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A equipe recifense "Life Up" conquistou o primeiro lugar no desafio Imagine Cup 2014, torneio mundial de computação promovido anualmente pela Microsoft. O time arrematou a categoria Cidadania Mundial com o "Can Game", jogo que utiliza o Kinect para ajudar crianças autistas para  aprender habilidades sociais, motoras e matemáticas. Foram quatro equipes formadas por estudantes brasileiros que se destacaram e conquistaram prêmios no segundo desafio online da maratona. A melhor equipe de cada categoria (Jogos, Cidadania Mundial e Inovação) recebeu um prêmio de US$ 3 mil, e as demais, uma menção honrosa. Das três categorias do concurso, o Brasil levou a melhor em duas e ainda teve mais dois prêmios de menção honrosa. O resultado foi anunciado nesta terça (28).

A “Life Up” testou seu protótipo com crianças reais, obteve comentários valiosos e aprimorou significativamente o projeto. Por apresentar melhoria contínua, disciplina rigorosa e documentação completa sobre seu progresso, a equipe brasileira foi premiada com US$ 3 mil. O grupo, tem em sua formação estudantes da Escola Técnica Estadual Professor Agamenon Magalhães (Etepam) e da Unidade de Educação do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar.Edu). A ideia de criação do software surgiu durante um brainstorm na aula de empreendedorismo do professor Eraldo Guerra, na Etepam. “Eles queriam realizar um projeto que pudesse beneficiar a sociedade de alguma forma. Surgiu nesse momento a ideia de abordar o autismo”, explica Guerra.

Na categoria Jogos, mais uma vitória do Brasil. A equipe “Liaison”, com um game que leva o seu nome, se destacou com um jogo engenhoso que trata da amizade entre um menino e seu cão, em meio à exploração de um ambiente desafiador de enigmas e aventuras. O conceito de jogo bem estruturado ajudou a “Liaison” a conquistar o topo do pódio na categoria e o prêmio de US$ 3 mil.

Os outros dois destaques brasileiros são as equipes “Unchained”, que desenvolveu o game “Quilombo”, sobre a luta por liberdade dos escravos africanos no Brasil do século XVII e “Tupi”, que desenvolveu um aplicativo móvel que usa posicionamento por GPS para marcar locais de opressão ou falha governamental, possibilitando conscientização e ativismo coletivos. Os prêmios de menção honrosa foram conquistados nas categorias Jogos e Cidadania Mundial, respectivamente.

Imagine Cup - Tanto a equipe “Life Up” quanto a “Unchained” já haviam se destacado com apresentações em vídeo no primeiro desafio online da Imagine Cup 2014. Nessa competição, as duas equipes ficaram entre os 10 selecionados nas categorias Cidadania global e Jogos, nessa ordem. Como reconhecimento, os times receberam feedbacks do júri da Imagine Cup para que pudessem amadurecer seus projetos.

A grande final mundial da Imagine Cup 2014 acontecerá em julho deste ano, em Seattle (Estados Unidos). Com as vitórias nos desafios online, o Brasil se mostra candidato aos projetos vencedores nas três principais categorias, com a chance de levar prêmios de US$ 50 mil.

O campus de Garanhuns da Universidade de Pernambuco (UPE) promove, a partir desta terça-feira (22), a V Semana de História com o tema História, Cultura e Ensino – Múltiplos Espaços de Inclusão Social. Quem estiver interessado, pode se inscrever por email (semanadehistoriaupe@gmail.com), além de pagar uma taxa de R$ 15 e levar um quilo de alimento não perecível.

O evento será realizado até o dia 1º de novembro das 19 às 22h, e conta ainda com a participação de trabalhos produzidos por estudantes e professores do Campus. “É a produção acadêmica que fica fortalecida e transcende para toda a região, com o potencial de desenvolvimento de projetos, além de aprofundar debates com os futuros profissionais da área, nossos estudantes”, informa o diretor da unidade, Clóvis Gomes Júnior.

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Com informações da assessoria

A partir da próxima semana, todos os Centros de Atendimento ao Turista (CAT) de Pernambuco passarão a oferecer um guia em braile. A ação, intitulada de Pernambuco de 1 a 8 Dias, traz um roteiro com os principais destinos turísticos do Estado, dicas de programas alternativos e um calendário de eventos e telefones úteis de cada cidade e região.

Mil guias em braile serão distribuídos nos CATs e nas instituições voltadas para cegos e pessoas com baixa visão no Brasil. O guia traz alternativas de passeios por Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Tamandaré, Litoral Norte (Paulista, Itapissuma, Ilha de Itamaracá e Goiana) e Agreste (Moreno, Glória do Goitá, Gravatá, Bezerros, Caruaru, Brejo da Madre de Deus/Nova Jerusalém).

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*Com informações da assessoria 

Antes de falarmos sobre a educação inclusiva no Brasil, faz-se necessário esclarecer que educação inclusiva não deve ser confundida com educação especial, porém, a segunda está inclusa na primeira.

