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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou ontem que a Polícia Federal analisará "aspectos técnicos e jurídicos" a respeito do envio de dinheiro ao exterior por parte do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) para cobrir despesas da jornalista Mirian Dutra, com que teve relacionamento extraconjugal no anos 1980 e 1990. Sobre a possibilidade de abertura de inquérito policial, ele disse que a "palavra técnica final" será da PF.

"Há um estudo preliminar para ver se vai abrir a investigação. Estamos analisando", disse Cardozo durante visita ao Rio.

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Segundo Mirian, a Brasif Exportação e Importação foi usada para repassar US$ 3.000 mensais a ela entre 2002 e 2006. FHC diz não ter relação com a empresa. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo.

Cardozo classificou como "uma prática comum" o procedimento de análise de indícios. "Saiu uma matéria, eu sou informado dela, a minha assessoria olha, a PF olha. Se chega uma representação, aí nós analisamos", afirmou o ministro após a apresentação de militares das Forças Armadas no Colégio Estadual André Maurois, no Leblon, zona sul do Rio. A atividade fez parte do Dia de Combate à Zika em escolas de todo o País.

Mais tarde, em evento-teste para os Jogos Olímpicos no Parque Aquático Maria Lenk (Barra da Tijuca, zona oeste), o ministro declarou que não foi adotado um procedimento específico contra o ex-presidente.

"Isto não vale apenas para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, mas para todos os brasileiros e brasileiras. Aquilo que for de competência da PF e tiver indícios de prática criminosa, dentro de situações que são puníveis, tudo será absolutamente investigado. Então, essa (investigação) não é uma situação diferenciada, atípica", disse.

Cardozo afirmou que os procedimentos para abertura de investigações pela PF serão os mesmos de sempre. "Não importa para mim se são pessoas aliadas à base governista, de partidos que mantêm boa relação com o governo ou se são oposicionistas. Nós fazemos os mesmos procedimentos, sem a busca de factoides, sem a busca de exposição de imagem", disse.

Segundo ministro, caso seja observada situação que exija apuração, ela será feita com "total autonomia e dentro de um princípio muito importante nas investigações criminais, que é o da impessoalidade". O Instituto Fernando Henrique Cardoso não comentou as declarações do ministro.

Crítica

A argumentação apresentada pela defesa da presidente Dilma Rousseff na ação pelo impeachment levada pelo PSDB ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), protocolada anteontem, foi repetida por Cardozo na passagem pelo Rio. Ele foi enfático na crítica à chapa tucana derrotada em 2014, a quem acusou de fazer "busca desesperada para tentar deslegitimar um processo que foi legítimo".

"Desde o dia seguinte ao resultado das eleições, setores da oposição tentaram, primeiro, dizer que a eleição não foi correta, depois dizer que a máquina eleitoral não funcionou. Tudo se tenta o tempo inteiro para tentar se ganhar, fora da urna, o que evidentemente a democracia consagrou nas eleições. As ações propostas no TSE são evidentemente expressão disso", afirmou o ministro.

Cardozo disse que o Ministério da Justiça fará análise para verificar as implicações da decisão do STF que alterou a jurisprudência e permitirá a execução de pena a partir de decisão judicial de 2.ª instância. "Todos nós temos nossa opinião. Mas decisões judiciais se cumprem.""Há um estudo preliminar para ver se vai abrir a investigação. Estamos analisando. (Análise) é uma prática comum"

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a dizer neste sábado (13), que tem "absoluta convicção de que a campanha da presidente Dilma Rousseff não recebeu um centavo sequer de caixa dois". As declarações do ministro foram feitas em Fortaleza (CE), onde o ministro participou do Dia Nacional de Mobilização para combater o mosquito Aedes aegypit, transmissor da dengue, chinkungunya e do zika vírus.

"Não comento situações de investigação. Seria absurdo que o ministro da Justiça fizesse comentários. Mas tenho absoluta convicção de que a campanha da presidente Dilma Rousseff não recebeu um centavo sequer de caixa dois. Não participei diretamente da coordenação da campanha porque estava exercendo minha função ministerial. Mas vi, acompanhei, sei as orientações que existiam e era muito claro, e tenho certeza de que isso foi respeitado: que a legislação fosse rigorosamente cumprida durante toda a campanha. E tenho a plena convicção que foi", disse o ministro.

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Segundo Cardozo, seu papel é garantir a autonomia da investigação, "fazer a investigação ocorrer da melhor maneira possível para que tudo fique sempre esclarecido". "Como pessoa que acompanhou o processo eleitoral, afirmo e reafirmo minha convicção plena de que não houve nenhuma ilegalidade ao longo na campanha da presidente Dilma Rousseff", reforçou.

O ministro já tinha feito declarações sobre as contas de campanha da presidente Dilma nesta sexta-feira (12), quando o jornal Folha de S.Paulo revelou que investigadores da Lava Jato apuraram pagamentos atribuídos a subsidiárias da Odebrecht em contas no exterior controladas pelo marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas presidenciais do PT desde 2006. A manifestação do ministro motivou críticas do líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA).

Por meio de nota à imprensa, Imbassahy afirmou neste sábado que, ao sair em defesa das contas, o ministro da Justiça tenta interferir, de forma espúria, na decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aprecia ações que pedem a cassação da presidente e do vice Michel Temer.

"Mais uma vez, Cardozo se afasta das funções de ministro da Justiça para assumir a posição de advogado de defesa do PT. Ele ignora que o cargo que ele ocupa não lhe permite ter dupla identidade - ou defende os interesses da sua pasta e do País, ou do seu partido. A sua conduta é, no mínimo, imprópria e antirrepublicana", afirmou Imbassahy.

