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O presidente russo, Vladimir Putin, se dirigiu à nação neste sábado (27) e prometeu defender o país e seu povo da rebelião armada declarada pelo líder mercenário Ievgeni Prigozhin do grupo Wagner. Putin também disse que rebelião é uma "punhalada nas costas" e prometeu "ações decisivas" para punir os "traidores".

Em discurso de cinco minutos à nação, Putin disse que as funções militares e civis da cidade haviam sido "essencialmente bloqueadas", parecendo reconhecer algum sucesso do Prigozhin, que na manhã de sábado reivindicou o controle de partes do quartel-general militar do sul das Forças Armadas russas.

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Putin disse que o motim representava "uma ameaça mortal à nossa condição de Estado" e prometeu "ações duras" em resposta. "Todos aqueles que prepararam a rebelião sofrerão uma punição inevitável. As forças armadas e outras agências governamentais receberam as ordens necessárias", disse Putin.

Ele chamou as ações de Prigozhin, sem se referir ao proprietário da empresa militar privada Wagner pelo nome, de "traidor" e afirmou que "aqueles que estão sendo arrastados para esse crime não cometam um erro fatal, trágico e único, e façam a única escolha certa - pare de participar de atos criminosos".

Putin condenou a rebelião no que disse ser um momento em que a Rússia estava "travando a mais dura batalha pelo seu futuro" com sua guerra na Ucrânia. "Toda a máquina militar, econômica e de informação do Ocidente está sendo usada contra nós", disse Putin.

"Essa batalha, quando o destino de nosso povo está sendo decidido, exige a unificação de todas as forças, unidade, consolidação e responsabilidade." Uma rebelião armada em um momento como esse é "um golpe para a Rússia, para seu povo", disse o presidente.

"Aqueles que planejaram e organizaram uma rebelião armada, que levantaram armas contra seus companheiros de armas, traíram a Rússia. E eles responderão por isso", disse Putin.

Em resposta. Priogozhin disse que Putin está "profundamente enganado" e que seus combatentes não irão se entregar.

O conflito que se desenrola nas ruas das cidades russas é uma reviravolta dramática para a guerra de Putin, parecendo configurar o maior desafio à sua autoridade desde a invasão.

Os governadores das regiões ao longo da principal rodovia M-4, que liga Rostov-on-Don a Moscou, disseram que equipamentos militares estavam sendo transportados pela rodovia e pediram aos moradores locais que ficassem longe do corredor.

"Estamos bloqueando a cidade de Rostov e indo para Moscou", diz Prigozhin em um vídeo que veio à tona na madrugada de sábado, verificado pelo The New York Times, mostrando-o na companhia de homens armados no pátio do quartel-general, perguntando pelo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas e pelo ministro da Defesa russo, Sergei K. Shoigu.

Prigozhin declarou que, enquanto Wagner "não tiver o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, e o ministro da Defesa, Sergey Shoigu, em seu poder, seus mercenários bloquearão a cidade de Rostov" e "avançarão em direção a Moscou".

Um assessor do presidente ucraniano Volodmir Zelenski disse no sábado que a crise causada pela rebelião do grupo paramilitar Wagner na Rússia está apenas começando.

"Isso é apenas o começo na Rússia", disse o assessor presidencial Mikhail Podoliak no Twitter. "A divisão entre as elites é evidente demais. Concordar e fingir que tudo está resolvido não funcionará", acrescentou.

Prigozhin responde

O chefe do Grupo Wagner, Ievgeni Prigozhin, respondeu ao apelo do presidente Vladimir Putin por unidade e fim do que ele chamou de "uma rebelião armada". Ele afirmou que o grupo não irá recuar ou confessar qualquer culpa.

"Em relação à traição à pátria, o presidente está profundamente enganado", disse Prigozhin em uma mensagem de áudio postada por seu serviço de imprensa, referindo-se aos comentários de Putin dizendo que Wagner traiu a Rússia ao encenar hostilidades dentro do país.

"Somos patriotas, lutamos e continuamos lutando, todos do Wagner, e ninguém pretende ir confessar ou se entregar a pedido do presidente, do FSB [Serviço de Segurança Federal] ou de quem quer que seja, porque nós não queremos que o país continue a viver na corrupção, na falsidade e na burocracia", completou Prigozhin.

Entenda o caso

Prigozhin, cuja empresa militar privada ajudou a Rússia a tomar a cidade ucraniana de Bakhmut, o único ganho territorial significativo de Moscou este ano, acusou os militares russos na sexta-feira de realizar um ataque a um campo de Wagner e pareceu ameaçar Shoigu, declarando: "Essa escória vai ser detida!"

Em uma rara declaração no final da noite, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que o presidente Vladimir Putin havia sido informado sobre a situação e que "todas as medidas necessárias" estavam sendo tomadas.

Em janeiro, segundo os documentos secretos do Pentágono vazados na plataforma Discord, Prigozhin afirmou que se Kiev retirasse seus soldados da área ao redor de Bakhmut, ele daria a Ucrânia informações sobre as posições das tropas russas que a Ucrânia poderia usar para atacá-los. Prigozhin transmitiu a proposta a seus contatos no diretório de inteligência militar da Ucrânia, com quem manteve comunicações secretas durante a guerra.

Suposto ataque a acampamento

Na sexta-feira, Prigozhin postou um vídeo que supostamente mostrava o ataque ao acampamento onde, segundo ele, muitos de seus combatentes foram mortos. O vídeo mostrava fumaça crescente e sinais de destruição, mas nenhuma evidência do grande número de vítimas que ele alegou.

Após uma reunião que ele descreveu como um conselho de comandantes de guerra de Wagner, Prigozhin postou uma mensagem de áudio no Telegram no final da sexta-feira avisando que "aqueles que destruíram nossos homens hoje e dezenas de milhares de vidas de soldados russos serão punidos. Peço a ninguém que resista".

Qualquer resistência seria considerada uma ameaça e imediatamente destruída, incluindo bloqueios de estradas e aeronaves, declarou ele.

Prigozhin, um bilionário, ganhou sua fortuna e o apelido de "chef de Putin" por meio de contratos de aprovisionamento com o governo, inclusive para escolas e militares. Além de ser um dos fundadores da Wagner, ele é proprietário da Internet Research Agency, uma notória operadora de "fazendas de trolls", e se gaba de ter se intrometido nas eleições dos Estados Unidos, pelo que foi colocado sob sanções pelo Departamento do Tesouro dos EUA. (Com agências internacionais)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que conversou, na manhã desta sexta-feira, 26,, com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e que recusou o convite feito para visitar o país neste momento. De acordo com Lula, foi reiterada a posição do Brasil em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia.

"Conversei agora por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Agradeci a um convite para ir ao Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, e respondi que não posso ir a Rússia nesse momento", declarou Lula, em publicação no Twitter. O Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo acontece entre os dias 14 e 17 de junho.

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Ao negar o convite, o chefe do Executivo disse ter reiterado a disposição do Brasil, "junto com a Índia, Indonésia e China, de conversar com ambos os lados do conflito em busca da paz".

