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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga irregularidades na Petrobras ouvirá, na próxima terça-feira (10), o ex-diretor da Área de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa. Ele será a sétima pessoa a ser ouvida pelos senadores.

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Acusado de integrar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, Costa foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, em março, e depois foi solto por uma decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF). A organização criminosa teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões, com a participação do doleiro Alberto Youssef, que continua preso após a operação Lava Jato.

A CPI da Petrobras já ouviu o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, ex-diretores da área Internacional Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada e a atual presidente da estatal, Graça Foster. Nesta terça-feira, falaram o ex-gerente-executivo Luis Carlos Moreira da Silva, e o diretor de Segurança Empresarial, Pedro Aramis de Lima Arruda.

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O ex-gerente-executivo Internacional da Petrobras Luis Carlos Moreira da Silva disse, nesta terça-feira, 3, que as cláusulas omitidas na compra de parte da refinaria de Pasadena são "comuns" e não "interfeririam na execução do negócio". "Eram cláusulas simples e diretas", afirmou ele, em depoimento à CPI da Petrobras do Senado.

A frase contrasta com a avaliação feita pela presidente Dilma Rousseff. Dilma, que foi presidente do conselho de administração da estatal, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que não aprovaria a negociação se soubesse de todas as cláusulas no resumo executivo apresentado pelo ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró ao colegiado.

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Moreira da Silva afirmou que foi ele quem defendeu a operação na reunião da diretoria executiva da estatal. Segundo ele, pelo ineditisimo de ser a primeira refinaria a ser comprada pela Petrobras nos Estados Unidos, participou de várias reuniões na diretoria. Também disse ter apresentado todas as cláusulas para conhecimento da diretoria, sendo, lembrou, questionado até por um ex-diretor da estatal, Guilherme Estrella.

Contudo, o ex-gerente não soube dizer se Nestor Cerveró, responsável pela área internacional, levou para a reunião do conselho de administração a existência das cláusulas. Ele disse que não seria a pessoa certa para falar sobre isso. Moreira da Silva se esquivou de responder se aprovaria a operação caso o conselho tivesse tido acesso às cláusulas. "É difícil dar uma resposta em cima de uma hipótese", afirmou.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga denúncias de irregularidades na Petrobras já tem outros depoimentos agendados para a próxima semana. Na terça-feira (3), serão ouvidos o gerente-executivo Internacional, Luís Carlos Moreira da Silva, e o diretor de Segurança Empresarial, Pedro Aramis de Lima Arruda.

Quatro pessoas já prestaram esclarecimentos no colegiado: o ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli; a atual presidente Graça Foster; e ox-diretores da Área Internacional, Nestor Cerveró e Jorge Luiz Zelada.

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Já o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge negou o convite para dar depoimento. Ele relata o processo que investiga a compra da Refinaria de Pasadena.

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Quarta pessoa a ser ouvida pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras, Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da Área Internacional da estatal confirmou as condições da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e considerou que as duas clásulas omitidas no resumo-executivo não tiveram influência na decisão do Conselho de Administração. O depoimento dele foi ouvido por um colegiado apenas com senadores da base governista.

“Elas não eram centrais para a definição da compra. A cláusula de saída é normal em negócios deste tipo. A Marlim era específica para aquele contrato, mas nem chegou a ser usada”, explicou. Os termos em questão são as cláusulas Put Option e Marlim. A primeira determinava que, em caso de desacordo entre os sócios, a outra parte seria obrigada a adquirir o restante das ações. A segunda garantia à Astra Oil, sócia da Petrobras, um lucro de 6,9% ao ano.

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A cláusula de saída ganhou importância quando foi usada pela Astra a fim de obrigar a Petrobras a comprar os demais 50% da refinaria. Até então, as duas empresas estavam investindo em Pasadena e fizeram estudos de mercado, que apontaram a necessidade de um revamp para duplicar a capacidade de produção. Foi nesse momento que a Astra informou a perde de interesse em investir na refinaria e ofereceu a parte dela à empresa brasileira. O Conselho de Administração não aprovou essa compra, mas a Petrobras acabou adquirindo as ações depois que a Astra acionou a Justiça e fez valer a cláusula de saída.

Zelada não estava no início das negociações com a Astra. Mas em 2008, ele elaborou o resumo-executivo para embasar a aquisição dos outros 50% de Pasadena. Em 2006, quem comandava a área internacional da companhia era Nestor Cerveró e foi ele que fez o documento que orientou o CA para a compra da primeirsa metade.

Contradições

As afirmações de Zelada contradizem a presidente Dilma Rousseff, que na época da compra  presidia o Conselho de Administração, e a atual presidente da Petrobras, Graça Foster. Em março, Dilma disse que o resumo-executivo foi "tecnica e juridicamente falho" ao omitir as duas cláusulas e que, se o CA tivesse conhecimento delas, não teria aprovado a compra. Foster fez as mesmas afirmações. São cláusulas extremamente importantes para Pasadena, juntas elas precificaram os 50% iniciais e os 50% finais das ações", frisou.

Já o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli discordou, conforme depoimento à CPI na semana passada. "O Conselho de Administração da Petrobras, historicamente toma decisões com base em sumário executivo; ele não toma decisões com base nos documentos totais existentes, porque são processos muito grandes. Não haveria condições de o Conselho apreciar, uma vez que a competência do Conselho, como eu disse, é tomar as decisões estratégicas, não é tomar as decisões operacionais", disse.

O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, também disse que a compra teria sido aprovada de qualquer maneira. "[As cláusulas] não constaram justaram porque não eram preponderantes, não eram condições que se colocam normalmente numa informação. É um detalhe contratual". Para ele, a ausência desses termos não iria interferir na decisão do CA, "porque não tinha relação com os critérios observados pelo Conselho".

Compra

Assim como explicaram os outros depoentes, Jorge Zelada explicou que a aquisição de Pasadena estava de acordo com o planejamento estratégico da Petrobras, que estabelecia a necessidade de ampliação do parque de refino para o exterior. Para ele, o valor pago foi “compatível com os preços de mercado em setembro de 2006”. As alterações do mercado também foram mencionadas. “Houve mudança no cenário econômico e a descoberta do pré-sal, o que determinou mudança no planejamento estratégico e nas prioridades da empresa”.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu nesta terça-feira (27) pedido da CPI da Petrobras de compartilhamento das provas das oito ações penais resultantes das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Entre as ações, está a investigação de supostos desvios de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O processo envolve o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.

O pedido de compartilhamento foi aprovado na sessão hoje pela CPI, que também decidiu convocar Paulo Roberto Costa. Por unanimidade, os senadores aprovaram cinco requerimentos. Eles pediram também acesso às cópias de processos em análise no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que tratam da troca de ativos entre a Petrobras e a Repsol YPF, no caso da Refinaria de Bahia Blanca, na Argentina.

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De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), os desvios na construção da refinaria pernambucana ocorreram por meio de contratos superfaturados, feitos com empresas que prestaram serviços à Petrobras entre 2009 e 2014. Segundo o MPF, a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões, mas custou mais de R$ 20 bilhões. De acordo com a investigação, os desvios tiveram a participação de Paulo Roberto Costa, então diretor de Abastecimento, e de Alberto Youssef, dono de empresas de fachada.

Na defesa prévia apresentada à Justiça Federal no Paraná, os advogados do ex-diretor informaram que os pagamentos recebidos das empresas do doleiro, identificados como repasses ou comissões, foram decorrentes de serviços de consultoria. No entanto, de acordo com o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, a Polícia Federal e o Ministério Público não encontraram provas de que os serviços foram prestados. Moro era responsável pela condução do processo, mas a investigação foi suspensa e remetida ao Supremo por determinação do ministro Teori Zavacki.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge negou o convite para dar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que apura denúncias de irregularidades na Petrobras. Um ofício encaminhado ao colegiado foi entregue na tarde desta segunda-feira (26).

No documento, Jorge justificou a ausência sob o argumento de que magistrados não podem ser inquiridos por comissões parlamentares de inquérito acerca de sua atividade jurisdicional. "Diante do exposto, resta claro que não é compatível com o ordenamento jurídico que um ministro do TCU, pela sua condição de magistrado, discorra perante Comissão Parlamentar, ainda que CPI, acerca de suas próprias decisões ou dos processos que relate", disse o ofício. O ministro relata o processo que investiga a compra da Refinaria de Pasadena.

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A ausência dele foi lamentada pelos parlamentares, que afirmaram que outros ministros do TCU já estiveram em CPIs no Congresso. O relator da CPI da Petrobras, senador José Pimentel (PT-CE), lembrou que a comissão tem o direito constitucional de ouvir depoimentos reservados.

Na próxima quinta-feira (29), a CPI irá ouvir o ex-diretor internacional da Petrobras Jorge Zelada.

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou nesta terça-feira (27) que a estatal firmou 318 contratos e 343 aditivos na refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Ela disse que nem todos os aditivos são para aumento de valores e que a sua análise é complexa. "A depender do valor, são aprovados pelo gerente, pelo gerente-executivo, pelo gerente-geral, nunca por um diretor sozinho", declarou, durante audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que apura denúncias de irregularidades na petroleira.

"Existe uma aprovação conjunta. A execução é de responsabilidade da Rnest (Abreu e Lima)." Ela disse ainda que o Porto de Suape não funcionaria sem aportes da Petrobras, que na região também incluem investimentos em rodovias.

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Por último, ela disse que o conselho de Abreu e Lima foi "por muito tempo" presidido pelo ex-diretor de abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, atualmente investigado pela operação Lava Jato, da Polícia Federal e que chegou a ser preso em março. Na semana passada, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o envio do processo à Corte, Costa foi solto.

Venezuela

Graça lembrou que a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, previa inicialmente a participação da venezuelana PDVSA no empreendimento, mas a parceria não prosperou. Ela disse também que a relação estratégica da Petrobras com a PDVSA era importante."Era conveniente a Petrobras fortalecer presença na Venezuela, e vice-versa", disse. Graça disse que a empresa "sente falta" da PDVSA em Abreu e Lima e a sociedade traria "algumas reduções de custo".

