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Em seu livro ‘My Take On Me’, o vocalista do A-ha Morten Harket contou que quando tinha 28 anos, em 1989, quis procurar algum lugar no mundo onde seu hit ‘Take On Me’, inspiração do título da biografia, não fosse conhecido. Segundo relata, depois de olhar o mapa, o Acre chamou sua atenção e se tornou forte candidato para ser seu ‘retiro’. Para Morten, o estado brasileiro parecia tão afastado e isolado que seria o lugar perfeito para fugir das consequências da sua fama mundial e sossegar um pouco.  

De acordo com seus relatos, ele não foi reconhecido inicialmente. O trajeto do aeroporto até o hotel foram tranquilos, sem nenhum admirador abordando-o. Era apenas um gringo qualquer. No entanto, a paz não durou tanto. Logo no dia seguinte, após um passeio de canoa, ele viu sons que o assustaram. “O calafrio percorreu minha espinha”, escreveu. “Escutei ruídos surdos de passos e gritos histéricos e vi um grupo de trinta, quarenta, cinquenta mulheres correndo em nossa direção e tudo o que tinha atrás de mim era o rio. Não tinha como escapar. Naquele momento me pareceu que não restara mais nenhum lugar para ir”, acrescentou. 

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Isso aconteceu poucos dias depois da banda fazer suas primeiras apresentações no Brasil, uma em São Paulo e a outra no Rio. Dois anos depois, em 1991, o A-ha fez um show histórico para quase 200 mil pessoas no Maracanã. Ironicamente, seu maior público até hoje é justamente no país onde Morten Harket achou que pudesse se esconder e não ser um rosto famoso.

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Apesar de menos imigrantes terem chegado à Europa em 2016, Alemanha e Itália registraram uma elevação no número de pedidos de asilo e refúgio no ano passado, revelaram dados apresentados pelos instituto europeu de estatísticas, Eurostat.

Segundo os dados oficiais, 1.204.300 pessoas entraram na União Europeia no ano passado, número inferior aos 1.257.000 registados em 2015. No entanto, a Alemanha registrou uma alta de 63% na quantidade de pedidos de asilo, seguido por uma alta de 46% de solicitações na Itália.

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As duas nações foram as que mais acolheram os deslocados em números totais. No entanto, quando a comparação é feita em relação ao número de habitantes no país, os alemães continuam em primeiro enquanto os italianos caem para a 10ª posição.

De acordo com o Eurostat, 722.300 pessoas pediram refúgio para o governo alemão (60% do total), 121,2 mil pediram à Itália (10%), 76 mil pediram à França (6%), 49,9 mil à Grécia (4%), 39,9 mil à Áustria (3%) e 38,3 mil ao Reino Unido (3%).

Na comparação com o número de habitantes, a Alemanha teve 8.789 pedidos de asilo para cada milhão de habitantes, a Grécia teve 4.625, a Áustria registrou 4.587, Malta teve 3.989 e Chipre teve 3.350. A proporção na Itália ficou em 1.998 pedidos para cada milhão de moradores.

Os números mais baixos na comparação pedidos/habitantes foram registrados na Eslováquia 18 pedidos para cada milhão, Portugal (69), Romênia (94), República Tcheca (114) e Estônia (114).

Em relação às nacionalidades, não houve mudanças significativas em relação a 2015. No primeiro lugar, estão os sírios (334,8 mil) , seguidos por afegãos (183 mil) e iranianos (127 mil).

Celia Castedo Monasterio, funcionária da Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia (Aasana) que revisou o plano de voo do avião da Chapecoense, entrou com um pedido de refúgio no Brasil.

A informação é do portal "G1", que diz que Monasterio foi atendida pela Procuradoria da República na cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, a aproximadamente 660 km de Santa Cruz de la Sierra, de onde partiu o avião da empresa Lamia com o avião da Chape.

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A funcionária havia apontado problemas no plano de voo apresentado pela tripulação, que previa um trajeto exatamente igual à autonomia do avião e não incluía um aeroporto alternativo. Ainda assim, a aeronave recebeu autorização para decolar. Por conta disso, Monasterio foi suspensa de suas atividades e denunciada pela Aasana por "não cumprimento de deveres" e "atentado contra a segurança dos transportes".

O sindicato que reúne os funcionários da agência saiu em defesa da colega e disse que ela está sendo usada como bode expiatório da tragédia. Além disso, de acordo com a entidade, Monasterio não tinha poderes para bloquear o voo.