Na avaliação do líder tucano, a postura do ministro "reflete o desespero do governo Dilma e do PT frente aos fortes indícios, que estão sendo analisados pelo TSE, de que dinheiro do Petrolão foi usado na campanha presidencial petista". "O objetivo de Cardozo é bastante claro: tentar interferir na decisão do tribunal utilizando-se do cargo de Ministro da República. Essa conduta só reproduz o notório caráter do PT, de se utilizar das estruturas do Estado em benefício próprio", disse.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ter "absoluta convicção" de que a campanha eleitoral que reelegeu a presidente Dilma Rousseff em 2014 não recebeu "em nenhum momento" verbas "não contabilizadas". "Que se apure, que se investigue. Tenho absoluta convicção de que na campanha na presidente Dilma não houve situação nenhuma de pagamentos ilegais. Já tem vários processos e as contas foram aprovadas, tudo absolutamente regular", afirmou o ministro.

Nesta sexta-feira (12), o jornal Folha de S.Paulo revelou que investigadores da Lava Jato apuram pagamentos atribuídos a subsidárias da Odebrecht em contas no exterior controladas pelo marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas presidenciais do PT desde 2006. A investigação tem como um dos focos o recebimento de valores por Santana em 2014, ano da campanha à reeleição de Dilma.

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"Eu acompanhei como militante e pessoa que se empenhou para a reeleição da presidente Dilma. A orientação era muito clara da presidente. Eu vi nas reuniões que participei, tenho absoluta segurança em afirmar que não creio que tenha havido (recebimento de dinheiro de forma irregular)", afirmou Cardozo. Ele criticou "especulações" sobre fatos investigados e minimizou o impacto das revelações na imagem do governo. "Em relação a danos políticos, tenho convicção de que se há uma coisa que não se pode negar em relação ao atual governo é a garantia de autonomia das investigações. O governo da presidente Dilma Rousseff não interfere nas investigações, garante autonomia", disse.

O ministro disse não ver elementos "substanciais" na suposta relação entre a campanha da presidente Dilma Rousseff e práticas ilícitas. Em mensagem apreendida pela PF, o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, fazia menção a uma suposta conta na Suíça e risco de "chegar na campanha dela". "Não vejo elemento substancial. Uma mensagem lateralmente feita em que nomes não são citados. Não posso dar dimensão de ser uma prova", disse Cardozo. Na sequência, o ministro afirmou que o uso ou não deste indício fica a cargo dos investigadores da Lava Jato.

De acordo com ele, será aberto um inquérito policial caso se verifique que houve vazamento ilegal das informações sobre a apuração que envolve o marqueteiro João Santana.

Lula

Cardozo reiterou que tem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo de investigação, como um "grande líder" e que no plano político há "muitos interesses de setores da oposição" em atingir a imagem do petista. O ministro destacou, no entanto, que essa não é uma avaliação sobre o curso das investigações. "Eu não comentaria dados concretos de investigação. As investigações têm que ser feitas com autonomia", disse. De acordo com ele, setores da oposição tentam "maximizar situações" com relação ao ex-presidente Lula. "Há uma luta política em torno disso", afirmou o ministro.

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato em primeiro grau, autorizou a abertura de um inquérito específico para que a Polícia Federal investigue o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), usado pelo ex-presidente. Investigadores da Lava Jato suspeitam que empreiteiras e investigados tenham realizado obras na propriedade.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou na noite desta quinta-feira, 11, que a defesa da presidente Dilma Rousseff no processo que pede a cassação de mandato da chapa composta por ela e pelo vice Michel Temer, e que será encaminhada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) provavelmente na próxima semana, vai deixar claro que não há argumentação consistente que ameace a presidente.

"A defesa coloca os pingos nos "i"s. A defesa deixa claro que não há nenhum fato, absolutamente nenhum, que possa trazer uma preocupação em relação a uma eventual sanção à presidente Dilma Rousseff", afirmou Cardozo, após deixar reunião ministerial para tratar das ações do governo de combate ao mosquito Aedes Aegypti.

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Cardozo ressaltou que não participou da confecção do texto, mas conhece as teses que foram elaboradas pelos advogados da presidente. Segundo o ministro, a argumentação usada pelo PSDB para propor a ação de impugnação de mandato da petista e do peemedebista é um comportamento que vem se repetindo desde o fim das eleições em outubro de 2014.

"A oposição, desde o dia seguinte da eleição, depois da divulgação do resultado, busca todas as formas de evitar que a vitória das urnas se concretize", afirmou o ministro, ressaltando que "não há como se imaginar" que oposicionistas tenha êxito nesta ação.

"Primeiro pediram recontagem de votos, depois disseram que as maquininhas não estavam funcionando, pediram auditoria, depois tentaram a rejeição das contas, então vários expedientes que vêm sendo utilizados e esse é mais um", concluiu Cardozo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nessa quarta-feira (6) que "não há qualquer desmonte" da Polícia Federal. Para ele, a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal está fazendo uma política "epistolar", por meio de cartas, tentando criar polêmica "onde não existe".

"É a primeira vez na história que vejo uma política sindical epistolar", ironizou o ministro. "Sem apresentar uma proposta e sabendo que a direção da Polícia Federal já tinha orientação para continuar gastando, como se não houvesse corte, a Associação preferiu as epístolas. Mas cada um cria os factoides que julga necessários para atender suas reivindicações salariais", disse o ministro.

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Cardozo afirmou que, muito antes de ter sido aprovado o Orçamento de 2016 pelo Congresso, em 17 de dezembro, o secretário executivo do Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira, se reuniu com o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello. "A orientação do ministério foi: 'Gastem normalmente, como se não houvesse corte, porque isso será recomposto'", contou.

O ministro disse que o aviso foi dado assim que saiu o relatório do Orçamento com a previsão de corte na Polícia Federal. "O Ministério da Justiça tem R$ 2,8 bilhões de possibilidade de remanejamento interno. Seguramente, nós não vamos deixar que a Polícia Federal pare por conta de R$ 100 milhões ou um pouco mais", argumentou Cardozo. "É por isso que não posso admitir que houve pressão da Associação dos Delegados para que mudássemos de posição. Isso já estava resolvido."

