Na próxima quinta-feira (24), o Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhães (MAMAM) estreia uma programação para celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna, considerada o marco inaugural do movimento que baliza e batiza o museu, gerido pela prefeitura do Recife.
A partir das 19h, serão abertas, simultaneamente, quatro exposições, que repercutem e refletem sobre a estética e as temáticas modernas. Uma delas é a mostra que reúne obras escolhidas no acervo do próprio museu, a partir da negativa que lhe serve de título: “Nunca fomos modernos”.
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Abordando o movimento em Pernambuco e reivindicando outras percepções do discurso de modernidade, a partir de um olhar mais crítico, o acervo conta com obras de artistas como Ladjane Bandeira, Francisco Brennand, Guita Charifker, Vicente do Rêgo Monteiro, Maria Carmem, Lula Cardoso Ayres e Abelardo da Hora, expostas no térreo do MAMAM. A curadoria é de Ana Luisa Lima, Joana D’Arc de Souza Lima e Wagner Nardy.
Madeira
Também no térreo do museu, a exposição “Ofício” apresentará o trabalho da Marcenaria Olinda, projeto do artista e restaurador mineiro Fernando Ancil. Residente na Zona da Mata pernambucana, o artista aponta desde usos ancestrais da madeira até as interferências e inovações viabilizadas pela tecnologia, refletindo sobre o material como um dos mais antigos veículos de expressão artística, com trânsito livre entre o contemporâneo, o design e o popular.
Vídeo
No primeiro andar, a exposição “Semana de Vídeo-Arte Contemporânea de 22 de Pernambuco”, do cineasta e curador Jura Capela, revisita a história do modernismo no Brasil através da linguagem videográfica.
A mostra faz uma linha do tempo, desde os primeiros videoartistas que realizaram trabalhos experimentais no início do século XX, seguindo pelas primeiras manifestações brasileiras nos anos 1980, até criações atuais.
Estão contemplados na exposição desde Marcel Duchamp e Man Ray a Letícia Parente, Daniel Santiago, Paulo Bruscky, Formiga Sabe que Roça Come, Grupo Camelo, Telephone Colorido, Juliana Notari e Lourival Cuquinha, Fernando Peres, Gentil Porto Filho e Marcio Almeida.
“Todo Trânsito é uma Escuta”
Assinada por Abiniel João Nascimento e Letícia Barbosa, ocupará o segundo andar do MAMAM com um conjunto de obras que evocam o trânsito como lugar inacabado, constante, em movimento. Recorrendo ainda ao fazer-agir artístico da performance, a mostra é construída a partir de um olhar retrospectivo e em movimento, partindo de trânsitos pessoais distintos e, por vezes, confluentes.
Quinta mostra
Também está em cartaz no museu, desde o último dia 19, a mostra “Filtro”, que celebra as tradições artesanais, reunindo obras do artista Carlos Carvalho, que manifesta sua crença, em forma de contemplação, nas tradições artesanais, nos fazeres e na materialidade do gesto que conecta o corpo a uma experiência de produção física.
Serviço
Salão térreo, 1º e 2º andar e Salão Aquário Oiticica
Visitação: Terça a sábado, 12h às 17h
Período: Até 30 de abril
Entrada grátis
Endereço: O MAMAM fica na Rua da União, 88, Boa Vista.