Segundo leis internacionais, o refúgio é concedido a pessoas que fogem de seus países de origem por perseguições por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou política. No Brasil, os pedidos são avaliados pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), subordinado ao Ministério da Justiça.

A Bolívia também investiga possíveis ligações entre a Lamia e a Conmebol, já que a empresa tinha amplo acesso a equipes sul-americanas, apesar de sua frota ter somente três aviões e da pouca experiência no mercado. O acidente com a Chapecoense deixou 71 mortos, incluindo 19 jogadores.

Estrangeiros de diversas nacionalidades e que portavam protocolo de solicitação de refúgio no Brasil foram impedidos de entrar no país pela Polícia Federal do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo. Com o protocolo em mãos, eles tinham autorização para se ausentar do Brasil por até 90 dias, explicou a advogada de alguns desses estrangeiros, Patrícia Vega, que disse que um de seus clientes estava no local há quatro dias.

Segundo informações da advogada, um total de 46 estrangeiros, como libaneses, senegaleses e guineenses, divididos em dois grupos, ficaram na área de desembarque do aeroporto, sem poder entrar no Brasil. “Essas pessoas são estrangeiros que entraram no Brasil e fizeram o requerimento do visto de refúgio. Esse visto deles está em trâmite e foi dado um protocolo para eles, [com o] que eles tiraram CPF, tiraram Carteira de Trabalho. Muitos já estão trabalhando com carteira assinada e a Polícia Federal permitiu a saída deles por 90 dias”, disse Patrícia.

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A Polícia Federal disse, em nota, que “atendendo a determinação legal houve o impedimento do ingresso de estrangeiros que haviam protocolado o pedido de refúgio, cerca de 21 pessoas”. Segundo a PF, tais pessoas foram autorizadas a ingressar no país pelo Ministério das Relações Exteriores ao final do dia de ontem (28) e que isso foi cumprido pela polícia.

“Tais pessoas haviam permanecido na área conhecida como conector onde habitualmente ficam passageiros que aguardam voos ou que tiveram o embarque recusado por companhias aéreas. Durante o período receberam assistência das companhias aéreas responsáveis por eles”, informou a PF.

Nova normativa

A advogada disse que o motivo para o impedimento foi a edição de uma nova normativa que estabeleceu que os estrangeiros que tinham o protocolo de requerimento do visto de refugiado, quando saíssem do país, só poderiam entrar de novo com algum outro tipo de visto emitido no país de origem, como de turista ou de estudante.

De acordo com Patrícia, a Polícia Federal entregou uma norma informativa, datada de 21 de setembro, para representantes do Consulado de Guiné-Bissau dizendo que “o Ministério das Relações Exteriores informou que as embaixadas e consulados do Brasil foram instruídos a reiterar aos estrangeiros portadores de protocolo de solicitação de refúgio sobre a necessidade de requerer visto para habilitar o seu retorno ao Brasil”.

A data da nota – 21 de setembro de 2016 – é posterior ao dia da saída dos estrangeiros representados por Patrícia do país. “Eu entendo, é até muito óbvio, que essa normativa valeria para quem sair do país a partir da sua edição. Ela é do dia 21 de setembro, então ela valeria para quem saiu do Brasil a partir do dia 21 de setembro, não para quem está em trânsito”, disse a advogada. “Eu tenho cliente aqui que saiu por conta de morte de familiar, que saiu por conta de doença em família, eu tenho cliente que saiu para buscar documento porque está casando aqui no Brasil. Eles foram pegos de surpresa com essa normativa. Eles não estão presos, eles estão impedidos de entrar”.

Sem contato

A advogada disse também que foi impedida de ter contato com seus clientes pela PF, o que contraria, segundo ela, o estatuto de ética dos advogados independentemente de ter uma procuração. A alegação foi que ela não tinha procurações assinadas e seus clientes não puderam assiná-las naqueles momento porque, de acordo com a PF, eles não estavam em território brasileiro. “Segundo a alegação deles [PF], eles [estrangeiros] não estão no Brasil, então eu não teria como ter acesso a eles”.

Os estrangeiros impedidos de entrar no país dormiram em bancos, tiveram acesso a refeições e as companhias aéreas cederam a eles cobertores de bordo. “Eles não tiveram acesso às bagagens deles, porque as bagagens só retiram aqui no desembarque, então eles estão só com o que eles tinham de bagagens de mão”, disse a advogada.

