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A Justiça Federal em Pernambuco mandou soltar da prisão o presidente da OAS Elmar Varjão e o conselheiro do Grupo Galvão, Mario de Queiroz Galvão três dias após eles serem presos na operação Vidas Secas, que investiga a suspeita de superfaturamento e desvio de R$ 200 milhões em dois lotes das obras da Transposição do Rio São Francisco, entre Pernambuco e Alagoas. A operação foi deflagrada no dia 11 de dezembro e a soltura dos executivos determinada no dia 14.

Em sua decisão, juiz Felipe Mota Pimentel de Oliveira, da 38ª Vara Federal de Pernambuco, acatou o pedido da defesa dos executivos e apontou que as prisões já cumpriram os objetivos. Com isso, as prisões que eram temporárias, com prazo de cinco dias, foram revogadas. Além de Varjão e Mario Galvão, também foram detidos o executivo da Galvão Engenharia Raimundo Maurílio de Freitas e o executivo Alfredo Moreira Filho, ex-representante da Barbosa Mello. Todos prestaram depoimento à Polícia Federal.

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"No presente momento, não vislumbro que os investigados importem prejuízo concreto para a continuidade das investigações", assinala o magistrado na decisão. A prisão de Varjão ocorreu quatro meses após o ex-presidente da OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, ser condenado a 16 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema de corrupção na Petrobras. Como Léo Pinheiro foi preso em novembro do ano passado, Varjão foi o segundo presidente da empreiteira preso por suspeita de envolvimento em esquema de desvio de dinheiro em um ano e 24 dias.

Situação semelhante ocorreu com Mario de Queiroz Galvão, que foi preso nove meses após seu irmão e então presidente do conselho de administração do grupo Dario de Queiroz Galvão Filho ser detido pela Lava Jato, em março deste ano. No último dia 2, o juiz Sérgio Moro condenou Dario a 13 anos e dois meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Investigação

Conduzida pela Polícia Federal em Recife, a investigação deflagrada no último dia 11 apura as suspeitas de desvio em um contrato de R$ 680 milhões do Ministério da Integração Nacional com o consórcio formado por OAS, Galvão Engenharia, Barbosa Mello e Coesa. As investigações mostraram que essas empresas receberam verba do ministério para as obras e repassaram cerca de R$ 200 milhões para as empresas de fachada dos doleiros Alberto Youssef (MO Consultoria) e Adir Assad (Legend Engenheiros e SM Terraplanagem), já condenados na Lava Jato por lavarem dinheiro e operarem o pagamento de propinas no esquema de corrupção na Petrobras.

Iniciada no ano passado, a operação partiu de informações do Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria-Geral da União (CGU). Após um compartilhamento de informações com a Operação Lava Jato, a PF constatou uma movimentação de dinheiro do Ministério da Integração para contas das empreiteiras e, posteriormente, para empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef.

Ao todo cerca de 150 policiais federais cumpriram 32 mandados, sendo 24 de busca e apreensão, quatro de condução coercitiva e quatro de prisão temporária nos Estados de Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e em Brasília.

A defesa da OAS não quis comentar o caso. Na época da prisão, o Grupo Galvão informou por meio de sua assessoria que "tem o compromisso de colaborar com o poder público para que tudo seja esclarecido da melhor forma possível."

Na ocasião da prisão, o advogado Leonardo Bandeira, responsável pela defesa da Barbosa Mello afirmou que nenhum diretor ou executivo da empresa foi preso ou conduzido para depor e que nem a empresa nem seus executivos foram alvo de buscas. Na época, o Ministério da Integração Nacional informou que não comenta investigações em andamento.

A Polícia Federal deflagrou, na manhã de hoje (11), a Operação Vidas Secas – Sinhá Vitória para investigar o superfaturamento das obras de engenharia executadas por empresas em dois dos quatorze lotes da transposição do rio São Francisco. Cerca de 150 policiais federais de diversas regiões do pais estão dando cumprimento a 32 mandados judicias, sendo 24 mandados de busca e apreensão, 04 mandados de condução coercitiva e 4 mandados de prisão nos estados de Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia e Brasília.

Os investigadores apuraram que empresários do consórcio OAS/GALVÃO/BARBOSA MELO/COESA utilizaram empresas de fachada para desviar cerca de R$ 200 milhões das verbas públicas destinadas à transposição do rio São Francisco, no trecho que vai do agreste no estado de Pernambuco até a Paraíba. Os contratos investigados, até o momento, são da ordem de R$ 680 milhões. As investigações apontaram que algumas empresas ligadas à organização criminosa estariam em nome de um doleiro e a um lobista investigados na Operação Lava Jato. Os investigados responderão pelos crimes de associação criminosa, fraude na execução de contratos e lavagem de dinheiro.

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A empreiteira OAS, investigada pela Operação Lava Jato, teria contratado e pagado a reforma de um apartamento no Guarujá cuja opção de compra pertence ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo reportagem da revista Veja deste fim de semana, a obra, que envolvia a instalação de um elevador para integrar os três pisos do apartamento, foi executada pela Tallento Inteligência em Engenharia, contratada pela OAS.

A construção do prédio em que fica o tríplex foi assumida pela OAS depois da falência da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), segundo a revista depois de um pedido de Lula a Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira preso pela Operação Lava Jato.

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O Instituto Lula afirma que a mulher do ex-presidente, Marisa Letícia, comprou cotas de um apartamento no edifício, mas a família não é dona do tríplex, que está registrado no nome da OAS. A revista diz que funcionários da empreiteira confirmam que o apartamento é de Lula.

Em abril, a revista havia afirmado que uma reforma de sítio em Atibaia foi custeada pela OAS. O imóvel está registrado no nome de dois sócios de Fábio Luís, filho mais velho de Lula.

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves se declarou impedido para julgar mandado de segurança impetrado pela Construtora Norberto Odebrecht, em que a defesa pede a suspensão do uso de documentos pela Operação Lava Jato enviados pela Suíça sobre contas secretas no exterior.

O nome do ministro teria surgido em material apreendido pela força-tarefa nas buscas relacionadas a um dos executivos da OAS, uma das empreiteiras do cartel alvo da Lava Jato. Ele não é investigado no caso.

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Por meio do mandado de segurança, a maior empreiteira do País quer que o STJ determine ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que forneça detalhes sobre a cooperação entre autoridades brasileiras e suíças.

A tentativa faz parte de mais uma ofensiva jurídica da empreiteira que busca anular os processos da Operação Lava Jato, maior escândalo de corrupção descoberto pelo Ministério Público Federal envolvendo contratos da Petrobrás e um cartel formado pelas maiores empresas do País.

