A Federação Brasileira de Bancos divulgou nesta quinta-feira a Pesquisa Febraban de Projeções Macroeconômicas e Expectativas de Mercado, que reúne estimativas de 28 analistas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos. A pesquisa acompanhou a revisão de projeções do mercado e reduziu a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 2,5% para 1,9%. De acordo com o documento distribuído pela entidade, a revisão reflete um cenário de retomada da atividade econômica mais fraca que a calculada no início do ano e uma piora no quadro externo desde a pesquisa divulgada no dia 14 de junho. Houve corte também na previsão para a evolução do PIB de 2013, de 4,3% para 4,1%.
Em relação à inflação, a pesquisa da Febraban revisou as projeções para este ano e manteve inalterada a expectativa para 2013. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar 2012 com variação positiva de 4,9%, ante 5% projetados anteriormente, por causa de comportamento "mais benigno" deste indicador nas últimas parciais. Em 2013, o índice deve ficar em 5,5%.
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Em relação ao Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), o ano deve terminar com variação de 6,3%, alta em comparação à expectativa anterior de 5,7%, que reflete as pressões no atacado das commodities agrícolas provocadas por frustração das safras em diversos países. Em 2013, o IGP-M deve chegar a 5,1%.
A pesquisa mostra que os analistas preveem novas quedas na taxa básica de juros (Selic). Dos 7,75% ao ano previstos anteriormente para o fim de 2012, a pesquisa da Febraban agora indica que a Selic deve chegar a 7,50% ao ano. "Atividade econômica mais fraca, piora no cenário externo e melhora nos números de inflação permitiram novo ajuste para baixo na estimativa (mediana) da taxa Selic", afirma a nota da Febraban. Para 2013, a estimativa para a Selic teve redução de 0,50 ponto porcentual, para 8,50% ao ano.
Crédito
Quanto ao crédito, a pesquisa da Febraban aponta que o saldo das operações deve fechar o ano com crescimento de 15,9% na comparação com 2011, enquanto a inadimplência acima de 90 dias deve apresentar alta de 5,4% no período (ante projeção de 5,3% feita em junho). Para 2013, a expectativa de crescimento do crédito e da inadimplência é, respectivamente, de 15,8% e 5%.
A pesquisa de julho mostra poucas mudanças nas expectativas para o setor bancário feita pelas instituições consultadas, com variações de, no máximo, 0,1 ponto porcentual sobre a consulta realizada em junho. A projeção de 2012 das operações de crédito com recursos livres passou de crescimento de 14,8% para 14,9% no período. A expectativa de avanço das operações de crédito voltadas para pessoas físicas ficaram em 14,9%, ante 14,8% na pesquisa anterior, mesmo nível e igual variação registrados na projeção para o crédito a pessoas jurídicas.
A pesquisa aponta ainda que as operações de crédito com recursos direcionados deve terminar o ano, segundo as instituições consultadas, com alta de 17%. "Não achamos que houve nenhum evento novo significativo para o mercado de crédito que já não tivesse sido 'precificado' pelos analistas", afirma a Febraban, em nota distribuída à imprensa.
Também houve poucas alterações nas previsões para o setor bancário em 2013. O saldo das operações de crédito deve encerrar o ano que vem com crescimento de 15,8% (ante 15,7% projetados em junho), o crédito com recursos direcionados em alta de 16,5% (estabilidade) e o com recursos livres em 14,9% (ante 14,8%), enquanto no crédito para pessoas físicas a expectativa é de avanço de 14,8% (ante 14,7%) e para pessoas jurídicas, de 15% (ante 14,9%). A inadimplência projetada para 2013 é de alta de 5%, o mesmo porcentual esperado na leitura anterior.