Maior obra da gestão Jarbas, a duplicação da BR-232, que marcou a retomada do desenvolvimento do Estado, criando um novo corredor econômico no Agreste, deu um excelente retorno eleitoral ao senador na disputa das eleições deste ano para deputado federal.
Em seis municípios cortados pela estrada, o ex-governador obteve nada menos do que 50.507 votos, dos quais 12.676 em Vitória de Santo Antão sem ter ali apoios políticos expressivos, como em Caruaru, onde, numa dobradinha com o deputado estadual Tony Gel (DEM), arrebatou quase 30 mil votos – 29.662.
Em Pombos, Jarbas teve 861 votos, São Caetano 1.997, Gravatá 3.341 e Bezerros 1.970. Com uma obra de tamanha infraestrutura, esses municípios alavancaram suas economias de forma muita destacada, atraindo grandes empreendimentos privados, inclusive de capital estrangeiro.
No Recife, principal cidade beneficiada pela obra arrojadora, administrada duas vezes por Jarbas, saíram das urnas para o seu balaio 75.250 votos, terceira maior votação na capital. A expressiva votação passa também, naturalmente, pela aprovação do mandato de senador.
Eleito em 2006, numa eleição em que não conseguiu emplacar o sucessor, o então vice-governador Mendonça Filho (DEM), Jarbas conclui seu mandato de oito anos no Senado da mesma forma e no mesmo lugar em que começou: na oposição e de cabeça erguida.
Opôs-se a Lula, durante o último mandato do petista, e a Dilma nos últimos quatro anos. Representante do PMDB histórico, Jarbas enfrentou, também, o seu próprio partido, que sempre o negou espaço, não o indicando para relatorias nem comissões importantes.
Mesmo assim, Jarbas fez um grande mandato, com discursos duros em momentos em que a corrupção e alastrou na era Lula e agora com Dilma. Entre os projetos que apresentou no auge do mensalão, destaque para o que previa a perda imediata do mandato do parlamentar corrupto tão logo fosse condenado pela Justiça.
Mas ainda na Comissão de Constituição, o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) acabou o efeito moralizador da proposta. Acrescentou ao texto, para impedir a cassação imediata que a perda do cargo ocorra de forma automática somente quando a Justiça determinar a punição.
SISTEMÁTICA– Com 34 deputados e sete senadores, o PSB não fará uma oposição radical ao novo Governo Dilma no Congresso. Quem avisa é o presidente nacional da legenda, Carlos Siqueira. “Não somos governo. Isso não significa oposição sistemática. Nossa posição não será dessa natureza, nem se confundirá com ela. Há abertura para o diálogo”.
Botando o pé– Ao ser incluído na executiva estadual do PSB eleita ontem, João Campos, filho mais velho do ex-governador Eduardo Campos e seu provável herdeiro político, passa a fazer o primeiro teste prático para o seu futuro na vida pública. Há quem aposte, entretanto, que ele só venha a disputar o seu primeiro mandato eletivo em 2018.
Limpando as gavetas– Depois de 12 anos na secretaria-geral da Presidência da República, o ministro Gilberto Carvalho vai deixar a assessoria direta da presidente Dilma. Muito próximo ao ex-presidente Lula, deve ser transferido para um cargo de segundo escalão da área social. “Já dei o que tinha que dar”, assinalou.
Pinta de ministro– A presidente Dilma assumirá o novo mandato com uma nova leva de ministros. Ela ainda não desenhou a reforma, mas já definiu que fará ampla renovação. Ela quer sinalizar que fará um governo diferente do primeiro mandato. Os atuais governadores Jacques Vagner (BA) e Cid Gomes (CE) já andam com cara de ministro.
Cota pessoal– Quanto a presença de Pernambuco no Ministério de Dilma o nome mais qualificado, segundo avaliação geral de assessores palacianos, seria o do senador Armando Monteiro Neto, que saiu derrotado na disputa para o Governo do Estado. O nó do trabalhista está no seu partido, que apoiou Aécio Neves. Mas Armando poderia entrar na cota pessoal de Dilma.
CURTAS
DIVISÃO– Apesar da grande votação do senador Aécio Neves, não é líquida e certa sua candidatura daqui a quatro anos. Os tucanos sabem que o governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, também está no jogo. E muito fortalecido!
MEDIDAS– O senador Douglas Cintra (PTB), que está no exercício do mandato como suplente de Armando Monteiro, acredita que a presidente Dilma anunciará as medidas adequadas para acalmar o mercado tão logo anuncie a sua nova equipe econômica.
Perguntar não ofende: Qual vai ser o tamanho de Pernambuco na equipe de Dilma?