A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga irregularidades na Petrobras aprovou nesta terça-feira (27) por unanimidade cinco requerimentos. Fazem parte da lista os que pedem acesso à documentação da Operação Lava Jato – que corre sob segredo de Justiça – e as cópias de processos em análise no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que tratam da troca de ativos entre a Petrobras e a Repsol YPF, no caso da Refinaria de Bahia Blanca, na Argentina.

Os senadores também aprovaram a convocação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa – preso até a semana passada na Operação Lava Jato. Ele é investigado por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, suspeito de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Paulo Roberto Costa deixou a carceragem da Polícia Federal, no Paraná, há duas semanas, onde estava preso desde março.

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Com uma reunião esvaziada, na semana passada, esses mesmos requerimentos não foram votados por falta de quórum, por isso, desta vez, o presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) mudou a estratégia e garantiu quórum com oito dos 13 titulares no início da reunião.

Apesar da expectativa de instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito nesta quarta-feira (28), Vital do Rêgo e o relator na comissão, José Pimentel (PT-CE), dizem que vão continuar cumprindo o cronograma de trabalho aprovado na primeira reunião do colegiado. Eles confirmaram que vão ouvir nesta quinta-feira (29) o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge e o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Jorge Luiz Zelada.

José Jorge é o relator do processo no TCU, que investiga desde março de 2013 supostas irregularidades na compra da Refinaria de Pasadena. Já Jorge Luiz Zelada, ex-diretor da Área Internacional da estatal, que deixou o cargo em julho de 2012, é apontado como responsável pelo resumo executivo que recomendou a compra dos 50% restantes da Refinaria de Pasadena.

Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, no Senado, a presidente da estatal, Graça Foster, reafirmou que a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, representou um "mau negócio", considerando “a situação atual” do mercado, mas que na época da aquisição era um negócio "potencialmente bom". Essas mesmas afirmações já havia sido feitas por ela nas comissões de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) e de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados.

“À luz da situação atual, os números mostram que não foi um bom negócio. Num futuro próximo é possível que haja melhorias, mas hoje, com a decisão do refino no Brasil, com a descoberta do pré-sal e com um mercado interno crescente, não é mais prioridade. Mas lá atrás em 2006, foi considerado potencialmente bom”, afirmou ela, no momento das considerações iniciais.

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A expansão do parque de refino para o exterior fazia parte do planejamento estratégico da empresa desde 1999 e os Estados Unidos eram um mercado em crescimento. “Em 2003, nós tínhamos um crescimento baixo. Já os Estados Unidos tinham taxas acentuadas. Estar no maior mercado de derivados de petróleo era importantíssimo”, considerou a executiva.

Segundo ela, a compra de Pasadena foi a melhor opção. “Construir refinaria nos Estados Unidos não é trivial. No Brasil também não é fácil. Mas por que Pasadena? Ela tem um terreno grande, o que não é tão comum, e tem licença para revamp. Em termos de localização, também era muito bom”, disse. Foster também afirmou que a Petrobras tentou comprar outras refinarias nos Estados Unidos, antes de Pasadena, mas que nenhum outro negócio foi firmado.



Cláusulas

Sobre a análise do Conselho de Administração (CA) e aprovação da compra com base no resumo executivo, as considerações de Foster contrastam com a dos demais depoentes da CPI. Para a presidente da Petrobras, se as cláusulas Marlin e Put Option estivessem no documento, haveria uma discussão maior sobre o negócio e a decisão do colegiado poderia ter sido outra. "São cláusulas extremamente importantes para Pasadena, juntas elas precificaram os 50% iniciais e os 50% finais das ações", frisou.



A cláusula Marlim garantia à empresa belga Astra Oil, sócia da Petrobras America Inc, rentabilidade mínima de 6,9% ao ano. A Put Option – ou opção de venda – obrigava a Petrobras a comprar a participação da Astra, em caso de conflito entre os sócios na condução do negócio.

Em abril, a presidente Dilma Rousseff, que na época da compra de Pasadena era presidente do CA, disse que se tivesse o conhecimento das referidas cláusulas votaria contra a aquisição. Já o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli discordou, conforme depoimento à CPI na semana passada. "O Conselho de Administração da Petrobras, historicamente toma decisões com base em sumário executivo; ele não toma decisões com base nos documentos totais existentes, porque são processos muito grandes. Não haveria condições de o Conselho apreciar, uma vez que a competência do Conselho, como eu disse, é tomar as decisões estratégicas, não é tomar as decisões operacionais", disse.

O ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, também disse que a compra teria sido aprovada de qualquer maneira. "[As cláusulas] não constaram justaram porque não eram preponderantes, não eram condições que se colocam normalmente numa informação. É um detalhe contratual". Para ele, a ausência desses termos não iria interferir na decisão do CA, "porque não tinha relação com os critérios observados pelo Conselho".

Responsabilidade

Um ponto em que houve concordância dos três depoentes foi a não responsabilização da presidente Dilma, já que todas as decisões são tomadas de forma colegiada. ¨A responsabilidade é da diretoria que fez apresentação ao Conselho de Administração. Nos dois casos, houve responsabilidade do colegiado”, disse Foster.

A presidente da Petrobras, Graça Foster, será ouvida na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, no Senado, nesta terça-feira (27), às 10h15. Será a segunda vez que a principal executiva da estatal comparecerá ao Congresso para explicar denúncias de irregularidades na empresa, como as relativas à compra da refinaria de Pasadena, nos EUA.

