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O Vaticano autorizou pela primeira vez, em um documento oficial divulgado nesta segunda-feira (18), a bênção para casais do mesmo sexo, com a condição de que seja realizado fora dos cultos religiosos, um gesto inédito para a Igreja Católica, que segue firme em sua oposição ao casamento homossexual.

Existe "a possibilidade de bênçãos de casais em situações irregulares e de casais do mesmo sexo, cujo formato não deverá encontrar qualquer fixação ritual por parte das autoridades eclesiásticas, para não causar confusão com a bênção do sacramento do matrimônio", afirma o documento do Dicastério para a Doutrina da Fé, aprovado pelo papa Francisco.

"Esta bênção nunca acontecerá ao mesmo tempo que os ritos civis de união, nem mesmo em conexão com eles. Nem sequer com as vestimentas, gestos ou as palavras próprias de um casamento", acrescenta o texto.

É a primeira vez que a Igreja abre caminho de forma clara à bênção de casais do mesmo sexo, um tema que suscita tensões em seu seio devido à forte oposição da ala conservadora, especialmente nos Estados Unidos.

Apesar de não serem reconhecidos pela Santa Sé, alguns religiosos já abençoaram casais do mesmo sexo, principalmente na Bélgica e na Alemanha.

- "Grande avanço" -

Esta decisão "esclarece as coisas porque havia um vazio nesta questão", explica à AFP Patrick Vadrini, especialista em direito canônico e professor emérito da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma.

"Ao definir grandes normas gerais, a Igreja deixa nas mãos de quem tem contato direto com as pessoas à medida que a norma é aplicada. Nós nos adaptamos às pessoas", acrescenta.

O padre americano James Martin, conhecido por seu compromisso com os fiéis LGBTQIA+, comemorou a decisão na rede social X (antigo Twitter), afirmando que será um "grande avanço no Ministério da Igreja para as pessoas desta comunidade.

Por outro lado, poderia intensificar a oposição da ala tradicional da Igreja, em um momento em que se multiplicam as críticas dos conservadores sobre a gestão do papa Francisco.

Esta declaração é divulgada seis semanas após a conclusão do Sínodo sobre o futuro da Igreja Católica, uma reunião mundial consultiva na qual bispos, mulheres e laicos debateram questões sociais como a aceitação de pessoas LGBTQIA+ e os divorciados que se casam novamente.

No início de outubro, cinco cardeais conservadores pediram publicamente ao papa para reafirmar a doutrina católica sobre os casais homossexuais, mas o documento final do Sínodo não incluiu esta questão.

Em 2021, o Vaticano reiterou sua opinião de que a homossexualidade é um "pecado" e confirmou que os casais do mesmo sexo não podem receber o sacramento do casamento.

Desde sua eleição em 2013, o jesuíta argentino, que insiste na importância de uma Igreja "aberta a todos", tem despertado repetidamente a indignação dos conservadores, especialmente por limitar o uso da missa tradicional em latim em 2021.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou nesta terça-feira (13) uma lei que protege o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todo o país, em um ambiente festivo na Casa Branca para milhares de convidados.

Ao sancionar o texto, o presidente afirmou que "os Estados Unidos dão um passo vital em direção à igualdade, à liberdade e à justiça, não só para alguns, mas para todos".

O momento foi especial para Biden, que quando era vice-presidente de Barack Obama, há dez anos, declarou-se a favor do casamento para todos. Também o foi para a vice-presidente, Kamala Harris, e a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, ambas muito comprometidas com a defesa dos direitos das pessoas LGBT+.

- Lady Gaga e Cindy Lauper -

A lei "é um golpe contra o ódio em todas as suas formas", destacou o democrata, de 80 anos. "Uma coisa é a Suprema Corte proferir uma sentença, outra são os representantes do povo que foram eleitos votarem no Congresso para dizer alta e claramente: amor é amor", comemorou Biden, sob aplausos de 5.300 pessoas. Essa expressão se tornou um lema da luta pelo casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Na sequência, o presidente sentou-se para assinar o texto. Quando ele entregava a caneta a Kamala Harris, a canção de Lady Gaga "Born This Way" era reproduzida no volume máximo, e a Casa Branca, iluminada com as cores do arco-íris.

A cerimônia contou com uma apresentação de Cindy Lauper que cantou "True Colors", e o depoimento do casal de lésbicas Gina e Heidi Nortonsmith, que lutaram na Justiça para ter a sua união e família reconhecidas.

O ato também teve um lado político, como quando Biden abraçou o secretário de Transportes, Pete Buttigieg, que se tornou a primeira pessoa assumidamente gay confirmada pelo Senado para um cargo dessa responsabilidade.

