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Depois de se reunir nesta terça-feira, 23, com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio do Planalto, o diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, evitou falar sobre os problemas de crescimento da economia brasileira. "Não há espaço para desânimo", declarou o executivo.

Ferreira, destacou, no entanto, o sucesso do projeto da empresa Valor da Logística Integrada (VLI), subsidiária da Vale no segmento de transporte de carga. A VLI vai ganhar três novos sócios, que terão os nomes divulgados no próximo dia 31, depois de aprovação pelo conselho de administração da Vale. O plano de investimento apresentado pela Vale aos novos parceiros prevê o desembolso de R$ 9 bilhões até 2017.

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"A concorrência para VLI foi tremenda, com 26 players. É uma alegria, neste momento em que se vê uma porção de gente não animada", afirmou. "Vamos criar terminais de captura de cargas e, com isso, esperamos ver desaparecer filas de caminhões e acúmulo na safra brasileira", prosseguiu o presidente da Vale. Ele comentou que a presidente ficou "animada" com o que ouviu.

Murilo Ferreira disse que convidou a presidente Dilma para a inauguração do projeto de produção de cobre Salobo, no Pará, que ocorrerá em até 60 dias. Segundo ele, o projeto prevê a produção de 100 mil toneladas de cobre concentrado, na primeira fase. Destacou que já está em curso a implantação da expansão do projeto, com mais 100 mil toneladas, o que totalizará 200 mil toneladas. "Será um investimento acima de R$ 4 bilhões, portanto um montante significativo. Reduzirá a dependência brasileira do cobre", declarou.

A Valor da Logística Integrada (VLI), subsidiária da Vale no segmento de transporte de carga geral, receberá um aporte de R$ 2 bilhões no caixa com a entrada de três sócios no negócio. O nome dos novos parceiros serão conhecidos no dia 31, após o Conselho de Administração da mineradora aprovar a operação.

"Do dinheiro todo que vier, vamos aportar R$ 2 bilhões na VLI sob a forma de investimento primário. Qualquer outro valor que for apurado vai para o caixa da Vale, que estará vendendo suas ações", revelou o diretor executivo de Logística e Pesquisa Mineral da empresa, Humberto Freitas, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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Criada em setembro de 2010, a VLI atraiu 12 grupos para a disputa - dois estrangeiros. A venda da subsidiária de transporte de carga geral faz parte da estratégia de desinvestimento da companhia para centrar esforços no negócio principal: minério de ferro, níquel, cobre, carvão e fertilizantes. De acordo com Freitas, entretanto, a Vale não reduzirá a fatia a menos de 30%.

"Tínhamos a intenção de ficar minoritários. A nossa aceitação agora é chegar a até 30%. Não estamos pensando em ficar abaixo disso no momento", disse. Ele evita estimar o valor total do negócio antes da aprovação. O conjunto de ativos da VLI, entretanto, sugere que deve ir bem além dos R$ 2 bilhões. O portfólio de ativos logísticos transferido pela Vale à empresa inclui as Ferrovias Centro-Atlântica (FCA) e Norte-Sul e o Terminal Integrador Portuário Luiz Antônio Mesquita (Tiplam), no Porto de Santos (SP).

Para este último, a VLI espera receber a licença ambiental que permitirá a construção de três novos berços de atracação até 2017. As novas estruturas permitirão que ele passe a exportar açúcar e grãos, além da atual importação de fertilizantes. A operação de um berço do porto público de Itaqui, no Maranhão, também está é passada à VLI, que movimentará produtos como grãos, ferro-gusa e concentrado de cobre no local.

A companhia também tem uma rede de quatro "terminais integradores" - Araguari, Pirapora, Ouro Preto (todos em Minas Gerais) e Palmeirante (TO) - criados para tornar mais eficiente o escoamento de cargas como grãos, fertilizantes e aço. Segundo Freitas, outros seis terminais serão construídos nos próximos anos. O primeiro da nova safra será inaugurado em agosto em Belo Horizonte.

Há ainda contratos firmados este ano com a Vale para assegurar o uso pela VLI de concessões logísticas mantidas pela mineradora, como a Estrada de Ferro Vitória-Minas (EFVM), a Estrada de Ferro Carajás (EFC) e de três terminais portuários em Vitória - Praia Mole (carvão), Produtos Diversos (grãos) e um terminal de importação de fertilizantes. O prazo médio dos contratos é de 25 anos.

Hoje, a VLI tem desenhado um plano de investimentos de R$ 9 bilhões para o período 2013-2017. Os novos sócios, entretanto, terão de aprovar o plano, que também não foi submetido ao conselho da Vale. Para 2013, a previsão é o orçamento chegar a R$ 1,348 bilhão. Desse total, foram aprovados R$ 1,018 bilhão e outros R$ 330 milhões serão levados para aprovação do Conselho de Administração. Nesta quinta-feira, a companhia havia informado o volume total de R$ 900 milhões.

