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Um policial rodoviário federal foi atropelado, na manhã deste sábado (16), no Km 102 da BR 408, em São Lourenço da Mata, no sentido Recife. Uma equipe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) atuava na sinalização da rodovia para retirar um veículo acidentado, quando o agente foi atropelado por um carro. 

O acidente aconteceu no desvio feito na pista para a remoção de outro carro que havia capotado, por volta das 7h, no mesmo local. Uma mulher ficou presa nas ferragens e foi socorrida para uma unidade de saúde. O veículo já foi removido da pista. 

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O primeiro acidente foi o capotamento de um veículo, por volta das 7h. Foto: Ascom/PRF

Segundo a própria PRF, o policial ficou ferido, foi encaminhado inicialmente para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Curado, na zona Oeste do Recife, pelo Corpo de Bombeiros, e em seguida para o Hospital da Restauração, na região central da cidade. O motorista do carro não ficou ferido. Ele realizou o teste do bafômetro, o resultado foi normal e ele foi liberado. O veículo será removido por um guincho. 

 

Um turista húngaro, de 88 anos, estava em um cruzeiro internacional com bandeira do Panamá, quando precisou ser socorrido na manhã deste domingo (9), em Fernando de Noronha, após passar mal. A embarcação saiu do Recife no sábado (8), com destino a Tenerife, na Espanha, estando há dias em alto mar após a saída da Hungria.  

O navio precisou realizar uma parada de emergência no arquipélago e uma operação especial foi montada para retirar o turista, uma vez que embarcações de grande porte não podem entrar no Porto de Santo Antônio. Em terra firme, ele foi levado por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital São Lucas, no arquipélago. 

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“O paciente apresenta quadro suspeito de edema agudo de pulmão e infarto agudo do miocárdio. Estão sendo realizados exames de eletrocardiograma, Raio-x e enzimas cardíacas. No momento, encontra-se estável, com suporte de oxigênio para manter a saturação”, informou o hospital. Como o paciente segue internado, há possibilidade de uma transferência para o continente, neste caso, a cidade do Recife. A administração da ilha não informou se uma aeronave de socorro foi disponibilizada para uma eventual transferência. 

Após ter sido esquecida dentro de uma agência bancária localizada em São Miguel, Rio Grande do Norte, uma criança de apenas um ano de vida passou cerca de 15 minutos presa no prédio até a chegada do socorro. 

O fato aconteceu na noite de segunda-feira (24). Segundo informado pela Polícia Militar à InterTV, o responsável pela criança foi usar o caixa eletrônico do Banco do Brasil e após o serviço deixou o local sem a criança. Ao voltar para pegar o garoto, a porta estava trancada, já que a unidade fecha às 20h.

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A polícia foi acionada pelos familiares da criança. A porta de vidro foi aberta minutos depois e o garoto entregue sem nenhum ferimento aos responsáveis.

Uma funcionária de um quiosque do Shopping Recife deu à luz no banheiro do centro de compras, na Zona Sul, nessa segunda-feira (8). Ela foi socorrida logo após parir o bebê.  

A mãe e a recém-nascida foram retiradas de maca pela equipe da brigada do Corpo de Bombeiros do shopping. Ela trabalha no quiosque 'Melhor Pudim da Vida'. O nome e a idade não foram divulgados. 

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O Shopping Recife informou que a mulher entrou em trabalho de parto dentro de um dos banheiros e recebeu os primeiros socorros ainda no local. Em seguida, "foram levadas na ambulância do centro de compras para uma maternidade no bairro do Ibura, onde receberam o atendimento necessário e passam bem", aponta em nota. 

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) acrescentou que a paciente não autorizou repassar informações sobre seu estado de saúde. 

Mantida em cárcere privado pelo marido, uma mulher de 23 anos foi libertada pela Polícia Militar depois de lançar um bilhete com pedido de socorro no quintal da vizinha, em José Bonifácio, interior de São Paulo. No pedaço de papel, ela escreveu à mão que estava presa com duas crianças e pedia que a vizinha chamasse à polícia, pois corria risco de morte. O pedido de socorro foi lançado sobre o muro do quintal amarrado a um pedaço de madeira. O homem, de 64 anos, foi preso.

O caso aconteceu na tarde desta terça-feira, 12, e repercutiu na cidade, de 38 mil habitantes, na região noroeste do Estado. A casa onde mora a família é cercada por muros altos e monitorada por câmeras, além de ter grades nas janelas. Aos policiais, a mulher disse que o marido usava o circuito interno para monitorar seus passos e evitar que ela saísse. A vítima não soube dizer por quantos dias foi mantida presa em casa, pois tinha perdido a noção do tempo.

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A mulher contou que decidiu pedir ajuda depois que o marido a ameaçou de morte. Ela usou o verso de uma receita médica para escrever o pedido de socorro. "Oi, sou sua vizinha. Tô presa dentro de casa com duas crianças. Pode chamar a polícia pra mim? Tô correndo risco de morte", disse no bilhete. No outro lado do papel ela escreveu "SOS". A vizinha encontrou o bilhete, leu o apelo e entrou em contato com a PM. Os policiais foram até a casa e ouviram a mulher pedindo socorro. Ela estava trancada com os dois filhos do casal, uma menina de 5 anos e um bebê de um 1 ano e meio.

Os policiais observaram que havia cinco câmeras na casa e todas estavam voltadas para o interior da residência. Segundo o relatório da PM, a vítima contou que também era agredida pelo companheiro. Os policiais foram ao endereço de trabalho do suspeito, que é dono de uma bicicletaria, e ele foi levado para a delegacia da Polícia Civil.

Reincidência

De acordo com o delegado Luciano de Siqueira Bracci, que investiga o caso, o suspeito já havia agredido a mulher anteriormente. "O casal está junto há sete anos, e antes morava em Itapevi, na Grande São Paulo. Lá ela já havia feito denúncia de violência doméstica contra ele", disse.

Quando a família se mudou para José Bonifácio, há três anos, as ameaças continuaram, segundo o delegado. "Houve um registro aqui há dois anos, mas na época ela não pediu medida protetiva. Agora, ele admitiu que mantinha a mulher trancada em casa por ciúmes. Disse que havia encontrado mensagens na rede social dela e houve uma briga por conta disso."

O agressor foi indiciado pelos crimes de cárcere privado, vias de fato (agressão sem lesões) e ameaça. O acusado deve passar por audiência de custódia na tarde desta quarta-feira, 13, no Fórum de São José do Rio Preto, para que a Justiça avalie se deve ser mantido preso. Até o final da manhã desta quarta-feira, ele não tinha advogado. A mulher foi encaminhada para o serviço de assistência social do município. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados para proteção da vítima e dos filhos menores.