O Ministério da Justiça disse, em nota, que “após tomar conhecimento de que solicitantes de refúgio estavam retidos no Aeroporto de Guarulhos, o Comitê Nacional para os Refugiados [Conare], instituição vinculada ao Ministério da Justiça e Cidadania, por intermédio de seu presidente, orientou a Polícia Federal a liberar o reingresso deles no Brasil”. A assessoria de imprensa do ministério disse que os estrangeiros poderiam entrar no país.

O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão do Ministério da Justiça, aceitou pedido de refúgio do ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, de 55 anos, um opositor do governo Evo Morales que vive há três no Brasil. Na última semana, autoridades do país vizinho divulgaram carta para cobrar a extradição de Molina. "A concessão do refúgio é uma resposta orgânica do governo brasileiro às ações de Evo Morales", avaliou o político.

Molina protagonizou uma das histórias mais inusitadas do Itamaraty. Em 2012, ele entrou na embaixada brasileira em La Paz para escapar da prisão por supostos crimes contra o Estado. Após viver asilado durante 15 meses num pequeno quarto da representação, conseguiu apoio do diplomata brasileiro Eduardo Saboia para deixar o país, sem consentimento de autoridades bolivianas, numa viagem de carro de 22 horas, escoltado por fuzileiros da embaixada, até Corumbá, Mato Grosso do Sul.

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Desde que passou a morar em Brasília com apoio de parlamentares de diferentes partidos, Molina tem acusado o governo Evo de persegui-lo, de intolerância contra outros opositores e de manipular a Justiça contra os adversários. Também acusou o governo do Estado de Pando, aliado de Morales, de manter relações com cartéis de cocaína. O governo da Bolívia, por sua vez, acusa o ex-parlamentar de praticar crimes de corrupção. "Eles chegaram a me condenar pelo corte de duas árvores, praticado por outras pessoas, em uma propriedade que eu tinha", afirma. "Nunca conseguiram sustentar as acusações ao longo do processo do Conare."

Molina relata que a decisão do governo brasileiro acaba com a sensação de incerteza e receio de ter que deixar às pressas o País, enfrentada nos 1.200 dias em que mora em Brasília. "Agora, vou pensar em reconstruir a minha vida e a vida da minha família", ressalta. "São etapas. Não é fácil para quem tem mais de cinquenta anos abandonar seu país e recomeçar."

Os contratos futuros de ouro reverteram as fortes perdas dos últimos dias e encerraram em alta, impulsionados pela busca por ativos de maior segurança. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro para agosto subiu 0,95% (US$ 10,90), a US$ 1.163,50 a onça-troy. Ontem, o metal caiu ao menor nível em quatro meses em meio à valorização do dólar.

O temor por causa da recente onda de vendas na China se somou ao nervosismo com a Grécia e a tensão antes da divulgação da ata do Federal Reserve e causou, segundo operadores, a busca pela segurança do ouro. Além disso, a paralisação do pregão físico na Bolsa de Nova York (NYSE) deu gás à procura pelo metal. Fonte: Dow Jones Newswires.

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Logo depois de receber a advertência do exército israelense, dezenas de famílias se somaram em pânico à massa de palestinos que encontraram refúgio em uma escola da ONU em Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza.

"O exército nos disse: é preciso abandonar o setor agora. Os que não fizerem isso colocarão sua vida em risco", relata Ghasan Ahed, que fugiu na noite anterior de sua casa de Beit Lahiya, uma cidade regularmente bombardeada ao norte de Gaza, não muito longe da fronteira com Israel.

O exército telefonou e enviou mensagens aos celulares dos habitantes de Beit Lahiya, aos de Beit Hanun, cidade próxima, e aos de Zeitun, um bairro do sul da Cidade de Gaza, antes de submeter o setor a bombardeios maciços.

"As mensagens nos diziam para irmos à Cidade de Gaza. Mas não é tão fácil. Não temos familiares ali, não temos para onde ir", comenta um policial de 46 anos, pai de seis filhos. Quase 180.000 habitantes do território palestino, submetido a um bloqueio israelense desde 2006, fugiram de suas casas e vivem agora com precariedade em 83 escolas administradas pela Agência Nacional para a Ajuda aos Refugiados palestinos (UNRWA).

O lixo se amontoa nas paredes do recinto. Mulheres tentam como podem limpar as salas de aula onde os colchões sujos são empilhados.

