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Tem início nesta segunda-feira (4), às 8h, as atividades do Núcleo de Desenvolvimento Infantil, voltado para a assistência de famílias cujas crianças nasceram com microcefalia, que vai funcionar na Policlínica Lessa de Andrade, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife. 

O centro de referência será composto por ambulatório multiprofissional especializado em desenvolvimento infantil, com foco em estimulação sensoperceptiva e psicomotora, composto por serviços de Pediatria, Neuropediatria, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Enfermagem, Nutrição, Assistência Social e Psicologia.

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A nomeação de profissionais para a Lessa de Andrade ocorreu no mês de dezembro. A equipe recebeu reforço de dois neuropediatras, dois fonoaudiólogos, dois fisioterapeutas e dois terapeutas ocupacionais que atuarão no local.

Acesso – Os encaminhamentos ao Núcleo de Desenvolvimento Infantil serão feitos por meio do Sistema de Regulação, tanto para usuários de áreas cobertas pela Estratégia de Saúde da Família como para as pessoas que moram em áreas descobertas. As gestantes que estiverem com suspeita de feto com microcefalia também receberão acompanhamento psicológico com profissionais da rede. O acolhimento será feito pelo Núcleo de Apoio em Saúde da Família e Programa Mãe Coruja Recife.

Com informações de assessoria

Os pais de Gabriel foram presenteados com o seu nascimento há um mês e posteriormente ganharam um espaço para morar. Uma casa de alvenaria, no município de Feira Nova, no agreste de Pernambuco, substituiu o antigo lugar que moravam, construído com lonas, sustentada por pedaços de madeira e ferro. 

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Apesar de terem sido presenteados com um novo lugar para viver, a família do menino de um mês, portador de microcefalia, está precisando de doações de móveis e eletrodomésticos. 

O pai de Gabriel, Deyvid José, de 21 anos, está desempregado e, apesar de agradecido, conta que a família precisa de geladeira, fogão, sofá, armários, cama de casal, berço e cama para a filha mais velha do casal, Eduarda, de 2 anos. Além disso, alimentos, leite para Gabriel e roupas para toda a família são bem-vindos.

Quem desejar contribuir deve entrar em contato pelos números (81) 9.9880-5188 ou 9.9176-5702, telefone do Projeto Tênis para o Futuro (que está prestando apoio à família). O pai do menino também disponibiliza seu número - (81) 9.8617-6344 - para possíveis contribuições.

A cada nova semana, a constatação de que a propagação da doença segue a todo vapor. Nesta terça (29), o Governo de Pernambuco afirmou que 1553 casos de microcefalia foram notificados. Em relação à última semana, são 122 novos casos em apenas sete dias. A maioria (98,6%) dos casos continua sendo identificada no pós-parto. 

De acordo com a Secretaria de Saúde, de todos os casos, 426 atendem aos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), que identifica a malformação em bebês com a circunferência da cabeça menor ou igual a 32 centímetros. O número de óbitos permanece o mesmo: três mortes. Pernambuco continua a encabeçar a lista dos estados com casos registrados, tendo 38,76% do total do país.

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Nacionalmente, o panorama segue preocupante. Da semana passada para cá, mais 38 cidades brasileiras notificaram casos. Para epidemiologistas, os números atuais mantêm o alerta para a possível epidemia. “O País registrou quase 3 mil casos de setembro para cá, a maior parte no Nordeste. É esperado um aumento de casos no Sudeste, no Centro-Oeste”, garante o pesquisador da Fiocruz, Rivaldo Cunha. 

De todos os 20 estados com casos suspeitos, houve redução em apenas três: Tocantis, Minas Gerais e Mato Grosso. 

A Fundação Oswaldo Cruz criou um gabinete de crise para coordenar os estudos sobre a epidemia de microcefalia e traçar estratégias para o enfrentamento do vírus zika. O grupo, que reúne pesquisadores de diferentes institutos ligados à Fiocruz, definiu como prioridades desenvolver um kit diagnóstico que permita identificar com um só exame se a pessoa foi contaminada pelos vírus da dengue, zika ou chikungunya e desenhar estudo de longo prazo para avaliar os efeitos da microcefalia. A ideia é acompanhar desde o diagnóstico de zika na grávida aos primeiros anos da criança.

"(No Brasil) temos uma posição de protagonismo (nas pesquisas) que não desejaríamos ter. Muitos países estão observando nosso modo de trabalhar para saber o que fazer. A epidemia de microcefalia, além de singular, é das mais graves situações que a gente tem na história da saúde pública", afirmou Valcler Rangel, vice-presidente da Fiocruz e coordenador adjunto do Gabinete para Enfrentamento da Emergência em Saúde Pública, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo.

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O que já foi definido pelo gabinete de crise?

A grande prioridade é o desenvolvimento de tecnologia diagnóstica para ficar disponível nos laboratórios centrais brasileiros. Precisamos desenvolver kit diagnóstico que atenda dengue, chikungunya e zika ao mesmo tempo para facilitar o processo diagnóstico. Essa é uma carência que a gente tem hoje. Pesquisadores do Instituto Carlos Chagas, no Paraná, estão à frente desse estudo, que vem sendo feito em articulação com o Ministério da Saúde, com o Comitê da Operação de Emergência em Saúde. É preciso saber o nível de certeza que esse exame dá, se não há cruzamentos de reação, que possam confundir as doenças e dar falso negativo e falso positivo. Precisamos fazer isso porque será usado em larga escala. Também é fundamental que se iniciem estudos que documentem os casos que estão ocorrendo para fazer seu acompanhamento prospectivo.