Durante reunião do G7, na semana passada, que contou com a presença de Lula, o brasileiro tentou negociar o encontro com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, após pressão das sete principais democracias desenvolvidas do mundo reunidas no evento, que aconteceu em Hiroshima, no Japão. O encontro, contudo, não aconteceu. Durante sua passagem ao Japão, Lula reiterou que sente que nem Putin nem Zelenski "falam em paz" neste momento.

O presidente da Ucrânia se encontrou com o assessor da Presidência da República do Brasil para assuntos internacionais, Celso Amorim, em Kiev, capital do país, no início de maio e disse esperar uma visita de Lula ao país sobre a guerra.

A Rússia afirmou, nesta quarta-feira (3), ter frustrado uma tentativa de assassinato do presidente Vladimir Putin com drones enviados pela Ucrânia, que negou qualquer envolvimento no fato e reportou um bombardeio "maciço" russo, com várias vítimas, na região de Kherson (sul).

"Ontem à noite, o regime de Kiev tentou atingir o Kremlin", no centro de Moscou, com dois drones, que ficaram "fora de serviço", graças a "sistemas de radar de guerra eletrônica", informou a Presidência russa.

"Consideramos estas ações como uma tentativa de ação terrorista e um atentado contra a vida do presidente", acrescentou o Kremlin, acrescentando que "a Rússia se reserva o direito de tomar medidas de represália onde e quando considerar apropriado".

O presidente da Câmara Baixa do Parlamento russo, Vyacheslav Volodin, instou "destruir o regime terrorista de Kiev".

E o ex-presidente russo, Dmitri Medvedev, defendeu a "eliminação física" do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.

Zelensky, por sua vez, negou o envolvimento de seu país no que seria o mais espetacular dos ataques atribuídos a Kiev em território russo desde o início da intervenção das tropas de Moscou na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

"Não atacamos Putin", disse Zelensky em Helsinque, capital da Finlândia, após participar como convidado de uma cúpula de cinco países nórdicos.

Atacar o presidente russo "será uma tarefa dos tribunais. Nós vamos lutar no nosso território, estamos defendendo nossos povoados e cidades", acrescentou.

Um vídeo publicado por alguns veículos de imprensa russos nas redes sociais mostra um pequeno drone aproximando-se do Kremlin, antes de explodir. Em outra filmagem, vê-se uma coluna de fumaça sobre o prédio à noite.

Até o momento, não foi possível verificar a autenticidade das imagens com fontes independentes.

Os Estados Unidos pediram extrema cautela frente às declarações da Rússia.

"Vi a informação. Não posso validá-la, não sabemos disso", disse o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, durante um evento em Washington. "Veria qualquer coisa que sai do Kremlin com muito cuidado", acrescentou.

As acusações russas ocorrem depois de vários atos de sabotagem e de ataques com drones nos últimos dias contra regiões da Rússia próximas à fronteira ucraniana.

Alguns drones caíram na região de Moscou nos últimos meses, mas esta é a primeira vez que uma incursão atribuída à Ucrânia ocorre no coração da capital russa, a cerca de 500 km da fronteira com a antiga república soviética.

Estes ataques ocorrem enquanto Kiev afirma estar concluindo os preparativos de uma contraofensiva para retomar os territórios ocupados pela Rússia no leste e no sul do país.

- Parada de 9 de maio -

A tentativa de ataque denunciada pelo Kremlin ocorre a poucos dias das comemorações pelo "Dia da Vitória", em 9 de maio, que celebra a vitória das tropas soviéticas sobre a Alemanha nazista, em 1945.

Várias paradas foram canceladas no país por motivo de segurança.

A região de Briansk, na fronteira com a Ucrânia, anunciou nesta quarta-feira que desistiria da comemoração, após sabotagens recentes que provocaram o descarrilamento de dois trens.

Em Moscou, no entanto, as autoridades decidiram manter a grande marcha militar na Praça Vermelha.

"O desfile vai acontecer. Não há mudanças no programa", disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

- Toque de recolher e bombardeios em Kherson -

Ao menos 16 pessoas morreram nesta quarta em bombardeios "maciços" russos na região ucraniana de Kherson e 12 deles na cidade homônima, a principal da área, informou o Ministério Público local.

Outras 22 pessoas ficaram feridas neste ataque, acrescentou a fonte.

As autoridades ucranianas anunciaram, nesta quarta, um toque de recolher de 58 horas em Kherson a partir da noite de sexta-feira, para permitir às "forças de ordem fazerem seu trabalho".

Segundo analistas, a região de Kherson é uma das possíveis áreas de onde as tropas ucranianas poderiam lançar sua contraofensiva. A capital homônima foi retomada pelas tropas de Kiev em novembro.

Na Finlândia, Zelensky mostrou-se otimista sobre as próximas operações bélicas.

"Acredito que este ano será decisivo para nós, para a Europa, para a Ucrânia, decisivo para a vitória" contra a Rússia, afirmou.

A União Europeia (UE) apresentou um plano no valor de 500 milhões de euros (cerca de 2,7 bilhões de reais) para acelerar a produção de munições, a fim de repor suas reservas e manter a ajuda à Ucrânia.

Depois da declaração do presidente russo, Vladimir Putin, no sábado, 25, quando disse que pretendia enviar armas nucleares táticas para Belarus, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) chamou sua retórica nuclear de "perigosa e irresponsável" neste domingo, 26.

A porta-voz da Otan, Oana Lungescu, disse que a organização está vigilante, monitorando a situação de perto. "Não vimos nenhuma mudança na postura nuclear da Rússia que nos leve a ajustar a nossa. Estamos comprometidos em proteger e defender todos os aliados da Otan", garantiu.

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Oana falou que a Rússia tem constantemente quebrado os compromissos internacionais de controle de armas e, recentemente, suspendeu sua participação no novo tratado nuclear New Start. "A Rússia deve voltar a respeitar (os tratados) e agir de boa fé", declarou.

Belarus é uma ex-república soviética localizada na fronteira com a Ucrânia e principal aliada da Rússia na região. O tipo de armamento descrito por Putin tem potencial destrutivo inferior às bombas normais, no entanto, ainda pode provocar danos em larga escala.

Putin disse à TV estatal que a decisão não é diferente do que os estadunidenses fazem há anos. "Não é nada anormal. Os americanos fazem isso há décadas: mandam armas nucleares táticas para o território de seus aliados há muito tempo", falou.

Segundo o líder russo, o presidente de Belarus, Alexander Lukachenko, apoia a decisão.

Outras críticas e alertas

O chefe do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia, Oleksiy Danilov, afirma que o acordo de Putin compromete a estabilidade da vizinhança e irá transformar Belarus em "refém nuclear". Este é "um passo para a desestabilização interna do país", publicou em sua conta no Twitter.

Danilov alerta que a medida maximiza o nível de percepção negativa e rejeição pública da Rússia e de Putin na sociedade bielorrussa.

A decisão de Putin também foi criticada por Mykhailo Podolyak, outro conselheiro sênior do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski. "Putin é muito previsível", disse em tuíte, apontando que ao declarar o envio de armas nucleares táticas para Belarus, o presidente russo "admite que tem medo de perder e tudo o que pode fazer é assustar com táticas".

A líder da oposição bielorrussa, Sviatlana Tsikhanouskaya, também se posicionou. Ela escreveu em sua conta no Twitter que a medida russa viola diretamente a Constituição do país.

