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Sem conseguir sair da Faixa de Gaza, o palestino-brasileiro Hasan Rabee, de 30 anos, conversou com a Agência Brasil nesta quinta-feira (12) e contou como tem sido viver na região sob intenso bombardeio de Israel. Ele está na cidade de Khan Younis, no Sul da Faixa de Gaza, próximo à fronteira com o Egito. Desde que os bombardeiros começaram ele tenta sair do local, mas não consegue.

O palestino-brasileiro conta que estão vivendo sem água e sem luz, que há dificuldade em encontrar comida, que a maioria da população fica trancada dentro de casa e que os bombardeiros são contínuos e diários. “Estamos em uma casa familiar de mais ou menos 20 pessoas e há bombardeio para todo lado. A gente só escuta barulho de bomba. Bastante gente no bairro foi atingido e muita gente morre sem nada”, relatou.

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Rabee é naturalizado brasileiro e trabalha como vendedor na cidade de São Paulo (SP) há 10 anos, desde que resolveu deixar a Palestina por causa dos conflitos com Israel. Há 12 dias, ele chegou à Gaza para visitar a família com as duas filhas brasileiras, de três e seis anos, e a esposa também brasileira.

“Um dia estava na casa da minha mãe e houve um bombardeiro do lado. Com isso, a gente teve que sair. Outro dia na casa da minha irmã, outro na casa do meu sobrinho. É assim que funciona. A gente está correndo de um lado para outro que nem doido”, afirmou.

Hasan Rabee também contou que não vê movimentação de militantes do Hamas e que as bombas têm caído em prédios residenciais. “Não existe movimentação do Hamas aqui. Não vejo isso. O que estou vendo é que quem está morrendo são pessoas normais, vizinhos, trabalhadores, pessoas de bem que estão morrendo”, descreveu.

A esposa de Hasan não quis falar por esta abalada pela situação. As filhas pequenas estão assustadas e eles criam desculpas para justificar os barulhos das bombas e dos aviões militares que sobrevoam a cidade.

“As crianças bem assustadas, cada bomba que cai, ou quando elas escutam o avião do bombardeio chegando, elas colocam a mão na orelha e fala ‘ó mamãe, chegou’. A gente fica tentando enganar elas, dizendo que é um time de futebol ganhou, que são festas, que são raios e que vai chover, cada hora é uma mentira diferente”, revelou o Hasan Rabee.

Saída

A família brasileira tentou sair da Faixa de Gaza pela fronteira de Rafah, que separa a Palestina do Egito, mas o local foi destruído pelo bombardeio de Israel. “A fronteira está fechada, por isso vai ser muito difícil para a gente sair. O governo brasileiro está fazendo a maior força para a gente sair, mas até agora nada”, afirmou.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, há 30 brasileiros em gaza que querem deixar a região. O governo tenta negociar uma forma de retirá-los por terra.

"Por que? Não fizemos nada!", grita um homem, observando os socorristas levarem o corpo de um familiar. Eles acabavam de retirá-lo dos escombros em um bairro residencial da Faixa de Gaza, bombardeada sem cessar pelos israelenses, em resposta à ofensiva do Hamas.

Um pouco mais distante, em Shati, maior campo de refugiados do enclave, devastado pelas guerras e pela pobreza, alguém grita: "Venham! Ainda está vivo!".

Um socorrista se aproxima, segura a mão que emerge sob os escombros e, ajudado por vários colegas e vizinhos, consegue retirar um homem, preso em meio ao entulho. Sua cabeça está ensanguentada.

Dezenas de voluntários foram ajudar as equipes de resgate nesta área, para encontrar os corpos e eventuais feridos em meio aos escombros deixados pelo mais recente bombardeio israelense na Faixa de Gaza, submetida a um "cerco total", sem água, energia elétrica ou combustível.

- "Onde estão a mamãe e meus irmãos?" -

Desde que o movimento islamita Hamas, que governa Gaza, lançou, no sábado, um ataque em solo israelense, matando mais de 1.200 pessoas, o enclave palestino vive sob bombardeios.