Como será esse estudo?

Vamos acompanhar desde o momento de diagnóstico para avaliar as características que a microcefalia está apresentando. A ideia é acompanhar as gestantes desde o diagnóstico de zika, porque existem gestantes que os bebês não têm microcefalia. As mães passarão por investigação, responderão a perguntas, será feita coleta de exames. Não posso te afirmar o prazo de acompanhamento geral. A gente não sabe outras consequências que podem aparecer. A microcefalia certamente é das mais graves que poderiam ocorrer, exceto o próprio óbito. Que outras má-formações ou que outras consequências podem estar ocorrendo? Esses estudos serão fundamentais para revelar isso também. É possível que elas tenham de ser acompanhadas por alguns anos.

O Brasil está construindo a literatura médica sobre zika. O País já teve protagonismo no estudo de uma doença como agora? É possível fazer um paralelo com a Doença de Chagas?

Eu diria que é mais ou menos parecido com Chagas. É claro que são épocas muito diferentes e a comparação é complexa. Carlos Chagas descreve todo o ciclo do Tripanossoma cruzi, o adoecimento, a sintomatologia, o ciclo do vetor. Não é à toa que Carlos Chagas foi cogitado para o Prêmio Nobel, em função de uma caracterização inédita para a ciência, de um país ter feito isso com um grupo de pesquisa. Certamente se assemelha à doença de Chagas nessa questão do protagonismo. Em outros aspectos, não: é uma doença aguda; é um vírus; tem capacidade de transmissão muito alta; casos que acontecem de uma hora para outra no território nacional, com condições de espraiamento regional e até para outros continentes. Certamente temos uma situação de protagonismo que não desejaríamos ter. As medidas de proteção são conhecidas, mas até o momento não são eficazes, que é o controle do vetor. O vetor está presente em mais de 100 países e, portanto, não é característica brasileira. Tem muitos elementos de dificuldade. Mas eu acho que, com muita mobilização social, a gente tem condição de vencer esse desafio.

Esse ponto foi discutido pelo gabinete de crise?

É a única certeza hoje: temos de eliminar o Aedes. Seja no desenvolvimento de larvicidas ou na possibilidade de usar técnicas novas e mobilizar a população. Defendemos que sejam criados comitês populares para o controle do mosquito, que mobilizem o setor público a fazer ações de combate que tenham permanência. Não teremos resultado nessa situação se não houver maneiras de a sociedade se organizar em torno do controle do vetor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Por conta das fortes chuvas, a tradicional Missa do Galo no Recife foi modificada do Quartel do Derby para o Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora de Fátima, no bairro da Soledade. A mudança fez com que a quantidade de fiéis presentes diminuísse bastante.

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Arcebispo de Olinda e Recife, ministrante da Missa de Natal no Recife, Dom Antônio Fernando Saburido lamentou as chuvas. "É um fato raro ocorrer isso aqui nesse período, pela primeira vez precisamos modificar o local. Mas, acima de tudo, o importante é passar a mensagem a todos que puderam e quiseram vir", comentou. Durante a celebração, ele pediu a todos os fiéis que se unam no combate à microcefalia.

Karla Rodrigues enfrentou a chuva e compareceu à missa com a filha Valentina, de 1 ano e dois meses. "É a segunda vez que trago minha menininha. Venho há sete anos seguidos já. Foi uma pena ter mudado o local, porque todos já estão acostumados ao Quartel do Derby", disse. E completou: "Mas não tira a beleza do momento que é essa celebração e tudo que representa".

Por pouco, Tiago Santos não foi para o Quartel do Derby. "Eu já estava pronto, saindo de casa, quando vi a notícia de que o local havia modificado. Ainda bem que não fui para lá, mas a chuva não iria me impedir também", falou ao LeiaJá. Por outro lado, quem gostou da mudança foi o aposentado Jonas Correia, de 75 anos. "É a primeira vez que venho a essa missa de Natal. Eu moro aqui perto e vim porque fiquei curioso mesmo", contou.

O Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora de Fátima tem capacidade para mil pessoas, ampliada por mais 200 cadeiras. Ainda assim, o local não teve todos os espaços lotados. Apesar da mudança, alguns fiéis foram ao Quartel do Derby - que recebe cerca de 20 mil católicos - por falta de informação e acabaram perdendo a missa.

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O Natal celebra o nascimento do menino Jesus. A celebração, especialmente de 2015, é marcada pelo Ano Santo da Misericórdia para a Igreja Católica. O arcebispo de Olinda e Recife, Dom Antônio Fernando Saburido, uniu os dois ideais e convocou os fiéis durante a Missa do Galo, nesta quinta-feira (24), para se unirem no combate à microcefalia.

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A Missa de Natal do Recife, deste ano, foi celebrada no Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora de Fátima, no bairro da Soledade. Dom Fernando Saburido associou a imagem do menino Jesus na mangedoura, comum em presépios natalinos, para ressaltar a fragilidade das crianças. "Entre os animais, a criança, a criatura humana, é a mais indefesa. A criança, em todos os aspectos, é indefesa porque depende dos seus pais até a adolescência, até a juventude, às vezes. E que essa imagem do menino Jesus criança toque o nosso coração, porque a gente sabe que qualquer coisa que atinge a criança é mais delicada", disse.

