No embalo do renascimento da Fórmula 1, o CEO do GP de São Paulo, Alan Adler, aposta no crescimento do evento para 2022 e já faz planos para a próxima temporada. O principal responsável pela etapa brasileira quer aumentar a capacidade de público do Autódromo de Interlagos e promete organizar uma fan fest, no estilo da Fifa durante a Copa do Mundo, em pontos centrais da capital paulista.
"É uma prioridade. Temos conversado bastante com o governador e o prefeito e queremos já para o ano que vem ampliar a capacidade. Público e apaixonados pela Fórmula 1 nós temos, falta ter mais capacidade. Não tem sentido ter um público menor que o México e até que os Estados Unidos", afirma Adler.
##RECOMENDA##A ideia é acrescentar de 8 mil a 10 mil pessoas no circuito. O autódromo, fora dos GPs da F-1, recebe apenas 20 mil torcedores em suas arquibancadas fixas. Com acréscimo de estruturas provisórias, a capacidade de Interlagos aumenta para quase 70 mil em um dia de evento da F-1. Para este ano, o local recebeu 181.711 torcedores nos três dias do GP, um recorde histórico. A previsão era de alcançar 170 mil.
Para quem não puder pagar pelos ingressos do GP, haverá a chance de participar das fan fests pela cidade. "Vamos levar essa experiência não apenas para 100 mil pessoas, queremos alcançar muito mais. Vai ser incrível. O projeto já está pronto. Depois precisamos viabilizar financeiramente porque queremos que seja acessível. As pessoas vão estar vivendo isso aqui (em Interlagos) e também lá. Vai ter muito entretenimento, pit stop, todas essas experiências", projeta Adler, em entrevista ao ESTADÃO.
Adler quer aproveitar o momento favorável da F-1 no mundo e no Brasil. O campeonato vem ganhando audiência e maior público em suas etapas, na esteira da popularidade que conquistou junto ao público mais jovem, principalmente pelos investimentos nas redes sociais, no e-sports e na série "Drive To Survive" (Dirigir para Sobreviver), da Netflix. "O produto está numa fase incrível", comenta o CEO do GP brasileiro.
O empresário carioca assumiu o comando da etapa brasileira no início do ano, substituindo Tamas Rohonyi, que comandou a corrida por 30 anos. Em sua estreia, Adler precisou encarar os obstáculos da pandemia de covid-19 para organizar a sua primeira corrida na F-1. "Como fazer um evento deste tamanho sem reuniões prévias? Isso aconteceu em todas as áreas da F-1. Nunca havíamos vivido uma situação como essa. É uma loucura. Não foi um ano fácil de entregar, ainda estamos entregando."
Adler revelou que, por conta das restrições da pandemia, problemas foram resolvidos de última hora. "Muita coisa foi resolvida na sexta-feira. São coisas que dão trabalho", comentou o organizador. Apesar disso, ele disse ter ficado satisfeito com o resultado. "Estou gostando muito da experiência."
Para 2022, além de planejar maior público e fan fest, ele prevê mais planejamento, possivelmente já sem a sombra da pandemia. "Para o próximo ano, não vamos fazer esse evento sem tanto planejamento. Acaba dando tudo certo, ninguém vê nada. Mas é muito estressante, consome muita energia."