Dia e noite, o barulho de explosões, drones e outras deflagrações é incessante. Ninguém dorme, tanto por causa do ruído quanto pelo medo de saber que qualquer casa está potencialmente ameaçada.

Israel quer "liquidar" o movimento islamita e, desde que a operação teve início, ordenada após a ofensiva do sábado - a mais mortal desde a criação do Estado de Israel, há 75 anos -, mais de 1.300 palestinos morreram em Gaza.

Em Shati, aviões de combate efetuaram dezenas de bombardeios em apenas meia hora na manhã desta quinta-feira.

Um homem tira o filho de quatro anos dos escombros. "Papai, onde estão a mamãe e meus irmãos?", pergunta o menino, com o corpo coberto de poeira e sangue.

Jamal al Masri mal compreende o que acaba de acontecer.

"Estávamos dormindo e, de repente, todo o bairro ficou sob as bombas do ocupante. Destruíram a minha casa", relata à AFP.

"A do meu irmão, a dos meus pais, as casas de vários vizinhos também...", acrescenta, ainda emocionado.

"Todo mundo foi afetado, há fragmentos de corpos, cadáveres, os dos meus filhos e os dos filhos de outros", explica.

"O que aconteceu, papai? Isto realmente está acontecendo conosco?", o interrompe sua filha. "Tudo vai ficar bem", responde. "Vamos ficar aqui, não vamos embora de Gaza", assegura, apesar de, ao seu redor, nada parecer funcionar.

- "Talvez não esteja morto" -

Em muitos bairros, os que não foram reduzidos a ruínas fumegantes, não há eletricidade.

A única central elétrica que abastece o enclave, onde vivem 2,3 milhões de palestinos (metade, crianças) está parada, e por isso não há internet, nem água. As redes de telefonia tampouco funcionam.

No hospital al Shifa, o maior de Gaza, reina o caos.

Entre as idas e vindas de ambulâncias, vizinhos se amontoavam para perguntar sobre seus entes queridos. Os feridos vão e vêm e também há crianças sentadas no chão, paralisadas, em silêncio.

Um enfermeiro deixa um dos menores aos cuidados de um médico e pergunta, aos gritos: "Alguém conhece este menino?".

Em seguida, corre para atender as dezenas de feridos que, deitados em colchões finos de espuma, esperam atendimento.

Do necrotério ouvem-se soluços, gritos, lamentos.

O local está cheio e há, inclusive, dezenas de corpos enrolados em lençóis no chão.

Um jovem sai dali, tremendo. "Talvez não esteja morto. Seu corpo não está ali", diz.

"Vamos ver no serviço de emergência, certamente está sendo operado", repete, como que tentando convencer a si próprio.

A Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta quinta-feira, 12, que ao menos 340 mil habitantes da Faixa de Gaza tiveram que deixar as suas casas nos últimos dias por causa de bombardeios lançados por Israel, após o ataque terrorista do Hamas no último sábado, 7.

Um balanço divulgado nesta manhã pelo governo palestino indica que 1.417 pessoas morreram em Gaza desde o início dos ataques de Israel. Entre elas estão 447 crianças e 248 mulheres.

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Em Israel, o número de mortos durante o ataque do grupo terrorista Hamas chega a 1.300. Entre as vítimas há mulheres, crianças e bebês. O governo israelense afirmou e divulgou fotos de bebês mortos e carbonizados em dois kibutzim atacados pelos terroristas do Hamas.

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, postou em uma rede social fotos dos bebês mortos e carbonizados pelos terroristas do Hamas para comprovar os crimes. Ele disse que mostrou as imagens ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, que visita Israel nesta quinta.

Em Gaza, os palestinos estão sem água, alimentos e eletricidade, após um "cerco completo" à Faixa de Gaza declarado pelo Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, nesta semana.

