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O ministro da Casa Civil, Rui Costa, exonerou a ex-coordenadora da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Carla Fonseca de Aquino Costa, que havia sido escolhida para comandar uma das diretorias da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

A demissão do cargo foi publicada nesta sexta-feira (27), no Diário Oficial da União, um dia após reportagem do Estadão sobre a atuação de Carla Costa durante a gestão Jair Bolsonaro. Ela havia sido nomeada para o novo posto na quarta-feira (24), pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Carla Costa foi braço direito do delegado da Polícia Federal Marcelo Xavier, que presidia a Funai. Em outubro do ano passado, participou de uma reunião com Xavier e demais diretores, que receberam uma visita de Padre Kelmon (PTB), o candidato bolsonarista nas eleições de 2022. De mãos dadas com Padre Kelmon, Carla Costa e demais diretores rezaram dentro das dependências da Funai.

Padre Kelmon, como todo o País acompanhou durante as eleições passadas, atuou como um tipo de "candidato laranja" de Bolsonaro, usado em debates de televisão para provocar Lula. Em diversas ocasiões, protagonizou episódios em que conseguia irritar o então candidato petista.

Na quinta-feira, ao ser questionada pela reportagem, a Casa Civil declarou que a nomeação de Carla Costa, embora já publicada no Diário Oficial da União, estava em análise pelo ministério. "O governo está na fase de transição para a nova estrutura e, neste momento, muitos servidores que já atuavam nas diversas instâncias do governo federal foram nomeados em funções na nova gestão", afirmou a pasta, e acrescentou: "isso não implica na manutenção dessas pessoas no quadro de servidores. Os perfis estão sendo avaliados e, em alguns casos, servidores são exonerados. O caso da referida servidora está em análise."

Carla Costa disse que ocupou "diversas posições e cargos de confiança, em diversos governos" e negou que tenha atuado com um braço direito de Marcelo Xavier, embora essa seja a visão dos servidores da Funai. "Minha atuação sempre foi técnica, pautada nos princípios da administração pública, que, dentre outras atribuições regem a conduta do servidor público que está sempre a serviço do Estado Brasileiro, e não de um determinado governo", declarou.

Embates com indígenas

Ao lado de Marcelo Xavier, Carla Costa atuou em inúmeros embates com os povos indígenas, chegando até mesmo a transformar processos de licenciamento em casos de polícia contra as próprias etnias. Carla Costa foi, inclusive, alvo de pedido de demissão, devido à sua atuação no setor.

Reportagem publicada pelo Estadão em agosto de 2020 revelou que lideranças indígenas caiapó enviaram uma carta ao então presidente da Funai, Marcelo Xavier, para pedir a exoneração da coordenadora de licenciamento. Na avaliação dos indígenas, Carla atuava para travar a renovação do programa ambiental prometido aos indígenas, dentro do processo de licenciamento de obras na BR-163, no Pará.

"Exigimos a exoneração da coordenadora da CGLic (Coordenação Geral de Licenciamento), Carla Fonseca de Aquino Costa, que é uma funcionária do Ministério do Meio Ambiente e está na Funai travando a liberação de nosso PBA (Plano Básico Ambiental)", afirmaram os indígenas, na carta. Não foram ouvidos e Carla Costa seguiu no cargo.

Em junho de 2021, indígenas da etnia Waimiri Atroari, em Roraima, também tiveram uma série de desentendimentos envolvendo os atos de Carla Costa e Marcelo Xavier, durante o processo de licenciamento da linha de transmissão entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR). Em uma carta, a Associação Comunidade Waimiri Atroari chegou a declarar que não iria seguir com qualquer diálogo com ambos.

Outro projeto polêmico que contou com a participação de Carla Costa é a recuperação da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho (RO) e que o governo Bolsonaro tentou pavimentar. O empreendimento polêmico enfrenta forte resistência da ministra do Meio Ambiente e das Mudanças Climáticas, Marina Silva.

Três meses atrás, Carla Costa deixou a Coordenação Geral de Licenciamento da Funai para assumir, ainda na gestão Bolsonaro, a secretaria de apoio ao licenciamento no PPI, quando esta divisão ainda ficava vinculada ao extinto Ministério da Economia.

A Secretaria do PPI é um órgão estratégico dentro do governo federal. Não por acaso, chegou a ser alvo de disputas entre o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Ao fim, Rui Costa acabou levando a melhor e ficou com a área que, na prática, coordena os grandes projetos de concessão de infraestrutura do governo federal.

Carla Costa tem ligações com a equipe de trabalho que atuou no hoje extinto Ministério da Infraestrutura, que era comandado por Tarcísio de Freitas, eleito governador de São Paulo pelo Republicanos.

Apesar das tentativas da cúpula do MDB de turbinar o Ministério do Planejamento com o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), a pasta a ser assumida pela senadora Simone Tebet (MDB-MS) deve manter a estrutura sugerida pelo governo de transição. O PPI, assim, vai de fato migrar do Ministério da Economia, onde foi alocado pelo presidente Jair Bolsonaro, para o controle da Casa Civil. O desenho foi confirmado mais cedo pelo futuro ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

O Broadcast Político mostrou mais cedo que o PPI tornara-se uma disputa interna nos bastidores do governo eleito, com aliados de Tebet na tentativa de levar o programa para o Planejamento e a cúpula petista barrando o movimento. Como revelou a reportagem, Rui Costa, inclusive, já havia escolhido quem será o responsável pelo PPI: o secretário de infraestrutura da Bahia, Marcus Cavalcanti.

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O pano de fundo das tentativas de turbinar o Ministério do Planejamento é eleitoral. Aliados de Simone desejam ter a senadora em uma pasta robusta que amplie seu capital político para disputar novamente a Presidência da República em 2026. Neste ano, ela ficou em terceiro lugar e apoiou Lula no segundo turno. O PT, de outro lado, quer conter o crescimento de Simone para manter o caminho aberto para Haddad, provável sucessor do petista.

"Conjunto dos projetos prioritários do governo, Minha Casa Minha Vida, Bolsa Família, inclusive o PPI, são projetos monitorados e coordenados pela Casa Civil. E o Planejamento historicamente participa do comitê gestor que é coordenado pela Casa Civil", afirmou Padilha mais cedo, após reunião com o presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Atualmente, a Secretaria Especial do PPI fica alocada no Ministério da Economia. Há também o conselho do PPI, que participa das reuniões deliberativas do órgão. Nele são integrantes o presidente da República e vários ministérios, como o da Economia, Casa Civil, Infraestrutura e Minas e Energia. Para que Tebet seja contemplada de alguma forma, a ideia é de que o Planejamento tenha assento também no Conselho.

O PPI foi estruturado no governo Temer para alavancar concessões à iniciativa privada. Na prática, o órgão é responsável por uma carteira de projetos que são estruturados para irem a leilão. A modelagem dos projetos, em muitos casos, é feita pelo BNDES, pelos próprios ministérios responsáveis, pelas agências reguladoras ou pela Caixa Econômica.

O Ministério do Planejamento, assim, participa de conselhos e instâncias de deliberação do PPI. Junto à Casa Civil, ao Ministério da Fazenda e até mesmo à Advocacia-Geral da União (AGU), quando o caso envolver pareceres jurídicos, a pasta de Tebet terá a competência de avaliar parâmetros e normativos. A execução dos projetos estruturados pelo PPI, como, por exemplo, a fase de leilão, contudo, cabe a cada pasta.

Para além do PPI, aliados de Simone Tebet tentaram na noite de ontem engordar o Planejamento com o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. O movimento, porém, foi logo barrado pelo governo eleito, que vê a oferta de crédito dos dois bancos públicos como política estritamente fazendária. As instituições, assim, devem seguir sob o guarda-chuva do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O governo federal qualificou no Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI) empreendimentos federais do setor portuário. A decisão consta de decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (25).

Os projetos qualificados são: Terminal PAR03, no Porto de Paranaguá, Estado do Paraná, que abrange a área de 38.000 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais; Terminal RIG71, no Porto Organizado de Rio Grande, Estado do Rio Grande do Sul, que abrange a área de 11.440 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais; e Terminal TGSFS, no Porto Organizado de São Francisco do Sul, Estado de Santa Catarina, que abrange a área de 41.171 metros quadrados, dedicado à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais.

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O aumento da gasolina, gás de cozinha e derivados do petróleo no Brasil faz parte da intenção do Governo Federal em agradar o mercado internacional e acionistas minoritários da Petrobras, aponta o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Petróleo de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro PE/PB). Diferente do que afirma o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), os impostos estaduais não interferiram nos recentes reajustes que impulsionaram o preço nas bombas para R$ 7,00 em regiões do país.

O coordenador da entidade e ex-técnico de operação da Refinaria Abreu e Lima, Rogério Almeida, explica que falta interesse do Executivo em apoiar a produção nacional. Tal condição poderia ser revertida por uma 'canetada' de Bolsonaro, após diálogo com seu indicado à presidência da Petrobras, o general Joaquim Silva e Luna.

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"O preço do barril aqui no Brasil segue o preço do barril internacional, mesmo o Brasil tendo petróleo de sobra para suprir o mercado", assegura.

O coordenador elencou pontos que representam a alta ainda nas refinarias. Em 2016, o ex-presidente Michel Temer (MDB) instituiu o novo cálculo de preços através da Política de Preço de Paridade de Importação (PPI), regido por taxas cambiais, principal fator para a disparada para o consumidor brasileiro.

"Enquanto tiver a PPI, vai subir sempre. Não tem o que fazer [...] independente de quanto a Petrobras gasta para tirar um barril de petróleo do pré-sal, por exemplo, que hoje é em torno de U$ 10, ela é obrigada aplicar o preço internacional, em torno de U$ 72", pontua. "Para a Petrobras tá sendo maravilhoso, tá tendo US$ 62 de lucro só com um barril", acrescenta.

Contra a medida da breve passagem do MDB, Rogério comenta que "quem faz PPI são países que não tem petróleo, que não tem refinaria, como Japão, Chile, Cingapura. Aí eles têm que seguir o mercado internacional. A gente tem petróleo em baixo custo, tem refinaria para processar".

A política de precificação também obriga a Petrobras a custear a taxa de importação, em torno de R$ 0,25 centavos por litro, para atrair o mercado externo, sobretudo o americano. Atado a volatilidade das aspirações estrangeiras, Rogério enxerga a subida de 55% no valor do combustível e do gás no Brasil desde o ano passado, e que os importadores no Brasil ampliaram as atividades em 90% desde o PPI.

O coordenador sindical classifica como “falácia dos impostos”, as reclamações de Bolsonaro contra governadores sobre o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Ele disse que não há um aumento percentual significativo a mais de 20 anos. Também vale destacar que o imposto só entra no valor após a saída das refinarias. Mesmo com as taxas de redistribuição, seguro e outras, o preço inicial da gasolina deveria ser de R$ 1,20 e comercializado a R$ 3,60, o litro. Hoje, sai da refinaria em torno de R$ 1,90, com os impostos atinge R$ 2,10, e repercute no bolso do consumidor com o gasto em torno de R$ 6,00 a R$ 7,00.

Fora a dolarização do produto que circula em reais, a retração da capacidade de operação das refinarias, atualmente ameaçadas pela venda ao setor privado, também representa o valor repassado nas bombas. "Refinarias estão operando a 65% por ordem do Governo Federal para poder abrir mercado. As empresas americanas só vão distribuir para cá se aqui tiver faltando combustível, que é o que está acontecendo", comenta o representante do Sindipetro PE/PB, que afirma que a capacidade de refino no governo do PT era de 90%.

Com a produção diária de 2,6 milhões de barris, Rogério esclarece que "o mercado nacional consome 2 milhões. Então a gente tem mais que o suficiente de petróleo para abastecer o país". Nesse contexto, o ‘preço justo’ da gasolina nos postos deveria ser entre R$ 3,50 e R$ 4,00 por litro. O do diesel em torno de R$ 2,90 a R$ 3,40. Já o gás de cozinha entre R$ 35 e R$ 50.

O Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) aprovou as condições para a desestatização da Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A. (CeasaMinas). A resolução está publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (26).

De acordo com o documento, a desestatização se dará mediante a alienação dos seguintes ativos: a totalidade das ações de emissão da CeasaMinas de titularidade da União, representativas de 99,57% das ações ordinárias nominativas na data da liquidação do leilão, e os imóveis não operacionais de titularidade da CeasaMinas - Áreas 2 e 3 de Contagem.

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O texto determina que a alienação dos ativos deverá ser feita em um mesmo leilão público, por envelopes fechados, apresentando a possibilidade de realização de três lances distintos, para os seguintes lotes: Lote 1: Áreas 2 e 3 de Contagem, no valor mínimo de R$ 161.630.000,00; Lote 2: Companhia sem as Áreas 2 e 3 de Contagem, no valor mínimo de R$ 91.644.046,35; ou Lote 3: Companhia com as Áreas 2 e 3 de Contagem, no valor mínimo de R$ 253.274.046,35.

"Após a formulação dos lances, e respectiva classificação, a definição sobre a venda conjunta ou separada dos ativos mencionados ocorrerá conforme a opção que represente o maior retorno financeiro para a União", cita a resolução. "As propostas válidas serão dispostas por ordem decrescente de valor e poderão ofertar lances em viva-voz os proponentes cujas propostas estiverem dentro do intervalo de vinte por cento em relação à maior oferta", acrescenta.

Pelas regras, será considerado vencedor o licitante que oferecer o lance de maior valor, a licitação será realizada com inversão de fases, prevista a abertura dos documentos de habilitação somente do vencedor do leilão, e o pagamento pelos ativos a serem ofertados deverá ser realizado à vista e em moeda corrente nacional.

Dentre outros pontos, a resolução também autoriza o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a estruturar a desestatização dos ativos denominados Mercados Livres dos Produtores (MLPs), de propriedade do Estado de Minas Gerais, nas condições a serem previstas em edital a ser publicado pelo governo estadual, a fim de que se proceda à sua licitação concomitantemente à desestatização da CeasaMinas.

O governo qualificou, no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI), o trecho da rodovia BR-235/PE entre o entroncamento com a BR-407 e a divisa do Estado da Bahia com o Estado de Pernambuco. O decreto foi publicado no Diário Oficial desta segunda-feira.

De acordo com o texto, o trecho rodoviário será incorporado à rede rodoviária sob jurisdição federal.

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Edição extra do Diário Oficial da União (DOU) que circula na noite desta quarta-feira (28) traz a revogação do Decreto 10.530, que autoriza estudo para abrir as Unidades Básicas de Saúde (UBS) à iniciativa privada. A decisão foi anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro mais cedo pelo Facebook, após pressão e repercussão negativa da medida, que foi vista como o início da privatização do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ao confirmar a revogação do decreto em sua rede social, Bolsonaro defendeu a proposta. "Temos atualmente mais de 4.000 Unidades Básicas de Saúde (UBS) e 168 Unidades de Pronto Atendimento (UPA) inacabadas. Faltam recursos financeiros para conclusão das obras, aquisição de equipamentos e contratação de pessoal", destacou.

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"O espírito do Decreto 10.530, já revogado, visava o término dessas obras, bem como permitir aos usuários buscar a rede privada com despesas pagas pela União", disse o presidente na publicação.

Pelo menos oito projetos de decreto legislativo, medida que é capaz de sustar a decisão presidencial, já tinham sido apresentados no Congresso desde a publicação do Decreto 10.530 nessa terça, 27.

O governo federal publicou nesta quarta-feira (19) um novo decreto de regulamentação do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI). A atualização da norma ocorre depois que o presidente Jair Bolsonaro decidiu tirar o PPI da estrutura da Casa Civil e transferir o programa que cuida das privatizações federais para o Ministério da Economia.

O decreto formaliza o ministro da Economia, Paulo Guedes, como presidente do colegiado e a participação do presidente do Banco Central nas decisões do conselho que envolverem instituições financeiras. "O presidente do Banco Central do Brasil participará das reuniões do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos, com direito a voto, quando as propostas ou matérias em exame tratarem de desestatização de instituições financeiras", estabelece o decreto, publicado no Diário Oficial da União (DOU). O texto revoga o Decreto nº 8.791, de 29 de junho de 2016.

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O Conselho do PPI é o órgão de assessoramento imediato ao presidente da República no estabelecimento e no acompanhamento das ações do programa. O decreto diz que o CPPI é composto pelos ministros da Economia, que o presidirá, da Casa Civil, da Infraestrutura, de Minas e Energia, do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Regional, da Secretaria de Governo, além dos presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil.

Pelo texto, os ministros de Estado não integrantes do Conselho, mas responsáveis pelas propostas ou matérias em análise, assim como dirigentes máximos de entidades reguladoras, serão convidados a participar das reuniões do Conselho, mas todos sem direito a voto.

O decreto estabelece ainda que as reuniões do conselho serão dirigidas pelo presidente da República e, em suas ausências ou seus impedimentos, pelo presidente do grupo. Nesta quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro coordena a 12ª Reunião do CPPI. O encontro será realizado das 10h às 11h no Palácio do Planalto.

O Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (31) publica o Decreto 10.218/2020, que transfere a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Casa Civil da Presidência da República para o Ministério da Economia. O ato formaliza a decisão anunciada na véspera pelo presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.

O programa, que cuida das privatizações de estatais e concessões de ativos federais, é uma das grandes vitrines do governo e havia migrado para a estrutura da Casa Civil em julho do ano passado, como uma espécie de "compensação" ao ministro Onyx Lorenzoni, após ele perder a articulação política do Planalto em uma reestruturação feita por Bolsonaro nas pastas palacianas.

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Na ocasião, saíram da Casa Civil a articulação política, que ficou com a Secretaria de Governo, de Luiz Eduardo Ramos, e a coordenação e edição dos principais atos presidenciais, por meio da Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), que foi para a Secretaria-Geral, de Jorge Oliveira.

"Fica transferida da Casa Civil da Presidência da República para o Ministério da Economia a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos, incluídos: o Gabinete; a Assessoria Especial de Apoio ao Investidor e Novos Negócios; a Secretaria de Energia, Petróleo, Gás e Mineração; a Secretaria de Transportes; a Secretaria de Fomento e Apoio a Parcerias de Entes Federativos; e a Secretaria de Apoio ao Licenciamento Ambiental e à Desapropriação", diz o decreto.

"A partir da data de entrada em vigor deste decreto, o apoio e o assessoramento jurídicos à Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos serão prestados pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional", acrescenta.

Conforme apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o secretário Especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, é o que tem mais chances de ficar com o comando do PPI, quando o programa for efetivamente reorganizado na nova pasta. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já pediu para que sua equipe conversasse com o time do PPI para mapear o desenho e estrutura. O resultado dessas conversas será apresentado ao ministro na segunda-feira (3), quando Guedes deverá dar seu direcionamento.

Outra alternativa é a transferência do PPI para a secretaria especial de Produtividade, comandada pelo economista Carlos da Costa e que já contempla assuntos ligados a concessões.

O governo federal formalizou nesta quinta-feira (16) a inclusão da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência (Dataprev) no Programa Nacional de Desestatização (PND). A decisão consta de decreto do presidente Jair Bolsonaro publicado no Diário Oficial da União (DOU) e acata recomendação do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI), que já havia listado a empresa dentre os projetos indicados para privatização.

A Dataprev é uma empresa pública, responsável pela gestão de sistemas de políticas sociais do Estado brasileiro, incluindo dados do INSS. No início do mês, a empresa anunciou um Programa de Adequação de Quadro (PAQ), com o fechamento de 20 filiais e a demissão de 493 funcionários.

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Como mostrou o Broadcast, o anúncio foi mal recebido no governo. A avaliação é de que o "timing" foi péssimo, dada a demora da empresa em entregar a atualização dos sistemas do INSS após a reforma da Previdência e no momento que o governo busca soluções para reduzir a enorme fila de espera do INSS, como a contratação de até 7 mil militares da reserva das Forças Armadas para auxiliar no atendimento nas agências do Instituto.

Segundo a Dataprev, não há correlação entre o fechamento das unidades e o trabalho de atualização dos sistemas. "Todo o processamento dos dados previdenciários ocorre nos Estados com Unidades de Desenvolvimento e Data Centers (Ceará, Distrito Federal, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo), com suas atividades totalmente preservadas". O órgão disse que as filiais que serão fechadas até o fim de fevereiro funcionam apenas como núcleos de atendimento ao usuário e atividades administrativas.

A Dataprev processa R$ 555 bilhões em benefícios do INSS por ano, 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2018, a empresa faturou R$ 1,5 bilhão e teve um lucro de R$ 150 milhões. Para 2019, o faturamento projetado é de R$ 1,6 bilhão e lucro de R$ 170 milhões - 98% da receita são oriundos do processamento da folha do INSS.

Em dezembro, quando submeteu ao presidente a sugestão de incluir a Dataprev no PND, o Conselho do PPI afirmou que a decisão leva em conta: "a necessidade de reordenar a posição estratégica do Estado na economia, transferindo à iniciativa privada atividades indevidamente exploradas pelo setor público"; "a necessidade de permitir que a Administração Pública Federal concentre seus esforços nas atividades em que a presença do Estado seja fundamental para a consecução das prioridades nacionais"; "a necessidade de contribuir para a reestruturação econômica do setor público, especialmente através da melhoria do perfil e da redução da dívida pública líquida"; e "a necessidade de ampliar as oportunidades de investimento e emprego no País e de estimular o desenvolvimento econômico nacional, em especial por meio de ações centradas na ampliação e na melhoria dos serviços públicos prestados à população brasileira".

Decreto publicado nesta quarta-feira (27) no Diário Oficial da União abre caminho para o governo federal firmar parcerias com o setor privado na construção, modernização e gestão de creches e de estabelecimentos da rede pública de ensino nos estados e municípios.

A iniciativa já havia sido aprovada pelo conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo e, com a edição do decreto, o presidente libera a realização de estudos de viabilidade e estruturação de projetos-piloto para selecionar as unidades a serem atendidas. Os detalhes sobre o número de creches que poderão ser concedidas serão anunciados futuramente. 

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Em agosto, a secretária especial do PPI, Martha Seillier, em entrevista programa Brasil em Pauta, da TV Brasil, explicou que o modelo em estudo pelo governo vai destravar a construção de creches municipais. 

“O grande motivo para fazer isso é que temos no governo federal um grande passivo de obras inacabadas, ainda do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], para creches”, explicou. Segundo Martha, “são milhares de creches que iniciaram obras e não concluíram, e hoje o governo federal tem pouquíssimas chances de terminar todas essas obras. Mesmo que terminasse, os municípios têm baixa capacidade de trazer professores e equipar esses empreendimentos”.