Pernambuco registrou as primeiras mortes de bebês com microcefália neste mês de dezembro. O arcebispo de Olinda e Recife pediu por compaixão e solidariedade, principalmente com os que são afetados pela doença. "Como estamos vivendo agora com a microcefalia, as pessoas, os adultos, se envolvem e se comovem porque ninguém gosta de ver uma criança sofrer. Então, esse Natal pode ser especial neste aspecto. Celebrar Jesus Cristo também é cultuar solidariedade, principalmente com aqueles que vivem em situação iminente. Natal é família", afirmou o arcebispo durante a missa.

O papa Francisco convocou o Ano Santo da Misericórdia, que foi iniciado em 8 de dezembro. Dom Fernando Saburido declarou: "Esse Natal é especial porque estamos vivendo o ano da misericórdia. Sermos misericordiosos, sermos bons samaritanos é muito importante. Olhar nosso semelhante e ajudar quem necessita. É importante que as famílias evangelizem o testemunho. Jesus nos ensina o caminho da humildade através de portas que são abertas e fechadas ao mesmo tempo e assim aprender e ser misericordioso".

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O Pará tem 32 casos suspeitos de microcefalia relacionados ao vírus Zika, de acordo com a atualização do boletim epidemiológico do Ministério da Saúde divulgada na terça-feira (22). O aumento do número de ocorrências deixa as autoridades de saúde em alerta. De acordo com o balanço anterior, apresentado há uma semana, somente três bebês haviam sido diagnosticados.

Os casos paraenses ocorreram em oito municípios. A ligação de microcefalia com o vírus Zika é feita a partir de teste de biologia molecular. O Pará está entre as unidades da federação com laboratórios públicos aptos a fazer o diagnóstico. Além das demandas internas, o Instituto Evandro Chagas, em Belém, também auxilia secretarias de saúde de 12 estados do Norte e Nordeste.

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O Evandro Chagas comprovou as três primeiras mortes relacionadas ao vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti – o mesmo vetor da dengue e chikungunya. O primeiro caso foi de um homem de 35 anos, morador de São Luís, Maranhão, com histórico de lúpus. A morte ocorreu em junho deste ano, mas foi notificada ao Ministério da Saúde em novembro.

A segunda morte foi registrada em novembro. Era uma jovem de 16 anos, moradora do município de Benevides, na Região Metropolitana de Belém. Após a infecção pelo vírus Zika, a menina desenvolveu a doença púrpura trombocitopênica grave, com quadro de hemorragia.

O terceiro caso foi de um bebê que nasceu com microcefalia e outras malformações congênitas, no Ceará. “A partir deste caso, a associação a microcefalia com o vírus Zika foi confirmada”, destacou o médico pesquisador da seção de de Arbovirologia do instituto, Pedro Fernando Vasconcelos.

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Alerta - “Isso mostra que esse vírus não é tão benigno quanto se falava”, disse Vasconcelos, alertando para a necessidade de proteção e atenção aos sintomas, que facilmente são confundidos com os da dengue: febre, coceira, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor no corpo e nas juntas e manchas vermelhas pelo corpo.

As descobertas do Instituto Evandro Chagas serviram de subsídio para que a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitisse um alerta epidemiológico internacional sobre o vírus Zika. O Ministério da Saúde também iniciou uma campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, que podem ser acessadas aqui. 

A Secretaria Estadual de Saúde divulgou na tarde desta terça-feira (22), na sede do órgão, localizado no bairro do Bongi, zona oeste, o balanço mais atualizado dos casos de microcefalia em Pernambuco. 

Na ocasião, foram notificados 1.031 de microcefalia entre os dias 1 de agosto e 17 de dezembro. No último boletim, divulgado no dia 15, o número era de 920 casos. O número atual consiste em 37% dos registros no Brasil. Desses, 360 são casos prováveis que atendem aos critérios da OMS. Foram confirmados 85 casos através de exames de imagem e 28 descartados também após o mesmo método de avaliação. 

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Outro dado constatado, mais de 95% dos casos foram notificados em unidades da gestão pública e 4,4% da rede privada. Recentemente, a SES havia informado que apenas a rede pública estava realizando, com rigor, as notificações. Por conta disso, a secretaria afirmou que esta semana foi iniciada a capacitação para profissionais de todo o Estado sobre dengue, chikungunya, zika e microcefalia. Ao todo, 98 municípios pernambucanos foram notificados, sendo a maior concentração na região I, que engloba o Recife. 

A secretaria já notificou três óbitos de bebês com microcefalia. Sendo um do sexo masculino, natimorto com 38 semanas, no Recife; um do sexo feminino, natimorto com 40 semanas, em São Lourenço da Mata. Já após o nascimento, uma criança do sexo masculino, veio a óbito após 33 semanas de nascimento, no Recife. 

Quanto às gestantes, entre os dias 2 e 20 de dezembro, foram notificadas 155 com exantemas (manchas no corpo), no entanto, apenas três já possuem detecção de microcefalia intrauterina. 

Para os casos de crianças já nascidas com microcefalia, a Secretaria informou que a rede está se estruturando para receber essa demanda para o protocolo de reabilitação. De acordo com a Secretária Executiva de Atenção à Saúde, Cristina Mota, esses casos serão encaminhados para as Upas Especializadas, AACD, Hospital Dom Moura (Caruaru) e Mens Sana (Arcoverde). 

A secretaria ainda frisa que a luta pelo mosquito é permanente. Durante a coletiva, foi confirmado que o estado possui estoque de larvicida com datas de vencimento ainda maiores para evitar que, caso o prazo de entrega seja atrasado, não falte o produto para os municípios. 