Há dez dias, a entidade que representa a categoria enviou uma carta a Cardozo, escancarando a contrariedade com o corte de R$ 133 milhões que o Congresso promoveu no orçamento da PF para 2016. Os delegados exigiram "menos discursos" do ministro e cobraram dele uma reação.

"Se a Associação dos Delegados tivesse se dignado a comparecer a uma audiência comigo, como de praxe se faz logo após eleições sindicais, e apresentado uma pauta de reivindicação, teria sido esclarecida que o problema do corte não era real", insistiu Cardozo.

A discussão para recompor os valores do Orçamento por meio de créditos suplementares deverá ocorrer após a sanção da presidente Dilma Rousseff, até o próximo dia 14, ao texto aprovado no Congresso.

O Ministério da Justiça refutou com veemência denúncias dos delegados de Polícia Federal - por meio de sua entidade de classe -, de que o governo está levando a corporação ao sucateamento. Em ofício encaminhado à Associação Nacional dos Delegados da PF nesta quarta-feira (30) o secretário-executivo do Ministério da Justiça Marivaldo Pereira afirma que "não há qualquer paralisação de projetos ou atividades estratégicas na PF".

O documento é uma resposta à carta da entidade dos delegados ao ministro José Eduardo Cardozo por meio da qual os profissionais manifestam irritação com o corte de R$ 133 milhões que o Congresso promoveu no orçamento da PF para 2016. Os delegados cobraram reação de Cardozo e exigiram "menos discursos".

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"Ao contrário do que a entidade alegou em ofício dirigido ao ministro de Estado José Eduardo Cardozo, os dados demonstram que nos últimos anos ocorreu o fortalecimento da Polícia Federal", diz a petição subscrita pelo secretário-executivo do Ministério.

"Desde 2003, o orçamento total da instituição, considerando valores atualizados, aumentou em mais de 43%. De 2011 a 2015, o valor total empenhado para gastos com a Polícia Federal cresceu mais de 25%. Desconsiderando o gasto com pessoal, esse crescimento foi de mais de 32%. E, no próximo ano, o Orçamento da instituição será maior do que o de 2015", diz o texto.

O Ministério da Justiça classificou, em nota, de "equívocos injustos e absurdos" as informações divulgadas pela direção da Associação Nacional de Delegados de Polícia Federal (ADPF) - a carta da entidade foi subscrita por seu presidente, Carlos Eduardo Sobral e por mais 36 delegados da PF.

Segundo a assessoria de Cardozo, "em 2015, ano de forte restrição orçamentária, a Polícia Federal manteve um orçamento praticamente idêntico àquele executado em 2014".

Marivaldo Pereira assinala que para garantir a estabilidade orçamentária da PF como meta prioritária do Ministério da Justiça "foi necessário impor cortes significativos em outras áreas e até mesmo uma redução substancial dos gastos de gestão".

O Ministério da Justiça assinala, ainda, "os avanços legais obtidos para melhoria das investigações". Na resposta aos delegados, por meio de sua assessoria, Cardozo cita a aprovação das leis de Combate às Organizações Criminosas e de Combate à Lavagem de Dinheiro. O ministro também destaca as leis que disciplinam a investigação pelo delegado de Polícia e a que facilita a extradição de criminosos internacionais.

A nota divulgada nesta quarta, 30, diz, ainda. "Embora lamente a recusa da Associação dos Delegados de Polícia Federal em dialogar e o fato de que alguns possam enveredar por embates políticos intermináveis e absolutamente improdutivos, o Ministério da Justiça reafirma a crença no diálogo como melhor caminho para superar desafios e dar continuidade ao intenso processo de fortalecimento que a Polícia Federal tem vivenciado nos últimos anos."

Irritados com o corte de R$ 133 milhões no Orçamento de 2016, os delegados de Polícia Federal decidiram pressionar o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) para que tome uma atitude em defesa da corporação vinculada à pasta. Em carta protocolada nessa segunda (28), um grupo de 37 delegados da PF cobra de Cardozo "menos discursos e mais ações efetivas do Ministério da Justiça em defesa da Polícia Federal".

Eles querem a realização de "todos os atos institucionais necessários para impedir que a Polícia Federal seja alvo de um processo de sucateamento em razão do cumprimento da sua competência constitucional: combater o crime organizado, os crimes decorrentes dos desmandos políticos e econômicos e a corrupção".

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"Caso Vossa Excelência reconheça a sua impossibilidade política em defender a Polícia Federal, os delegados exigem, então, que apoie e se engaje, ao lado da instituição, na busca pela autonomia orçamentária e financeira da Polícia Federal, por meio de gestões para a aprovação da PEC 412/2009, que tramita no Congresso Nacional, a qual garantirá a desvinculação da Polícia Federal do manto do Ministério da Justiça e que permitirá à instituição Polícia Federal se defender por seus próprios meios contra o processo de desmonte que a ela está sendo imposto", escrevem os delegados.

O orçamento previsto inicialmente para a corporação atingia R$ 1 bilhão. O corte de 13%, no entanto, imposto pelo Congresso atinge o coração de atividades, como operações especiais de combate a malfeitos contra o Tesouro, segundo eles.

A carta a Cardozo é subscrita pelo presidente da Associação Nacional dos Delegados da PF, Carlos Eduardo Miguel Sobral, e por todo o Conselho de Diretores Regionais da entidade. "Uma redução orçamentária dessa monta importará, necessariamente, na drástica diminuição das ações investigativas da Polícia Federal no ano que se aproxima, pois contratos celebrados para garantir o seu regular funcionamento serão suspensos ou cancelados e projetos que visam ao seu aprimoramento serão completamente abandonados, por absoluta falta de recursos", alegam os delegados.

