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Deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão aprovaram nesta quinta-feira (24) a convocação do doleiro Alberto Youssef e do empresário Eike Batista, presidente do Grupo EBX. Na lista de 91 requerimentos, previstos para serem analisados na sessão de hoje, ainda estavam as convocações dos ministros Ricardo Berzoini (Comunicação) e Carlos Gabbas (Previdência) e do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, mas não houve acordo entre os parlamentares para votar estes depoimentos.

Youssef será chamado para falar sobre documentos apreendidos em seu computador, na Operação Lava Jato, que incluíam 12 arquivos relacionados a operações de intermediação de negócios fraudulentos junto ao Fundo de Previdência dos Funcionários da Petrobras (Petros).

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“O doleiro investigado é acusado de praticar tráfico de influência, em conjunto com o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para influenciar em decisões de investimentos “podres” nos fundos de pensão de empregados de empresas públicas brasileiras”, afirmou a deputada Hissa Abrahão (PPS-AM).

O relator da CPI, deputado Sérgio Souza  (PMDB-PR), disse que a convocação do doleiro será “extremamente necessária” para as investigações. “Este cidadão está ligado a todas as grandes operações financeiras que envolveram o governo federal. Seu nome já foi citado várias vezes dentro da CPI, e está no momento de ouvi-lo”, disse.

Eike Batista terá que explicar os aportes financeiros dos principais fundos de pensão do país no grupo EBX. “As empresas do Eike causaram grandes prejuízos a investidores brasileiros, na medida em que vários fundos investiram em suas empresas”, destacou Souza, ao mencionar o uso de benefícios e contribuições dos participantes dos fundos investigados pela comissão.

A CPI ainda aprovou a convocação do diretor de Investimento do Petros, Licio da Costa Raimundo, dos presidentes de conselhos deliberativos da Previ, Robson Rocha, da Fundação dos Economiários Nacionais (Funcef), Joaquim Lima de Oliveira, e dos conselhos fiscais do Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis) e do Petros.

A Justiça do Rio concedeu liminarmente (em caráter provisório), na tarde desta quinta-feira (09), mandado de reintegração de posse do edifício Hilton Santos, localizado no Flamengo (zona sul do Rio) e ocupado desde a última terça-feira, 07, por cerca de 85 invasores. O prédio pertence ao Clube de Regatas do Flamengo, mas está arrendado desde 2013 pela empresa Rex Hotel Ltda., do grupo EBX, cujo dono é o empresário Eike Batista.

Dois pedidos de reintegração de posse foram apresentados à Justiça, um pelo Flamengo, perante a 36ª Vara Cível, e outro pelo Rex Hotel Ltda, na 47ª Vara Cível. As duas Varas concederam a reintegração de posse, que ainda não tem data para ocorrer.

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Quando arrendou o prédio, Eike pretendia reformá-lo, transformando o edifício em um hotel de quatro estrelas. Mas, com problemas empresariais, desistiu do projeto, e o prédio de 24 andares em área nobre da zona sul do Rio, com vista para o morro do Pão de Açúcar, estava abandonado. Os invasores haviam sido despejados no último dia 26 de março de um terreno da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e decidiram ocupá-lo.

Segundo as decisões judiciais, além da Polícia Militar e da Guarda Municipal, a reintegração de posse deve ser realizada com o apoio de agentes das secretarias municipais de Direitos Humanos e Assistência Social. Médicos e ambulâncias da prefeitura também serão acionados. Essa mobilização tem o objetivo de evitar qualquer tipo de confusão entre os envolvidos.

"O problema é nitidamente social, mas não se pode preterir o direito de propriedade em função de uma coletividade que deveria estar assistida pelo Estado, exercendo sua cidadania com dignidade, razão pela qual positivado o esbulho, acolho o pedido liminar", escreveu a juíza Martha Elisabeth Falcão Sobreira, da 47ª Vara Cível, na ação proposta pelo Rex Hotel.

O juiz Leonardo Alves Barroso, da 36ª Vara Cível, destacou que "a propriedade que cumpre uma função social deve ser protegida pelo Poder Judiciário e Público em geral para impedir que o desenvolvimento nacional seja atingindo por atitudes com fins, aparentemente, sociais, mas inadequados e irrazoáveis, supostamente, oportunistas".

O advogado do juiz federal Flávio Roberto de Souza, Renato Tonini, apresentou ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF) um comprovante de depósito de R$ 599 mil em valores desviados pelo magistrado. O dinheiro foi devolvido nesta segunda-feira (6) após o Ministério Público Federal (MPF) ter apresentado uma denúncia contra Souza pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e extravio e inutilização de documentos em atos processuais.

Até há pouco tempo titular da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Souza foi afastado de suas funções após ser flagrado dirigindo um Porsche Cayenne apreendido do empresário Eike Batista. O magistrado conduzia ações penais contra o ex-bilionário por supostos crimes contra o mercado de capitais.

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De acordo com o TRF2 os R$ 599 mil correspondem a quase 100% dos valores em moeda estrangeira apropriados indevidamente pelo juiz em uma ação criminal por tráfico de drogas envolvendo o traficante espanhol Oliver Ortiz de Zarate Martin. Ele foi preso em 2013 pela Polícia Federal na Operação Monte Perdido.

Segundo o MPF, o magistrado cometeu falsidade ideológica ao proferir decisões que lhe permitiram desviar recursos públicos em duas situações ligadas à operação. Na primeira, teria desviado R$ 290,5 mil depositados na Caixa à disposição da Justiça - parte do valor foi usado na compra de um veículo Land Rover Discovery. Além disso, teria cometido peculato e falsidade ideológica para se apropriar, em 5 de fevereiro, de US$ 105,6 mil e 108,1 mil euros. A devolução realizada hoje em juízo se refere ao montante desviado em dólares e euros.

O dinheiro ficará depositado na Caixa Econômica Federal, à disposição do juízo de primeiro grau. De acordo com informação da Corregedoria Regional da Justiça Federal da 2ª Região, a diferença restante relativa ao desvio ainda será objeto de procedimento administrativo, na tentativa de pressionar Souza a ressarcir o dinheiro.

A Justiça decidiu retirar o sigilo dos cinco processos administrativos disciplinares em curso contra o juiz por supostas irregularidades no caso Eike Batista e em outras ações sob sua responsabilidade.

O Órgão Especial do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) decidiu nesta quinta-feira, 26, instaurar cinco processos administrativos disciplinares contra o juiz federal Flávio Roberto de Souza, afastado do caso Eike Batista após ser flagrado dirigindo um Porsche Cayenne apreendido pela Polícia Federal na casa do empresário. Os procedimentos foram abertos com base nas sindicâncias conduzidas pela Corregedoria Regional e em uma varredura realizada na 3ª Vara Federal Criminal, da qual Souza era titular.

Além dos fatos envolvendo a ação penal contra o ex-bilionário, o TRF apura outras irregularidades, como o desvio de recursos de outros dois processo criminais. O tribunal confirmou o afastamento do juiz por tempo indeterminado.