Balanço sobre a Dengue, Zika e Chukungunya

Foram notificados 136.232 casos, sendo 47.399 confirmados e 31 óbitos. Já os casos de Zika, foram 172 casos notificados em 32 municípios. Somado a esse número de doenças provocadas pelo Aedes Aegypti, estão 1.759 casos notificados de Chikungunya, sendo 310 casos confirmados em 93 cidades. 

A SES também divulgou o índice de infestação predial que soma 61 municípios sem risco de surto contra 70 em situação de alerta. 

O número de casos de microcefalia no Brasil subiu para 2.782 casos, ante as 2.401 notificações registradas na semana passada. Neste grupo, incluem também os casos em que a relação com o vírus Zika não foi comprovada. O Ministério da Saúde decidiu não divulgar os números dos casos confirmados para o Zika. Na semana passada, no entanto, a pasta já havia confirmado que o problema foi decorrente da contaminação pelo vírus em 134 bebês. Até agora, 40 óbitos foram decorrentes da má formação.

O diretor do departamento de vigilância de doenças transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, confirma que, embora haja outras causas de microcefalia, a maioria dos casos atualmente é decorrente do Zika. "Nesse momento, com a grande elevação de casos que tivemos, a esmagadora maioria é relacionada ao vírus".

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A situação mais alarmante continua se concentrando nos Estados no Nordeste. A pior situação é em Pernambuco, com 1.031 casos registrados. Na Bahia, houve redução de notificações por causa de um erro de registro, mas o Estado é o que registra o segundo maior número, com 271 casos. Em seguida estão Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Em meio à epidemia de microcefalia que atinge o Estado, Pernambuco registrou, nos últimos seis dias, a morte de três bebês diagnosticados com microcefalia (perímetro cefálico igual ou abaixo de 32 centímetros).

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), é a primeira vez que Pernambuco apresenta suspeita de óbito por essa má-formação congênita. Os partos aconteceram na capital pernambucana e na cidade de São Lourenço da Mata, na região metropolitana do Recife.

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Ainda segundo a SES, dois bebês já nasceram mortos - o primeiro na última sexta-feira, 11, e o segundo na quarta-feira, 15. Eles estavam, respectivamente, com 38 e 40 semanas de gestação. O terceiro foi a óbito horas após o nascimento, também na sexta-feira.

Atualmente, 920 casos suspeitos de microcefalia estão sendo investigados no Estado. Deste total, 85 foram confirmados após a realização de exames de imagem.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmaram que três bebês com microcefalia morreram em Pernambuco. Dois casos ocorreram no Recife e mais um em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Esses são os primeiros casos suspeitos de morte por microcefalia no estado. Segundo a secretaria, dois bebês já nasceram mortos, na última sexta (11) e quarta-feira (15), com 38 e 40 semanas de gestação, respectivamente.  O terceiro veio a óbito também na última quarta, logo após o nascimento, com 33 semanas de gestação e diagnóstico de microcefalia intraútero.

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De acordo com a SES, ainda não é possível afirmar que a malformação seja a causa básica dos óbitos, que estão sendo investigados. 

No último relatório, Pernambuco contabilizava 920 casos de microcefalia entre os dias 27 de outubro e 14 de dezembro, continuando como o estado que mais tem casos em investigação. No Brasil, há registros de 29 óbitos de bebês com microcefalia. Foi confirmado um óbito, no Ceará, e descartados dois. Outros 26 continuavam em investigação. 

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) anunciou nessa terça-feira (15) medidas para o combate ao mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, chikungunya e zika vírus, esta última doença associada às centenas de casos de microcefalia no Nordeste.

Nesta quarta-feira (16), 450 leituristas começam a ser capacitados para atuar como agentes identificadores de focos do mosquito nas 1,7 milhão de residências do estado de Pernambuco, que são visitadas mensalmente por esses profissionais para aferição do hidrômetro. 

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Além disso, todas as caixas d’água que são abastecidas pela Compesa, principalmente no interior, serão inspecionadas para prevenir e eliminar focos.

As ações foram estabelecidas pelo comitê interno da Compesa criado para determinar e coordenar medidas de combate ao Aedes nas áreas de atuação da companhia. A comissão, presidida pelo diretor de Articulação e Meio Ambiente (DAM), Aldo dos Santos, atua em conformidade com o comitê estadual para o monitoramento emergencial do enfrentamento das doenças transmitidas pelo mosquito, no qual a Compesa é representada por seu presidente, Roberto Tavares. 

Na primeira reunião do comitê interno, realizada na última semana, foi estabelecido que os funcionários da Compesa que têm contato direto com o público – leituristas, técnicos sociais e atendentes das lojas – auxiliariam na luta contra a proliferação do mosquito. “Temos um pessoal que já circula nos bairros e tem acesso às residências e às lideranças comunitárias. Então, ao capacitarmos esses colaboradores, estamos colocando na rua um exército no combate ao Aedes”, avaliou o diretor Aldo dos Santos. 

O início da capacitação será na tarde desta terça no Centro de Educação Socioambiental (Cesac) da Compesa, em Arcoverde, Sertão do estado. Até o final de dezembro, haverá capacitações em Petrolina, Garanhuns e Caruaru, onde há um grande número de ocorrências de dengue, zika e chikungunya. Os leituristas vão aprender a identificar focos de proliferação do mosquito e deverão orientar os moradores sobre como eliminá-los. 

Já os técnicos sociais e os funcionários das lojas da Compesa distribuirão aos moradores das comunidades e clientes panfletos com informações sobre o mosquito e as doenças por ele transmitidas. 

Além desse trabalho de sensibilização, será feita a inspeção das caixas d’água abastecidas pelos 286 carros-pipa administrados pela Compesa em todo o estado. A maioria delas está em localidades afetadas pela crise hídrica no interior que se submetem a rigorosos rodízios de abastecimento. Está sendo elaborado um relatório com o diagnóstico das caixas d’água, identificando quantas são, suas condições e as providências que devem ser tomadas. O documento será entregue ao Governo do Estado.

Para maiores informações sobre procedimentos, o público pode contactar o teleatendimento da Compesa (0800 081 0195 para atendimento geral e 0800 081 0185 para vazamento de água e esgoto), sendo informado sobre os cuidados para não deixar água parada em casa. Durante a espera telefônica, o cliente ouvirá uma gravação do médico Dráuzio Varela com essas orientações. 

*Com informações da assessoria.

O nascimento nos últimos 45 dias de 11 bebês com suspeita de sofrer de microcefalia assusta a população de Itapetim, no Vale do Pajeú, sertão pernambucano, sem infraestrutura médica para o atendimento a pouco menos de 14 mil habitantes. Como ação de emergência, a prefeitura e o governo estadual decidiram levar as crianças para o Recife, a 360 km de distância.

O número elevado de casos suspeitos para o tamanho da população chamou a atenção da equipe médica do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) - há cerca de 200 nascidos vivos no município por ano. Os casos foram identificados pela Secretaria Municipal de Saúde, que checou dados de prontuários, cartões de saúde dos recém-nascidos e cadastros de postos de saúde. Cinco nasceram com menos de 32 centímetros de perímetro cefálico, parâmetro adotado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para indicar a microcefalia. Os demais têm 33 centímetros - o primeiro protocolo do Ministério da Saúde enquadrava bebês com essas características como casos suspeitos.

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"Fizemos uma busca ativa nos cadastros para saber quantos casos tínhamos e fomos surpreendidos. Não temos neuropediatras para acompanhar esses bebês. Precisamos do apoio do governo do Estado e do governo federal", afirmou a secretária de Saúde, Jussara Araújo.

Pré-natal

Valentina, de 12 dias, é uma das crianças que podem ter microcefalia. A menina nasceu com 31 centímetros de perímetro cefálico. A dona de casa Thamires Santos da Silva, de 22 anos, disse que "só fazia chorar", quando foi avisada pela médica da possibilidade de a filha ter a má-formação. "Eu tomei um susto. Pensei em tanta coisa que passa na televisão, que as crianças ficam com sequelas. A médica disse para eu não ficar muito assustada."

"Ela só chora para mamar. Tenho até conseguido dormir. Ela mama bem", disse Thamires, que não lembra de ter tido os sintomas de zika no início da gravidez. "É nisso que eu me agarro. Não tive nem febre nem manchas." Thamires fez o pré-natal e passou por ultrassonografias, mas só depois da cesariana é que foi informada que a filha estava entre os casos suspeitos de microcefalia.

Em nenhum dos registros de Itapetim a suspeita de microcefalia foi descoberta durante a gestação, apesar de as mulheres terem tido acompanhamento. A infectologista Regina Coeli Ferreira Ramos, do Huoc, defende o aprimoramento do pré-natal, com treinamento para os profissionais de imagem e contratação de psicólogos que ajudem a amparar as mães durante a gravidez.

No início do ano, Itapetim tinha o maior índice de infestação de Aedes aegypti de Pernambuco - em 13% dos domicílios foram encontradas larvas do mosquito, quando o índice aceitável pela OMS é de 1%. "Isso acontece por causa da seca (a pior em 50 anos). As pessoas pensam que é a chuva que faz proliferar o mosquito", afirmou o diretor da Unidade Mista Maria Silva, Alysson Magno da Silva Salvador, de 36 anos. Desde setembro de 2013, a água não sai das torneiras. Um carro-pipa abastece caixas instaladas nas ruas da cidade a cada oito dias. A população faz fila para encher baldes e armazenar água em qualquer reservatório possível.

Piabas

Para combater a proliferação do mosquito, a prefeitura distribuiu piabas, pequenos peixes que se alimentam das larvas, para a população. O índice de infestação caiu para 2,4%. "Os hospitais das cidades vizinhas estão lotados de casos suspeitos de zika e dengue", disse a secretária de Saúde. Equipes do Ministério da Saúde já estiveram na cidade para estudar a estratégia de Itapetim, premiada nesta terça-feira, 15, como a melhor iniciativa entre as Secretarias de Saúde de Pernambuco para o combate à dengue.

Pânico

O aumento dos casos de microcefalia tem causado pânico entre as grávidas. A agricultora Fabrícia Gleyce Pereira dos Santos, de 23 anos, por exemplo, foi diagnosticada com dengue no fim da gravidez - a cesariana está marcada para o próximo dia 23. "Tive febre, dor no corpo. Fiquei com muito medo de ser zika e de o bebê ter sido afetado. Mas todo médico que me atendeu disse que ele não corre risco de microcefalia porque já está todo formado", disse.

Fabrícia conta ter ido a três médicos. "Queria ouvir várias opiniões." Ela ainda fará uma ultrassonografia. "Também vou pedir para medir a cabeça dele."