Em Gaza, hoje, vivem em torno de 2,3 milhões de pessoas. A região tem apenas algumas horas restantes de abastecimento de combustível, segundo a ONU.

"Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se transformarem em necrotérios", afirmou o diretor regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Fabrizio Carboni, nesta quinta-feira, 12. "A miséria humana causada por esta escalada é abominável e imploro às partes que reduzam o sofrimento dos civis", acrescentou.

A situação humanitária em Gaza é "terrível", acrescentou nesta quinta-feira (12), o vice-chefe de emergências do Programa Alimentar Mundial da ONU (PMA), Brian Lander.

‘Não haverá exceções humanitárias’

Na contramão do pedido feito pela Cruz Vermelha, Israel disse que "não haverá exceções humanitárias" ao cerco à Faixa de Gaza até que todos os seus reféns sejam libertados. Acredita-se que 150 pessoas foram levadas para a região de Gaza pelos terroristas do Hamas.

"Ajuda humanitária a Gaza? [...] Nenhum hidrante será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os reféns israelenses retornem para casa", postou o ministro da Energia de israelense, Israel Katz, no Twitter.

"Isto é diferente, não tem precedentes, as regras mudaram", disse o reservista israelense Yonatan Steiner, de 24 anos, que voltou de Nova York, onde trabalha para uma empresa de tecnologia.

Quase 220 mil dos desabrigados em Gaza foram alocados em 92 escolas administradas pela ONU, informou a agência de notícias Reuters.

Uma das pessoas desabrigadas, Hanan Al-Attar, 14 anos, disse que sua família chegou a sair correndo de casa somente com as roupas do corpo, quando bombas caíram nas proximidades. O tio dela chegou a voltar para casa para buscar algumas roupas, mas foi morto quando a residência foi atingida. "Eles estão bombardeando, por cima, as casas de civis, mulheres e crianças", disse o seu avô.

Na noite de quarta-feira 11, mais de 8 membros de uma mesma família - conhecida como família Samour - foram mortos após um bombardeio em uma residência, em Khan Younis.

Parentes e amigos correram para o necrotério para recolher os 8 corpos já recuperados pelas equipes de resgate, acreditando-se que mais 10 ainda estejam sob os escombros da casa da família.

Seus corpos foram levados em um caminhão coberto com cobertores floridos do hospital para um terreno baldio na mesma rua dos escombros do prédio, e depois alinhados em mortalhas brancas - uma delas manchada de sangue, enquanto centenas de homens se rezavam nas proximidades.

Os coveiros retiraram terra de uma longa trincheira, marcando sepulturas individuais com blocos de concreto. Um homem segurava a cabeça com uma das mãos enquanto acariciava um corpo envolto com a outra antes de ser colocado na sepultura e uma mulher chorava.

"Estes são os nossos parentes e sogros", disse Abdelaziz al-Fahem. "Esta é uma família civil que as forças israelenses bombardearam. É um verdadeiro massacre", acrescentou.

Explosões ecoaram por Gaza durante a toda noite. Bolas de fogo de ataques aéreos pulsavam em vermelho na escuridão acima das cidades e campos de refugiados sem eletricidade para iluminar as ruas.

Do ar, imagens de drones da destruição mostraram buracos entre edifícios de concreto compactados, com tábuas de madeira e barras de metal retorcidas enfiadas nos restos das casas bombardeadas enquanto os moradores as vasculhavam.

Ainda em Khan Younis, um grupo de pessoas ficou em cima dos destroços que restaram da destruição de uma casa por um ataque aéreo. Um colchão, almofadas e lençóis claros estavam sujos de fuligem e poeira em meio aos escombros, aparecendo entre os blocos de concreto. (Com agências internacionais)

O governo federal informou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) e ao jornal O Estado de S. Paulo nesta quinta-feira, 12, que os brasileiros em Gaza "estão bem alojados e em segurança". Eles serão repatriados "logo que for autorizada a passagem pela fronteira com o Egito" - desde 2007, o Egito controla a fronteira sul de Gaza, por conta do bloqueio feito ao país palestino.

