Nesta quarta-feira (19) completa-se 10 anos que o serviço de hospedagem de arquivos Megaupload foi tirado do ar pelo Departamento Federal de Investigação (FBI) e seu criador, o empresário Kim Dotcom, foi preso sob a acusação de crimes de pirataria. Mas, foi solto menos de um mês depois do ocorrido.
Pode parecer pouco tempo, mas em 2012 a internet era muito diferente dos dias atuais, uma vez que as redes sociais ainda não tinham o poder que possuem atualmente, e plataformas de streaming como Netflix só surgiriam em agosto daquele mesmo ano.
##RECOMENDA##Por conta disso, o fechamento do Megaupload causou uma grande comoção nos internautas da época, já que o serviço era considerado um dos principais canais para se obter conteúdos como séries, filmes, animes e games.
Além disso, o evento também desestruturou e levou à falência muitos sites de downloads, que tinham a maior parte de seus acervos hospedados no Megaupload. Para muitos, a sensação era como se alguma coisa tivesse causado um gigantesco rombo em toda a internet.
É importante destacar que, a grande maioria desses conteúdos era formada por materiais pirateados, o que torna legítima a postura do FBI. Mas, o ponto é que isso ocorreu em uma época em que a indústria do entretenimento ainda não lidava muito bem com a internet e os meios oficiais ainda estavam engatinhando.
O diferencial do Megaupload
Antes de seu encerramento, o Megaupload possibilitava que os usuários do plano gratuito baixassem até 20GB por dia e, diferente de outros serviços, não era mais necessário realizar intervalos entre um download e outro, além de não precisar digitar o conhecido sistema antispam captcha.
O serviço também era uma boa opção para os que desejavam salvar seus arquivos na internet, pois o plano gratuito permitia até 200GB de armazenamento e as diversas opções de planos premium estendiam ainda mais esses valores, tanto para armazenagem como para download.
Devido toda essa praticidade, o Megaupload se destacou em meio a outros serviços, como RapidShare, FileSonic, Uploaded.to, MediaFire, 4shared e outros.
Porém, a queda do Megaupload não só acabou com um expressivo acervo de conteúdos da internet, como também provocou o sentimento de medo em muitos de seus concorrentes, que por conta própria, encerraram suas atividades e levaram para o limbo mais uma leva de arquivos.
Vale lembrar que o encerramento do Megaupload ocorreu sem aviso prévio, o que surpreendeu não apenas os usuários, mas também, os donos dos sites de conteúdo. Na época, alguns conseguiram dar a volta por cima e se adaptar ao momento, outros simplesmente desistiram ao ver o trabalho de anos ser apagado em questão de segundos. Alguns tentaram, mas não conseguiram.
Contra todas as expectativas, em 19 de janeiro de 2013, exatamente um ano depois que o serviço foi fechado, Kim Dotcom lançou o sucessor do Megaupload, intitulado apenas como Mega, serviço que se encontra disponível até os dias de hoje. Contudo, o episódio da queda do Megaupload trouxe mudanças significativas para a internet, principalmente em relação ao compartilhamento de conteúdo.
A pirataria não desapareceu da web e ainda existem diversos sites que compartilham conteúdos de terceiros espalhados por aí (muitos surgiram pós o acontecido), mas as industrias de entretenimento aprenderam a oferecer opções melhores para os consumidores, capazes de combater o compartilhamento ilegal.
Com os serviços de streaming, é possível acompanhar de maneira legalizada séries, filmes, esportes e reality shows, sem a necessidade de baixar arquivos de vídeo no computador. Para os amantes de videogames, existem opções como o Gamepass da Microsoft, que oferece uma biblioteca de jogos por R$30 ao mês.
É bom lembrar que no Brasil, em 2012, a Steam passou a comercializar seus jogos com a moeda local e na mesma época, serviços como a Playstation Plus da Sony, ganhavam cada vez mais força.
Em um espaço de 10 anos, muita coisa mudou na internet, principalmente em relação ao acesso de conteúdo.