Na avaliação do procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa do Ministério Público Federal na Lava Jato, a Odebrecht busca anular as provas sobre pelo menos cinco contas secretas abertas em nome de empresas offshores e que teriam sido usadas pela empreiteira.

Deltan classificou a ação como um ato de ‘desespero’ da empresa. Ele destacou que a Odebrecht, publicamente, tem se manifestado sobre sua disposição em colaborar com as investigações, mas, paralelamente, age para anular provas, o que atingiria toda a Lava Jato, pelo menos em relação ao processo em que são acusados seus principais executivos.

Defesa. O advogado Pedro Serrano, que representa a Odebrecht, declarou que o grupo não pretende anular as provas documentais enviadas pela Suíça ao Brasil.

Serrano disse que o objeto do mandado de segurança ajuizado no STJ busca simplesmente obter uma certidão com informações sobre a tramitação dos documentos de Genebra.

"Não se pede anulação de nada, apenas queremos saber se houve cooperação e como ela foi realizada", afirmou Serrano.

"O objeto do mandado de segurança não é anular prova nenhuma", reafirmou Pedro Serrano. "Dentro do exercício do direito garantido pela Constituição queremos obter pura e simplesmente uma certidão sobre como transcorreu a cooperação, se houve cooperação com a Suíça, como foi a tramitação desses documentos para verificarmos se foi dentro da legalidade ou não."

O advogado assinalou que, inicialmente, a Odebrecht solicitou a certidão no âmbito administrativo diretamente ao ministro Cardozo. "Ele (o ministro) negou e agora fomos à Justiça contra esse ato. Não se pede anulação das provas, apenas uma certidão sobre como os documentos foram enviados. É uma verificação de informação oficial, nada mais que isso. O mandado de segurança não pede anulação de documento nenhum."

O doleiro Alberto Youssef, peça central da Operação Lava Jato, afirmou à Justiça Federal que a empreiteira OAS trabalhava com esquema de caixa dois. Em audiência na última sexta-feira, 4, em que depôs como testemunha de acusação do ex-deputado Luiz Argolo (afastado do SD/BA), o doleiro afirmou que 'fazia alguns trabalhos de caixa dois para a empresa', referindo-se à construtora que, segundo o Ministério Público Federal, fez parte do cartel que se apossou de contratos bilionários na Petrobras, entre 2003 e 2014.

Durante as investigações, a Polícia Federal interceptou comunicações do doleiro com Argolo. Numa delas, em março de 2014, dias antes do estouro da Lava Jato, o então deputado pergunta a Youssef, por torpedo, se ele estava com Mateus - Mateus Coutinho de Sá Oliveira, na ocasião diretor-financeiro da OAS.

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Na audiência de sexta, o juiz federal Sérgio Moro, indaga do doleiro qual o significado da mensagem. "Ele (Argolo) sabia que eu conhecia a OAS e que eu fazia alguns trabalhos de caixa dois para a empresa. Ele sempre me pedia para que eu pedisse à empresa ajuda para campanha dele."

Mateus Coutinho foi condenado no dia 5 de agosto a onze anos de reclusão junto com José Ricardo Nogueira Breghirolli, outro executivo da OAS. Os principais dirigentes da empreiteira, José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente do grupo, e Agenor Medeiros, ex-diretor de Internacional da OAS, pegaram penas mais elevadas, 16 anos e 4 meses de prisão. Eles foram condenados por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.

Na audiência na Justiça Federal, o doleiro Youssef que muitas vezes 'empurrou com a barriga' solicitações de Luiz Argolo. "Eu sempre disse a ele que ia pedir, mas essa situação, como já detalhei no meu interrogatório (no processo da OAS), isso não aconteceu porque, na verdade, fui empurrando com a barriga até para não criar um certo mal estar entre a empresa e a mim e tanto ao deputado. Até porque ele (Mateus Coutinho) já conhecia o deputado Luiz Argolo de infância."

O juiz Moro insistiu. "Ele (Argilo) queria dinheiro da OAS?"

Alberto Youssef respondeu. "Ele queria que a OAS ajudasse ele na campanha com valores."

O juiz: "Doação oficial?"

"Doação oficial, podia ser doação oficial, podia ser que não fosse oficial, dependia como a empresa iria solucionar."

Não é a primeira vez que o doleiro relata operar dinheiro para a empreiteira fora do esquema de corrupção na Petrobras. Em sua delação aos investigadores da Lava Jato, Youssef explicou as siglas das planilhas encontradas pela PF que revelam a movimentação de R$ 28 milhões do doleiro para a empreiteira sem ligação com os desvios na estatal.

A OAS vem negando envolvimento de seus executivos em irregularidades e não comenta o andamento das investigações da operação.

O empresário José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, e quatro executivos da empreiteira OAS, estão livres da tornozeleira eletrônica que carregavam desde 28 de abril, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) lhes concedeu o benefício do regime de prisão domiciliar.

Na ocasião, a Corte máxima impôs restrições aos réus da Lava Jato - que haviam sido presos em novembro de 2014 na Operação Juízo Final, etapa da Lava Jato que pegou o braço empresarial do esquema de propinas na Petrobras. Uma das imposições do STF foi o monitoramento eletrônico por meio da tornozeleira.

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No último dia 5 de agosto, o juiz federal Sérgio Moro condenou a cúpula da OAS por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Léo Pinheiro e Agenor Medeiros pegaram as penas mais altas: 16 anos e quatro meses de reclusão. Mateus Coutinho, ex-diretor financeiro, e José Ricardo Nogueira Breghirolli pegaram 11 anos de prisão. Fernando Stremel pegou quatro anos em regime aberto.

A legislação prevê que mesmo os condenados a penas tão severas podem recorrer em liberdade. Em sua decisão, Moro determinou que todas as medidas impostas pelo Supremo fossem mantidas, exceto o recolhimento domiciliar com tornozeleira.

Na quarta-feira da semana passada, 12, os empresários da OAS - uma das empreiteiras que teria participado do cartel na estatal petrolífera - se livraram das tornozeleiras. Agora, os advogados dos empresários, os criminalistas Roberto Telhada e Edward Rocha de Carvalho, vão entrar com recurso contra a condenação.

Telhada e Carvalho refutam com veemência o envolvimento dos empresários da OAS em corrupção. Primeiro, eles vão protocolar petição perante o juiz Moro e, depois, apresentam suas razões ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4).

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, recomendou um acordo de leniência à empreiteira OAS em sentença que condenou executivos ligados ao grupo por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro. A leniência é como uma delação premiada, mas reservada a grupos econômicos. Na leniência a empresa admite a prática de cartel para fraudar licitações e aponta outros grupos envolvidos em ilícitos.