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Por volta das 7h20 desta segunda-feira (31), dois homens foram mortos a tiros em uma tentativa de assalto no viaduto Capitão Temudo, no bairro de Joana Bezerra, área Central do Recife. Um policial estaria envolvido no tiroteio.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao local, mas as vítimas já estavam mortas. A dupla teria tentado assaltar um policial que atravessava a via de bicicleta.

"Eles tentaram assaltar um policial que tava na bicicleta e ele reagiu e alvejou os dois. Um levou dois tiros e um levou um tiro só", confirmou uma testemunha que preferiu ter a identidade preservada.

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Ela aponta que os homens eram jovens, entre 25 e 28 anos, e possivelmente moradores da região, pois os famíliares chegaram rápido.

"Tão com uma onda de assaltar ciclista direto aqui. Quando tá engarrafado, assaltam os condutores tomando o celular", destacou a testemunha que costuma frequentar o viaduto.

 Informações pessoais sobre as vítimas não foram repassadas pela equipe de socorro. A Polícia Militar também foi ao local e uma das faixas do viaduto, no sentido Boa Viagem, foi interditada e o trânsito ficou lento na região. 

Uma pessoa morreu e duas ficaram feridas na madrugada desta sexta-feira (24), quando um carro atingiu clientes na entrada da loja conveniência do posto de combustível Ipiranga na Rua Ayrton Senna da Silva, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife.

Após bater em uma bomba de abastecimento e acertar o muro da loja, o veículo ficou destruído. O velocímetro indicou que o motorista colidiu em velocidade de aproximadamente 170 km/h. 

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Socorro às vítimas

O motorista morreu no local após atropelar dois clientes na área externa da loja, informou o Corpo de Bombeiros.

Um homem, de 35 anos, ficou ferido na cabeça e fraturou o fêmur, tíbia e fíbula, e foi socorrido junto com uma mulher, de 32 anos, com ferimento no rosto e escoriações no corpo.

Ambos estavam conscientes e orientados na chegada das equipes de resgate e foram encaminhados para a unidade da Hapvida no bairro do Derby, área Central do Recife.

O combustível ficou espalhado no estabelecimento e quatro viaturas dos Bombeiros foram enviadas para a ocorrência.  

 

Os deputados derrubaram o veto do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que estabelece medidas emergenciais de amparo à agricultura familiar e ao reajuste do piso salarial de agente comunitário de saúde (ACSs) e de agente de combate às endemias (ACEs). A votação foi feita por acordo entre os líderes partidários na sessão do Congresso Nacional e depende de confirmação pela maioria absoluta do Senado Federal.

Agricultura

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Apelidada de Lei Assis Carvalho 2, a proposta de socorro aos agricultores  familiares vetada previa o suporte à agricultura familiar até 2022, com prorrogação, descontos, renegociação de dívidas dos produtores e flexibilização no crédito rural. Entre as medidas estava o pagamento de um auxílio no valor de R$ 2,5 mil por família para produtores em situação de pobreza e extrema pobreza.

O veto ainda precisa ser analisado pelos senadores e, se rejeitado, a lei entrará em vigor.

O PL 823/21, do deputado Pedro Uczai (PT-SC), recuperava trechos vetados durante a sanção presidencial do PL 735/20, do deputado Enio Verri (PT-PR), que deu origem à Lei Assis Carvalho.

Uczai afirmou que a derrubada do veto confirma a luta construída pelo povo da agricultura familiar. “A luta do campo, das águas e das florestas permitiu aqui a derrubada do veto”, disse.

ACSs e ACEs

Os deputados também derrubaram o veto à Lei de Diretrizes Orçamentárias para autorizar o reajuste do piso salarial de agentes comunitário de saúdes e de agentes de combates às endemias, que agora depende da votação pelos Senadores. A votação foi acompanhada pelas galerias por representantes da categoria.

O veto derrubado estabelece que a Lei Orçamentária e os créditos adicionais devem discriminar em categorias de programação específicas as dotações destinadas às despesas com o reajuste do piso das categorias.

O deputado Afonso Florence (PT-BA) afirmou que a derrubada dos dois vetos são uma conquista para o País. Já o deputado Hildo Rocha (MDB-MA) destacou o acordo de todos os líderes em defesa dos agentes de saúde. “Nós sabemos da importância desses profissionais para a saúde preventiva: estão em todos os municípios, estão em todas as casas e, durante a pandemia, mostraram a sua grande importância”, disse.

Outros vetos

Também foram derrubados vetos a outros pontos da Lei de Diretrizes Orçamentárias, como a definição de que o regime Simples não é um benefício tributário, ordens de prioridade na execução das emendas orçamentárias, dispensa de Serviço Auxiliar de Informação para Transferências Voluntárias (CAUC) para empenho de município até 50 mil habitantes e elaboração de metodologia para acompanhamento de programas destinados a mulheres.

Outros vetos derrubados pelos deputados e que dependem de análise pelo Senado são:

- veto à participação social na avaliação do Plano Nacional de Cultura com seminários e debates realizados pelo Poder Executivo;

- veto à criação de plano de assistência à saúde a policiais civis do Distrito Federal e seus dependentes;

- veto à prioridade no uso dos recursos do Programa Casa Verde e Amarela a projetos de realocação de casas localizadas na faixa de servidão de linhas de alta tensão em região metropolitana das capitais;

- veto à renegociação extraordinária de débitos no âmbito do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO);

- veto à regulamentação da profissão de despachante.

Da Agência Câmara

Durante o socorro de um bebê com engasgo, por volta das 3h30 desta quarta-feira (13), uma viatura da Polícia Militar bateu de frente com um caminhão na Avenida Dr. Cláudio Gueiros, no Janga, em Paulista, Região Metropolitana do Recife. O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram acionados.

Conforme os bombeiros, os policiais conduziam o bebê e a mãe quando houve a colisão frontal com o caminhão. Devido ao impacto, a viatura rodou e espalhou óleo na pista. O trabalho para remover o material finalizou às 5h.

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De acordo com a Polícia Militar, um dos policiais sofreu um ferimento na região dos olhos e o outro teve um corte na cabeça.

A mãe se queixou de dores abdominais, mas o filho saiu ileso. Todos foram encaminhados ao Hospital da Restauração (HR), no Centro do Recife. 

O motorista do caminhão também não ficou ferido e foi levado à Delegacia de Paulista para formalizar a ocorrência.

O navio de salvamento marítimo da SOS Méditerranée "Ocean Viking" resgatou 129 migrantes na costa da Líbia e de Malta no fim de semana (18 e 19) - anunciou esta ONG europeia em um comunicado.

Por questões de saúde, dois dos sobreviventes foram transferidos, nesta segunda-feira (20), "pela Guarda Costeira italiana, juntamente com quatro membros de suas famílias", já que sofrem de "doenças crônicas e precisam de atenção médica urgente em terra", relatou a SOS Mediterranée.

"Ainda há 123 sobreviventes a bordo do 'Ocean Viking', e o mais jovem tem menos de um mês", acrescentou a ONG.

Realizado ao meio-dia de sábado (18), o primeiro resgate envolveu 25 pessoas que estavam a bordo de "um bote de madeira em perigo, em águas internacionais", frente à costa líbia, segundo esta organização com sede em Marselha, sul da França.

No domingo (19), o "Ocean Viking" resgatou outras 33 pessoas, também na costa líbia.

Na tarde do mesmo dia e na madrugada desta segunda, o navio fez outras duas operações, desta vez, "na zona de busca e salvamento maltesa", acrescentou a SOS Mediterranée.

O "Ocean Viking" primeiro ajudou 58 pessoas e, depois, fez um quarto resgate, recuperando outras 13 pessoas "perdidas à deriva", segundo a ONG.

De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM, uma agência da ONU), pelo menos 1.369 pessoas morreram no Mar Mediterrâneo desde o início deste ano, tentando chegar à Europa.

Na manhã desta segunda-feira (30), um idoso e mais três pessoas foram atacadas por um enxame de abelhas em uma parada de ônibus no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Equipes de socorro precisaram encaminhar duas vítimas para unidades de saúde.

A ocorrência na Rua Charles Darwin, próxima ao antigo Hospital Alfa, ocorreu por volta das 8h15, quando o Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram chamados.

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As quatro vítimas receberam atendimento no local e, pelo menos, duas foram levadas para unidades de saúde, informou o Samu.

Uma delas foi o idoso, de 66 anos, que foi encaminhado para uma unidade da Hapvida no bairro do Derby, área Central. A outra foi transportada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, na Zona Sul.

Sem ferimentos graves, uma das vítimas assinou um termo de liberação do Samu ainda no local e não precisou de acompanhamento especializado. Já a quarta pessoa foi socorrida pela equipe do Corpo de Bombeiros, que não deu detalhes sobre os procedimentos da ocorrência. 

Na madrugada desta terça-feira (10), seis casas foram atingidas por um deslizamento de barreira no Brejo da Guabiraba, Zona Norte do Recife, próximo à fábrica de Kinitos. Duas pessoas da mesma família foram resgatadas por vizinhos e uma adolescente, de 16 anos, foi retirada de um local de difícil acesso pelo Corpo de Bombeiros.

O socorro para a Rua Cabo Germito Sá foi acionado por volta das 3h10. Quatro viaturas dos bombeiros se dirigiram à ocorrência, que contou com a participação de cães de resgate.

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Uma mulher de 40 anos e outra vítima, que não teve informações pessoais reveladas, foram salvas por populares antes da chegada das equipes de resgate. Ambas não apresentavam ferimentos graves.

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Ela chegou a ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e seguiu para o Hospital da Restauração (HR), na área Central do Recife.

Já a jovem de 16 anos ficou presa em um local de difícil acesso e só foi removida pelos bombeiros por volta das 6h. Ela também foi salva sem lesões severas, passou pelo SAMU e foi encaminhada à mesma unidade de saúde.

Estado de Atenção

A Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) já havia renovado o alerta de estado de atenção para esta terça (10). A entidade indica a presença de chuvas com intensidade moderada a forte na Região Metropolitana do Recife (RMR) e nas Matas Norte e Sul de Pernambuco.

O monitoramento da Apac mostra que as chuvas se dividiram entre as áreas de capital. Nas últimas 24h, o bairro do Pina, na Zona Sul, acumulou 96,55mm de água; seguida pela Campina do Barreto, na Zona Norte, que registrou 95,88mm. De acordo com a Defesa Civil do município, a média histórica para agosto é de 213mm.

Entre a noite da segunda (9) e a madrugada, a Defesa Civil recebeu 12 chamados da população, entre pedidos de vistorias e solicitações de lonas plásticas durante.

O órgão pode ser acionado pelo telefone 0800.081.3400.

A escassez de recursos do governo federal tem levado universidades que desenvolvem pesquisas de vacinas contra a Covid-19 a buscar verbas com governos locais, parlamentares, comércio e até dinheiro de acordo de indenização. O objetivo é evitar que as pesquisas parem, em um cenário de restrições para a liberação de recursos e queda no orçamento para a ciência. O dinheiro obtido até agora pelas universidades garante só parte dos testes e a necessidade aumentará se estudos avançarem para a última fase.

Universidades como a Federal de Minas (UFMG), a do Rio (UFRJ) e a do Paraná (UFPR) são algumas das que estão na corrida pelo desenvolvimento de um imunizante brasileiro. Segundo o Ministério da Saúde, há 16 projetos brasileiros em andamento. As vacinas não devem ficar prontas este ano, mas podem representar independência em relação a imunizantes estrangeiros a partir do ano que vem. Hoje, só aplicamos no Brasil vacinas desenvolvidas no exterior. O risco de que a covid-19 seja uma doença endêmica, como dengue e gripe, torna a iniciativa ainda mais importante.

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Em abril, o Ministério da Ciência e Tecnologia pediu em um ofício ao Ministério da Economia a edição de uma medida provisória para a abertura de créditos extraordinários no valor de R$ 720 milhões para as vacinas nacionais. No documento, o MCTI afirma que é preciso alavancar o desenvolvimento de imunizantes nacionais pelo risco de "mudanças imprevisíveis no rumo da pandemia" em função de mutações virais. O documento também cita a possibilidade de ter de vacinar novamente toda a população "em curto período de tempo".

Os R$ 720 milhões, segundo o MCTI, seriam destinados a quatro projetos brasileiros nas fases 1 e 2 dos estudos clínicos e para duas vacinas que avançarem para a fase 3. Os estudos clínicos são aqueles em que a vacina é aplicada em seres humanos. Nas fases 1 e 2, o grupo testado é menor e a estimativa de gasto é de R$ 30 milhões em cada projeto. Já na fase 3 o teste pode envolver até 40 mil voluntários e o custo da pesquisa sobe para R$ 300 milhões.

Em resposta no dia 7 de maio, um mês após a solicitação, o Ministério da Economia condicionou a liberação de parte da verba (R$ 415 milhões) a um projeto de lei com cancelamento de recursos do Ministério da Saúde. Outros R$ 305 milhões dependeriam de uma portaria do secretário especial de Fazenda. Há ainda restrições para o uso de R$ 5 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o principal fundo de financiamento da ciência. Na prática, as exigências podem tornar o processo demorado e atrasar as pesquisas este ano, segundo entidades ligadas à ciência.

Na corrida contra o tempo e atrás de viabilizar a própria vacina, a UFMG conseguiu R$ 30 milhões com a prefeitura de Belo Horizonte. O recurso vai pagar as fases 1 e 2 dos estudos clínicos. Mas, para a fase 3, em que mais de 30 mil voluntários são convocados, será necessário mais dinheiro, da ordem de R$ 300 milhões. "O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI) tem sido um grande parceiro, mas vai poder financiar apenas uma das vacinas, a que chegar primeiro, e nós sabemos que precisaremos de todas", afirma Sandra Regina Goulart Almeida, reitora da UFMG. Segundo ela, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), ofereceu o dinheiro após assistir a uma entrevista em que Sandra manifestava temor pela paralisação da pesquisa.

Na UFPR, a falta de verbas mobilizou o reitor a acionar contatos locais para alavancar a pesquisa da vacina. "Estou correndo atrás do jeito que posso. Falei com vereadores, que agora querem falar com o município para passar dinheiro para nós", diz o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca. Até o Tribunal de Contas do Estado avalia entrar no projeto, aplicando dinheiro próprio. Na fase pré-clínica, quando a vacina é testada em animais, a universidade fechou um acordo com o governo do Paraná para repasse de R$ 995 mil. A vacina paranaense pode custar de R$ 5 a R$ 10 a dose.

Para o imunizante da UFRJ, a reitora Denise Pires de Carvalho negocia com deputados estaduais e há expectativa de conseguir R$ 5 milhões com a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A UFMG também conseguiu verbas de emendas parlamentares e vê a possibilidade de receber mais recursos provenientes de um acordo de indenização da Vale com o Estado de Minas Gerais pelos danos causados após o rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019.

'Se vira nos 30'

"A reitora está se virando nos 30 para conseguir mais recursos", diz Fernando Peregrino, presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), sobre a dirigente da UFRJ. O Confies e outras entidades ameaçam ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela liberação dos R$ 5 bilhões do FNDCT. Em audiência na Câmara dos Deputados no dia 4 de maio, o ministro Paulo Guedes afirmou que seriam encaminhados R$ 5 bilhões para o MCTI, mas os recursos não chegaram.

Para "vender o peixe" da vacina, até mesmo os pesquisadores participam de reuniões externas. O virologista Flávio Guimarães da Fonseca, que coordena um centro de pesquisas da UFMG, alterna entre o cientista e o negociador na pandemia para conseguir levar adiante os estudos. Ele tem dialogado com parlamentares e até entidades ligadas ao comércio - um papel que não desempenhava antes da covid-19. "É um interlocutor diferente, não técnico. Falar na mesma linguagem que ele não é simples. O cientista adorava falar em congresso." Embora veja essa interlocução como um ganho para os cientistas na pandemia, o risco é de que outras pesquisas com menos apelo político, mas também importantes, acabem ficando à míngua. Estudos sobre doenças como zika e chikungunya estão praticamente paralisados.

"Por que a vacina brasileira está saindo agora, um ano depois? Porque países que desenvolveram primeiro tinham pesquisas já em andamento. A gente praticamente teve de montar a estrutura do zero", diz Fonseca. Os reitores são unânimes ao dizer que, se o governo federal tivesse investido em ciência antes, o Brasil já teria suas próprias vacinas em estágio mais adiantado.

Nos Estados Unidos, onde houve investimento bilionário para desenvolver imunizantes contra a covid-19, já foram aplicadas 276 milhões de doses e outras 80 milhões serão enviadas a outros países. Enquanto isso, o Brasil vacinou menos de 10% de sua população com as duas doses e depende de insumos de fora para não paralisar a produção local na Fiocruz e no Instituto Butantã.

Até mesmo a Versamune, propagandeada como "a vacina 100% brasileira" pelo governo federal, sofreu cortes no fim de abril- R$ 200 milhões foram vetados pelo presidente Jair Bolsonaro para o imunizante. O investimento inicial do governo federal foi de aproximadamente R$ 3,8 milhões na vacina desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto.

Agora, para o ensaio clínico de fase 1 e 2, o consórcio da Versamune está "buscando recursos com o governo federal", informou Helena Faccioli, presidente e CEO da Farmacore, empresa de biotecnologia que desenvolveu o imunizante em parceria com a USP. Para essas duas etapas, o custo estimado é de R$ 30 milhões e a expectativa é começar em julho. Na fase 3, o custo da Versamune deve ser de R$ 300 milhões. A Butanvac, outro imunizante brasileiro em estágio adiantado e desenvolvido pelo Instituto Butantan, recebe aporte do governo de São Paulo.

Sem dinheiro, o risco é de que as linhas de pesquisa acabem desmontadas. Segundo os pesquisadores das universidades brasileiras, caso os investimentos para as vacinas sejam interrompidos no meio, equipes já treinadas para essa empreitada podem acabar buscando trabalho fora. E, nesse caso, seria preciso formar um novo time de pesquisadores, o que, de novo, atrasa os resultados brasileiros. "Ciência não é algo que você começa, interrompe e depois retoma. É um investimento que tem de ser contínuo e sustentável. Se você está fazendo uma pesquisa, falta recurso e tem de parar, depois tem de começar do zero", diz a reitora Sandra Goulart, da UFMG.

Governo

Procurado para comentar a distribuição dos investimentos nas vacinas desenvolvidas pelas universidades brasileiras, o MCTI não respondeu. Já o Ministério da Economia disse que, para a execução dos R$ 5 bilhões do FNDCT, "faz-se necessária a abertura de créditos adicionais".

Segundo a pasta, estão sendo encaminhados, por projeto de lei, créditos adicionais para o FNDCT no valor de R$ 1,8 bilhão para empréstimos reembolsáveis do fundo e de R$ 415 milhões para viabilizar despesas com os testes clínicos de vacinas nacionais contra a covid.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um turista de São Paulo de 52 anos morreu após se afogar durante mergulho no Arquipélago de Fernando de Noronha na quinta-feira (20). O homem ainda foi socorrido ao Hospital São Lucas, mas não resistiu.