Eles colocam Cardozo contra a parede. "A despeito dos fatos e constatações, os delegados não têm observado a atuação de Vossa Excelência, na qualidade de titular da pasta ministerial à qual se vincula a instituição, no sentido de denunciar e enfrentar esse claro desmonte do órgão."

Os delegados reclamam que Cardozo não reagiu ao corte imposto pelo Congresso. "Estamos todos bastante incomodados porque os discursos (do governo) são todos de apoio à PF, mas quando os delegados olham para os lados veem uma instituição que se apequena, com redução grave de projetos fundamentais para o cumprimento da nossa missão", afirma Carlos Eduardo Sobral.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o ministro da Justiça informou que vai encaminhar uma carta à Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal "demonstrando que não há desmonte, mas o fortalecimento da Polícia Federal como toda a sociedade brasileira sabe". A assessoria destacou que a resposta de Cardozo "será dada igualmente por carta". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, classificou de "revolução" as operações da Polícia Federal de combate a corrupção que estão submetendo "pela primeira vez na história pessoas que têm poder político e econômico ao peso da lei da mesma forma que os pobres." O discurso foi feito no último dia 18, durante cerimônia reservada de formatura de 600 novos agentes. "Essa é a revolução republicana e a Polícia Federal é um dos agentes dessa revolução democrática, ordeira, disciplinada. Mas uma revolução que fará, para nós, para os nossos filhos e para os nossos netos, um país diferente daquele que nós recebemos."

Cardozo disse no discurso que para ser um bom policial é preciso "combater práticas criminosas" onde quer que estejam. E exemplificou: "Não importa que se encontrem nos palácios, dentro das mansões ou da nossa própria organização." E aconselhou os agentes a exercerem suas funções com autonomia.

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Criticado pela cúpula do PT por não controlar a PF que tem mirado vários membros do partido, Cardozo fez um desabafo para a plateia formada exclusivamente por autoridades da PF, formandos, seus familiares e convidados. "Quando a Policia Federal castiga opositores, é o ministro que a instrumentaliza com o caráter persecutório para punir adversários. Quando a Policia Federal investiga aliados, é o ministro que é incompetente e não controla a sua polícia. Não é na verdade nem uma coisa nem outra. É fato que um ministro da Justiça, embora tenha seu poder hierárquico na Polícia Federal, jamais deverá utilizá-lo para pedir que se investigue inimigos ou que se poupe amigos."

O ministro, que é filiado ao PT, afirmou no discurso que se "orgulha da Polícia Federal e do trabalho que ela tem desempenhado no Brasil" e defendeu que as investigações prossigam "doa a quem doer". Ele não nominou operações nem mesmo a Lava Jato que tem sido alvo de críticas dos seus colegas de partido. "Não raras vezes um paciente que tem uma doença oculta, indolor, se revolta contra o médico quando o outro diz que ele está doente e que pode morrer. Mas, na verdade, é este diagnóstico, é a ação que às vezes pode até ser dolorosa, que fará com que a pessoa sobreviva e saia da situação mais fortalecida. É assim que vivemos hoje no Brasil. Há de se colocar as entranhas para fora, doa a quem doer."

Cardozo destacou que as investigações sobre corrupção tem o efeito de transformar o Brasil. "O Brasil era o país onde a lei valia para uns, mas não valia para outros. Esta realidade é que vem se transformando e é por isso que acontecem incompreensões quanto ao papel das instituições." E complementou: "Esta é a dimensão republicana que nós estamos hoje vivenciando no Brasil. E daí os problemas e daí as angústias. Quando a luz do sol se coloca sobre a corrupção, que já existia, nós nos sentimos mal. Mas é bom que seja assim!"

O ministro fez um paralelo entre as mudanças tecnológicas que o mundo tem vivenciado e as transformações no Brasil por consequência do combate à corrupção. "O mundo tem mudado em uma velocidade vertiginosa e, dentro do mundo, o Brasil também tem mudado. Só que no Brasil nós temos visto nos últimos tempos não apenas mudanças tecnológicas. Como nominar estas mudanças? Eu ousaria nominá-las como republicanas." Ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Brito foi o patrono da turma de novos agentes.

O ministro usou uma história pessoal para exemplificar as mudanças que o País tem vivido. "Eu estava em uma reunião muito importante, quando me pediram com urgência que eu atendesse a um telefonema da minha filha. Eu falei que não podia, mas me falaram ser muito urgente. Fui atender e minha filha dizia: "Pai, você precisa tomar uma providencia imediata, como Ministro da Justiça". Eu perguntei: "Que foi filha?". E ela me respondeu que "um juiz tentou tirar o WhatsApp de circulação. Como é que nós vamos viver agora?". "Há poucos anos atrás, ninguém imaginaria uma realidade dessa."

Juristas de todo o País saíram em defesa da presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira, 7, e classificaram como "golpe" e até como "capricho" a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de deflagrar o processo de impeachment.

Mesmo com a ausência dos principais nomes que lançaram um manifesto a favor de Dilma, como Dalmo Dallari e Celso Antônio Bandeira de Mello, o Palácio do Planalto avaliou como positiva a agenda que reuniu cerca de 30 advogados e professores de Direito no Palácio do Planalto.

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Após o encontro com Dilma, os especialistas defenderam que não há base jurídica para o impeachment. Eles sustentaram que não há elementos para acusar a presidente de ter cometido crime de responsabilidade fiscal por ter praticado as chamadas "pedaladas fiscais", que motivaram a reprovação das contas do governo em 2014 pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em outubro. As pedalas são atrasos de repasses do Tesouro Nacional aos bancos públicos para pagamento de programas sociais.