O governo federal tem trabalhado para trazer ao País, em segurança, os brasileiros que estão em Israel ou Faixa de Gaza e entraram com um pedido de repatriação por conta da guerra.

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A "Operação Voltando em Paz" já trouxe, com o auxílio de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), mais de 400 pessoas de Israel. No entanto, o processo de repatriação dos que estão em Gaza tem sido mais difícil. Até o momento, nenhum brasileiro conseguiu sair do território palestino. Parte deles está alojada em uma escola.

O Itamaraty diz ainda que o ministro Mauro Vieira, que comanda a pasta, tem tratado do assunto com o chanceler egípcio para tentar uma liberação para os brasileiros o quanto antes. Neste momento, a saída de pessoas de Gaza está completamente bloqueada, para qualquer destino - diferente de Israel, onde o aeroporto de Ben Gurion, em Tel-Aviv, está aberto.

A Faixa de Gaza vem sendo bombardeada por aviões de guerra israelenses depois que o movimento terrorista Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel no último fim de semana. Israel também teme por novos ataques do grupo terrorista a qualquer momento.

Gaza não receberá combustível, água ou eletricidade até que os reféns sejam libertados, escreveu em sua conta no Twitter Israel Katz, ministro da Energia israelense, nesta quinta-feira (12).

"Ajuda humanitária para Gaza? Nenhum interruptor elétrico será ligado, nenhum hidrante de água será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os reféns israelenses sejam devolvidos para suas casas. Humanitário por humanitário. E ninguém deve nos pregar moral", escreveu o ministro de Energia, Israel Katz, no X, antigo Twitter.

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O Hamas, o grupo terrorista palestino que controla Gaza, tomou mais de 100 reféns de Israel pela fronteira no fim de semana e o destino deles ainda não está claro.

A Faixa de Gaza, densamente povoada, depende de Israel para a maior parte de sua eletricidade e outros serviços básicos.

A interrupção do fornecimento de gás e energia ao território pode deixar muitos residentes sem água potável, saneamento adequado e assistência médica.

A única central elétrica de Gaza ficou sem combustível e foi desligada nesta quarta-feira (11). Com isso, restaram apenas alguns geradores para abastecer o território de 2 milhões de pessoas. No entanto, eles também dependem de petróleo, que não chega mais ao enclave palestino em razão do bloqueio total imposto por Israel. Com isso, todos devem parar de funcionar nas próximas horas e deixar a região completamente sem eletricidade.

As condições se deterioraram tão rapidamente que a ONU descreveu a situação como "crise humanitária". Sem luz, os hospitais lotados não poderão mais atender os feridos, os refrigeradores não manterão mais comida e praticamente todos os serviços básicos serão interrompidos.

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Moradores disseram que os bombardeios miraram estruturas normalmente consideradas relativamente seguras, como escolas, hospitais e mesquitas. A estimativa local é de que 1,1 mil palestinos morreram.

Destruição

Mohamed Mazen e seus vizinhos permaneceram na porta de seu prédio durante toda a noite para tentar evitar o bombardeio israelense. Ao partirem pela manhã, descobriram a magnitude do desastre: o bairro estava em ruínas e as ruas desertas. O pai de três filhos, de 38 anos, não conseguia acreditar no que via. "Minha mulher e eu dissemos a nós mesmos: 'Tudo isso é real?' Sentimo-nos como se estivéssemos em uma cidade fantasma e como se fôssemos as únicas pessoas ainda vivas."

Mais adiante, em frente ao hospital de Al-Shifa, o maior da região, moradores soluçavam ao deixar seus parentes no necrotério ou algum ferido que logo depois foi anunciado como morto.

"Sinto que a morte está perto de mim, se não me alcançar, vai alcançar pessoas importantes para mim", declarou May Youssef, de 34 anos, mãe de dois filhos. "Eu já não sou um ser humano. Já não sirvo para nada. Não posso tranquilizar meus filhos, minha filha pequena teve febre por causa de medo e nos custou encontrar uma farmácia para comprar remédios."