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O advogado de Souza, Renato Tonini, chegou a pedir a aposentadoria de seu cliente por invalidez, alegando problemas psiquiátricos, informou o tribunal. Segundo a defesa, isso explicaria as irregularidades praticadas nos processos que conduzia na 3ª Vara Criminal do Rio. Tonini citou licenças médicas sucessivas concedidas ao juiz.

O primeiro processo disciplinar é relativo ao uso indevido do carro e do piano de Eike Batista pelo juiz. O segundo trata das declarações prestadas por Souza à imprensa após o episódio com o Porsche, quando afirmou que o uso de bens apreendidos por magistrados seria uma prática normal. Um terceiro julgará o desvio de R$ 830 mil (US$ 150 mil e de 108 mil euros), apreendidos em um processo por tráfico internacional de drogas.

Será analisada ainda a acusação de apropriação de recursos de Eike e, no quinto processo, desvio de dinheiro da venda antecipada de bens apreendidos em outra ação penal. Os relatores dos processos serão os desembargadores federais Ivan Athié, Marcus Abraham, André Fontes, Reis Friede e Nizete Lobato.

O Órgão Especial decidiu suspender o sigilo nos processos administrativos porque as diligências nas sindicâncias já foram cumpridas, assim como as medidas para rastrear os valores desviados pelo juiz. O corregedor regional Guilherme Couto acredita que a maior parte dos recursos será recuperada nos próximos dias, mas o juiz poderá ser obrigado a ressarcir o que não tiver sido imediatamente devolvido.

Os processos deverão ser concluídos em 140 dias. Souza poderá sofrer sanções como advertência, remoção forçada, aposentadoria compulsória e até mesmo demissão do serviço público.

Memória

Além de ter dirigido o carro de luxo de Eike, Flávio Roberto de Souza levou para o seu condomínio outros veículos e um piano de cauda. Os bens foram bloqueados para garantir indenizações caso Eike fosse condenado por crimes contra o mercado de capitais. A corregedora nacional, ministra Nancy Andrighi, determinou o afastamento de Souza do caso e a abertura de sindicância.

Diante das irregularidades encontradas na 3ª Vara Criminal, o Ministério Público Federal abriu um inquérito e pediu medidas cautelares contra Flávio Roberto de Souza, que teve seus sigilos bancário e fiscal quebrados. Houve ainda a busca e apreensão de computadores e documentos. O juiz também é alvo de um inquérito em que o MPF apura a possível prática de crimes como peculato, fraude processual, subtração de autos e lavagem de dinheiro.

Aos 52 anos, Flávio Roberto de Souza está sozinho. A filha mais velha, de 25 anos, mora com ele, mas fica pouco em casa. Os outros três filhos pararam de visitá-lo. Às quintas-feiras, tem a companhia da faxineira, que vai uma vez por semana arrumar o apartamento de 100 metros quadrados na Barra da Tijuca. No condomínio, com imóveis avaliados em quase R$ 1 milhão, há um restaurante que entrega comida na porta. Peixe grelhado com salada verde é o pedido mais frequente. À noite, fica à caça de seriados gringos: Game of Thrones, Once Upon a Time, Girls. O mais novo vício é a série americana de suspense policial Grimm: assistiu a 45 episódios de uma vez só, depois que foi afastado do cargo de juiz titular da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, no início de março, e do caso que lhe tirou do anonimato: o processo contra o ex-bilionário Eike Batista.

No último dia em que acordou para ter uma rotina normal de trabalho, o juiz dirigiu por 28 quilômetros até a sede do Tribunal de Justiça no Centro do Rio. O caminho, naquele 24 de fevereiro, era o de sempre, mas o carro, não. Ele estava ao volante do Porsche Cayenne Turbo branco do empresário, apreendido duas semanas antes por determinação do próprio juiz. Na chegada, às 10h30, já era aguardado por jornalistas e fotógrafos, avisados pelos advogados de Eike de que o magistrado seguia para o trabalho no Porsche blindado. O carro estava estacionado no condomínio do juiz, assim como a Range Rover do filho do empresário. Os veículos tinham sido apreendidos numa operação da Polícia Federal para garantir o pagamento de indenizações caso Eike Batista fosse condenado por crimes contra o mercado financeiro e iriam a leilão na semana seguinte.

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A imagem do magistrado ao volante do carro de R$ 860 mil era inusitada não apenas por ser o motorista o juiz de um dos processos de maior repercussão no País nos últimos tempos. Mas porque, em sua vida privada, ele adotava uma postura que em nada condizia com o que estava fazendo, segundo um desembargador colega de Souza. Budista tibetano, Flávio de Souza faz de dois a três retiros espirituais por ano, prega uma vida simples e tem planos de se tornar monge. Medita pela manhã e às seis da tarde diante de um altar com budas coloridos, incenso e orquídeas brancas, num canto da sala, que em nada é luxuosa - a estante de livros está bagunçada e há caixas de remédios espalhadas pela mesa.

De justiceiro, Souza passou a aproveitador para a opinião pública. O magistrado argumentou que havia pedido autorização do Detran para que os carros do empresário pudessem ser usados pela Justiça Federal. E disse que levou os veículos para a sua garagem "para não deixá-los sujeito a danos no pátio do tribunal, sob chuva, sol e poeira". O piano de cauda que decorava a sala de Eike Batista estava no apartamento de um vizinho do juiz. A repercussão foi imediata. Dois dias depois, a corregedora nacional, ministra Nancy Andrighi, determinou que a o magistrado fosse afastado do caso e que uma sindicância fosse aberta para apurar os fatos. Na decisão, ela disse que "não há nem pode haver" possibilidade de um juiz "manter em sua posse um patrimônio de particular".

As declarações feitas pelos desembargadores a partir daquele momento deram ideia do clima que tomou conta do tribunal: "a situação é embaraçosa", "sem cabimento", "mancha a imagem do Poder Judiciário", afirmaram alguns deles antes mesmo de virem à tona as suspeitas de que Souza teria cometido crimes de peculato, fraude processual, subtração de autos e lavagem de dinheiro. Dos R$ 116 mil apreendidos de Eike Batista, R$ 27 mil desapareceram. Outros R$ 600 mil recolhidos do traficante espanhol Oliver Ortiz de Zarate Martin, preso em 2013, sumiram. Segundo o Ministério Público Federal, o juiz confessou à corregedoria ter desviado US$ 150 mil e 108 mil dos cofres da 3ª Vara. Os procuradores chegaram a pedir a prisão preventiva do juiz - o que foi negado pela Justiça.

De uma hora para outra, Flávio Roberto de Souza passou a evitar a imprensa, que ele costumava atender prontamente desde que assumiu o caso do empresário, dando declarações que deixavam os próprios jornalistas surpresos. Ao Extra, ele chegou a dizer que ia "esmiuçar a alma de Eike. Pedaço por pedaço". Em outras entrevistas, referiu-se ao empresário como "megalomaníaco", por ter o sonho de se tornar o homem mais rico do mundo. A postura do magistrado fez os advogados do fundador do Grupo X se armarem. Desde o ano passado, eles vinham tentando tirar Souza do caso, com a alegação de que o juiz estava sendo parcial. Ameaçaram processá-lo, mas, diante dos últimos acontecimentos, voltaram atrás. "Até do cargo ele foi afastado. Isso já é uma punição", diz o criminalista Ary Berger, que integra a defesa do empresário.

Na semana passada, o juiz quebrou o silêncio numa entrevista de quase duas horas, por telefone, em que só não quis comentar o sumiço do dinheiro. "Não posso falar sobre isso. Mas posso dizer que o caso está em segredo de Justiça e que o que se divulgou até agora não passa de especulação". Ele deveria ter enviado sua defesa à Corregedoria até sexta-feira. O Tribunal diz que ela não foi entregue, mas o advogado do magistrado, Renato Tonini, garante que protocolou a defesa. Na próxima quinta-feira, 26, o órgão decidirá se abre ou não um processo administrativo contra o juiz, cujas penas podem ir de advertência à demissão. Em paralelo, está em curso no MPF um inquérito que apura, entre outras coisas, a suspeita de lavagem de dinheiro.

Flávio Roberto de Souza não tem medo de ir preso. "Se isso acontecer, estou tranquilo. Já pus muita gente na cadeia. Se meu carma for esse, aceitarei tranquilamente", disse o magistrado. "Não estarei perdendo minha liberdade, apenas terei mais espaço para repousar minha mente." Ele defende, no entanto, que não há pressuposto legal para isso.

Sobre o Porsche, o piano, o bloqueio de bens, Souza não acha que tenha cometido qualquer equívoco. E, se pudesse voltar no tempo, mudaria apenas uma coisa: "faria tudo mais rápido". Sua ideia inicial era concluir o processo e dar a sentença num prazo de três meses, mas, segundo ele, uma série de "atropelos" atrasaram a tramitação: como o fato de o Ministério Público de São Paulo também ter feito denúncias contra Eike e a audiência ter quer ser remarcada porque as testemunhas estavam impedidas de depor.

No dia seguinte à entrevista, o juiz quis complementar sua resposta. "Eu voltaria atrás, sim. Pequei por excesso de zelo ao levar os carros para casa. Deveria tê-los deixado sujeitos a danos no pátio da Justiça", afirmou. "Acho que me expus demais nesse processo e ele acabou virando um confronto pessoal."

Trajetória

Esse não foi o primeiro confronto nem a primeira vez que Flávio Roberto de Souza se expôs. Em 2007, quando trabalhava como juiz titular de uma Vara Federal no interior do Espírito do Santo, em Colatina, o magistrado mandou prender o então secretário estadual de saúde, Anselmo Tose, porque o governo não havia fornecido, no prazo estabelecido, o medicamento para o tratamento de câncer de uma menina de cinco anos. O caso repercutiu na imprensa nacional. "Foi constrangedor. Fiquei oito horas detido", lembra Tose, que só se deu conta de que se tratava do mesmo juiz de Eike Batista depois do episódio com o Porsche. "Tínhamos um bom diálogo com a Justiça e com o Ministério Público, por isso não entendemos a atitude arbitrária do juiz." Souza se orgulha em dizer que foi o primeiro do País a prender um secretário de saúde e que, em poucas horas após a prisão, o medicamento foi entregue à família.

De Colatina, o juiz partiu para Cachoeiro do Itapemirim, onde diz ter vivido os piores anos de sua vida. Seus relatos sobre esse período têm um tom dramático e de revolta. Ele diz que começou a ser ameaçado depois de atuar numa investigação da Polícia Federal contra empresários do setor de granito na região. "Eu e minha família passamos a andar com segurança particular e minha casa virou um bunker." Na mesma época, a filha mais nova caiu de um balanço e fraturou gravemente o rosto. "Comecei a beber, virei diabético, hipertenso e desenvolvi uma depressão crônica, além de ter comprometido meu fígado."

Pessoas próximas ao juiz confirmaram que sua saúde é frágil. Ele está de licença médica desde que foi afastado do caso de Eike Batista pela corregedoria mas, segundo a assessoria de imprensa do tribunal, o laudo médico não indica qualquer comprometimento de sua saúde mental. O juiz diz que está tomando dez comprimidos controlados por dia e que, como forma de sair da depressão, tem se dedicado a compor. Ele já tem algumas músicas escritas, está trabalhando nos arranjos e faz planos de lançar um CD. "Só preciso de um produtor."

Quando era universitário, dava aulas de música para ganhar um dinheiro. Tem violão, guitarra e um piano, que não é de cauda. Antes de estudar Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Souza cursou Comunicação Social, com habilitação em Cinema. Filho de uma dona de casa e de um marceneiro de Cruzeiro do Sul, no Acre, ele se mudou para a capital fluminense aos 17 anos para estudar. Seu sonho era ser jornalista, mas mudou de ideia. Morou com uma tia e depois com os pais até se casar com uma juíza federal, com quem teve três de seus quatro filhos. Eles estão divorciados há cinco anos.

Depois de ser formar em Direito, Flávio Roberto de Souza começou a advogar e chegou a ser procurador do Ministério Público Federal. "Trabalhei em casos relevantes, mas estava insatisfeito. A maioria dos juízes não respondiam ao esforço que colocávamos nas investigações." Ele desistiu da carreira como procurador e em abril de 2001 tomou posse como juiz federal substituto.

O desembargador aposentado Paulo Barata participou da banca que o aprovou como magistrado e acompanhou a carreira de Souza até aqui. "Difícil saber o que aconteceu. Não havia nada na corregedoria contra ele antes desse fato. Nenhuma denúncia de atos ilícitos e duvidosos", afirma. Uma fonte próxima ao juiz que preferiu não se identificar contou que ele vinha tratando o processo contra Eike Batista como "o grande caso" de sua vida. "Ele acabou fazendo as coisas de forma atabalhoada, sem respeitar formalidades."

"Pra mim, era só mais um caso", retruca o magistrado. Ainda assim ele gosta de frisar o ineditismo do processo que tinha nas mãos, e que agora está sendo conduzido por seu substituto. "Não havia jurisprudência, seria a primeira sentença de um crime difícil."

Os acionistas minoritários que processam Eike Batista lamentam os desdobramentos e o atraso decorrente deles. "Mas melhor descobrir agora (os problemas envolvendo o juiz) que daqui a cinco anos", avalia Márcio Lobo, advogado que representa acionistas minoritários da OGX. "Parece história de novela das oito." De fato, o ex-juiz do caso acabou se mostrando um personagem tão novelesco quanto o protagonista Eike Batista. Agora, em casa, longe da toga, e de todos, ele aguarda por sua sentença. Colaboraram Mariana Sallowicz e Mariana Durão, do Rio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Famoso pelas confusões no caso Eike Batista, o juiz federal Flávio Roberto de Souza agora é alvo de um inquérito aberto pelo Ministério Público Federal (MPF) para apurar a possível prática de crimes como peculato, fraude processual, subtração de autos e lavagem de dinheiro. A pedido dos procuradores o Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região autorizou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do magistrado, além de buscas e apreensões. A prisão preventiva de Souza, entretanto, foi negada.