Ainda nesta terça, a CPI deve votar cinco requerimentos. Um deles, apresentado pelo senador Humberto Costa (PT), pede a convocação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Ele participou do negócio de Pasadena e integrava o Conselho de Administração da Refinaria Abreu e Lima. Paulo Roberto estava preso até o dia 19, por envolvimento na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investigou um esquema de evasão de divisas, com volume estimado em cerca de R$ 10 bilhões.

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A CPI deve votar também requerimentos que pedem acesso à documentação da Operação Lava Jato, bem como a cópias de processos em análise no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que tratam da troca de ativos entre a Petrobras e a Repsol YPF, no caso da Refinaria de Bahia Blanca.

Na quinta-feira (29), o colegiado vai ouvir o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), José Jorge, e o ex-diretor Internacional da Petrobras, Jorge Zelada. Neste dia, os depoimentos, podem coincidir com o início da CPMI da Petrobras, integrada por deputados e senadores. Para começar os trabalhos o colegiado depende da indicação dos senadores. Caso não aconteça, os nomes deverão ser impostos pelo presidente, Renan Calheiros (PMDB-AL). 

 

Na próxima semana, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que investiga irregularidades na Petrobras continuará as oitivas. Na terça-feira (27), será ouvida a presidente da estatal, Graça Foster, para prestar esclarecimentos sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Ela já esteve no Senado em abril, quando prestou depoimento às comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). Na ocasião, ele admitiu que a aquisição foi "um mau negócio" e que, quando a compra foi aprovada pelo Conselho de Administração, o grupo não tinha conhecimento sobre as cláusulas que garantiam rentabilidade de 6,9% à sócia Astra Oil (cláusula Marlin) e à obrigação de compra da metade da sócia, em caso de discordância sobre investimentos (cláusula put option).

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Duas semanas depois, já na Câmara dos Deputados, ela corrigiu a fala anterior e disse que Pasadena representou um "mau negócio", considerando o "atual conjunto de análises", mas que na época da compra era um negócio "potencialmente bom".

Na quinta-feira (29), a CPI da Petrobras vai ouvir o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge e o ex-diretor Internacional da Petrobras, Jorge Zelada.

Primeiros depoimentos

Nesta semana, o colegiado iniciou a série de depoimentos, com o ex-presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, e o ex-diretor da área internacional, Nestor Cerveró. Ambos defenderam a empresa e a aquisição da refinaria.

CPI x CPMI

Na próxima semana, deve ser instalada a CPI mista - com deputados e senadores - para investigar as denúncias contra a Petrobras. Cogitou-se, há algumas semanas, de o Congresso ficar apenas com o colegiado misto. Mas o presidente da CPI da Petrobras no Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), discordou e disse que não há problemas de duas comissões com o mesmo objeto de investigação funcionarem simultaneamente.

"A CPI do Senado tem uma obrigação e o seu destino não pode ser vinculado à CPMI. A CPI do Senado foi proposta por membros da oposição, que provocaram o Supremo Tribunal Federal para vê-la instalada. Temos os nossos prazos, as nossas responsabilidades e nossos compromissos com o país. Não podemos, simplesmente, por ter outra comissão parlamentar de inquérito constituída, esquecer que houve um requerimento e que houve um grande debate nacional pela implantação da CPI do Senado", ressaltou.

Diante de um colegiado formado apenas por senadores da base governista, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, prestou esclarecimentos, nesta quinta-feira (22), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. A oitiva foi sobre a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

Assim como o ex-presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, em depoimento na última terça (20), Cerveró explicou que a aquisição fazia parte da estratégia de ampliação do parque de refino da Petrobras para o exterior e que a decisão de compra foi colegiada e não apenas da presidente Dilma Rousseff, que na época era presidente do Conselho de Administração da empresa.

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"A presidenta Dilma Rousseff foi responsável pela compra? Não. Não considero porque não é uma responsabilidade. Tanto na Diretoria Executiva, como no Conselho, as decisões são colegiadas e normalmente são aprovadas por unanimidade", ressaltou.

Processo de compra

Segundo ele, desde 1998, a Petrobras procurava uma refinaria de petróleo leve no exterior, para adaptá-la para o refino do óleo pesado. O investimento na unidade em outro país se justificava pelo crescimento do mercado no exterior e a opção de comprar uma refinaria de óleo leve e adaptá-la era mais viável financeiramente do que a aquisição de um parque de refino de petróleo pesado. "A escolha da refinaria também se liga ao fator geográfico, à otimização geográfica, em que está localizada Pasadena. Pasadena fica muito próximo a Houston, principal centro de petróleo dos Estados Unidos", explicou.

Em 2006, foi concluído o processo de associação de 50% da Petrobras na refinaria e na comercializadora, na trading em Pasadena. A partir daí começaram os estudos para modificação do projeto para óleo pesado, que determinou a necessidade de duplicar a capacidade da refinaria. Mas, em 2007, a Astra Oil sinalizou a indisponibilidade de investir na ampliação da refinaria e no mesmo ano ficou acertada que a Petrobras compraria os 50% que pertenciam à empresa Bélgica.

