Tópicos | Semana na política

Os últimos sete dias na política estadual e nacional foram agitados pelas consequências da crise econômica. Em Pernambuco, logo na segunda-feira (24), o governador Paulo Câmara anunciou um novo corte nos gastos públicos. Desta vez, o contingenciamento foi de R$ 600 milhões. Com o novo montante, em 2015 a gestão estadual contingenciará R$ 920 milhões. A redução, de acordo com o secretário da Fazenda Márcio Stefanni, vai ser formalizada em até duas semanas e deve atingir todas as pastas. 

O governo estadual não foi o único a conter despesas. A Prefeitura de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), anunciou a redução no salário dos cargos comissionados, a devolução de carros locados e outros cortes. Outra gestão que está estudando ampliar o contingenciamento também é a do Recife. O prefeito Geraldo Julio afirmou esta semana que as projeções para o segundo semestre farão com que “os cortes sejam aprofundados”. Ele se reúne com a equipe neste sábado (29) para definir as prioridades

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A retenção das despesas também passará pelo legislativo. Na última quarta-feira (26), a Assembleia Legislativa de Pernambuco iniciou um estudo para cortar pelo menos 245 cargos comissionados dos gabinetes. Decisão deve sair na próxima segunda-feira (31).

O possível retorno da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) também esteve entre os assuntos mais comentados nesta semana. A retomada do tributo está sendo estudada pelo Governo Federal, por causa da queda na arrecadação, e foi um dos temas abordados nessa sexta-feira (28) pela presidente Dilma Rousseff (PT) durante um encontro com os governadores do Nordeste. 

Nas novidades da proposta está uma possível partilha da receita entre estados e municípios, o que poderia ganhar o apoio de governadores e prefeitos. O vice-presidente Michel Temer (PMDB), parlamentares e alguns partidos já se colocaram contra a recriação da CPMF.  

O Senado reconduziu Rodrigo Janot ao posto de procurador-geral da República para um mandato de dois anos. Sob críticas de senadores pelos rumos tomados pela Operação Lava Jato, o nome dele foi aprovado em plenário nessa quarta (26) por 59 senadores. Sabatinado por quase 10 horas na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ), o chefe do Ministério Público Federal negou com veemência ter feito um "acordão" com o governo para, em troca de ser reconduzido, livrar a presidente Dilma Rousseff das apurações da operação e destacou que as investigações vão "até onde as pessoas foram". Além disso, ele recebeu críticas do senador Fernando Collor (PTB) e enalteceu os serviços do MPF. 

Processo de cassação – A maioria dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta semana reabrir o processo impetrado pelo PSDB que pede a cassação da chapa da presidente Dilma. A reabertura ainda não foi efetuada por causa de um pedido de vista na análise do processo. Apenas dois ministros faltam colocar suas posições. A retomada causou indisposição entre petistas e os ministros. A presidente da legenda em Pernambuco, deputada estadual Teresa Leitão, afirmou que o ministro Gilmar Mendes deveria andar usando um bóton do PSDB.

Quase legalizado – A Rede Sustentabilidade recebeu nesta semana o aval positivo do Ministério Público Eleitoral para a legalização da legenda. O parecer do MPE foi encaminhado ao TSE e deve embasar o voto do relator do processo de criação. A expectativa da Rede é de que o partido receba o aval final até o fim da primeira quinzena de setembro. Caso isso aconteça, eles poderão participar do processo eleitoral de 2016.

Lava Jato – Entre os desdobramentos da Operação Lava Jato nos últimos dias, alguns fatos sobre a participação do pernambucano e ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP) foram destaque nos últimos dias. Delatores confirmaram o pagamento de propina ao progressista, que segundo o seu ex-assessor, Ivan Veron, usava um email com a titulação de “Nossa Senhora Aparecida” para ajudar detalhes sobre os pagamentos com o doleiro Alberto Youssef. Corrêa está articulando a delação premiada com a Justiça Federal.

Os festejos juninos quebraram o ritmo acelerado das questões políticas em Pernambuco esta semana. Apesar disso, na última segunda-feira (22), por exemplo, um debate acalorado marcou a análise do Plano Municipal de Educação (PME) na Câmara de Vereadores do Recife. O texto passou pelos parlamentares após duas sessões (uma extraordinária) acaloradas e com direito a protestos, objetos jogados no plenário e cartazes de repúdio. 

A primeira iniciou no Plenário da Casa com a galeria cheia de manifestantes, no entanto quando o clima ficou tenso e após o presidente da Câmara, Vicente André Gomes (PSB), interromper a reunião por duas vezes, a votação precisou ser transferida para o Plenarinho, onde é vedada a participação do público. Ao final, o texto passou pelo crivo dos parlamentares com 28 votos a favor e 5 contra. Além disso também foi aprovada uma emenda extinguindo temas sobre a ideologia de gênero no PME.

