Tópicos | Vidas Negras Importam

O contrato do heptacampeão da Fórmula 1 Lewis Hamilton com a Mercedes se encerra no final de 2021, dando margem para uma possível aposentadoria ou saída da categoria. Mas o novo presidente e CEO da F-1, Estefano Domenicali, nem pensa em perder o seu principal piloto.

Em entrevista à revista alemã AutoBild, Domenicali disse que para Hamilton se manter correndo e buscando sempre ser campeão, é preciso que a Fórmula 1 abrace também as causas importantes que o piloto luta a favor.

##RECOMENDA##

"Lewis é importante. Em primeiro lugar, um desafio incrível o aguarda: virar o primeiro e único piloto com oito títulos mundiais. Então, ele vai ficar focado nisso. Claro, ele também está fazendo uma campanha ativa contra o racismo e a favor da diversidade. É crucial que ele se sinta confortável na Fórmula 1, porque é lá que ele pertence e é onde nós e os fãs queremos vê-lo".

Hamilton e as causas sociais

Além de ser o primeiro e ainda único negro a pilotar na Fórmula 1, já sendo heptacampeão e quebrando recordes, o atleta inglês é um ativista na luta contra o racismo e causas como sustentabilidade, veganismo e direitos dos animais.

Após o caso George Floyd, quando policiais sufocaram até a morte o rapaz negro nos Estados Unidos, em maio de 2020, o piloto apoiou o movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam), pintando seu carro todo de preto e comparecendo as corridas com camisas em prol da causa, além de se ajoelhar e rezar junto com sua equipe antes do início de cada corrida.

Corrida pelo título

Estefano Domenicali acha que a corrida pelo título da temporada desse ano será mais complicada para Hamilton. No primeiro GP, do Bahrein, Verstappen, da Red Bull, mostrou que será um concorrente a altura.

"Ele tem de estar totalmente concentrado e guiar perfeitamente. A batalha não vai ser fácil para ele. A concorrência não vai facilitar para ele. Max Verstappen também vai buscar seu primeiro título. Os ingredientes para uma temporada empolgante estão aí".

Em carta enviada a Joe Biden e Kamala Harris, Patrisse Cullors, uma das co-fundadoras do movimento Black Lives Matter, afirmou que a comunidade negra tem grande parcela de responsabilidade na vitória democrata nas eleições nos EUA.

"Sem o contundente apoio das pessoas negras, estaríamos lamentando um resultado eleitoral muito diferente. Em resumo, os negros venceram esta eleição", escreveu Patrisse Cullors.

##RECOMENDA##

Além de parabenizar Biden e Harris, Cullors escreveu para expressar o desejo de se encontrar com a chapa eleita para discutir a agenda de planos destinada especificamente à população negra dos Estados Unidos.

Na carta, a que o site norte-americano The Root teve acesso, Cullors destacou a massiva campanha organizada pelo Black Lives Matter pela conscientização do voto, que, segundo ela, engajou mais de 60 milhões de eleitores em todo o país.

"Queremos algo pelo nosso voto. Queremos ser ouvidos e que nossas demandas sejam priorizadas", afirmou Cullors.

Cullors também lembrou o passado escravista dos Estados Unidos ao cobrar um mandato presidencial mais inclusivo e representativo para a comunidade negra.

"Nós temos essas expectativas não só porque os negros são os eleitores mais consistentes e confiáveis para os democratas, mas também porque os negros estão verdadeiramente vivendo em crise em uma nação que foi construída sobre nossa subjugação. Até este ponto, os Estados Unidos se recusaram a reconhecer diretamente a maneira como eles desvalorizam os negros e devastam nossas vidas. Isso não pode continuar", afirmou Cullors.

Em seu discurso da vitória, Joe Biden agradeceu à comunidade negra norte-americana pelo apoio e prometeu que a promoção da igualdade racial será um dos quatro pilares de sua administração, assim como o fortalecimento da economia e o combate ao coronavírus e ao aquecimento global.

Da Sputnik Brasil

O policial branco Derek Chauvin, principal acusação pelo assassinato do afro-americano George Floyd, ganhou liberdade condicional nesta quarta-feira (7) após o pagamento de 1 milhão de dólares de fiança, segundo documentos judiciais.

O agente de 44 anos deve ser julgado em março junto com três de seus ex-colegas, acusados de cumplicidade, neste drama que desencadeou a maior mobilização antirracista nos Estados Unidos desde o movimento pelos direitos civis na década de 1960.

Em maio, em Minneapolis, ele foi filmado ajoelhado no pescoço de George Floyd por quase nove minutos. As imagens provocaram um repúdio generalizado em todo o mundo.

Sua prisão, quatro dias após o ocorrido, contribuiu para a calma nesta cidade do norte dos Estados Unidos, abalada por várias noites de distúrbios.

Desde então, Chauvin esteve preso em um presídio de alta segurança de Minnesota, do qual saiu apenas em 11 de setembro para comparecer ao julgamento.

Ele se apresentou no tribunal junto com seus co-acusados: Alexander Kueng, Thomas Lane e Tou Thao, que foram libertados sob fiança há semanas.

Os quatro homens pediram a retirada das acusações, alegando que usaram uma força razoável contra um homem que lutava. George Floyd está "morto provavelmente por uma overdose de fentanil", disse o advogado de Derek Chauvin, segundo as atas judiciais.

Este argumento gerou indignação na família Floyd. "Isso é uma loucura", disse seu sobrinho Brandon Williams. "Ele morreu por causa de um joelho em seu pescoço, é o que a autópsia diz", acrescentou seu irmão Philonise Floyd.

A Ubisoft se envolveu em mais uma polêmica com seus jogos. Após lançar um novo trailer do jogo Tom Clancy's Elite Squad, neste sábado (29), a empresa foi bombardeada por usuários de todo o mundo que começaram a apontar um enredo racista e violento no game de tiro. 

O trailer, que já foi retirado das contas oficiais da empresa, mostra o que os jogadores vão encontrar no novo game. O narrador explica que uma organização criminosa está promovendo manifestações por todo o mundo e que o esquadrão de elite teria sido convocado para reprimir os manifestantes inimigos. Além de estimular o combate armado a manifestantes - taxados no jogo como terroristas -, o símbolo usado pelo inimigo foi o que chamou a atenção do público. 

##RECOMENDA##

No vídeo, é possível ver que o "inimigo" usa como símbolo de sua bandeira a mesma imagem de punho cerrado usado no movimento anti-racista dos Estados Unidos, Black Lives Metter - vidas negras importam. O detalhe da bandeira não passou despercebido pelos usuários que acusaram a desenvolvedora de incentivar ataques contra manifestantes negros do movimento. Usuários brasileiros no Twitter também perceberam a presença de uma personagem chamada "Caveira", esteticamente parecida com membros do BOPE.

Em nota, a Ubisoft declarou: "As imagens que aparecem na sequência de vídeo de abertura do Esquadrão de Elite de Tom Clancy apresentando um 'punho levantado' eram insensíveis e prejudiciais tanto em sua inclusão quanto em como foi retratada. Ouvimos e agradecemos os jogadores e a comunidade em geral que apontaram isso e pedimos desculpas. Essa imagem de punho levantado será removida na próxima atualização do título nesta terça-feira, 1º de setembro no Android e o mais rápido possível no iOS".

[@#video#@]

Porém, para os internautas, isso não foi suficiente. A Ubisoft já se envolveu em polêmicas relacionadas a representação de gênero em seus jogos e agora promete apenas a retirada das bandeiras do jogo. 

[@#podcast#@]

Os assassinatos contra pessoas negras aumentaram 11,5% em uma década no Brasil, mesmo período em que os homicídios de pessoas de outras etnias caíram quase 13%, segundo dados revelados pelo Atlas da Violência, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

De acordo com o levantamento, divulgado nesta quinta-feira (27), a taxa de mortes de negros cresceu 11,5% no país, chegando a 37,8 por 100 mil habitantes, e a de não negros caiu 12,9%, com uma taxa de 13,9.

##RECOMENDA##

"As políticas têm sido minimamente capazes de proteger a vida de não negros, mas a disparidade é tamanha com os dados de vítimas negras que é como se estivéssemos falando de países diferentes", avaliou a diretora executiva do Fórum, Samira Bueno, ao jornal O Estado de S. Paulo.

A base de dados do estudo é o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, e ajuda a entender o perfil das vítimas de mortes violentas em solo brasileiro. A classificação de negros integra o conceito de negros e pardos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O aumento dos assassinatos de negros no Brasil apresenta um aumento desde 2008, quando 32,7 mil pessoas dessa etnia foram vítimas de homicídio. O dado só sofreu queda em 2018, embora os números – 43,8 mil mortes de negros há dois anos - seja 34% maior na comparação com o dado de 2008.

Por outro lado, os assassinatos de brancos, amarelos e indígenas se manteve estável nos últimos anos (15 mil assassinatos há 12 anos), com uma queda registrada em 2018 – 12,7 mil homicídios, o que corresponde a uma redução no período de 15,4%.

Assim, os números exibidos pelo Atlas da Violência mostram que, a cada não negro morto em 2018, 2,7 negros foram mortos. De acordo com os especialistas que assinam o levantamento, a discrepâncias nos assassinatos entre negros e não negros repousam na desigualdade racial, que estaria enfrentando um aprofundamento no Brasil.

Entre os estados, Roraima foi o que mais registrou assassinatos de negros no país (87,5 por 100 mil habitantes), seguido por Rio Grande do Norte (71,6) e Ceará (69,5). No outro extremo, a menor taxa de homicídios de negros foi registrada em São Paulo (9,8 por 100 mil habitantes).

Na análise por gênero, as mulheres negras foram mais vítimas de homicídios do que aquelas de outras etnias – se entre as negras a taxa passou de 4,6 em 2008 para 5,2 em 2018 (alta de 12,4%), entre as não negras a queda foi de 3,2 por 100 mil habitantes em 2008 para 2,8 em 2018 (-11,7%).

Os dados da violência contra negros no Brasil vêm à tona enquanto protestos são registrados nos Estados Unidos pelo mesmo motivo, impulsionados pela morte de George Floyd – vítima de ferimentos oriundos da violência policial – e o incidente envolvendo Jacob Blake, baleado sete vezes também por policiais. Este episódio fez jogadores de futebol, basquete e beisebol boicotarem jogos na quarta-feira (26).

Da Sputnik Brasil

A morte de um adolescente com deficiência na África do Sul, depois de ter sido supostamente baleado pela polícia, gerou manifestações violentas na periferia de Joanesburgo, nesta quinta-feira (27).

A polícia interveio disparando gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar as centenas de manifestantes indignados no Eldorado Park, sul de Joanesburgo.

Os habitantes queimaram pneus e ergueram barricadas nas ruas. Também atiraram pedras na polícia e danificaram uma delegacia local.

Essas manifestações ocorreram após a morte, na quarta-feira à noite, de um adolescente de 16 anos identificado como Nathaniel Julius.

O jovem havia saído para comprar biscoitos antes de se encontrar com outros garotos, quando uma patrulha da polícia abordou o grupo.

O adolescente era incapaz de responder as perguntas da polícia devido à sua condição, explicou sua irmã Petunia Julius à televisão local Newzroom Afrika.

"Eles o mataram diretamente", sem tiro de advertência, às 20h30 no horário local, contou.

Julius morreu mais tarde no hospital, acrescentou.

O órgão de controle da polícia está investigando essa morte.

O criador do sistema operacional de código aberto Linux, Linus Torvalds, aprovou a substituição de termos como "blacklist", "master" e "slave" (lista negra, mestre e escravo, em inglês), de seu código-fonte e da documentação do kernel . A iniciativa faz parte de um movimento para coibir termos de codificação que façam referências a escravidão ou tenham conotações racistas.

A intenção de Torvald é tentar tornar a comunidade que responde pelo desenvolvimento do Linux mais inclusiva. Apesar de não haver uma lista definitiva de palavras substitutas, o criador do Linux deu algumas sugestões para as substituições:

##RECOMENDA##

Para Master (mestre) e slave (escravo), por exemplo, podem ser usadas:

Primary/secondary (primário/secundário) 

Main/replica or subordinate (principal/réplica ou subordinado)

 Initiator/target (iniciador/alvo) 

Requester/responder (solicitante/respondedor) 

Controller/device (controlador/dispositivo)

Host/worker or proxy (anfitrião/trabalhador ou representante) 

Leader/follower (líder/seguidor) 

Director/performer (diretor/artista)

Já as alternativas para "blacklist/whitelist" foram: 

denylist/allowlist (lista de negação/lista de permissão) 

blocklist/passlist (lista de bloqueio/lista de passagem)

Os novos termos devem ser usados para novos códigos-fonte escritos para o núcleo Linux e sua documentação e os termos considerados inapropriados poderão ser preservados apenas para a manutenção de código-fonte antigo ou de documentação, de resto, não deverão ser utilizados.

Durante o duelo entre Burnley e Manchester City, nesta segunda-feira (22), um avião sobrevoou o Etihad Stadium com a faixa "vidas brancas importam". A frase tem sido atribuída a grupos que se posicionam contra o movimento que tomou proporções mundiais e que pede o fim do rascismo.

Em comunicado, o Burnley condenou a atitude: "De forma nenhuma isso representa o que o Burnley Football Club pensa e vamos trabalhar junto com as autoridades para identificar os responsáveis para que sejam banidos para sempre".

##RECOMENDA##

A frase tem sido usada por pessoas que não apreciam a luta racial. No campo, o placar foi de 5 para o Manchester City e 0 para o Burnley.

Para dar voz à luta do povo negro contra o racismo, o ator Paulo Gustavo decidiu fazer algo além de postar foto com posicionamento. Na última terça-feira (2), ele anunciou que estará cedendo a sua conta do Instagram - com mais de 13 milhões de seguidores - para a escritora Djamila Ribeiro, durante todo o mês de junho.

“Gente, diante dessa realidade tão brutal, no mês de junho, meu instagram será totalmente dedicado a abordar as questões raciais no Brasil. Portanto, resolvi ceder minha conta do instagram a escritora e ativista Djamila Ribeiro, que vai trazer conteúdos muito importantes pra todos nós. Me sinto na obrigação de ajudar e o meu melhor posicionamento será de escutar e aprender”, explicou o ator.

##RECOMENDA##

Paulo Gustavo ainda convidou os seus seguidores na plataforma para acompanhar e aprender sobre o assunto. “Vamos visibilizar as vozes que sempre falaram, mas não foram ouvidas. Vamos aprender juntos? Essa é uma luta de todas e todos. Conhecer e entender o racismo no país é nossa responsabilidade política”, afirmou.

O ator ainda agradeceu a escritora por ter aceitado a proposta de levar conhecimento aos seguidores dele. “Já li livros e artigos dela e acho ela uma gênia. Estarei acompanhando essas aulas e voltamos a nos encontrar em julho. Obrigado Rainha Djamila, por topar entrar na minha conta e trazer histórias e conhecimentos que vão tocar e transformar milhares de pessoas”, finalizou Paulo.

 [@#video#@]

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando