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No mês de aniversário de Burle Marx, o Museu da Cidade do Recife promove uma programação especial para homenagear um dos mais importantes paisagistas do século XX. Nos dias 6, 7, 13, 14, 20 e 21 de agosto, o espaço promoverá a oficina 'Bombinhas de Sementes', voltada para toda a família, crianças e adultos. A oficina gratuita tem duração de 15 minutos e não é necessário inscrição prévia. Para participar, basta visitar o Museu entre 13h às 16h, nos dias com programação.

"Durante a oficina, os participantes irão aprender a preparar uma bombinha para cultivar, além de conhecer um pouco mais sobre o importante legado deixado pelo paisagista. "Comemorar Burle Marx e seu legado desde a modernização da cidade é oportunizar conscientização e  educação junto às pessoas, como o paisagista bem pensou. Mais ainda, 'presenciar' o mestre através de seu conjunto de jardins públicos é zelar pelo patrimônio urbano", destaca o gerente do Educativo do Museu da Cidade, Emerson Pontes.

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Com orientação da Secretaria do Meio Ambiente do Recife, todas as sementes escolhidas para a atividade são de flores e pequenos arbustos, e podem ser cultivadas em jardins privados, vasos e até em pratos, desde que sejam regadas com frequência. Em alusão às flores vermelhas projetadas por Burle Marx na década de 40 para a Praça Cinco Pontas, onde fica o Museu da Cidade do Recife, sementes com flores, frutos ou folhas de coloração vermelha serão utilizadas na confecção das bombinhas, como sálvia, pimentão vermelho, hibisco (papoula), pimentas biquinho e malagueta.

Além das "vermelhas", também estarão disponíveis outras sementes, como coentro, pimentão, maracujá e margarida gigante. Não é necessário inscrição prévia para participar da oficina. Para segurança do público e da sua equipe, o MCR segue todos os cuidados necessários para prevenção da Covid-19, como o uso obrigatório de máscaras e o respeito ao distanciamento. Nesta fase de reabertura, o Museu funciona para visitação de terça a sábado, das 10h às 16h.

*Da assessoria

Estão abertas as inscrições  o curso “Introdução À História da Arte pelo Acervo do Masp”, realizado pelo Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) . A programação acontece na próxima semana, a partir de segunda-feira (2) até a sexta-feira (6), durante o período da noite, entre 19h30 até 21h30. Para aqueles que tiverem interesse em se cadastrar, acesso o link: https://masp.org.br/masp-escola/introducao-historia-arte-2021

As aulas serão divididas em cinco módulos, e cada um deles será apresentado em um dia diferente. São eles: “Aula 1 – Do Renascimento ao Barroco”, “Aula 2 – Do Barroco ao Século”, “Aula 3 – Arte Moderna, de Monet a Matisse”, “Aula 4 – Modernismo Brasileiro no acervo do MASP” e “Aula 5 – Arte Contemporânea no Acervo no Masp”. Todas as aulas serão ministradas pelo professor Felipe Martinez, especialista em história da arte.

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O investimento do curso é de R$ 240 para o público em geral, já para aqueles que estão cadastrados no programa Amigo Masp, o valor do curso passa a ser R$ 204, além da possibilidade de parcelamento no cartão de crédito. Também é possível realizar a solicitação para receber uma bolsa gratuita, caso o estudante do curso seja um professor da rede pública de ensino.

Para aqueles que desejarem outros cursos online, o Masp também disponibiliza outras programações, como “A Iconografia das Mulheres Fortes”, que traz uma análise aprofundada sobre a representação feminina nos quadros de pintores italianos como Michelangelo (1475 – 1564) e Botticelli (1445 – 1510).

O bailarino e percussionista Aboubacar Sidibé vai realizar oficinas no I Encontro Cultural Mandinga Sonora. As aulas de percussão de ritmos do oeste africano acontecerão em 16, 17 e 18 de julho, e já as de dança nos dias 23, 24 e 25 de julho, presencialmente, em Olinda. Uma única aula on-line de dança ocorrerá no dia 15 de julho.

"A gente busca articular espaços que proporcionem o encontro de artistas negros e periféricos e valorizem a sua produção de arte e conhecimento, oferecendo ferramentas de expansão e crescimento individual e coletivo", diz Laís Cabral, integrante do Delas Coletiva, produtora do evento.

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Juliana Zacarias acrescenta: "Valorizar a ancestralidade africana e beber de suas referências e rítmicas é extremamente potente, afinal a população negra no Brasil é fruto de uma diáspora africana". Ela, que também é dançarina e educadora, integrante do Coletivo DanzÁfrica Mandén, fala que a ideia não é reproduzir mecanicamente ritos ou tradições.

"Ao submergir em práticas que se conectam a essa ancestralidade africana corporificada, teremos a chance de criar, através da linguagem da dança, novas significações que atravessam e criam no cotidiano, entre as relações dos corpos, afetações e suas passagens. É principalmente em virtude das tranças desses fluxos diaspóricos, que as identidades se tornam múltiplas, considerando um emaranhado de migrações e fricções sócio-culturais e raciais que atravessaram continentes e fundaram nações", finaliza.

Dançarino desde os dez anos de idade, Aboubacar atualmente mora em São Paulo, onde administra o Centro Cultural da Guiné, leciona aulas de dança e percussão e onde fundou o grupo Fareta Sidebé. A programação do evento conta ainda com a exibição do curta-metragem Liberdade, no dia 31 de julho no Adupé Café e Arte e a live-show Encruzilhadas Sonoras, que terá sua estreia no dia 7 de Agosto para o público em geral, com participações de artistas locais junto ao convidado.

As oficinas serão desenvolvidas no espaço cultural Reduto de Artes Mandinga, localizado na Estrada do Bonsucesso, nº 242, Olinda. O evento seguirá todos os protocolos de segurança em combate à Covid-19.