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Ao contrário dos embates da Câmara, na Assembleia Legislativa os deputados estaduais estenderam o feriado de São João, celebrado na última quarta-feira (24), e não realizaram nenhuma sessão plenária durante os últimos dias. 

Ainda na segunda-feira, já no âmbito nacional, o ex-presidente Lula (PT) fez umas declarações em crítica ao Partido dos Trabalhadores durante o seminário "Novos desafios da democracia", promovido pelo Instituto que leva o nome dele. Durante seu discurso, com duras palavras Lula chegou a dizer que “o PT perdeu um pouco do sonho, da utopia” e “só pensa em cargo e em ser eleito”. O posicionamento gerou desconforto entre os petistas, para a presidente da legenda em Pernambuco, deputada Teresa Leitão, "Lula tem razão, mas esse assunto é interno". 

O ex-presidente também foi foco de outra polêmica durante esta semana. Um habeas corpus preventivo a uma possível prisão na Operação Lava Jato – que investiga os esquemas de corrupção na Petrobras – foi impetrado na Justiça Federal do Paraná no nome dele na última quarta. Na quinta-feira (25), Lula e seus advogados negaram serem autores da petição e acreditaram ser estranho um dos líderes da oposição no Congresso, o senador Ronaldo Caiado (DEM) ter sido o primeiro a divulgar a notícia. O autor do habeas corpus foi o consultor Maurício Ramos. 

No contexto da Lava Jato, nesta semana também foram efetuadas novas prisões. Entre elas e de executivos da Organização Odebrecht. A empresa afirmou, em nota, estar “indignada” com as medidas da Polícia Federal. Outro ponto que estremeceu o meio político foi o vazamento da delação premiada do dono da UTC, Ricardo Pessoa. Entre os nomes citados no texto, estão os da presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, ambos do PT. 

Segundo informações vazadas na imprensa, Pessoa repassou R$ 3,6 milhões de caixa dois para o ex-tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010, José de Filippi, e o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, entre 2010 e 2014.O líder do Democratas (DEM) na Câmara Federal, deputado Mendonça Filho, classificou como “estarrecedor” o teor da delação premiada. 

Voltando ao cenário local, nesta sexta-feira (26) o governador de Pernambuco , Paulo Câmara (PSB), recebeu os ministros do Turismo, Henrique Eduardo Alves, e das Cidades, Gilberto Kassab. Alves esteve na capital pernambucana para assinar um convênio com o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), para a instalação de equipamentos turísticos no Recife Antigo. Já Kassab veio anunciar a liberação de mais de R$ 300 milhões para obras no estado. Os aportes serão destinados para Arcoverde, Caruaru e Timbaúba. Durante a passagem pelo estado, o socialdemocrata falou sobre a relação da gestão estadual com a federal e disse que viva em um “casamento” com o PSB pernambucano

Os últimos sete dias foram intensos para a política nacional e local. Fatos como os protestos a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT); o lançamento do pacote anticorrupção; a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes (PROS); a rejeição do requerimento que criaria a Frente Parlamentar de Cidadania LGBT na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e a deflagração de uma nova fase da operação Lava Jato tiveram destaque nesta semana. 

O Portal LeiaJá listou alguns assuntos que foram destaque na conjuntura política. Confira:

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Manifestação pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT): Milhões de pessoas foram às ruas do país no último domingo (15) pedir o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). No Recife, 8 mil eleitores insatisfeitos fizeram uma passeata pela orla da Avenida Boa Viagem pedindo o “fora Dilma” e “fora PT”. Eles defendiam uma maior punição aos investigados pela Operação Lava Jato, a inclusão da presidente nas averiguações e a reforma política. 

Durante o ato, por inúmeras vezes, foram proferidas vaias a Dilma e aplausos ao ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), falecido em agosto de 2014. 

Apesar do apartidarismo pregado pelo ato, alguns parlamentares participaram da manifestação e destilaram críticas à presidente. Entre eles, os deputados federais Jarbas Vasconcelos (PMDB), Raul Jungmann (PPS) e Bruno Araújo (PSDB), este líder da oposição na Câmara Federal. 

Um novo ato pedindo o impeachment da petista já foi agendado pelo movimento Estado de Direito. A nova mobilização vai acontecer no dia 12 de março, às 14h, em Boa Viagem. Segundo eles, “não vão sair das ruas até Dilma sair do Planalto”. 

Resposta de Dilma e pacote anticorrupção: Após ser criticada por enviar os ministros para se pronunciar em nome do Governo Federal sobre as manifestações, no último domingo (15), a presidente Dilma Rousseff (PT) decidiu falar abertamente sobre os protestos após a sanção do Novo Código de processo Civil, na segunda-feira (16). Ela falou sobre a economia do país, a corrupção e assumiu os erros cometidos no governo. 