Os empresários da OAS foram condenados pelo suposto envolvimento com cartel na Petrobras e pagamento de R$ 29 milhões em propinas em três contratos fechados com a estatal, para obras nas refinarias Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e Getúlio Vargas (Repar), no Paraná.

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José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira, e Agenor Medeiros, ex-diretor-presidente da área internacional, foram condenados a 16 anos e 4 meses de reclusão. Os executivos Mateus Coutinho de Sá Oliveira, ex-diretor financeiro, e José Ricardo Nogueira Breghirolli pegaram 11 anos de reclusão e Fernando Stremel foi condenado a quatro anos em regime aberto. Os delatores Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e Alberto Youssef, doleiro, também foram condenados.

Na sentença, Moro orientou a empreiteira a fazer leniência e a procurar a Petrobras, o Ministério Público Federal, a Controladoria-Geral da União e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), órgão antitruste do governo federal.

"Considerando as provas do envolvimento da empresa na prática de crimes, incluindo contratos fraudulentos com Alberto Youssef (doleiro-delator da Lava Jato) e sobre os quais até o momento nenhuma explicação foi oferecida, recomendo à empresa que busque acertar sua situação junto aos órgãos competentes. Este Juízo nunca se manifestou contra acordos de leniência e talvez sejam eles a melhor solução para as empresas considerando questões relativas a emprego, economia e renda", observou Sérgio Moro.

Em julho, o juiz da Lava Jato condenou a cúpula de outra empreiteira, Camargo Corrêa, por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa nas obras da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, impondo aos executivos penas de 15 anos e dez meses de reclusão. Na sentença, Moro recomendou também à Camargo Corrêa o acordo de leniência - sexta-feira, 31, a empresa fechou pacto com a CGU e admitiu cartel, mas em outra estatal, a Eletronuclear.

No processo contra os altos dirigentes da OAS, a Lava Jato apurou que a empreiteira fez parte do cartel que se apossou de contratos bilionários na Petrobras, entre 2004 e 2014. O juiz federal Sérgio Moro aponta na sentença "quadro sistêmico de crimes".

Ao recomendar leniência para a OAS, o magistrado destacou. "A questão relevante é discutir as condições. Para segurança jurídica da empresa, da sociedade e da vítima, os acordos deveriam envolver, em esforço conjunto, as referidas entidades públicas - que têm condições de trabalhar coletivamente, não fazendo sentido em especial a exclusão do Ministério Público, já que, juntamente com a Polícia, é o responsável pelas provas."

Moro avalia que os acordos devem incluir necessariamente, nessa ordem, o afastamento dos executivos envolvidos em atividade criminal, a revelação irrestrita de todos os crimes, de todos os envolvidos e a disponibilização das provas existentes, a adoção de sistemas internos mais rigorosos de compliance e a indenização completa dos prejuízos causados ao Poder Público.

"A OAS, por sua dimensão, tem uma responsabilidade política e social relevante e não pode fugir a elas, sendo necessário, como primeiro passo para superar o esquema criminoso e recuperar a sua reputação, assumir a responsabilidade por suas faltas pretéritas. A iniciativa depende muito mais dela do que do Poder Público."

Defesa

O criminalista Edward Rocha, que integra o núcleo de defesa dos dirigentes da empreiteira, disse que "não esperava nada menos que isso". Ele se referiu aos 16 anos e 4 meses de prisão aplicados pela Justiça Federal a Léo Pinheiro e a Agenor Medeiros, empreiteiros que receberam a maior pena da Lava Jato até o momento. Edward Rocha informou que vai recorrer da condenação. "Esta sentença já estava anunciada desde o primeiro dia em que (Léo Pinheiro e os outros executivos da OAS) foram presos. Não é nenhuma novidade." O criminalista disse que "agora a defesa vai poder, finalmente, discutir tecnicamente a matéria".

A OAS, por sua vez, declarou que "ainda não foi intimada da decisão e somente se manifestará após o inteiro conhecimento do teor dela".

A capa da revista Veja desta semana ainda está dando muito o que falar. Com o título “A vez dele” e uma foto de um Lula extremamente envelhecido, revela que o operador da empreiteira OAS, Léo Pinheiro, o maior amigo do ex-presidente, que reformou toda a sua fazenda de Atibaia, decidiu contar ao Ministério Público Federal tudo o que sabe sobre a participação de Lula no petrolão e como o filho Lulinha ficou milionário.

Segundo a reportagem, Léo Pinheiro não quer repetir o que fez o Marcos Valério do mensalão, que está mofando numa penitenciária de Minas Gerais. “Léo e Lula são bons amigos. Mais do que por amizade, eles se uniram por interesses comuns. Léo era operador da empreiteira OAS em Brasília. Lula era presidente do Brasil e operado pela OAS. Na linguagem dos arranjos de poder baseados na troca de favores, operar significa, em bom português, comprar”, diz um dos trechos da matéria.

Para acrescentar:” Agora operador e operado enfrentam circunstâncias amargas. O operador esteve há até pouco tempo preso em uma penitenciária em Curitiba. Em prisão domiciliar, continua enterrado até o pescoço em suspeitas de crimes que podem levá-lo a cumprir pena de dezenas de anos de reclusão. O operado está assustado, mas em liberdade. Em breve, Léo, o operador, vai relatar ao Ministério Público Federal os detalhes de sua simbiótica convivência com Lula, o operado”.

Para a revista, agora o ganho de um significará a ruína do outro. Léo quer se valer da lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff, a delação premiada, para reduzir drasticamente sua pena em troca de informações sobre a participação de Lula no petrolão, o gigantesco esquema de corrupção armado na Petrobras para financiar o PT e outros partidos da base aliada do governo.

Por meio do mecanismo das delações premiadas de donos e altos executivos de empreiteiras, os procuradores já obtiveram indícios que podem levar à condenação de dois ex-ministros da era lulista, Antônio Palocci e José Dirceu. Delatores premiados relataram operações que põem em dúvida até mesmo a santidade dos recursos doados às campanhas presidenciais de Dilma Rousseff em 2010 e 2014 e à de Lula em 2006.

As informações prestadas permitiram a procuradores e delegados desenhar com precisão inédita na história judicial brasileira o funcionamento do esquema de sangria de dinheiro da Petrobras com o objetivo de financiar a manutenção do grupo político petista no poder. É nessa teia finamente tecida pelos procuradores da Operação Lava-Jato que Léo e Lula se encontram.

