 2014. Na sequência, aparece o Centro-Oeste (6,7%) e o Nordeste (2,8%). Norte e Sudeste foram os locais onde as taxas de inadimplência tiveram as menores altas no período, de 0,9% e 0,2%, respectivamente.

Segundo a equipe econômica da Boa Vista, o nível de inadimplência no País deve sofrer pouca oscilação nos próximos meses. De acordo com a instituição, as condições de crédito mais apertadas, com maior seletividade das empresas na concessão de empréstimos, a desaceleração gradual do mercado de trabalho e as taxas de juros (elevadas) devem manter a dinâmica da inadimplência até o final do ano. "A expectativa é que o número de registros de inadimplência feche 2014 com um leve crescimento, em torno de 2,5%", estima.

Duzentos e nove políticos que se candidataram para as eleições deste ano ainda não prestaram contas da campanha ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE). A documentação orçamentária deveria ter sido entregue até a última terça-feira (4) e, por isso, eles já são considerados como inadimplentes junto à Justiça Eleitoral. 

Na listagem contra o nome do candidato a governador José Miguel Neto (PSOL) e do seu vice, ele tiveram o registro negado e não disputaram o pleito porque o PSOL optou por concorrer ao Governo de Pernambuco com Zé Gomes. Entre os que postularam uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o ex-BBB Daniel Rolim (PSDB) é um dos inadimplentes. Já na lista dos deputados federais, o presidente da Força Sindical, Aldo Amaral (PRB), ainda não prestou contas dos gastos da campanha. 

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Quando um político deixa de prestar contas à Justiça Eleitoral, ele fica sem a Certidão de Quitação Eleitoral, fato que traz sérias implicações, tais como não poder participar de concursos públicos; obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas federais ou estaduais; e participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias.

Estudo realizado pelo Serasa Experian indica que 31,1% da população da região Norte está inadimplente, o maior índice do País. Em segundo lugar, aparece a região Centro-Oeste, com 26,4% de inadimplência entre seus habitantes.

A análise da inadimplência entre as capitais do Brasil confirma esse resultado. As três com maior proporção de inadimplência estão no Norte: Manaus (AM), com 38,1%, Porto Velho (RO), com 37,2%, e Macapá (AP), com 36,4%. Já a capital com menor índice é Florianópolis, em Santa Catarina, com 22,3%, seguida por São Paulo, com 23,9%.

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Economistas da Serasa explicam que o endividamento no Norte é maior devido à menor renda per capita dos habitantes da região em relação aos Estados do Centro-Sul.

O estudo também analisou a inadimplência da população por faixa etária. O grupo que mais se destacou foi o de 26 a 30 anos, com 29,9% de inadimplentes. A pesquisa demonstrou que esse índice diminui conforme o avanço da idade. Entre os brasileiros com mais de 70 anos, a taxa é de 10,3%.

O cenário do calote preocupa, apesar de a inadimplência do consumidor com os bancos ter se estabilizado em 4,4% em agosto, o último dado disponível, segundo relatório de crédito do Banco Central. Hoje quase a metade dos devedores (47,3%) pretende liquidar as pendências só no ano que vem e um em cada cinco brasileiros inadimplentes fez novas dívidas sem ter quitado débitos anteriores, o que provoca um efeito "bola de neve" no calote.

Os resultados fazem parte de uma pesquisa feita este mês com 110 mil devedores do banco de dados das 16 maiores empresas de cobrança do País, reunidas no Instituto Gestão de Excelência Operacional em Cobrança (Geoc). A pesquisa será apresentada hoje, em São Paulo, no 10º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança, promovido pelo instituto.

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"O cenário piorou, apesar de a inadimplência ter ficado estável", afirma Jefferson Frauches Viana, diretor do Geoc. Ele explica que, por causa da Copa, 2014 não foi um ano bom para a recuperação do crédito. "O primeiro semestre foi terrível. O índice de sucesso nas renegociações nos meses de junho e julho ficou entre 30% e 35% abaixo do resultado do ano passado."

Além do evento esportivo, o avanço da inflação corroeu o poder de compra do consumidor e afetou o orçamento familiar. Para 41,2% dos entrevistados, este ano está pior do que 2013 e 32,6% dos brasileiros assumiram mais dívidas do que no ano anterior. Também houve um aumento no número de devedores e isso fica claro em outro resultado da pesquisa enfatizado por Viana: metade dos entrevistados informou que conhece mais de quatro pessoas com dívidas em atraso.

O aumento do endividamento e da inadimplência ocorreu não só pelo avanço do número de dívidas, mas também pelo "empréstimo do nome". Mais da metade dos entrevistados (55%) informou já ter emprestado o seu nome para parentes e amigos que estavam impossibilitados de obter crédito e, destes, 76% ficaram com o nome "sujo" pelo não pagamento da dívida do seu parente ou amigo.