A Vale anunciou nesta quinta-feira a contratação de uma nova linha de crédito rotativo, no valor de US$ 2 bilhões, com prazo de cinco anos, numa transação de melhores esforços. De acordo com o comunicado, a linha de crédito rotativo foi contratada junto a um sindicato composto por 16 bancos comerciais globais, incluindo Barclays, Bank of Tokyo-Mitsubishi UFJ, BNP Paribas, Crédit Agricole, Citibank, Deutsche Bank, HSBC, Intesa San Paolo, JP Morgan, Mizuho, Natixis, Royal Bank of Canada, The Bank of Nova Scotia, Société Générale, Standard Chartered e Sumitomo.

Ainda segundo a nota, a Vale e algumas das subsidiárias da mineradora podem sacar a linha de crédito rotativo a qualquer momento, ao longo de cinco anos. Com esta nova linha, o total em linhas de crédito rotativo será de US$ 5 bilhões, pois há uma linha de US$ 3 bilhões, que vencerá em 2016. "Este instrumento forma um significativo colchão de liquidez no curto prazo e possibilita maior eficiência da gestão do caixa, sendo consistente com o nosso foco estratégico na minimização do custo do capital", diz a Vale, no texto.

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Antes de bater o martelo e vender o controle da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), a ThyssenKrupp terá que indenizar a siderúrgica por erros de gestão. O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que a cifra em jogo é expressiva e reflete decisões tomadas pelo grupo alemão que resultaram em aumento no custo do projeto e problemas operacionais.

O acerto de contas em caso de má gestão está previsto em contrato firmado entre os acionistas da CSA, segundo uma fonte próxima à negociação. Um dos erros seria na construção da coqueria, onde ficam os fornos de uma siderúrgica. Contratada pela Thyssenkrupp, a chinesa Citic projetou a obra da coqueria, que rachou depois de pronta, elevando ainda mais os custos do projeto.

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Por isso, antes de sair do controle da CSA, a Thyssen ainda terá de colocar novamente a mão no bolso. Um problema a mais para quem já precisou registrar baixas contábeis de US$ 7 bilhões em seu projeto siderúrgico das Americas, que engloba, além da CSA, uma laminadora nos Estados Unidos.

A CSA entrou em operação em junho de 2010, depois consumir US$ 8,2 bilhões, valor bem acima dos US$ 3 bilhões previstos inicialmente. Um ano antes, em plena crise internacional, a mineradora Vale, sócia minoritária do ativo, precisou socorrer a Thyssen para viabilizar a conclusão da obra. Na operação, a Vale elevou sua fatia na empresa de 10% para 26,87%.

No início do ano, o presidente do conselho de administração da Thyssenkrupp, Gerhard Cromme, admitiu erros que contribuíram para grandes prejuízos sofridos pelo grupo alemão. Meses depois, o executivo deixou o cargo. A saída de Crome aconteceu em meio a críticas por sua participação em escândalos relacionados ao pagamento de suborno e gastos excessivos com executivos.

Diante de um cenário complicado para a siderurgia, com um excedente de cerca de 500 milhões de toneladas de aço no mundo, a Thyssen corre para vender o ativo que, até o momento, só deu prejuízo ao grupo alemão.

Mas, a operação de venda enfrenta outros entraves. Um dos pontos é a participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como financiador do controlador da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Benjamin Steinbruch, apontado como potencial comprador da siderúrgica. Como credor da CSA , o banco de fomento tem

de referendar a troca de controle na siderúrgica.

O empresário, entretanto, pretendia obter também um financiamento do BNDES para compor sua proposta. No início do mês, como antecipou o Broadcast, a CSN ofereceu cerca de US$ 2,5 bilhões à Thyssen para ficar com a laminadora dos Estados Unidos e com um pedaço da CSA, no Rio de Janeiro, segundo fontes ligadas à operação. A mineradora pediu um documento com a oferta por escrito, conhecido como proposta vinculante no mundo dos negócios, para iniciar sua avaliação.

Outra fonte próxima à negociação, entretanto, afirma que a conversa entre a CSN e o BNDES não foi além de sondagens. Na área técnica do banco a avaliação é que para obter um empréstimo para o negócio com a Thyssen, Steinbruch teria primeiro que resolver antigas pendências com a BNDESPar, braço de participações da instituição.

Desde 2006 Steinbruch contesta o BNDES na Justiça por uma operação de conversão de debêntures da Vicunha Siderurgia, holding que controla a CSN. "Uma coisa é ele (Steinbruch) assumir um crédito de um projeto para o qual o banco não quer criar problemas (CSA). Outra coisa é o BNDES dar crédito novo. Aí ele terá que resolver os problemas com o banco", diz a fonte.

Conforme o esperado, a Bovespa abriu nesta quinta-feira, 23, em forte queda, puxada pela desvalorização das ações de Vale, em resposta à contração da atividade manufatureira da China em maio. O movimento foi acelerado após a abertura das Bolsas de Nova York, também no negativo.

