Tópicos | Transgêneros

Os transgêneros vivem em condições dramaticamente diferentes em distintas partes do mundo. Muitas vezes são vítimas de violenta repressão, mas também conseguiram conquistar direitos significativos, por exemplo, na Europa e nos Estados Unidos.

Existem poucos dados estatísticos confiáveis sobre as pessoas transgênero. Isto se deve, em parte, ao sigilo em que precisam viver. Esta falta de conhecimento ou de compreensão às vezes também se acentuam por uma terminologia que muda e é complexa sobre sua condição.

Pessoas transgênero

O termo "transgênero" ou "trans" se refere a uma pessoa cuja identidade de gênero - o sentimento psicologicamente arraigado de ser um homem, uma mulher, ou nenhuma das duas categorias - não corresponde à de seu sexo de nascimento.

Segundo um estudo importante nos Estados Unidos, de 2011, 0,3% da população deste país se define como transgênero. Na Índia, é meio milhão, segundo o censo de 2014. Transgênero inclui as pessoas que foram operadas para redefinir seu sexo, assim como as que só receberam um tratamento hormonal. Mas ser "trans" não implica necessariamente ter recebido um tratamento de tipo algum.

Uma pessoa que nasceu com sexo feminino, mas se identifica e vive como um homem é um "homem transgênero", ou homem trans. Uma pessoa que nasceu com sexo masculino, mas se identifica como uma mulher, é uma "mulher transgênero", ou mulher trans. Cabe destacar que o termo "transsexual" é usado cada vez com menos frequência.

Orientação sexual

A identidade de gênero não deve ser confundida com a orientação sexual. Uma mulher ou homem transgênero pode ter qualquer orientação sexual: homossexual, heterossexual ou bissexual.

"Mudança" ou "redefinição" de sexo?

Grupos de direitos das pessoas transgênero se opõem ao uso da expressão "mudança de sexo" para designar as intervenções cirúrgicas. Segundo estas organizações, se trata de um termo obsoleto que não reconhece que as pessoas transgênero que buscam "adequar seus corpos ao que são" e não mudar quem são.

Por isso, recomendam usar o termo "cirurgia de redefinição de sexo" e se apoiam em uma quantidade crescente de estudos que mostram que a anatomia e a identidade de gênero proveem de processos hormonais e genéticos distintos, que nem sempre coincidem em uma mesma pessoa.

Transição

Diz-se de uma pessoa transgênero que está em "transição" se ela se encontra em processo de mudar suas "características físicas e sexuais", segundo a Associação de Jornalistas Lésbicas e Gays dos Estados Unidos.

Pode-se tratar de um processo complexo, que inclui cirurgias ou mudanças hormonais, mas não necessariamente. Em alguns casos, ocorre através de terapia individual ou grupal, ou se vive como um processo íntimo em que se anuncia às pessoas mais próximas e a seu entorno uma mudança de nome ou de status legal.

Da repressão à proteção legal

A situação das pessoas transgênero varia muito no mundo. A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) registrou 80 países em que as relações homossexuais ou a promoção dos direitos das pessoas LGBT são condenados, às vezes com flagelação ou até com a pena de morte.

Os Estados Unidos são um dos países com leis mais avançadas em matéria de proteção contra a discriminação das pessoas transgênero. Mas, estas leis também variam de estado para estado.

Na Europa, o Parlamento Europeu aprovou em 1989 uma resolução que proibia a discriminação com as pessoas transgênero. Mas, só 13 dos 28 países-membros da União Europeia proíbem explicitamente a violência contra este grupo, segundo a organização "Transgender Europe".

Os atletas transgêneros conquistaram em 2016 uma vitória fora dos campos e das quadras. No começo deste ano, o Comitê Olímpico Internacional (COI) mudou a sua resolução sobre atletas transexuais em competições oficiais. Segundo a entidade, agora homens podem participar dos eventos da entidade sem nenhuma restrição e as mulheres precisam apenas ter a quantidade de testosterona controlada para poder competir em equipes femininas, mais precisamente não podem ter mais de 10 nanomol por litro (unidade de medida que indica a quantidade da substância por litro de sangue) do hormônio no sangue nos 12 meses anteriores a competição. A necessidade de cirurgia de mudança de sexo não é mais necessária.