Saídas

Para equilibrar as despesas com as receitas, os inadimplentes estão recorrendo a várias saídas. De acordo com a enquete, 53,4% estão comprando menos itens supérfluos e 40,5% reduziram os gastos com lazer, como comer fora e ir ao cinema.

A "motogirl" e técnica em telecomunicações Mariana Miradouro Barboza, de 35 anos, por exemplo, conta que chega a atrasar a prestação do financiamento do carro, que tem uma taxa de juros menor, para compatibilizar suas despesas com as suas receitas.

Ela também "joga" com as contas de telefone celular e do radiocomunicador para conseguir equilibrar o orçamento. "2014 está sendo um ano difícil: janeiro e fevereiro não teve muito trabalho de entregas, depois veio a Copa e os negócios pararam. As coisas só começaram a esquentar depois da Copa do Mundo."

Mariana diz que hoje não tem o seu nome negativado, mas no passado recente a sua situação estava pior. "Cheguei a ter mais de seis pendências e dez empréstimos", conta. Ela diz que se descontrolou e fez dívidas para cobrir outras dívidas. Isso foi possível porque, nos cartões de crédito e nos cartões de loja, o crédito é pré-aprovado e a liberação do dinheiro ocorre automaticamente, sem necessidade de consultar a lista de devedores com pendências.

"Hoje não estou confortável, mas minha situação melhorou." No passado, ela teve pendências que somavam R$ 20 mil para uma renda, na época, de R$ 1,8 mil. Atualmente, entre o emprego fixo e serviços de entrega, ela tira R$ 5 mil por mês. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Boa Vista SCPC, Dourival Dourado, se disse surpreso com os dados positivos revelados pela Pesquisa Perfil do Inadimplente, divulgada nesta quinta-feira (16), pela empresa. Na avaliação dele, o levantamento mostra que o consumidor está mais atento e cauteloso em contrair dívidas. De acordo com o executivo, com perspectivas mais complicadas para o futuro, o consumidor pisou no freio na contratação de crédito e está procurando resolver as pendências que já tinha.

"Ficamos impressionados com o positivismo dos números em relação ao comportamento do consumidor inadimplente. Principalmente pelo fato de que, no passado, a consciência de manutenção do nome limpo não era muito clara", avaliou Dourado, durante teleconferência para divulgar a pesquisa. Ele afirma que, diante de uma perspectiva de inflação aumentando, nível de consumo do mercado reduzindo e o risco de perder o emprego, o consumidor tem "colocado as barbas de molho" e procurado quitar as dívidas antigas.

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O economista da SCPC Flávio Calif acrescentou que a empresa trabalha com um cenário para o próximo ano marcado por um mercado de trabalho "mais apertado" e juros altos. Diante disso, mesmo com um comportamento mais cauteloso do consumidor e do otimismo dele em relação à capacidade de pagar suas dívidas, Calif afirma que a empresa projeta um aumento da inadimplência no País para cerca de 7%, ante previsão de crescimento de 6,6% em 2014.

Para os próximos quatro anos, o presidente da SCPC prevê que a concessão de crédito deve crescer a taxas menores. "Se você olhar a expansão do crédito de pessoa física, em 2009/2010 era de 20% a 25%. Este ano a expectativa é de 5%", comentou Dourado. Ele avalia que o Brasil está encontrando seu equilíbrio, com consumidores mais cautelosos e instituições financeiras mais seletivas na hora de conceder o crédito. O executivo prevê que, independentemente de quem seja o novo presidente, a eleição não deve ter reflexo direto ou relevante no crédito e inadimplência.

"O ano de 2015, independentemente de quem seja eleito, será de realinhamento de políticas, o que já vem sendo demonstrado pelas pesquisas, com consumidor mais cauteloso, procurando reduzir seu nível de endividamento", afirmou o presidente da SCPC Boa Vista. Dourado defende que é preciso promover alguns ajustes, principalmente nas contas públicas, o que vai melhorar a confiança na economia.

O índice da Serasa Experian que mede a inadimplência das empresas brasileiras caiu em agosto na comparação com julho, depois de um forte avanço no mês anterior, quando a Copa do Mundo e a atividade enfraquecida influenciaram significativamente os números. O indicador caiu 8,5% em agosto ante julho, depois de alta de 12,9% em julho ante junho.

Na comparação com agosto de 2013, a taxa de inadimplência do setor empresarial subiu 5,5%. No ano, ela também registra elevação, de 6,7%. Em nota, a Serasa Experian explicou que essa piora na comparação anual se deve "ao agravamento da conjuntura doméstica, caracterizada por recessão econômica e aumento do custo financeiro para as empresas".

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Os títulos protestados e os cheques sem fundos foram os principais responsáveis pela queda do indicador de inadimplência na margem, com variações negativas de 24,2% e 13,3%, respectivamente. As dívidas das empresas com bancos apresentaram declínio de 2,1% em agosto, enquanto as dívidas não bancárias, feitas por meio de cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água, dentre outros, avançaram 1,8%.