Léo Pinheiro autorizou seus advogados a negociar com o Ministério Público Federal um acordo de colaboração. As conversas, segundo a Veja, estão em curso e o cardápio sobre a mesa. “Com medo de voltar à cadeia, depois de passar seis meses preso em Curitiba, Pinheiro prometeu fornecer provas de que Lula patrocinou o esquema de corrupção na Petrobras, exatamente como afirmara o doleiro Alberto Youssef em depoimento no ano passado”, revela a reportagem-bomba.

Resta saber se o executivo da OAS se dispôs de verdade a explicar como o ex-presidente se beneficiou fartamente da farra do dinheiro público roubado da Petrobras, o maior escândalo da história republicana. Só um bobo para acreditar que a falcatrua não tem o DNA do ex-presidente Lula.

NA PRESSÃO– Grupos favoráveis ao impeachment de Dilma ensaiaram, ontem, manifestações simultâneas em todas as capitais, a partir das 18 horas, conclamando o TCU a rejeitar as contas da presidente. O "SOS TCU" mobiliza simpatizantes através das redes sociais. Fazem parte da ofensiva os grupos Brasil Livre, Nas Ruas, Vem Pra Rua, Brasil Melhor, BH Contra a Corrupção, Pátria Livre, Gigantes Brasileiros, Acorda Brasil, Democracia e Ética, Força Democrática, Caras Pintadas e Fora Dilma Vitória.

A rebelião de Patriota– O deputado federal Gonzaga Patriota perdeu a patente de presidente vitalício do PSB em Petrolina para o deputado estadual Miguel Coelho, filho do senador Fernando Bezerra Coelho. Mas já mandou recado à executiva estadual: não cumprirá o acordo para ficar na vice-presidência da comissão provisória do diretório municipal. Já o deputado estadual Lucas Ramos engoliu a seco a imposição de Miguel goela-abaixo, mas por trás estimula a rebelião de Patriota.

Estratégia lulista– Seguindo a regra elementar da política de que a melhor defesa é o ataque, a presidente Dilma retomará as viagens em agosto, anunciará programas e reforçará marcas populares do primeiro mandato. Aconselhada por Lula, vai conversar com todos os movimentos sociais próximos ao PT, visitar os governadores dos estados e retomar o chamado 'Conselhão', fórum do Planalto com empresários. É uma reação temendo o ato do dia 16, pelo seu afastamento.

Ariano Suassuna– Durante passagem por Garanhuns, sábado passado, onde prestigiou o Festival de Inverno, o governador Paulo Câmara lançou o Prêmio Ariano Suassuna de Cultura Popular e Dramaturgia, para Incentivar a produção da dramaturgia pernambucana por meio da publicação de textos inéditos e preservar a memória das expressões populares em todas as suas formas e modos próprios.  O ato contou com a presença do secretário de Cultura, Marcelino Granja, a presidente da Fundarpe, Márcia Souto, e familiares de Ariano, como o neto João Suassuna e a filha Marina Suassuna.

Acordo na terra de Lampião Em Serra Talhada, o prefeito Luciano Duque (PT) e o secretário estadual de Transportes, Sebastião Oliveira, discutem uma estratégia para isolar e fragilizar o ex-prefeito Carlos Evandro (PSB), que pode passar por uma chapa consensual, tendo Duque na cabeça disputando à reeleição com o advogado Valdemar Oliveira (PR), irmão de Sebastião, na vice.

CURTAS 

LYRA NA LIDERANÇA– Em Caruaru, pesquisa contratada pela oposição mostra o ex-governador João Lyra Neto (PSB) liderando com folga. Bate o deputado Tony Gel (PMDB) e o senador Douglas Cintra (PTB). O que se diz por lá é que o candidato do seu grupo será ele próprio e não a filha Raquel Lyra, deputada estadual.

PAUTA– Após um semestre de intensos atritos com o Executivo, o Congresso retoma os trabalhos a partir de agosto com a votação de pautas delicadas para o Palácio do Palácio, como o projeto que reduz as desonerações na folha de pagamento de empresas – parte do pacote de ajuste fiscal. Temas polêmicos como redução da maioridade e financiamento privado de campanha também estarão em debate.

Perguntar não ofende: Quantos governadores nordestinos vêm amanhã prestigiar a posse de João Paulo na Sudene?

Trocas de mensagens do celular do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro interceptadas pela Polícia Federal que citam "Brahma" em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também mencionam "Aécio" e indicam que o executivo teria se reunido com o senador do PSDB em 2012 ao mesmo tempo em que a empreiteira buscava apoio de políticos ligados ao PT para expandir a atuação da empresa na África.

O tucano mineiro admitiu à reportagem que já se encontrou com o executivo, mas disse não se recordar da data especifica citada nas mensagens.

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"Quem marcou (o encontro de executivos da empreiteira com o embaixador de Moçambique no Brasil Murade Murargy) foi a Mônica, mulher de Franklin (Martins, ex-ministro da Secretaria de Comunicação do governo Lula). Segundo ela, seria uma aproximação para 2014. Ele deve coordenar. Disse-me também que os 2 (CNO e AG, em referência à Odebrecht e Andrade Gutierrez) estão em pé de guerra. Vou confirmar sua ida. Nesse mesmo horário vou estar com Aécio", disse Leo Pinheiro em mensagem encaminhada no dia 26 de novembro de 2012 ao então diretor superintendente da OAS Internacional Augusto Cézar Uzeda.

A mensagem é a única citação a Aécio nas conversas de Léo Pinheiro que aparece no relatório da Polícia Federal.

A conversa, contudo, não deixa claro o que seria a "aproximação para 2014", ano das eleições presidenciais no Brasil e em Moçambique, ou mesmo por que os executivos teriam marcado o encontro com Aécio no mesmo período em que tratavam com políticos do PT.

A mensagem surge em meio a conversa dos executivos para acertar o encontro de Uzeda com o embaixador de Moçambique, que estava viajando para o Brasil na época. O então diretor da empreiteira pediu que Léo Pinheiro lhe passasse o "histórico do contato".

O ex-presidente da empreiteira responde: "Franklin Martins", e depois diz: "Ok. Tem o Brahma (no) meio", em referência ao ex-presidente Lula. Na conversa eles relatam que o então embaixador de Moçambique teria contribuído para a atuação de outras empresas brasileiras no país africano.

A Polícia Federal não atribui no relatório nenhuma suspeita sobre o tucano nem sobre Lula.