A educação inclusiva remete a diversidade inerente ao ser humano. Pela individualidade de cada ser, ela busca perceber e atender as necessidades educativas de todos os alunos, em salas de aulas comuns, através de um sistema regular de ensino. Em outras palavras, a educação inclusiva é a forma de promover a aprendizagem e o desenvolvimento de todos.

Infelizmente, as desigualdades sociais no Brasil – e não são poucas - afetam diretamente as condições de acesso à educação no país e quase todos os indicadores educacionais brasileiros comprovam este fato. Basta saber que, de acordo com dados divulgados recentemente pela ONG Todos Pela Educação, o Brasil tem 3,6 milhões de crianças e adolescentes fora da escola. Esse número representa cerca de 8% das crianças e adolescentes em idade escolar.

A educação inclusiva é um dos maiores desafios do sistema educacional. Desafio porque não basta apenas disponibilizar vagas nas escolas. A presença do aluno é apenas o primeiro passo e significa apenas que o aluno está na escola. Contudo, a presença não é suficiente, ele precisa participar das atividades escolares e assimilar conhecimentos. Portanto, inclusão significa o aluno estar na escola, participando, aprendendo e desenvolvendo suas potencialidades.

Considerando esses pontos, muitos países promovem o acesso à escola sem garantir a qualidade de ensino necessária para a educação inclusiva. Não é incomum a falta de capacitação dos professores, a falta de livros e material didático, além do  curto período de tempo letivo. Todos esses são, com certeza, fatores que contribuem para o aumento das probabilidades de que as crianças abandonem as escolas ou que simplesmente não aprendam.

Para conquistar uma educação inclusiva eficiente, é preciso determinar quem são as crianças excluídas e porque não estão escolarizadas. Com esses dados em mãos é possível elaborar estratégias e fazer com que os jovens prossigam seus estudos. Entretanto, é imprescindível a aplicação de políticas públicas e medidas práticas que debatam a exclusão escolar.

Nunca é pouco lembrar que a educação é um direito e responsabilidade de todos. É preciso que se cobre melhores condições na educação básica. É preciso promover políticas que garantam a escolarização dos excluídos, além de programas e práticas que permitam às crianças conseguirem bons resultados. 

A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) vai dobrar a bonificação dada aos alunos oriundos de escola pública e autodeclarados negros, índios ou pardos, pelo seu Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (Paais), no vestibular de 2014.

O programa criado em 2004 dá bônus na segunda fase do vestibular e é uma alternativa à política de cotas do governo federal, que reserva vagas nos cursos. Na quinta-feira, 6, o Conselho Universitário (Consu) aprovou a elevação desses bônus de 30 pontos para 60 pontos para alunos que cursaram todo ensino médio em escola pública e de 10 para 20 para os autodeclarados negros, índios e pardos.

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"Podemos chegar a 40% de alunos provenientes de escola pública já no próximo vestibular com esse aumento", afirmou o reitor da Unicamp, José Jorge Tadeu. "Inclusão é uma questão importante para a universidade."

Em 2012, o equivalente a 32% (1.099 dos 3.435 vestibulandos) entraram na Unicamp por meio do programa vindos de escolas públicas, segundo a Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest).

A decisão de levar ao Consu a proposta de ampliar a bonificação veio após análise de desempenho de quatro turmas formadas com o Paais (2005 a 2008). "Os alunos ser saíram muito bem e concluíram o curso nas mesmas condições dos não bonificados. Os resultados mostraram o sucesso do Paais em fazer inclusão com manutenção da qualidade dos profissionais formados e deram segurança para avançar ainda mais", explicou o reitor.

Duas propostas que chegaram a ser debatidas internamente pela equipe do novo reitor - a de ampliar para 30 a bonificação para autodeclarados racialmente e trazer o Paais também para a primeira fase do vestibular - não foram levadas ao Consu.

"Achamos melhor sermos prudentes e fazer uma ampliação para 20, avaliar de novo, para ver se continuaremos a crescer", explicou Tadeu.

ProFis

Tadeu defende que a Unicamp vai atingir o nível de inclusão de 50% de alunos oriundos de escolas públicas que tem sido defendido, tanto pelo governo federal como pelo governo estadual. "Acredito que podemos chegar nesse número. Temos vários caminhos, como o Paais, temos o ProFis, que estamos estudando ampliar. E têm outras iniciativas propostas que a universidade ainda não discutiu, mas que podemos considerar, se vierem a complementar essa necessidade de fazer inclusão", afirmou o reitor.

O ProFis (Programa de Formação Interdisciplinar Superior), uma alternativa ao vestibular, forma os melhores alunos da rede pública por um período de dois anos para entrarem na universidade, sem a necessidade do processo seletivo convencional.

Criado em 2010, o sistema oferece 120 vagas na Unicamp e a partir do segundo semestre sua ampliação deve começar a ser discutida.