A aprovação final da lei pelo Congresso, na semana passada, foi uma das poucas demonstrações de bipartidarismo em Washingon, uma capital dividida. Para comemorar, Biden se reuniu com um grupo de congressistas republicanos e democratas no jardim da Casa Branca, além de ativistas e pessoas envolvidas em ações legais a favor do casamento para todos no país. Também havia convidados do mundo da música e do entretenimento.

Tammy Baldwin, primeira senadora americana assumidamente homossexual, disse ter ficado muito feliz com a assinatura da lei, que ajudou a redigir no Congresso.

"Hoje fazemos história e a diferença para milhões de americanos. Estamos dizendo a milhões de casais do mesmo sexo e interraciais que os enxergamos e respeitamos."

- Tranquilidade -

Esta lei "dará tranquilidade a milhões de casais LGBTQI+ e interraciais, a quem finalmente serão garantidos os direitos e proteções a que eles e seus filhos têm direito", declarou ontem Karine Jean-Pierre, primeira mulher negra e lésbica no cargo de porta-voz da Casa Branca.

A Suprema Corte americana, de maioria conservadora, anulou em junho o direito ao aborto, vigente desde 1973. Por conta disso, políticos de ambos os partidos atuaram rapidamente para evitar uma medida similar com o casamento entre pessoas do mesmo sexo, como alguns temiam que pudesse acontecer.

A nova lei revoga a legislação anterior, que definia o casamento como a união entre um homem e uma mulher, e proíbe funcionários americanos de discriminar os casais "por sexo, raça, etnia ou origem".

A lei foi aprovada por todos os congressistas democratas e 39 republicanos. Um total de 169 membros do partido conservador se opuseram.

A grande maioria dos americanos apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo, inclusive simpatizantes dos republicanos, embora a direita religiosa o rejeite.

Uma vez empossado como presidente, Biden nomeou Pete Buttigieg. Além disso, autorizou passaportes americanos que permitem a declaração do gênero "X", e não apenas "M" (masculino) ou "F" (feminino).

O presidente democrata também levantou a proibição de que pessoas transgênero sirvam no Exército, que havia sido implementada pelo ex-presidente republicano Donald Trump.

O subprocurador Augusto Aras disse, nesta quarta-feira (25), que não acredita na cura gay e defendeu a validação constitucional do casamento entre pessoas do mesmo sexo. 

Aras fez a defesa ao responder um questionamento do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado que o sabatina hoje pela indicação do presidente Jair Bolsonaro (PSL), para o comando da Procuradoria Geral da República (PGR). 

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Contarato indagou Augusto Aras sobre as teses de uma carta da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), assinada pelo indicado a PGR, que diz que "deve ser facultado a qualquer pessoa tornar-se paciente em tratamento de reversão sexual, por motivos religiosos ou não".

Aras salientou que a “cura gay é uma dessas artificialidade pela qual eu não tenho nenhuma consideração de ordem científica porque reconheço duas coisas: na medicina, o gênero homem e mulher, e que na vida pessoal, cada um faça na idade adequada a sua escolha e seja respeitado".

Outro item da carta observa que "a instituição familiar deve ser preservada como heterossexual e monogâmica". Quanto a este quesito, o senador perguntou: "O senhor não reconhece a minha família procurador? Eu tenho uma subfamília? Essa carta estabelece cura gay. Eu sou doente, procurador?".

Por sua vez, o subprocurador disse que não chegou a ler todo o documento da Anajure. "Depois, cobrado, li, e vi que o artigo 7 tinha um enfoque que já foi superado pelas decisões do STF. Eu não quero de nenhuma maneira dizer que alguém não tenha família. Tenho amigos que têm um casamento homoafetivo. Sou um homem que estuda culturas, não posso deixar de compreender fenômenos culturais e humanos", disse.

“A minha única ressalva é de ordem formal. Eu me sentiria muito mais confortável com uma legislação, uma norma constitucional, em que eu não leia nessa Constituição homem e mulher e sim pessoa, cidadã, cidadão", acrescentou Aras.

O apoio ao casamento entre pessoas do mesmo sexo conta com o apoio de 60% dos norte-americanos, segundo pesquisa do instituto Gallup, em um momento em que a Suprema Corte se dispõe a decidir sobre sua constitucionalidade.

A cifra aumentou cinco pontos em um ano e está em seu nível mais elevado desde que a questão foi apresentada pela primeira vez em 1996 pelo instituto de pesquisas, indicou o Gallup em um comunicado.