Mas não vai ser no Rio que o primeiro transgênero vai competir. Quem chegou mais perto foi o norte-americano Chris Mosier. Atleta do biatlo, ele chegou a tentar a vaga olímpica para disputar o triatlo na Olimpíada deste ano, mas não conseguiu. Mas estará no Campeonato Mundial de Biatlo, nos dias 4 e 5 de junho, em Aviles, na Espanha.

##RECOMENDA##

"Eu não vou estar na Olimpíada este ano, já que o biatlo não é um esporte olímpico. E eu estou bem em relação a isso. Já é uma grande honra representar meu país em uma competição internacional e ser o primeiro atleta transgênero homem na equipe norte-americana. Também vou ser o primeiro atleta a competir internacionalmente após a nova política do COI. Estou animado em abrir novas portas para atletas transgêneros no futuro", disse Mosier.

Chris compete entre os homens desde 2010. Seis anos antes, o COI se movimentava pela primeira vez em relação a atletas que se identificavam com um sexo diferente do de nascença. O que passou a vigorar na ocasião foi decidido no Congresso de Estocolmo, na Suécia, em 2004. As regras eram mais rígidas.

Além da necessidade da cirurgia de mudança completa (o que foi derrubado em 2016) e da terapia hormonal direcionada a cada sexo, era preciso ter o reconhecimento legal da mudança em seu País de origem, uma dificuldade devido às legislações específicas. As restrições mantinham os transgêneros apenas nas competições específicas, como os Gay Games (o próximo será em 2018, em Paris).

"A possibilidade agora está aberta. Em algum lugar um jovem está se apaixonando por um esporte e não terá que comprometer sua identidade nem como pessoa, nem como esportista, para ser um futuro atleta olímpico. As portas estão abertas. A mudança na política do COI é um enorme passo em direção a inclusão dos transgêneros no esporte de alto desempenho", afirmou Mosier.

NO BRASIL - A mudança deve beneficiar atletas pelo mundo inteiro que ainda sofrem com o preconceito. Entre os brasileiros não há esportistas de alto desempenho que se enquadrem nos pré-requisitos do COI. Entre os amadores, está Ohara Santos. Nascida Franscismar e hoje com 33 anos, joga vôlei pelo time da cidade de Santa Isabel (SP). Sempre atuando em equipes masculinas. "Mesmo já mais veterana, se eu tivesse a oportunidade de jogar em um time feminino seria um sonho. Realmente me sentiria mais completa. Seria um avanço", explicou Ohara.

O Maroon 5 se tornou nesta sexta-feira a última banda a cancelar shows na Carolina do Norte em resposta a uma lei que obriga transgêneros a usarem o banheiro que corresponde a seu sexo de nascimento.

O grupo, conhecido pelos sucessos como "Moves Like Jagger" e "Makes Me Wonder", cancelou shows marcados para setembro em Raleigh, a capital deste estado do leste dos Estados Unidos, e em sua cidade mais populosa, Charlotte.

##RECOMENDA##

"Não queremos castigar nossos fãs da Carolina do Norte ao não nos apresentarmos, mas no fim o que importa é o que sentimos ser moralmente correto, POIS ACREDITAMOS QUE TODOS DEVEM SER TRATADOS IGUALMENTE", disse a banda em seu site na internet.

Ativistas dos direitos civis lançaram uma campanha desde que foi aprovada na Carolina do Norte uma lei, conhecida como HB2, que exige que as pessoas transgênero usem o banheiro que corresponda ao seu sexo de nascimento, e não aquele do gênero com o qual se identificam.

O lendário roqueiro Bruce Springsteen iniciou o boicote contra o estado e logo foi seguido por grupos e artistas como Pearl Jam, Ringo Starr, Itzhak Perlman e o Cirque du Soleil.

Outros artistas escolheram não cancelar seus shows, mas entregarem doações a ativistas que se opõem à lei. Entre estes se incluem a cantora Beyoncé, a banda Mumford and Sons e a estrela pop dos anos 1980 Cyndi Lauper.

Em meio ao crescente debate sobre os direitos das pessoas transgênero, o presidente americano, Barack Obama, ordenou a todas as escolas do país permitir que seus estudantes usem o banheiro no qual irão se sentir mais confortáveis.

O número de transexuais e travestis que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano quase triplicou em relação ao ano passado. Em 2015, 278 solicitaram o uso do nome social nos dias do exame, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2014, foram feitos 102 pedidos.