O governo do enclave controlado pelo Hamas tentou tranquilizar a população, repetindo em comunicado que dispõe de "oito meses de abastecimento de bens de primeira necessidade e três meses de farinha". (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Israel continuou bombardeando intensamente, nesta quarta-feira (11), uma cercada Faixa de Gaza, transformada em parte em um campo de ruínas, em resposta à ofensiva do movimento islamista palestino Hamas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, qualificou a ofensiva surpresa do Hamas, lançada no sábado, de "selvageria que não se via desde o Holocausto" cometido pelo nazismo, e prometeu que seu país "vencerá pela força".

O ataque do Hamas deixou mais de 1.200 mortos em solo israelense, incluindo 169 soldados, segundo o Exército, assim como centenas de civis massacrados pelos islamitas em cooperativas agrícolas e em uma festa realizada no sábado. Dezenas de pessoas também constam como desaparecidas, ou como reféns do Hamas.

Israel respondeu já no sábado bombardeando o empobrecido e superpopuloso enclave palestino, mobilizou 300 mil reservistas e destacou dezenas de milhares de soldados ao redor de Gaza e na fronteira norte com o Líbano, onde nesta quarta-feira voltou a cruzar fogo com o movimento pró-iraniano Hezbollah, um aliado do Hamas.

Pelo menos 1.055 pessoas morreram, e 5.184 ficaram feridas na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais. O Hamas disse que perdeu dois altos funcionários nas operações israelenses.

"Estamos presos, não sabemos para onde ir e não podemos ficar, porque nosso apartamento está coberto de vidros quebrados e estilhaços", disse à AFP Mohammed Mazen, um cidadão de Gaza de 38 anos e pai de três filhos.

Nos hospitais, a situação é catastrófica, e o hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, está cheio de feridos.

"Alguns morrem antes" de serem tratados, relata um médico.

A ONU afirmou que o cerco total à Faixa, onde mais de 260 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas, é "proibido" pelo direito internacional humanitário.

- Temores pelos reféns -

A Faixa, onde vivem 2,3 milhões de palestinos, está sendo mantida sitiada por Israel, que cortou o fornecimento de água, eletricidade e alimentos.

Na manhã desta quarta-feira, pelo menos 30 pessoas morreram no enclave em bombardeios israelenses, que afetaram edifícios residenciais, fábricas, mesquitas e lojas, segundo o Hamas, que governa o território.

De acordo com o Exército israelense, vários alvos do movimento islâmico foram atingidos.

Aviões de guerra israelenses também bombardearam a Universidade Islâmica, ligada ao Hamas, e demoliram vários edifícios, segundo um correspondente da AFP.

Israel anunciou na terça-feira que recuperou o controle de sua fronteira com a Faixa de Gaza, após dias de combates com os islamistas.

A ofensiva do Hamas provocou múltiplas condenações internacionais, assim como preocupação com um assalto terrestre israelense a Gaza.

O papa Francisco pediu a libertação "imediata" dos reféns capturados em Israel pelo Hamas e disse estar "muito preocupado" com o cerco israelense à Faixa de Gaza, "onde também há muitas vítimas inocentes".

O Hamas ameaçou executar os reféns, se os ataques israelenses continuarem. Entre eles, estão jovens sequestrados enquanto participavam de uma festa na manhã de sábado, onde cerca de 250 pessoas foram massacradas, segundo uma ONG israelense.

A presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, descreveu o ataque surpresa do Hamas como um "ato de guerra".

Já o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, considerou que Israel não se comporta "como um Estado" em Gaza, mas sim como "uma organização", com seus repetidos bombardeios.

Israel disse que também encontrou os corpos de cerca de 1.500 combatentes do Hamas na Faixa de Gaza.

- Crianças assassinadas -

No kibutz de Beeri, onde o ataque do Hamas deixou mais de 100 mortos, os milicianos islâmicos "dispararam contra todo o mundo", de maneira que "assassinaram crianças, bebês, idosos a sangue frio", disse Moti Bukjin, porta-voz da Zaka, uma ONG que participou da coleta dos corpos.

"Nunca vi nada pior. Desabei, quando vi os corpos de duas crianças assassinadas", afirmou Omer Barak, um oficial israelita de 24 anos, no kibutz Kfar Aza, onde cerca de 100 pessoas também foram massacradas pelo Hamas.

A ofensiva do grupo por terra, mar e ar surpreendeu Israel em pleno sábado, o dia de descanso semanal dos judeus, e no último dia do feriado religioso de Sucot.

Ontem, o presidente americano, Joe Biden, prometeu que ajudará seu aliado a se defender contra o que chamou de "maldade pura". O Hamas chamou a declaração de "incendiária", que tentam, segundo o grupo, "encobrir os crimes israelense".

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, visitará Israel nesta quinta-feira (12).

Mais de 260.000 pessoas foram forçadas a abandonar suas casas na Faixa de Gaza, em meio aos fortes bombardeios israelenses por ar, terra e mar, informou a ONU.

Os intensos combates deixaram cerca de 3.000 mortos em ambos os lados desde que o Hamas lançou um ataque surpresa no sábado, provocando a represália israelense.

"Mais de 263.934 pessoas em Gaza teriam fugido de suas casas", detalhou a OCHA, a agência humanitária da ONU, em novo boletim na noite de terça-feira, acrescentando que esse número deve aumentar.

A agência disse ainda que cerca de 3.000 pessoas foram deslocadas, "devido a escaladas prévias" à do sábado.

Mais de 1.000 pessoas morreram em Israel no pior ataque da história do país, enquanto as autoridades de Gaza relataram 900 mortos nos ataques aéreos.

Israel também relatou cerca de 1.500 combatentes do Hamas mortos em território israelense.

Os bombardeios destruíram mais de 1.000 casas, e 560 ficaram inabitáveis, devido aos danos, segundo o OCHA, citando autoridades palestinas.

Entre os deslocados, cerca de 175.500 pessoas se abrigaram em 88 escolas administradas pela agência da ONU que apoia os refugiados palestinos.

Mais de 14.500 foram instalados em 12 escolas públicas, enquanto quase 74.000 estariam com familiares e vizinhos, ou alojados em igrejas e outros locais.

O número de deslocados dentro de Gaza "representa o maior número de pessoas deslocadas desde a escalada de hostilidades de 50 dias em 2014", disse o OCHA.

Israel impôs um cerco total à Faixa de Gaza que impede a entrada de alimentos, água, combustível e eletricidade.

Israel anunciou, nesta terça-feira (10), que havia retomado o controle das áreas em torno da Faixa de Gaza e seguiu bombardeando o enclave, contra o qual declarou um cerco total em uma guerra que já deixou milhares de mortos desde a ofensiva lançada no sábado pelo movimento islamita Hamas.

"Já estamos em meio à campanha, mas isto é apenas o começo. Venceremos com a força, com muita força", advertiu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na noite de segunda-feira.

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As forças de segurança "recuperaram mais ou menos o controle da fronteira" com Gaza, mas "as infiltrações podem continuar", disse o porta-voz militar Richard Hecht.

Na segunda-feira, Israel impôs um "cerco total" à Faixa de Gaza para que não chegue ao território "nem eletricidade, nem comida, nem água, nem gás", nas palavras de seu ministro da Defesa.

Além disso, ordenou a seus cidadãos que evacuem todas as localidades no entorno de Gaza, gerando temores de uma iminente ofensiva terrestre neste pequeno território de 360 km², onde 2,3 milhões de palestinos, já sob bloqueio israelense há 16 anos, vivem de forma precária.

Por sua vez, o Hamas ameaçou executar os cerca de 150 reféns sequestrados em Israel, incluindo crianças, mulheres, idosos e os jovens capturados em um festival de música eletrônica.