Foi nesse período que a Petrobras confirmou as operações na camada do pré-sal, que a produção nacional cresceu, assim como a demanda, e o mercado internacional entrou em crise. "Diante disso, o Conselho não aprovou a compra". 

Custos

Segundo ele, com a cláusula de Put Option, a Petrobras foi obrigada, na Justiçam a comprar os 50% da Astra. "Quando se forma a sociedade com a Astra, no contrato, existe, o que, aliás, é uma condição extremamente normal, a condição de saída, conhecida internacionalmente como o famoso Put Option. Essa cláusula depois foi utilizada para o encerramento da pendência judicial. Mas é uma cláusula normal em todas as nossas associações ou praticamente em todas".

Para ele, mesmo assim, foi um bom negócio. "O refino é avaliado, em termos de preço de construção ou preço de compra de uma refinaria, em dólares por barril refinado. Então, uma refinaria que custou US$550 milhões e processa 100 mil barris por dia tem um custo unitário de US$5,5 mil por barril. Na época, em 2006, 2007, a média de aquisições de refinarias do mesmo porte foi de US$9,2 mil por barril", detalhou.

No entanto, ele explicou a diferença entre os valores da refinaria e do trading. "Fala-se em custo total de US$1,2 bilhão, mas temos que lembrar que esse custo engloba não só a refinaria, mas também a comercializadora, os custos advindos de garantias operacionais e custos jurídicos embutidos nesse US$1,2 bilhão. A refinaria custou, no total, US$550 milhões, 100% da refinaria", disse.

Documentação

Como já havia explicado na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados, Cerveró disse que cabia à Diretoria da Petrobras apresentar um resumo executivo ao Conselho de Administração. "Eu não sei afirmar se receberam todos os documentos, porque isso é uma atribuição da Secretaria Executiva. Deveriam ter recebido. Agora, é evidente que é uma quantidade de documentos muito grande".

"Existe um procedimento em que o Conselho recebe um resumo executivo, onde são apresentadas as condições necessárias para a aprovação ou para a decisão do Conselho. Ou seja, o nome já diz: é um resumo, é um sumário, onde são incluídas as principais cláusulas de responsabilidade do Conselho, ou seja, aquilo que cabe ao Conselho definir na companhia, que é o planejamento estratégico da companhia, o plano de negócios da companhia e a coerência econômica do negócio".

No entanto, logo em seguida, ele deixou claro que as cláusulas Marlin e Put Option não constavam no resumo executivo. "Não constaram justaram porque não eram preponderantes, não eram condições que se colocam normalmente numa informação. É um detalhe contratual". Para ele, a ausência desses termos não iria interferir na decisão do CA, "porque não tinha relação com os critérios observados pelo Conselho".

Responsabilidade

Em vários momentos, Nestor Cerveró frisou que a decisão de compra de refinaria foi colegiada. "Não há responsável individual, ou seja, nem a presidente, nem qualquer outro conselheiro é responsável, individualmente, pela compra de qualquer ativo, ou venda de qualquer ativo. Como também não existe quem é o responsável pela compra de Pasadena. Somos todos nós", disse.

Ele acusou a mídia de querer apontar um culpado. Foi um acerto coletivo, colegiado, como é a decisão do Conselho, como é a decisão da Diretoria Executiva. Então, não existe o responsável; existem a Diretoria da Petrobras, e o colegiado, o Conselho, responsável pela decisão", salientou. "Eu quero deixar isso bem claro porque eu não estou querendo me isentar de culpa, não. Pelo contrário, eu quero assumir! Eu sou um coparticipante dessa decisão", frisou.

A comissão externa da Câmara dos Deputados criada para apurar denúncias de pagamento de propina a funcionários da Petrobras aprovou hoje (21) o relatório parcial de suas atividades. Sem poderes investigatórios amplos, a comissão não obteve conclusões e faz algumas recomendações à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado, que também investiga denúncias de irregularidades na estatal brasileira.

Em seu relatório, o coordenador do grupo, o deputado Maurício Quintella (PR-AL), ressalta que, apesar de ter atribuições semelhantes às das comissões permanentes da Câmara, as investigações do grupo externo esbarram em limitações de procedimento. Uma comissão externa não pode, por exemplo, pedir quebra de sigilo ou convocar pessoas, apenas convidar.

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A principal recomendação de que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, seja convocado para depor. Preso pela Polícia Federal durante a Operação Lava Jato, Costa foi indiciado, juntamente com o doleiro Alberto Youssef, por desvios de recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, em Pernambuco. O ex-diretor da Petrobras foi solto na última segunda-feira (19) por decisão judicial.

O relatório também sugere a quebra dos sigilos telefônico, bancário e fiscal de ex-representante comercial da SBM Offshore Brasil, Julio Faerman, e dos sigilos telefônico e fiscal de empresas a ele ligadas: Faercom Energia Ltda, Oildrive Consultoria em Energia e Petróleo Ltda. A comissão propõe ainda a remessa à Justiça Federal da documentação referente à Operação Lava Jato.

A comissão externa foi aprovada no final de março e instalada em abril para apurar denúncias de pagamento de propina pela empresa holandesa SBM Offshore, que aluga plataformas de petróleo para funcionários da Petrobras. À época, a empresa divulgou nota informando que investigação interna não constatou pagamento de suborno.