O nome social passou a ser adotado oficialmente na aplicação do exame no ano passado, mas era preciso solicitar o uso por telefone. Neste ano, o pedido foi feito pela internet. Nos dias do exame, os transexuais deverão ser tratados pelo nome com o qual se identificam e não pelo nome que consta no documento de identidade. Além disso, usarão o banheiro do gênero com o qual se identificam.

##RECOMENDA##

“Eu acho que os números por si só já mostram que quando se instrumentaliza, quando se atende uma solicitação que a gente faz há tempo, isso repercute de alguma forma”, diz a vice-presidenta da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Keila Simpson. Segundo Keila, a segurança de que serão tratadas pelo nome social faz com que muitas pessoas se sintam mais tranquilas para se inscrever e fazer o Enem.

A produtora de TV Bárbara Aires, 25 anos, é uma das que fizeram a solicitação do uso do nome social. “O nome social é a sua identidade e quando não há garantia [de ser tratada assim], a pessoa se sente num ambiente hostil. O nome social respeita essa pessoa que tem o direito de ser tratada assim”, diz. Bárbara quer usar o Enem para ingressar no ensino superior.  “Quero usar o Enem para mudar a minha realidade”.

De acordo com o Inep, São Paulo é o estado que lidera as solicitações, foram 89. Em seguida está o Rio de Janeiro, com 33, Minas Gerais, com 29, o Paraná, com 22, a Bahia, com 18, Pernambuco e o Rio Grande do Sul, ambos com 12. Os demais tiveram menos de dez soclicitações. Roraima, Acre e Amapá não registraram pedidos.

O Enem neste ano será nos dias 24 e 25 de outubro. As provas serão aplicadas em todos os estados e no Distrito Federal. Ao todo, mais de 7,7 milhões de candidatos confirmaram a inscrição.

Destacar a importância do respeito ao uso do nome social e do banheiro por travestis, transexuais, transgêneros e intersexuais, informando, conscientizando e sensibilizando a comunidade acadêmica. Com esse objetivo a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) lançou a campanha “Meu Nome Importa”, nessa quarta-feira (24), no Campus Recife. A iniciativa é uma das ações do evento “Desterritorializando os Gêneros: Uma Antena Queer Enfiada na Lama”.

De acordo com a instituição de ensino, nas próximas semanas os campi da Federal receberão cartazes, banners e faixas da campanha, bem como os banheiros terão adesivos nos espelhos para as pessoas tirarem fotos e compartilhar nas redes sociais. Para o reitor da UFPE, Anísio Brasileiro, a campanha é uma forma de envolver a comunidade acadêmica e fortalecer o compromisso social. “A universidade é o lugar da cultura, do conhecimento, da autonomia, da inclusão, dos olhares múltiplos e do sentir-se bem. Então, a campanha ‘Meu Nome Importa’ é uma construção que envolve estudantes, técnicos, docentes, pesquisa e atividades ligadas ao compromisso social, de tal maneira que a Universidade acolha e sinta-se acolhida por todos e por todas que desejem se expressar da forma que lhes faça felizes”, declarou Brasileiro, conforme informações da assessoria de imprensa da UFPE.

##RECOMENDA##

Também integram a campanha vídeos informativos e testemunhais. Esses últimos contarão com os depoimentos de 16 personagens da UFPE. 

Tem início nesta terça-feira (11) o 2º Recifest – Festival de Cinema da Diversidade Sexual. O evento conta com a exibição de 30 filmes de 10 países e promove o debate da temática LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). A mostra cinematográfica segue com a programação até o próximo sábado (15) e será realizada no Cinema São Luiz, centro do Recife. Além de filmes e curtas, o Recifest fomenta o debate da temática, oficinas e homenagens. 

O artista Aslan Cabral e a promoter Maria do Céu serão os mestres de cerimônia do evento. A curadoria das mostras competitivas é do diretor e roteirista Hilton Lacerda e da professora e diretora Alice Gouveia. 

##RECOMENDA##

Nesta terça-feira (11), a cerimônia de abertura contará com um concerto da Orquestra de Sinos - Grupo Txaimus, do Departamento de Música da UFPE, regida por Flávio Medeiros. Logo após, será exibido o longa São Paulo em Hi Fi (Brasil, 2013), de Lufe Steffen, que resgata a era de ouro da noite gay paulistana, nas décadas de 1960, 70 e 80. Em agosto de 2014, o longa São Paulo em Hi Fi foi o vencedor da categoria documentário na 16ª edição do Queer Lisboa, festival de temática gay.