*Da assessoria

Através do nome que rememora a luta das pessoas negras pelo fim da escravidão, o Túnel da Abolição é localizado em uma das mais importantes vias do bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife (PE). O equipamento de mobilidade urbana, que tem cerca de 550 metros, foi inaugurado pela Prefeitura em 2015, mas só a partir desta semana passou a refletir traços da cultura afro-brasileira, através do painel “Do Orun ao Aiye: Afrika Elementar”.

A iniciativa faz parte do projeto “Colorindo o Recife”, que surgiu na Secretaria de Turismo e Lazer, mas passou a ser encabeçado pela pasta de Inovação Urbana da capital. O objetivo é criar galerias de arte a céu aberto com a participação de artistas, além de também promover oficinas ao público infantil das escolas públicas da Cidade.

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A transformação do espaço foi feita pelos grafiteiros Adeilson Boris, Nathê Ferreira e Emerson Crazy, que, juntos, construíram uma obra baseada nos quatro elementos da natureza: fogo, ar, terra e água (inã, afefe, aiye, omi). Cada um dos artistas elaborou o mural a partir do elemento escolhido, enquanto a água permeia toda a obra.

Os transeuntes, no entanto, poderão reparar que a cor azul tornou-se predominante no túnel, por escolha dos próprios artistas. O destaque é atribuído à importância da água para o Recife, como também à predominância do elemento no corpo humano.

Para Adelson Boris, autor da parte que usa cores quentes na obra (Inã), o túnel é “um espaço que guarda muita memória de corpos negros em busca de sua liberdade”.

“No momento em estava elaborando os painéis, lembrei que estava acontecendo um momento único e histórico, e é como se estivesse voltando ao passado para resgatar uma memória para o presente e ressignificá-la para o futuro, pensei: isso é sankofa. Então os painéis foram construídos nessa perspectiva ancestral como resgate dos saberes milenares presentes nos elementos da natureza”, disse o artista, que teve contato com o grafite pela primeira vez em 2003, e tem a cultura negra como sua inspiração.

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Já Nathália Ferreira, conhecida como Nathê, ficou encarregada de trazer o elemento ar (afefe) para o mural, dialogando com a criação dos outros dois artistas. ”Pensando em interagir com as produções dos meninos, pensei em criar uma narrativa que desse a ideia de sair do painel terreno de Crazy, um pássaro de pescoço longo, como o sankofa, indo ao encontro do seu bando no painel de Boris”, explicou.

“Montada no pássaro, criei uma amazona, uma menina de rosto comum, que me remetesse as meninas suburbanas que vejo na minha rua, daí os elementos de roupas mais comuns, mas com adereços de realeza. Dando a entender que essa menina estivesse em mais um dia do cotidiano, buscando ou levando uma mensagem muito importante, na contramão da via de carros que passam no túnel”, reitera a artista.

Por outro lado, o juremeiro e iniciado no candomblé há dois anos, Emerson Crazy, incluiu também a sua vivência com a fé na obra. “Foi de grande importância participar de um grande painel em que tive a oportunidade e o prazer de representar o culto yoruba ao qual faço parte, o primeiro painel foi abordado as matas e dois orixás da Egbé odé (sociedade dos caçadores) e o segundo painel onde representei a Orixá Osun da Egbé omi (sociedade das águas), e ambos trazendo significados específicos para o culto de cada orixá”, disse ele, que apresenta no painel dois homens ao centro de uma floresta com fundo dourado, representando a terra (aiye).

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Já tem data pra acontecer o Festival Oxente de Pole Dance, 21 de agosto, em Salvador. Em 2021, o evento terá uma edição diferenciada já que, devido às limitações da pandemia, haverá um formato “híbrido”, com estrutura de palco, iluminação e artistas in loco e também streaming ao vivo pelo YouTube.

O Pole Dance é uma atividade física que mescla dança, arte e expressão corporal, tendo crescimento exponencial principalmente através da realização de festivais e campeonatos pelo mundo, agora também em formato digital.

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Gigi Octave, instrutora e artista de pole dance e artes circenses é a idealizadora do Festival Oxente Pole Dance e propõe valorizar as produções, estúdios e artistas da modalidade do Norte e Nordeste do Brasil.

O evento traz 100% de liberdade artística para todos os participantes e convidados, além da mistura de linguagens artísticas como o teatro, a dança e o circo. Em 2021, o tema escolhido vem como uma libertação e exaltação da maior festa popular do mundo que infelizmente não aconteceu em 2021, mas terá sua micareta (carnaval fora de época) garantida na nova edição do festival.

Agenda

Festival Oxente de Pole Dance

Data: 21/08

Local: Teatro Vila Velha (Salvador-BA)

Horário: 17h

Transmissão: Streaming ao vivo pelo YouTube

O Ciclo “Políticas da Arte – Artes da Política”, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Linguagens e Cultura (PPGCLC) da UNAMA - Universidade da Amazônia, promove na próxima terça-feira (22), às 18h30, um encontro on-line intitulado "Arte Contemporânea no Planalto Central”, com a participação de Paulo Henrique Silva, curador de "Conversas - Resistência e Convergência", mostra que está em cartaz no Museu Casa da Onze Janelas. O evento será transmitido pelo canal do grupo de pesquisa Arte, Imagem e Cultura no Youtube. 

O grupo reúne professores, pesquisadores, artistas, museólogos, curadores e educadores. A conversa faz parte da programação de encontros mensais dos acadêmicos.

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Paulo Henrique Silva é formado em Artes Visuais pela Universidade Federal de Goiás - UFG. Dedica-se ao estudo da produção contemporânea da Região Centro-Oeste e à formação de acervos. É responsável pela Curadoria de Artes Visuais da Secretaria de Cultura de Anápolis – GO, pela produção e curadoria do Salão Anapolino de Arte, um dos mais importantes salões de arte do país.

 O curador vai apresentar sua experiência na formação de acervos, assim como falar da produção e curadoria de diversos projetos na região em que atua. A conversa incluirá também sua abordagem curatorial na realização da exposição "Conversas - Resistência e Convergência", em cartaz na Casa da Onze Janelas.

Como mediadores participarão os professores Jorge Eiró e Mariano Klautau Filho, coordenadores do grupo, e a professora Susanne Pinheiro, pesquisadora em arte e moda com foco em acervos paraenses.

O Grupo Arte, Imagem e Cultura, formado em 2018, é coordenado pelos professores Mariano Klautau Filho e Jorge Eiró e constituído por alunos pesquisadores e orientandos do programa  de pós-gradauação da UNAMA, com participação aberta de convidados egressos, assim como de alunos externos. O grupo promove encontros, debates e leituras sistemáticas sobre imagem em todo seu alcance cultural e manifestação artística, realiza seminários internos das pesquisas em processo de orientação e encontros com artistas e pesquisadores em arte, assim como promove encontros-visita às exposições de artes e mostras de acervos.

Dentre as pesquisas que o grupo desenvolve destaca-se “Arte Contemporânea nos Acervos e Museus Paraenses”, com foco em acervos, artistas ou obras artísticas, possibilitando um levantamento dos principais acervos museológicos de arte contemporânea na cidade de Belém, nas décadas de 1980 a 2010, observando em especial o Museu Casa das Onze Janelas, Museu da Universidade Federal do Pará - MUFPA e Museu de Arte da UNAMA e o circuito de arte dinamizado por essas instituições.

Serviço

Conversa "Arte Contemporânea no Planalto Central”. Com Paulo Henrique Silva, curador de Artes Visuais da Secretaria de Cultura de Anápolis – GO e da mostra "Conversas - Resistência e Convergência" na Casa da Onze Janelas.

Mediação: Profs. Mariano Klautau Filho, Jorge Eiró e Susanne Pinheiro.

Data: Nesta terça, 22, às 18h30 (Canal do Youtube  Arte, Imagem, Cultura)

Realização: Grupo de Pesquisa Arte, Imagem, Cultura /UNAMA - PPGCLC

Da Redação do LeiaJá (com informações do PPGCLC).

A partir desta semana estão abertas as inscrições para artistas que desejarem participar da 4ª edição do  “Festival Soy Loco Por Ti Juquery”. O evento é gratuito, aberto e tem como objetivo propor uma ocupação cultural do Complexo Hospitalar do Juquery, localizado em Franco da Rocha (SP), umas das mais antigas colônias psiquiátricas do país. 

Além de oficinas e rodas de conversa, o projeto também contempla uma residência artística, que busca um encontro entre diferentes olhares, linguagens e trajetórias artísticas, atravessado pela história do Juquery. As categorias vão desde artes cênicas até artes visuais e sonoras. As inscrições podem ser feitas através do link: https://www.soylocoportijuquery.com/

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Em abril deste ano, os últimos pacientes que integravam a ala de internação psiquiátrica de longa permanência do Complexo foram transferidos. Eventos como o “Festival Soy Loco Por Ti Juquery” foram responsáveis por fazer parte deste processo de transformação deste Complexo, que existe há mais de 120 anos. Parte deste legado se deve ao trabalho do crítico de arte e músico paraibano Dr. Osório Thaumaturgo César (1895 – 1979), que foi pioneiro no uso da arte como ferramenta terapêutica no tratamento psiquiátrico.

A 4ª edição do festival é idealizada pela produtora Trapézio Produções Culturais, em parceria com a Prefeitura de Franco da Rocha e do Museu de Arte Osório César. Já a realização é do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. A 1ª edição aconteceu em 2018 e a partir de 2020, o festival sofreu alterações por conta da Covid-19 e assim ficou conhecido como “Soy Loco em Casa”.

 

 

A Secretaria Executiva de Inovação Urbana reabriu as inscrições para o cadastro do Programa Colorindo o Recife. Com foco em promover a requalificação dos espaços urbanos através do grafite e valorizar os artistas locais, a ação recebe inscrições até 30 de julho, por meio de formulário on-line no site do Colorindo Recife. Grafiteiros já cadastrados também podem modificar as categorias de projetos nas quais desejam se enquadrar.

Os candidatos, seja pessoa fisica ou jurídica, serão submetidos a quatro etapas: inscrição, habilitação, análise dos documentos e a efetiva contratação. Após a etapa de checagem de documentos e habilitação, os artistas irão ser avaliados por uma comissão de inscrição, formada pelos próprios artistas e representantes da Secretaria da Mulher e das secretarias executivas de Inovação Urbana e da Juventude. Os artistas poderão selecionar as categorias que desejam participar, podendo optar por mais de uma. Entre as opções, estão empenas (fachadas de prédios), murais horizontais, viadutos, túneis, barreiras, áreas do programa Mais Vida nos Morros, miniarte e até um escolha de um espaço sugerido pelo artista.

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"Vamos consolidar o Colorindo Recife como uma estratégia de transformação urbana da cidade, sobretudo, de transformação social. O Recife será a maior galeria de arte urbana a céu do mundo e tudo isso será construído com o protagonismo dos artistas no aprimoramento e nas decisões da política pública”. afirmou o  secretário Executivo de Inovação Urbana, Tullio Ponzi, segundo informações da assessoria de imprensa. O resultado será divulgado no site do programa, onde também podem ser encontradas mais informações.

"Guerra contra a covid-19" ou qualquer outra comparação bélica não agrada à médica Isadora Jochims, de 35 anos. Como diz em um poema que escreveu semanas atrás, ela está na linha de frente, não escondida em uma trincheira. "Cuido de vidas, não ceifo."

Foi na arte que a médica encontrou as forças para expressar o que testemunha na pandemia. Também foi na expressão artística que obteve inspiração para criar intervenções para "humanizar" o atendimento a pacientes da covid-19 no hospital em que trabalha, como o "prontuário afetivo" e o "correio afetivo", lançados nas últimas semanas.

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O primeiro exemplo chegou a ser repetido em outros hospitais do País e consiste, basicamente, na criação de um prontuário que traga informações com os gostos e a personalidade do paciente que tem alguma impossibilidade de se comunicar, apesar de estar sedado ou apresentar confusão mental. Como explica a idealizadora, a ideia é tanto conectar o profissional de saúde ao enfermo quanto auxiliar no tratamento.

Cante pra ele!

No caso do paciente de iniciais A. F. G., por exemplo, o prontuário afetivo dizia "Gosta de: barulho de água e passarinho, Raul Seixas e música sertaneja raiz. Cante pra ele!." O de outra hospitalizada descrevia, por sua vez: "Gosta de música internacional romântica e sertaneja (Gustavo Lima); família numerosa e amorosa; e boa garfo!", em meio a pequenos desenhos de coração, flores e emojis. "Quando se pergunta sobre paixões, o que a pessoa gosta, a gente se identifica com alguns gostos", explica ela.

As informações são colhidas com a família dos pacientes. No caso daqueles mais velhos, não habituados ao uso de tecnologia ou outras distrações durante a internação, começou-se a registrar as preferências de rotina, como horário de ouvir a missa.

Com proposta semelhante, ela costuma colocar uma música que o paciente goste no momento da intubação. "A sedação tem todo um movimento antes: tem de explicar ao paciente, o que é algo angustiante para a equipe de saúde. O mais habitual (é fazer o procedimento) quando o paciente já está rebaixado (em outras doenças). No covid isso não acontece, a gente identifica que ele está mal pelos exames. Então, está com consciência, tem de explicar."

O correio foi um desdobramento dessa experiência. "Depois de tantas mensagens de carinho (por causa da repercussão do prontuário), percebi o quanto a população está carente de expressar gratidão, carinho."

As cartas são fotocopiadas e colocadas em meio às pranchetas dos profissionais de saúde. Entre as recebidas, estão a de uma paciente de 7 anos e de uma médica que escreveu como se fosse destinada a uma tia que morreu na pandemia. Mais adiante, o material também vai virar uma grande intervenção artística.

Segundo ela, alguns colegas leem, se interessam, mas outros mal acabam percebendo. "Ficam no automático. A rotina de fazer aquilo toda a hora, todo o dia, a pessoa vira um robô. As intervenções são para quebrar essa rotina", aponta Isadora. "Há um medo, um receio de se vincular."

"Está todo mundo muito vulnerável, com muito sofrimento. Tem de ser algo espontâneo, não dá para fazer por imposição", complementa ela. "Se a gente deixa de se vincular, perde o sentido do trabalho. O trabalho em saúde é uma troca de carinho, de cuidado."

A médica é reumatologista no Hospital Universitário de Brasília (HUB) e integrante da Comissão de Humanização. Na pandemia, tem se dividido entre o ambulatório e o atendimento em leitos de retaguarda, no ano passado, e na enfermaria de covid-19, neste ano.

O espalhamento da covid-19 foi, inicialmente, sentido a partir do temor do contágio e da morte em meio a relatos trágicos cada vez mais frequentes de colegas de profissão. Com experiências anteriores em arte, Isadora chegou a fazer um autorretrato em que estava entubada, à beira da morte, no começo da pandemia.

Aquarelas

Foi nesse momento que resolveu pintar aquarelas com base em desabafos ouvidos informalmente de outros trabalhadores de saúde, como o da residente que atestou sete mortes em um único plantão. "Ouvia a história e fazia uma imagem mental. Chegava em casa e fazia a aquarela", comenta. "Consegui dar uma reviravolta neste ano, com coisas mais relacionais, de troca de afeto."

Para ela, as experiências com a arte também são uma forma de se fortalecer. "Pensei inúmeras vezes em pedir demissão, mas vinha essa motivação de continuar trabalhando", comenta.

Outra intervenção recente foi a colagem na parede de uma sequência de cartazes com passo a passo para se desparamentar (dos equipamentos de proteção), a qual tem uma das últimas etapas com uma urna, papel, caneta e a orientação: "desparamente sentimentos ruins vivenciados aqui".

Mais um exemplo é o uso de fita adesiva para escrever frases nas paredes, portas e no biombo onde os profissionais costumam se paramentar, tais como "Respire, inspire", "Dou conforto na passagem" e "Me paramento de amor".

Em outra ocasião, ela e uma equipe de plantão colocaram emojis na roupa, com a identificação do nome, para sinalizar como se sentiam naquele dia. "Na enfermaria covid, a gente se paramenta por inteiro. Às vezes, não reconhece a pessoa, não escuta direito a voz, não sabe se está triste ou feliz", comenta.

Sobrevivência

Para a reumatologista, o uso da arte nessas situações ocorre até por uma "questão de sobrevivência" em meio a um cenário em que não consegue atender todos. "A gente não é imortal, um super-herói. Somos pessoas comuns, que têm família, que sofrem." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na Ponta do PÉ, projeto de conteúdo sobre a dança de Pernambuco, no ar desde 2012, produziu uma série de entrevistas para mostrar o cenário da Dança pernambucana na pandemia. Viabilizado com recursos da Lei Aldir Blanc, através do Governo Federal, por intermédio da Secretaria de Cultura do Governo de Pernambuco, o projeto traz nove vídeos, já disponíveis no canal do Youtube, além de nove reportagens especiais com conteúdo extra em texto, publicadas no site do projeto.

Contando com a participação de 11 artistas de dança, entre bailarinos, coreógrafos e professores de dança, a ideia é mostrar como esses profissionais vêm tentando driblar a pandemia para a dança continuar se movendo. Nos relatos, os primeiros impactos no mercado da dança quando se iniciou a quarentena mais rígida (março de 2020), a adaptação repentina do ensino do modelo físico para o online e as perdas que esses artistas sentiram com as restrições e falta de apresentações no palco presencial.

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Apesar dos desafios, ao longo da série, Na Ponta do PÉ mostrou também como esses artistas de dança se reinventaram na crise, criando videodanças (a maioria, pela primeira vez), fazendo apresentações ao vivo, através de lives e videochamadas, e outras ações presenciais, seguindo os protocolos sanitários. "Ou seja, a ideia da série foi compartilhar ideias de alguns desses artistas de dança para inspirar outros profissionais da área e também mostrar para a plateia que há muita dança sendo exibida virtualmente", conta a jornalista e bailarina Maíra Passos, idealizadora do Na Ponta do PÉ.

Nos assuntos abordados nos episódios da série: conversas sobre como os passistas de frevo caíram no passo num ano histórico sem carnaval; sobrevivência do maracatu e outras danças populares na pandemia; como praticar dança de salão sem poder dançar juntos; produção de videodanças na pandemia; sem conexão com a dança na periferia, pela falta de acesso à internet; danças urbanas e cultura hip hop na pandemia; produção de espetáculos presenciais para exibições virtuais; e adaptação do ensino da dança com aulas online e presenciais, com restrições.

Todas as publicações feitas no site contam com tradução para Libras, através de avatar animado em 3D, através do botão da plataforma VLibras incorporada à página. Já nos vídeos publicações no canal do Youtube, há também legendas.

*Da assessoria

O programa Plurarte desta semana, com apresentação da cantora Sandra Duailibe, entrevista a cantora e compositora Mari Sellva. O Plurarte está no ar sempre às sextas-feiras, na Rádio Unama FM (105.5), às 13h20, com reapresentação aos sábados, às 10 horas. Também será exibido no Espaço Universitário da TV Unama, na TV RBA, no sábado de manhã, e no portal LeiaJá. Acesse o Plurarte no Youtube aqui.

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Na última terça-feira (16), o grafite pintado no muro da prisão de Reading, na Inglaterra, pelo muralista Banksy, apareceu parcialmente coberto de vermelho com a inscrição "Team Robbo!". A arte, no local desde o início do mês, retrata o dramaturgo Oscar Wilde (1854-1900), que foi preso ali em 1895, condenado por praticar sexo com outros homens.

Na parte inferior do grafite havia uma máquina de escrever, que foi coberta pela tinha vermelha e a assinatura da equipe do artista Robbo, que foi um grafiteiro morto em 2014. Ele e Bansky tinham uma rivalidade desde 2009. A polícia local o Ministério da Justiça, responsável pelo prédio, lamentaram o ocorrido.

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A obra no muro da prisão, que fechou em 2013, é considerada de valor histórico e gerou pedidos para que o prédio fosse transformado em uma casa de artes.

Por Emmanueli Nunes

O artista de rua britânico Bansky colocou em leilão o quadro "Game Changer" e espera arrecadar até 3,5 milhões de libras (cerca de R$ 24 milhões) que serão revertidos ao Serviço Nacional de Saúde (NHS) do Reino Unido. A pintura deve ser leiloada no próximo dia 23.

"Game Changer" foi doada pelo artista ao hospital de Southampton, no sul da Inglaterra, em maio de 2020, durante a primeira onda de Covid-19. O quadro feito em preto e branco mostra um menino que jogou os boneco de heróis, como Batman e Homem-Aranha, na lata de lixo para brincar com a boneca de uma enfermeira, que usa máscara e capa. A obra resume a gratidão do artista aos profissionais de saúde e é o único trabalho de Banksy sobre a pandemia.

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Foto: Reprodução / Instagram @banksy

Em maio do ano passado, quando  Banksy entregou a pintura ao profissionais da saúde, deixou um bilhete: "Obrigado por tudo o que estão fazendo. Espero que alegre um pouco o lugar, mesmo que seja apenas em preto e branco".

Após o leilão, a obra original deixará o hospital de Southampton, que ganhará uma reprodução da pintura.

Por Emmanueli Nunes

Os personagens “Magya" e "Mysterio”, do grupo de teatro Folhas de Papel, apresentam espetáculo on-line na plataforma zoom nos próximos dias 12, 13 e 14 de março, sempre às 19 horas. O grupo também ministrará oficina virtual gratuita de “mágica cômica” nos dias 17 e 18, de 15 às 17 horas. O espetáculo e oficina foram reformulados para o formato on-line misturando a arte da palhaçaria com pequenas mágicas.

O espetáculo envolve diversos números mágicos adaptados para a interatividade virtual. Mágicas clássicas com baralho, moedas e canetas serão apresentadas, algumas vezes dando certo e outras dando errado de forma cômica, uma das principais particularidades dos personagens.

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A atriz Tais Sawaki, a intérprete da palhaça “Magya”, explica que transformar a peça para o modelo on-line foi um grande desafio, pois muitos dos números dependem da interação com o público. “Para nós é um desafio muito grande, pois o espetáculo é superinterativo, é preciso a participação do público. Então pensamos como poderíamos fazer o espetáculo on-line sem perder a qualidade do ao vivo. Decidimos usar a plataforma zoom. Logo percebemos que poderia dar certo”, disse a atriz.

“Magya" e "Mysterio” foram criados em 2019, e desde então o grupo já se apresentou em diversos espaços. Segundo o ator e responsável pela criação da peça AJ Takashi, que interpreta o grande mágico "Mysterio", a apresentação terá novos números. “Teremos números antigos e novos”, afirmou o ator.

Além do espetáculo, o grupo também oferece uma oficina virtual de forma gratuita, com a temática de mágica cômica. Serão ensinados os princípios básicos e aplicação de mágicas em cenas cômicas, e a confecção de pequenas mágicas com materiais caseiros. A oficina vai oferecer certificado a todos os participantes.

O Grupo Folhas de Papel é formado por pelos atores Aj Takashi, Tais Sawaki e Assucena Pereira. Foi criado em 2017, em Belém, com o intuito de estudar, investigar e experimentar diversas formas de contar histórias. 

Da assessoria do grupo.

A frase "Só pode ter sido pintado por um louco" gravada no quadro “O Grito”, quase de forma invisível, foi escrita pelo próprio autor da obra, Edvard Munch. O segredo foi revelado após investigação liderada pelo Museu Nacional da Noruega.

"A escrita é, sem dúvida, do próprio Munch. A própria caligrafia, assim como os acontecimentos ocorridos em 1895, quando Munch mostrou a pintura na Noruega pela primeira vez, apontam todos na mesma direção", disse Mai Britt Guleng, curadora do museu.

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Muito se foi questionado se a mensagem era um ato de vandalismo feito por um espectador indignado ou se fora escrita pelo próprio Munch, conhecido por ter tido problemas de saúde mental ao longo de sua vida.

O método utilizado na investigação foi usar uma tecnologia de infravermelho para analisar a mensagem na tela da obra e logo após analisar a caligrafia e compará-la com os diários e cartas do pintor.

A pintura original, exibida pela primeira vez na cidade natal de Munch, Oslo (então Kristiania), em 1893, tornou-se uma expressão radical e atemporal da ansiedade humana.

"A caligrafia, assim como os acontecimentos ocorridos em 1895, quando Munch apresentou a pintura na Noruega pela primeira vez, apontam no mesmo sentido", argumenta Mai Britt Guleng.

De acordo com seus diários, Munch que teve uma vida de perdas duras e pesares (perdeu mãe e irmã antes dos 14 anos, o pai aos 26 e teve uma irmã internada com transtorno bipolar) ficou profundamente magoado com a reação dos críticos sobre sua arte e acredita-se que ele tenha voltado à pintura para adicionar sua declaração a lápis depois.

No seu diário escreveu: "Desde que me lembro, tenho sofrido de um profundo sentimento de ansiedade que tentei expressar em minha arte". E ainda: "Sem essa ansiedade e doença, eu seria como um navio sem leme."

Em 1994, “O Grito” foi roubado de um museu de arte norueguês. O quadro foi recuperado por detetives britânicos, em uma operação secreta ousada. A obra de arte será exibida com uma série de outros quadros de Munch, incluindo Madonna, A Dança da Vida e Autorretrato com Cigarro, no Museu Nacional da Noruega em 2022.

O festival No Ar Coquetel Molotov realiza, em março, a segunda edição do CoquetelMolotov.Exe – formato especial que acontece inteiramente on-line, adotado com a pandemia do novo coronavírus. De acordo com a organização, o evento será construído coletivamente, com propostas enviadas por artistas, músicos e profissionais do Estado por meio de uma convocatória que recebe inscrições através do site até 25 de fevereiro.

O festival pretende aquecer a cadeia econômica cultural do Estado, revelando novos artistas e grupos pernambucanos, dando chance prioritária a quem não tenha participado de edições anteriores.

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No caso das inscrições de produções musicais, literárias e audiovisuais, o conteúdo precisa ser autoral. Ao todo, 20 trabalhos serão contemplados e cada proposta selecionada receberá uma ajuda de custo de acordo com a categoria escolhida.

 

Um dos afrescos mais famosos do mundo, "A Última Ceia" de Leonardo da Vinci, saiu nesta semana do confinamento imposto pela covid-19, e os amantes da arte já podem admirá-lo no convento dominicano de Milão.

Longe das habituais multidões de turistas, muitos moradores da capital da Lombardia aproveitaram para reservar a entrada no convento de Santa Maria delle Grazie, onde se encontra a pintura mural executada entre 1495 e 1498.

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"Para mim é um renascimento, volto a viver. Depois dessa pandemia terrível, posso fugir, acalmar minha alma, sentir as emoções de novo", diz Alessandra Fabbri, 37 anos, que trabalha com publicidade digital.

Residente em Milão, mas originária de Urbino, local de nascimento de Rafael no centro da península, outro mestre da pintura, reconhece os fortes laços entre esses grandes artistas renascentistas.

Após a medição obrigatória da temperatura, pequenos grupos de 12 pessoas podem entrar silenciosamente no famoso refeitório por quinze minutos, onde está localizada uma das pinturas mais bonitas do mundo.

O famoso mural representa o jantar em que Jesus anuncia que um de seus doze discípulos o trairá.

- 'Arte e espiritualidade' -

“É a obra de arte mais linda que já vi na minha vida, uma mistura de arte e espiritualidade, é mágica”, diz Anna Oganisyan, 50 anos, pianista francesa que mora em Milão.

Acompanhada da filha Anne-Charlotte, Oganisyan conseguiu as entradas no último minuto, o que seria impossível antes da pandemia, já que era preciso reservar com pelo menos três meses de antecedência.

Parada obrigatória para 60-70% dos turistas que chegam do exterior antes da pandemia, incluindo americanos, chineses e coreanos, o trabalho do gênio do Renascimento, que se destacou em várias áreas, está agora disponível para os milaneses.

“Apostamos no turismo local, algo que os milaneses exigiam, porque esses lugares foram tomados pelo turismo internacional”, avalia Michela Palazzo, diretora do Cenacolo Vinciano.

O museu, que reabriu suas portas na terça-feira, fechou pela primeira vez após o primeiro confinamento decretado no final de fevereiro.

Em seguida, foi reaberto em 10 de junho até 5 de novembro. As receitas de cerca de 1,2 milhões de euros por ano (US $ 1,4 milhão) sofreram uma queda de 80% em 2020.

No ano anterior, em 2019, bateu o recorde com mais de 445 mil visitantes devido às comemorações dos 500 anos da morte de Leonardo da Vinci.

- Sem filas -

“A partir de agora, não há mais filas, o silêncio prevalece, essas são as condições ideais para admirar esta obra-prima extraordinária e fugir da pandemia”, diz Michela Palazzo.

Ao contrário de seus vizinhos europeus, a Itália afrouxou as restrições anticovid em vigor na maioria de suas regiões no início de fevereiro, autorizando bares, cafés e restaurantes a reabrir ao público.

Os museus também puderam abrir, mas apenas durante a semana para evitar multidões.

“Há muito tempo eu queria ver 'A Última Ceia', é muito bonita”, confessou Davide Palano, uma estudante do ensino médio de 17 anos, que reservou o ingresso online no dia anterior.

O programa Plurarte desta semana, com apresentação da cantora Sandra Duailibe, entrevista o cantor e compositor César Nascimento. O Plurarte está no ar sempre às sextas-feiras, na Rádio Unama FM (105.5), às 13h20, com reapresentação aos sábados, às 10 horas. Também será exibido no Espaço Universitário da TV Unama, na TV RBA, no sábado de manhã, e no portal LeiaJá. Acesse o Plurarte no Youtube aqui.

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Muitas pessoas sentem vontade de iniciar uma jornada pela escrita e contar histórias que alcancem outras vidas. Para isso, é necessário ter criatividade, determinação e capacidade para lidar com os desafios. 

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A Semana da Criação Literária, evento on-line e gratuito que irá ocorrer entre os dias 25 e 31 de janeiro, foi idealizada com o propósito de auxiliar pessoas que pensam em descobrir e melhorar habilidades, bem como seguir profissionalmente a carreira de escritor ou escritora.

Tiago Novaes, escritor, tradutor e doutor em Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP), ministrará aulas que pretendem mostrar, entre outras coisas, obstáculos que impedem o desenvolvimento da escrita. Falta de confiança, dificuldade para encontrar inspirações, medo e até mesmo falta de tempo são os fantasmas que assombram os jovens escritores. 

Tiago Novaes desenvolveu o gosto pela escrita na infância, com a leitura. “Minha tia contava histórias à beira da cama antes de dormirmos, meu irmão e eu. Eram histórias fantásticas, com terras distantes, dragões, florestas encantadas. Aí vieram os livros. E um livro puxa outro. Na adolescência, Clarice, Graciliano, Guimarães, Saramago. A poesia. Eu era um aluno bastante medíocre na escola, e a exceção sempre foram as redações, onde sinto que eu destilava estas leituras”, revelou.

O escritor destacou que, inicialmente, há um prazer simples e inocente diante do papel, uma inspiração, um entusiasmo. Depois vem um um desejo de alçar voo maior, de contar uma história melhor, desenvolver os personagens. “Aos poucos a gente passa a querer transmitir a ambiguidade da vida nos próprios escritos. E é um desafio que vai sendo trabalhado continuamente, identifica-se com a experiência de vida, com as perguntas que fazemos e que nunca alcançam resposta”, explicou.

A Semana da Criação Literária surgiu com a intenção de ajudar as pessoas a se apropriarem da própria língua e da própria voz, informou Tiago. Segundo ele, desde as oficinas presenciais que ministrou a partir da publicação do seu primeiro romance, surgiu um senso de “missão literária”. “Acredito que ainda somos jovens, como país e cultura em termos de narrativas escritas. Quantas histórias por escrever! Romances psicológicos, históricos, ficções científicas. Ainda precisamos mapear na ficção a nossa cultura, que se diversificou e tem revelado a sua complexidade”, disse.

Para incentivar aqueles que querem escrever mas que são impedidos pelas inseguranças, Tiago afirma que o primeiro passo é retirar o lugar do "Grande Escritor" de um pedestal inalcançável e mostrar que a escrita é um ofício como qualquer outro, com suas complexidades. Para Tiago, o grande segredo da criação literária é que não existe segredo e sim que existe trabalho, insistência, paixão revigorada, comunidade.

“A escrita criativa entra neste movimento. É uma disciplina tão jovem quanto a psicanálise e foi fundada por um reitor na Universidade de Iowa, um sujeito chamado Carl Seashore. Nos EUA existem centenas de programas de graduação e pós em escrita. No Brasil este movimento ainda é emergente. Parte do meu trabalho é de difusão deste conhecimento”, assinalou o escritor.

Tiago Novaes entende que a questão da criatividade está em aceitar que é sempre necessário buscar objetos em um lugar diferente, enxergá-los de uma nova perspectiva. “Os livros fazem isso. As viagens. A análise ou autoanálise. O debate intelectual e literário. O sujeito criativo é um sujeito curioso, desassossegado. Precisamos abandonar as questões narcísicas, como 'Isso é para mim?', 'Eu sou bom o suficiente?', e passar a fazer perguntas de dentro da prática, que são bem menos autocentradas”, acrescentou.

O escritor comenta que vive de atividades ligadas à escrita e conhece muitas pessoas que fazem o mesmo. Durante a Semana da Criação Literária, Tiago vai mostrar como o autor pode enveredar por esse caminho. Também terá a discussão sobre a estruturação de uma obra a partir do romance "Torto Arado", de um dos antigos participantes de suas oficinas on-line, Itamar Vieira Jr. “Por fim, vamos oferecer orientações práticas para aprimorar a escrita e algumas reflexões que o escritor deve realizar de saída para que possa superar as questões extrínsecas à obra: o medo da falta de talento, a dificuldade em lidar com o tempo da escrita, dentre outras”, complementou.

Experiências válidas

O escritor e jornalista Tiago Júlio Martins contou que conhece e recomenda a participação nas aulas de Tiago Novaes, pois ele possui experiências válidas para quem deseja seguir a carreira de escritor. “Acho um trabalho muito incrível porque ele ensina técnicas muito legais para quem está começando, até para pessoas mais experientes têm teorias muito eficazes na construção de enredos. Já assisti alguns vídeos dele e eu recomendo participar do evento, porque tudo que vem a somar e agregar para a nossa escrita, nossa bagagem cultural, nossa bagagem técnica eu acho superválido”, disse.

Ele também relata que o seu hábito pela leitura surgiu na infância. “Comecei a ler com as revistinhas da Turma da Mônica, principalmente. Depois minha tia me dava livros infantis, então eu lia Ziraldo, li outras coisas também.”

Tiago explicou que a escrita é algo natural desde os seus 17 anos e que aperfeiçoou com a profissão de repórter. "Exercitei bastante a minha aptidão como escritor, jornalista, redator e sempre foi uma forma de me encontrar comigo mesmo”, afirmou.

Como escritor, publicou dois livros, “Cabeça Bipolar” e “Outubro”, cada um com as suas particularidades de construção. “O 'Cabeça Bipolar' escrevi praticamente em fluxo de consciência. Foi um processo muito orgânico, não me preocupei tanto com o enredo, forma. Já no 'Outubro' eu precisei me preocupar mais com a estrutura, com o desenvolvimento do enredo em si”, explicou.

Tiago Júlio contou que os autores que mais lhe inspiram são Manuel de Barros, Ferreira Gullar, José Saramago, Clarice Lispector, Cecília Meirelles, Hilda Hilst, Caio Fernando Abreu e Paulo Leminski. “São escritores que têm uma obra muito rica. Se um dia eu conseguir chegar no dedinho do pé de algum deles, em sentido de qualidade literária, eu já vou ficar muito feliz”, completou.

O escritor também relatou que já sofreu com bloqueio criativo. “A forma que eu encontrei para lidar com isso foi buscando outras fontes de arte para me inspirar, na música, no cinema, nas artes visuais, na dança, e procurei me inspirar a partir do trabalho de outros artistas, acho que é uma boa ferramenta que pode ajudar bastante”, contou.

Para as pessoas que desejam se tornar escritoras, Tiago Júlio conta que o mais importante é escrever sem a preocupação de estar produzindo um texto grandioso e que há formas de autopublicação gratuita na internet, facilitando a intensificação da prática da escrita. “A nossa escrita é a troca que a gente tem com o leitor”, finalizou.

Vivências literárias

A jovem escritora Giovanna Maués, estudante de Odontologia e amante de livros, apesar de não ter um livro publicado ainda, compartilhou um pouco sobre sua vivência ao escrever histórias. Ela diz que seu gênero preferido é o romance e todas as variações dele (romance de época, romance de fantasia, romance contemporâneo, etc.) e que se inspira muito em autoras como Sarah J Maas, Angie Thomas e Julia Quinn.

“Eu gosto muito de literatura, mas percebi que um dos meus gêneros preferidos tem pouca representatividade. Comecei a escrever como uma tentativa de reverter esse cenário. Queria que mais pessoas se sentissem representadas em um gênero que eu gosto tanto”, destacou.

Giovanna também falou de alguns entraves no momento de transcrever o que ela deseja para história no texto. “Uma das maiores dificuldades é achar as palavras certas para encaixar no texto, que transmitam o que eu tô pensando.”

A jovem escritora comentou também sobre o que a ajuda mudar essa situação. “O que me ajuda muito é ler livros do mesmo gênero que eu estou escrevendo.”

Emanuelle Estumano, de 20 anos, escreve desde quando era criança. Poemas ou textinhos, mas nada sério, até os seus 12 anos, quando começou a ter crises de ansiedade e encontrou na escrita uma forma de refúgio.

“Quando eu tinha 12 anos comecei a ter crises de ansiedade e isso me impulsionou a escrever músicas. Fiz muitas durante a adolescência, pois eram como desabafos do que eu sentia ou mensagens positivas que eu queria ouvir quando me sentia assim. Depois fui adentrando no mundo das narrativas e comecei a criar histórias ficcionais que eu escrevia para não esquecer. Com o tempo foi virando hobby e hoje acho que já é mais do que isso”, afirmou.

Segundo Emanuelle, a escrita é resultado de vivências relacionadas a sua fé ou no âmbito social. Cada música de sua autoria, esclareceu, tem um pouco de experiências espirituais, emocionais e sociais vividas por ela. 

“Escrevo sobre o que vejo, o que ouço, o que leio. Então, algo que eu vi na parada de ônibus pode render uma boa ideia. Gosto bastante de traços da vida real misturados com a ficção. Quando se lê, é difícil saber o que é verdade e o que não é”, comentou Emanuelle.

Emanuelle falou sobre os desafios de publicar seus escritos. “Acho que o maior desafio é o que vem depois que o trabalho está pronto. Criar não é difícil em si; entretanto, tornar uma obra pública, reconhecida e vendável é. Acredito que grande parte dos escritores crie algo pensando em quem lerá aquilo, e não idealizando que a obra fique apenas engavetada. Há todo um processo, passando pelo registro de direitos autorais, publicação on-line ou a partir de alguma editora e a circulação para os leitores, isso sem uma garantia de que o trabalho será aprovado e agradará parte do público.”

“A internet tem ajudado bastante com várias plataformas disponíveis para escritores amadores divulgarem suas obras; contudo, nem sempre é fácil ganhar visibilidade e “fazer seu nome”. Eu me encontro um pouco estagnada nesse processo, pensando em como publicar minhas criações de maneira segura, ampla e benéfica, tanto para mim quanto para quem vai ler.”, comentou sobre as facilidades que temos hoje em dia com o uso da internet.

Incrições para a Semana de Criação Literária aqui.

Canal Escrita Criativa no Youtube.

Por Isabella Cordeiro, Sabrina Avelar, Yasmin Seraphico e Rita Araújo.

 

 

A pandemia do novo coronavírus depositou ao longo de 2020, em todo o mundo, uma chuva de incertezas. Em um ano atípico, muitas pessoas driblaram - ou tentaram - toda a angústia através da arte, seja ela em qualquer direcionamento. Na parte musical, por exemplo, artistas souberam bem conduzir a atenção de muita gente que optou seguir os protocolos de segurança em combate à Covid-19 dentro de casa.

O povo que estava com saudade de curtir um bom show acompanhou e vibrou virtualmente diversas lives de cantores nacionais e internacionais, além de aproveitar no conforto do lar grandes lançamentos nos serviços de streaming, resgatando até sucessos em um passado não tão distante nas playlists.

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Em plataformas gigantes como Amazon Music, Deezer e Spotify, canções de diferentes gêneros trouxeram um pouco de alívio durante a quarentena. Do funk ao sertanejo, o LeiaJá faz uma retrospectiva de hits que bombaram em 2020, e que fizeram parte da rotina das pessoas em todo o isolamento social.

Don't Start Now - Dua Lipa

Recairei - Os Barões da Pisadinha

Desce Pro Play (PA PA PA)- MC Zaac, Anitta e Tyga

Bandida - Pabllo Vittar e Pocah

Rita - Tierry

Amoreco - Simone & Simaria

Menina Solta - Giulia Be

Letícia - Zé Vaqueiro

Rain On Me - Lady Gaga e Ariana Grande

Supera - Marília Mendonça

Amores e Flores - Melim

Rainha da Favela - Ludmilla

Kream - Iggy Azalea e Tyga

A Gente Fez Amor - Gusttavo Lima

Oh Juliana - MC Niack

Braba - Luísa Sonza

Com ou Sem Mim - Gustavo Mioto

A Cor é Rosa - Silva

Say So - Doja Cat

WAP - Cardi B

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