Ainda segundo o Gallup, o apoio à união de homossexuais se tornou majoritário em 2011 e as opiniões favoráveis não pararem de aumentar rapidamente. "Há 20 anos, apenas 27% dos americanos a aprovavam e 68% eram contrários", acrescentou.

A Suprema Corte americana se pronunciará em um mês sobre a constitucionalidade do casamento gay e dirá se as pessoas de mesmo sexo podem se casar em todo o país. Hoje, a união é legal em 37 dos 50 estados da União e na capital federal, Washington.

O Departamento de Justiça americano ampliará o reconhecimento dos casamentos homossexuais em todos os tribunais federais e prisões na segunda-feira (10) e garantirá que recebam os mesmos benefícios que os heterossexuais, como visitas na prisão ou direito a não testemunhar contra seu companheiro.

A nova iniciativa foi apresentada na noite de sábado pelo secretário de Justiça, Erick Holder, em um discurso pronunciado em Nova York em uma cerimônia da associação de defesa dos direitos dos homossexuais Human Rights Campaing, e marca um grande avanço nos direitos dos casais homossexuais, após duas decisões favoráveis da Suprema Corte emitidas no ano passado.

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Na segunda-feira será distribuída uma circular detalhando os direitos que os casais gay terão, inclusive nos estados nos quais o casamento homossexual não é reconhecido, indicou o Departamento de Justiça.

"Em cada tribunal, em cada procedimento e em cada local onde exista um membro do Departamento de Justiça representando os Estados Unidos, deverão se esforçar para garantir que os casais compostos por pessoas do mesmo sexo recebam os mesmos privilégios, proteções e direitos que os casais heterossexuais casados", indica o texto.

Assim, os detidos em prisões federais, assim como os casais heterossexuais, terão o direito de visitar seu cônjuge, manter correspondência, comparecer ao seu funeral ou se beneficiar de redução de penas em caso de doença de um cônjuge.

Um casal homossexual poderá apresentar um caso de falência conjunta e receber benefícios como pensão alimentícia. Também serão estendidas as compensações às vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001, assim como as indenizações em caso de viuvez para os bombeiros e oficiais de polícia mortos em serviço.

"Este anúncio histórico vai transformar, para melhor, a vida de muitos casais homossexuais. Enquanto o efeito imediato desta decisão política é que todos os casais gays serão tratados igualmente perante a lei, os efeitos no longo prazo são muito mais profundos", indicou Chad Griffin, presidente da Human Rights Campaign, em cuja cerimônia ocorreu o discurso de Holder.

"Hoje nossa nação está mais perto dos ideais de igualdade e justiça para todos", prosseguiu.

Mas os conservadores criticaram a decisão, sugerindo que o governo do presidente Barack Obama escolheu uma interpretação liberal do veredicto da Suprema Corte.

"A notícia de que o Departamento de Justiça estenderá um reconhecimento de grande alcance aos 'casamentos' entre pessoas do mesmo sexo, inclusive em estados nos quais estas uniões não são reconhecidas, é mais uma mostra da ilegalidade deste governo", afirmou o presidente do Conselho de Investigação da Família, Tony Perkins, em um comunicado.

O casamento homossexual não é reconhecido em nível federal nos Estados Unidos, onde as leis matrimoniais dependem de cada estado. No momento é legal em 17 dos 50 estados e na capital Washington.

A Câmara dos Lordes aprovou nesta segunda-feira o projeto de lei sobre o casamento homossexual, uma importante etapa para a sua adoção definitiva na Inglaterra e no País de Gales. O texto voltará terça-feira à Câmara dos Comuns, que já havia aprovado o projeto por 366 votos contra 161, para ser debatido antes de sua aprovação final.

A decisão dos Lordes foi recebida com festa pelos militantes dos direitos dos homossexuais, vestidos de rosa em frente ao Parlamento. "Minha vida e as de muitos outros serão mais belas hoje do que ontem", declarou o lorde trabalhista Waheed Alli, homossexual declarado.

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Seu colega conservador, Lord Framlingham, lamentou o fato de este projeto de "mal amados" ter superado todos os obstáculos sem dar concessões à oposição. A Câmara dos Lordes havia rejeitado o projeto em 4 de junho, após dois dias de intensos debates. Uma emenda chamada de "demolição" possibilitou a aprovação do texto.

O casamento homossexual causou pouca agitação na opinião pública, que é majoritariamente favorável, mas segue dividindo o Partido Conservador. O primeiro-ministro David Cameron se mostrou determinado em fazer valer o casamento gay na Inglaterra e no País de Galles a partir de meados do próximo ano. As outras regiões do Reino Unido, Escócia e Irlanda do Norte, têm sua própria legislação.