Ao jornal O Estado de S. Paulo o senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou, por meio de nota, que Léo Pinheiro é um empresário conhecido. "O senador já esteve com ele, mas não sabe se nessa data específica", disse, Augusto Cesar Uzeda, que não trabalha mais na OAS, e Léo Pinheiro não quiseram comentar o caso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A defesa da OAS, a gigante da construção sob suspeita de integrar cartel de empreiteiras no esquema de propinas que se instalou na Petrobras, aponta 'numerosas divergências' na transcrição de pelo menos duas delações premiadas nos autos da Operação Lava Jato.

Em petição de oito páginas ao juiz federal Sérgio Moro, os criminalistas encarregados de defender os executivos da OAS - réus por corrupção passiva e lavagem de dinheiro -, sustentam que o acesso aos vídeos dos depoimentos de colaboradores, Julio Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça, "permitiu verificar sérias e graves omissões e distorções das manifestações".

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A petição foi apresentada em complemento às alegações finais da defesa na ação penal contra os dirigentes da empreiteira. A defesa teve acesso aos áudios e vídeos após decisão favorável do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

Ao liberar o material à defesa, o juiz Moro assinalou. "Muito embora as defesas já tenham tido acesso anterior aos mesmos depoimentos reduzidos a escrito e tenham tido a oportunidade de ouvir as mesmas pessoas em Juízo, sob contraditório, com o que não há qualquer conteúdo novo, resolvo conceder o prazo adicional de três dias para, querendo, complementarem suas alegações finais."

A defesa pede ao magistrado que reconheça a nulidade do processo desde o oferecimento da denúncia da Procuradoria da República ou, subsidiariamente, desde a fase de instrução, "tendo em vista a reconhecida ofensa ao contraditório, à ampla defesa e ao devido processo legal".

O documento a Moro é subscrito pelos advogados Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, Roberto Lopes Telhada, Edward Rocha de Carvalho, Juliano Breda, José Carlos Cal Garcia Filho, Daniel Müller Martins, Bruna Araújo Amatuzzi Breus, Leandro Pachani, André Szesz e Eduardo Dall’Agnol de Souza.

O grupo de advogados defende os executivos da OAS, entre eles Léo Pinheiro, que está em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica.

Os advogados pedem a Moro que determine a degravação e a transcrição integral dos depoimentos de Júlio Camargo e Augusto Ribeiro de Mendonça.

"Frequentemente as expressões que constam na declaração são as utilizadas pelo delegado e não as efetivamente ditas pelo depoente", afirmam. "A ordem das informações no termo não corresponde àquela com que foram expostas na fala. Há constantes saltos para a complementação de informações anteriores. Essa superposição de informações ditas em momentos diferentes causa confusão e, além de distorcer o sentido original do relato, torna difícil a compreensão do conteúdo da fala do declarante."

Ainda segundo os advogados da OAS "houve frequente omissão de informações e detalhamentos importantes nas transcrições".

Citam como exemplo. "Diversos detalhes sobre os participantes dos consórcios narrados no começo das declarações não aparecem no termo. Muitas vezes a transcrição deturpa o sentido da fala: Exemplo: perguntado se houve direcionamento entre as empresas que participaram da licitação no Consórcio Interpar, Júlio Camargo responde ‘que eu saiba não’, mostrando convicção na negativa. No entanto, o termo que consta é ‘desconhece se houve ou não direcionamento’, que não permite perceber a convicção manifestada pelo depoente na fala."

"A existência de numerosas omissões e distorções indica a necessidade de transcrição integral dos depoimentos dos colaboradores da justiça, a exemplo do que se faz em relação aos depoimentos tomados em juízo, pois há, como se disse, indícios de deliberada alteração do conteúdo aptos a afetar a fidelidade e a credibilidade de todos os demais termos de colaboração."

A OAS apresentou no seu plano de recuperação à 1ª Vara Especializada de Falência e Recuperações Judiciais de São Paulo, conforme antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na última quinta-feira, 18. A construtora, uma das investigadas pela Operação Lava Jato, informou ainda, em nota à imprensa, que havia anteriormente se engajado em negociações com credores, dos quais US$ 1,775 bilhão em principal, acrescidos de juros acumulados, estão pendentes de pagamento.

De acordo com OAS, foram celebrados acordos de confidencialidade com credores na tentativa de facilitar as discussões relacionadas à estrutura de capital da companhia e potenciais alternativas para uma proposta de reestruturação. A empresa concordou em revelar publicamente, após o término do período previsto nesses acordos, informações a respeito das discussões e/ou negociações com os credores bem como outros dados relevantes e confidenciais.

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A empresa diz ainda que representantes e consultores financeiros e legais da OAS se encontraram a partir da semana do dia 8 de junho para negociar com os credores os termos de uma potencial reestruturação financeira. As reuniões ocorreram, conforme a companhia, nos dias 9 e 10 de junho. Até o momento, porém, não foi possível chegar a um consenso entre a OAS e os credores.

"Enquanto as negociações entre os detentores de notas e a companhia possam continuar no futuro, não se pode ter certeza de que as negociações continuarão ou que, se elas continuarem, resultarão num acordo acerca dos termos de uma transação", destaca a OAS.

Nas conversas com os credores, a OAS apresentou possíveis cenários de reestruturação e respondeu a questionamentos dos detentores de seus papéis. Além disso, no último dia 10 de junho, os representantes desses credores forneceram aos representantes da companhia uma carta de intenções trazendo os termos de uma potencial reestruturação.

No entanto, a OAS não cita, no comunicado à imprensa, o empréstimo debtor-in-possession (DIP) de R$ 800 milhões contratado com a gestora canadense Brookfield, garantido por uma participação de 18% na Invepar. Alguns credores questionam o empréstimo. Dentre eles, o fundo hedge norte-americano Aurelius, que contesta a companhia há meses pela transferência da participação na Invepar da OAS Investimentos, que é a garantidora dos bônus emitidos no exterior pela empresa, para a OAS Participações. O Aurelius, seu fundo afiliado Huxley e o fundo Alden detêm mais de 20% dos US$ 1,775 bilhão em bônus que foram emitidos pela companhia no exterior e respondem por 69% do total da dívida em reestruturação de R$ 8,8 bilhões.

O juiz do processo de recuperação judicial da OAS, Daniel Carnio Costa, irá decidir se aprova ou não o empréstimo firmado pela empresa com a Brookfield somente na próxima sexta-feira, 26. O rompimento desse compromisso com a gestora canadense custará à empresa R$ 60 milhões, conforme previsto nas cláusulas do contrato do empréstimo.

Os procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato querem mais de 30 anos de prisão para os executivos da empreiteira OAS denunciados por envolvimento com o cartel que teria provocado rombo estimado em R$ 6 bilhões na Petrobras.

Nove procuradores subscrevem as alegações finais. Eles pedem a condenação da cúpula da empreiteira - José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, Agenor Franklin, José Ricardo Breghirolli, Mateus Coutinho e Fernando Augusto Stremel Andrade - por organização criminosa, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

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Os procuradores sustentam que os valores desviados da Petrobras 'são enormes'. Em recente balanço, alegam, a estatal divulgou o prejuízo de R$ 6,2 bilhões 'apenas com propinas, sendo que não há dúvida que tais atos de corrupção influenciaram em tal número'.

A organização criminosa, segundo o Ministério Público Federal, "atuou de forma a influenciar o processo eleitoral, diante do pagamento de propinas via doações oficiais e não oficiais".

O criminalista Edward Rocha, que integra o núcleo de defesa dos executivos da OAS, reagiu taxativamente aos argumentos derradeiros da força-tarefa da Operação Lava Jato. "As prolixas e extensas alegações finais do Ministério Público Federal não merecem comentários, pois quem muito escreve assim o faz porque não tem como dizer o óbvio."

Os dois funcionários da empreiteira OAS convocados para depor na CPI da Petrobras nesta quinta-feira (28) ficaram calados diante dos deputados. José Ricardo Nogueira Breghirolli e Mateus Coutinho de Sá Oliveira, que cumprem prisão domiciliar, usaram o direito de permanecer em silêncio para não se autoincriminar. Com isso, nove das dez pessoas agendadas para serem ouvidas nesta semana se recusaram a responder as perguntas, frustrando os deputados membros da comissão.

O relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), chegou a perguntar se os funcionários da OAS falariam em uma sessão secreta. “Por orientação de meus advogados vou permanecer em silêncio”, respondeu Breghirolli. “Tenho muito respeito à CPI, mas por orientação dos meus advogados vou permanecer em silêncio”, disse Mateus Coutinho. Diante das negativas, eles foram dispensados pelo presidente em exercício do colegiado, deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA).

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As empresas do grupo OAS celebraram contratos com a Petrobras no valor de R$ 10 bilhões e US$ 48 milhões de dólares entre 2005 e 2014. Nesse período, a Polícia Federal identificou transferências de R$ 7 milhões para contas controladas pelo doleiro Alberto Youssef, o que levantou suspeitas de denúncias. O cartão de visitas de Mateus Oliveira foi apreendido no escritório de Youssef e Nogueira Breghirolli visitou 26 vezes o escritório do doleiro. Os nomes deles também aparecem em mensagens de negociação de propinas.

A dispensa irritou os parlamentares presentes. “Às vezes o depoente se nega a falar mas acaba respondendo alguma coisa”, protestou o deputado Ivan Valente (Psol-SP), ainda durante a sessão. Ele ressaltou que a dispensa imediata tem causado o esvaziamento da comissão. Imbassahy explicou que nos casos em que o depoente é convocado como acusado tem o direito de permanecer calado. “Quando o depoente vem como testemunha é obrigado a falar”, frisou. No entanto, nessa quarta-feira (27), os cinco executivos do Grupo Schahin, convocados como testemunhas, foram logo dispensados.

Na terça (26), ex-presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa, João Ricardo Auler, e o presidente da Construtora OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, também anunciaram que ficariam calados e foram dispensados. Apenas o ex-vice-presidente da construtora Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, depôs. Ele admitiu ter pago propina a  diretores da Petrobras e políticos.

 

O Ministério Público Federal (MPF) obteve o bloqueio de R$ 282,49 milhões em bens da OAS S.A. e de seus diretores. O bloqueio foi solicitado à Justiça Federal do Paraná em medida cautelar paralela à ação civil pública por improbidade administrativa ajuizada pela força-tarefa da Operação Lava Jato, formada por procuradores da República.

As informações foram divulgadas pelo Ministério Público Federal nesta sexta feira, 15. Esta é a quarta decisão favorável obtida pelo MPF em relação ao bloqueio de bens de empresas envolvidas no pagamento de propina a dirigentes da Petrobrás. Em abril foi determinado o bloqueio de R$ 153,95 milhões da Engevix e da Jackson Empreendimentos. No início desta semana, foi a vez dos grupos Galvão Engenharia (R$ 302, 56 milhões), Camargo Correa e Sanko Sider (R$ 241,54 milhões).

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Somando as quatro decisões, os valores chegam a R$ 980,55 milhões. Em todos os casos, segundo o Ministério Público Federal, os montantes correspondem a 1% do total dos contratos firmados entre as empresas e a estatal no período investigado, além de multa de três vezes o valor do acréscimo patrimonial indevido. Os réus das ações civis públicas de improbidade têm até 15 dias para apresentarem em juízo bens livres e desimpedidos passíveis de constrição judicial.

O Ministério Público Federal destaca que tem o firme objetivo de combater a impunidade na esfera pública e, por isso, recentemente lançou dez propostas para o combate à corrupção (www.combateacorrupcao.mpf.mp.br).

Uma dessas propostas diz respeito às ações de improbidade administrativa, como a que deu origem ao bloqueio dos bens da OAS S.A. Nesse caso, a medida propõe três alterações na Lei 8.729/92 (Lei de Improbidade Administrativa) que permitirão que as ações de improbidade sejam julgadas mais rapidamente. Hoje, a execução dos valores bloqueados em benefício das vítimas pode demorar muitos anos.

O ex-presidente da construtora OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, esteve na sede da Polícia Federal, em São Paulo, na tarde desta sexta-feira, 15, para participar prestar depoimento no âmbito dos inquéritos da Lava Jato contra os governadores do Acre Tião Viana (PT), do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB) e do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) que correm no Superior Tribunal de Justiça. Ele permaneceu cerca de 45 minutos na sede da PF e não quis falar com o Estado.

Pinheiro chegou de taxi às 14h20 na sede da PF, dez minutos antes do horário marcado para o depoimento, acompanhado de dois advogados, e deixou o prédio às 15h05. Pouco antes de entrar no táxi, o ex-presidente da OAS só falou quando reclamou da presença do fotógrafo do Estado.

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No início do mês, orientado pela defesa, o presidente da OAS permaneceu calado em interrogatório no primeiro processo criminal da Lava Jato em que foi acusado por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, no esquema que vigorou na Petrobrás entre 2004 e 2014.

A oitiva foi realizada em São Paulo porque é o local de domicílio de Pinheiro, que cumpre prisão domiciliar. O procedimento foi autorizado pelo juiz federal Sério Moro, que conduz, em Curitiba, as investigações da operação.

Outra oitiva também marcada para esta sexta-feira, esta pela manhã, não aconteceu. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, que também está em prisão domiciliar em São Paulo e firmou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República nesta semana, não apareceu.