A investigação dos atos do juiz foi iniciada após uma varredura realizada pela corregedoria do TRF na 3ª Vara Federal Criminal, da qual Souza era titular, identificar irregularidades em outros processos cautelares conduzidos por ele. A averiguação foi detonada pelo comportamento `sui generis' do juiz na condução dos processos contra o ex-bilionário. Além de dar declarações polêmicas sobre o réu, ele foi flagrado dirigindo o Porsche Cayenne apreendido na casa de Eike e levou bens como um piano do empresário para seu condomínio. Souza acabou sendo afastado do caso.

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O resultado da inspeção acabou indo além, levando a Procuradoria Regional da República da 2ª Região a abrir o inquérito e pedir medidas cautelares. Entre elas, a quebra dos sigilos e as apreensões, solicitadas para reaver produtos dos crimes. Segundo o MPF o juiz confessou ter desviado dos cofres da 3ª Vara Criminal as quantias de 108 mil euros e US$ 150 mil. A procuradoria diz que a guarda judicial do dinheiro estava em circunstâncias "prévia e ilicitamente articuladas para possibilitar o desvio".

O dinheiro estava bloqueado pela Justiça em um processo criminal sobre tráfico internacional de drogas. O Ministério Público diz que o juiz proferiu decisões "virtuais e verbais" que possibilitaram o desvio de R$ 290,5 mil depositados na Caixa Econômica Federal. Uma reportagem publicada pela revista Veja revelou o sumiço de recursos apreendidos do traficante espanhol Oliver Ortiz de Zarate Martin, preso no Rio em junho de 2013.

Procurado, o advogado Renato Tonini, que representa Souza, afirmou que está impedido de fazer declarações sobre o caso, que está sob sigilo.

Nesta semana a Polícia Federal apreendeu computadores e documentos como o passaporte de Souza. O dinheiro desviado não foi encontrado. O MPF explica que decidiu pedir a prisão do juiz depois de constatar que ele não dormiria mais em seu apartamento. Ele teria se recusado a informar seu novo endereço.

Para a procuradoria, o risco de fuga e os delitos cometidos por Flávio Roberto de Souza "atingem o próprio Estado de Direito e desestabilizam as instituições, causando descrédito da população no poder público". Também argumenta que a ocultação de moeda estrangeira justificaria sua prisão em flagrante. Apesar disso, o TRF rejeitou o pedido de prisão preventiva.

O MPF esclarece que o inquérito não analisa a regularidade da ação criminal contra Eike Batista. Na quarta-feira ficou decidido que os processos penais contra o empresário continuarão a tramitar na 3ª Vara Federal Criminal do Rio. O caso deverá ser assumido pelo juiz substituto Vitor Valpuesta.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu a prisão preventiva do juiz federal Flávio Roberto de Souza, afastado do caso Eike Batista após ser flagrado dirigindo o Porsche Cayenne apreendido pela Polícia Federal na casa do empresário. O pedido está entre as medidas cautelares encaminhadas por procuradores à Justiça no início desta semana, levando ao confisco do passaporte do magistrado.

O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, apurou que os desembargadores do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região negaram a prisão. O TRF ainda não confirmou a informação.

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Diante dos problemas envolvendo Flávio Roberto de Souza, o MPF resolveu abrir uma investigação para apurar a conduta do juiz. Dependendo do resultado, pode haver uma denúncia criminal contra o magistrado. Além ter adotado procedimentos irregulares ao manter bens de Eike Batista em seu prédio, na Barra, Souza acabou sendo suspeito de outros desvios após o TRF realizar uma varredura na 3ª Vara Federal Criminal, de que era titular.

Na segunda-feira o tribunal informou que a inspeção conduzida por uma junta de juízes constatou que o dinheiro apreendido do fundador do grupo X estava sendo guardado na própria vara comandada por Souza, o que seria irregular. A praxe é que o dinheiro fique depositado no Banco Central. O TRF confirmou o desaparecimento de R$ 27 mil, US$ 443 e 1.000 euros do total de R$ 116 mil apreendidos de Eike Batista. Durante a varredura também teria sido verificado o sumiço de R$ 600 mil recolhidos do traficante espanhol Oliver Ortiz de Zarate Martin, preso no Rio em junho de 2013, conforme revelou no fim de semana a revista Veja.

Nesta quarta-feira (11) ficou decidido que as ações penais movidas contra Eike Batista continuarão a tramitar na 3ª Vara Federal Criminal do Rio. A corregedora nacional de Justiça, ministra Nancy Andrighi, determinou que a redistribuição dos processos deveria seguir "os moldes do Código de Processo Penal e legislação correlata". Com isso, o caso deverá ser assumido pelo juiz substituo Vitor Valpuesta.

Supersticioso, Eike Batista deixa para trás um ano em que os seus problemas chegaram à esfera criminal, mais duas empresas do grupo - num total de quatro - apelaram à recuperação judicial para evitar a insolvência e suas ações acabaram nas mãos de credores. Apesar de turbulento, 2014 foi também o ano em que fechou um polpudo acordo com seu principal credor, o fundo soberano Mubadala: pelo acerto recebe um "salário" anual de US$ 5 milhões, até 2018.

São cerca de US$ 400 mil (em torno de R$ 1 milhão) por mês, motivo suficiente para entrar o ano novo com o pé direito e fôlego renovado para prospectar novos negócios. A remuneração está bem longe da realidade da classe média à qual Eike disse ter voltado e é superior à recebida por boa parte dos CEOs de grandes empresas nacionais.

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Levantamento da consultoria Page Executive apontava que o total recebido, em 2013, pelos principais executivos de companhias com faturamento de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões - incluindo bônus e incentivos - era de R$ 1,6 milhão por ano ou R$ 130 mil por mês. Os US$ 5 milhões por ano de Eike, confirmados por fontes próximas a ele, equivalem a um terço da remuneração anual média dos presidentes das maiores empresas americanas, de US$ 15,2 milhões, segundo levantamento do Economic Policy Institute com base nas 350 maiores companhias do país com ações em bolsa.

Em 2014, a história do fundador do grupo X foi contada em pelo menos dois livros lançados ao longo do ano, mas o desfecho ficou para 2015. No ano que vem, a Justiça deverá dar uma sentença ao menos sobre as acusações pelos crimes de uso de informação privilegiada e manipulação de mercado. Em tempos de mensalão e petrolão, Eike pode ser o primeiro empresário preso por crimes contra o mercado de capitais, embora tenha bons antecedentes a favor.

