Os casos de afogamento costumam disparar no verão, quando ocorrem as férias escolares. O período de maior circulação nas praias e piscinas pode trazer a falsa impressão de segurança. Por isso, a proteção deve seguir acompanhada da diversão. O capitão do Corpo de Bombeiros de Pernambuco Werben Monteiro orienta sobre fatores de prudência a serem adotados e como agir em caso de afogamento.
Nos últimos dois anos, o Brasil registrou a média de 5.700 mortes por afogamento em praias, piscinas, rios e represas, aponta o levantamento da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa). Cerca de 45% dos casos de afogamento ocorrem entre os meses de dezembro e março, com crianças e jovens do sexo masculino entre as principais vítimas. No recorte entre 15 e 21 anos, o índice de mortes é 17 vezes maior do que o de mulheres.
##RECOMENDA##
Como evitar afogamentos
A prudência começa no planejamento. Antes de ir à praia, confira a tábua de marés com os horários em que o nível do mar vai subir. "Caso a maré esteja alta, evite entrar no mar, principalmente se você não souber nadar. Se a maré estiver baixa, procure locais onde formam piscinas naturais, porque você estará com uma proteção", orientou o capitão Werben.
Crianças não têm maturidade para perceber as áreas de correnteza e as mudanças de comportamento do mar. Por isso, esteja sempre com ela na água e se mantenha em "vigilância sentinela", com a distância de segurança de um braço.
Também é fundamental não ingerir bebida alcoólica durante o passeio. "A combinação de álcool com água do mar só caminha para o afogamento", repreendeu.
Facilmente encontrada em lojas infantis, as boias infláveis - de qualquer modelo - não são aconselháveis por conta da facilidade que podem ser perfuradas. O capitão dos bombeiros indica o uso do colete salva-vidas homologado pela Marinha, que é obrigatório em embarcações. É importante levar a criança na compra para verificar se o tamanho é adequado ou adquirir um modelo que possa ser ajustado ao corpo.
Como agir em caso de afogamento
Caso você seja a vítima, mantenha a calma e tente boiar. O capitão Werben lembrou que a tendência de quem está se afogando é submergir e, a partir daí, a pessoa começa a entrar em desespero e se debater na água. Portanto, tente conservar energia para sair da situação ou pedir socorro.
Não chegue perto de quem está se afogando. O instinto de sobrevivência vai fazer com que ela lhe agarre e os dois podem acabar afogados. Esse é o chamado "afogamento de aproximação". Nesse caso, ofereça algum material flutuante que a vítima possa segurar, como um isopor, uma bola ou um guarda-sol.
Após a retirada do mar, se a pessoa estiver consciente, mas tossindo ou espumando, deite ela em paralelo ao mar e lateralize seu corpo para o lado direito. Caso ela esteja inconsciente, faça cinco ventilações na boca, com o nariz tampado, e 30 compressões na região o tórax, com duas ventilações a cada intervalo. Se a vítima for uma criança, faça a ventilação na boca e nariz ao mesmo tempo.
Enquanto isso, peça para alguém acionar o socorro especializado do Corpo de Bombeiros através do número 193 ou do Samu no 192 e mantenha as manobras até a chegada das equipes.