Os milicianos mataram 250 pessoas nesse festival.

Outro massacre ocorreu no kibutz de Be'eri, onde foram mortas "mais de 100 pessoas", informou à AFP um porta-voz da ONG Zaka, que participou da identificação das vítimas.

Os paramilitares "atiraram contra todos, assassinaram a sangue frio crianças, bebês, idosos, todos", afirmou.

O Hamas lançou mais de 5.000 foguetes durante sua incursão, de uma magnitude sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948.

- Balanços de mortos não param de aumentar -

Mais de 900 pessoas, incluindo muitos estrangeiros, morreram e outros 2.616 ficaram feridos desde o sábado em território israelense. O Exército também indicou que havia encontrado corpos de 1.500 combatentes do Hamas.

Do lado palestino, 765 pessoas morreram nos bombardeios israelenses em Gaza, e 4.000 ficaram feridas, segundo as autoridades locais.

Quatro jornalistas palestinos perderam a vida em um bombardeio de Israel na cidade de Gaza.

Um morador do enclave, Muhammad Najib, de 70 anos, relatou que deixou sua casa na segunda-feira após os avisos dos israelenses e que, ao retornar ao seu bairro, Al Rimal, na terça-feira, encontrou uma "cena aterrorizante".

"Todo o setor estava devastado, muitas casas estavam totalmente destruídas", afirmou. O que ocorreu "é culpa de crianças e mulheres?", questionou.

No hospital Al Shifa, que atende a população do enclave, a situação é catastrófica.

"Estamos tratando de muitos feridos, principalmente mulheres e crianças que chegam ao mesmo tempo", disse à AFP o médico da emergência Mohammad Ghoneim, sendo interrompido pela chegada de novos feridos: três mulheres, duas crianças, um idoso e dois jovens.

Na segunda-feira, o Hamas ameaçou executar os reféns sequestrados em Israel.

"Cada ataque contra nosso povo sem aviso prévio será respondido com a execução de um dos reféns civis", advertiu o braço armado da organização islamita.

Na terça-feira, o Hamas relatou que dois de seus líderes foram mortos nos ataques israelenses.

Tratam-se de Zakaria Muammar, responsável pelos assuntos econômicos de Gaza, e Jawad Abu Shamala, que coordenava os contratos com outros grupos palestinos e atuava como chefe de relações nacionais do Hamas.

O Exército israelense bombardeou o posto fronteiriço de Rafah, que liga a Faixa de Gaza ao Egito, três vezes em 24 horas. Este ponto é a única saída do enclave palestino que não está sob o controle de Israel.

Netanyahu comparou o ataque do Hamas às atrocidades cometidas pelo grupo Estado Islâmico (EI): "os terroristas do Hamas amarraram, queimaram e executaram crianças (...) São selvagens. O Hamas é o EI", declarou.

Pelo terceiro dia consecutivo, Israel foi alvo de disparos de foguetes do sul do Líbano e respondeu bombardeando essa região. Esses últimos ataques foram reivindicados pelas brigadas Al Qasam, braço armado do Hamas.

- ONU e UE contra o "cerco total" -

A ONU alertou que o "cerco total" imposto por Israel a Gaza é "proibido" pelo Direito Internacional Humanitário e que, desde o início deste confronto, mais de 187.500 pessoas dentro da Faixa de Gaza foram obrigadas a deixar o local.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu, por sua vez, a abertura de um corredor humanitário na região para permitir o envio de material médico essencial à população.

A União Europeia (UE) também criticou essa decisão.

"Israel tem o direito de se defender. Mas isso deve ser feito de acordo com a legislação internacional, com as leis humanitárias", disse o chefe da diplomacia do bloco, Josep Borrell, após uma reunião ministerial em Mascate, capital de Omã.

No Irã, o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, negou mais uma vez o envolvimento de seu país na operação do Hamas, ao mesmo tempo em que reafirmou o apoio "à Palestina".