Após aprovar os planos de recuperação da petroleira OGX e da OSX em 2014, resta ainda negociar com credores da Eneva e da MMX, empresas que recorreram à proteção judicial recentemente. Apesar da situação considerada crítica por pessoas próximas a Eike, o empresário segue em ritmo acelerado. "Ele está sempre vendo alguma coisa, recentemente voltou a viajar para o exterior, está sempre fora do País analisando possíveis negócios", afirmou uma fonte próxima ao empresário que preferiu não se identificar.

Os locais mais visitados por ele neste ano foram os Estados Unidos, especialmente Nova York, e a Coreia do Sul, onde prospectou investimentos em um grupo farmacêutico. Outra fonte próxima do ex-bilionário diz que as conversas, no entanto, não evoluíram.

Acostumado a viajar em aviões particulares, o empresário precisou se adaptar aos novos tempos. Atualmente, faz as viagens em voos comerciais, mas não abre mão de, ao menos, se instalar na classe executiva. Quem acompanha o dia a dia de Eike Batista conta que ele chegou a ficar muito abalado com os crescentes problemas neste ano, mas isso não durou muito. "Eike acha que os obstáculos vão ser superados. Bota fé e corre atrás, como se tudo estivesse equacionado. Isso é admirável porque ele não fica ruminando o problema, nem entrando em depressão", disse.

Desabafo. Depois de um ano e meio calado, o empresário convocou a imprensa, em setembro, para um "desabafo" depois de se tornar réu em uma ação penal e de o Ministério Público Federal pedir o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em suas contas. As entrevistas foram no prédio da Praia do Flamengo 154, escritório onde a EBX começou e para onde voltou após o encolhimento do grupo.

Na sala com vista para a Baía de Guanabara, objetos como um ursinho de pelúcia, guitarra, prancha de surf, cristais e cadeira de massagem remetiam ao estilo exótico do anfitrião.

Abatido e tentando parecer mais low profile - evitou ser fotografado, por exemplo -, Eike mantinha o brilho nos olhos ao falar de "legados" como o Porto do Açu e rechaçava o rótulo de "PowerPoint" a seus projetos.

Mais do que confirmar o status de ex-bilionário, afirmou ter um patrimônio negativo em US$ 1 bilhão, lamentou a suposta volta à classe média e bateu na tecla da importância de seus projetos para a infraestrutura do País.

"Meu patrimônio é menos US$ 1 bilhão. Tenho minha casa no Jardim Botânico, a do meu filho ao lado, uma doação que fiz para a Flávia (Sampaio, namorada), minha casa e uma lancha em Angra dos Reis. Eu me tornei um funcionário dessa massa de dívida", disse ao Estado.

Assim como os demais funcionários da sua holding, quando não está viajando, Eike chega cedo ao escritório e cumpre expediente. O patrão no caso é o Mubadala, com quem o empresário contraiu dívida de US$ 2 bilhões em 2012, quando o fundo soberano de Abu Dhabi entrou na EBX.

Depois de intensas negociações lideradas pela Angra Partners e um time de advogados, o fundo estrangeiro aceitou trocar a dívida de Eike pelas participações remanescentes nas suas empresas, informou fonte próxima das negociações. Pelo acerto o empresário receberá pró-labore anual de US$ 5 milhões e segue à frente dos negócios.

A cereja do bolo, de acordo com a fonte, é que se os ativos repassados para o fundo se valorizarem acima dos US$ 2 bilhões em cinco anos, ele terá direito à sobra. Além do Mubadala, Eike ainda tem dívidas com grandes bancos como Itaú e Bradesco. Apesar de não haver garantias de recuperação econômica das empresas X, os credores não têm alternativa a não ser dar um voto de confiança à capacidade do empresário de renascer das cinzas, como a mitológica Fénix.

Se depender da astrologia, a aposta pode ser bem sucedida. O mapa astral do empresário, feito pelo astrólogo Oscar Quiroga a pedido do Estado em 2013, apontava que a vida dele voltaria a engrenar em novembro de 2014. A previsão é que um novo ciclo de consolidação se estabelecerá em 2015, com avanços significativos em janeiro, maio e outubro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de ter R$ 122 milhões sequestrados pela Justiça, o empresário Eike Batista teve nesta sexta-feira (9), quebrados seus sigilos bancário, fiscal e de sua página no Twitter a pedido do Ministério Público Federal. O juiz Flávio Roberto de Souza, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, determinou a varredura das operações bancárias feitas pelo ex-bilionário entre março de 2013 e maio de 2014. Também será analisada a evolução patrimonial de Eike entre 2012 e 2013 e as mensagens privadas enviadas por Eike no Twitter.

"A quebra dos sigilos será uma excelente oportunidade de se provar que Eike não tem nada a esconder, que nada disso aconteceu", afirmou o advogado do empresário, Sérgio Bermudes. Segundo ele, a defesa já iria pedir a abertura das contas de Eike, tanto que não pretende recorrer da decisão judicial.

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Em nota, o empresário negou rumores de que a Justiça teria também determinado um pedido de busca e apreensão. "No momento oportuno, a própria defesa irá pedir a verificação de todas as operações bancárias, bem como de todas as informações prestadas à Fazenda", diz o comunicado. O Ministério Público investiga com a Polícia Federal se o controlador da companhia cometeu crimes de lavagem de dinheiro, uso indevido de informação privilegiada e realização de operações financeiras simuladas.

O inquérito toma como base as conclusões de um relatório elaborado pela Comissão de Valores de Mobiliários (CVM), reguladora do mercado de capitais. Na mira, transações supostamente irregulares feitas por Eike com ações da petroleira do grupo, a OGX, rebatizada de Óleo e Gás Participações. Esta semana, a Justiça determinou também o congelamento de até R$ 122 milhões depositados em contas do empresário no Brasil, valor próximo ao lucro obtido em duas operações de vendas de ações realizadas em maio e junho de 2013. O objetivo do bloqueio é impedir que Eike se desfaça de seu patrimônio impossibilitando o ressarcimento de credores e acionistas prejudicados em caso de uma condenação.

As operações são questionadas porque Eike, como controlador da companhia, tinha informações privilegiadas sobre a situação dos campos de petróleo de Tubarão Tigre, Tubarão Areia e Tubarão Gato, na Bacia de Campos, que mais tarde se mostraram inviáveis.

O fato só foi comunicado aos investidores da OGX em 1º de julho de 2013, mas já era conhecido por Eike há nove meses. o processo, o juiz lembra ainda que a investigação da CVM identificou que a Eike e a Óleo e Gás Participações omitiram de fatos relevantes a informação de que o empresário só injetaria R$ 1 bilhão na petroleira se seu plano de negócios não fosse modificado. A ação supostamente configura o crime de manipulação de preços de mercado.

Eike Batista já foi o homem mais rico do Brasil, mas viu seu império ruir depois que a OGX não conseguiu cumprir suas metas de produção e perdeu credibilidade no mercado. A companhia está em processo de recuperação judicial onde busca equacionar uma dívida de cerca de R$ 15 bilhões com credores. A assembleia de credores será realizada em 2 de junho, no prédio da Bolsa de Valores do Rio.