A representante do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Maria Aparecida Barreto, determinou que todos os editais de concursos públicos e seleções simplificadas realizados na cidade de Paulista devem reservar vagas destinadas a candidatos portadores de necessidades especiais. Para tomar a iniciativa, a representante se baseou na Lei n° 8.112, que defende o direito de pessoas portadoras de deficiência fazer a inscrição em concursos públicos, assegurando a reserva de 20% das vagas ofertadas.

De acordo com a recomendação, o secretário de Saúde confirmou uma seleção simplificada, que aconteceu no ano passado, sem reserva para o percentual em questão. Esse fato é lembrado pela promotora na recomendação, que ainda ressalta a garantia do direito à reserva dessas vagas pela Constituição Federal, em seu artigo 37, que indica a criação de um percentual de vagas especiais, através de lei, para vagas para cargos e empregos públicos.

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*Com informações do MPPE

O Sesi, em parceria com a empresa Raymundo da Fonte, em Paulista, está com inscrições abertas para curso de aprendizagem industrial básica, voltado para a formação de profissionais que desejam trabalhar como auxiliar de linha de produção. Ao todo, são 20 vagas apenas para pessoas portadoras de deficiência.

A capacitação vai abordar tópicos como desenvolvimento pessoal, higiene e segurança do trabalho, gestão e atribuições técnicas do cargo oferecido. As aulas estão previstas para o dia 18 deste mês, às 19h, na sede da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), que fica na Avenida Cruz Cabugá, 767, no Recife. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (81) 3412-8581.

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Conscientizar e orientar o empregador diante da inclusão social através da promoção da inserção no mercado dos trabalhadores lésbicas, gays, bissexuais e transgênicos (LGBT), esse é o objetivo do Seminário Inclusão Social: Igualdade Inserida no Mercado de Trabalho.

O evento que tem como tema “Cidadania LGBTs em busca de trabalho com respeito e dignidade”, será realizado nesta quinta-feira (6), das 9h às 13h, no Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda (SPETR), localizada na avenida Rio Branco, 155 , bairro do Recife.

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O encontro busca conscientizar e orientar o empregador sobre a política de inclusão social dos LGBTs. Com um ciclo de palestras e debates com profissionais das áreas de direitos humanos, justiça do trabalho e desenvolvimento econômico, serão debatidos temas como o panorama do público LGBT no mercado de trabalho e o contexto legal de inclusão social. 

O evento contará com a presença de representantes de órgãos de fiscalização do trabalho, pesquisadores, centrais trabalhistas e órgãos de benefícios. Além do secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, José Bertotti, pela secretária de Direitos Humanos e Segurança Cidadã, Amparo Araújo, e pelo superintendente Regional do Trabalho, André Negromonte

Funcionamento do SPETR

Devido à realização do Seminário, a unidade do Bairro do Recife não funcionará nesta quinta-feira (06), voltando às atividades normais na próxima segunda-feira (10). Os postos de Casa Amarela, Avenida Norte Miguel Arraes de Alencar, 5600, e de Afogados, Estrada dos Remédios, 162, realizarão atendimento normal.

Serviço

Seminário Inclusão Social: Igualdade Inserida no Mercado
Data: 06 de setembro de 2012
Hora: 9h às 13h
Local: Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda – Av. Rio Branco, 155, bairro do Recife



Será realizado nesta sexta-feira (31), às 9h, o Seminário de Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com o tema “Classe, raça e ação afirmativa: a política de inclusão social numa universidade pública de Pernambuco”.

O evento é aberto ao público e será na Sala de Seminários do Programa de Pós-Graduação, no 12º andar do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH). O palestrante será o professor Francisco Jatobá, graduado em Ciências Sociais e mestre em Sociologia pela UFPE, e doutor em Sociologia pela Universidade de São Paulo, com experiência na área de Sociologia e Pensamento Social Brasileiro. 

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Outras informações pelos telefones (81) 2126-8285/ 2126-8284.

Algumas pessoas ainda caem num erro quando o assunto é educação especial. Muitos pensam que se trata de salas de aulas compostas somente por pessoas com deficiências, sem a presença de alunos da educação regular. A verdade é que isso é coisa do passado.

“A escola está para todo o mundo e cada pessoa tem a sua especificidade. A gente trabalha com a perspectiva de inclusão, pois, educação é um direito de todos”. A afirmação é de uma das gestoras da Gerência de Políticas de Educação Especial (GEDE), da Secretaria de Educação de Pernambuco, Terezinha Beltrão (foto à esquerda). De acordo com ela, a ideia atual é juntar alunos com deficiências aos outros estudantes, todos numa mesma classe.

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O público alvo da educação especial são pessoas com deficiência (Cegueira, Baixa visão; Surdez; Deficiência auditiva; Surdocegueira; Deficiência física; Deficiência Mental;  e Deficiências Múltiplas), transtorno global do desenvolvimento (Autismo Clássico; Síndrome de Asperger; Síndrome de Rett; Transtorno Degenerativo da Infância - Psicose Infantil), e alunos com altas habilidades (Superdotação). Essa classificação é realizada pelo Ministério da Educação (MEC) e esses alunos especiais são inseridos na educação regular, em turmas de acordo com o seu nível de escolaridade e idade. Eles, além da ajuda dos professores, têm apoio de profissionais especialistas no assunto, auxiliando o aprendizado dentro das próprias classes, em turnos opostos aos das aulas..