Às 10h38, o Ibovespa caía 1,72%, aos 55.459,11 pontos, perto da mínima pontuação do dia até esse horário, de 55.392 pontos, em queda de 1,84%. Na máxima, estável, marcou 56.423 pontos. No mesmo horário, apenas três ações apresentavam altas. Vale ON e PNA, com perdas de 3,03% e 2,97%, estavam na terceira e quarta posições do ranking de maiores baixas. Usiminas PNA, na oitava colocação, perdia 2,74%. Fora do ranking, às 10h43, Petrobras ON caía 2,34% e PN, -1,81%.Em Nova York, o Dow Jones tinha queda de 0,57%, o S&P 500 caía 1% e o Nasdaq, -0,87%.

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Os investidores fogem do risco após a divulgação do resultado preliminar do PMI da indústria chinesa medido pelo HSBC, que caiu para 49,6 em maio, de 50,4 na leitura final de abril. O resultado deste mês foi o menor em sete meses e, abaixo de 50, indica contração. Isso se sobrepôs à alta acima do esperado do PMI composto da zona do euro, que subiu para 47,7 neste mês, ante 46,9 no anterior, segundo dado preliminar da Markit. A previsão era de 47,1.

Nas commodities, a reação também foi de baixa acentuada. Às 10h48, o contrato futuro do petróleo para julho tombava 1,77%, a US$ 92,61 na Nymex. "Tem um pouco de rescaldo do discurso do presidente do Fed, ontem, mas o que está assustando os mercados é a China, que pegou a todos de 'calça curta' logo cedo", disse o operador sênior da Renascença Corretora Luiz Roberto Monteiro. "Os setores de mineração e siderurgia são os que mais sofrem", completou.

Na quarta-feira, 22, a ata do último encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed indicou que vários dirigentes da autoridade monetária estariam dispostos a apoiar a retirada dos estímulos monetários já na próximo encontro, no mês que vem, se a economia norte-americana estiver em trajetória forte e estável. Nesta quinta-feira, 23, o presidente da unidade de Saint Louis, James Bullar, disse que "devemos manter o programa atual, ajustando compras de bônus conforme necessário". Afirmou ainda que a inflação precisa voltar para a meta de 2% antes de o banco central norte-americano considerar a diminuição do ritmo de compras de bônus.

A decisão depende, conforme vêm afirmando analistas, de novos dados sobre a economia norte-americana dos EUA e, na agenda, havia vários previstos. Há pouco, saíram os pedidos de auxílio-desemprego na semana até 18 de maio. Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA, as solicitações caíram para 340 mil, de 345 mil previstas. Os pedidos da semana anterior foram revisados em alta para 363 mil, de 360 mil. O índice de atividade dos gerentes de compras (PMI) industrial da Markit, por sua vez, caiu a 51,9 na leitura preliminar de maio, de 52,1 em abril.

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, considera "ingenuidade" acreditar que o Brasil está imune à crise internacional. Diante de uma plateia de representantes da cadeia siderúrgica, no Rio, Ferreira demonstrou preocupação com os rumos da economia. "Achar que nós vamos ter um cenário benigno para o Brasil, desacompanhado do resto do mundo, pode ser um pouco de ingenuidade, na minha visão. Infelizmente, nós, muitas vezes, acabamos vendo as coisas com lentes mais apuradas para o Brasil. Mas temos de também notar a situação mundial", afirmou, ao dizer que a crise financeira iniciada em 2007 ainda não terminou.

O tom preocupante dele reforçou o pessimismo que imperou no 24.º Congresso Brasileiro do Aço. Durante o evento, presidentes de duas das principais siderúrgicas que atuam no mercado nacional traçaram um cenário nebuloso para o setor. No comando da ArcelorMittal Brasil, Benjamin Baptista destacou que o setor trabalha com uma geração de caixa negativa nas exportações de placas nos últimos anos por conta do que chamou de "efeitos perversos": excedente de aço no mundo, aumento de custo de matéria-prima e a apreciação do real.

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"Por isso, decidimos no fim do ano passado desligar o alto-forno 3", justificou, lembrando que, no início da construção do equipamento, em 2008, o dólar valia R$ 2,84, enquanto hoje está cotado próximo a R$ 2. Ferreira destacou que o excesso de capacidade de aço levou a uma contração dos preços internacionais do produto, movimento que não foi acompanhado pela redução de custos de insumos como o carvão.

Já o diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, lembrou que a sobra de capacidade atual corresponde a 27% da produção global, muito acima da média histórica de 16%, No evento, Johannpeter voltou a criticar a elevada carga tributária no País e defendeu a flexibilização da legislação trabalhista. Apesar das preocupações levantadas, ele afirmou que todas as companhias têm planos de expansão que aguardam uma melhora no cenário mundial para serem retirados da gaveta.