 

 

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Com R$ 122 milhões bloqueados pela Justiça, o empresário Eike Batista negou nesta quinta-feira (8) o uso de informação privilegiada para obter ganhos no mercado financeiro. Em nota, Eike informou que irá recorrer ao Tribunal Regional Federal da 2a. Região para revogar a liminar que sequestrou os bens.

Os recursos estão depositados no BTG Pactual. Na cifra bloqueada, o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que constam também R$ 4 milhões do empresário depositados no Citibank. Foi o banco que comunicou Eike do bloqueio determinado pela 3a. Vara Criminal do Rio de Janeiro.

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Em nota, os advogados do empresário disseram ainda que o juiz federal determinou a liberação dos demais valores bloqueados em outras instituições financeiras, "impedindo o excesso." Segundo uma fonte próxima ao empresário, o sequestro chegou a R$ 128 milhões. "Eike Batista mais uma vez nega a prática de qualquer irregularidade e irá apresentar recurso ao Tribunal Regional Federal da 2a. Região para revogar a liminar e cancelar o bloqueio efetivado", diz o comunicado assinado pelos advogados Ary Bergher, Sergio Bermudes e Darwin Corrêa.

O congelamento dos bens foi solicitado à Justiça pelo Ministério Público e se originou de um processo aberto após investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ter apontado supostos indícios da prática de "insider trading" (uso de informação privilegiada). Na mira estão negociações de ações supostamente irregulares, enquanto Eike estava à frente da petroleira OGX (rebatizada de Óleo e Gás Participações).

Desde 17 de abril, a Polícia Federal do Rio de Janeiro está investigando a possibilidade de Eike ter cometido os crimes de manipulação de mercado, lavagem de dinheiro e de uso de informações privilegiadas. O sequestro dos bens busca impedir que o empresário se desfaça de seu patrimônio antes que a Justiça determine o pagamento de credores e acionistas prejudicados.

Em processo de recuperação judicial, a petroleira OGpar aprovou nesta sexta-feira (2) em assembleia de acionistas a reeleição do empresário Eike Batista para a presidência do conselho de administração, por mandato de um ano. O seu pai, Eliezer Batista da Silva, foi nomeado por mais um ano vice-presidente e outros cinco conselheiros também tiveram o mandato estendido.

Eike está sendo investigado pela Polícia Federal, após denúncia feita pelo Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, pela suposta prática de crimes financeiros. O pedido foi embasado nas conclusões do relatório de acusação elaborado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O empresário também responde a processo administrativo na autarquia.

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Sob protestos de acionistas minoritários, a assembleia aprovou outros pontos, como o resultado da companhia em 2013 - prejuízo de R$ 17,5 bilhões. O acionista William Magalhães tentou instalar um conselho fiscal. Já o advogado Jorge Lobo pediu que não fosse instalada a assembleia, alegando irregularidades na divulgação. Ambos pedidos foram negados.

A Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro instaurou ontem um inquérito policial para apurar possibilidade de crimes financeiros cometidos pelo empresário Eike Batista em 2013, quando estava à frente da petroleira OGX. A investigação correrá sob sigilo.

A PF não cita o nome do empresário em nota divulgada pela assessoria de imprensa. O texto diz que vai apurar a prática de crimes por parte do "acionista controlador de uma empresa que atuou na área de petróleo envolvendo negociações de ações, em tese, irregulares, realizadas em 2013".

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Na segunda-feira, o Broadcast revelou que o Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro havia solicitado que a Polícia Federal instaurasse um inquérito para apurar a suposta prática de crimes financeiros pelo controlador da OGX. O pedido foi embasado nas conclusões do relatório de acusação elaborado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), encaminhado ao MPF no dia 19 de março.

O empresário Eike Batista desistiu de buscar um acordo junto a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para evitar ir a julgamento no processo sancionador que investigou irregularidades na divulgação de informações sobre a negociação com a Petronas, em 2013.

Acusado como presidente do conselho de administração da petroleira, Eike manifestou interesse em firmar um termo de compromisso com o regulador do mercado brasileiro em 2 de dezembro, a exemplo dos demais envolvidos no caso. No entanto, a defesa do empresário voltou atrás no dia 6 do mesmo mês.

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A alegação é que ele não incorreu na irregularidade que lhe é imputada pela CVM: não agir para divulgar a informação relevante frente à omissão do então diretor de Relações com Investidores da companhia, Roberto Monteiro.

"Diante da situação financeira em que a OGX se encontrava, não restava à administração da companhia outra opção, se não o sigilo das conversas que mantinha com a Petronas, ante a necessidade de fechar o negócio. A conclusão dessa operação era uma das poucas saídas que os administradores da OGX avistavam na época, e não podiam correr o risco de não a concretizar", diz o documento assinado pelo advogado Darwin Corrêa, do escritório Paulo Cezar Pinheiro Carneiro (PCPC).

A tese de que não se poderia exigir conduta diversa naquela situação também é usada na defesa de outros cinco executivos acusados - José Roberto Faveret, Luiz Carneiro, Paulo Guimarães, Reinaldo Belotti e Roberto Monteiro - conduzida por outra renomada banca, a Carvalhosa e Eizirik. Os juristas se apoiam no acordo de exclusividade firmado com a Petronas. O documento consta do processo e exigia confidencialidade sob risco de perda do negócio.

Assessorado pelo Motta, Fernandes Rocha Advogados, o empresário tunisiano Aziz Bem Ammar, ex-conselheiro da OGX, diz que esteve na Malásia, de abril a maio de 2013, conduzindo a principal fase de negociações com a Petronas. Por isso, alega, não manteve contato com diretores e conselheiros, nem recebeu demandas da CVM. À exceção de Eike, todos os executivos deverão propor acordos à CVM.

A carreira do empresário Eike Batista entrou na lista das "mais desastrosas" de 2013 da revista Forbes. Eike, que já foi considerado um dos mais ricos do mundo pela publicação, ocupa a sétima posição da lista, que destaca 20 nomes entre celebridades, jornalistas, políticos e empresários.

A Forbes justifica a escolha dizendo que, não muito tempo atrás, ele era um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões. A publicação diz que o início da derrocada de Eike foi em outubro, quando a petroleira OGX "deu o maior default da história das empresas da América Latina" e entrou com pedido de recuperação judicial, seguida da companhia de construção naval OSX.

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A revista ressalta ainda que, hoje, a fortuna do empresário brasileiro não passa de US$ 1 bilhão e que ele enfrenta processo de acionistas minoritários por perdas por causa de informações supostamente inidôneas. Em agosto, Eike já havia sido rebaixado na lista de bilionários da Forbes Brasil, caindo do 1º lugar em 2012 (7º mais rico do mundo) para 52º em 2013. Em julho, a revista o chamou de "Brazils Biggest Loser" - o "maior fracassado do Brasil".

Outros nomes - No topo da lista de carreiras desastrosas da Forbes, está a chefe de cozinha norte-americana Paula Deen, acusada de comentários racistas em programa de televisão. Destaque ainda para o prefeito de Toronto, Rob Ford (2º), que admitiu ter usado crack em novembro; o ator Alec Baldwin (4º), acusado de homofobia no set de filmagens da série Newsroom, e o diretor da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), Keith Alexander, envolvido em denúncias de espionagem internacional. Completam a lista celebridades, jornalistas, políticos e empresários.

O diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), João Carlos Ferraz, afirmou nesta quinta-feira (12), que os projetos do grupo EBX passaram por análise de risco no banco e que tinham garantias e importância que justificavam os investimentos.

Segundo ele, o interesse de investidores internacionais em assumir os projetos indica que "há confiança no País e nas perspectivas de progresso". "Nós não tratamos o Grupo X como uma exceção, tratamos sempre pela referência dos projetos. Se fosse Y ou Z, seria tratado da mesma forma. O que importa é a qualidade dos projetos e as garantias" , afirmou Ferraz, durante a 3ª Conferencia de Inovação Brasil - Estados Unidos, realizada na sede do BNDES, no Rio.

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As empresas do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, que foram vendidas e passaram a ter novo controlador poderão seguir como clientes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), confirmou nesta sexta-feira o presidente da instituição, Luciano Coutinho. Segundo o executivo, a situação é semelhante a qualquer caso de troca de controle de empresas já clientes do banco de fomento.

Falando a jornalistas após o seminário "Mercado Empreendedor: os Caminhos para o Financiamento", em São Paulo, Coutinho recusou-se a fazer mais comentários sobre as empresas do Grupo EBX, alegando que as companhias têm ações negociadas em Bolsa e estão em processo de reestruturação.

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Coutinho também negou que haja projeções sobre o montante de dividendos que o BNDES repassará ao Tesouro neste ano. No primeiro semestre, o banco de fomento transferiu para o Tesouro R$ 4,076 bilhões, ante R$ 3,5 bilhões nos seis primeiros meses de 2012, como mostrou o Broadcast em nota do último dia 26.

Nesta sexta-feira, Coutinho também frisou que as mudanças legais na forma de distribuição de dividendos, feitas no último dia de junho, atingiram "todas as empresas públicas". Em decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União numa sexta-feira à noite, o BNDES foi autorizado a pagar dividendos complementares, antes que as reservas de lucro para futuro aumento de capital e para margem operacional atinjam os limites previstos.

Assim, as reservas poderão deixar de ser constituídas e seus saldos distribuídos a título de dividendos. Os dividendos pagos pelas estatais têm sido uma das principais fontes de receita do Tesouro para reforçar o caixa do governo e engordar o superávit primário.

A busca por investidores que levem à frente projetos do grupo EBX passou a contar com a contribuição efetiva do BNDES, segundo duas fontes que acompanham as negociações. Entre as prioridades, estão o Porto do Açu e ativos da empresa de mineração MMX. O banco não participa, porém, da busca de soluções para a OGX, a empresa de petróleo que era a maior aposta de Eike Batista e tem sido a principal causa da derrocada do grupo.

Empresas do setor automotivo encabeçam os esforços do banco na busca por novos investidores no Porto do Açu, no município de São João da Barra, no Rio. A avaliação é que, com 70% dos investimentos já prontos, o porto pode ser concluído com financiamento do banco, já com novos empreendedores.

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A fabricante chinesa de caminhões Foton Motors, que anunciou no início do mês o projeto de uma montadora no Rio, tendo como opções as localidades de Seropédica ou Itatiaia, no Rio, pode ter o alvo desviado para o Açu. Com condições diferenciadas de financiamento, outras duas empresas automobilísticas estariam sendo sondadas. Outro setor atraente é o da indústria farmacêutica. Já houve tentativas infrutíferas com representantes da indústria de alimentos e de eletrodomésticos da linha branca.

Antes da fase mais profunda da crise do grupo X, a área técnica do BNDES estava avaliando um empréstimo de longo prazo para o porto, que teve sua análise suspensa até a definição da situação do empreendimento. O empréstimo-ponte de R$ 518 milhões - liberado em duas parcelas, a última em dezembro de 2012 -, que fez parte desse pacote, vence em setembro, para quando o banco esperava a aprovar o financiamento definitivo.

Há um ano, em seu relatório de resultados, a LLX informava que o investimento total estimado para o Superporto do Açu, considerando o acordo para a instalação da Unidade de Construção Naval da OSX, totaliza R$ 3,8 bilhões, dos quais R$ 974 milhões para a LLX Minas-Rio e R$ 2,8 bilhões para a LLX Açu.

No BNDES, o Porto do Açu é tido como “ativo bom” no grupo X. Mas o projeto, concebido como um polo industrial e não apenas uma zona portuária, tem sofrido com os revezes de Eike. A intenção é só retomar o programa com a certeza de que as áreas serão ocupadas por empreendimentos. “O Porto do Açu vai sair sozinho. Não precisa de incentivos”, argumenta o secretário estadual de Desenvolvimento, Julio Bueno.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Contratos de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sofreram alterações para beneficiar empresas de Eike Batista. As mudanças adiaram prazos, estenderam recursos e relaxaram exigências. Documentos enviados ao Congresso e obtidos pela reportagem mostram que foram firmados 15 contratos no valor de R$ 10,7 bilhões com empresas do grupo de janeiro de 2009 a dezembro de 2012 com juros baixos, garantias em ações das próprias companhias ou bens que ainda seriam adquiridos.

Uma das prorrogações foi assinada a apenas quatro dias do prazo em que a empresa deveria ter feito o pagamento. Em 15 de setembro de 2012 a UTE Parnaíba, que tem a MPX como sócia, deveria ter pago ao BNDES R$ 242,7 milhões. No dia 11 de setembro de 2012, porém, um aditivo mudou o pagamento para março de 2013.

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O adiamento ocorreu também em contrato de R$ 240 milhões firmado em dezembro de 2009 com a empresa UTE Porto de Itaqui Geração de Energia S.A., que tem a MPX como sócia. O contrato original previa amortização equivalente a cinco parcelas em junho de 2012, mas um aditivo postergou a quitação em 13 meses.

Outro acordo, com a Porto do Pecém Geração de Energia, na qual a MPX está envolvida, o BNDES prorrogou a exigência de desempenho técnico em seis meses: de dezembro de 2011 para junho de 2012.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empresário Eike Batista acentuou sua corrida contra o tempo para conseguir reestruturar o capital das empresas do Grupo X, em meio à falta de confiança do mercado, ações em queda livre, metas não cumpridas e ruídos em relação à saúde financeira de suas seis companhias listadas em bolsa. De um lado, ele negocia a venda de ativos. De outro, reduz sua exposição nas empresas, levantando novas dúvidas em relação ao futuro das companhias.

A dívida das empresas ultrapassava R$ 10 bilhões no fim do primeiro trimestre, apenas contabilizando os principais bancos de varejo, conforme dados dos balanços das companhias. Segundo fontes de mercado, entre os maiores credores estão Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal e BTG Pactual.