Essa junção faz com que as pessoas convivam com as diferenças sociais, como pensa Terezinha. “Se as escolas não receberem esse público, elas nunca vão poder debater sobre as diferenças. É importante para todos nós sabermos que as pessoas não são iguais”, explana. A gestora diz que os professores são capacitados para atenderem a todos os alunos, conforme a sua necessidade. “Quando há na sala um aluno surdo, por exemplo, os professores não podem falar de costa para ele, e no local também deve ter um intérprete. No caso dos cegos, deve haver uma preparação do material em braile com antecedência e tudo que o professor escrever no quadro, deve ser lido”, exemplifica Terezinha com alguns casos.

As aceitações
Segundo Terezinha, que também é pedagoga e especialista em educação especial, a grande maioria dos estudantes da educação regular aceita bem os amigos especiais. “Eles ajudam muito em todo processo e é ótimo vê a interação deles”. Porém, existem depoimentos opostos em relação ao processo de inclusão. “Há pais com pensamentos mais antigos que acham que os filhos não são capazes de estudar numa sala com outros alunos sem deficiências, porque eles têm medo que os filhos sofram algum tipo de preconceito. Mas, têm alguns que nos falam que o resultado da educação inclusiva é muito bom, e é visível o desenvolvimento do aprendizado dos estudantes especiais”, explica a gestora.

Ingresso e aprovação
Terezinha Beltrão conta que, antes de as pessoas com deficiência se matricularem nas escolas, elas são submetidas a algumas análises. “O objetivo é fazer uma análise, junto a profissionais, como psicólogos, professores, neurologistas, entre outros, para que se possa notar a condição de aprendizado do aluno. Dessa forma, identificamos como serão repassados os assuntos de uma determinada série”, comenta. “O ideal é que os alunos deficientes tenham os mesmos temas do que os estudantes regulares, mas, claro, a forma de ensino tem que ser aplicada conforme as necessidades dos especiais”, completa Terezinha.

No contexto da aprovação, como alunos do ensino regular, pessoas deficientes também são avaliadas em busca de uma progressão para uma nova série. Segundo a gestora, no final de cada ano letivo, os alunos especiais são avaliados por alguns profissionais. “Verificamos se eles devem seguir para a próxima série, como também, podemos segurar esses alunos, com o pensamento de que é melhor para ele repetir mais um ano e ver novamente aqueles conteúdos. Assim, ele tem a oportunidade de aprender mais”, justifica a profissional.

Quem vive a inclusão
A Escola Vidal de Negreiros, localizada no bairro de Afogados, no Recife, é referência no ensino de inclusão. De acordo com a diretoria da escola, atualmente estudam no local 70 alunos especiais na educação regular. De acordo com a coordenadora das aulas inclusivas da escola, Conceição Morais (foto à direita), “os deficientes frequentam as aulas como qualquer outro aluno e ainda recebem um serviço em horários diferentes dos da aula”. Segundo a coordenadora, a proposta não é apenas passar conteúdo para os alunos. “Nós também trabalhamos a autonomia, a autoestima e a integração na sociedade dos estudantes”, completa Conceição.

Os professores Unilton Rodrigues e Olga Perreira são professores da escola. Os dois profissionais apoiam em todo o processo pedagógico e social das aulas, auxiliando os intérpretes e os profissionais especialistas em educação especial. “Além da função profissional, nós aprendemos com a experiência de vida dessas pessoas. Elas nos mostram que podemos superar todas as barreiras”, declara Unilton.

O intérprete de libras (Linguagem Brasileira de Sinais) Daniel Antônio de Lemos, é um dos profissionais que auxiliam os especiais nas aulas. Ele ajudou a reportagem do LeiaJá a conversar com Rosângela Benedita (foto à esquerda), que é surda e muda. Apesar do silêncio, os sinais feitos por Rosângela "ecoam" fortemente a alegria que ela tem por ter conseguido superar a sua dificuldade. A mulher completou o ensino médio na escola e hoje trabalha como voluntária nas aulas da educação regular. “Antigamente, quando eu era cirança, eu achava a escola muito difícil. Todos da sala eram mudos e o professor só queria passar os assuntos sem nenhum tipo de interação. Depois, eu entrei na escola Vidal de Negreiros, junto com pessoas que não tinham deficiência, e a minha vida mudou”, conta Rosângela, interpretada por Daniel. “Estudar com ouvintes me ajudou muito. Eu aprendi muitas coisas. Eles me ensinavam as matérias e eu os ensinava libras. E hoje eu posso ajudar outras pessoas que têm deficiência”, relata Rosângela.

Sem deficiência alguma e com muita vontade de expandir a inclusão social, a estudante da escola Vidal de Negreiros, Sara Emmanuele (foto à direita), de 16 anos, afirma que é importante conviver com pessoas especiais. “Não tenho dificuldade de conviver com elas. São pessoas legais e aprendo com elas que apesar dos problemas, nada é impossível. Sinceramente, eu não vejo diferença entre mim e eles”, diz a jovem.

Números - De acordo com dados da GEDE, atualmente, existem funcionando em Pernambuco 133 salas da educação inclusiva. Trabalhando em todo o processo educativo, são mais de 400 professores e 393 professores de classe especial, que correspondem aos encontros que ocorrem nos contraturnos das aulas. 

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Às cinco horas da manhã, a atendente de telemarketing Maria José da Silva sai de casa, em Ouro Preto, com destino a Contax, em Santo Amaro. Depois de quase sete horas, ele segue para o Grupo Ser Educacional, para mais seis horas no Call Center. Quando chega em casa, lá pelas 21h, é hora de dar atenção ao filho de nove anos e cuidar dos serviços domésticos. Perto da meia-noite, depois que o marido chega da faculdade, vem o descanso. No dia, seguinte, começa tudo novamente. O que parece uma rotina cansativa, para Maria é uma conquista. Com deficiência em uma das pernas, ela mostra que a muleta não é obstáculo para a realização pessoal e profissional.

E ela não para por aí. “O meu objetivo é ir para a faculdade cursar gestão de recursos humanos, fazer uma pós e depois fazer comunicação social. Já tenho uma proposta para trabalhar no RH da empresa, mas primeiro preciso ter o curso. Quero ter tempo para me dedicar aos estudos e tenho o apoio da minha família para isso”, conta. De fato, as duas últimas décadas foram marcadas pela maior inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Isso graças a Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, que determina que as empresas destinem de 2% a 5% dos postos de trabalho para os portadores de deficiência.

Mas, apesar da ampliação de oportunidades de trabalho, nem sempre a regulamentação é seguida à risca. Em Pernambuco, diversas empresas descumprem a norma e são acionadas pelo Ministério Público do Trabalho. “Abrimos um processo de investigação e intimamos a empresa a comparecer à audiência com a documentação necessária. Geralmente, assinamos um termo de ajustamento de conduta e damos um prazo para a regularização. Se percebemos que não há interesse, entramos com uma ação civil pública”, explica a procuradora Melícia Nesel, responsável pela Coordenadoria de Combate à Desigualdade e Discriminação no Trabalho. Segundo ela, o descumprimento ocorre tanto no comércio e indústria, quanto nas empresas de serviços.

“O maior entrave é a falta de responsabilidade social e o preconceito de que elas são capazes apenas de exercerem cargos de baixo escalão. Nas audiências, percebi que as empresas até chegam a separar as vagas, mas não têm iniciativa de ir em busca desses profissionais”, conta. Ela lembra de um caso de uma rede hoteleira que não sabia o que fazer. “Sugeri um anúncio no jornal. No início, eles desacreditaram que haveria resultado, mas se surpreenderam quando a procura foi maior que a oferta de vagas. O que falta é a iniciativa”, frisa.

Do lado das empresas, a reclamação é sobre a falta de qualificação. “Os deficientes, por muito tempo, forem excluídos de vários processos, mas há sim pessoas capacitadas. Todos os argumentos das empresas transferem a culpa para a pessoa com deficiência, mas o que existe é um preconceito mascarado por ações pontuais”, critica João Maurício Rocha, da Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência (Sead/PE). Para ele, o perfil profissional precisa ser avaliado, antes de determinar em que setores das empresas serão abertas as vagas. É o que acontece no Grupo Ser Educacional. “Primeiro identificamos a experiência de trabalho, as habilidades e as aptidões. Em seguida, procuramos identificar o setor mais adequado e se a deficiência não irá prejudicar o desempenho profissional”, explica a analista de RH, Viviane Barros. Segundo ela, também é preciso fazer um acompanhamento dos funcionários para sanar as dificuldades encontradas.

No dia a dia, os empresários também devem oferecer boas condições de trabalho. “Algumas empresas juntam todos os portadores de necessidades especiais e os colocam numa sala só, sem contato com os demais funcionários. Isso não pode existir e configura em assédio moral. Não basta inserir, é preciso incluir”, salienta a procuradora Melícia Nesel. Para isso, é preciso instalar rampas e banheiros adaptados, bem como modificar os móveis quando for necessário, por exemplo. A deficiência, em alguns casos, também precisa ser levada em consideração para evitar o esforço exagerado. “Quando fiz entrevista para o Carrefour, a encarregada só me deixou trabalhar como operadora de caixa quando eu passei a usar uma muleta. Como precisava do trabalho, fiz esforço e me acostumei, mas forcei demais a perna e a coluna. Graças a Deus, hoje as coisas são diferentes”, conta Maria José da Silva.