Pessoa é apontado pelo Ministério Público Federal como o "presidente" do "clube" de empreiteiras que, segundo as investigações formaram um cartel para combinar preços em contratos com a Petrobrás, não apareceu. Consultada, a defesa disse que não iria se pronunciar.

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, decidiu nesta quarta-feira (13) que não vai entrar em 'falsas polêmicas' com a empreiteira OAS, sob suspeita de ter integrado cartel na Petrobras. Em despacho nos autos do processo criminal contra um grupo de dirigentes da construtora, Moro decidiu sobre os termos de uma petição subscrita pelos advogados da OAS que comunicaram a intenção de não entregar cópias dos contratos firmados com a JD Assessoria e Consultoria, empresa controlada pelo ex-ministro José Dirceu (Casa Civil).

Os advogados alegaram que em um momento anterior da Lava Jato, o magistrado decretou 'injustamente' a prisão de seus executivos, em novembro de 2014. Na ocasião, Moro considerou que a empreiteira entregou à Justiça documentos falsos relativos a contratos com empresas supostamente controladas pelo doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato.

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Os advogados se insurgiram contra o que chamaram de 'medidas pessoais injustas em desfavor de terceiros', no caso os dirigentes da OAS. Eles argumentam que a OAS "foi enganada".

"Se armadilha houve, foi da empresa que não alertou o advogado para a natureza dos documentos ou do advogado que não alertou o cliente das consequências do ato", escreveu Moro.

Diante da decisão da OAS de não entregar os contratos firmados com a empresa de Dirceu, o juiz da Lava Jato decidiu. "Não pretendendo apresentá-los, como exercício do direito ao silêncio, é o quanto basta, sem falsas polêmicas e sem prejuízo da continuidade das investigações por outros meios", observou Moro.

O juiz assinalou. "Desconhece esse julgador que a apresentação de documentos aparentemente falsos em inquérito como se verdadeiros fossem seja comportamento processual regular ou aceitável. Mas armadilha não houve, como se depreende da expressa referência ao direito ao silêncio no despacho da intimação."

Moro advertiu. "Não cabe à empresa ou aos advogados transferir ao juiz a responsabilidade por suas escolhas aparentemente fraudulentas. Não cabe, outrossim, ao Juízo imunizar a empresa, como ela pretende agora, da eventual prática de novas fraudes."

Sobre a natureza dos documentos anteriores - relativos aos contratos com empresas do doleiro - o juiz destacou. "Se efetivamente falsos ou não, e à caracterização ou não de crime, decidirei no julgamento na ação penal."

A OAS, sob suspeita de ter feito parte do cartel de empreiteiras que assumiu o controle de contratos bilionários na Petrobras, decidiu não mais entregar à Justiça Federal cópias de contratos firmados com a JD Assessoria e Consultoria, empresa do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil no governo Lula). Por meio de seus advogados, a OAS argumentou que irá repassar os documentos sob condição - que o juiz Sérgio Moro, condutor das ações criminais da Operação Lava Jato, não volte a decretar 'medidas pessoais injustas em desfavor de terceiros', no caso, os executivos da empreiteira.

Segundo a OAS, "em atitude pretérita" o magistrado decretou 'injustamente' a prisão de seus dirigentes. A petição ao juiz é subscrita pelos criminalistas Roberto Lopes Telhada, Jacinto Nelson de Miranda Coutinho e Edward Rocha de Carvalho, constituídos pela OAS. Eles destacam que "a empresa se reserva o direito de não apresentar os papéis, resguardado, sempre, o respeito que se devota ao Poder Judiciário e eventual garantia de vossa excelência no sentido de que tais atitudes pretéritas em desfavor de terceiros não se repitam e a apresentação não acarrete medidas cautelares pessoais injustas".

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A JD Assessoria e Consultoria, controlada pelo ex-ministro e um irmão dele, firmou contratos com algumas empreiteiras que supostamente integraram o cartel. A força tarefa da Operação Lava Jato suspeita que os contratos tenham sido usados para 'disfarçar' pagamentos de propinas a políticos, inclusive para o próprio José Dirceu.

No dia 24 de março, o juiz Moro havia mandado intimar a OAS a prestar esclarecimentos sobre os contratos da JD Consultoria com a empreiteira. "O resultado da quebra apontou o pagamento de expressivos valores à empresa JD pela OAS ou por suas empresas subsidiárias ou ligadas, conforme exemplifica o Ministério Público Federal" anotou Moro, em parecer. "Eventuais questões relativas ao direito ao silêncio, não da empresa evidentemente, deverão ser trazidas ao Juízo."

O prazo inicial para a OAS prestar os esclarecimentos era de 10 dias. Em 16 de abril, o juiz deu 5 dias adicionais. A resposta da empreiteira, em que ela se recusa a entregar toda a documentação, é datada de 11 de maio.

A assessoria de José Dirceu informou que "não cabe ao ex-ministro comentar a decisão da OAS porque a empresa tem o seu argumento". A JD Assessoria e Consultoria reafirmou que "o contrato não teve vínculo com a Petrobras e tinha o propósito de prospectar negócios no exterior".

Acusado de promover pagamentos de propina pela empreiteira OAS no esquema de corrupção na Petrobras, o executivo Mateus Coutinho de Sá Oliveira apresentou à Justiça Federal nesta sexta feira,8, um termo de declaração por escrito em que diz ser um 'mero funcionário' e que nunca foi responsável por qualquer liberação de pagamentos da construtora - uma das 16 acusadas de cartel na Operação Lava Jato. Porém, frente a frente com Sérgio Moro, o magistrado da Lava Jato, Coutinho preferiu o silêncio como estratégia. Orientado pelos criminalistas Roberto Telhada e Edward de Carvalho, ele não quis responder as indagações do juiz.

Na petição por escrito ele negou, inclusive, ter ligações com o doleiro Alberto Youssef, peça central da Lava Jato.

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"Nunca tive qualquer tipo de relacionamento com Alberto Youssef", declara ele, no termo entregue pela defesa na manhã desta sexta feira, 8, à Justiça Federal.

Coutinho e outros executivos da empreiteira, entre eles Léo Pinheiro, número 1 da OAS, são formalmente acusados pelo Ministério Público Federal de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Esse processo da Lava Jato envolve propinas de R$ 10 milhões em dois contratos bilionários feitos com a Petrobras para obras nas refinarias Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco, e Presidente Getúlio Vargas (REPAR), no Paraná.