A líder ainda apontou que a decisão de Putin contradiz a vontade do povo bielorrusso. "Este desenvolvimento inaceitável torna Belarus um alvo potencial para ataques preventivos ou de retaliação", complementou.

Sviatlana pede que a comunidade internacional exija que a Rússia "pare com essa implantação ameaçadora". A líder também defende a retirada imediata dos militares russos no país e pede o fim da "participação de Belarus na agressão russa contra a Ucrânia".

Embora Putin tenha feito ameaças nucleares ou aumentado a retórica nuclear após a invasão total da Ucrânia, esta é a primeira vez desde os anos 1990 que Moscou cogita colocar armas nucleares em outro país, fora do território russo.

O presidente russo, Vladimir Putin, fez uma visita surpresa à cidade ucraniana de Mariupol, ocupada desde maio de 2022, sua primeira viagem desde que o Tribunal Penal Internacional, em Haia, emitiu um mandado de prisão contra ele por crimes de guerra.

Foi também a primeira visita de Putin à região industrial de Donbas, tomada da Ucrânia no ano passado, e o mais próximo que o presidente russo esteve da linha de frente da guerra. De acordo com a agência de notícias Tass, Putin voou de helicóptero para Mariupol no sábado e fez um tour pela cidade. Ele conversou com moradores e recebeu um relatório sobre as obras de reconstrução.

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Mariupol foi palco de uma das batalhas mais sangrentas da guerra e marcou a primeira grande vitória da Rússia, depois do fracasso da ofensiva contra Kiev.

A cidade foi capturada após um longo cerco no qual as forças russas destruíram a siderúrgica Azovstal, último reduto da resistência ucraniana.

CRIMEIA

No sábado, antes de viajar para Mariupol, Putin passou algumas horas na Crimeia, uma viagem que marcou o aniversário de nove anos da ocupação da península ucraniana. A TV estatal mostrou o presidente visitando a cidade de Sebastopol, no Mar Negro, acompanhado pelo governador local, Mikhail Razvozhayev, que foi indicado por Moscou.

As viagens de Putin ocorreram logo após a emissão de um mandado internacional de prisão contra ele. Na sexta-feira, um painel de juízes do TPI pediu a prisão do presidente russo citando evidências de crimes de guerra, em razão da deportação em massa de crianças ucranianas para a Rússia.

Kiev diz que mais de 16 mil menores foram sequestrados desde o início do conflito, em fevereiro de 2022. Muitos deles foram colocados em instituições e lares adotivos. O promotor do tribunal, Karim Khan, disse que Putin pode ser preso se pisar em qualquer um dos 123 países que ratificaram o Tratado de Roma e reconhecem a jurisdição da corte.

O Kremlin afirmou que não reconhece a jurisdição do TPI - o Tratado de Roma, que criou o tribunal, foi assinado pela Rússia, mas nunca foi ratificado. O mandado de prisão, portanto, segundo o governo russo, não afetaria Putin. No fim de semana, o presidente russo parece ter reforçado essa imagem, ao caminhar tranquilamente pelos territórios ocupados.

ISOLAMENTO

A situação de Putin, no entanto, não é a mesma desde que o TPI pediu sua prisão. Seu isolamento internacional aumentou. Ontem, a Alemanha disse que o presidente russo será preso se pisar no país. "Se ele entrar em território alemão, será preso e entregue ao TPI", disse Marco Buschmann, ministro da Justiça. (Com agências internacionais)

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou nesta sexta-feira, 17, que emitiu um mandado de prisão contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por crimes de guerra por causa de seu suposto envolvimento em sequestros e deportação de crianças de partes da Ucrânia ocupadas pela Rússia durante a guerra.

A Corte disse em um comunicado que Putin "é supostamente responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população (crianças) e transferência ilegal de população de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa". Grupos de direitos humanos celebraram o movimento, mas a probabilidade de um julgamento enquanto Putin permanecer no poder é pequena, já que o tribunal não pode julgar réus à revelia e a Rússia disse que não entregará seus próprios cidadãos.

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Um pedido também foi emitido, pelo mesmo motivo, contra a Comissária Presidencial para os Direitos da Infância na Rússia, Maria Alekseievna Lvova-Belova, informou o tribunal de Haia. A Presidência da Ucrânia reagiu, afirmando que essa ordem de prisão contra Putin é apenas o começo, enquanto a Rússia chamou o pedido de sem sentido.

O presidente do tribunal, Piotr Hofmanski, disse em uma declaração em vídeo que, embora os juízes do TPI tenham emitido os mandados, caberá à comunidade internacional aplicá-los. O tribunal não tem força policial própria para cumprir os mandados. "O TPI está fazendo sua parte do trabalho como um tribunal. Os juízes emitiram mandados de prisão. A execução depende da cooperação internacional."

Limitações

O TPI não reconhece imunidade para chefes de Estado em casos envolvendo crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio.

Mas as limitações do tribunal são bem conhecidas - embora possa indiciar chefes de Estado em exercício, não tem poder para prendê-los ou levá-los a julgamento, ao invés disso, depende de outros líderes e governos para agir como seus policiais em todo o mundo. O caso mais proeminente foi o do presidente do Sudão, Omar Hassan al-Bashir , que foi indiciado pelo tribunal, mas não foi preso em outros países para onde viajou.

Além disso, Moscou não reconhece a jurisdição do tribunal e não extradita seus nacionais. Essa posição foi reafirmada hoje pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em uma primeira reação aos mandados. "As decisões do Tribunal Penal Internacional não têm nenhum significado para o nosso país, inclusive do ponto de vista jurídico", disse ela.

A Ucrânia também não é membro do tribunal, mas concedeu ao TPI jurisdição sobre seu território e o promotor do TPI, Karim Khan, visitou o país quatro vezes desde que abriu uma investigação há um ano.

Deportações

Uma investigação do New York Times publicada em outubro identificou várias crianças ucranianas que foram levadas sob os esforços de reassentamento da Rússia. Eles descreveram um processo de coerção e, ao chegarem à Rússia ou aos territórios ocupados pela Rússia, eram frequentemente colocados em locais voltados para torná-los cidadãos russos e submetidos a esforços de reeducação. A Rússia defendeu as transferências por motivos humanitários.

O TPI disse ter concluído que havia "motivos razoáveis para acreditar que cada suspeito é responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de população e de transferência ilegal de pessoas de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa, especialmente crianças ucranianas".

E acrescenta que "Putin tem responsabilidade criminal individual pelos sequestros de crianças por ter cometido os atos diretamente, em conjunto com outros ou por meio de outros e por sua falha em exercer o controle adequadamente sobre subordinados civis e militares que cometeram os atos".

Após sua visita mais recente, no início de março, o promotor do TPI disse que visitou uma casa de repouso para crianças a dois quilômetros das linhas de frente no sul da Ucrânia.

"Os desenhos pregados na parede falavam de um contexto de amor e apoio que já existiu. Mas esta casa estava vazia, resultado da suposta deportação de crianças da Ucrânia para a Federação Russa ou sua transferência ilegal para outras partes dos territórios ocupados temporariamente", disse ele em um comunicado. "Como observei ao Conselho de Segurança das Nações Unidas em setembro passado, esses supostos atos estão sendo investigados pelo meu escritório com prioridade. As crianças não podem ser tratadas como despojos de guerra".