Valor médio

Segundo a Serasa, o valor médio dos cheques sem fundos caiu 7,8% no acumulado de janeiro a agosto de 2014, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o valor médio das dívidas com os bancos teve queda de 1,8%, enquanto os valores médios dos títulos protestados e das dívidas não bancárias subiram 7,8% e 6,4%, respectivamente, no período.

Notificações contendo ameaças de exclusão do sistema Simples Nacional estão sendo enviadas a micro e pequenas empresas do Brasil. Os avisos estão sendo emitidos pela Receita Federal do Brasil (RFB), que, por meio desses informes, encontrou uma maneira de combater a inadimplência dos usuários do sistema, que possibilita a simplificação dos envios ao fisco e, na maioria dos casos, reduz a carga tributária. 

Segundo os avisos, a exclusão das empresas irá acontecer em 1º de janeiro de 2015. Os empreendimentos notificados possuem débitos do Simples, de contribuições previdenciárias e demais tributos. “Os débitos são do ano de 2013, o que mostra que o Fisco federal está agindo rápido", comenta o consultor contábil Richard Domingos.

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"Muitos falam que é uma forma do Governo recuperar receitas que perdeu com benefícios fiscais, porém, a verdade é que esta ação já era esperada, e até que demorou, pois, na lei do Simples já está prevista a exclusão dos devedores", explica Domingos.

Segundo o contador e professor Antônio Henrique Batista, a exclusão de uma empresa do sistema Simples Nacional aumentará a carga tributária. “O Simples, como o próprio nome já diz, facilita e reduz a alíquota dos impostos a serem pagos pelas micro e pequenas empresas. Sem a participação nesse sistema, os impostos tornam-se mais onerosos e a tributação terá um impacto maior para o empreendimento”, explica. De acordo com o professor, os setores do comércio e de serviços serão os mais prejudicados pela exclusão do Simples, que contempla empresas com renda de até R$ 300 mil mensais. 

Diminuiu o tempo que os inadimplentes levam para limpar o nome e sair da lista de consumidores negativados, quitando integralmente as pendências ou renegociando as dívidas. Neste ano, o prazo médio é de 70 dias, ante 83 dias em 2011 e 2012 e 74 dias no ano passado, aponta estudo da Boa Vista Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). Os resultados foram obtidos observando-se a base nacional de consultas recebidas pela empresa, que é de 11 milhões de registros mensais.

"Em três anos, o prazo médio para deixar a lista de inadimplentes foi reduzido em 13 dias. Essa é a boa notícia", diz o diretor de sustentabilidade da empresa, Fernando Cosenza. Entre os fatores apontados por ele para esse recuo estão a queda do índice de inadimplência do consumidor, o crédito mais contido e a maior flexibilidade das empresas para renegociar dívidas. Em relação à inadimplência, Cosenza observa que o índice aumentou no curto prazo, mas, mesmo assim, é inferior ao registrado três anos atrás. A inadimplência do consumidor em agosto ficou em 4,4% dos créditos a receber, o mesmo resultado de julho, segundo dados do Banco Central. Em agosto do ano passado estava em 4,8%.

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De toda forma, na avaliação do executivo, o principal fator que contribuiu para essa redução no prazo médio de regularização de dívidas em atraso foi o amadurecimento do brasileiro em relação à sua situação financeira.

Setores

Um dado do estudo que chama atenção é que o prazo médio para regularização de dívidas em atraso é maior nas empresas do setor financeiro em relação às empresas não financeiras. No primeiro caso, o prazo médio é de 72 dias, ante 63 dias nas empresas não financeiras. Cosenza explica que as dívidas pendentes com financeiras e bancos demoram mais tempo para serem quitadas integralmente ou renegociadas porque geralmente a suspensão do crédito não é imediata, caso do cheque especial. "Não tem como cortar o dinheiro", diz .

Quando se avalia o prazo médio por ramo de atividade, o resultado que chama atenção é que os serviços de utilidade pública, como luz e água, são os ramos que têm menor prazo médio para quitar pendências: 42 dias. Na análise do diretor da Boa Vista SCPC, isso ocorre porque normalmente as pessoas dão prioridade para resolver as dívidas em atraso de serviço básicos que podem comprometer o andamento do seu dia a dia.

No extremo oposto, o ramo de atividade que registra o maior prazo para o inadimplente regularizar as dívidas em atraso é o de telecomunicações: 162 dias. Cosenza explica que dois fatores contribuem para isso. O primeiro é que, pelas regras da Agência Nacional de Telecomunicações, só é permitido incluir o usuário de telefonia na lista de inadimplentes após 90 dias da data de vencimento da dívida não paga. Também com a facilidade de usar uma linha de celular pré-paga, a telefonia perdeu importância no rol de serviços básicos.