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No exterior, investidores já chegaram a trabalhar com a hipótese de calote da OGX, do setor de óleo e gás. Internamente, especula-se qual será a estratégia do empresário para retomar a confiança. A falta de resposta derrubou as ações na bolsa este ano: OGX , queda de 80%; MXX, 70%; OSX , 86%; LLX , 60%; MPX, 30%; e CCX 60%.

As empresas X já estão negociando alguns de seus ativos. Na segunda-feira (24), em fato relevante, a MMX informou que avalia oportunidades de negócio, incluindo a venda de ações detidas pelo seu acionista controlador, assim como a de ativos. Há 15 dias, Eike vendeu 2,2% da sua participação na OGX. Antes disso, a E.ON adquiriu quase 24,5% de Eike na MPX Energia. Há duas semanas circulam rumores sobre a possibilidade de venda do porto Sudeste, da MMX, considerado como o melhor ativo da mineradora. A interessada seria a Glencore.

Numa entrevista sobre a parceria fechada em março entre o BTG Pactual e o grupo EBX, o banqueiro André Esteves disse que uma menor participação de Eike nas empresas do império X não significa que ele perderá o controle do grupo. A missão do BTG é reorganizar o grupo EBX, buscando parceiros estratégicos ou financeiros para as empresas.

No mercado, no entanto, há quem aposte que o esforço de renegociação das dívidas do Grupo X deve resultar não apenas numa nova estrutura de capital, mas também na saída de Eike do controle dos negócios. Entre os investidores de bonds, a percepção é de que a falta de transparência no processo tem gerado mais dúvidas em relação à saúde financeira e à sustentabilidade das empresas.

Dívidas

Há dez dias, o empresário enviou comunicado à imprensa afirmando que “a EBX concluiu a reestruturação da sua dívida, existindo tão somente dívidas com vencimento de longo prazo, em clara evidência ao elevado comprometimento do Grupo EBX para com as obrigações perante os seus stakeholders”. Procurada, a MMX se limitou ao fato relevante. A OGX afirmou que suas dívidas, na maioria, são “de longo prazo, concentradas entre 2018 e 2022” e que a “companhia no momento não está estudando sua renegociação”. Já a CCX, OSX, MPX e LLX não retornaram até o fechamento desta reportagem. Entre os bancos, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Bradesco disseram que não comentariam o assunto. A Caixa não retornou.

A pressão sobre os bônus externos com vencimento em 2018 e 2022 da OGX aumentou quando os papéis começaram a se aproximar de níveis técnicos que embutem percepção de reestruturação ou calote. A notícia de que Eike vendeu 2,2% na OGX foi a propulsora do movimento. Depois, vieram rumores sobre a reestruturação da dívida de companhias do grupo EBX. Na sequência, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a perspectiva do rating da OGX para a categoria C, que indica a possibilidade de não honrar suas dívidas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os três blocos arrematados pela estreante Ouro Preto na 11ª rodada de licitações da ANP deram o pontapé inicial na companhia. Mas não serão os únicos da petroleira, criada pelo engenheiro Rodolfo Landim, seis meses depois de o executivo deixar a EBX, em meio a uma batalha judicial com Eike Batista. A Ouro Preto quer entrar em novos blocos ainda neste ano, avalia áreas no exterior e já cogita, no futuro, abrir capital e entrar em águas profundas.

"O poder de fogo da companhia é significativamente maior (do que os três blocos arrematados)", disse Landim ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na sede da companhia que preside, na Praia de Botafogo, Rio de Janeiro. "Não estamos nos cem metros rasos, somos maratonistas. O negócio é de longo prazo."

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A empresa funciona há três anos em escritório com vista para o Pão de Açúcar. Landim passou este período estudando o mercado e esperando pelas oportunidades de investimento para gás e petróleo que surgiram apenas nesta semana. Hoje com 25 funcionários, a estreante pega emprestado o nome da rua onde está instalada, Visconde de Ouro Preto, expressão "ouro negro", usada em referência ao petróleo.

Juntos, os três blocos arrematados no Norte do País demandarão R$ 80 milhões entre pagamento pelas concessões e investimentos mínimos. Um deles, marítimo, tem potencial para petróleo. Outros dois, em terra, para gás. Estão nas bacias de Barreirinhas e Parnaíba, respectivamente, onde já atua o agora rival Eike.

A Ouro Preto tentou arrematar 13 blocos. A disputa de sete deles com a OGX foi um dos momentos quentes do leilão da ANP, o primeiro após cinco anos sem rodadas. A OGX saiu vitoriosa em dois. Os três arrematados por Landim não fizeram parte dessa disputa. O bloco 251 da bacia de Barreirinhas, por exemplo, ficou com a OGX com lance de R$ 40 milhões. O consórcio da Ouro Preto ofereceu R$ 1,58 milhão.

O conservadorismo das apostas sugere a diferença de estratégia em relação à OGX, que Rodolfo Landim presidiu e ajudou a fundar há seis anos. No leilão de estreia, em 2007, logo após a criação, a OGX chegou a pagar R$ 344 milhões por um só bloco na Bacia de Santos, que acabou devolvido à União por falta de petróleo.

Landim prefere não comentar a estratégia da agora concorrente. Embora nesta rodada tenha reduzido seus lances a 26% do que foi ofertado em 2007, a OGX ainda pagou ágios altos pelos 13 blocos arrematados. Landim diz apenas que espera sorte para a empresa onde deixou muitos colegas. Sobre a Ouro Preto, diz que "a pressa é inimiga da perfeição". "Vamos crescer devagar, de forma equilibrada", disse.

Os recursos que ficaram em caixa e eram destinados aos 10 blocos não arrematados devem ser usados para a aquisição de áreas. Os planos incluem participação no leilão de outubro, voltado para gás. Antes disso, também pode comprar blocos de concorrentes que queiram dividir com empresas o risco de áreas adquiridas neste leilão. "É comum isso acontecer, divide a exposição da empresa".

Landim conta que a Ouro Preto quer atuar primordialmente no Brasil, mas também estuda atividade no exterior e hoje avalia áreas na América Latina. Neste leilão, participou de alguns lances com a colombiana Pacific. "Estamos avaliando tudo."

Na área de gás, a estratégia será a de usar linhas de transmissão da rede elétrica, uma forma de viabilizar a exploração no Norte mesmo com a falta de uma rede disseminada de gasodutos no Brasil. A ideia de transformar o gás em energia na boca do poço e jogá-la no sistema elétrico está sendo estimulada pelo governo para o leilão de gás em outubro. O modelo é inspirado na experiência bem-sucedida no Maranhão da OGX/MPX.

No caso de petróleo, a empresa adquiriu o bloco 387 em Barreirinhas por acreditar que a formação geológica da região é muito parecida com a do megacampo de Jubilee, em Gana. Hoje, a Ouro Preto é classificada na ANP como operadora do tipo B, que permite exploração em terra e em águas rasas, mas não em águas profundas. "Este é um plano mais para frente, quando a companhia tiver condições de cumprir os pré-requisitos da agência", diz.

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