Mensagem

E enquanto a Rússia rejeitou as alegações e mandados do tribunal como nulos e sem efeito, outros disseram que a ação do TPI terá um impacto importante.

"O TPI fez de Putin um homem procurado e deu seu primeiro passo para acabar com a impunidade que encorajou os perpetradores na guerra da Rússia contra a Ucrânia por muito tempo", disse Balkees Jarrah, diretor associado de justiça internacional da Humans Rights Watch. "Os mandados enviam uma mensagem clara de que dar ordens para cometer, ou tolerar, crimes graves contra civis pode levar a uma cela de prisão em Haia."

O professor David Crane, que indiciou o presidente da Libéria Charles Taylor há 20 anos por crimes em Serra Leoa, disse que ditadores e tiranos em todo o mundo "estão agora cientes de que aqueles que cometem crimes internacionais serão responsabilizados, incluindo chefes de estado".

Taylor acabou sendo detido e levado a julgamento em um tribunal especial na Holanda. Ele foi condenado e sentenciado a 50 anos de prisão. "Este é um dia importante para a justiça e para os cidadãos da Ucrânia", disse Crane em um comentário por escrito à Associated Press na sexta-feira.

Na quinta-feira, uma investigação apoiada pela ONU citou ataques russos contra civis na Ucrânia, incluindo tortura sistemática e assassinato em regiões ocupadas, entre questões potenciais que equivalem a crimes de guerra e possivelmente crimes contra a humanidade.

A investigação também encontrou crimes cometidos contra ucranianos em território russo, incluindo crianças ucranianas deportadas que foram impedidas de se reunir com suas famílias, um sistema de "filtração" destinado a selecionar ucranianos para detenção e tortura e condições de detenção desumanas.

Mas na decisão de hoje, o TPI colocou o rosto de Putin nas acusações de sequestro de crianças. (Com agências internacionais)

O presidente russo, Vladimir Putin, acusou os países membros da Otan de participação no conflito na Ucrânia com o fornecimento de armas a este país e insistiu que o Ocidente deseja destruir a Rússia.

"Estão enviando dezenas de bilhões de dólares em armas à Ucrânia. Isto é realmente participação", afirmou Putin em uma entrevista ao canal Rossiya-1 exibida neste domingo.

"Isto significa que estão participando, embora de forma indireta, nos crimes executados pelo regime de Kiev", disse Putin.

O presidente russo considera que os países ocidentais "têm apenas um objetivo: separar a ex-União Soviética e sua parte principal, a Federação Russa".

"Só então eles talvez nos aceitem na chamada família de povos civilizados, mas apenas separados, cada parte de modo separado", acrescentou.

Putin concedeu a entrevista à margem de um evento patriótico organizado na quinta-feira em Moscou, na véspera do aniversário de um ano do início da ofensiva militar russa contra a Ucrânia.

Na entrevista, o presidente russo reiterou seu apelo por um mundo multipolar e afirmou que não tem dúvida de que isto vai acontecer.

"Agora que as tentativas (dos Estados Unidos) de reconfigurar o mundo à sua própria semelhança - após a queda da União Soviética - levaram a esta situação, somos obrigados a reagir", concluiu.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou nesta terça-feira (21) a suspensão do "New Start", último tratado sobre a redução de arsenais nucleares ainda em vigor com os Estados Unidos.

Esse acordo foi assinado em abril de 2010, pelos então presidentes Dmitri Medvedev e Barack Obama, e foi prorrogado pela última vez em fevereiro de 2021, limitando a 1,55 mil o número de ogivas nucleares de cada país.

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O tratado também previa inspeções diretas e troca de informações entre as duas potências, mas Putin afirmou que não pode permitir que técnicos americanos visitem as instalações nucleares russas enquanto os EUA tentam "impor uma derrota estratégica" a Moscou na Ucrânia.

"Vamos suspender o tratado, mas não nos retiramos", declarou o presidente em seu discurso sobre o estado da nação. Putin também pediu que o Ministério da Defesa fique de prontidão para eventuais testes de armas nucleares, porém prometeu não usá-las primeiro.

"Mas se os Estados Unidos o fizerem, precisamos estar prontos", acrescentou. Ao longo de 1h45 - um de seus discursos mais longos ao Parlamento -, o chefe de Estado garantiu que a Rússia atingirá seus objetivos na Ucrânia, voltou a acusar o presidente Volodymyr Zelensky de encabeçar um regime "neonazista" e denunciou que Kiev queria se armar com bombas nucleares.

"Não tínhamos dúvidas de que eles tinham operações prontas para o Donbass em fevereiro [de 2022]. Eles fizeram a guerra começar, nós apenas usamos a força para frear a guerra", justificou Putin.

O presidente ainda afirmou que a Rússia queria uma "solução pacífica", mas foi "enganada" pelo Ocidente. "O objetivo do Ocidente é levar a Rússia a uma derrota estratégica, querem nos eliminar para sempre. Não percebem que a própria existência da Rússia está em jogo", salientou.

Putin também disse que é "impossível" derrotar o país no campo de batalha e que Moscou "não está em guerra contra o povo da Ucrânia".

Em reação ao discurso, o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, declarou que é "absurda" a ideia de que a Rússia esteja sujeita a "qualquer forma de ameaça militar da parte da Ucrânia ou de quem quer que seja".

Já Mikhailo Podolyak, conselheiro de Zelensky, disse que Putin demonstrou "sua irrelevância e sua confusão". "Ele não tem soluções e não as terá", acrescentou. Por sua vez, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, afirmou que "ninguém atacou a Rússia". "Eles são os agressores", ressaltou.

Da Ansa

Para celebrar um Natal ortodoxo marcado pela ofensiva de Moscou na Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin participou sozinho de uma missa religiosa à meia-noite de sexta-feira (6) em uma igreja do Kremlin.

O presidente russo continuou a celebração feita por padres na Catedral da Anunciação, originalmente concebida como uma igreja para os czares. Alguns deles portavam candelabros, segundo imagens divulgadas pelo Kremlin.

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Nos anos anteriores, Putin costumava ir à cerimônia religiosa para o Natal ortodoxo nas províncias russas ou nos arredores de Moscou. A Igreja Ortodoxa Russa celebra o Natal em 7 de janeiro.

Em uma mensagem divulgada neste sábado (7) pelo Kremlin, a autoridade russa felicitou os cristãos ortodoxos e indicou que este dia inspira "boas ações e aspirações".

Ele também destacou que orou pela Igreja Ortodoxa, cujo líder espiritual, Patriarca Kiril, apoiou totalmente a decisão de Putin na ofensiva das forças armadas russas na Ucrânia.

As organizações religiosas "apoiam nossos soldados, que estão participando de uma operação militar especial", declarou o presidente russo, que utilizou o termo oficial do Kremlin para a ofensiva na Ucrânia.

"Um trabalho tão formidável, multifacetado e verdadeiramente ascético merece o mais sincero respeito", acrescentou.

O Patriarca Kiril pediu aos fieis que apoiem os "irmãos" pró-Rússia durante a ofensiva no leste da Ucrânia.