Os dois dias úteis a menos em agosto de 2014 - em relação a julho deste ano - fizeram reduzir os registros de inadimplência, segundo os economistas da Serasa Experian. O decréscimo de 0,2%, registrado no último mês leva em consideração variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados, dívidas vencidas com bancos e dívidas não bancárias (lojas em geral, cartões de crédito, financeiras, prestadoras de serviços como fornecimento de energia elétrica, água, telefonia etc.) em todo o país.

 Ainda assim, foi registrado aumento anual de 17,2% em relação a agosto de 2013 – esse é o maior percentual desde junho de 2012. A alta na inflação, o aumento nos juros e o enfraquecimento do mercado de trabalho influenciam diretamente a inadimplência dos consumidores, dificultando a quitação de dívidas. 

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Dívidas com bancos, títulos protestados e cheques sem fundo contribuíram para a queda do índice. Nos primeiros oito meses de 2014, o valor médio de inadimplência com instituições bancárias registrou decréscimo de 6,0% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Entretanto, devido à alta de 2,9%, a inadimplência não bancária acabou influenciando os resultados do indicador e praticamente compensou, de forma integral, as quedas dos outras variáveis analisadas. 

Com informações da assessoria

A inadimplência do consumidor caiu 2,8% em agosto ante julho, mas subiu 1,5% na comparação com agosto do ano passado, de acordo com dados nacionais da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) divulgados nesta segunda-feira, 08. Com o resultado, os registros de inadimplência acumulam altas de 2,5% até agosto deste ano, em relação aos oito primeiros meses de 2013, e de 2,2% em 12 meses, quando comparada aos 12 meses anteriores. O valor médio real das dívidas incluídas em agosto foi de R$ 1.061,76, após ajustes estatísticos.

Na análise regional, houve uma redução generalizada da inadimplência em todas as regiões do Brasil na passagem de julho para agosto. O maior recuo ocorreu no Nordeste (-3,2%) e Sudeste (-3,1%). Nas demais regiões, os resultados foram: -2,7% no Centro-Oeste; -1,5% no Sul; e -0,2% no Norte. Analisado apenas o varejo, todas as regiões também apresentaram queda na variação mensal, com destaque para Centro-Oeste (-5,5%) e Norte (-2,8%). Já no acumulado do ano, todas as cinco regiões do País registram aumento da inadimplência geral.

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Economistas da Boa Vista SCPC avaliam que a expectativa é de que, até o fim do ano, haja poucas oscilações nas variáveis condicionantes na economia para inadimplência. Segundo previsão de analistas, a maior seletividade das empresas que concedem crédito, o desaquecimento no mercado de trabalho e as taxas de juros devem permanecer em níveis próximos aos atuais. Diante disso, a instituição projeta que o número de registro de consumidores inadimplentes deve fechar 2014 com crescimento em torno de 2,5%.

Ocorre nesta quinta (28) e sexta-feira (29), a partir das 8h, um mutirão de negociação de dívidas de consumidores com bancos. O evento será realizado na sede do Procon Pernambuco (Procon-PE), no bairro de São José, e na sede do Procon Recife, no bairro da Boa Vista.      

O mutirão vai receber consumidores inadimplentes com parcelas em atrasos de empréstimos, cartões de crédito e demais contratos financeiros. Estarão no evento 17 instituições financeiras associadas à Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). 

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Será necessário apresentar os documentos pessoais (RG, CPF) e os documentos que comprovem a dívida com o banco (contrato, extrato bancário, boleto, etc). Confirmada a situação de inadimplência, a pessoa responderá um formulário com os detalhes do débito. 

As possibilidades de acordo mais favoráveis serão colhidas pelo Procon e enviadas para as instituições bancárias. Os bancos terão um prazo de dez dias corridos para responder diretamente ao inadimplente, com cópia para o Procon. Caso o consumidor não aceite a proposta poderá entrar em contato com o banco para discutir outra opção.

Devido ao mutirão, o atendimento do Procon-PE e do Procon Recife estarão fechados para as aberturas de reclamação. 

SERVIÇO:

Mutirão de negociação de dívidas com bancos

Data: 28 e 29 de agosto de 2014 (quinta e sexta-feira)

Locais: Procon-PE – Rua Floriano Peixoto, 141, São José e Procon Recife – Rua Carlos Porto Carreiro, 156, Boa Vista.

Horário: das 08h às 15h - Procon-PE e 08h às 13h  - Procon - Recife

Público-alvo: consumidores inadimplentes que tenham parcelas em atrasos de empréstimos, cartões de crédito e outros contratos financeiros.

Documentos necessários: RG, CPF e os documentos que comprovem a dívida (contrato, extrato bancário, boleto, etc).