De acordo com o hospital, o turista, que não foi identificado, deu entrada na unidade com história de perda de consciência durante prática de plana sub e afogamento. Plana sub é uma atividade conhecida no arquipélago, na qual o mergulhador segura uma prancha que é puxada por uma embarcação.

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O paulista recebeu os primeiros socorros na praia de profissionais do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Banhistas também ajudaram a carregá-lo até a ambulância. "No hospital, após alguns ciclos de reanimação cardiopulmonar, o paciente retornou a circulação espontânea", informa a nota do hospital.

Ainda em quadro grave, o paciente aguardava estabilização para ser removido via UTI aérea ao Recife. Entretanto, ele sofreu mais duas paradas cardiorrespiratórias. O óbito foi confirmado por volta das 23h. 

Dezenas de moradores de Gaza feridos foram evacuados para o vizinho Egito neste domingo (16) para atendimento médico, enquanto Israel intensificava seus bombardeios mortais contra o enclave palestino, de acordo com fontes médicas e autoridades contatadas na passagem de fronteira de Rafah.

Três comboios, transportando um total de 263 palestinos - feridos nos recentes bombardeios do exército israelense, assim como estudantes e pacientes graves - cruzaram a passagem de Rafah para chegar à região do Sinai do Norte.

O Crescente Vermelho Egípcio relatou em sua página no Facebook que equipes de emergência foram mobilizadas na parte oeste de Rafah para ajudar no transporte dos feridos para hospitais.

A travessia de Rafah é a única conexão terrestre da Faixa de Gaza com o mundo que não é controlada por Israel. Quinze anos atrás, o Estado judeu impôs um bloqueio ao enclave controlado pelo movimento islâmico Hamas, onde cerca de dois milhões de pessoas estão confinadas.

A passagem aberta em fevereiro por autoridades egípcias costumava ser fechada durante feriados, em particular o Eid al-Fitr (fim do mês de jejum do Ramadã), uma celebração muçulmana que acontece no Egito de quarta a domingo.

Pelo menos 40 palestinos foram mortos no domingo em ataques israelenses na Faixa de Gaza, informaram as autoridades locais, elevando o número de mortos no enclave para 188 desde segunda-feira.

Este novo conflito começou em resposta a uma enxurrada de foguetes disparados pelo Hamas contra Israel, em "solidariedade" aos manifestantes e às centenas de palestinos feridos em confrontos com a polícia israelense em Jerusalém Oriental.

A violência começou quando famílias palestinas passaram a ser ameaçadas de expulsão de suas casas em favor dos colonos israelenses nesta região - palestina - da cidade, ocupada por Israel há mais de meio século.

 A secretaria de Saúde do estado de São Paulo lamentou a invasão promovida pelo deputado estadual Arthur do Val (Patriota), conhecido como “Mamãe Falei”, ao Hospital Geral de Guarulhos, na última sexta (16). A pasta, que usou suas redes sociais para divulgar o vídeo do momento em que o político acessa os corredores da unidade de saúde, informou ainda que “parlamentares [...] tentaram acessar - à força - a área restrita do hospital para atendimento a casos graves de COVID-19, onde é permitida apenas a circulação de profissionais de saúde, promovendo aglomeração e risco à equipe e aos pacientes da ala”.

Nas imagens, é possível assistir ao momento em que Arthur do Val e o vereador da cidade de Guarulhos Lucas Sanches (PP) passam pela porta do hospital, levando consigo pelo menos três cinegrafistas. “A conduta destoa do que é esperado de autoridades públicas, que deveriam ser exemplo e zelar pela segurança da população, principalmente em tempos de crise sanitária global”, declarou a secretaria de Saúde.

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O Hospital Geral de Guarulhos trata 60 pacientes internados com quadros graves da Covid-19, sendo 27 em enfermaria e outros 33 em UTI. “Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo está e sempre esteve à disposição das autoridades e da população de São Paulo, prezando pelo bom senso e diálogo, e lamenta que cenas como essas sejam realidade no momento em que todos vivemos. [...] Trata-se, portanto, de um ato de desrespeito não apenas com os profissionais da saúde que ali atuam, mas também com as vítimas da doença e seus familiares”, completou a instituição.

Em suas redes sociais, Arthur do Val negou que tenha invadido o hospital. Ele chamou a ação de “fiscalização surpresa”.

“Eu mandei emendas pra lá, então quando você manda emendas você confia no trabalho que está sendo feito. É muito importante verificar se esse trabalho está sendo feito da maneira correta, mas o resultado foi positivo”, alegou.

O Senado aprovou, nesta quarta-feira, 9, um socorro financeiro para escolas privadas em função da pandemia de covid-19. O projeto de lei, que seguirá para análise da Câmara, garante suspensão do pagamento de impostos em 2020 e obriga o governo federal a aplicar R$ 3 bilhões em subsídios a essas instituições.

A proposta foi apresentada pelo senador Jorginho Mello (PL-SC) após o impacto da crise do novo coronavírus em instituições de ensinos privadas. A pandemia acabou provocando paralisia no pagamento das mensalidades e até a retirada de matrículas nos estabelecimentos. Se o projeto for aprovado, a implementação dependerá do governo.

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O projeto suspende os pagamentos dos tributos federais ou do Simples Nacional até 31 de dezembro de 2020. Após esse prazo, os débitos poderão ser pagos em até 12 parcelas a partir de maio de 2021. O socorro é limitado para escolas com faturamento de até R$ 4,8 milhões em 2019.

A medida obriga a União a disponibilizar, ainda em 2020, até R$ 3 bilhões para as escolas privadas. Os recursos deverão ser aplicados por meio de um subsídio mensal entre R$ 3 mil e R$ 10 mil para cada instituição, dependendo do número de alunos matriculados. Como contrapartida, as empresas beneficiadas terão de oferecer bolsas de estudo.

A Câmara dos Deputados aprovou, nessa quarta-feira (26), o Projeto de Lei 3364/2020 que prevê o repasse de R$ 4 bilhões a estados, Distrito Federal e aos municípios com mais de 200 mil habitantes para garantir o serviço de transporte público coletivo de passageiros em razão da pandemia de Covid-19. A matéria segue para o Senado.

O texto prevê que, além das empresas privadas, os recursos poderão ser destinados às empresas públicas ou de economia mista que realizem o serviço de transporte, como empresas de metrô. Os recursos da medida são oriundos do Fundo das Reservas Monetárias (FRM), extinto por meio de uma medida provisória sancionada em junho pelo presidente Jair Bolsonaro.

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O texto estabelece que os recursos serão liberados mediante condições estabelecidas em termo de adesão. Os entes federados que receberem recursos ficarão proibidos de aumentar as tarifas do serviço.