"Para ser cuidadoso, eu não digo que há um golpe, mas sim um equivalente funcional. É como se, já que você não tem apoio militar para dar o golpe, você criasse agora outras formas para derrubar irresponsavelmente e sem base jurídica um governo popular", disse Marcelo Neves, professor de Direito Público da Universidade de Brasília (UnB).

Já o conselheiro nacional do Ministério Público, Luiz Moreira, questionou a "credibilidade" e "idoneidade" de Cunha. Segundo ele, o mandato da presidente não pode ser contestado por alguém que responde "por razões diversas" no Supremo Tribunal Federal. "Nós estamos aqui a discutir um capricho de uma autoridade da República que, por ter sido contrariado pelo partido da presidente, resolveu receber a representação e com isso colocar todas as instituições da República e a sociedade civil submetidos ao seu capricho", disse.

O encontro foi articulado pelos ministros Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União) e José Eduardo Cardozo (Justiça), com ajuda do advogado do PT, Flávio Caetano. Após a reunião, Cardozo voltou a afirmar que o governo vai trabalhar para encerrar o processo de impeachment o mais rápido possível.

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira, 7, que pessoalmente é a favor da suspensão do recesso parlamentar para que seu processo de impeachment seja apreciado o mais rápido possível e para não agravar ainda mais as crises política e econômica. "Numa situação de crise, acho que seria importante que o Congresso fosse convocado", afirmou, após reunião com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e um grupo de juristas para acertar detalhes de sua defesa no processo.

"Eu não só prefiro que não haja recesso, como acho que não deve haver recesso porque vivemos um momento em que não podemos nos dar direito de parar o País até o dia 2 de fevereiro", afirmou a presidente.

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Dilma disse que vai conversar com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para tentar, via Congresso, a convocação extraordinária. Na semana passada, a presidente já havia recebido o peemedebista para tratar do tema. A aposta número um do governo ainda é que Renan consiga aprovar a convocação extraordinária do Congresso no recesso e segurar o pedido de deposição feito pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal.

A convocação extraordinária pode ser feita pela presidente da República, por Renan, pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ou por requerimento da maioria dos integrantes de ambas as Casas para tratar "em caso de urgência ou interesse público relevante". Para tanto, o pedido tem de ser aprovado pela maioria absoluta dos deputados e dos senadores.

Dilma disse que "é justo e legítimo um período das festas", mas que o Congresso deve retomar as suas atividades o quanto antes para julgar todas as pendências. "Acho importante que as coisas se deem o mais rápido possível, dentro da legalidade", destacou. Segundo a presidente, os parlamentares não teriam as festas de fim de ano prejudicadas e o Congresso poderia voltar a funcionar logo após o período festivo.

Questionada se a convocação extraordinária também deveria convocar sessões no Conselho de Ética, que analisa o processo de quebra de decoro de Cunha, a presidente afirmou que deve ser retomado "tudo que está pendente". "A Constituição é clara: o Congresso tem de avaliar aquilo para qual ele é convocado. Acredito que tem ser tudo que está pendente", afirmou, destacando que é possível que haja acordo para ver o que exatamente será colocado em pauta em uma eventual convocação.

A presidente Dilma Rousseff reúne-se nesta segunda-feira, 7, com mais de 30 juristas brasileiros para discutir a defesa do processo de impeachment, deflagrado na última quarta-feira, 2, na Câmara dos Deputados. O encontro acontece no Palácio do Planalto e conta também com a presença do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

A reunião foi articulada pelo ministro e pelo advogado do PT, Flávio Caetano. Devem comparecer ao Palácio do Planalto nomes como Juarez Tavares, Gilberto Bercovici e Pedro Serrano.

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De acordo com a assessoria de imprensa do Planalto, o grupo de juristas reúne estudiosos da Constituição brasileira de 1988, professores universitários, acadêmicos, advogados e pensadores do Direito no Brasil. Alguns deles já emitiram pareceres sobre o assunto, após consulta feita por Flávio Caetano, que compõe a "banca de advogados" que defenderão Dilma.

Na semana passada, o mesmo grupo já lançou um manifesto no qual sustentava não haver "qualquer fundamento jurídico" para o afastamento da presidente. O documento foi articulado por Celso Antônio Bandeira de Mello, professor emérito de Direito Administrativo da PUC-SP.

Durante o encontro, os "Juristas em Defesa da Democracia", como estão sendo chamados, vão entregar a Dilma uma série de pareceres elaborados para mostrar que não há, no pedido de impeachment aceito na semana passada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), requisitos constitucionais e legais necessários para configurar um eventual crime de responsabilidade cometido pela presidente. Além de manifestar apoio a Dilma, a ideia do encontro também é discutir qual é a melhor estratégia jurídica para defender a presidente.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse nesta segunda-feira (9) que os caminhoneiros que interditarem as estradas serão multados em R$ 1.915,00. A categoria deflagrou greve para protestar contra o governo e pedir a saída da presidente Dilma Rousseff.

"Esse é um movimento com um viés claramente político", disse Cardozo. "Não tem pauta de reivindicações e isso fez com que a maior parte dos caminhoneiros do País não aderisse à manifestação". Além de aplicar a multa de R$ 1.915,00, a Polícia Rodoviária Federal também foi orientada a desobstruir as estradas e garantir a segurança dos caminhoneiros que quiserem trabalhar.

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A greve atingiu 11 Estados e, de acordo com balanço do governo, interditou totalmente cinco rodovias, provocando obstruções parciais em outras 22. "Foi um movimento pulverizado, sem apoio das entidades tradicionais de classe, o que tirou a intensidade da manifestação", argumentou Cardozo. O ministro participou, nesta segunda-feira, de uma videoconferência com a Polícia Rodoviária Federal para fazer um balanço da greve e transmitir as orientações do governo.

A paralisação causou preocupação no Palácio do Planalto por ressuscitar a onda de protestos num momento em que a presidente Dilma sofre ameaça de impeachment.