A falta de espaço obriga outras famílias a se instalar nos corredores ou nos pátios, onde o calor é sufocante. Ali, mulheres tentam proteger seus filhos do sol sob tendas improvisadas com cobertores. Um homem dorme em um pedaço de papelão no chão.

Falta de água e alimentos

"É como se toda Beit Lahiya estivesse aqui. Não há mais salas livres. As pessoas precisam se instalar nos pátios", declarou Samer Kilani, morador de Beit Hanun.

"Não está limpo, não é saudável", lamenta Ghassan Ahed. "As crianças ficam doentes por falta de água potável suficiente. Como não há muita água, a maioria das pessoas não toma banho há dias".

"Queremos comer, mas não há nada fresco", afirma Muna Abu Amcha. Há duas semanas 20 familiares seus estão na escola, depois de fugir de Beit Hanun.

Os combates sem interrupção tornam especialmente difícil a distribuição de alimentos, explica Chris Gunnes, porta-voz da UNRWA.

As crianças se assustam quando ouvem explosões perto, que lembram que as escolas da ONU não estão a salvo.

Várias foram atingidas pelos combates. No dia 24 de julho, um morteiro israelense caiu no pátio de uma delas em Beit Hanun e uma quinzena de palestinos morreram. O exército israelense afirmou, no entanto, que não foi seu morteiro que os matou.

Israel responsabiliza o Hamas pelas mortes da população civil. Acusa o movimento islamita de utilizar os civis como escudos humanos ao esconder suas armas e seus centros operacionais nas igrejas, mesquitas ou escolas.

Ganeses estão em abrigos provisórios em São Paulo, Criciúma (SC) e Caxias do Sul (RS). Após obterem visto de turista para a Copa, sonham com trabalho no Brasil e querem ajudar a família que ficou na África.

A onda de migração de ganenses sucede a de haitianos e senegaleses, que chegam há anos com histórias semelhantes. Depois de algum tempo poupando e eventualmente com ajuda familiar, eles "investem" cerca de US$ 1,5 mil para empreender a viagem Acra-Casablanca-São Paulo de avião, pagar mais um deslocamento de ônibus e sobreviver alguns dias no Brasil. Quase todos são homens jovens, entre 20 e 30 anos. Chegam só com a roupa do corpo e dependem de ajuda.

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Movidos pelas informações de que em Caxias do Sul a Polícia Federal (PF) estava habilitada a atender 20 pedidos de refúgio por dia e poderia haver emprego, parte dos ganenses que já estavam em Criciúma tomou o rumo da serra gaúcha. Ao chegar, foram amparados pelo Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), ligado à Igreja Católica, e receberam apoio da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Vereadores.

No ginásio de esportes do Seminário Diocesano Nossa Senhora Aparecida, local encontrado pelo CAM para abrigá-los, os ganenses de diferentes cidades formam uma comunidade sem número definido. Como a maioria dos ganenses é muçulmana, criou-se, atrás do ginásio, um espaço atapetado para que todos possam orar voltados para Meca.

Os primeiros que chegaram se disseram perseguidos por questões tribais, desavenças religiosas e até brigas de vizinhos. No dia 11, o governo de Acra sustentou que o argumento não tem fundamento e destacou que não há conflitos internos. Nos últimos dias, a justificativa dos que chegam é de que fogem da pobreza, do desemprego ou dos salários baixos e desrespeito às leis trabalhistas.

Autoridades já observaram que dificilmente os pré-requisitos para a concessão de refúgio, como o da perseguição, serão preenchidos. Ao mesmo tempo, admitem que os migrantes poderão ficar no Brasil, mas em outra condição, com visto de trabalho para ocupar as vagas que conseguirem no período em que o pedido de refúgio estiver em análise.

Levantamento mais recente do Ministério da Justiça mostra que foram emitidos 8.767 vistos para ganenses durante a Copa e 2.529 entraram efetivamente no País desde então. Desses, 1.397 já deixaram o Brasil e 1.132 permanecem por aqui. Os pedidos de refúgio encaminhados ao Conare chegam a 180.

Embora a grande maioria dos imigrantes abrigados no espaço da Prefeitura no Glicério seja do Haiti, cidadãos de Gana vêm engrossando a demanda por acolhimento no local nas últimas semanas. Imigrantes do país africano aproveitaram a realização da Copa do Mundo no Brasil para pedir visto como turistas e viajarem ao País. Ao chegarem aqui, deram entrada junto às autoridades brasileiras ao pedido de refúgio político.