Com uma CPI composta apenas por parlamentares da base governista, o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli prestou esclarecimentos também sobre o investimento da estatal em refinarias no Brasil, inclusive a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Antes ele defendeu a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e enfatizou que a decisão da compra foi colegiada.

Segundo ele, a mudança de estratégia da estatal de manter o parque de refino no exterior e investir em refinarias no Brasil levou em consideração o comércio. “O mercado brasileiro de derivados de gasolina, de 1998 a 2008, portanto, durante dez anos, cresceu 3%. Não é 3% ao ano, mas 3% em dez anos. De 2009 a 2013, cresceu 65%. Essa é a diferença do mercado brasileiro”, explicou.  “O mercado brasileiro de derivados está explodindo, porque a frota de carros está crescendo, porque as pessoas estão andando de avião, porque há mais consumo de combustível para as classes que emergiram, do ponto de vista de renda. Essa é a realidade do Brasil. Nós estamos com um mercado de derivados explodindo”, salientou.

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De acordo com o executivo, a partir de 2007, a Petrobras passou a investir na construção da Refinaria Premium I, no Maranhão; Refinaria Premium II, no Ceará; Refinaria Clara Camarão, no Rio Grande do Norte; Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco; e Comperj, no Rio de Janeiro. “Então, nós definimos, em 2006 e 2007, fazer refinarias no Brasil, porque estávamos antecipando o fenômeno do crescimento do mercado brasileiro”, frisou.

Ele disse ainda que a concentração no Nordeste se deve à localização e ao mercado. "Sabíamos que tínhamos que pensar no Nordeste, que tem 19% do mercado brasileiro. Além disso, a parte Norte da região Centro-Oeste poderia ser atendida".

Sobre o custo da Refinaria Abreu e Lima ele explicou que a variação se deve também ao câmbio, além dos investimentos na infraestrutura do Porto de Suape. "Na medida em que você vai avançando no conhecimento do projeto, vai detalhando a refinaria, as tubovias, o solo para fazer a terraplanagem, as condições dos chamados extramuros - que são as estradas -, da rede elétrica, do porto. Você vai incluindo um conjunto de outros investimentos que são necessários para viabilizar a refinaria ali onde foi escolhido, por razões de expansão do mercado".

Segundo ele, as obras do entorno geraram um custo de U$256 milhões a Petrobras. "A Petrobras vai ser ressarcida em parte disso com a redução da tarifa do uso Porto no futuro", informou.

Gabrielli também explicou que houve mudanças no escopo do projeto, inicialmente previsto para o refino do petróleo pesado brasileiro. "Num segundo momento, ela passou a ser uma refinaria que teria duas correntes de produção, que na linguagem do setor de refino é dois trens de produção. Um trem para processar petróleo pesado e outro trem para processar petróleo venezuelano", explicou ele. Atualmente, a refinaria tem duas cadeias de produção, mas as duas refinam o petróleo brasileiro. Para ele, com cinco refinarias em construção, houve aquecimento do mercado e o consequente aumento nos preços com os fornecedores.

Depois de dizer que a presidente Dilma Rousseff não poderia "fugir de suas responsabilidades" quanto à compra da Refinaria de Pasadena, o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli explicou melhor a colocação e afirmou não considerar Dilma, que na época da aquisição era presidente do Conselho de Administração, responsável pelo fechamento do negócio. Em depoimento na CPI da Petrobras no Senado, ele defendeu a estatal.

Em vários momentos do discurso inicial e nas respostas às perguntas dos parlamentares, ele frisou que a tomada de decisão não é individual e, sim coletiva. "Não é verdade que essa operação tenha sido uma operação feita a toque de caixa, não é verdade que essa operação tenha sido feita por algumas pessoas somente", salientou.

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O executivo também salientou que não cabia ao Conselho de Administração o detalhamento sobre a compra, pois essa responsabilidade ficava sob as gerências, que repassavem os relatórios. "O Conselho de Administração da Petrobras, historicamente toma decisões com base em sumário executivo; ele não toma decisões com base nos documentos totais existentes, porque são processos muito grandes. Não haveria condições de o Conselho apreciar, uma vez que a competência do Conselho, como eu disse, é tomar as decisões estratégicas, não é tomar as decisões operacionais".

Ele confirmou, no entanto, que o sumário executivo repassado ao CA não constava as cláusulas Marlim e Put Option, mas que isso não mudaria a decisão tomada, já que o CA avaliava se valia a pena fazer a compra. A cláusula Marlim garantia à empresa belga Astra Oil, sócia da Petrobras America Inc, rentabilidade mínima de 6,9% ao ano. A Put Option – ou opção de venda – obrigava a Petrobras a comprar a participação da Astra, em caso de conflito entre os sócios na condução do negócio.

"O que constava do sumário executivo? A lógica fundamental da estratégia de compra dos 50% da refinaria, mostrando que ela era aderente à estratégia, mostrando que ela era barata a preço de mercado e mostrando que ela tinha retorno positivo, portanto, cumprindo as três questões fundamentais que um Conselho de Administração tem que responder".