Mateus Coutinho é apontado como responsável, junto com Léo Pinheiro e outro executivo, "pela liberação dos pagamentos de vantagens indevidas efetuados pela empreiteira no contexto de corrupção de Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da estatal) e de outros empregados da Petrobras".

Ele alega que foi acusado com base "numa falsa premissa" de que teria liberado os pagamentos pela Construtora OAS. "Isso não é verdade", afirma na peça por escrito.

Segundo a força tarefa da Lava Jato, Mateus Coutinho teria liberado valores para o ex-deputado federal Luiz Argôlo, que na época era do PP da Bahia. Uma troca de mensagens encontrada no telefone do doleiro Youssef foi destacada na denúncia contra os executivos da OAS.

"Falei com matheus vai liberar semana que vem", informou Beto, apelido de Youssef, na troca de mensagens. "Uma parte dos 400?, informa ele ao interlocutor, "LA" - que foi identificado como Luiz Argolo, posteriormente.

"(Mateus) era usualmente referido em mensagens interceptadas entre Alberto Youssef e o interlocutor "LA" como a pessoa responsável pela liberação e operacionalização de pagamentos de vantagens indevidas pela OAS para agentes corrompidos", sustenta a força-tarefa da Lava Jato.

O réu alega que jamais foi diretor financeiro da Construtora OAS e que é improcedente a informação de que liberou pagamento ao ex-deputado federal Luiz Argolo.

"Não tenho conhecimento de qualquer propina destinada a agentes políticos e funcionários da Petrobras", registrou ele, na versão por escrito.

Argumentou ainda que na época dos fatos imputados ele era "um mero funcionário da empresa OAS". Mateus Coutinho virou diretor da OAS em 2013 - posterior aos contratos investigados, segundo ele argumenta.

O executivo da OAS declarou ainda que "nunca soube de qualquer ajuste, combinação, promessa ou pagamento de quaisquer vantagens indevidas a agentes públicos e funcionários da Petrobras".

O ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, preferiu permanecer em silêncio em interrogatório no primeiro processo criminal da Operação Lava Jato em que foi acusado por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, no esquema que vigorou na Petrobras entre 2004 e 2014.

"Por orientações dos meus advogados prefiro ficar em silêncio", disse Léo Pinheiro diante do juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato. O interrogatório do ex-presidente e de outros cinco executivos da empreiteira encerra a etapa de oitivas nessa ação penal, que deve ter sentença proferida a partir de junho.

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O silêncio de Léo Pinheiro frustrou investigadores que trabalhavam com a hipótese de que ele poderia fazer revelações importantes para a Lava Jato. Preso preventivamente no dia 14 de novembro de 2014, o número 1 da OAS no esquema de corrupção da Petrobrás conquistou o direito no Supremo Tribunal Federal (STF), há uma semana, de cumprir prisão em casa, embora monitorado com tornozeleira eletrônica.

O ex-presidente da OAS é considerado um dos principais nomes entre os executivos alvos da Lava Jato para se apurar o elo do PT, via ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, com o esquema de corrupção e propina na Petrobrás. A empreiteira foi uma das que teria usado os serviços do doleiro Alberto Youssef - peça central das apurações da Lava Jato - para entrega de dinheiro a Vaccari, por intermédio de sua cunhada Marice Corrêa de Lima. O ex-tesoureiro do PT está preso em Curitiba, desde o mês passado.

Horas antes de Léo Pinheiro ficar frente à frente com o juiz da Lava Jato, sua defesa e a dos demais executivos do grupo OAS apresentaram petição escrita com a versão dos réus. Todos negam qualquer irregularidade e envolvimento no esquema que arrecadava de 1% a 3% em contratos da Petrobras, para os partidos que fatiavam as diretorias da estatal - PT, PMDB e PP.

A cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto negou em depoimento na Polícia Federal na tarde desta segunda-feira (20), que tenha recebido propina em dinheiro vivo da OAS, empreiteira sob suspeita da Operação Lava Jato por participação no cartel que assumiu contratos bilionários na Petrobrzs entre 2003 e 2014. Marice Correa Lima depôs durante duas horas e meia. Ela esclareceu que não viajou para o Panamá para fugir ao decreto de sua prisão temporária.

Marice diz que foi àquele país da América Central para participar do Fórum Sindical das Américas. Quando soube da ordem de prisão temporária estava em férias na Costa Rica e imediatamente retornou ao Brasil - na sexta feira (17) ela se entregou à PF. Ela continuará detida até a Justiça Federal decidir se prorroga ou não sua prisão temporária.

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A PF indagou de Marice sobre a denúncia do doleiro Alberto Youssef que, em delação premiada, anexada aos autos da Operação Lava Jato, citou dois repasses de aproximadamente R$ 400 mil para Vaccari, em nome do PT.

O valor de R$ 880 mil, ao todo, teria sido pago pela empresa Toshiba Infraestrutura em uma contratação para obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), entre 2009 e 2010. Um dos pagamentos teria sido recebido por Marice, no escritório do doleiro em São Paulo.

À PF, a cunhada de Vaccari negou ter recebido valores de Youssef.

Em novembro de 2014, quando foi deflagrada a Operação Juízo final, sétima fase da Lava Jato, o Ministério Público Federal chegou a requerer a prisão temporária de Marice sob o argumento que ela teria recebido "valores vultosos em espécie" do doleiro "em entrega solicitada pela OAS".

Na ocasião, a Justiça não decretou a prisão da cunhada de Vaccari, mas mandou que ela fosse conduzida à Polícia Federal para depor. Já naquela oportunidade, Marice rechaçou a informação de que teria recebido dinheiro da OAS

Em seu depoimento desta segunda feira, 20, ela também afirmou que não houve irregularidades na compra do apartamento OAS Bancoop - transação sob suspeita do Ministério Público Federal.

Os investigadores da Lava Jato apontam para o negócio que Marice realizou com a OAS. Ao comprar o imóvel ela lucrou 100% em apenas um ano - adquiriu o imóvel por R$ 200 mil e o vendeu um ano depois por R$ 432 mil para a própria empreiteira.

A força-tarefa da Lava Jato vê "caráter fraudulento" na transação. Os procuradores da República e a PF suspeitam que o negócio "serviu para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos, tratando-se de possível vantagem indevida paga pela OAS a João Vaccari Neto".

Marice disse que, em liberdade, poderá localizar todos os documentos relativos à compra do apartamento Bancoop e outros de interesse dos investigadores da Lava Jato.

Seu advogado, o criminalista Cláudio Pimentel, disse que ela "ratificou o depoimento que já tinha prestado em novembro". "Ela está serena, tranquila, apesar das condições, e está plenamente à disposição da Justiça", anotou o advogado.

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