Benefício Assistencial
Além da chamada Lei das Cotas, a Constituição Federal estabelece que a pessoa portadora de deficiência deve receber um salário mínimo, desde que não possua condições de prover renda pessoal. O benefício é operacionalizado através do Instituto Nacional do Seguro Social, do Ministério da Previdência Social. A fonte de renda, que contribui para o sustento de milhões de brasileiros, também gera o comodismo em alguns beneficiários, que mesmo tendo condições, optam por não trabalhar. “Se eu recebo um salário mínimo sem precisar fazer nada, porque eu vou me esforçar e ir trabalhar para receber a mesma coisa? Prefiro ficar em casa”, considera José Costa*, que é surdo. Ele não é o único a assumir essa postura. “Tem tanta gente por aí vivendo de Bolsa Família e outros benefícios sociais, porque eu não posso? O benefício é um direito que tenho e eu não vou abrir mão dele. Pode ser errado, mas essa não é a única coisa errada no Brasil”, diz Mário Souza*, que também é surdo.

A atitude recebe a reprovação de várias pessoas portadoras de deficiência. “Hoje em dia, as oportunidades são muitas, o que falta é o interesse mesmo”, considera Fábio Patrício dos Santos. “Eu sempre fiz tudo, trabalho e estudo. Nada pode me impedir”, conta Suyen Marques. “Não concordo com o comodismo, porque não tem coisa melhor do que não depender de ninguém. Eu gostaria de trabalhar e não posso, mas também não fico por aí abusando. Tem gente que recebe o benefício, pode trabalhar, mas prefere pedir esmolas nos sinais. Não dá”, salienta Saulo Dias de França.



Há oito anos, ele sofreu um acidente de moto e sofreu uma lesão medular T4, que hoje o impede de trabalhar. “Não sinto nada do tórax para baixo. Não tenho controle da urina e das fezes. Não quero passar por constrangimentos. Só um cadeirante sabe o que passa. Sinto falta do trabalho”, conta. O objetivo de vida é conseguir ficar independente da cadeira de rodas e das muletas e trabalhar com informática. “Enquanto não tiver controle do meu corpo, não dá para trabalhar. Mesmo que seja para sair de cadeira de rodas, se for para receber o mesmo que recebo de aposentadoria por invalidez, prefiro ficar em casa. O trabalho que dá sair de casa e pegar um transporte, não vale à pena”, considera ele, que atualmente faz uma campanha nas redes sociais para arrecadar fundos para comprar uma cadeira de rodas adequada. Quem quiser ajudá-lo pode entrar em contato pelo e-mail saulodiasfranca@hotmail.com ou pelo telefone 3273-6555.

Para João Maurício Rocha, do Sead/PE, antes de qualquer julgamento, é preciso observar o contexto social. “Às vezes, um conjunto de fatores impede a inserção no mercado de trabalho, como moradia e transporte inacessíveis. Também, as condições de emprego nem sempre estimulam. O que se espera é uma maior promoção da acessibilidade”, destaca.

Sobre o benefício assistencial, o chefe do Serviço de Administração de Informações de Segurados do INSS em Pernambuco, Olacir Luchetta, explica a concessão depende da avaliação da assistência social e da perícia médica. “Primeiro, os assistentes sociais fazem a análise das condições, como renda per capita familiar, chegando a fazer visitas residenciais. Em seguida, a pessoa passa por uma perícia e só então se torna um beneficiário”, explica. Segundo ele, muitas pessoas com deficiência temiam entrar no mercado de trabalho e perder o benefício. “Agora, a pessoa não perde mais. Se ela começa a trabalhar, o benefício é suspenso. Se um dia ela ficar desempregada, pode voltar a receber o benefício. Mas isso não é automático. É preciso retornar ao INSS e dar entrada no pedido”, esclarece.

Competência e superação
Para quem está no mercado de trabalho, a deficiência não é pretexto para fazer “corpo mole”. Há 22 anos trabalhando no Bompreço, Elaine Costa que começou como operadora de caixa, hoje é encarregada de gestão de abastecimento da loja localizada no Parque Amorim, no Recife. Ela conta com orgulho que sempre cumpriu com o dever e quer ir além na vida profissional. “Se me derem oportunidade, quero chegar à gerência do supermercado. Eu sei que tenho potencial”, evidencia.

No ambiente de trabalho, ela conta sempre com o apoio dos colegas, mas diz que isso depende da postura profissional. “Não dou brecha para a exclusão. Não deixo que me menosprezem ou me vejam como uma coitada. Coitada, por quê? Eu sou uma pessoa normal, exerço cargo de liderança e gosto de trabalhar acima de tudo”, diz.

Transmitir segurança ao funcionário é um dos papéis das empresas, que precisam colocar em prática uma política de inclusão. “Capacitamos os funcionários que não são portadores de deficiência para que eles possam se comunicar e se relacionar da melhor forma possível com os portadores de deficiência. Possuímos, também, espaços adaptados”, explica a diretora de Capital Humano do Walmart Brasil, Fernanda Caracciolo. Sobre as oportunidades de promoção, ela conta que as chances são as mesmas para qualquer funcionário. A dedicação, o empenho, os resultados e a excelência no trabalho é que contribui para o crescimento. “O varejo é uma das áreas de trabalho onde a ascensão profissional acontece de forma mais rápida. Nossos líderes, hoje, são em sua maioria pessoas que iniciaram em funções em lojas. Isso independe de ser portador ou não de deficiência”, salienta.