Desde o início da ofensiva na Ucrânia em 24 de fevereiro, o patriarca proferiu sermões de benção aos militares russos enquanto criticava as autoridades ucranianas.

Em um discurso no ano passado, ele declarou que morrer na Ucrânia "lava todos os pecados".

O Patriarca Kiril apelou na quinta-feira (05) a Moscou e Kiev para instituirem um cessar-fogo na Ucrânia por conta do Natal ortodoxo. Logo depois, Putin anunciou uma trégua unilateral de 36 horas.

Entretanto, os combates de artilharia continuaram na sexta-feira em Bakhmut, o acalorado front no leste da Ucrânia, bem como bombardeios em outras regiões, apesar do cessar-fogo unilateral.

Jornalistas da AFP ouviram disparos de ambos os lados, ucraniano e russo, após o início do cessar-fogo nesta cidade, embora a intensidade tenha sido menor em comparação com os dias anteriores.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou, nesta quinta-feira (5), a aplicação de um cessar-fogo a suas tropas na Ucrânia nos dias 6 e 7 de janeiro, por ocasião do Natal ortodoxo, a primeira trégua desde o início do conflito há quase um ano.

O anúncio acontece depois que o patriarca da igreja ortodoxa russa Kirill, de 76 anos, pediu uma pausa nos combates na véspera do Natal ortodoxo, que será comemorado no sábado.

Em uma conversa por telefone com Putin, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, também pediu a aplicação de um "cessar-fogo unilateral" para iniciar negociações de paz com Kiev.

"Em vista do chamado de Sua Santidade, o patriarca Kirill, instruo o ministro da Defesa da Rússia a introduzir um regime de cessar-fogo ao longo de toda linha de contato entre as partes na Ucrânia", anunciou o Kremlin em nota.

A trégua terá início às 12h locais (6h em Brasília) de 6 de janeiro e vai até as 24h locais (18h em Brasília) de 7 de janeiro, acrescentou.

Putin pediu às tropas ucranianas respeito à trégua para que os que professam a fé ortodoxa - majoritária na Ucrânia e na Rússia - possam "assistir aos serviços religiosos na véspera de Natal, assim como no Dia do Natividade de Cristo".

Este seria o primeiro cessar-fogo desde o início da invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro. Até agora, só foram alcançados acordos locais, como em abril, quando os civis foram evacuados da siderúrgica de Azovstal em Mariupol, no sudeste do país.

Por sua vez, o assessor da Presidência ucraniana, Mykhailo Podoliak, classificou o anúncio russo de "hipocrisia" e insistiu em que as tropas de Moscou deveriam abandonar seu país.

"A Rússia deve deixar os territórios ocupados. Somente então haverá uma 'trégua temporária'. Fique com sua hipocrisia", tuitou.

Em uma mensagem anterior enviada à imprensa, Podoliak denunciara o cessar-fogo como um "mero gesto de propaganda".

- Turquia como mediador? -

Em sua conversa telefônica com Putin, o presidente da Turquia pediu que as negociações com a Ucrânia fossem retomadas.

O russo respondeu que está pronto para um "diálogo sério" com a Ucrânia, desde que as autoridades de Kiev aceitem "as novas realidades territoriais" que surgiram após a invasão do país.

Em setembro, Moscou reivindicou a anexação de quatro oblasts (províncias) que ocupa parcialmente na Ucrânia, assim como já havia feito com a península ucraniana da Crimeia em março de 2014.

Erdogan, que se postula como mediador no conflito, também falou por telefone com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky.

O presidente ucraniano, no entanto, recusa-se a negociar com a Rússia enquanto Putin estiver no poder, insistindo em que o objetivo é recuperar todos os territórios ocupados.

Além disso, o pedido de cessar-fogo do patriarca Kirill, que é próximo de Putin, corre o risco de ter pouco impacto na Ucrânia, onde sua influência entrou em declínio nos últimos anos.

Ente 2018 e 2019, estabeleceu-se na Ucrânia uma igreja independente da tutela religiosa russa. Já em maio, pouco depois do início da invasão russa, a igreja ortodoxa ucraniana rompeu seus laços com Moscou.

Os apelos de cessar-fogo ocorrem dias depois de um ataque ucraniano na véspera do Ano Novo com pelo menos 89 soldados russos mortos em Makiivka, na província anexada de Donetsk.

Em um fato pouco comum desde o início do conflito, o Exército russo admitiu este trágico balanço após o bombardeio, o que lhe rendeu duras críticas.

- 'Deixaremos a cidade' -

Na frente de batalha, os combates continuam intensos, especialmente em Bakhmut, no leste, que as tropas russas — apoiadas por mercenários do grupo Wagner — tentam controlar há meses.

Segundo o balanço diário da Presidência ucraniana, cinco pessoas morreram, e oito ficaram feridas nas últimas 24 horas.

Em Chasiv Yar, uma localidade situada a menos de 20 km de Bakhmut, os moradores disseram à AFP que um míssil russo havia atingido um edifício, ferindo um homem e uma mulher.

A explosão destruiu as janelas de um edifício contíguo e de um hospital, deixando muitos escombros pelo chão.

"Quando ficar muito difícil, vamos deixar a cidade", declarou Olena, uma moradora, à AFP. "Tenho três cachorros. Já teria partido se alguém aceitasse levá-los, mas ninguém quer", explicou.

Mais ao sul, em Berislav, cidade próxima a Kherson, os bombardeios causaram a morte de duas pessoas, segundo o chefe adjunto da administração presidencial, Kirilo Timochenko.

Outras duas morreram um ataque no oblast de Zaporizhzhia, também no sul, segundo o governador Oleksandr Starukh.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta terça-feira (3) que seu governo exiba "documentários" sobre a ofensiva das forças de Moscou na Ucrânia, antes que a mesma complete um ano em fevereiro.

Putin pediu ao Ministério da Cultura "que apresente propostas para garantir a exibição de documentários nacionais nas redes de cinema sobre temas relacionados à operação militar especial e à luta contra a propagação da ideologia neonazista e neofascista", segundo mensagem publicada no site do Kremlin.

A Rússia justifica sua ofensiva na Ucrânia com o desejo de "desnazificar" o país, e o Kremlin acusa o presidente ucraniano Volodimir Zelensky e as autoridades de Kiev de conivência com os movimentos ultranacionalistas.

Por outro lado, Moscou apresenta sua ofensiva como um conflito com o Ocidente, devido ao fornecimento de armas pelos países ocidentais a Kiev.

A decisão ocorreu após vários contratempos sofridos pelo Exército russo na Ucrânia, que nos últimos meses teve que abandonar a província de Kharkiv, no nordeste, e a cidade de Kherson, no sul.

Na segunda-feira, os militares russos tiveram que reconhecer um ataque contra suas tropas na cidade de Makiivka, no leste da Ucrânia, responsável pela morte de pelo menos 63 pessoas.

A Rússia já aprovou inúmeras leis para controlar o discurso em torno de sua "operação militar especial", como classifica o conflito.