Entre os britânicos, a mudança é simbólica, porque os casais homossexuais têm os mesmos direitos parentais que os casais heterossexuais. Ele podem adotar, recorrer à procriação medicamente assistida e à barriga de aluguel, desde que não seja remunerada, e podem se unir civilmente desde 2005.

Em pleno século XXI ainda é difícil conviver com as diferenças das outras pessoas. Nas escolas, onde os jovens tenderiam a ser mais “cabeça aberta”, aceitar as diversidades dos colegas ainda é algo a ser discutido e muito bem trabalhado.

Essa realidade foi apontada em número pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN). Conforme o levantamento realizado em 26 escolas públicas, mais da metade dos jovens - entre 14 e 20 anos - não são favoráveis à união homossexual, enquanto 30,9% são a favor e 14,8% são indiferentes ao tema.

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Apesar da constatação, na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Trajano de Mendonça, localizada em Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife, a situação é diferente. Professores das diversas disciplinas e alunos de várias séries formaram o Grupo Margarida Maria Alves de Estudos de Gênero.

O grupo surgiu em 2011 e hoje trabalha em parceria com a Secretaria da Mulher. Pelo menos uma vez por mês os participantes do projeto se reúnem para debater sobre assuntos como diversidade sexual, promoção da igualdade de gêneros, violência doméstica e contra a mulher. 

“O nosso objetivo com o projeto é trabalhar temas transversais, que permeiam o conjunto da escola. E são temas que nós devemos trabalhar no dia a dia, pois não tem dia pra você declarar ou se contrapor ao preconceito”, explicou a coordenadora do grupo, Rosário Leite, professora de português da instituição.

O grupo também desenvolveu a “Semana em Rosa e Lilás”, quando no mês de março todos os alunos e funcionários são convidados a utilizar as duas cores, além de ornamentarem toda a escola. “Com isso pretendemos demonstrando para colegas, familiares e toda a comunidade que não é a cor que determina o seu gênero”. 

As reuniões auxiliam no desenvolvimento dos alunos e na formação deles enquanto sociedade. Dentro do grupo eles se sentem mais a vontade de conversar e expor opiniões sobre os diversos tipos de temas abordados. E quando o assunto é casamento entre pessoas do mesmo sexo, apesar de opiniões distintas, todos afirmam respeitar a vontade do outro.

Para a estudante do 3° anos, Helena Sales, 17 anos, todas as pessoas tem o direito de fazer escolhas e serem respeitadas independente da orientação sexual. “Nós temos que pensar que eles são seres humanos como nós e não interferir. Afinal de contas é a escolha deles e não nossa”, argumentou. 

Já para Ysabele Oliveira apesar de ter amigos homossexuais, opinar sobre a união entre pessoas do mesmo sexo é complicado. “Eu não sou contra o assunto e acho que deve haver o respeito de ambos os lados. Mas hoje, infelizmente, isso não está existindo. Eu sou de uma religião que não é a favor e o direito tem limites. O artigo 5° da constituição tem incisos que defende a liberdade de expressão religiosa e as pessoas precisam respeitar a doutrina das igrejas. Se o civil está aceitando, então eu concordo que o casamento seja feito no civil”, finalizou.

Direitos Humanos – Em 2012, a Secretaria de Educação do Estado (SEE) distribuiu mais de 31 mil cadernos de orientações para educação em Direitos Humanos. O material foi entregue a todos os professores de ensino fundamental e ensino médio das escolas estaduais. 

Com os cadernos, o objetivo da SEE é que as temáticas relacionadas aos Direitos Humanos sejam tratadas de forma transversal nas disciplinas da grade curricular. As cartilhas trazem propostas de atividades, sugestões de filmes, temas para a produção textual a partir de vários temas.

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Bruno e Ivan se preparam para entrar na história da França nesta quarta-feira (29), eles serão os primeiros homossexuais a se casar. A união civil acontece após onze dias depois que a lei que permite  casamento e a adoção por pessoas do mesmo sexo no país foi promulgada, uma medida que para ele significa a possibilidade de formar uma família. "Acho que há dois princípios fundamentais no casamento, o da solidariedade e o da fidelidade, esses princípios espiraram nosso  dia a dia como casal por mais de seis anos, é importante que o estado reconheça isso", disse Bruno. 

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"Vai ser um casamento por amor que nos permitirá considerar uma adoção, queremos formar uma família. Este é provavelmente um momento extraordinário para cada um de nós", disse Ivan.