É com essa perspectiva que Elaine segue em frente. “Sou uma profissional competente. Não vou me conformar com o come e dorme, com o salário mínimo. Eu quero mais. Sei o meu valor. Adoro trabalhar e não me canso”, finaliza.

* Os entrevistados preferiram não teremos nomes divulgados.

A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, abriu chamada pública para financiar a criação de produtos, serviços e metodologias para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência por meio de tecnologia assistiva. Estão nesta categoria tecnologias como impressoras de braile e software de reconhecimento de voz.

O edital prevê 20 milhões de reais não reembolsáveis para financiamento de parcerias entre empresas brasileiras e instituições científicas e tecnológicas. A intenção do governo é estimular inovações para pessoas que tenham deficiências físicas, de visão, de audição ou problemas associados (deficiências múltiplas).

Empresas e instituições, com mais de três anos de funcionamento, têm até o dia 3 de fevereiro para enviar carta de manifestação de interesse por desenvolver tecnologia assistiva e receber o financiamento. A manifestação deve ser feita pela internet.

A iniciativa da Finep faz parte do programa Viver sem Limite anunciado pelo governo federal, em novembro último. Os projetos devem ser executados até 2014. Os resultados deverão ser divulgados até 10 de julho.

No futuro, mais 10 milhões de reais deverão ser oferecidos a fundo perdido para tecnologia assistiva. Segundo nota do ministro Aloizio Mercadante, “o objetivo é promover o desenvolvimento de produtos que contribuam para a inclusão social, autonomia e independência de pessoas com deficiência, pessoas idosas e com mobilidade reduzida”.

Conforme o Censo Demográfico 2010, 14,5% da população brasileira (24,5 milhões de pessoas) possuem algum tipo de deficiência. Desses, mais de 17,7 milhões de pessoas (6,7% da população) têm alguma deficiência considerada “severa”. Os idosos representam cerca de 8% da população que necessita de tecnologia assistiva (14,5 milhões de pessoas).

Além do financiamento não reembolsável (30 milhões de reais no total), a Finep vai dispor mais 90 milhões de reais para crédito a empresas, e outros 30 milhões de reais para subvenções de inovações.

Os recursos são do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que tem mais de 15 fontes entre elas o Orçamento da União, parcela sobre o valor de royalties sobre a produção de petróleo ou gás natural, e percentual da receita operacional líquida de empresas de energia elétrica.

*Com informações da Agência Brasil

Rio de Janeiro - A conjugação de uma boa gestão pública e do apoio da população pode promover a inclusão social e o enriquecimento cultural das pessoas, de forma lúdica  e gratuita. Esse é o resultado do projeto Estação Pensamento e Arte, implantado pela prefeitura do Rio de Janeiro, em agosto, na Biblioteca Popular de Botafogo.

A proposta foi transformar a biblioteca em um centro cultural onde são oferecidos ao público diversos eventos, incluindo ciclos de palestras, seminários, concertos, exposições, cineclubes e cursos, entre outros, sempre gratuitamente. Somente no segundo semestre de 2011, foram oferecidos oito cursos com a participação de 387 pessoas.

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“Esse é o diferencial entre a biblioteca de Botafogo e outras instituições”, acredita a curadora do projeto, Suzana Vargas. “Você tem, aqui, uma programação de qualidade e gratuita. Eu não vejo isso ocorrer em outras bibliotecas, com a diversidade de temas e ações, porque nós trabalhamos com um espectro muito amplo. Temos música, artes. Não é só o livro e a leitura. A Biblioteca de Botafogo está com uma programação diferenciada em relação a outras bibliotecas.”

A ideia, enfatizou a curadora, é transformar a biblioteca em um espaço “além do estudo e pesquisa, mas também de diversão, de lazer e aprendizagens diversificados”. Muitos cursos têm o caráter profissionalizante.

Suzana Vargas avaliou que essa é uma maneira de disseminar a cultura entre a população. “É um processo de iniciação das pessoas na apreciação das artes em geral.”

Tiveram lotação esgotada, por exemplo, o workshop sobre leitura, coordenado pela escritora Marina Colasanti, e a apresentação do violoncelista Ricardo Santoro. O projeto levou ao público encontros com o jornalista e crítico musical João Máximo, os escritores Milton Hatoum e Frei Betto, o ilustrador Cisko Diz, o crítico de cinema Rodrigo Fonseca e o professor e pesquisador musical Ricardo Soneto.

O convênio com a prefeitura do Rio, que permite a realização do projeto Estação Pensamento e Arte na Biblioteca Popular de Botafogo, foi renovado e permitirá a continuidade das atividades a partir de março de 2012.