Competição

Ao todo, 25 curtas nacionais e pernambucanos concorrem ao Troféu Rutílio de Oliveira. Também será entregue o Troféu Frida, concedido por alunos do curso de direito, aos filmes que levarem os prêmios ABD/Apeci e da Fepec (Federação Pernambucana de Cineclubes), além do vencedor do 2º Prêmio Estadual 7ª Arte e Direitos Humanos, concedido pela Secretaria executiva de Direitos Humanos/Centro Estadual de Combate à Homofobia.

Família

O movimento Mães Pela Igualdade recebe uma homenagem na segunda edição do festival. Há também uma exposição de fotos no mezanino do Cinema São Luiz e um debate na quinta-feira (13), às 9h30, com as professoras de direito Carolina Ferraz e Maria Rita Holanda, os diretores argentinos Rodolfo Moro e Marcos Duszczak, um representante do Ministério Público de Pernambuco e Dona Eleonora Pereira (Mães Pela Igualdade). 

Mostras Especiais 

O Festival Diversidade em Animação – DIV apresenta nove curtas em diversas técnicas, de seis países, que vão desde o stop motion ao 3D. No mesmo dia é exibida uma mostra de quatro curtas estrangeiros, em parceria com o Rio Gay Festival. A seleção é do curador dos festivais, Alexander Mello.

Oficinas

O Recifest 2014 oferece duas oficinas gratuitas, que tiveram início na segunda (10). O Drag Queen Curso é ministrado pelo ator Zecarlos Gomes no Café Castro Alves (Santo Amaro). Já a oficina de Figurino com Beto Normal é realizada no Memorial de Medicina de Pernambuco (Derby). Nela, os participantes criam figurinos para um roteiro sugerido pelo professor. O trabalho começa com leitura e decupagem de um roteiro, passando pela gênese dos personagens, orçamento, até chegar à criação e cartela de cores. As oficinas serão realizadas das 9h às 13h.

No encerramento do Festival será exibido o documentário argentino Famílias por igual, com a presença dos diretores Rodolfo Moro e Marcos Duszczak. O download da programação completa do evento pode ser feito abaixo.

Mostra competitiva de curtas nacionais 

ANTES DE PALAVRAS (SP, 13’), de Diego Carvalho

CANCHA - ANTIGAMENTE ERA MAIS MODERNO (PB, 18’), de Luciano Mariz

DELIRIUM (SP, 16’), de Victor Reis

DENTRO (SP, 15’), de Bruno Autran

MERINTHO (GO, 7’), de Cristiano Sousa

O CLUBE (RJ, 17’), de Allan Ribeiro

O CORAÇAO DO PRÍNCIPE (SP, 14’), de Caio Ryuichi Yossimi

OVO DE COLOMBO (RS, 15’), de Guilherme Mendonça e Marcos Haas

SAILOR (RN, 13’27’’), de Victor Ciriaco

SEM TÍTULOS (BA, 3’), de Leticia Ribeiro e Ronne Portela

SOBRE A PELE E A PAREDE (RS, 11’), de Laura Kleinpaul e Henrique Larré

TODAS AS COISAS QUE EU NÃO TE DISSE (PB, 16’), de Carolline Taveira

 

 

 

Serviço

2º Recifest – Festival de Cinema da Diversidade Sexual

Terça (11) a sábado (15)

Cinema São Luiz (Rua da Aurora 175 – Boa Vista)

Gratuito

A Suprema Corte da Índia reconheceu nesta terça-feira a existência de um terceiro gênero, que não é masculino, nem feminino, uma decisão que permitirá que milhares de pessoas transgênero e eunucos tenham seus direitos reconhecidos.

"O reconhecimento dos transgênero como terceiro gênero não é uma questão social ou médica, mas de direitos humanos", declarou o juiz K.S. Radhakrishnan ao emitir sua decisão.

O tribunal encarregou os governos estatais e federal de identificar os transgênero como um terceiro gênero neutro, que deve ter garantido o acesso aos mesmos programas sociais que outros grupos minoritários na Índia.

"Os transgênero são cidadãos deste país e têm direito à educação e a todos os outros direitos", declarou Radhakrishnan, o juiz principal dos dois que presidiram o caso.