 

O pacote de privatizações do governo federal, que inicialmente previa a oferta de 17 companhias estatais, foi desidratado. Nesta tarde de quarta-feira, apenas nove companhias foram listadas dentro do programa de desestatização: ABGF, Emgea, Serpro, Dataprev, Ceagesp, Codesp, Ceitec, Telebrás e Correios.

Para chegar ao número de 17, o governo citou a Lotex, que já passou por duas tentativas frustradas de leilão, a venda de ações do Banco do Brasil detidas pela União e seis estatais que já estavam no Programa de Parcerias e Investimentos (PPI). A Lotex, no entanto, nem pode ser caracterizada como estatal, pois é uma atividade da Caixa Loterias, e não uma subsidiária.

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Ao tentar explicar as informações trocadas, o secretário especial de Desestatizações, Salim Matar, disse que houve "equívoco de informação" e que, na realidade, as 17 ofertas se referiam ao que está no "pipeline" do governo.

Prazos também não foram informados, apesar da insistência dos jornalistas em entender o cronograma do governo. "O mais importante não é prazo, é a atitude", respondeu Salim.

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) apresentou nesta quarta-feira (7) seu relatório à MP 882/2019, que amplia a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no processo de desestatização e altera o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). Ele incluiu emendas para que estados e municípios tenham mais recursos para aplicar em infraestrutura.

“As emendas permitem o repasse de até 50% do que for arrecadado pela União com a desestatização da infraestrutura aeroportuária, rodoviária, ferroviária e aquaviária. É uma compensação financeira pelos inegáveis impactos no valor das tarifas cobradas dos usuários, decorrente também da exploração do serviço no território destes entes da Federação”, explicou Fagundes durante a reunião.

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O senador ainda dobrou de R$ 180 milhões para R$ 360 milhões, o limite financeiro da União nos aportes para fundos destinados a projetos de concessão e parcerias público-privadas. A mudança também visa auxiliar estados e municípios no desenvolvimento de projetos de infraestrutura, segundo Fagundes.

Foi concedida vista coletiva ao relatório e do projeto de lei de conversão (nome da proposta que tem origem em uma MP modificada pelo Congresso). O presidente da comissão mista que analisa a matéria, deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), agendou uma nova reunião para votação do relatório nesta quinta-feira (8), às 10h.

Medida Estruturante

Para Fagundes, a MP 882/2019 é tão relevante quanto as reformas estruturais que vêm sendo conduzidas pelo governo federal. O relator avalia que o texto pode "destravar a agenda econômica e as necessárias desestatizações". Para isso, amplia a participação do BNDES no processo.

A MP autoriza que órgãos públicos contratem o BNDES, para que o banco estruture contratos de parceria e outras medidas necessárias às privatizações. Na prestação desses serviços, o BNDES poderá contratar outras empresas ou profissionais.

“É pra isso que a MP cria uma nova modalidade de licitação, a colação. Deixo claro que os processos de colação devem ser sempre amplamente publicizados, como manda a Constituição. Cada colação deve definir claramente seu objetivo, os critérios de avaliação das propostas e todas as cláusulas contratuais”, detalhou Fagundes.

Em essência, o processo de colação será realizado através do envio de consulta a três ou mais profissionais, empresas ou entidades de elevada especialização técnica, que atendam a requisitos de habilitação por suas qualidades e atuação anterior em complexidade equivalente ao objeto a ser contratado.

A MP também altera a Lei dos Portos (Lei 12.815, de 2013) para que todas as instalações portuárias sejam exploradas em regime de livre concorrência por preços.

Mudanças no PPI

Fagundes também definiu como "muito substanciais" as mudanças que a MP 882/2019 traz no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

A carteira do PPI poderá incluir obras e serviços de engenharia de interesse estratégico, que poderão ser regulamentados por decreto. Aliás, todos os projetos qualificados no PPI serão tratados como estratégicos, tendo prioridade junto aos agentes públicos nas esferas administrativa e controladora da União, estados e municípios.

O Conselho do PPI poderá atuar na integração dos transportes aéreo, aquaviário e terrestre, harmonizando políticas setoriais. Também atuará na definição dos elementos de logística do transporte multimodal. Outra atribuição será harmonizar as políticas nacionais de transporte com as políticas de transporte dos estados e municípios.

Já a secretaria especial do PPI intermediará junto a instituições financeiras federais, ações de estruturação de projetos que possam entrar no PPI. Também caberá à secretaria fomentar acordos com outros órgãos públicos, a nível federal, estadual e municipal, para coordenar ações de projetos em regime de cooperação.

A MP transfere as instalações portuárias para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Caberá ao órgão dispor dos ativos devolvidos por concessionárias e executar, direta ou indiretamente, serviços de engenharia nos portos. A MP determina, por fim, que o Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias (INPH) também faça parte da estrutura do DNIT.

*Da Agência Senado

 

Na primeira rodada de reuniões da manhã desta terça-feira, 27, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, decidiu que o Programa de Parceria de Investimentos (PPI), responsável pelas concessões e privatizações, deve ficar vinculado à Secretaria de Governo, a ser comandada pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz.

O futuro ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, ficará com a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), que deverá ter no comando o general Maynard Marques de Santa Rosa. A Empresa de Planejamento Logístico (EPL) ficará subordinada à SAE.

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Santa Rosa chegou a ser cotado para ir comandar o PPI. A saída dele da área de concessões deverá provocar reações de Bebianno e sua equipe. Um general poderá ser o braço direito de Santos Cruz para comandar o PPI. Com Santos Cruz poderá ficar também a área de coordenação de governo, hoje na Casa Civil, que até agora estava definido que ficaria nas mãos do vice-presidente eleito, Hamilton Mourão.

Já está decidido que a Secretaria de Governo vai manter o status de ministério e também terá como atribuição o relacionamento com o Congresso e os partidos políticos, além da interlocução com os Estados e municípios e articulação com as entidades da sociedade civil. O presidente eleito, que só fica dois dias em Brasília esta semana, quer adiantar ao máximo a definição da sua equipe e até mesmo finalizá-la antes de voltar para o Rio de Janeiro. Não há definição ainda em relação aos desenhos dos ministérios da área social e desenvolvimento regional.

A área de comunicação do governo, hoje vinculada à Secretaria Geral, poderá ir para a Vice-Presidência, depois da disputa que houve entre o futuro ministro da Secretaria Geral, Gustavo Bebianno, e o filho do presidente eleito, Carlos Bolsonaro, que comanda as redes sociais do pai. Mas este desenho não está fechado.

O governo estuda nomear a senadora Ana Amélia para ser a porta-voz do governo, mas não se sabe ainda o que será feito com a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom). O general da reserva Floriano Peixoto Vieira Neto, que também comandou a missão do Brasil no Haiti, assim como Santos Cruz e outros integrantes do governo Bolsonaro, ajudou nos estudos da área de Comunicação. Ele, quando estava na ativa, integrou a equipe do Centro de Comunicação Social do Exército e poderia ajudar o vice-presidente nessa área, já que, em outro estudo, poderá absorver a Secom. Esta mudança, esvaziaria ainda mais Bebianno. Bolsonaro, no entanto, não bateu o martelo. Há uma preocupação com a administração das verbas de publicidade dessa área.

Bolsonaro disse que quer manter o Ministério do Turismo como uma pasta independente, pela importância que ela pode ter na geração de emprego e desenvolvimento do País. A pasta, no entanto, seria reformulada e absorveria alguns outros órgãos, mas o desenho deverá ser feito ainda nesta terça. Também não foi fechado o nome que comandará a pasta.

O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da Alemanha subiu 0,5% em setembro ante agosto e registrou alta de 3,2% na comparação anual, segundo dados publicados hoje pela agência de estatísticas do país, a Destatis. Os resultados superaram as expectativas de analistas consultados pela Trading Economics, que previam alta mensal do PPI de 0,4% e ganho anual de 2,5%.

Excluindo-se custos de energia, que podem mostrar volatilidade, o PPI alemão ficou estável em setembro ante o mês anterior e teve acréscimo de 1,6% no confronto anual, informou a Destatis.

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Paralelamente aos novos anúncios do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) feitos nesta segunda-feira, 19, outros projetos do setor portuário já habilitados no programa federal estão avançando, com editais em vias de sair ou já publicados. Da lista do PPI, três terminais portuários e mais três áreas têm licitações programadas até julho, sendo que o primeiro leilão ocorrerá em abril.

A Companhia Docas do Pará, vinculada ao Ministério dos Transportes, publicou no mês passado o edital para leiloar três áreas destinadas à armazenagem, envase e distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP) no Porto de Miramar, em Belém (PA). Duas dessas áreas são brownfields, uma com 33,9 mil m2 (BEL05, atualmente ocupada pela Liquigás Distribuidora S.A.) e outra com 35,5 mil m2 (BEL06, ocupada hoje pela Paragás Distribuidora LTD). Já a última (MIR01) é um greenfield de 25,4 mil m2. Somados, os projetos devem demandar investimentos de R$ 168,0 milhões.

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A disputa por essas áreas em Miramar, que serão cedidas à iniciativa privada por 20 anos, está marcada para o dia 6 de abril, na sede da B3, em São Paulo. Vence o certame quem oferecer o maior valor de outorga.

Com relação a terminais portuários, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) pretende arrendar, no primeiro semestre, três ativos destinados à movimentação de carga geral: dois no Porto de Paranaguá (PR) e um no Porto de Itaqui (MA). Segundo a Antaq, os editais devem ser publicados ainda nesta semana, permitindo que os leilões aconteçam a partir do final de junho - pela lei do PPI, os certames só podem ocorrer depois de cem dias do lançamento dos editais.

No Porto de Paranaguá, serão arrendados dois terminais greenfields, um destinado à movimentação de celulose (PAR01) e outro especializado em veículos e partes (PAR12). Com área prevista de 28 mil m2, o novo terminal de celulose exigirá investimentos de R$ 101,4 milhões em sua construção e operação. Já o terminal de veículos será instalado em uma área de 170,2 mil m2 na retaguarda do Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) e tem investimentos previstos de R$ 71,9 milhões em pavimentação e edificações de apoio.

Já no Porto do Itaqui (MA), a área a ser arrendada (IQI18) é um greenfield de 53 mil m2 também destinado à movimentação de celulose. O projeto prevê a construção de um novo armazém de 24 mil m2, que será equipado com sistema de movimentação de cargas composto por três guindastes tipo pórtico e 12 empilhadeiras. Os aportes no projeto devem ficar na casa dos R$ 221,0 milhões.

Os contratos dessas três áreas têm prazos de 25 anos, prorrogáveis por até 70 anos.

Em seu site, o PPI indica ainda que mais um projeto portuário está quase indo para a rua. O arrendamento do terminal de cavaco de madeira no Porto de Santana (AP) já foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e o governo espera publicar o edital no segundo trimestre e realizar o leilão no trimestre seguinte. Os investimentos previstos para esse projeto, um brownfield, são de R$ 61 milhões.

O novo planejamento estratégico do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que está para ser aprovado pelo conselho de administração, prevê focar a instituição de fomento ainda mais no financiamento à infraestrutura. Atuação mais ativa no mercado de títulos de renda fixa para financiar concessões e um reforço no trabalho de estruturação de projetos são algumas das medidas em estudo.

Segundo o diretor de Planejamento, Carlos Da Costa, a ideia é transformar o BNDES em um "banco de investimentos" da União. "Vamos trabalhar continuamente com o governo para definir o que desestatizar, qual a ordem, como fazer, como o marco regulatório afeta (os projetos de concessão). É o papel de um banco de investimentos", afirmou Costa.

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Atrair capitais privados para o financiamento à infraestrutura será fundamental, porque, na visão de Costa, coordenador do planejamento estratégico, o BNDES será um banco de R$ 90 bilhões de desembolsos ao ano. Só que, dada a penúria atual de estradas, ferrovias, portos e aeroportos, a economia brasileira precisaria de R$ 300 bilhões ao ano em investimentos.

Conforme o planejamento, no futuro, cerca de 35% dos desembolsos anuais, ou pouco mais de R$ 30 bilhões ao ano, seriam destinados para infraestrutura. Assim, a capacidade financeira do BNDES responderia por no máximo 10% da necessidade anual de investimentos, o que será suficiente, para Costa, se o banco de fomento atrair recursos privados.

Para isso, uma das medidas em estudo é o BNDES atuar como formador de mercado ("market maker") das debêntures de infraestrutura, títulos de renda fixa com incentivos fiscais para financiar grandes empreendimentos. De acordo com Costa, ainda não há definições sobre valores envolvidos.

Para o BNDES assumir o papel de "banco de investimentos" da União, outra medida em estudo é fortalecer a área de desestatização. Com isso, além de coordenar processos de privatização, como faz hoje com as distribuidoras de eletricidade controladas pela Eletrobrás e as companhias estaduais de saneamento, o BNDES também participaria do desenho inicial dos projetos tanto de venda de ativos da União quanto de concessões de ferrovias, rodovias e aeroportos.

Na visão do consultor Cláudio Frischtak, da Inter.B Consultoria, o papel do BNDES deveria ser justamente o de desenvolver projetos. Mas, atualmente, o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), comandado pelo ministro Moreira Franco, não tem a necessária capacidade operacional, até mesmo de pessoal, para executar as mudanças, opina. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviço aprovou nesta terça-feira, 31, um requerimento para convocar o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo) a dar explicações na Câmara.

Imbassahy tem sido alvo de críticas da base aliada, que não se mobilizou para impedir a aprovação do requerimento apresentado pelo deputado da oposição Helder Salomão (PT-ES). Deputados do Centrão pedem a saída do ministro do cargo.

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O deputado pediu a convocação do ministro para que ele preste esclarecimentos sobre a entrada de novos projetos no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) que, na verdade, é de responsabilidade de Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).

Salomão minimizou esse fato e argumentou que, apesar de o projeto ser tocado por Moreira, Imbassahy também participou da elaboração das propostas. "Já tinha requerimento em outras comissões para o Moreira, então como o Imbassahy é do núcleo central do governo, que participa ativamente das decisões, decidimos pedir a convocação dele", disse.

O deputado Vitor Lippi (PSDB-SP) leu uma questão de ordem no plenário e pediu para que a convocação fosse anulada, alegando "erro no objeto", já que o PPI é tocado por Moreira e não Imbassahy. Caberá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), analisar o pedido do deputado tucano.

O governo deve dobrar a previsão de arrecadação com a privatização da Eletrobrás no Orçamento de 2017. A estimativa de R$ 7,7 bilhões que consta no projeto é considerada conservadora e deverá ser alterada para um valor mais próximo de R$ 15 bilhões, segundo apurou o 'Broadcast/Estadão'.

O valor é referente à parcela que o Tesouro Nacional vai receber da Eletrobrás pelo pagamento de bônus de outorga no processo de privatização da companhia, quando a energia das usinas da empresa, hoje entregue pelo custo, poderá ser vendida a preços de mercado.

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A privatização poderá render entre R$ 30 bilhões e R$ 35 bilhões, segundo estimativas da área econômica, mas esse benefício será dividido entre Tesouro, Eletrobrás e os consumidores de energia, por meio de abatimentos futuros na conta de luz. A mudança está em discussão entre os ministérios da Fazenda, Minas e Energia, Planejamento e a secretaria executiva do Programa de Parcerias de Investimento (PPI).

Fernando Coelho Filho, que se licenciou do Ministério das Minas e Energia para reassumir seu mandato de deputado e votar a favor de Temer, disse ontem que a medida provisória irá à Casa Civil na semana que vem. "Estamos correndo para fechar."

Na quarta-feira (25) depois da divulgação da notícia pelo Broadcast, as ações da Eletrobrás foram destaque de alta na Bolsa. Os papéis ON fecharam o dia com valorização de 3,45%.

A MP que será publicada na próxima semana vai abrir caminho para a privatização e deve trazer soluções para passivos que se arrastam há anos e que poderiam reduzir o apetite dos investidores. O Planalto aposta nessa MP para dar ânimo à economia depois da votação na Câmara que arquivou a segunda denúncia contra Michel Temer.

Segundo fontes, a MP deve permitir um acerto de contas envolvendo a dívida da Eletrobrás com a Petrobrás. A União assumirá uma parte do débito, equivalente ao valor de R$ 3,5 bilhões. Esse pagamento será feito com o dinheiro do bônus de outorga. A medida pode elevar o valor de mercado da companhia.

O arranjo será uma solução para a proposta prevista na Medida Provisória 706, sancionada no ano passado, que permitiu que a União fizesse um aporte de até R$ 3,5 bilhões para a Eletrobrás atender regiões isoladas, majoritariamente no Norte do País, abastecidas por termoelétricas. Até hoje, esse valor nunca foi aplicado.

Esse dinheiro não cobrirá todo o rombo da Eletrobrás com a Petrobrás, que supera R$ 10 bilhões. A dívida decorre do fornecimento, pela petroleira, de combustível usado pelas termoelétricas, que não foi pago pelas distribuidoras da companhia. O problema terá de ser resolvido pela própria Eletrobrás.