Assim como aconteceu em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, onde 250 ganeses fizeram a solicitação, São Paulo também tem recebido imigrantes de Gana nessa situação. Somente no abrigo da Prefeitura, há cerca de 40 ganenses.

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Entre eles está o engenheiro mecânico Richard Oduro Amponsa, de 41 anos. "Comprei ingresso no site da Fifa para mostrar no Consulado do Brasil em Gana, consegui o visto e cheguei há uma semana. Mas nem sou fã de futebol. Só aproveitei essa oportunidade para fugir do conflito étnico que está acontecendo no meu país. A disputa por terra faz com que a gente tenha que matar irmãos. Não quero fazer parte disso", diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de pessoas que buscaram refúgio no Brasil em 2013 mais do que dobrou em relação a 2012. No ano passado, 5.256 pessoas fizeram a solicitação. No ano anterior, haviam sido pouco mais de 2 mil, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (14) no relatório Refúgio no Brasil: uma Análise Estatística (2010-2013), elaborado pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Em relação a 2010, o aumento chegou a 800%.

Até maio deste ano, já foram 684 casos de concessão de refúgio no Brasil. O Acnur estima que o número de solicitações possa chegar aos 12 mil até o final de 2014. Para o presidente do Conare, Paulo Abrão, esse aumento é justificado principalmente pelo acirramento de conflitos internacionais e pelos fluxo migratório rumo a países considerados “terras de oportunidade” – especialmente no sentido Sul-Sul, que, atualmente, recebe 40% do fluxo mundial de migrações.

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“O Brasil tem prática humanitária de destaque, tradição de respeito aos direitos humanos, e o Acnur tem feito amplo reconhecimento disso”, informou o representante da agência da ONU no Brasil, Andrés Ramirez. Segundo ele, o aumento dos pedidos de refúgio ao governo brasileiro é uma tendência. “Essa tendência está clara desde 2010, não é uma coisa do ano passado para este. O aumento é exponencial”.

Há atualmente 5.208 refugiados no território nacional. Entre eles, há pessoas de 80 nacionalidades, das quais 90% estão na faixa etária entre 18 e 30 anos e 66% são homens. Entre os refugiados no país, a maioria veio da Síria, República Democrática do Congo (RDC), Colômbia e do Paquistão. Na lista das unidades da Federação onde há mais interessados em obter refúgio estão São Paulo (23%), Paraná (20,7%) e o Distrito Federal (14%).

De acordo com o relatório, há uma tendência a mudanças nos próximos anos – com a diversificação da nacionalidade de solicitantes, devido à abertura do Brasil no contexto de crises humanitárias mundiais.

A legislação brasileira prevê que têm direito a se tornar refugiados pessoas que vivem em ambiente de perseguição por motivos políticos, de raça, religião, pertencimento a determinados grupos sociais (como países que tem políticas homofóbicas) e por grave e generalizada violação de direitos humanos.

Segundo o documento, a concessão de refúgio no país foi fortalecida entre 2010 e 2013 por meio de legislação específica e pela consolidação brasileira como o principal doador de recursos ao Acnus entre os países emergentes, com a contribuição de mais de R$ 11 milhões nesses quatro anos. Resolução do Conare publicada ontem (13) no Diário Oficial da União estabelece novas regras para desburocratizar concessão de refúgio. As novas medidas passam a valer a partir desta quarta-feira. A expectativa é que, com essas regras, haja mais celeridade e mais eficiência nos procedimentos.

Até então, para entrar com a solicitação de refúgio, o interessado tinha de passar por quatro etapas, incluindo entrevistas e preenchimento de formulários na Polícia Federal e entrevista com entidades de promoção e atuação social na defesa dos direitos humanos, como a Cáritas. Esse processo foi facilitado, os formulários para preenchimento, unificados, e o comprovante de análise de refúgio deve ser entregue no primeiro contato com a pessoa – que já regulariza a situação do estrangeiro no país. Outra medida de facilitação é o prazo de renovação do formulário de análise do pedido de refúgio, que tinha de ser feito a cada 180 dias. Agora, o formulário valerá por um ano.