Diante disso, ele explicou que as afirmações dele ao jornal O Estado de São Paulo, em abril, explicava as competências de cada cargo e que cada pessoa tinha responsabilidades pelas quais deveria responder e que outras competências não poderiam ter sido cobradas. "Não considero a Presidente responsável pela compra de Pasadena; a responsabilidade da compra de Pasadena é da diretoria da Petrobras e do Conselho de Administração, porque passou por todos os procedimentos internos da Petrobras. Então essa é que é a questão-chave. É um processo de decisão que não é individualizado. Foi um processo de decisão coletivo. Isso é que é importante chamar a atenção", declarou.

Em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, no Senado, o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli afirmou que a compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, representou um bom negócio. Segundo ele, apesar do período de crise, o mercado mundial se recuperou e hoje a refinaria gera lucro.

Assim como havia dito a atual presidente da Petrobras, Graça Foster, em depoimento no Senado e na Câmara, Gabrielli explicou que na época da compra, em 2006, a expansão do parque de refino para o exterior fazia parte da estratégia da estatal. De acordo com o executivo, a situação mudou em 2008, com a crise econômica e mudanças no mercado, mas hoje o cenário volta a ser positivo e a refinaria volta a ser "potencialmente muito lucrativa".

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"Portanto, era um negócio que era bom, passou momentos ruins e agora, de novo, voltou a ser um bom negócio, como todos os negócios", salientou. Gabrielli também mencionou o reconhecimento da unidade no mercado norte-americano. "Pasadena foi premiada nos Estados Unidos como a melhor refinaria dos Estados Unidos em segurança do trabalho, em condições ambientais. Foi premiada pelos refinadores americanos, a associação de refinadores e de petroquímicos dos Estados Unidos", disse.

Decisões

Durante as considerações iniciais, Gabrielli explicou que as decisões numa empresa de petróleo se dão em longo prazo. "O tempo médio entre uma descoberta e o primeiro óleo é em torno de sete anos. Uma refinaria leva de seis a sete anos para ser construída". No entanto, os preços do petróleo e dos derivados variam todos os dias. "Portanto, as suas decisões em qualquer negócio da área do petróleo são decisões que se referem à sua visão do que está acontecendo naquele momento, antecipando quais são as probabilidades do que acontecerá no futuro", frisou.

O ex-presidente da Petrobras também explicou que o Conselho de Administração toma decisões estratégicas e não operacionais. Segundo ele, o CA não tem a responsabilidade de entrar nos detalhes de cada negócio, visto a quantidade de projetos que são analisados. Ele também disse que nem a Diretoria Executiva tem condições de detalhar todos os projetos e, por isso, grupos executivos consideram todas as questões operacionais. "A Petrobras, por exemplo, tem um Grupo Executivo, chamado G1, que é um grupo que trabalha e toma as decisões a nível de Gerências Executivas e Gerências Gerais da Petrobras. Esse é um grupo que tem 450 gerentes. Esses, sim, é que entram em questões operacionais e, portanto, têm uma estrutura complexa de tomada de decisões", explicou.

Gabrielli explicou ainda que as decisões não são individuais. "É o resultado de um conjunto de ações do conjunto da empresa, avaliando as incertezas de longo prazo e de curto prazo. Assim foram as decisões de Pasadena", destacou.

Crise

No encerramento das considerações, Gabrielli saiu em defesa da estatal e disse que ela não pode ser considerada uma empresa em crise ou à beira da falência. Segundo ele, a Petrobras hoje tem 21 bilhões de barris de reserva e vale, no mercado, US$90 bilhões. "Então, essa empresa, com esse potencial, não pode ser considerada uma empresa que está em crise, não pode ser considerada uma empresa que está mal gerida, nem pode ser considerada uma empresa que está à beira de falência. Isso é campanha de oposição. Isso é luta política", sustentou.

O ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli e o ex-diretor Internacional da empresa, Nestor Cerveró devem prestar na próxima semana depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Senado. A oitiva de Gabrielli está marcada para a terça-feira (20), e a de Ceveró para a quinta-feira (22). O depoimento da presidente da Petrobras, Graça Foster ficou agendado para a semana seguinte, no dia 27 maio (terça-feira).

Todos os depoimentos serão realizados a partir das 10h15, no plenário 2 da Ala Senador Nilo Coelho, no Senado. Esses requerimentos foram aprovados em reunião da CPI da Petrobras na semana passada, junto com dezenas de outros requerimentos de convocação.

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Quatro eixos

Na reunião do colegiado, o relator da CPI, o senador José Pimentel (PT-CE) também apresentou um plano de trabalho com quatro eixos, correspondentes aos quatro temas a serem apurados pela CPI. Pelo plano apresentado por Pimentel, os trabalhos vão se concentrar nos negócios da Petrobras entre 2005 e 2014. O primeiro eixo de investigação diz respeito à compra da refinaria de Pasadena, no Texas, que teria causado à estatal perdas superiores a 1 bilhão de dólares.

Para investigar a denúncia de que a companhia holandesa SMB Offshore pagou propina a funcionários da Petrobras para fechar contratos com a estatal brasileira, o relator da CPI propõe a análise de documentos já produzidos pela Polícia Federal e pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Ele quer saber ainda se há investigações em curso na Holanda sobre os indícios do crime.