Apesar da conquista após quatro meses de batalha no Parlamento e nas ruas o casal destacou que ainda luta contra a homofobia. No domingo (26) milhares de opositores ao casamento gay fizeram uma nova manifestação em Paris, o protesto foi em clima de tensão, cerca de 200 baderneiros atacaram as forças de segurança e os jornalistas com pedras, barras de ferro e sinalizadores.

O Senado francês aprovou na noite desta terça-feira, por 179 votos a 157, o primeiro artigo do projeto de lei sobre o casamento homossexual, o mais importante, apesar da forte oposição da direita ao texto e de manifestações contra o mesmo nas ruas. O primeiro artigo foi aprovado "em conformidade", ou seja, sem modificação em relação à votação em primeira leitura da Assembleia Nacional (deputados).

Esta votação é, por isso, definitiva, a menos que a lei seja rejeitada em sua totalidade ao término de seu estudo pelo Senado. A votação sobre o texto completo irá ocorrer nos próximos dias, após a qual a lei será definitivamente adotada, já que não será submetida a uma segunda leitura na Assembleia Nacional.

O projeto de lei, que permitirá o casamento e a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, foi aprovada em primeira leitura e por uma ampla maioria na Assembleia Nacional no dia 12 de fevereiro. Os deputados a aprovaram depois de mais de duas semanas de intenso debate e do estudo de mais de 5.000 emendas.

No Senado, votaram pelo artigo a grande maioria dos parlamentares de esquerda (socialistas, comunistas e ecologistas). A maioria da oposição de direita votou contra, mas houve vozes dissonantes em suas fileiras, já que cinco senadores opositores votaram a favor, dois de abstiveram e um não participou da votação.

A votação ocorreu após 10 horas de intensos debates, durante os quais a direita se opôs firmemente ao texto, multiplicando os discursos em meio a uma atmosfera extremamente tensa.

"Apesar das tentativas de obstrução da direita, o Senado adotou o artigo 1, que autoriza o casamento entre pessoas do mesmo sexo", declarou o presidente da bancada socialista, François Rebsamen, em um comunicado emitido momentos após a votação.

"A adoção deste artigo graças ao voto do conjunto da maioria dos senadores acaba com a discriminação baseada nas preferências sexuais dos cidadãos", acrescentou.

"Levando-se em conta os excessos ocorridos em manifestações violentas nas ruas ou em explosões verbais na câmara, o voto deste artigo é uma vitória para a luta contra a homofobia", vitória "da tolerância e da democracia", concluiu.

Rebsamen fazia alusão à radicalização dos opositores ao casamento homossexual, que, após organizarem várias manifestações, multiplicaram nos últimos dias as ações agressivas, impedindo debates, perseguindo parlamentares ou atacando organizações de defesa dos homossexuais.

Nesta quarta-feira, os opositores ao "casamento para todos" convocaram uma nova manifestação nacional para o dia 26 de maio.

Segundo uma pesquisa recente do instituto CSA, a maioria dos franceses é favorável (53%) ao casamento homossexual, mas se opõe à adoção por parte dos casais do mesmo sexo (56%), incluída no projeto de lei.

A lei do Estado norte-americano de Maine, na Nova Inglaterra, sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo foi colocada em prática, no sábado (29), logo após a meia-noite (horário local) da sexta-feira (28), quando entrou em vigor. Algumas cidades fizeram horários especiais de funcionamento para emitir licenças matrimoniais na madrugada, deste sábado. Os cartórios de Portland, a maior cidade do Maine, por exemplo, abriram à meia-noite (horário local) para acomodar casais que não queriam esperar para se casar.

Os eleitores aprovaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo, em novembro, fazendo com que o Maine e dois outros Estados fossem os primeiros a legalizar o processo por voto popular. A legislação já está em prática no Estado de Washington e passa a valer na terça-feira (01/01/2013), em Maryland.

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As informações são da Associated Press.

O Tribunal Constitucional espanhol confirmou nesta terça-feira a lei de 2005 que legalizou o casamento homossexual, rejeitando um recurso apresentado pelo conservador Partido Popular (PP), do presidente espanhol, Mariano Rajoy, informou uma fonte judicial.

O PP, que duvidava "se a união de duas pessoas do mesmo sexo poderia receber a designação de casamento", aceitou o veredicto e não mudará a lei vigente, aprovada por iniciativa do anterior governo socialista, anunciou o ministro da Justiça, Alberto Ruiz Gallardón.

Essa lei, criticada pela oposição de direita e pela Igreja Católica, tornou a Espanha um dos primeiros países do mundo a permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adoção de crianças por esses casais.

Além da Espanha, Suécia, pioneira na área, Holanda, Bélgica, África do Sul e Noruega aprovam o casamento homossexual.

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