Com informações da assessoria

O índice que mede a inadimplência das empresas brasileiras atingiu a maior marca mensal para um mês de julho de toda a série histórica, que teve início em 2000, segundo a Serasa Experian. O indicador subiu 12,9% no sétimo mês deste ano na comparação com junho, de acordo com a instituição. Em relação ao sétimo mês de 2013, a taxa de inadimplência do setor empresarial avançou 11,4%. De janeiro a julho, a alta foi de 6,9%.

A Copa do Mundo e a atividade enfraquecida ajudaram a elevar o índice de inadimplência das empresas, conforme análise dos economistas da Serasa. Em nota, os profissionais explicam que a realização do Mundial de Futebol, que gerou feriados e paralisações no setor, deprimiu a base de comparação mensal (junho) e impulsionou os registros de inadimplência em julho.

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Já a estagnação da economia, segundo a Serasa, prejudicou a geração de caixa das empresas. "A elevação do custo financeiro tendo em vista os juros mais altos neste ano em relação aos vigentes de 2013 e o avanço dos salários acima do crescimento da produtividade, vem proporcionando maiores dificuldades às empresas para honrar seus compromissos financeiros, aumentando os índices de inadimplência em suas comparações anuais", avaliaram os economistas.

De acordo com a Serasa, os títulos protestados e os cheques sem fundos foram os principais responsáveis pela alta do indicador de inadimplência no sétimo mês do ano, com variações positivas de 39,5% e 23,1%, respectivamente. As dívidas não bancárias, feitas por meio de cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica, água, dentre outros, avançaram 2,7%. Em contrapartida, as dívidas das empresas com bancos cederam 1,8% em julho e limitaram uma alta maior do índice de inadimplência no período, conforme a instituição.

Valor médio

Segundo a Serasa, o valor médio dos cheques sem fundos caiu 9,7% no acumulado de janeiro a julho de 2014, na comparação com o mesmo período do ano passado. Já o valor médio das dívidas com os bancos teve queda de 1,8%, enquanto os valores médios dos títulos protestados e das dívidas não bancárias subiram 7,5% e 5,5%, respectivamente, no período.

Foi-se o tempo que a população com mais de 65 anos de idade tinha poucas dívidas e praticamente não corria riscos financeiros. Com o número crescente de ofertas de linhas de crédito, especialmente para camadas de menor renda, a inadimplência dos consumidores da terceira idade está crescendo num ritmo superior ao do calote médio dos brasileiros. Além disso, os mais idosos ganharam participação no total de inadimplentes.

Em julho, o número de dívidas com pagamento atrasado dos que têm entre 65 e 84 anos aumentou 9,05% em relação a julho de 2013. Enquanto isso, a inadimplência de todas as faixas etárias avançou, em média, 5,29%, aponta pesquisa nacional do SPC Brasil.

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"Os mais velhos de hoje não são como os de antigamente. A população da terceira idade está ganhando importância na atividade econômica, tendo novos hábitos de consumo, como viagens turísticas, e acabou se endividando mais", afirma Marcela Kawauti, economista do SPC Brasil e responsável pela pesquisa.

Quatro anos e meio atrás, por exemplo, a fatia de brasileiros com idade entre 65 e 84 anos era de 4,66% no total de inadimplentes. Em julho último tinha subido para 6,01%.

Outra pesquisa, também de âmbito nacional, feita pela Boa Vista Serviços, administradoras do SCPC, para traçar o perfil do inadimplente, aponta para a mesma direção. A fatia de consumidores inadimplentes com mais 56 anos de idade subiu de 13% para 17%, do primeiro para o segundo trimestre deste ano. E no segundo trimestre de 2013 estava em 12%.

Enquanto isso, a participação dos estratos mais jovens no calote diminuiu no mesmo período. Na faixa etária de até 30 anos, caiu de 22% para 19%, do primeiro para o segundo trimestre, e recuou de 15% para 12% entre os que têm de 31 a 35 anos. No intervalo entre 36 e 55 anos houve estabilidade.

Para o diretor de Sustentabilidade da Boa Vista Serviços, Fernando Cosenza, o avanço dos mais velhos no total de inadimplentes na comparação com os mais jovens reflete o fato de essa faixa etária da população ter despesas compulsórias, como gastos com remédios, que não podem ser reduzidas ou evitadas. Por outro lado, ele observa que, no caso dos mais jovens, as despesas que normalmente levam ao calote estão ligadas ao consumo de itens que podem ser suprimidos ou adiados.

Inclusão

Um dos fatores que explicam a alta do calote entre os mais velhos é a inclusão financeira, que mudou não só o perfil da população mais idosa pelo lado do consumo como também pelo lado da renda, ressalta a economista do SPC Brasil. "Os mais velhos ganharam importância na atividade, estão mais ativos economicamente, tornaram-se bancarizados e se endividaram mais", diz ela.

Assim como os demais brasileiros, problemas financeiros, que incluem descontrole no orçamento e queda na renda, são apontados pelos inadimplentes dessa faixa etária com o principal motivo do calote, com 39% das respostas, só um pouco abaixo do resultado geral para esse quesito, que somou 43%, segundo o SPC Brasil.

A questão, segundo a economista, é que, apesar de eles terem uma vida mais ativa do ponto de vista econômico, a população da terceira idade tem menos flexibilidade na renda. Isto é, encontra dificuldade para obter ganhos extras, fazendo bicos, e enfrenta mais obstáculos para mudar de emprego, ao contrário do que ocorre com os mais jovens. Por isso, segundo ela, a inadimplência dessa faixa etária tende a ser maior tanto na comparação com a média da população como em relação aos mais jovens.

Outro fator que chama atenção como causa da inadimplência apontada pela população mais idosa é o empréstimo do seu nome para outra pessoa comprar a prazo. Esse motivo é relatado por 11% dos entrevistados como responsável pelo calote, ante 7% entre a média da população. Movimento semelhante ocorre com a pressão exercida por parentes para compras de interesse deles. Esse fator é tido como causa da inadimplência para 2% dos mais idosos, resultado que é o dobro para a média da população (1%).

Gastos

Quando se avalia o tipo de dívida que levou os idosos à inadimplência, o destaque é a pendência com bancos, seguros e planos de saúde, responsável por 44% do número de pagamentos em atraso, aponta o SPC Brasil.

Pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) mostra que a média de preços dos planos de saúde individuais ou familiares mais baratos ofertados na cidade de São Paulo compromete cerca de 40% da renda dos idosos com 75 anos. Para chegar a esse resultado, foi considerada a mensalidade de R$ 551,04 e a renda média mensal de R$ 1,448 mil para essa faixa etária, de acordo com valores atualizados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2011 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Depois das pendências com setor de saúde e bancos, o segundo maior credor de idosos são as empresas que fornecem serviços básicos, como água, luz e gás, e o comércio. Cada um dos dois setores responderam por 15% das pendências. Por último, estão as dívidas em atraso com serviços de comunicação (14%). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O aumento do endividamento das famílias e o descontrole ao assumir novas dívidas fizeram com que o número de inadimplentes no País batesse recorde em 2014. Até agosto, 57 milhões de pessoas estão com contas em atraso. No mesmo período de 2013, o número estava em 55 milhões e, em 2012, girava na casa dos 52 milhões, segundo levantamento inédito da Serasa Experian divulgado nesta quinta-feira (21), há pouco.

A instituição aponta ainda outras duas causas para o acréscimo do número de inadimplentes: o parcelamento de compras com juros elevados (como de imóveis e carros) e altas taxas cobradas pelo uso do cheque especial e do rotativo do cartão de crédito. "As dívidas não bancárias, como carnês de lojas, e aquelas contraídas com bancos foram as principais responsáveis pela alta da inadimplência", diz a nota.

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O estudo revela também que 60% dos endividados têm contas atrasadas que superam toda a renda mensal. Outro dado aponta que 53% das pessoas com dívidas possuem até duas contas não pagas no prazo.

O superintendente de informações sobre consumidores da Serasa Experian, Vander Nagata, avalia que o nível da inadimplência poderia estar mais elevado, no entanto a evolução da renda e o desemprego baixo atenuam esse cenário. "A atual situação é preocupante, pois revela que do total da população brasileira com 18 anos ou mais (144 milhões de pessoas), cerca de 40% estão inadimplentes", avalia.

Ele destaca, no entanto, que o número não é alarmante, pois o volume de contas da maioria dos endividados não é alto. A Serasa voltou a reforçar que a saída para o quadro de inadimplência elevada é a educação financeira de credores e consumidores.

A inadimplência no setor de cartões está totalmente controlada e deve se manter em patamares baixos nos próximos anos, ao redor de 7%, segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Marcelo Noronha. Ao final de junho, ficou em 6,7%, mesmo indicador visto em abril. Em junho de 2011, estava em 8%.

"Não há qualquer indicativo de deterioração da inadimplência no setor de cartões. A inadimplência do segmento colou no indicador pessoa física e vem se mantendo neste patamar", explicou o presidente da Abecs, em coletiva de imprensa, nesta terça-feira, 19.

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Segundo ele, o indicador em junho, de 6,7%, é um dos menores já registrados pelo setor, apesar de ter subido este ano, uma vez que encerrou alguns meses em 6,3%. "É o menor patamar histórico. Não é por conta do descolamento, de 6,3% para 6,7%, que há qualquer indicativo de deterioração na inadimplência no setor de cartões", reforçou Noronha.

O saldo da carteira de crédito dos cartões no Brasil, considerando os pagamentos à vista, parcelado com juros e sem juros e crédito rotativo, totalizou R$ 144 bilhões em junho. Do total, 71,3%, conforme a Abecs, são de operações sem juros, ou seja, sem custo para o consumidor. Em 2008, essa participação estava em 58,9%. O rotativo perde espaço a cada ano. Foi a 2,2% em junho último ante 3,2% em 2008.

"O rotativo está sendo diluído no mercado brasileiro com o passar do tempo. Sozinho, ele é incapaz de endividar os brasileiros por uma questão matemática", avaliou Noronha.

A inadimplência do consumidor registrou alta de 4% em julho, em relação a junho, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (12) pela empresa de consultoria Serasa Experian. Na comparação com julho de 2013, houve alta de 11%. No acumulado de janeiro a julho, a inadimplência subiu 0,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os protestos foram os principais responsáveis pelo avanço do indicador, que registrou variação de 21,2%. Cheques sem fundos subiram 11,6% e dívidas não bancárias (de cartões de crédito, financeiras, lojas, contas de telefone, energia elétrica e água) tiveram alta de 6,1%. A inadimplência com os bancos cresceu 0,3%.

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O valor médio das dívidas com os bancos teve queda de 6,8% nos primeiros sete meses deste ano, na comparação com o mesmo período em 2013. A inadimplência não bancária, os cheques sem fundos e os títulos protestados tiveram alta de 14,1%, 4,6% e 3,1%, respectivamente.

Segundo os economistas da Serasa, as dificuldades com o cenário econômico atual – juros altos, inflação e enfraquecimento do mercado de trabalho – levam ao quadro de elevação moderada da inadimplência. “O fim dos feriados e paralisações, que predominaram em junho durante a primeira fase da Copa do Mundo, também impactaram o resultado da inadimplência em julho, especialmente os cheques devolvidos e títulos protestados”, diz a divulgação da Serasa.

O indicador de inadimplência do consumidor da Boa Vista avançou 2,6% em julho, na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo dados nacionais da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Em relação a junho, a alta foi de 5,3%. No acumulado dos sete primeiros meses do ano, a inadimplência entre os consumidores cresceu 2,7%, ante o mesmo período de 2013. Nos 12 meses encerrados em julho de 2014, a variação da inadimplência chegou a 2,2%, ante 2,6% em igual período do ano anterior.

A instituição destaca que os fatores relativos à inadimplência têm apresentado estabilidade - a seletividade das empresas que concedem crédito, o desaquecimento no mercado de trabalho e o aumento nas taxas de juros. "Com os últimos resultados, apesar da desaceleração na tendência de longo prazo (variação acumulada em 12 meses) observada em julho, a expectativa é de que ao final de 2014 o número de registros de consumidores inadimplentes cresça em torno de 3%", diz a nota.

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Varejo

A abertura do indicador indica que houve recuo da inadimplência no varejo em todas as bases de comparação. Em julho de 2014 ante julho de 2013, a queda foi de 13,8%. No acumulado do ano, a retração foi de 9,2%, e, em 12 meses, a de 7,7%, ambos sobre iguais períodos do anterior. Já na margem, descontados os efeitos sazonais, a inadimplência entre os consumidores caiu 2,1%.

Regiões

Na análise geográfica, houve aumento da inadimplência em todas as regiões na passagem de junho para julho, já descontados os efeitos sazonais. A região Centro-Oeste registrou alta de 9,4%, na Norte, o aumento foi de 8,9%, no Nordeste, a elevação foi de 8,8%, a região Sul apresentou incremento de 5,6% e no Sudeste houve acréscimo de 3,1%.

Apesar da alta na margem, no acumulado do ano até julho, houve desaceleração da inadimplência em todas as regiões. O aumento mais expressivo foi no Sul (7,3%), seguido pelo no Centro-Oeste (6,7%), Nordeste (de 4,3%), Norte (3,1%) e Sudeste (0,6%).

O número de consumidores inadimplentes cresceu 4,43% em julho na comparação com julho de 2013, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O aumento foi superior ao visto no mesmo período do ano passado, quando o número de pessoas inadimplentes subiu 4,36%. Para a CNDL, a tendência é de crescimento da inadimplência no segundo semestre deste ano.

O número de dívidas em atraso cresceu 5,29% em julho ante o mesmo período do ano passado e foi o maior avanço anual registrado desde o início de 2013. Em relação a junho, o número de pessoas físicas inadimplentes registradas na base de dados aumentou 0,42%. A variação é a maior para meses de julho desde 2010.

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Parcela de 37% dos consumidores inadimplentes não pretendem pagar suas dívidas nos próximos três meses, aponta pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Entre as razões para as contas ficarem em atraso, 28% responderam que não têm condições de pagar; 6% disseram que, embora de forma parcial, teriam condições de pagar, mas não tem intenção em quitar a conta; e outros 3% disseram que terão total condição de pagar, mas não pretendem quitar o débito.