As pessoas transgênero e os eunucos vivem à margem da sociedade indiana, tradicionalmente conservadora, e com frequência são obrigados a recorrer à prostituição, à mendicância e ou a empregos muito precários para sobreviver.

Na Índia, grande parte deles forma a comunidade dos "hijras", que são encarados com uma mistura de temor e respeito.

O recurso à Suprema Corte havia sido apresentado em 2012 por um grupo de pessoas, entre elas um conhecido eunuco e ativista, Laxmi Narayan Tripathi, para exigir direitos igualitários para a população transgênero aos olhos da lei.

Tripathi acolheu com satisfação o veredicto, e lembrou que os transgênero sofrem discriminação neste país tradicionalmente conservador.

"Hoje, pela primeira vez, sinto-me muito orgulhoso de ser indiano", declarou Tripathi aos jornalistas reunidos em frente ao tribunal em Nova Délhi.

"Hoje minhas irmãs e eu nos sentimos como verdadeiros indianos e muito orgulhosos pelos direitos que a Suprema Corte nos garantiu", acrescentou Tripathi.

A decisão foi tomada depois que esta mesma Corte voltou a proibir em dezembro passado as relações entre pessoas do mesmo sexo, em uma sentença que muitos encararam como um retrocesso do país ao século XIX.

O sexo entre homossexuais havia sido legalizado em 2009, quando um Tribunal Superior de Nova Délhi ditou que esta seção do código penal que proibia "as relações carnais contra a ordem da natureza" infringia os direitos fundamentais.

Um reconhecimento raro no mundo

Este reconhecimento de um terceiro gênero é raro no mundo.

Antes da Índia, a Alta Corte da Austrália também decidiu no início de abril que uma pessoa pode ser reconhecida pelo Estado Civil como pertencente a um "gênero neutro".

Já Alemanha e Nepal autorizam seus cidadãos a escrever um X no campo "sexo" do passaporte.

Os transgêneros são pessoas que sofreram uma operação cirúrgica de mudança de sexo, ou que adotam o modo de vida do outro gênero sem ter mudado obrigatoriamente de sexo, explica Sanjay Srivastava, professor de sociologia do Instituto of Economics de Nova Délhi.

Calcula-se que existam vários milhões de pessoas transgênero na Índia.

No entanto, a Comissão Eleitoral só inscreveu 28.341 nesta categoria, o que ilustra o temor de muitos deles de serem estigmatizados.

Começa nesta terça-feira (22) o Festival de Cinema da Diversidade Sexual, primeiro evento local dedicado à temática LGBTTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). A abertura acontece nesta terça (22), às 19h30, no Cinema São Luiz, onde o festival acontece até o próximo sábado (26). A programação completa, com competição de curtas, oficinas, palestras, debates e exibição de longas-metragens, pode ser conferida no site do festival. A entrada é gratuita.

O diretor André Brasileiro e a atriz Hermila Guedes conduzem a cerimônia de abertura do festival, que homenageia este ano Rutílio de Oliveira (1959-2012), idealizador do Recifest, e o coletivo Angu de Teatro, que completa dez anos. Ao todo, 47 curtas e dois longas-metragens serão exibidos no Cinema São Luiz, que terá seu primeiro andar ocupado por um louge da boate Metrópole, e exposições de objetos da artista Xuruca Pacheco e da grife Rogay Por Nós, de Mauro Lira.

Durante a abertura terá uma mostra do longa-metragem Tudo o que Deus criou, produção paraibana cujo roteiro gira em torno de um jovem de 23 anos que precisa assumir uma família enquanto passa por um conflito de identidade. Fazem parte do elenco, nomes como: Letícia Spiller, Guta Stresser, Maria Gladys e Cláudio Jaborandi. O diretor André Costa Pinto estará presente para apresentar o filme.

A partir da próxima quarta (23) começam a ser exibidos os curtas internacionais, inéditos na América do Sul. Já a competição oficial está dividida em nacional e pernambucana e será exibida nos dias 24 e 25. Os filmes serão julgados por uma comissão formada pelos cineastas Kátia Mesel (PE), Alexander Mello (RJ), Beto Normal (PE), Quiá Rodrigues (RJ) e Uirá dos Reis (CE).

Serviço:

Recifest – Festival de Cinema da Diversidade Sexual

22 a 26 de outubro

Cinema São Luiz (Rua da Aurora 175 – Boa Vista)

Entrada gratuita

(81) 3031-0352

##RECOMENDA##

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando