A seleção brasileira sofreu sua primeira derrota da nova era Dunga ao perder por 1 a 0 para a Colômbia, nesta quarta-feira, em Santiago, e ainda terá que lidar com a suspensão de Neymar, que foi expulso depois do apito final.
O zagueiro Jeison Murillo anotou o gol da vitória colombiana aos 36 minutos de jogo, ao pegar a sobra de uma cobrança de falta de Juan Cuadrado.
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Muito nervoso e com atuação abaixo do esperado, Neymar foi expulso ao se envolver em confusão, por isso está fora das duas próximas partidas, e pode até levar uma punição maior.
O camisa 10 já estava suspenso antes mesmo de levar o cartão vermelho, por ter recebido o segundo amarelo na competição, ainda no primeiro tempo.
O resultado embolou o grupo C, com Colômbia, Brasil e Venezuela empatados com os mesmos três pontos. Na quinta-feira, os venezuelanos podem se isolar na ponta com um empate diante do Peru, em Valparaíso.
Antes de perder para os colombianos, a seleção ostentava 100% de aproveitamento desde que Dunga voltou ao comando, com 11 vitórias em 11 partidas, sendo dez amistosos e a estreia na Copa América, contra os peruanos (2-1).
O Brasil não perdia para a Colômbia desde 1991. Curiosamente, a derrota também aconteceu no Chile, numa partida de fase de grupos da Copa América (2-0).
Na próxima partida, terá que jogar sem Neymar contra a Venezuela, que foi semifinalista da última edição, e estreou com vitória por 1 a 0 sobre a Colômbia.
- Brasil sem inspiração -
Dunga fez duas mudanças em relação à vitória por 2 a 1 sobre Peru: tirou David Luiz, que falhou no lance do gol peruano, para colocar outro zagueiro do Paris Saint-Germain, Thiago Silva, capitão da seleção na Copa do Mundo.
O treinador também tentou dar mais velocidade ao ataque ao escalar Roberto Firmino no lugar de Diego Tardelli para formar a dupla com Neymar.
A Colômbia também começou jogando com uma novidade na frente: Teo Gutiérrez, do River Plate, que substituiu Carlos Bacca, do Sevilla.
O jogo era tão importante para os colombianos que as negociações entre o governo e as Farc, que acontecem em Havana, foram interrompidas para que as delegações pudessem torcer pela seleção nacional.
O amarelo era a cor dominante nas arquibancadas do estádio Monumental, mas a maioria usava o uniforme 'cafetero'.
O Brasil, inclusive, jogou de azul, com uma braçadeira preta em homenagem a Zito, bicampeão mundial com a seleção brasileira em 1958 e 1962, que faleceu na noite de domingo. Também houve um minuto de silêncio antes da bola rolar.
A partida começou em ritmo lento, com um Brasil sem inspiração. Tinha mais posse de bola, mas mostrava muita dificuldade para chegar perto da área adversária.
A Colômbia marcava forte no meio-campo, deixando pouquíssimos espaços, e apostava nos erros da saída de bola brasileira para armar o contra-ataque. A estratégia quase funcionou aos 14, quando Falcao Garcia ficou livre na entrada da área e finalizou para fora.
Bem marcado, Neymar estava muito isolado na frente, e não conseguiu desequilibrar. Aos 24, deu um drible espetacular na esquerda, mas foi desarmado em seguida.
O Brasil tentou acelerar o jogo, mas se expôs ainda mais aos contra-ataques colombianos.
Aos 30, foi a vez de Carlos Sánchez ameaçar a meta de Jefferson, com um chute desviado que tirou tinta da trave.
O gol colombiano acabou saindo aos 36. Cuadrado cobrou falta da direita, Fernandinho e Daniel Alves bateram cabeça, e a bola sobrou para Murillo, que fuzilou Jefferson de canhota.
Com o Brasil entregue em campo, Falcao teve duas chances claras antes do intervalo, e só não ampliou por falta de pontaria.
Neymar quase tirou a seleção do sufoco aos 44, em jogada parecida com o gol que marcou contra o Peru. Daniel avançou pela direita e cruzou na medida para o capitão, que se jogou para cabecear, mas parou na defesa de Ospina.
O atacante ainda levou cartão amarelo na jogada, por ter colocado a mão na bola ao pegar a sobra.
- Firmino perde gol feito -
Dunga tentou dar mais poder de criação à equipe ao trocar Fred por Philippe Coutinho no intervalo, mas de nada adiantou.
Além de jogar muito mal, o Brasil ainda mostrou incompetência, ao perder um gol feito quando recebeu um 'presentão' do goleiro colombiano. Aos 12, Ospina se atrapalhou todo diante da pressão de Elias, Neymar escorregou, mas a bola sobrou limpa para Firmino na entrada da área. O atacante do Hoffenheim só tinha que chutar para o gol vazio, mas mandou por cima.
Firmino quase se redimiu do gol perdido aos 33, quando se antecipou à zaga para cortar de peixinho um cruzamento de Douglas Costa, mas cabeceou para fora.
James por pouco não anotou o segundo, aos 42. O meia do Real Madrid arrancou pela esquerda e bateu cruzado de canhota, rente à trave.
Inconformado com o resultado, Neymar perdeu a cabeça depois do apito final. Chutou uma bola que acertou Armero e ameaçou dar uma cabeçada em Ibarbo, que foi tomar satisfação. No final, recebeu um empurrão de Bacca, e os dois foram expulsos.