As notificações de casos suspeitos de microcefalia subiram de 1.761 para 2.401 no País em uma semana - chegando a quase quatro registros por hora. Desse total, 134 tiveram confirmação para zika, em 102 essa relação foi descartada e outros 2.165 continuam sob investigação. Os registros foram feitos em 549 municípios, em 19 Estados e no Distrito Federal.

Seis Estados entraram pela primeira vez na lista: São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará e Rio Grande do Sul. Além do aumento de casos, o governo já teme que as festas de fim de ano espalhem o surto de zika pelo País.

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As equipes do Ministério da Saúde continuam nos Estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe e Ceará, que estão entre os mais atingidos pelo problema. A pior situação continua em Pernambuco, com 874 casos em investigação, seguido por Paraíba e Bahia, com 322 e 316 suspeitas, respectivamente.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, avalia que o ritmo de registros de novos casos se reduziu ao longo das últimas duas semanas.

Para ele, essa queda no ritmo poderia ser explicada por dois motivos distintos. Profissionais de saúde poderiam estar mais familiarizados com o problema e, com isso, o risco de notificações incorretas diminuiria. Outra possibilidade seria uma estabilização da epidemia. O pico de nascimentos de bebês com problema coincidiria com os nove meses posteriores ao auge da epidemia de zika.

O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, Rivaldo Cunha, no entanto, acha precipitado falar em queda do ritmo de registros. "O padrão está mantido", disse. Quando a declaração de emergência em saúde pública foi feita, o número de casos era de 141. No boletim seguinte, o número havia saltado para 520 (268%). No terceiro informe, os casos chegavam a 739 (42%). Depois passaram para 1.248 (68%) e para 1.761. "O último aumento foi muito significativo."

Fim de ano

De acordo com o diretor, há transmissão sustentada atualmente em vários Estados, sobretudo no Nordeste. Maierovitch admite que, com as festas de fim de ano, aumenta o risco de a doença se espalhar por todo o País.

"Qualquer movimentação acelera o risco. Esse é um temor. Daí a necessidade de o viajante adotar os cuidados necessários para evitar a infecção." A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deverá incluir recomendações de prevenção para os viajantes em sua página na internet.

Ele fez um apelo para que pessoas, antes de deixar suas casas durante o período de férias, façam uma proteção de locais que tenham potencial de se transformar em criadouros do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, da zika e da chikungunya. "Estamos lidando com uma das maiores epidemias com registro no País", disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro.

Repelente

O zika vírus é transmitido pela picada do Aedes contaminado. Nesta quarta-feira, 16, uma reunião será realizada com representantes de produtores de repelentes, integrantes do Ministério da Saúde e da Anvisa para discutir a possibilidade de compra de produto para distribuição para gestantes. "Há uma série de coisas que precisam ser avaliadas. Entre elas, a capacidade da indústria para fornecimento de produtos, prazos, preços", disse Maierovitch.

O diretor ressaltou que a distribuição de repelentes é medida adicional. "O repelente é um quebra-galho", definiu. "O principal é o combate ao vetor."

Entrada nas casas

O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, afirmou que o grupo deverá encaminhar nesta semana à Advocacia-Geral da União (AGU) uma consulta sobre quais procedimentos União, Estados e municípios devem adotar caso uma pessoa se recuse a abrir a residência para visitas de agentes de controles de endemia ou se houver prédios ou casas fechadas sem nenhuma possibilidade de acesso das equipes de combate ao mosquito.

Occhi afirmou ainda que o grupo já decidiu que larvicida será adicionado à água entregue à população no semiárido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgou, na tarde desta terça-feira (15), na sede do órgão, o relatório com o balanço dos casos de dengue, zika, chikungunya e microcefalia, a partir do novo e antigo protocolo. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a microcefalia deve ser considerada a partir do perímetro encefálico com, no máximo, 32 centímetros. Anteriormente, o perímetro a ser analisado era de 33 centímetros. 

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Em Pernambuco, foram notificados 920 casos entre os dias 27 de outubro e 14 de dezembro, representando 38% dos casos do Brasil, sendo 313 atendendo aos critérios da OMS. A porcentagem representa uma queda: no início das apurações dos casos, Pernambuco chegou a ter 100% de todos os casos do país. Na último boletim, os casos representavam 50% do total do país.

Dos 313 casos, 85 foram confirmados através de exames de imagem e 27 descartados também a partir dessas avaliações. Após a inclusão do protocolo voltado às gestantes foi possível ter acesso aos dados relativos a elas. Entre os dias 2 e 10 de dezembro, 58 gestantes foram notificadas com exantemas - manchas no corpo – e uma delas já possui detecção de microcefalia intrauterina. De acordo com a SES, 20 municípios já registraram casos.

A Secretária Executiva de Vigilância em Saúde, Luciana Albuquerque, afirma que mesmo aqueles casos que foram notificados baseados no protocolo antigo serão recebidos pela rede de atendimento e farão todos os exames de imagem para avaliar a presença ou não de microcefalia. Foi explicado ainda que alguns profissionais ainda não estejam utilizando o protocolo mais recente e, por isso, esses casos continuam sendo atendidos.

Além disso, encontros para sensibilização dos profissionais para a notificação estão sendo realizados, pois cerca de 90% dos casos notificados são da rede pública o que pode significar que rede privada não esteja notificando todas as ocorrências. Ainda sobre a prevenção das doenças causadas pelo mosquito Aedes Aegypti, a secretária explicou que dentro dos recursos destinados a isso o repelente pode ser incluído.    