Quanto à denúncia de falta de segurança no lançamento de plataformas ao mar, a CPI quer saber se a Petrobras assegura aos trabalhadores mecanismos de segurança devidamente certificados. Além disso, vai questionar quem são os responsáveis pelos acidentes em plataformas, como o da P-36, e se na plataforma P-62 faltam equipamentos primordiais à segurança dos trabalhadores.

O quarto e último eixo de investigação da CPI da Petrobras está relacionado a indícios de superfaturamento na construção de refinarias. Pimentel lembrou que as denúncias de sobrepreço nas obras da Refinaria Abreu e Lima e da Refinaria do Nordeste já estão sendo apuradas por outros órgãos de controle.

*Com informações da Agência Senado

Em meio à polêmica sobre a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), destinada a investigar a Petrobras sobre casos de corrupção e lavagem de dinheiro, profissionais da indústria petroleira de Pernambuco organizam um protesto no Recife. A categoria se reunirá na próxima quinta-feira (15), no bairro de Boa Viagem.

O protesto acontecerá em frente à sede administrativa da Petrobrás, localizada em um prédio empresarial próximo ao Shopping Recife. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Petróleo de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro-PEPB) promete realizar a manifestação na rua; o trânsito no local pode sofrer interferência. Segundo o coordenador geral do sindicato, Marco Aurélio Monteiro, a mobilização será realizada das 8h às 12h.

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“É um ato em defesa da Petrobrás, por conta da forma como a empresa vem sendo usada, de forma eleitoreira. Somos contra a CPI, pois as investigações precisam ser feitas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Na realidade, a CPI está se transformando em um palanque eleitoral”, criticou Monteiro. Segundo o sindicalista, o modo como a empresa vem sendo tratada, inclusive pela mídia, está dando a entender que todos os profissionais são “ladrões e corruptos”.

A disputa política em torno da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar denúncias contra a Petrobras está longe de acabar. Enquanto o governo quer ampliar o objeto de investigação, a oposição exige foco na estatal. Existe até a possibilidade de serem instaladas diferentes CPIs ou CPMIs.

No Senado, a criação de uma comissão específica sobre a Petrobras já está prevista. O governo tentou impedir, mas uma decisão da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu o direito da minoria de ter o colegiado instalado, já que o pedido tem o número de apoios necessários para a criação. Os líderes partidários devem indicar até esta quinta-feira (8) os nomes para compor a comissão. Se não o fizerem, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) deverá indicar os membros e marcar a instalação da CPI.

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Nessa quarta-feira (7), Calheiros pediu aos líderes da Câmara e do Senado que indiquem os membros para composição da CPMI da Petrobras. O requerimento de criação desse colegiado já havia sido lido na sessão de 15 de abril. O prazo para indicações é de até cinco sessões da Câmara.

O senador Humberto Costa (PT-PE) criticou a criação de duas CPIs com o mesmo objeto, sendo uma no Senado e outra no Congresso. Para ele, isso vai contra os princípios de razoabilidade e economicidade. Costa defendeu ainda a precedência da CPI no Senado, já que o pedido para ela foi apresentado primeiro. Calheiros disse que não cabe a ele decidir qual comissão irá prevalecer. “Essa questão de ordem não prospera, não cabe ao presidente dizer qual comissão parlamentar de inquérito terá precedência sobre a outra”.

Outros pedidos

Na sessão dessa quarta foi lido o requerimento de criação da CPMI para investigar irregularidades nas obras do metrô de São Paulo e do Distrito Federal. Essa é uma resposta da base governista e tem como alvo a gestão do PSDB em São Paulo. Se for mesmo criada, essa comissão terá o prazo de 120 dias para investigar os fatos e será formada por 11 senadores e 11 deputados.

 

O governo ainda trabalha em duas frentes, no Senado e no Congresso, para criação de colegiados amplos, que apurem as denúncias contra a Petrobras, metros de SP e DF, além do Porto de Suape, em Pernambuco. No entanto, a CPI e CPMI amplas dependem da análise de recurso pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e da decisão final do STF sobre a CPI da Petrobras, já que Renan recorreu contra a decisão de Rosa Weber.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), convocou, para esta quarta-feira (7), uma sessão extraordinária do Congresso Nacional, para definir a abrangência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. A reunião estava inicialmente agendada para o dia 20 de maio. Segundo a Agência Senado, o peemedebista deverá optar por um colegiado misto e vai pedir formalmente aos líderes partidários a indicação dos integrantes da CPMI. Também na sessão, que está agendada para as 20h, Renan vai responder os questionamentos contra a instalação da CPI, feitos durante a última reunião do Congresso.

Após a convocação, Calheiros cancelou a reunião já agendada para a tarde desta terça (6) com os líderes dos partidos. Segundo o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP), a reunião foi cancelada porque Renan optou por criar a CPMI. O petista, no entanto, disse que essa era uma interpretação pessoal e que a palavra final será dada pelo presidente do Congresso.

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“O certo é que sendo uma CPI do Senado ou uma CPMI, nós vamos participar de qualquer maneira. Estranhamos porque a oposição, que queria uma coisa, agora não quer mais. Eles não estão indicando os nomes para a CPI (no Senado)”, sugeriu o petista.

 

 

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