 

O governo brasileiro ainda não decidiu se irá conceder refúgio ao senador boliviano Roger Pinto Molina, um dos principais opositores ao governo do presidente Evo Morales. O prazo para que ele permaneça no País se encerra no dia 24 de fevereiro, mas o Secretário Nacional de Justiça, Paulo Abrão, informou que ainda não há definição a respeito.

"Tudo ainda depende das diligências que foram promovidas dentro do processo e que ainda dependem de resposta", justificou o secretário, acrescentando que o caso corre em sigilo no Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) e que, portanto, não poderia dar mais detalhes. Até a definição, contudo, o senador poderá ficar no País. "Expirando o prazo final, basta ele procurar qualquer delegacia da Polícia Federal e renovar a permissão provisória para ficar no País. Esse prazo pode ser renovado indefinidamente até a decisão final do Conare." O Grupo Estado apurou que a decisão sobre só deve ser tomada após a campanha presidencial para evitar mais desgastes para o governo Dilma Rousseff.

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O governo da Bolívia encaminhou ao Ministério da Justiça brasileiro documentos que tentam mostrar que Pinto Molina responde a mais de 20 processos judiciais por crimes comuns e que sua fuga para o País teria como objetivo evitar as condenações. Por essa razão, a Bolívia pede que o Brasil não conceda o refúgio.

O advogado do senador boliviano, Fernando Tibúrcio Peña, afirmou que o adiamento, passados seis meses do pedido, causa intranquilidade ao seu cliente e demonstra que o processo ainda esta politizado. A defesa sustenta que os processos são resultado de perseguição política do governo Evo Moraes ao opositor Pinto Molina. "Na época em que ele chegou ao Brasil, o ministro da Justiça me disse que havia interesse em resolver o caso rapidamente, mas vejo que o caso continua politizado", disse. Segundo ele, seu cliente teve apenas uma condenação, por corrupção, com pena de prisão de um ano, em processo que está em fase recursal.

Pinto Molina fugiu da Bolívia com a ajuda do diplomata brasileiro Eduardo Sabóia, em agosto passado, após ficar 455 dias morando na embaixada do Brasil em La Paz. A fuga com a ajuda da diplomacia irritou a presidente Dilma Rousseff, que tem boas relações com o governo bolivariano, e culminou com a queda do ministro das Relações Exteriores Antonio Patriota e a abertura de sindicância contra Sabóia que pode resultar na sua demissão do serviço público.

A médica cubana Ramona Matos Rodriguez vai entrar ainda nesta quarta-feira (5) com pedido de refúgio no Conselho Nacional de Refugiados (Conare), vinculado ao Ministério da Justiça. A partir do pedido, a médica terá assegurado o direito de ir e vir e de residência provisória até que o processo seja julgado pelo Conare. Ramona está abrigada na liderança do Democratas na Câmara dos Deputados desde essa terça (4), onde buscou ajuda após fugir de Pacajá, no interior do Pará, município em que atuava no programa do governo federal Mais Médicos. A médica buscou o apoio dos deputados do partido por discordar das condições de trabalho do programa e após ser informada que a polícia federal esteve atrás dela depois que deixou Pacajá.

A Lei brasileira (9.474/1997) que criou o Conare permite que o estrangeiro que esteja em território nacional possa solicitar o reconhecimento como refugiado. O pedido de refúgio pode ser feito nos casos em que há contra estrangeiros temores fundamentados de perseguição por motivo de raça, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas. Ramona disse que se sentiu enganada pelo regime cubano ao tomar conhecimento sobre os valores reais da remuneração do programa Mais Médicos.

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No contrato assinado com uma sociedade anônima em Cuba (Sociedade Mercantil Cubana Comercializadora de Serviços Médicos Cubanos) o salário especificado é de US$ 400 pagos no Brasil e outros US$ 600 depositados numa conta na Ilha dos irmãos Castro. O valor só poderia ser acessado quando a médica finalizasse o serviço no Brasil daqui a três anos. O valor pago mensalmente representa menos de 10% dos R$ 10 mil reais anunciados pelo governo brasileiro e pagos a outros profissionais do programa contratados para os mesmos serviços prestados pelos cubanos. Ramona afirmou que teme por sua segurança e de sua família que está em Cuba e diz ter a certeza de que se retornasse hoje ao país seria presa imediatamente.  