“Longe de mim achar que não cometemos erro nenhum. Mas não posso aceitar ser responsabilizada por decisões que se não tomadas a situação seria pior. Temos que aceitar que as vozes são diferentes em um País complexo como esse. Mas tem que haver responsabilidade quando se trata de instituição”, afirmou na ocasião. 

Ainda como resposta às ruas, a presidente lançou, na última quarta-feira (18), um pacote anticorrupção, composto por uma série de propostas que foram encaminhadas ao Congresso Nacional para combater práticas ilícitas no poder público e evitar a impunidade.

A iniciativa foi apoiada pela base aliada. O senador Humberto Costa (PT), por exemplo, afirmou que a correligionária deu uma "forte demonstração de comprometimento". Já o líder da oposição na Câmara, deputado Bruno Araújo (PSDB), afirmou que a proposta é requentada

Rejeição da administração da presidente: Um levantamento divulgado pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN) feito em parceria com o Instituto de Pesquisa MDA, revelou uma rejeição quanto à administração da presidente Dilma Rousseff (PT). De acordo com os dados, 70% dos entrevistados desaprovam a gestão petista.

A amostra também questionou, entre outras coisas, se o governo de Dilma seria bom, regular ou ruim. Entre as opiniões dos entrevistados 13% avaliaram como bom e 59% como ruim. Outros 28% consideraram regular e 1% não responderam.

Além da administração em geral, o levantamento também aferiu a satisfação dos brasileiros quanto os programas educacionais. Iniciativas como o Prouni, Fies e Pronatec foram aprovadas pela população, apesar do pouco conhecimento sobre eles. As mudanças do governo quanto ao Fies, por exemplo, foram reprovadas pelos brasileiros que não confiam nas promessas da petista para a área.

Rejeição da Frente LGBT: Por dois votos a Assembleia Legislativa de Pernambuco não aprovou a criação da Frente Parlamentar de Cidadania LGBT. O requerimento para a implantação do grupo externo foi apresentado pelo deputado estadual Edilson Silva (PSOL), que também seria o coordenador do colegiado, no entanto a proposta conquistou apenas 23 dos 25 votos necessários para a criação. 

Dez parlamentares foram contra a Frente, que causou, inclusive, um desconforto entre a bancada evangélica da Casa Joaquim Nabuco. Nomes como os dos deputados Cleiton Collins (PP), Adalto Santos (PSB) e André Ferreira (PMDB) travaram um debate acirrado com Edilson durante a apreciação da matéria. "Queremos políticas para todos e não para grupos específicos", disparou Collins.

Apesar do posicionamento dos pares a partir do crivo religioso, o autor do requerimento afirmou que a rejeição se deu por causa de uma manobra do presidente da Casa, deputado Guilherme Uchoa (PDT). Para Silva, a atitude do pedetista foi “medieval”.  

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Operação Lava Jato: Na última segunda-feira (16) foi deflagrada a décima fase da Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF). A nova fase foi batizada pelos delegados com a indagação: "Que país é esse?". Frase utilizada pelo ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, durante a sua primeira prisão em novembro. Desta vez ele foi novamente detido pela PF. Renato Duque foi sabatinado pela CPI da Petrobras nessa quinta-feira (19), mas preferiu ficar calado.

Também envolvendo a Operação Lava Jato, deputados federais da bancada de oposição enviaram um agravo ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo para que a presidente Dilma Rousseff (PT) também passe a ser investigada por envolvimento nos casos de corrupção na Petrobras. O ministro responsável pelo caso, Teori Zawaski, afirmou que pretende analisar a matéria e conversar com o procurador Rodrigo Janot sobre a possibilidade. O Portal LeiaJá conversou com um especialista para saber quais são as possibilidades da petista ser investigada.

No quesito investigação entre parlamentares, o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) se pronunciou pela primeira vez em defesa própria quanto o envolvimento nos casos da Lava Jato. Ele foi incluído, na última semana, na lista dos que serão investigados pelo STF. Bezerra é citado como o mediador de propina entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos.  

Demissão de Cid Gomes: O ex-ministro da Educação, Cid Gomes (PROS) pediu demissão do cargo, nessa quarta-feira (18), após uma série de embates com deputados federais. Ele havia declarado que “uns 400 a 300 deputados federais são achacadores” e a afirmação causou um desconforto geral entre os parlamentares

Convocado para esclarecer a declaração, Cid, ao contrário do esperado, arrefeceu ainda mais o debate ao não pedir desculpas aos deputados e disparar duras críticas contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).  

Não cedendo, Gomes saiu da Câmara Federal e seguiu direto para o Palácio do Planalto, para pedir demissão. Aceita prontamente pela presidente Dilma Rousseff. A exoneração, "a pedido", de Cid Gomes do cargo de ministro da Educação está publicada no Diário Oficial da União da quinta-feira (19)

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