Entre as condições está a revisão dos contratos de prestação do serviço de transporte público coletivo de passageiros até 31 de dezembro de 2021; adoção de instrumentos de priorização do transporte público coletivo de passageiros em relação ao transporte individual motorizado; proibição de novas gratuidades sem contrapartida e a definição de diretrizes para a redução gradual das emissões de dióxido de carbono (CO2) de origem fóssil e de poluentes, com a utilização de combustíveis e tecnologias mais limpas e sustentáveis.

Melhorias tecnológicas

O texto prevê ainda o incentivo à adoção de bilhetagem eletrônica e outras melhorias tecnológicas; prevê níveis mínimos de qualidade cujo desrespeito leve à perda do contrato; uso de sistema que permita a auditoria de bilhetagem e o monitoramento dos veículos por GPS; auditoria independente dos balanços a partir de 2021; e mecanismos que garantam a promoção da transparência, principalmente quanto à tarifa de remuneração da prestação do serviço.

A proposta estabelece que o operador do transporte coletivo deverá manter a quantidade de empregados igual ou maior que a existente em 31 de julho último em virtude do estado de calamidade pública provocado pela pandemia do novo coronavírus. 

Se a revisão de contrato não for feita até 31 de dezembro de 2021, o ente federado estará sujeito à suspensão das transferências voluntárias de recursos pela União para ações nas áreas de transportes ou mobilidade urbana; e poderá ser impedido de obter aval da União para empréstimos relacionados ao setor ou mesmo empréstimos e financiamentos em bancos federais.

O projeto prevê que o contrato surgido da revisão contratual poderá ter vigência máxima de 15 anos, sem prorrogação. A exceção é para trens e metrôs, cujos contratos poderão ser prorrogados se a vigência dos atuais vencer em até dez anos contados da publicação da futura lei e se o novo prazo durar até mais 30 anos, contados também da publicação da lei.

Distribuição dos recursos

O valor total dos recursos (R$ 4 bilhões) será distribuída na ordem de 30% (R$ 1,2 bilhão) para estados e o Distrito Federal e 70% (R$ 2,8 bilhões) para os municípios.

A medida prevê o rateio entre estados e DF proporcional à população de regiões metropolitanas, regiões integradas de desenvolvimento ou aglomerações urbanas que incluam ao menos um município com mais de 200 mil habitantes.

O prazo para os entes federados assinarem o termo de adesão será até 10 de dezembro de 2020. A parcela reservada a estados ou municípios que não tenham aderido será redistribuída entre os que aderiram, mantida a proporcionalidade prevista.

Na noite desse sábado (22), policiais militares foram acionados para salvar um bebê de apenas 17 dias. A criança estava engasgada, segundo informações da assessoria de comunicação da Polícia Militar de Pernambuco. O caso aconteceu no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife.

De acordo com a PM, soldados do 13º Batalhão estavam realizando um patrulhamento quando receberam os pedidos de ajuda da mãe do bebê, de identidade não revelada, para salvar a criança que estava engasgada. “Imediatamente o efetivo seguiu para a casa da mulher e iniciou os procedimentos de salvamento do bebê. Os procedimentos continuaram e o recém-nascido foi conduzido ao Hospital Barão de Lucena, onde ao entrar na emergência começou a chorar para o alívio da mãe e do efetivo policial que o acompanhava”, detalhou a Polícia Militar.

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Ainda segundo a PM, o bebê ficou sob os cuidados dos profissionais de saúde do Barão de Lucena, também na Iputinga. A criança precisou continuar em observação médica.

Foi com as botas ainda sujas da terra onde vive há 45 anos, desde que nasceu, que o agricultor José Severino Elias da Silva, conhecido como Branco, cruzou pela primeira vez as portas de uma penitenciária. Em uma cela apertada, foi obrigado a explicar para 28 presos o porquê de estar em uma cadeia com suas roupas de trabalho. Virou piada. “Ficaram tudo mangando d’eu, que estava de botas. Dá vontade de tocar fogo nelas, para não me lembrar disso nunca mais. Fui muito humilhado, jogado ali como se fosse um bandido”, lamenta Branco. Morador do Engenho Fervedouro, em Jaqueira, na zona da Mata Sul de Pernambuco, o agricultor foi preso no dia 16 de junho, após chegar do trabalho e ser surpreendido pela polícia na porta de casa, tendo sido liberado apenas no dia seguinte. A aguardada paz, contudo, não veio. Há uma semana, Branco descobriu que está jurado de morte. Seu nome e o de outros nove camponeses do Fervedouro circulam em uma lista de marcados para morrer. A comunidade atribui as ameaças à empresa Agropecuária Mata Sul S/A, com quem vive em situação de conflito fundiário.

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“Na delegacia, perguntei o porquê de estar sendo preso. Me disseram que eu vendia drogas e negociava armas no meu bar. Nunca tive bar, droga ou arma. Um pai de família preso na frente da esposa e dos netos, algemado, uma vergonha para mim”, lamenta Branco. Querido em Fervedouro, onde garante não haver histórico de tráfico de drogas, e descrito pelos vizinhos como alguém de temperamento “calmo” e de fácil trato, o trabalhador garante que nunca manuseou uma arma. “Só minha foice e minha enxada, que são instrumento de trabalho. Minha rotina é essa: acordo todo dia de 5h da manhã, minha esposa faz um cafezinho, vou para o sítio e só volto para casa no final do dia”, relata.

Comunidade atribui ao conflito com a Agropecuária S/A, casos de abordagens e prisões tidas como injustas, a exemplo da de Branco. (Rafael Bandeira/LeiaJáImagens)

Nem Branco nem seus vizinhos sabem de onde partiu a informação de que há uma lista de camponeses marcados para morrer. Diz-se na comunidade que há até fotografias dos camponeses ameaçados. “Além de ir preso injustamente agora estou na lista do ‘homem’ para morrer, só Deus por a gente. Pretendo lutar, quem deve ir embora do engenho é ele, não nós, que somos nascidos e criados aqui. Sou um matuto com o nome sujo. Vou para onde?”, questiona.

“Ou há de ser Cavalcanti…”

"Quem viver em Pernambuco, não há de estar enganado: Que, ou há de ser Cavalcanti, ou há de ser cavalgado”, diz uma famosa quadra popular pernambucana do século XIX, período em que a Revolução Praieira questionava a concentração fundiária no estado. O nome que Branco não ousa citar é o de Guilherme Cavalcanti Petribú Albuquerque Maranhão, fazendeiro e empresário, que, segundo os camponeses, se intitula dono da empresa Agropecuária Mata Sul S/A. Membro de uma tradicional família do estado, Guilherme é irmão de Marcello Maranhão (PSB), prefeito de Ribeirão, vizinha a Jaqueira.