Panorama 

Na ocasião, os dados sobre os casos de dengue durante o período de um ano foram repassados. Ao todo foram mais de 130 mil casos notificados; em média, 45 confirmados e 28 óbitos. Já a Zika ocasionou 103 notificações em 27 municípios e para Chikungunya foram 1.438 casos notificados e 288 confirmados. 

A SES informa que 61 municípios encontram-se fora de risco de surto; no entanto, 70 cidades estão em situação de alerta.  

Casos suspeitos de microcefalia no País já somam 2.401, em 549 municípios, com 29 mortes. O novo boletim epidemiológico foi divulgado na manhã desta terça-feira, 15, pelo Ministério da Saúde. Os dados se referem até o último sábado, 12.

A falta do repelente Exposis fez surgir um mercado negro do produto. Em farmácias pequenas, balconistas oferecem o frasco com ágio, desde que o pagamento seja em dinheiro. O repelente é negociado em sites de vendas por preço três vezes mais alto do que o cobrado em lojas. Há ainda listas de espera pelo repelente.

Com surto de zika, repelentes somem das prateleiras

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O médico Luiz Eduardo Albuquerque, de 60 anos, comprou dois frascos do Exposis no "mercado negro", como ele mesmo classificou a negociação. Morador do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste, ele saiu em busca do repelente para o filho, de 7 anos, que é alérgico. "Quando vi na televisão que estavam indicando o repelente, imaginei que iria esgotar. Como meu filho é alérgico e desde pequeno só pode usar essa marca, comecei a procurar. Já tinha desaparecido. Parei em dez ou 15 farmácias no caminho para o trabalho e quando perguntava, já vinham três ou quatro pessoas atrás procurando o mesmo repelente. Achei no mercado negro", contou o médico no fórum sobre zika organizado pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).

Albuquerque telefonou para farmácias e só ouviu negativas. "Até que um balconista disse que não tinha o produto na loja, mas sabia onde conseguir, desde que eu pagasse em dinheiro." O médico pagou R$ 120 por dois frascos. Antes, pagava R$ 42. O Exposis também é oferecido a até R$ 179 cada frasco no site de compras Mercado Livre.

O jornal O Estado de S.Paulo percorreu 14 estabelecimentos - quatro tinham listas de espera, mas os funcionários deram poucas esperanças de o repelente ser reposto. Em uma das filas, havia 110 pessoas inscritas. A advogada Ludmila Lacerda, de 29 anos, grávida de 6 meses de João Pedro, contou que ela e a mãe passaram por mais de dez farmácias, sem encontrar o produto indicado pela médica.

"Minha vizinha de 2 anos pegou zika. Estou preocupada porque procuro em todo o lugar e não encontro. Já fiz a ultra e está tudo bem com o bebê, o tamanho do cérebro normal. É uma situação muito angustiante", afirmou.

O diretor-geral do laboratório Osler, que representa o Exposis no Brasil, Paulo Guerra, informa que aumentou em 1.100% a produção (os números absolutos são sigilosos por conta do acordo com laboratório francês fabricante do repelente).

"Não há falta do repelente. O que houve em 12 dias, desde a confirmação pelo Ministério da Saúde de que havia ligação entre zika e microcefalia, foi uma corrida sem precedentes. Tem produto na estrada indo para o Nordeste. Icaridina (produto ativo) vindo da Alemanha para o Brasil. Repelentes no centro de distribuição das farmácias. Mas não foi suficiente para equilibrar a demanda", afirmou.

Ele faz um apelo para as pessoas não estocarem em casa. Criticou o Mercado Livre por anunciar o produto. "É inconcebível a revenda de produtos regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O site devia coibir esses anúncios." Em nota, o Mercado Livre informou ser "uma empresa de tecnologia que oferece espaço para que vendedores e compradores se encontrem e negociem diretamente". "O vendedor possui a liberdade de oferecer o produto no valor que entende ser mais competitivo, assim como o comprador pode optar por adquirir o produto com outro vendedor. "

São três as substâncias químicas aprovadas para repelentes no Brasil. O DEET, encontrado em produtos como OFF e Repelex; a icaridina, presente no Exposis; e o IR3535, da Loção Antimosquito Jonhson's Baby - este último aprovado para bebês a partir dos seis meses. "Todas essas substâncias são eficazes contra o mosquito. A questão é a concentração. No Brasil, não se encontra a concentração recomendada em outros países, como os Estados Unidos, que é entre 15% e 20%", afirmou o presidente da Sociedade de Infectologia do Rio, Alberto Chebabo.

O Exposis tem a icaridina concentrada a 20%, o que garante a proteção por dez horas. "Em dias muito quentes, a reaplicação deve ser entre 6 e 8 horas", afirmou Chebabo. Já o DEET é encontrado em concentrações entre 7% e 14% e deve ser repassado na pele em intervalos mais curtos. O IR3535 tem concentração de 12% na Loção Antimosquito, o que faz com o que o produto deva ser repassado a cada 4 horas".

"A necessidade de passar o produto no corpo mais vezes dificultas a adesão das pessoas ao uso do repelente, mas todos são eficazes e seguros", afirmou o infectologista José Cerbino, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

No período de um mês, entre 11 de novembro e 10 de dezembro, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) registrou 29 casos de microcefalia. Desses, apenas um já foi descartado, faltando analisar 28 que foram notificados em 21 municípios diferentes, para saber se estão ou não associados ao zika vírus.

A divulgação dos dados começou somente na semana passada, após o Ministério da Saúde estabelecer que a microcefalia deve ser tratada como evento de emergência de saúde pública, tornando obrigatória a notificação dos casos no País. A microcefalia é uma má-formação congênita, em que o cérebro do bebê não se desenvolve de maneira adequada.

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Em Minas, dos casos a serem examinados, nove foram registrados na capital Belo Horizonte. Todos os casos do Estado aguardam análise laboratorial. Já foi realizada a primeira etapa do protocolo, que consiste em um questionário de investigação das gestantes. As informações que elas fornecem são importantes para saber se estavam em área de risco, ou seja, de transmissão do vírus.

Também é possível apurar com esses dados se as mulheres apresentam fatores ligados à microcefalia, caso do uso de substâncias químicas. Passada esta etapa, a próxima - análise de laboratório - pode até não ser realizada em alguns casos. Isso porque cabe aos municípios resolver se farão ou não o exame.

Em Minas Gerais, os casos suspeitos de microcefalia aumentaram mais de 150% em uma semana. A preocupação é grande porque também tem crescido os registros em outras regiões do País. A doença é causada pelo Aedes aegypti, mosquito que transmite ainda a dengue e a febre chikungunya.

Ações

A Secretaria de Saúde de Minas alegou em nota seguir os protocolos do Ministério da Saúde no combate ao zika e ter colocado equipes treinadas nas unidades de saúde para identificar os sintomas da doença. Além de Belo Horizonte, técnicos já estão atuando nas cidades de Montes Claros, Uberaba, Juiz de Fora, Teófilo Otoni e Pouso Alegre.

O Estado também lançou a campanha "10 Minutos Contra a Dengue", para mobilizar a população no controle e enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti.

O Superintendente de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador, Rodrigo Said, disse que não há surto de microcefalia em Minas e que o diagnóstico laboratorial não é realizado exclusivamente para o zika vírus.

"Existe um painel de doenças que estão sendo pesquisadas neste momento, como toxoplasmose, rubéola, sífilis, entre outras".

Na próxima segunda-feira (14), às 7h, equipes formadas por especialistas em retina e oftalmopediatria irão realizar um mutirão de atendimento gratuito na Fundação Altino Ventura (FAV), bairro da Boa Vista, centro do Recife. A iniciativa busca descobrir se o Zika Vírus realmente exerce alguma influência na visão das crianças diagnosticadas com microcefalia. 

Exames feitos em alguns dos recém-nascidos apontaram alterações importantes na retina e no nervo óptico, de acordo com a Dra. Liana Ventura que, ao lado da filha e também oftalmologista Dra. Camila Ventura, estão à frente das equipes que coordenam a ação.

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Assim que os casos da malformação congênita foram denunciados ao Ministério da Saúde, foram formadas equipes contendo especialistas de vários hospitais do Estado, como o Imip, Barão de Lucena e Fundação Altino Ventura. “Começamos a fazer exames e coletar informações para identificar quais as outras repercussões que poderiam surgir”, explica Dra. Liana Ventura. “Em alguns casos já constatamos alterações importantes na retina e no nervo óptico. Agora, temos que ver se essas alterações estão relacionadas ao Zika ou se a outros fatores”, completou.

No Hospital de Olhos de Pernambuco (HOPE), o mutirão está marcado para o dia 18 deste mês, voltado para atendimento privado e de conveniados, também às 7h. O objetivo da iniciativa é orientar as mães das crianças para o tratamento da microcefalia no campo visual. Os pacientes ainda serão submetidos a exames complementares (retcam, ultrassom e OCT).

A Upae Caruaru, administrada pela FAV, também disponibilizou para a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco exames de USG Obstétrica e USG Trans Fontanela, que são necessários para o diagnóstico e acompanhamento de casos de microcefalia.

Com informações da assessoria

Após o Ministério da Saúde anunciar que faria uma parceria com o laboratório do Exército para a produção de repelentes que seriam distribuídos para as gestantes do País, o Comando Militar do Leste, ao qual o laboratório é subordinado, divulgou uma nota na noite de quinta-feira, 10, informando que não tem condições de produzir o item em larga escala. Com o revés, o ministério decidiu convocar os fabricantes nacionais de repelente para negociação.

A oferta do produto para grávidas seria uma das estratégias do ministério para tentar frear a alta no número de casos de microcefalia associados ao zika vírus. Boletim divulgado na terça-feira, 8, aponta 1.761 casos da má formação em 14 unidades da federação.

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Na nota, o Exército afirma que o repelente em gel produzido pelo órgão "é um produto de defesa, utilizado exclusivamente pelas tropas empregadas em operações militares, em áreas inóspitas, a fim de manter o estado de higidez dos efetivos militares".

Ressalta ainda que, "para que o Laboratório Químico-Farmacêutico do Exército (LQFE) possa produzir o repelente em larga escala, são necessários investimentos em maquinário moderno e em obras para instalação desses equipamentos" e que, "até o presente momento, não recebeu qualquer demanda a respeito da produção e fornecimento de repelentes para atender a população".

Questionado sobre a posição do Exército, o Ministério da Saúde informou que a pasta teve uma reunião nesta quinta na Casa Civil na qual ficou decidido que os representantes de empresas nacionais fabricantes do item serão convidadas para uma conversa na próxima semana. No encontro, serão discutidos pontos como preço, capacidade de produção e estoque disponível.

A pasta disse que, apesar da reunião com as empresas, segue dialogando com o Exército para saber a real capacidade do LQFE.

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