O desdobramento das investigações da Operação Lava Jato em direção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua família reavivou pressões de setores do PT próximos ao petista pela substituição do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Segundo o Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff já deixou claro, novamente, que não pretende dispensar Cardozo. Não foi a primeira vez que Dilma se recusou a entregar a cabeça do ministro, mas mesmo assim, as notícias sobre a renovada contrariedade de Lula com o titular da Justiça somadas à recente internação de Cardozo para tratamento de um câncer na tireoide, fizeram renascer no PT as discussões sobre sua possível substituição.

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Na bancada do PT na Câmara já se debate até os nomes dos possíveis substitutos. Parte dos deputados ligados a Lula defende o nome do deputado Wadih Damous (PT-RJ), ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ) e autor de um dos mandados de segurança que levaram o Supremo Tribunal Federal (STF) a sustar o rito do processo de impeachment contra Dilma. Procurado pelo jornal O Estado de S. Paulo, Damous declarou que não foi sequer procurado. "Isso não foi tratado comigo por ninguém. Considero Cardozo um excelente ministro", disse ele.

Já o setor mais à esquerda da bancada defende o nome do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), advogado, integrante da corrente Mensagem ao Partido, assim como Cardozo, e autor de uma reclamação junto ao STF que também resultou na suspensão do rito do impeachment.

Nova carga

Lula e Cardozo são desafetos desde a década de 1990, mas a animosidade aumentou depois da Lava Jato. Lula teria se queixado que Cardozo não coibiria supostos excessos da Polícia Federal, principalmente o que os petistas chamam de "vazamentos seletivos".

As pressões de setores do PT pela saída do ministro ressurgem no momento em que a Lava Jato se aproxima de Lula e sua família. Na semana passada, foi revelado trecho de um depoimento no qual o lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, disse ter repassado R$ 2 milhões a "uma nora" de Lula por meio do pecuarista José Carlos Bumlai. Em outro trecho o lobista afirmou que Lula participou de uma reunião em São Paulo para tratar de contratos da Petrobras.

O Instituto Lula rejeita as acusações do lobista. Auxiliares do ex-presidente lembram que o contrato citado por Baiano não chegou a ser celebrado, negam que ele tenha pressionado Dilma a demitir o ministro em função das novas revelações, mas concordam que Lula sempre foi contra o nome de Cardozo na Justiça, por razões políticas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PPS ingressou nesta quinta-feira (8) com duas representações no Conselho de Ética Pública da Presidência da República contra os ministros da Justiça, Eduardo Cardozo, e da Advocacia-Geral da União, Luis Inácio Adams.

Segundo o líder do partido da sigla na Câmara, deputado Rubens Bueno, os dois infringiram o Código de Conduta da Alta Administração Federal ao colocarem em dúvida a isenção do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, relator do processo das contas da presidente Dilma Rousseff.

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Nas representações, o deputado afirma que é "vedado à autoridade pública opinar publicamente a respeito da honorabilidade e do desempenho funcional de outra autoridade pública federal" e pede que se abra um processo contra os dois, além do "afastamento imediato" da dupla. Bueno argumenta ainda que, se ficar comprovado o desrespeito ao código de conduta, eles devem deixar os cargos.

No domingo, Adams e Cardozo afirmaram que o governo iria pedir o afastamento de Nardes do caso, alegando que ele havia cometido uma irregularidade ao antecipar publicamente o voto que iria apresentar durante o julgamento.

Para Bueno, as declarações tanto Adams quanto Cardozo na ocasião tiveram a intenção de "macular a honra e a credibilidade do desempenho funcional" do ministro e "diminuir a qualidade do trabalho técnico realizado" pelo TCU.

O Conselho de Ética da Presidência da República rejeitou nesta segunda-feira, 28, a denúncia contra o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, por não ter registrado em sua agenda encontros com advogados de empreiteiros investigados pela Operação Lava Jato. Segundo o órgão, o fato não configura uma "infração ética".

"A deliberação dos votantes foi no sentido de rejeitar a denúncia ante a não demonstração da prática de infração ética", diz a nota divulgada pelo Conselho depois da reunião.

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Em fevereiro, o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), entrou com uma representação no Conselho contra Cardozo argumentando que o ministro havia quebrado o Código de Conduta da Alta Administração Federal por não incluir o encontro com três advogados da Odebrecht em sua agenda.

Na época, o Ministério da Justiça argumentou que era "dever" de Cardozo, como ministro, receber advogados "no regular exercício da profissão conforme determina o Estatuto da Advocacia".

Em outro caso envolvendo Cardozo, os conselheiros também disseram não ver "violação ética" no fato a Polícia Federal fazer a escolta da filha do ministro, Mayra.

No ano passado, o Sindicato dos Servidores da Polícia Federal em São Paulo (Sindpolf-SP) havia pedido que fosse investigado se não haveria desvio de finalidade, já que os familiares de ministros não têm, por lei, direito a esquema de segurança financiado com recursos públicos.

A escolta foi revelada em maio de 2014, depois de o veículo com Mayra e sua mãe ter sido abordado por criminosos no Morumbi. O esquema de segurança é usado pela filha de Cardozo desde 2011, quando o Relatório do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) apontou que um dos principais traficantes do País planejava sequestrar uma autoridade pública e, como resgate, negociar com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sua libertação de um presídio federal.

Acusado por setores de seu próprio partido, o PT, de não coibir supostos "abusos" da Polícia Federal na Operação Lava Jato, principalmente depois do pedido para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse ouvido, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ao jornal O Estado de S.Paulo que sua obrigação é garantir a autonomia dos investigadores.

"O ministro tem o dever de garantir autonomia investigatória, que as investigações sejam impessoais, que a lei seja cumprida. Se, por ventura, uma autoridade abusa do poder, transgride alguma regra ou comete uma infração, aí fatalmente o ministro pode intervir, determinando processo disciplinar. Agora, não havendo abuso e infração à lei, a minha opinião subjetiva não é relevante", disse.

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Desafeto de Lula desde a década de 1990, Cardozo foi alvo do líder da bancada do PT na Câmara, Sibá Machado (PT-AC), que sugeriu sua saída do ministério em reunião com líderes de outros partidos no início desta semana.

‘Patéticas’

Quanto ao pedido feito ontem pelo PSDB para que a presidente Dilma Rousseff também seja investigada na Lava Jato, o ministro classificou como um factoide da oposição. "É um factoide, mais um. Todos os setores oposicionistas tentam criar uma maneira de manter espaço jornalístico com acusações, por mais patéticas que sejam. Um partido político pedir, depois que o ministro do Supremo e o procurador-geral da República terem dito que não havia razões para investigar a presidente Dilma, para que ela seja ouvida só tem uma razão: produzir notícias na imprensa. Do ponto de vista jurídico isso não tem o menor significado", disse Cardozo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quarta-feira, 9, que a reunião desta terça-feira, 8, com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), foi por causa de um pedido dos tucanos para discutir o projeto de lei que trata do terrorismo. O projeto é relatado por Anastasia.

"Foi um diálogo, marcado rapidamente durante à tarde, foi atendimento de uma demanda parlamentar específica, como habitualmente eu faço com todos parlamentares que solicitam", disse Cardozo. Ele não respondeu, entretanto, se a Operação Lava Jato fez parte da conversa com Aécio e Anastasia.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável pelas investigações da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), pediu no dia 27 o arquivamento do inquérito sobre Anastasia. A PGR entendeu que não havia "elementos mínimos" para prosseguir a apuração.

Cardozo comentou ainda a afirmação que fez na segunda-feira, 7, de que tinha "absoluta certeza" de que os chefes da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Edinho Silva, "não serão denunciados" pelas acusações do empreiteiro Ricardo Pessoa, que disse em delação premiada ter repassado dinheiro ilícito a eles. "A absoluta certeza dá-se pelo conhecimento de anos que tenho dos ministros. É um convencimento pessoal, mas, claro, a Justiça é soberana, a Justiça decidirá", afirmou.

Impeachment

Sobre o movimento suprapartidário a favor da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, oficializado nesta terça-feira, 8, por parlamentares da oposição, o ministro da Justiça disse: "Infelizmente, líderes oposicionistas querem continuar discussão que, ao meu ver, foi sepultada nas eleições".

"É triste verificar que pessoas ainda não têm a percepção de que democracia no Brasil veio para ficar", declarou. De acordo com Cardozo, qualquer debate em relação a impeachment não pode ser uma discussão de "conveniência". "Não é possível falar em impeachment sem um ato imputável. Impeachment não é uma discussão de conveniência, é um processo jurídico e político, que existe base para ser feito", acredita.

O ministro afirmou ainda achar que os que discordam do resultado das eleições têm o direito de expressar opiniões, mas "tentar induzir um processo que não tem a menor base jurídica não parece aceitável democraticamente". "Democracia constrói-se na urna e respeitar resultado eleitorais é da democracia", completou.

Cardozo participou nesta quarta-feira, 9, de audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara para discutir conflitos indígenas que acontecem em alguns Estados, como Mato Grosso do Sul.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se reuniu nesta terça-feira (8), com o senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), alvo da Operação Lava Jato, e com o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).

O encontro não constou na agenda oficial do ministro e teria servido para se discutir a proposta que trata do terrorismo, atualmente sob a relatoria de Anastasia. A reunião foi confirmada pela assessoria dos dois tucanos.

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A conversa entre os três ocorre em meio ao "vai e vem" a respeito das investigações contra Anastasia, que teria sido beneficiado no esquema de corrupção da Petrobrás. Para abrir a investigação, a Procuradoria-Geral da República tomou como base o depoimento do agente da Polícia Federal Jayme Alves Oliveira Filho - conhecido como Careca, e apontado como entregador de malas de dinheiro do doleiro Alberto Youssef.

Em depoimento, Careca disse ter entregue em 2010 R$ 1 milhão a uma pessoa que não se identificou e, tempos mais tarde, soube que teria vencido a eleição para o governo de Minas Gerais naquele ano. Ao ser confrontado com uma foto de Anastasia pelos investigadores, o agente disse que o parlamentar se parecia com quem recebeu o dinheiro enviado por Youssef. A afirmação, porém, não foi confirmada posteriormente pelo doleiro.

Novos indícios

No último dia 27, a Procuradoria pediu o arquivamento do inquérito contra o senador mineiro. Na ocasião, a PGR entendeu que não havia "elementos mínimos" para prosseguir a apuração. Apesar do entendimento, a Polícia Federal, na semana passada, pediu ao Supremo Tribunal Federal a continuidade das investigações envolvendo o ex-governador mineiro com base em novos elementos colhidos no inquérito que poderiam comprovar as informações prestadas por Careca.

O material enviado pela PF à Corte tem origem em uma denúncia feita por uma "cidadã comum" ao gabinete pessoal da Presidência da República, em janeiro deste ano. A autora descreve uma residência na qual um dos mensageiros de Alberto Youssef teria efetuado um pagamento em dinheiro a um político que a PF investiga se é Anastasia. Já no relatório da PF é citado um outro endereço para a suposta casa onde o dinheiro teria sido entregue ao senador, sugerindo "a existência de relevantes vínculos entre os atuais e antigos moradores" de uma das residências "e o grupo de sustentação política do senador". A denunciante já trabalhou na secretaria de Planejamento do governo de Minas Gerais, ainda na gestão tucana, encerrada em 2014.

A defesa de Anastasia diz tratar-se de "especulações sem nenhum compromisso com a verdade", um "absurdo casuísmo".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu em defesa dos dois ministros investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto recebimento de propina para abastecer campanhas eleitorais: Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social). Questionado se os dois devem permanecer no governo mesmo após a abertura das apurações pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, Cardozo afirmou que ainda não há condenação e que não cabe "prejulgamento".