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Através de uma consulta do CNPJ da empresa na Receita Federal, é possível observar que não é o nome de Guilherme que figura entre os responsáveis pela instituição, mas os de Regina Celia Giovannini Lima Torres e José Syllio Diniz Araújo, ambos identificados como diretores. O LeiaJá entrou em contato com o telefone cadastrado pela sociedade junto à Receita, mas foi informada de que o número não possui vínculo com a empresa.

Chama atenção ainda o fato de que, quando arrendou as terras, a empresa possuía outro nome: Negócio Imobiliária S/A. Para além de identificação, contudo, curiosamente duas atividades completamente diferentes foram informadas. Se, a princípio, a sociedade anônima fechada alegava atuar com “compra e venda de imóveis”, com a nova denominação, foi declarada como atividade principal a “criação de bovinos para corte”.

Guilherme Maranhão fotografado na comunidade. (CPT/cortesia)

Embora seu nome não apareça no registro da Agropecuária Mata Sul S/A, Guilherme já foi flagrado algumas vezes na comunidade. Um dos camponeses incluso na lista de marcados para morrer, Ernande Vicente da Silva foi um dos nove agricultores que registraram, no dia 24 de abril, em boletim de ocorrência, uma tentativa de atropelamento que teria sido praticada por Guilherme Maranhão. “Eu estava com mais 15 agricultores, na beira da pista, quando ele avançou com seu carro para cima de nós. A gente pulou, tirou o corpo, e ele voltou de marcha ré e tentou de novo”, conta Ernande.

De acordo com agricultor, as investidas de Guilherme não teriam parado por aí. Por volta das 18h do dia 16 de junho, Edeilson Alexandre Fernandes da Silva, outro dos moradores de Fervedouro a constar na lista, foi atingido por sete tiros enquanto trafegava de moto em uma das pistas próximas ao engenho e só sobreviveu porque conseguiu pilotar até a comunidade, onde foi socorrido. Ele segue internado em estado grave, em um hospital da região. “Neste dito dia, estava circulando aqui no Engenho uma SW4 [carro de luxo, fabricado pela montadora Toyota] preta, de propriedade do senhor Guilherme, eu vi e pulei um muro. Ele passou por mim balançando a cabeça, como quem diz, ‘tu é o próximo’. Quando foi de tarde, Edeilson foi baleado. Pura coincidência?”, questiona Ernande.

Escalada da violência

Policiais armados intimidando a comunidade foram flagrados por moradores. (Reprodução/Instagram)

Em janeiro deste ano, a Agropecuária Mata Sul S/A já havia sido acusada de destruir dez mil pés de banana de um agricultor, em Barro Branco, uma comunidade vizinha ao Engenho Fervedouro. Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), que auxilia os posseiros, no dia 3 de abril, funcionários da Agropecuária Mata Sul S/A tentaram cercar uma das fontes de água utilizada para subsistência da população, ação que não se concretizou, diante da mobilização dos posseiros. Ainda segundo informações da CPT, no dia 09 de maio, policiais e seguranças privados contratados pela Agropecuária Mata Sul S/A intimidaram e ameaçaram as famílias da comunidade. No mesmo mês, o LeiaJá noticiou a presença de policiais fortemente armados no Engenho Fervedouro, alegando que davam cobertura a uma ação de cercamento de uma suposta área da empresa.

Segundo relatos dos camponeses, a segurança da empresa era feita por policiais militares da ativa e da reserva de Alagoas, que circulavam armados, portando algemas e ameaçando a população. Em resposta, a CPT formalizou uma denúncia, que desencadeou a abertura de um inquérito na corregedoria de polícia do estado. “A gente não confia na polícia local, queremos um delegado especial, de fora, para esse caso. O que as autoridades estão esperando? Que ocorra outra tragédia? Que alguém morra? Queremos uma atitude do governador”, cobra Ernande.

Drones, aeronaves e chuva de agrotóxicos

"A gente está sentindo cheiro de sangue", diz Ernande, camponês jurado de morte. (Rafael Bandeira/LeiaJáImagens)

A situação tem alterado radicalmente o modo de vida comunidade. Em Fervedouro, até o céu mudou de cor. Quando se olha para cima, agora, o tom é de preocupação. Isso porque até drones passaram a ocupar o espaço aéreo da comunidade, nos últimos meses. “Sobrevoam em cima da gente, um negócio de primeiro mundo, algumas pessoas aqui só tinha visto coisas assim na televisão. Tem gente aqui que o banheiro de casa não fica do lado de dentro, mas fora. Já pensou em você no banheiro e um drone em cima da sua cabeça? Perdemos completamente a privacidade”, argumenta Ernande.

Mesmo a chuva, antes celebrada com festa por quem vive do que a terra dá, também passou a despertar desconfiança. Uma moradora que prefere não se identificar relata que presenciou, no dia 7 de maio, o momento em que uma aeronave despejou agrotóxicos sobre lavouras dos camponeses de Fervedouro. De acordo com ela, gotas do produto, altamente tóxico, chegaram a tocar a pele de outros moradores. “Em plena pandemia da covid-19, teve gente como eu que passou uma semana com dificuldade de respirar. O cheiro era insuportável tanto para a gente quanto para pessoas de comunidades vizinhas, que dava uma forte dor de cabeça. Todo mundo sentiu”, relata.

Adriano presenciou chuva de agrotóxicos nas lavouras de Fervedouro, executava por uma aeronave. (Rafael Bandeira/LeiaJáImagens)

O presidente da Associação de Moradores da comunidade, Adriano Andrade, relata que, ao observar a presença da aeronave, a população correu em sua direção, na tentativa de parar a ação. “Quando o piloto percebeu a aproximação dos agricultores, fugiu. Foi muito pesado terem feito isso com a gente, tiveram pessoas que foram parar no hospital. Se a gente não tivesse impedido, eles tinham destruído toda a nossa lavoura”, destaca. Foi ele um dos trabalhadores e recolher amostras do produto. “A gente pesquisou e viu que eles lançaram pelo menos dois tipos de agrotóxicos pesados. Um compadre meu perdeu tudo, tirava o seus sustento e o da família da plantação”, completa.

O Engenho

Com área total de 527 hectares, o Engenho Fervedouro abriga cerca de 70 famílias de camponeses, as quais, segundo Adriano, perpetuam-se no local há cerca de 100 anos. “Meu pai já está nessa terra há 80 anos e eu há 42 anos. Cresci, me criei e me entendi como gente na lavoura, seguindo os passos dele. Terra boa, lugar de paz, de uns dias pra cá é que a gente não está tendo”, comenta.

Às 17h, moradores fecham portões temendo novas agressões. (Rafael Bandeira/LeiaJá Imagens)

Jurado de morte, Adriano conta que as tensões na área aumentaram com o arrendamento das terras à empresa Negócio Imobiliária S/A. “Nossos hábitos mudaram: dá 17h e já está todo mundo dentro de casa, com as portas fechadas. Teve gente que deixou de ir para a Igreja e evita ir na cidade, porque não temos mais segurança. A gente tem medo de sair de casa e a qualquer momento ser alvejado por qualquer um. Do jeito que o clima está, é só o que a gente espera”, pontua.

A assessora jurídica da CPT, Gabriella Rodrigues, que advoga em prol dos posseiros,  confirma que os conflitos na região já existiam desde 2013, quando as terras foram arrendadas a Luiz de Sá Monteiro, identificado pela documentação das terras como “pecuarista” e “advogado”. “Depois de três audiências com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a gente já estava chegando a um acordo. Essa nova empresa [Negócio Imobiliária S/A] chegou dizendo que conhecia a situação, mas, do outro lado, entrou na justiça dizendo que os camponeses eram integrantes do MST [Movimento dos Trabalhadores Sem Terra] e tentavam invadir o local, tentando incriminá-los. Assim, um conflito que existia pela posse da terra foi ganhando outra conotação, com atuação de milícias e violação de direitos”, lembra.

 

A reportagem teve acesso ao documento de cessão de arrendamento, de 8 de março de 2018, no qual fica registrado ainda que o prazo do contrato foi ampliado de 30 anos para 60 anos, vigorando até 31 de dezembro de 2072, podendo ser prorrogado pela cessionária "a seu exclusivo critério". “Essa cessão cria um período de graça de cerca de 20 anos, podendo ser prorrogado por mais 20 anos”, destaca a assessora jurídica. Vale ressaltar ainda que, no contrato de arrendamento do Engenho Fervedouro, fica estabelecido que "o arrendatário pagará à arrendante uma renda anual correspondente a 150 (cento e cinquenta) arrobas de boi, pelo preço vigente na praça de Caruaru". “Quando a gente foi procurar ver com a Adagro [Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco], esse valor variava entre R$ 15 mil e R$ 20 mil, para arrendar uma área de quase cinco mil campos de futebol na Zona da Mara canavieira, uma das áreas mais férteis do estado”, reforça Gabriella.

Os posseiros também denunciam que a proprietária das terras, a Usina Frei Caneca S/A, possui dívidas multimilionárias. A reportagem consultou a Certidão Narrativa de Débitos Fiscais da empresa que devia, até o fechamento desta reportagem, R$ 62.522.544,58, à Fazenda Estadual. Já junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 6 Região (TRT6), foi possível constatar que a empresa está envolvida em 121 ações trabalhistas. “Existe ainda uma dívida com o governo federal, de mais de R$ 92 milhões. Trata-se de uma usina falida desde 2003, em que nunca houve um processo falimentar, mas que continua arrendando suas terras por um valor ínfimo, como se não tivesse dívida nenhuma”, ressalta a assessora Gabriella Rodrigues.

Demanda por desapropriação

Assim, o presidente da Associação de Moradores explica que a principal pauta da comunidade é a desapropriação do Engenho Fervedouro por parte do governo de Pernambuco, a quem também caberia a iniciativa de reconhecer e regularizar um assentamento no local. “Se fizer isso, o estado vai ganhar muito, porque vai ser uma terra legalizada, onde cada posseiro vai pagar seus impostos. Da maneira que foi, com 40 anos sem pagar nada, qualquer agricultor teria condições de se tornar rendeiro, então a gente espera que o governo pegue as terras pela dívida, sem olhar o lado político. A política passa, mas a vida das pessoas fica”, apela.

A reportagem levou a demanda dos trabalhadores ao Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), que garantiu que a dívida da usina com o Estado está sendo cobrada pelo Governo de Pernambuco, por meio da Procuradoria Geral do Estado (PGE), a partir de 16 ações de execução fiscal, as quais tramitam na Justiça. O Instituto informa que os processos são físicos e que já há, inclusive, penhora de engenhos para possibilitar o pagamento da dívida.

“Além das execuções fiscais, estão sendo realizadas diversas ações, articulações e orientações relacionadas aos conflitos agrários existentes no Município de Jaqueira, Zona da Mata Sul de Pernambuco, na perspectiva da proteção à vida, segurança, moradia, subsistência e mobilidade das famílias residentes não apenas no Engenho Fervedouro, mas também nos Engenhos Barro Branco, Várzea Velha e Caixa D’água”, coloca o posicionamento.

Segundo o Instituto, depois dessa etapa serão postos em prática os encaminhamentos necessários para “a formalização e legalização fundiária em questão”. Leia a nota na íntegra:

"A dívida da usina com o Estado está sendo cobrada pelo Governo de Pernambuco, por meio da Procuradoria Geral do Estado (PGE), em 16 ações de execução fiscal atualmente em tramitação na Justiça. Os processos são físicos e já há penhora de alguns engenhos para garantir a dívida. Além das execuções fiscais, estão sendo realizadas diversas ações, articulações e orientações relacionadas aos conflitos agrários existentes no Município de Jaqueira, Zona da Mata Sul de Pernambuco, na perspectiva da proteção à vida, segurança, moradia, subsistência e mobilidade das famílias residentes não apenas no Engenho Fervedouro, mas também nos Engenhos Barro Branco, Várzea Velha e Caixa D’água.

O Instituto de Terras e Reforma Agrária de Pernambuco (Iterpe), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Agrário, vem acompanhando todo o processo no âmbito da Comissão de Mediação e Resolução de Conflitos Agrários de Pernambuco, sendo indicado pela PGE para atuar em algumas ações como assistente para realização de perícia topográfica da área em litígio. Tão logo essa etapa seja vencida, o Iterpe adotará as medidas necessárias para formalização e legalização fundiária da área em questão.

Coordenada pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco (SJDH), a Comissão de Mediação e Resolução de Conflitos Agrários de Pernambuco é composta também por integrantes das secretarias de Defesa Social (SDS), Desenvolvimento Agrário (SDA), Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), Desenvolvimento Social, Criança e Juventude (SDSCJ) e Procuradoria Geral do Estado (PGE), além de seus órgãos vinculados".

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