A lei pune severamente quem dissemina o que a Justiça russa considera como "mentiras" sobre as forças armadas.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, determinou a encomenda de novas embarcações de guerra e prometeu nesta quinta-feira (29) fortalecer ainda mais a marinha de seu país. "Vamos acelerar e aumentar os volumes de construção de navios de vários projetos, equipá-los com as armas mais modernas e conduzir treinamentos operacionais e de combate com base na experiência adquirida durante a operação militar especial", disse, referindo-se à guerra lançada por Moscou na Ucrânia em fevereiro.

As encomendas incluem uma corveta, um navio caça-minas e o submarino nuclear Generalissimus Suvorov.

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"Isso garantirá a segurança da Rússia nas próximas décadas", disse Putin.

Outro submarino do mesmo tipo, o Imperador Alexandre III, será encomendado após testes.

Os Estados Unidos pediram, nesta sexta-feira (23), ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, que reconheça a realidade e retire suas tropas da Ucrânia, depois de ele finalmente ter classificado o conflito como "guerra".

"Desde 24 de fevereiro, os Estados Unidos e o resto do mundo sabiam que a 'operação militar especial' de Putin era uma guerra não provocada e injustificada contra a Ucrânia. Finalmente, depois de 300 dias, Putin chamou a guerra como é", disse um porta-voz do Departamento de Estado.

"Como próximo passo para reconhecer a realidade, pedimos que ponha fim a esta guerra, retirando suas forças da Ucrânia", acrescentou.

Desde que Putin ordenou a invasão da Ucrânia, em fevereiro, a Rússia se refere oficialmente a uma "operação militar especial".

Mas, em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, o próprio presidente russo utilizou a palavra "guerra" e disse que esperava terminá-la o mais rápido possível.

Uma nova lei russa prevê punições severas para quem difundir informações "falsas" sobre o conflito, e algumas pessoas foram condenadas por utilizar publicamente a palavra "guerra".

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou, nesta segunda-feira (19), que seu país "não tem interesse" em incorporar Belarus, seu aliado mais próximo e que depende, em grande medida, de Moscou para o abastecimento de gás e petróleo.

"A Rússia não tem interesse em absorver ninguém. Isso simplesmente não faz sentido", declarou Putin em uma coletiva de imprensa com o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, após uma reunião entre ambos em Minsk.

O líder russo destacou os laços estreitos entre os dois países, que descreveu como "os aliados mais próximos" e como "parceiros estratégicos" que resistem de forma "eficaz" às sanções ocidentais.

Essas são "medidas comuns para garantir a segurança" dos dois países, a "entrega mútua" de armas e a fabricação de armamento, especificou Putin.

A Rússia continuará formando militares bielorrusos para pilotar aviões com capacidade de transportar armas nucleares, segundo a mesma fonte.

"Testamos esses aviões na Rússia e estamos os preparando agora", indicou Lukashenko, acrescentando que isso "não é uma ameaça" contra ninguém.

Belarus, um importante aliado de Moscou, emprestou seu território como retaguarda para a ofensiva contra a Ucrânia no final de fevereiro, mas as tropas de Minsk não se envolveram nos combates em solo ucraniano.

Em meados de outubro, Belarus e a Rússia anunciaram a criação de uma força militar conjunta, que, de acordo com Minsk, é exclusivamente de natureza "defensiva".

O presidente russo, Vladimir Putin, negou nesta quinta-feira (27) ter a intenção de usar armas nucleares na Ucrânia. "Não vemos necessidade disso", disse, em conferência com especialistas em política internacional estrangeira. "Não tem nenhum sentido isso, nem político nem militar."

Ele falou que seu aviso anterior de que estaria pronto para usar "todos os meios disponíveis para proteger a Rússia" não foi uma ameaça, mas apenas uma resposta às declarações de países do Ocidente sobre a possibilidade de usarem armas nucleares. Putin mencionou especificamente a ex-premiê britânica Liz Truss, que havia dito que estaria pronta para usar esse tipo de bomba se assumisse o cargo.

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Putin reiterou as alegações sem provas de que a Ucrânia estaria planejando forjar um ataque de bandeira falsa com uma bomba radioativa para incriminar a Rússia. O presidente ainda acusou os Estados Unidos e seus aliados de tentarem ditar seus termos a outros países em um jogo de dominação "perigoso, sangrento e sujo". "O Ocidente não consegue mais ditar sua vontade sobre a humanidade mas continua tentando, enquanto a maioria das nações não quer mais tolerar isso", afirmou.

O líder acrescentou que a Rússia não é a inimiga do Ocidente, mas que vai continuar a se opor à suposta ditadura das elites neoliberais ocidentais, acusando-as de tentar reprimir o país.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a instauração da lei marcial nos quatro territórios ucranianos que Moscou afirma ter anexado, enquanto as autoridades de ocupação começaram a retirar civis da cidade estratégica de Kherson (sul) diante da contra-ofensiva ucraniana.

"Assinei um decreto para introduzir a lei marcial" nas quatro localizações do sul e leste da Ucrânia, anexadas em setembro, afirmou Putin na reunião do Conselho Nacional de Segurança, se referindo a Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia.

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A lei marcial russa permite reforçar o poderio militar, adotar toques de recolher, limitar deslocamentos, impor a censura militar nas telecomunicações, proibir concentrações públicas e deter estrangeiros, entre outras medidas.

O anúncio foi feito depois que as autoridades pró-russas iniciaram a evacuação de Kherson, a primeira cidade conquistada pelas tropas de Moscou após o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

Kherson é alvo de uma contra-ofensiva de Kiev, que já recuperou vários territórios do leste e sul do país.

- Prêmio ao "corajoso" povo ucraniano -

Enquanto isso, os bombardeios russos continuaram, nesta quarta-feira (19), no norte da Ucrânia, incluindo Kiev, no leste e no centro. Desta vez, atingiram também o oeste, uma região geralmente mais livre de combates.

"O inimigo realizou quatro ataques com mísseis, onze ataques aéreos e mais de 100 ataques com múltiplos lança-foguetes", resumiu o estado-maior das forças ucranianas.

A entidade falou de um "ataque maciço com mísseis de cruzeiro e drones iranianos contra infraestrutura civil nas regiões de Kiev, Cherniguiv (norte), Vinnytsia (oeste), Ivano-Frankivsk (oeste), Donetsk (leste), Dnipropetrovsk (centro), Zaporizhia (sul) e Mikolaiv (sul)", assim como em Cherkassy (centro).

Na semana passada, a Rússia lançou uma campanha de ataques com drones e mísseis contra a infraestrutura elétrica da Ucrânia, com a proximidade da chegada do inverno.

A Presidência ucraniana anunciou nesta quarta-feita que, devido a estes ataques, irá restringir o uso de eletricidade a partir desta quinta.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou, por sua vez, que Putin está em uma "posição incrivelmente difícil" na Ucrânia.

"Parece que a única ferramenta disponível é maltratar os cidadãos da Ucrânia (...) para tentar intimidá-los, para que cedam. Eles não vão fazer isso", disse à imprensa em Washington.

Suas palavras chegaram horas depois do Parlamento Europeu ter atribuído o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento ao "corajoso povo" da Ucrânia, que "resiste" e "luta" por suas "convicções".

- "À margem esquerda" -

"A partir de hoje, todas as estruturas de poder que estão na cidade (...) serão deslocadas para a margem esquerda do rio Dnieper", que estabelece o limite com Kherson, afirmou Vladimir Saldo, chefe da administração russa de ocupação, ao canal Rossiya-24.

A cidade fica na margem direita do rio, em uma área que está sendo cercada por tropas ucranianas em uma contra-ofensiva que começou em agosto.

As autoridades pró-Rússia, que só permitem evacuações para a Rússia ou para territórios controlados por Moscou, indicaram que esperam transferir até 60.000 civis em seis dias.

A Ucrânia acusou a Rússia de tentar aterrorizar a população de Kherson organizando a evacuação com base em "mensagens falsas" sobre ataques à cidade.

Serguei Khlan, um deputado ucraniano dessa região, comparou essa retirada de civis a uma "deportação".

Cerca de cinco milhões de habitantes das áreas anexadas por Moscou estão na Rússia, disse o secretário do Conselho de Segurança Nacional russo, Nikolai Patrushev.

- Linha fortificada -

Neste contexto, o grupo russo de mercenários Wagner iniciou a construção de uma linha de defesa fortificada na região de Lugansk, anexada por Moscou no final de setembro.

Baterias de defesa aérea ucranianas derrubaram "vários mísseis russos" sobre Kiev, disse Vitali Klitschko, prefeito da capital.

A capital ucraniana tem sido alvo de vários ataques de drones 'camicazes' desde segunda-feira, que deixaram cinco mortos.

A Ucrânia e seus aliados ocidentais acusam Moscou de usar drones fabricados no Irã para realizar os ataques, algo que o governo russo diz ignorar e a diplomacia de Teerã garante que "não tem fundamento".

A União Europeia (UE) afirmou que coletou "provas suficientes" de que os drones usados pela Rússia foram fornecidos pelo Irã e que trabalha em um plano de sanções.

O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta quarta-feira em Nova York para discutir os ataques de drones.

O presidente russo, Vladimir Putin, descartou nesta sexta-feira (14) o lançamento "imediato" de novos bombardeios "em massa" na Ucrânia e a expansão da mobilização de tropas anunciada há três semanas após os reveses de suas forças.

"Não é agradável o que está acontecendo agora", admitiu Putin em coletiva de imprensa no Cazaquistão. Mas se a Rússia não tivesse invadido a Ucrânia, "estaríamos na mesma situação um pouco mais tarde, só que em condições piores para nós", acrescentou.

"Então, estamos fazendo tudo certo", concluiu.

As tropas russas falharam em sua tentativa de tomar Kiev, a capital ucraniana, após o início da invasão em 24 de fevereiro, e nas últimas semanas foram forçadas a se retirar de várias posições no leste e no sul, diante de uma surpreendente contraofensiva ucraniana.

O avanço das forças ucranianas obrigou as autoridades estabelecidas pelo Kremlin na região de Kherson (sul), anexada por Moscou, a solicitarem a retirada de civis.

A Rússia denuncia também um "aumento considerável" dos bombardeios ucranianos em várias de suas regiões de fronteira.

Nesta sexta, um bombardeio ucraniano provocou um incêndio em uma subestação elétrica da cidade russa de Belgorod, próxima à fronteira, segundo o governador regional Vyacheslav Gladkov.

Putin descarta novos bombardeios "maciços"

No início da semana, a Rússia lançou uma campanha maciça de bombardeios contra várias cidades ucranianas, incluindo Kiev, em retaliação por uma explosão que danificou a ponte de Kerch, na Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014.

Classificando o ataque como uma "ação terrorista" realizada pelos serviços ucranianos, o governo russo anunciou nesta sexta-feira que pretende restaurar a ponte em menos de nove meses, antes de 1º de julho de 2023.

Construída sob as ordens do presidente russo, esta infraestrutura é fundamental para abastecer as tropas russas na Ucrânia.

O presidente russo também indicou que não prevê uma nova mobilização de reservistas, após a anunciada há três semanas. Segundo ele, 222 mil soldados, dos 300 mil esperados, foram recrutados até agora, e 16 mil já estão em "unidades envolvidas nos combates".

"Juntos rumo à vitória"

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, prometeu a vitória a seus cidadãos, em um ato de comemoração ao Dia do Defensor.

"Em 14 de outubro, agradecemos a todos aqueles que lutaram pela Ucrânia no passado e a todos aqueles que lutam por ela agora, aqueles que venceram no passado e aqueles que certamente vencerão agora", disse Zelensky em um vídeo.

"Juntos rumo à vitória!", lançou o chefe do Exército ucraniano, Valery Zalujny.

Por ocasião deste feriado, retratos de cerca de 180 soldados que morreram em Mariupol, uma cidade portuária sitiada durante meses pelo Exército russo antes de cair em maio, foram erguidos em frente à Catedral de Santa Sofia, em Kiev.

Galyna Golitsyna perdeu os dois filhos na guerra - o mais velho, em 2014, e Denys, em 23 de março. A mulher de 61 anos coloca a mão, depois a testa, no retrato de seu filho mais novo, morto aos 32 anos.

"Perder um filho é a coisa mais terrível que pode acontecer com você. E perdi meus dois filhos nesta mesma guerra", contou à AFP, enxugando as lágrimas.

Na frente diplomática, Kiev garantiu mais US$ 725 milhões em assistência militar dos EUA e US$ 400 milhões em ajuda humanitária da Arábia Saudita, criticada por Washington pela recente decisão da Opep -liderada pelo reino saudita- de cortar a produção de petróleo, algo que favorece a Rússia.

Oportunidade de ir embora

Apesar da contraofensiva ucraniana, forças russas e separatistas realizam movimentos ofensivos em um setor do leste e afirmam que estão em boa posição para conquistar a cidade de Bakhmut.

Controlar essa cidade permitiria que Moscou avançasse sobre duas outras cidades controladas por Kiev na região de Donetsk, Kramatorsk e Sloviansk.

De acordo com Andrei Marochko, representante das forças separatistas da região vizinha de Luhansk, mas que lutam na região, "há combates contínuos" e as tropas ucranianas são empurradas "para noroeste e oeste da cidade".

A representante especial da ONU para Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten, disse à AFP que os estupros e agressões sexuais atribuídos às forças russas na Ucrânia são uma "estratégia militar" e uma "tática deliberada para desumanizar as vítimas".

"Quando ouvimos os depoimentos de mulheres falando sobre soldados russos equipados com viagra, é claramente uma estratégia militar", explicou.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta quarta-feira (5) a lei de anexação de quatro regiões ucranianas e os decretos que nomeiam formalmente os governantes que Moscou já havia estabelecido nos territórios.

Os textos assinados por Putin estipulam que as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia são aceitas dentro da Federação da Rússia, de acordo com a Constituição do país".

Apesar da indignação internacional e das derrotas militares no campo de batalha, Putin anexou as quatro regiões que o exército russo controla parcialmente, ao considerar que retornam por direito à Rússia após a organização apressada de referendos controversos.

Putin também assinou decretos que nomeiam formalmente os atuais líderes apoiados por Moscou nas quatro regiões como suas autoridades no poder.

Antes da assinatura de Putin, a legislação sobre a anexação foi apoiada de maneira unânime pelas Câmaras Baixa e Alta do Parlamento russo.

Putin presidiu na sexta-feira uma grande cerimônia no Kremlin durante a qual assinou os acordos de anexação com os funcionários designados para as quatro regiões, apesar das críticas de Kiev e das potências ocidentais.

Os quatro territórios criam um corredor terrestre crucial entre a Rússia e a península da Crimeia, que foi anexada por Moscou em 2014.

As cinco regiões representam quase 20% da Ucrânia.

Mas as forças russas não têm controle total sobre Kherson e Zaporizhzhia. Moscou não informou quais áreas desta regiões foram anexadas.

Em um decreto publicado nesta segunda-feira (26), o presidente Vladimir Putin concedeu a nacionalidade russa a Edward Snowden, ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), refugiado na Rússia desde 2013 após deixar os Estados Unidos.

O nome de Snowden aparece junto com dezenas de outros neste decreto, publicado no site do governo russo. Edward Snowden é reivindicado pelos Estados Unidos por ter vazado para a imprensa dezenas de milhares de documentos que comprovam a amplitude da vigilância eletrônica praticada por Washington.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a alertar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, contra o uso de armas não convencionais - como nucleares, biológicas ou químicas - para tentar virar a maré da guerra na Ucrânia a favor de Moscou, dizendo que tal ação "mudaria o rumo da guerra de forma sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial". Putin também vem sofrendo pressões de aliados da China e da Índia esta semana.

Falando em entrevista ao programa "60 Minutes" da CBS News que está programado para ir ao ar neste domingo, 18, Biden disse que a resposta dos Estados Unidos seria "substancial", embora ele tenha se recusado a entrar em detalhes.

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"Você acha que eu diria a você se eu soubesse exatamente o que seria? Claro que não vou te contar. Vai ter consequências", disse Biden, de acordo com um trecho da entrevista . "Eles vão se tornar mais párias no mundo do que nunca. E, dependendo da extensão do que eles fizerem, determinará qual resposta ocorreria."

Seu aviso foi em resposta à pergunta de um entrevistador e não com base de uma nova atualização de inteligência sobre o andamento do conflito.

Os comentários foram feitos no momento em que as forças russas estão cambaleando por causa de retiradas no campo de batalha na Ucrânia e enquanto Putin enfrenta questões cada vez mais intensas em casa sobre como ele conduziu a guerra.

Algumas autoridades ocidentais expressaram preocupação de que quanto mais acuado Putin se sentir, maior será a chance de ele recorrer a armas não convencionais, como uma arma nuclear tática ou de baixo rendimento, que pode ser disparada a distâncias relativamente curtas, em oposição a armas nucleares "estratégicas" que podem ser lançadas a distâncias muito maiores.

Em abril, o diretor da CIA alertou sobre como Putin poderia recorrer a essas armas em "desespero". O diretor, William Burns, disse que é uma possibilidade que os Estados Unidos continuam "muito preocupados", embora tenha dito que, naquela fase da guerra, Washington não viu "evidências práticas" dos tipos de destacamentos militares ou movimento de armas para sugerir que tal ação era iminente. Biden disse repetidamente que o uso de tais armas teria sérias consequências.

Apesar dos reveses e da perda de dezenas de milhares de soldados russos na Ucrânia, Putin não mostrou sinais de mudança de rumo. Na sexta-feira, ele ameaçou intensificar os ataques de suas forças.

Em uma entrevista coletiva no Usbequistão na conclusão de uma cúpula regional, Putin afirmou que a Ucrânia estava tentando realizar "atos terroristas" dentro da Rússia e "danificar nossa infraestrutura civil". A Ucrânia ocasionalmente atingiu alvos militares e de combustível na região fronteiriça da Rússia, mas negou ter como alvo a infraestrutura civil, e Putin não ofereceu nenhuma evidência para apoiar sua afirmação.

"Estamos, de fato, respondendo com bastante moderação, mas isso é por enquanto", disse Putin. "As forças armadas russas deram alguns golpes sensíveis lá. Bem, o que dizer disso? Vamos supor que estes são avisos. Se a situação continuar a se desenvolver dessa maneira, a resposta será mais séria".

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, procurou aproveitar os avanços militares de seu país para reforçar a determinação dos aliados ocidentais, usando isso como prova de que a Ucrânia é capaz não apenas de montar uma defesa eficaz, mas também de expulsar as forças russas do país e ganhar o guerra.

Ao mesmo tempo, ele pediu ao mundo que responda às crescentes evidências de atrocidades em partes recentemente desocupadas do nordeste da Ucrânia.

Pressão de aliados

A situação na Ucrânia também preocupa dois parceiros fundamentais da Rússia. Os dois líderes estratégicos mais importantes de Putin, Índia e China, levantaram preocupações sobre a guerra na semana passada, perfurando a mensagem do Kremlin de que a Rússia estava longe de estar isolada como resultado da guerra.

Em uma cúpula de alto nível no Usbequistão , Putin prometeu pressionar seu ataque à Ucrânia apesar dos recentes reveses militares, mas também teve que abordar as preocupações sobre o prolongado conflito manifestado pela Índia e pela China.

"Eu sei que a era de hoje não é de guerra", disse o primeiro-ministro indiano Narendra Modi ao líder russo em comentários televisionados quando os dois se encontraram na sexta-feira, 16. Na mesma cúpula um dia antes, Putin reconheceu os "questionamentos e preocupações" não especificadas da China sobre a guerra na Ucrânia, ao mesmo tempo em que agradeceu ao presidente chinês Xi Jinping pela "posição equilibrada" de seu governo sobre o conflito.

A retirada apressada de suas tropas neste mês de partes de uma região nordeste que ocuparam no início da guerra, juntamente com as raras reservas públicas expressas por aliados importantes, destacou os desafios que Putin enfrenta em todas as frentes. Tanto a China quanto a Índia mantêm fortes laços com a Rússia e tentaram permanecer neutros em relação à Ucrânia.

Xi, em um comunicado divulgado por seu governo, expressou apoio aos "interesses centrais" da Rússia, mas também interesse em trabalhar juntos para "injetar estabilidade" nos assuntos mundiais. Modi disse que queria discutir "como podemos avançar no caminho da paz".

No campo de batalha, autoridades de defesa e analistas ocidentais disseram neste sábado, 17, que as forças russas aparentemente estavam montando uma nova linha defensiva no nordeste da Ucrânia depois que as tropas de Kiev romperam a anterior e tentaram pressionar seus avanços mais para o leste. O Ministério da Defesa britânico disse em um informe diário de inteligência que a linha provavelmente está entre o Rio Oskil e Svatove, cerca de 150 km a sudeste de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.

A nova linha surgiu depois que a contraofensiva ucraniana abriu um buraco na linha de frente anterior da guerra, permitindo que os soldados de Kiev recuperassem grandes extensões de terra na região nordeste de Kharkiv, que faz fronteira com a Rússia.

Depois que as tropas russas se retiraram da cidade de Izium, as autoridades ucranianas descobriram uma vala comum, uma das maiores já descobertas . O presidente Volodmir Zelenski disse na sexta-feira que mais de 440 sepulturas foram encontradas no local, mas que o número de vítimas ainda não é conhecido. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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