A Diretoria de Controle Urbano (Dircon) intensificou a fiscalização dos comércios ambulantes do Recife. A ação foi iniciada depois da explosão de um cilindro de gás, na última sexta-feira (12), próximo ao Horto Dois Irmãos, que causou a morte de um homem e deixou seis pessoas feridas. Vários equipamentos já foram apreendidos.
A fiscalização, que começou nesta segunda-feira (15), passou pelo Parque da Jaqueira, Praça 13 de Maio, Horto Dois Irmãos e pelo Parque Dona Lindu, locais onde o comércio ambulante se concentra devido ao grande fluxo de pessoas, principalmente nos finais de semana.
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“Observamos o comércio e se o proprietário tem autorização dos bombeiros para manusear cilindros ou botijão de gás. Nossas apreensões incluíram botijões de alguns comerciantes que tinham autorização. A questão é que, a cada troca, é preciso uma nova autorização. É difícil ter esse controle”, disse a diretora da Dircon, Roberta Valença.
Segundo o órgão municipal, a fiscalização de cilindros de gás é algo novo pois, antes, o equipamento utilizado era manual e o balão ficava cheio de ar. Com o acidente, a fiscalização se torna mais constante.
Acidente em Dois Irmãos
Química - No local da explosão, foram encontrados grande quantidade de alumínio e potes com soda cáustica. Segundo o mestrando em Química pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Leonis Lourenço, a mistura de soda cáustica, alumínio e água gera o gás hidrogênio, que é mais leve que o ar, fazendo o balão flutuar.
“A mistura é ilegal se utilizada em balões de festa, pois gera um gás combustível. Se uma criança tiver um balão que foi preenchido com o gás hidrogênio e uma faísca for colocada perto, ele vai entrar em combustão e liberará muito calor, o que pode gerar uma explosão”, disse Leonis. O gás indicado para deixar os balões flutuando é o hélio, um gás nobre e mais leve que o ar. Mas, devido ao alto custo, costuma ser substituído pelos comerciantes.
No dia do acidente, a equipe do LeiaJá entrevistou outros vendedores de balões. Segundo foi observado, eles utilizavam bombas manuais e os balões ficavam cheios de ar, o que não permitia que eles flutuassem. “É mais seguro, prático e barato. Posso encher e secar os balões sem nenhum perigo”, disse o vendedor Antonio da Silva.