Velho Chico

Após ser privatizada, a Eletrobrás terá de assumir alguns compromissos, como o projeto de revitalização do Rio São Francisco, que visa recuperar a capacidade de armazenamento dos reservatórios da região. O custo estimado é de R$ 500 milhões anuais, mas o prazo para concluir o projeto pode subir de 10 para 30 anos. Outro compromisso do qual o governo não abre mão é o compartilhamento dos benefícios da privatização e da descotização com os consumidores, por meio de abatimentos na conta de luz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer editou o Decreto 9.180/2017, que inclui 13 aeroportos no Programa Nacional de Desestatização e os qualifica a serem concedidos à iniciativa privada no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A lista publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (25) não traz o Aeroporto de Congonhas, que havia sido anunciado em agosto deste ano como um dos 57 projetos de infraestrutura que o governo pretende leiloar neste e no próximo ano.

O Ministério dos Transportes vem manifestando a intenção de retirar Congonhas das privatizações, alegando questões técnicas e que a concessão iria complicar a situação financeira da Infraero. O ministro da pasta, Mauricio Quintella, disse esta semana que iria pedir uma reunião extraordinária do conselho do PPI para reavaliar a questão. O fim dos planos de entregar o aeroporto à iniciativa privada atende - pelo menos por ora - a pressões do PR. O decreto sem Congonhas foi publicado no mesmo dia da votação, pela Câmara, da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, cuja sessão será aberta nesta manhã. O partido comanda o Ministério dos Transportes e a Infraero e tem 38 deputados.

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Lista

Pelo decreto, estão incluídos no pacote de concessões os seguintes aeroportos:

- Eurico de Aguiar Salles, em (ES);

- Gilberto Freyre, em Recife (PE);

- Marechal Rondon, em Várzea Grande (MT);

- Aeroporto de Macaé, em Macaé (RJ);

- Orlando Bezerra de Menezes, Juazeiro do Norte (CE);

- Presidente Castro Pinto, em Bayeux (PB);

- Presidente João Suassuna, em Campina Grande (PB);

- Santa Maria, em Aracaju (SE);

- Zumbi dos Palmares, em Maceió (AL);

- Maestro Marinho Franco, em Rondonópolis (MT);

- Presidente João Batista Figueiredo, em Sinop (MT);

- Piloto Oswaldo Marques Dias, em Alta Floresta (MT);

- Aeroporto de Barra do Garças, em Barra do Garças (MT).

Segundo o decreto, os empreendimentos poderão ser concedidos individualmente ou em blocos, conforme decisão que será subsidiada por estudos de modelagem da desestatização. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) será responsável pela realização e pelo acompanhamento das medidas de desestatização, sob a supervisão do Ministério dos Transportes, que será responsável pela condução e aprovação dos estudos, projetos, levantamentos e pelas investigações que subsidiarão a modelagem das medidas de concessão.

O texto ainda diz que a Infraero encaminhará ao Ministério dos Transportes e à Anac os contratos e os convênios existentes, as informações, os dados e as plantas relativos aos aeroportos listados no decreto.

Licitações da Infraero

Além de inscrever no PPI os aeroportos que serão leiloados, o decreto de hoje, um ato de rotina do programa de concessões, vai também interromper um grande conjunto de licitações de áreas comerciais em aeroportos administrados pela Infraero que vinham ocorrendo numa linha contrária aos que defendem os leilões para reforçar o caixa federal. Conforme informou o Estado em setembro, a estatal pôs em oferta 68 espaços comerciais em 23 aeroportos, tudo para decidir ainda em outubro.

Na lista dessas licitações, estão empreendimentos em terminais que serão concedidos. Está em licitação, por exemplo, um contrato de 25 anos para aluguel de uma área no aeroporto de Recife para a instalação de um centro educacional.

Embora o governo já tenha anunciado a concessão desses aeroportos, a falta de um instrumento legal formalizando essa intenção vinha dando base legal para as licitações. A Infraero informou que, na ausência do decreto, manteve seu planejamento. Ou seja, ela vinha operando contratos como se os aeroportos fossem continuar com ela.

Segundo especialistas, esses contratos novos às vésperas da concessão podem reduzir o valor dos lances a serem oferecidos em leilão. Os potenciais concessionários considerarão no cálculo, eventualmente, indenizações a serem pagas para modificar o uso das áreas que a Infraero está licitando ou licitou recentemente.

Por causa desse conflito entre os leilões dos aeroportos e os novos contratos comerciais da Infraero, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil editou uma portaria em abril deste ano limitando em 24 meses o prazo máximo para os contratos comerciais em aeroportos inscritos no programa de concessões e privatização.

No entanto, na ausência do decreto formalizando a inclusão dos novos aeroportos no programa de concessões, a Infraero vinha oferecendo contratos com prazo mais longo. Em setembro, por exemplo, a estatal licitou, por 25 anos, uma área de 28,5 metros quadrados no aeroporto de Congonhas antigamente ocupada pela Vasp. A concorrência foi vencida pelo único concorrente, a Leroy Merlin.

A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo mostrando o verdadeiro "queimão" de áreas comerciais em aeroportos irritou o presidente Michel Temer, segundo informaram três fontes ao Estado. Na ocasião, ele telefonou para o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, para pedir explicações.

O presidente da Infraero, Antônio Claret, só não foi demitido porque Temer não quis comprar uma briga com parte da base aliada às vésperas da votação da segunda denúncia contra si. Claret é uma indicação de Valdemar da Costa Neto, que mesmo fora do Congresso, comanda boa parte da bancada do PR.

Temer cobrou também a demora na edição do decreto, que acabou dando base legal a todo esse conjunto de licitações pela Infraero.

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