 

No próximo dia 28, será divulgado o edital com os nomes dos candidatos habilitados para o incentivo social de 10% do Vestibular 2012, referentes à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A divulgação será feita pelo site da Covest, porém, nesta sexta-feira (23), já foi liberado o calendário para que os habilitados apresentem os documentos exigidos.

Os alunos habilitados deverão comparecer à unidade acadêmica na qual estão concorrendo a uma oportunidade, como também, apresentar a documentação comprobatória de que participaram do processo seletivo. Em relação aos cursos da UFPE campus Recife, a ação acontecerá no Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), entre os dias 2 e 6 de janeiro de 2012.

Já no Centro Acadêmico do Agreste (Caruaru), a comprovação será de 3 a 6 de janeiro, na Coordenação do Corpo Discente da Unidade Acadêmica. Na UFPE campus Vitória de Santo Antão, o processo vai de 4 a 6 de janeiro, na Coordenação do Corpo Discente da Unidade Acadêmica do município.

O atendimento aos candidatos na UFPE Recife será das 8h às 12h, e das 13h às 17h. Em Vitória de Santo Antão e Caruaru, os horários serão das 8h às 12h e das 14h às 17h.

Os efeitos da exclusão do saber estão em todos os lugares. Vão desde a criança reprovada na escola pública, mas, mesmo assim, promovida à série seguinte para que sua vaga seja ocupada por outra pessoa, ao adulto, que é desligado do seu emprego por não dominar a tecnologia, chegando ao cidadão que é assaltado à porta de casa.

O conhecimento - algo tão intangível - passa a ter materialidade na sociedade pós-industrial, restabelecendo uma nova ordem de organização social: a dos que possuem conhecimento e a dos seus excluídos. Na história da humanidade, o tear hidráulico, o tear mecânico e a máquina a vapor foram os símbolos da revolução industrial iniciada em 1750, que demarcou o território físico da criação do conhecimento humano exigindo dos operários o domínio das máquinas para a realização de uma produção seriada.

Em seguida, os ideais de “liberté”, “égalité” e “fraternité” da Revolução Francesa, em 1789, culminaram com a queda da Bastilha, símbolo do absolutismo francês, e fizeram surgir o “homem cidadão” detentor de direitos e de obrigações. Não mais subordinado às elites dominadoras e opressoras, mas um indivíduo livre cuja relação laboral passava a ser amparada por arcabouços jurídicos como, por exemplo, ocorreu no Brasil, com a Consolidação das Leis do Trabalho de 1943, aprovada pelo Decreto-lei n. 5.452, de 01.05.1943.  

Vivemos em um novo milênio, cheio de ebulições sociais, no qual o conceito de trabalho já não corresponde ao apregoado naquela lei celetista. Hoje, vê-se que o trabalhador, muitas vezes, exerce suas atividades em casa, sem subordinação, sem expediente, e com uma perfeição técnica inigualável. Mas, o acesso às informações dá-se de uma forma sem precedente - em todos os instantes - de diversas maneiras. Por isso, somos cobrados a ter um conhecimento global, além de nossas aldeias.

A valorização da educação, do conhecimento, da capacidade humana de assimilação de informações, mas, sobretudo, da retenção de conhecimento é o que tem diferenciado as pessoas bem sucedidas das que tiveram insucesso profissional. Essa é uma das piores exclusões: a do saber.

Em plena era da sociedade do conhecimento, vivemos em um Brasil com índices de exclusão educacional altíssimos. O último Censo do MEC/Inep, referente a 2005, comprova que estamos longe de inserir nossos jovens de 18 a 24 anos no ensino superior como objetiva os 30% do Plano Decenal de Educação. A taxa líquida de inserção desses jovens é de 10,9%, o que é muito baixo para um país de dimensões geográficas e culturais como o nosso.

É vergonhoso vermos os índices de violência de nossas cidades, em que a sociedade a cada momento se vê vítima também de suas crianças. A evasão escolar mostra onde elas estão: na rua mendigando ou vitimando a própria sociedade que as excluiu do convívio.

O projeto de inclusão social brasileiro funciona às avessas, mas o nosso planejamento estratégico de deformação social avança a cada dia em progressão geométrica. A criança fora da escola é o adulto que desconhece seus direitos, mas que aceita calado todos os deveres que os ditos “instruídos” lhe impõem.

Enquanto isso, nossos representantes legislativos aparecem nas páginas dos jornais se defendendo de denúncias de corrupção ou mesmo elaborando leis que os favoreçam. Parece até que as leis são criadas para os deixarem impunes!

As universidades de nossas ex-crianças de ruas são os presídios, onde passam a ser detentoras dos diplomas de indigentes sociais. Esses locais, verdadeiros “barris de pólvora”, estão prontos para explodir a qualquer momento. E nossas autoridades... O que fazem? Nossos juristas já falaram em punir, prender, trancafiar... Digo: sem educação não haverá solução para nossa crise social.

 

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