O presidente da Vale disse que o diagnóstico econômico mais nebuloso foi formado após uma longa lista de viagens internacionais. "Fui eleito presidente da Vale, mas na realidade eu tenho sido mais um piloto de avião. No ano passado, estive em 161 viagens ao exterior e posso dizer que o ambiente que eu encontro mundo afora é muito duro", revelou.

Ao pedir a palavra após ter discursado, Ferreira argumentou que não é preciso fazer contas mais elaboradas para concluir que existe um processo de recessão mundial, com alguns países passando por "ajustes complicadíssimos". O presidente da mineradora citou a crise na Europa e a dívida de US$ 16 trilhões dos Estados Unidos como alguns dos principais desafios a serem enfrentados pela economia mundial. De acordo com Ferreira, alguns países passam por uma situação semelhante à vivida pelo Brasil nos anos 1980.

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou nesta terça-feira, 7, que a mineradora pretende reduzir sua participação societária na Vale Logística Integrada (VLI) para aproximadamente 30%. Hoje, a fatia é de 100%. "Abrimos a possibilidade para investidores estrangeiros e queremos ter parceiros com notável expertise nisso", revelou o executivo em palestra em seminário em São Paulo.

Após a palestra, o executivo não deu detalhes sobre sua declaração. Inicialmente, a mineradora sinalizava para a venda de 30% de participação na VLI, número que foi "ajustado" para 50% ou mais, segundo declaração dada por Ferreira no ano passado.

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Na palestra, Ferreira destacou que pretende movimentar cargas sem qualquer participação do modal rodoviário em um horizonte até 2015-2016. O executivo, porém, não revelou a quais rotas se referia.

A Vale anunciou nesta segunda-feira que recebeu a licença ambiental de instalação e a autorização de supressão da vegetação para o ramal ferroviário que ligará a Serra Sul de Carajás à Estrada de Ferro Carajás (EFC), no Pará. A licença foi emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

"As licenças permitem o início da construção do ramal ferroviário de 101 km, que ligará o pátio de estocagem do projeto S11D à EFC, sendo 85 km da linha principal e 16 km da pera ferroviária", afirma a Vale em fato relevante. O ramal ferroviário é parte integrante do projeto CLN S11D, que permitirá a expansão da capacidade logística de Carajás para 230 milhões de toneladas métricas por ano de minério de ferro.

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"S11D é o maior projeto da história da Vale e também o maior da indústria de minério de ferro, constituindo-se na nossa principal alavanca de crescimento da capacidade de produção e da manutenção da liderança da Vale no mercado global em termos de volume, custo e qualidade", informa a empresa.

A Vale fechou nesta sexta-feira, 26, acordo com o governo argentino para sair do projeto de potássio Rio Colorado, que tinha investimento previsto de US$ 5,9 bilhões. A assessoria da mineradora informou que a Argentina aceitou o acordo, mas forneceu detalhes. Confirmou apenas que, com a conclusão das negociações, a Vale poderá iniciar o processo de rescisões de contratos de fornecimento de serviços e equipamentos para o projeto.

A Vale e outras empresas haviam contratado em torno de 6.900 funcionários. No fim do mês passado, a Justiça do Trabalho da Argentina havia acatado pedido de medida cautelar solicitada pela União Operária da Construção da República Argentina (Uocra) para impedir a mineradora e empreiteiras de retirar ferramentas, máquinas e desmontar qualquer estrutura do projeto, oficialmente suspenso no dia 11 de março. As obras estão paralisadas desde dezembro. As maiores empreiteiras contratadas pela Vale foram a argentina Techint e as brasileiras Odebrecht, Camargo Correa e Andrade Gutierrez.

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Na quinta-feira, 25, a presidente Dilma Rousseff reuniu-se na Argentina com a presidente Cristina Kirchner e o projeto Rio Colorado fez parte da pauta do encontro. Ao final, autoridades argentinas mostraram-se confiantes numa solução, mas comentaram que a retomada das obras não seria, necessariamente, por parte da Vale, mas de possíveis terceiros sócios.

"Há caminhos para fazer isso, mas precisamos de cooperação da Vale para não empurrar a concessão da mina com a barriga e que baixe sua ambição", disse à Agência Estado uma fonte argentina que acompanhou as discussões.

Em entrevista por teleconferência, na quinta-feira, 25, para comentar o balanço financeiro e operacional da Vale no primeiro trimestre, o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, deixou claro não ter planos de voltar atrás e retomar o investimento. "Esperamos que, com essas discussões, que estão em curso esta semana, a Vale deixe a Argentina da forma mais serena e pacífica possível e que o Projeto Rio Colorado seja implantado, mas por outros sócios", afirmou. "Queremos sair adimplentes com empregados e fornecedores."

Na ocasião, ele ponderou que o problema era a subsidiária Vale Argentina não ter receitas próprias e depender de aportes da controladora, no Brasil. "Os compromissos exigem remessas para a Argentina e os recursos estão se exaurindo naquele país", disse Ferreira.

Orçado inicialmente em US$ 5,9 bilhões, o projeto custará US$ 611 milhões aos cofres da Vale este ano. A cifra inclui o pagamento de compromissos a serem honrados, salários de funcionários e impostos para que a companhia mantenha os direitos minerários na região.

A presidente Dilma Rousseff espera que a mineradora Vale "encontre um caminho para construir um acordo com as autoridades argentinas". Após uma longa reunião bilateral com a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em Buenos Aires, Dilma ressaltou nesta quinta-feira, 25, a importância do diálogo entre os dois países. Nesse sentido, manifestou a firme convicção de que a mineradora Vale alcance um acordo sobre a sua recente suspensão do projeto de potássio Rio Colorado, avaliado em US$ 5,9 bilhões.

Dilma não deu detalhes sobre um possível acordo. Porém, o ministro de Planejamento argentino, Julio De Vido, indagado sobre qual a melhor saída para a situação da Vale no país, afirmou que a companhia deveria voltar a explorar as jazidas e produzir.

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Em rápida conversa com a Agência Estado, o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou que é possível que a Vale reverta a decisão de deixar a Argentina. "Nunca abandonamos esta possibilidade", respondeu Marco Aurélio sobre uma possível mudança na decisão da Vale de abandonar o projeto.

Por sua vez, o governador de Mendoza - província onde se localiza a mina de potássio -, Francisco Perez, mostrou-se cético ao declarar que os representantes da Vale não estavam na mesa de negociação. "O governo brasileiro não é a Vale", disse.

A Vale quer colocar um ponto final esta semana nas negociações com o governo argentino em torno do projeto de potássio Rio Colorado, suspenso no começo de março. Nesta quinta-feira, 25, o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, deixou claro não ter planos de voltar atrás e retomar o investimento.

"Esperamos que, com essas discussões, que estão em curso esta semana, a Vale deixe a Argentina da forma mais serena e pacífica possível e que o projeto Rio Colorado seja implantado, mas por outros sócios", afirmou, em entrevista por teleconferência.

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Segundo ele, executivos da Vale estiveram no Congresso argentino para explicar os motivos que levaram a companhia a suspender o investimento. Apesar dos argumentos apresentados, o governo local lançou mão de uma lei pela qual a empresa deve postergar por 20 dias a rescisão dos contratos de fornecimento de serviços e equipamentos para o projeto. Uma decisão que onera o caixa da empresa.

"Queremos sair adimplentes com empregados e fornecedores", afirmou. O problema, ponderou, é que a subsidiária Vale Argentina não tem receitas próprias e depende de aportes da controladora, no Brasil. "Os compromissos exigem remessas para a Argentina e os recursos estão se exaurindo naquele país", revelou.

Orçado inicialmente em US$ 5,9 bilhões, o projeto irá consumir US$ 611 milhões dos cofres da Vale este ano. A cifra inclui o pagamento de compromissos a serem honrados, salários de funcionários e impostos para que a companhia mantenha os direitos minerários na região. Questionado, o executivo não quis comentar possíveis desdobramentos da reunião entre as presidentes Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, nesta quinta-feira, na Argentina.

Venda

Durante a maratona de teleconferências que promoveu para detalhar o resultado financeiro no primeiro trimestre, Ferreira revelou que a companhia pretende encaminhar até junho ao conselho de administração a proposta de venda de uma fatia na Vale Logística Integrada (VLI).

"Essa é uma empresa bastante atraente e isso se refletiu na procura de players (investidores) internacionais no processo", contou. O executivo se mostrou confiante no sucesso da venda da VLI, que, segundo ele, tem um projeto de logística muito "robusto". Mas não quis adiantar sobre a fatia acionária que será negociada.

Conforme o executivo, quem vai bater o martelo será o conselho de administração. No mercado financeiro, a expectativa é de que a Vale se desfaça de uma participação equivalente a US$ 1 bilhão.

O Ministério Público Federal (MPF) abriu procedimento sigiloso para investigar supostas atividades ilegais de espionagem - inclusive de grampos telefônicos e infiltração em movimentos sociais - feita contra a Vale por seu ex-gerente de Inteligência André Almeida, à Procuradoria da República, por escrito.

O procurador Carlos Aguiar informou nesta quinta-feira, 25, por meio de assessores, que busca "elementos para confirmar a credibilidade das informações" do denunciante, que incluem a violação do sigilo telefônico de uma jornalista. Aguiar deverá ouvir depoimentos de pessoas citadas na denúncia. O presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou que a área à qual Almeida era subordinado não existe mais e acusou o executivo de usar cartão corporativo para despesas pessoais.

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De acordo com o advogado Ricardo José Régis Ribeiro, representante e porta-voz de Almeida, os arapongas obtiveram ilegalmente um extrato telefônico de uma repórter que cobria a empresa, para saber quem vazava informações internas para a imprensa. O ex-gerente também relatou por escrito ao MPF que um chefe da área de Comunicação da empresa teve o seu telefone grampeado, assim como "pessoas estratégicas", externas à Vale, teriam sido espionadas. Ainda de acordo com Ribeiro, Almeida disse que até políticos teriam sido investigados pelos espiões da empresa, que, segundo o ex-gerente, contratou dois agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), agência sucessora do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI), outra possível ilegalidade.

"Quem montou este setor de segurança foram ex-militares, então, a grande maioria dos seus integrantes é de ex-membros do CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva) e NPOR (Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva)", disse o advogado. Ele explicou que o ex-gerente serviu no CPOR e é oficial temporário (ou seja, por estar então em curso superior, prestou serviço militar como oficial e deu baixa nessa condição), tendo sido recrutado dessa forma para trabalhar com espionagem. Almeida trabalhou oito anos para a empresa: dois para uma terceirizada e seis diretamente para a Vale. Foi demitido no ano passado.

O ex-gerente, segundo o advogado, também apresentou ao MPF os nomes de empresas que seriam terceirizadas pela Vale para serviços ilegais de arapongagem. Uma teria infiltrado informantes no Movimento dos Sem-Terra e na organização Justiça nos Trilhos, que afetariam interesses da mineradora. Pelo menos outras três firmas checariam ilegalmente antecedentes criminais de candidatos a vagas na empresa, violando dados pessoais sigilosos, segundo a denúncia. Almeida também relatou visitas feitas à empresa pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu e pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares, embora não tenha informado os motivos da presença dos visitantes, condenados ano passado no processo do mensalão.

Investigação

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, confirmou nesta quinta-feira, 25, a abertura de auditoria para apurar as denúncias de Almeida. Ferreira revelou que a decisão de abrir a investigação interna foi tomada em conjunto com o presidente do conselho de administração da mineradora, Dan Conrado. Ressaltou, porém, que a área de segurança da empresa passou por uma reestruturação logo que assumiu o comando da Vale há cerca de dois anos.

"Fizemos uma reavaliação completa, inclusive a área de que fazia parte o senhor André Almeida não existe mais", disse. "Para nós é importante a verdade dos fatos. Temos de esperar a auditoria concluir as análises."

Ferreira esclareceu que o trabalho da auditoria responde diretamente ao presidente do conselho de administração da empresa e não à diretoria executiva. "Aguardo o resultado da auditoria para tirarmos todas as conclusões sobre o caso", disse.

O presidente da Vale destacou ainda que o ex-funcionário foi demitido por justa causa há cerca de um ano por "largo uso" do cartão corporativo para despesas pessoais. De acordo com Ribeiro, o cartão foi usado por engano, por ser da mesma bandeira (Bradesco) que o cartão pessoal de Almeida, que teria comunicado o engano a seu superior e devolvido o dinheiro. O advogado lembrou que a lei proíbe a divulgação do motivo de demissão (imotivada ou por justa causa) e prometeu que o ex-gerente processará a Vale no campo trabalhista.

A Vale encerrou o primeiro trimestre de 2013 com lucro líquido de US$ 3,109 bilhões, retração de 18% em relação aos três primeiros meses do ano passado. Em comparação ao quarto trimestre de 2012, o resultado apresentou melhoria. Na oportunidade, a mineradora teve prejuízo de US$ 2,704 bilhões.

O balanço do primeiro trimestre de 2013 divulgado nesta quarta-feira, 24, é apresentado com base em números consolidados de acordo com o padrão contábil IFRS. Este é o primeiro em que a mineradora deixa de divulgar resultados no padrão USGaap. Embora os padrões contábeis sejam distintos, os analistas já esperavam que o lucro da Vale no primeiro trimestre fosse apresentar retração ante o mesmo período de 2012.

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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, excluindo efeitos não recorrentes e não caixa, totalizou US$ 5,202 bilhões entre janeiro e março. O resultado é 4,8% superior ao mesmo período do ano passado. Já a receita líquida encolheu 5,4% em igual base comparativa e somou US$ 11,201 bilhões entre janeiro e março deste ano.

A quarta-feira amanhece envolvida por uma série de expectativas, tanto no Brasil quanto no exterior. Os mercados internacionais alimentam esperanças por um corte de juros na zona do euro em breve, com as apostas ampliadas após a queda maior do que a esperada da confiança do empresariado alemão, ao passo que os negócios domésticos aguardam os números trimestrais da Vale, que saem após o fechamento do pregão local. Aliás, a safra de balanços aqui e lá fora agita as ações, dividindo as atenções com os dados econômicos do dia. Por volta das 10h05, o Ibovespa cedia 0,45%, aos 54.925 pontos.

O estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, lembra que é consenso no mercado financeiro de que a mineradora apresentará resultados mais fracos nos três primeiros meses de 2013, em base anual. "Os números não devem vir tão bons, após aqueles 'esqueletos' que foram divulgados no fim do ano passado", comenta.

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Nos últimos três meses de 2012, a Vale amargou prejuízo de US$ 2,65 bilhões, mas deve voltar a registrar lucro no início de 2013. A média das projeções de cinco casas consultadas pelo Broadcast aponta para ganhos de US$ 2,74 bilhões, o que representaria uma queda de 28,4% em relação ao período de janeiro a março do ano passado.

Para Galdi, porém, a reação dos papéis tende a ficar condicionada à teleconferência que a companhia concederá após a divulgação dos resultados financeiros, na quinta-feira, com os investidores de olho nas perspectivas para os negócios da mineradora. "Não deve ser nada que atrapalhe no desempenho da Bolsa como um todo", avalia o estrategista-chefe, referindo-se tanto à expectativa pelo balanço, ao longo do pregão desta quarta-feira, 24, quanto à reação aos números, na quinta-feira, 25.

Com isso, a Bolsa tende a continuar "na cola" dos mercados internacionais, movimento que permitiu uma valorização do Ibovespa nos dois primeiros pregões desta semana. Nesta quarta-feira, 24, o índice à vista tenta cravar a quinta sessão seguida de alta, acumulando ganhos de 3,8% no período compreendido entre a quinta-feira da passada e na terça-feira, 23.

A Vale acumulou vendas externas de US$ 5,566 bilhões (preço FOB) de janeiro a março, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Com o resultado, a Vale registrou alta de 3,8% na receita de exportações em relação ao mesmo período de 2012.

A mineradora continua como líder na lista das maiores exportadoras do País, seguida por Petrobras (com US$ 2,7 bilhões em exportações) e BRF (US$ 1,241 bilhões). Considerando apenas março, houve queda de 7% na receita com exportações da Vale. A companhia teve US$ 1,962 bilhão em vendas externas no terceiro mês do ano, enquanto no mesmo período de 2012 esse número foi de US$ 2,111 bilhões.

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A produção de minério de ferro da Vale em Carajás (PA), no Sistema Norte, encolheu 0,5% no primeiro trimestre. Foram produzidos 21,605 milhões de toneladas métricas entre janeiro e março. A queda registrada no principal sistema de produção da mineradora, aquele com melhor teor de qualidade de minério, contribuiu para a retração de 3,5% na produção total da Vale no período, para 67,536 milhões de toneladas métricas.

A retração em Carajás foi acompanhada pela queda da produção nos Sistemas Sudeste e Sul. As produções no Sistema Centro-Oeste e na Samarco Mineração, por outro lado, cresceram no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período de 2012. A produção no Sistema Sudeste encolheu 7,4%, para 24,782 milhões de toneladas métricas no trimestre, variação explicada pela queda de 16,8% na produção em Itabira (6,780 milhões de toneladas). Esta, por sua vez, foi influenciada, principalmente, pelo ROM de baixo teor que alimenta a planta de processamento. O ROM é um termo usado para designar o material retirado de uma mina.

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"Esse problema será resolvido quando Conceição Itabiritos entrar em operação este ano, pois a entrada em operação de dois novos britadores permitirá que o britador antigo seja transferido para uma seção da mina com minério de melhor qualidade", destacou a Vale. Ainda na Região Sudeste, a produção em Mariana (MG) encolheu 5,2%, para 8,856 milhões de toneladas métricas, impactada por questões relacionadas às licenças para lavra de novas seções da mina. Essa situação resultou em baixa produtividade e à queda no teor de ferro, bem como a custos mais elevados. "Esperamos resolver essa questão no curto prazo", destacou a Vale.

A produção de Minas Centrais, também no Sistema Sudeste, encolheu 1,3% no trimestre, para 9,146 milhões de toneladas, por causa da parada programada para manutenção que permitiu a instalação da quinta linha da planta de processamento de Brucutu. "A situação já está normalizada e não terá impacto no desempenho do segundo trimestre", anunciou a mineradora. A companhia também destacou que as reservas de Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), estão próximas da exaustão e a mina será fechada este ano.

No Sistema Sul, a produção teve retração de 3,5%, para 17,039 milhões de toneladas métricas. A queda tem origem, principalmente, na retração de 9,8% na produção de Minas Itabirito. A operação da unidade de Pico B do local foi posta em manutenção durante o primeiro trimestre "para permitir a utilização dos estoques, reduzindo assim as necessidades de capital de giro sem afetar as vendas", segundo a Vale. A mesma razão levará a planta de Pico A a ficar ociosa também no segundo trimestre.

Expansão

A produção no Sistema Centro-Oeste cresceu 9,5% no trimestre e atingiu 1,425 milhão de toneladas métricas entre janeiro e março. O sistema, considerado o menor em termos de produção de minério, mas o segundo melhor em relação à qualidade do produto - atrás de Carajás -, teve o melhor resultado para um primeiro trimestre.

Já a produção da Samarco, quando considerada a participação de 50% da Vale na empresa, cresceu 5,1% no trimestre. Foram produzidas 2,685 milhões de toneladas métricas no período. Diante dos números do primeiro trimestre, a Vale manteve inalterada a programação de produção de 306 milhões de toneladas métricas para 2013. O número exclui a produção da Samarco.

A produção de minério de ferro da Vale totalizou 67,536 milhões de toneladas métricas no primeiro trimestre de 2013, segundo relatório divulgado na tarde desta quarta-feira, 17, pela mineradora. O montante representa uma retração de 3,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2012, o indicador encolheu 21% sobre o patamar recorde do período (85,5 milhões de toneladas métricas), variação explicada por questões como sazonalidade, licenças e outras questões operacionais.

A produção de pelotas encolheu 11,7% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, para 11,672 milhões de toneladas métricas. A produção de nível, por outro lado, teve alta de 3% em igual base comparativa, para 65 mil toneladas.

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O relatório da mineradora destaca que a produção de carvão no trimestre alcançou 1,752 milhão de toneladas métricas, o maior patamar da história para primeiros trimestres. O resultado foi 16,6% superior ao registrado nos três primeiros meses de 2012.

A aversão a risco que pautou os negócios ao redor do mundo encontrou nesta quarta-feira na BM&FBovespa um ambiente de volatilidade, no qual o exercício do Índice Bovespa (Ibovespa) futuro pressionou a Bolsa para baixo e carregou o indicador para o pior nível desde o fim de julho de 2012. O desempenho, no entanto, poderia ser ainda pior, não fosse um pequeno alívio verificado no fim da tarde encampado pela Vale. O Ibovespa terminou em baixa de 2,05%, aos 52.881,96 pontos. Na mínima, registrou 52.540 pontos (-2,69%), e, na máxima, 53.984 pontos (-0,01%). Em abril, acumula perda de 4,19% e, no ano, de 11,42%. O giro financeiro totalizou R$ 22,926 bilhões, engrossado pelo exercício. Os dados são preliminares.

Os indicadores fracos na zona do euro, balanços corporativos e os rumores de que a Alemanha seria rebaixada causaram a onda vendedora nas ações em todo o globo. No fim da tarde, o boato tornou-se real, quando a Eagle-Jones rebaixou o rating (nota) da maior economia da Europa de A+ para A, com perspectiva negativa. As bolsas europeias já estavam fechadas, mas a notícia não fez preço nas bolsas dos Estados Unidos, tampouco na do Brasil.

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A Vale trabalhou o dia todo pressionada pelo exterior e também pelo exercício. No fim da tarde, a notícia do Banco do Povo da China (Pboc, na sigla em inglês) de que o país se tornará um grande importador e que as entradas podem totalizar US$ 3 trilhões em 2020 se a economia crescer modestamente ajudaram a aliviar as vendas em Vale.

A notícia amenizou o sinal negativo das ações da mineradora, no mesmo momento em que ocorreu um movimento técnico do exercício de Ibovespa futuro que também abrandou o sinal vermelho dos papéis. Vale não só zerou as perdas como fechou em alta nos ajustes finais. Vale ON, +0,37% e PNA, +0,65%. Petrobras ON caiu 3,13% e PN, 2,99%. Também no setor de petróleo, OGX desabou 10,71% após anunciar a produção em março, que veio pior do que esperava o mercado.

A diretora executiva da Vale, Vania Somavila, repudiou a forma como foi conduzido o protesto em Moatize, na África. Centenas de manifestantes bloquearam a entrada da mina para exigir compensações pelas perdas obtidas após o fechamento da fábrica de tijolos na área atualmente ocupada pela mina da Vale.

Segundo ela, a mineradora está sempre aberta a conversar com a sociedade, mas ressalta que o bloqueio não é o melhor caminho para uma solução. A executiva participou nesta quarta-feira, 17, da assembleia de acionistas da Vale. No evento, a questão socioambiental dominou a pauta, com os acionistas cobrando maior participação da companhia nas comunidades próximas às unidades da Vale no Brasil e no exterior.

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A Vale informou nesta quarta-feira, 17, que as operações estão sendo retomadas no complexo carvoeiro de Moatize, em Moçambique, após manifestantes terem bloqueado o acesso ao local durante a maior parte do dia.

"O status atual é de que todo o acesso ao local e à ferrovia já foi liberado", disse um gestor da empresa no país. "Estamos no processo de retomar as operações e a circulação na linha ferroviária".

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Em comunicado, a Vale afirmou que os protestos foram realizados por trabalhadores que foram deslocados do complexo e compensados pela Vale entre 2008 e 2012. A companhia reconheceu o direito de eles realizarem os protestos, mas reforçou "o direito de milhares de funcionários de acessarem o seu local de trabalho".

A Vale transportou cerca de 6 mil toneladas de carvão de Moatize nesta quarta-feira, metade do volume habitual. As informações são da Dow Jones.

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