"A presidente é quem decide a composição de seu ministério a qualquer tempo, então não cabe a ministro fazer juízo de valor sobre isso. O que posso afirmar é que não há indicador objetivo que leve à condenação ou ao prejulgamento de ninguém", disse o ministro, ao deixar o desfile em comemoração ao Sete de Setembro, na Esplanada dos Ministérios. A reforma ministerial, com corte de dez ministérios, foi anunciada pela presidente no fim de agosto e deve ser concluída ainda neste mês.

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Cardozo disse estar certo de que as investigações provarão que os dois ministros de Dilma não praticaram crimes. "Tenho absoluta certeza de que não serão denunciados", disse o ministro da Justiça. "Conheço os dois há muitos anos e minha convicção é de que jamais se envolveriam em qualquer tipo de ato ilícito", completou. Edinho e Mercadante serão investigados pela PGR e pela Polícia Federal, com supervisão de Zavascki, por terem sido citados em delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa.

Nos depoimentos, o empreiteiro revelou detalhes do esquema de propina para obtenção de contratos junto à Petrobras e o repasse dos valores a campanhas políticas. Ele disse ter doado R$ 7,5 milhões para a campanha à reeleição de Dilma, que teve Edinho Silva como tesoureiro. Mercadante teria recebido da UTC doação para sua candidatura ao governo de São Paulo em 2010.

Após as investigações, autorizadas pelo STF, o procurador-geral da República pode solicitar o arquivamento do caso ou oferecer uma denúncia contra os dois ministros, que neste caso passariam a responder uma ação penal. Cardozo defendeu que inquérito "significa apurar". "Ninguém está condenado, ninguém está julgado", ressaltou. O ministro da Justiça, que dividiu com os dois o palanque no desfile desta manhã, disse ter conversado rapidamente com a presidente Dilma sobre o assunto e tem posição que expressa "a de todos".

Cardozo defendeu a legalidade da campanha da presidente Dilma e ressaltou que a orientação da petista para o processo eleitoral foi de "absoluta lisura e absoluto respeito à lei". "No que diz respeito ao papel do ministro Edinho na campanha da presidente Dilma Rousseff, tenho absoluta convicção de que foi respeitador da lei e quaisquer informações no sentido oposto não condizem com a verdade", afirmou. Sobre Mercadante, o ministro da Justiça afirmou que "sabe de sua idoneidade". "Não há nada a se esconder. Tudo se esclarecerá", disse Cardozo.

Além da investigação que recai sobre Edinho, com base em doações eleitorais para a campanha de 2010, a PGR solicitou apurações sobre campanhas presidenciais do PT dos anos de 2010 e 2006, também mencionadas por Pessoa. Os casos foram encaminhados à Justiça Federal do Paraná, pois os nomes citados pelo delator não possuem foro privilegiado perante o STF. Cardozo destacou que o Ministério Público quer investigar "várias situações, não só do PT, mas também da oposição". O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, autorizou também a abertura de inquérito contra o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), com base nos depoimentos do dono da UTC. Todas as investigações são mantidas em absoluto sigilo pela PGR e pelo Supremo Tribunal Federal.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, voltou a defender os acordos de delação premiada e disse que o uso do instrumento na Operação Lava Jato já inspira outros países. Até agora, a investigação conta com quase 30 colaboradores. "A utilização de acordos de delação premiada pela Força Tarefa da Lava Jato é exemplo marcante que já serve de inspiração para a atuação de membros do Ministério Público em outras partes que não o nosso País", disse o procurador-geral, em palestra no Seminário Internacional de Combate à Lavagem de Dinheiro, organizado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ele afirmou que os acordos permitiram assegurar a restituição de R$ 1,8 bilhão envolvidos no esquema da Petrobras aos cofres públicos por meio de cooperação internacional. "Não há democracia possível onde vicejam o compadrio, a ilegalidade, a perversidade e sobretudo a improbidade", disse o PGR, responsável por conduzir as investigações de políticos supostamente envolvidos na Operação Lava Jato.

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Ao falar sobre a criminalidade, Janot defendeu o aperfeiçoamento da legislação. Entre as críticas feitas, o procurador-geral apontou que a celebração de acordos de leniência com companhias investigadas sem a participação do Ministério Público gera insegurança jurídica. Ele mencionou a importância de leis aprovadas desde a redemocratização, como a de improbidade administrativa, a de responsabilidade fiscal e a lei anticorrupção, mas sugeriu novas regulamentações.

"Esse conjunto normativo ainda não é suficiente, pois há instrumentos e situações que ainda não foram devidamente regulamentados pelo Congresso Nacional. Refiro-me à situação dos 'whistleblowers', informadores ou denunciantes de boa fé que não encontraram proteção adequada para represálias, e também aos acordos de leniência. Faltam ainda leis de enriquecimento ilícito, sobre corrupção no setor privado, sobre prática de lobby".

Ainda sobre leis penais, Janot criticou o que chamou de "sensível inflação legislativa" sobre punição. De acordo com ele, as alterações legislativas baseadas apenas em política criminal podem afetar direitos fundamentais "mediante a supressão de garantias, a redução da idade penal e a criação de novas e desnecessárias figuras delitivas". "Há que se buscar um equilíbrio. A luta contra o crime organizado, a corrupção e a lavagem de dinheiro não pode sacrificar direitos da pessoa humana", afirmou.

Ele defendeu que o Brasil utilize a legislação de combate ao crime sem "desviar-se da regra de ouro" de uma democracia que é o devido processo legal e a presunção de inocência. "O Estado brasileiro não pode ignorar direitos fundamentais de acusados, mas não pode menosprezar o direito das vítimas", afirmou.

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