*Com informações da Assessoria de Imprensa

Na busca de um refúgio, o elenco tricolor vai fazer a sua preparação longe do Recife. A partir desta quinta-feira (31) o treino será afastado dos empolgados torcedores. O local escolhido pela diretoria do clube foi o Centro de Treinamento do Porto, em Caruaru.  O time entrará em campo no próximo domingo (3), precisando de apenas um empate, diante o Betim-MG, para conseguir o acesso à Série B do Brasileiro.

A programação dos treinamentos, entretanto, será mantida. Apenas uma mudança ocorrerá; os treinos serão de portões fechados também para a imprensa. “Definimos que precisamos neste momento, se afastar um pouco do ‘oba-oba’ da torcida e focar 100% neste duelo. Temos que ficar ainda mais unidos. Nossa programação será a mesma, mudamos apenas o local de treinamento”, explicou o gerente de futebol do Santa Cruz, Ataíde Macedo. “Os treinamentos serão de portões fechados no Ninho do Gavião”, ressaltou o diretor. 

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Bem aceito 

A proposta da direção coral foi bem vista pelo elenco tricolor. O meio-campista Natan acredita que é importante fugir do clima de euforia e de ‘já ganhou’. “Acho importante essa atitude. Será uma oportunidade para nosso grupo se unir ainda mais. Também vai ser importante para combinarmos jogadas ensaiadas (já que o treinamento será de portões fechados)”, comentou.  

 

O jovem A. tem 24 anos e mora em um país muçulmano. O fato de vir de família católica faz de sua casa alvo de constantes ameaças. O sonho do avô era, um dia, ver um papa pessoalmente. A. o realizou ao vir ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude, há um mês. Assim como outros 40 peregrinos de países onde existem a perseguição religiosa e os conflitos armados, o rapaz, jurado de morte só por participar do evento, não quer ir embora: está pedindo refúgio ao governo brasileiro.

"Não posso voltar. Já avisaram que matam não só a mim, mas toda a minha família", contava ontem, chorando, na Casa de Acolhida da Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro, na zona norte da cidade, seu novo endereço. "Durante a JMJ, me senti extremamente livre ao ver milhões de pessoas na rua gritando, cantando, professando sua fé. Estou triste por não ver mais o rosto da minha mãe antes de dormir, mas lá não consigo um bom emprego pelo simples fato de ser cristão, mesmo tendo estudado toda a minha vida e me formado em Artes e Jornalismo."

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Os peregrinos são jovens na casa de 20 anos, egressos de três países: Paquistão, Serra Leoa e República Democrática do Congo. Os congoleses fogem da violência em seu país e se abrigaram com conterrâneos já radicados no Rio. Os demais estão espalhados em paróquias. Alguns trazem marcas de tortura no corpo; histórico de mortes de familiares e de humilhações são comuns.

Para acelerar a adaptação ao novo país, eles têm aulas de português duas vezes por semana, duas horas por dia. A comunicação é toda em inglês. Os jovens se mantêm e se alimentam com a ajuda da Igreja, de fiéis e de voluntários. O contato com a família, raro, é por telefone e internet. Ao Estado, pediram para não terem o nome nem a nacionalidade publicados, por temerem pela segurança dos que ficaram para trás.

"Aqui as pessoas são muito felizes, cada um tem sua religião. É o paraíso. Na minha comunidade, se você é cristão, e não muçulmano, não te dão nem um copo d’água. Sou coagido o tempo todo a virar muçulmano, mas podem cortar a minha cabeça que eu não viro, pois tenho muito orgulho da minha fé", disse outro rapaz, de olhar perdido.

"Mataram meu pai e minha irmã quando ela tinha 7 anos. Minha mãe teve de fugir da nossa cidade. Sofro muita pressão psicológica, o que pode ser pior do que tortura física", relatou outro, para quem a vida de refugiado, ainda que melancólica, se prenuncia melhor do que a de medo que tinha antes.

Processo. Assim que a Jornada Mundial da Juventude acabou, no dia 28 de julho, os jovens pediram ajuda a religiosos com quem mantiveram contato. Já marcaram entrevistas na Polícia Federal, para dar início ao processo por que passam todos os candidatos a refugiados. Os casos serão analisados pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare), presidido pelo Ministério da Justiça. A Cáritas de São Paulo tem outros cinco casos. Se forem aprovados, os estrangeiros terão os vistos trocados.

Segundo Andres Ramirez, representante no Brasil do Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), são situações-limite, que se enquadram na Lei 9.474, que dispõe sobre o tema e estabelece que "será reconhecido como refugiado todo indivíduo que por fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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