Quando questionados sobre a principal razão da negativa, 45% daqueles que não pretendem pagar dívidas nos próximos três meses dizem que consideram o valor da cobrança abusivo e por isso, nem tentarão negociar com o credor. Dos entrevistados com contas em atraso, 18% disseram não têm o hábito de pesquisar preços alegando "falta de tempo". Entre os adimplentes o índice é de apenas 7%. Apenas 20% consumidores inadimplentes disseram ter alguma poupança para realizar um sonho no futuro.

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Entre os 63% de consumidores entrevistados que demonstram disposição para pagar suas dívidas nos próximos três meses, a maioria (74%) disse que tentará negociar diretamente com o credor, seguido pelos que farão 'bicos' para complementar a renda (13%) e pelos que esperam receber dívidas de terceiros (11%). Outros 8% disseram que guardariam o 13º salário para cobrir o valor pendente e apenas 8% pretendem economizar nos gastos diários.

A pesquisa revela que as mulheres representam 60% dos inadimplentes brasileiros. Já entre os adimplentes, a participação feminina cai para 52%. Considerando a condição social e a faixa etária, percebe-se maior representatividade da classe C (86%) e de pessoas entre 25 e 49 anos (65%) entre os que têm contas em atraso. Pessoas das classes A e B correspondem por 14% dos inadimplentes no Brasil, segundo a pesquisa.

A metade (50%) dos inadimplentes é casada, contra 36% de solteiros, 3% viúvos e 10% de separados. Quatro em cada dez inadimplentes (37%) são funcionários de empresas privadas e, portanto, possuem previsibilidade de renda, seguido pelos autônomos (28%), desempregados (13%) e aposentados ou pensionistas (8%).

O SPC aponta que o mau uso do cartão de crédito é o principal responsável pela inadimplência dos brasileiros. Seis em cada dez (57%) inadimplentes estão com faturas atrasadas no cartão, sendo que 46% se encontram com o nome sujo por conta dessa pendência não quitada. Em segundo lugar no ranking de dívidas em atraso aparecem os cartões de loja, mencionados por 48% dos inadimplentes. Mais da metade (51%) das dívidas dos inadimplentes está concentrada entre R$ 500 e R$ 2 mil, mas a média das dívidas em atraso dos inadimplentes brasileiro é de R$ 4.007,00.

A pesquisa, cujos resultados foram divulgados hoje, foi realizada pelo SPC e pelo portal "Meu Bolso Feliz', com 1.245 consumidores em todas as capitais. São considerados inadimplentes os consumidores que declararam ter pelo menos uma conta com o pagamento atrasado há mais de 90 dias. A margem de erro é de no máximo 3,8 pontos porcentuais com uma margem de confiança de 95%. A coleta de dados dos adimplentes foi realizada pela internet, de forma aleatória (sem cota para sexo, idade ou classe social), somando 639 pessoas. Quanto aos inadimplentes, houve pesquisa pessoal nas proximidades das instituições de proteção ao crédito como SPC Brasil, Boa Vista e Serasa, de forma aleatória (sem cota para sexo, idade ou classe social), somando 606 pessoas nesta condição.

O indicador de inadimplência do consumidor da Serasa Experian recuou 1,1% no primeiro semestre de 2014, na comparação com o mesmo período do ano passado. Em junho, após três altas mensais seguidas, a inadimplência caiu 1,4% sobre maio, mas registrou crescimento de 3% sobre junho de 2013, informou a instituição.

Apesar de o indicador ter acumulado queda no primeiro semestre de 2014, dificilmente essa tendência se manterá durante o restante do ano, de acordo com economistas da Serasa Experian. Inflação, juros elevados e enfraquecimento da economia e do mercado de trabalho deverão atuar no sentido de crescimento dos níveis de inadimplência do consumidor, de acordo com a Serasa Experian.

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As dívidas não bancárias - com cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água, por exemplo - apresentaram recuo de 2,3% entre os semestres. A inadimplência com os bancos caiu 0,4% e os cheques sem fundos recuaram 10,1% entre os períodos. Já os títulos protestados tiveram alta de 16,7%, se comparados os primeiros semestres de 2014 com o de 2013.

Na comparação de junho contra maio, os cheques sem fundos também foram os principais responsáveis pelo recuo do indicador, com queda de 13,8%. As dívidas não bancárias e os títulos protestados caíram 0,6% e 19,7%, respectivamente. Já a inadimplência com os bancos apresentou leve alta de 0,4%.

O valor médio das dívidas com os bancos apresentou queda de 7,2% no primeiro semestre de 2014 sobre mesmo período do ano anterior, para R$ 1.266,22. Já a inadimplência não bancária subiu 1,4% em valor entre os períodos, para R$ 323,16, em média. O valor médio dos cheques sem fundo subiu 4,2%, para R$ 1.688,45, e o dos títulos protestados avançou 5,1%, a R$ 1.452,18, segundo a Serasa Experian.

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