Os Estados Unidos, que começaram a enviar ajuda militar a Israel no domingo e a posicionar sua frota aérea-naval no Mediterrâneo, estão prontos para enviar recursos adicionais "para fortalecer sua dissuasão" diante do aumento da tensão regional, afirmou o presidente Joe Biden.

Na Faixa de Gaza, bombardeada por Israel após a ofensiva de sábado do Hamas, o hospital Al-Shifa está lotado de feridos. Famílias inteiras não param de chegar e sobrecarregam as equipes. Autoridades alertam que a situação é catastrófica.

Akram Al-Haddad, de 25 anos, está ao lado do leito de seu sobrinho de 1 ano, ferido em um bombardeio que matou seu irmão de 4 anos e outras 16 pessoas.

O bebê e seus pais ficaram feridos no ataque, que destruiu a casa da família, no sudeste de Gaza, conta Akram. A criança "precisa de uma cirurgia urgente, devido a um ferimento na cabeça", informa um médico, mas não há vaga no centro cirúrgico.

"Trabalhamos em circunstâncias excepcionais e temos que garantir um fornecimento de energia contínuo e a disponibilidade do material necessário antes de realizar qualquer cirurgia", explica o médico, que pediu para ser identificado como Abdallah.

Segundo um balanço provisório, 765 pessoas morreram e 4 mil ficaram feridas no lado palestino desde o último sábado, de acordo com autoridades locais.

No hospital, alguns morrem antes de serem atendidos, lamenta Abdallah. “Tratamos muitos feridos, a maioria mulheres e crianças que chegam ao mesmo tempo", descreve o médico Mohammad Ghoneim, que é interrompido pela chegada de mais feridos: três mulheres, duas crianças, um idoso e dois jovens.

“A capacidade limitada agrava o número de vítimas”, ressalta o médico, que lamenta a falta de material, energia elétrica, água e oxigênio. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, anunciou ontem um "bloqueio completo" à Faixa de Gaza: "Nem eletricidade, nem comida, nem água."

- Sem ter para onde ir -

Um Rama al-Hassasna está rodeada em um leito por seus quatro filhos, de 3 a 6 anos, todos feridos em um bombardeio que atingiu uma casa no norte de Gaza. “Fomos trazidos para cá, esperamos ser tratados”, diz.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza alertou que a falta de material médico levará a uma catástrofe no território palestino, habitado por 2,3 milhões de pessoas. Oito hospitais “não são suficientes para responder às necessidades dos cidadãos”, ressaltou.

Os bombardeios de Israel danificaram o hospital Beit Hanoun, no norte, e o serviço de medicina neonatal do hospital Al-Shifa.

Salameh Maarouf, diretor da assessoria de imprensa do governo dirigido pelo Hamas, lamentou que, “levando em conta o grande número de feridos”, Gaza necessite “de medicamentos, material médico, scanners e aparelhos de radiografia.

Maarouf acusou “a ocupação israelense" de criar "deliberadamente uma situação humanitária miserável, por meio de restrições ou agressões".

Muitas famílias que ficaram desabrigadas encontraram refúgio nos corredores do hospital Al-Shifa e em seus jardins. Após serem atendidas, não têm para onde ir.

“Minha casa foi totalmente destruída, assim como todas aqui", diz Abu Ashour Sukayk, de 39 anos. "Foi uma noite sombria para mim, para a minha mulher e para as minhas crianças".

O Egito apresentou pedidos para levar caminhões de ajuda para a Faixa de Gaza, mas Israel não apenas rejeitou a solicitação como sinalizou que eventuais veículos que tentem entrar no território serão bombardeados, segundo apurou o site de notícias israelense Ynet.

Nesta terça-feira (10), um segundo bombardeio atingiu a fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, conhecida como Rafah, informou a AFP. A fronteira é a única passagem que permite a saída de Gaza com as fronteiras de Israel fechadas e está intransitável, segundo o Hamas.

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Israel prometeu mobilização total contra Gaza, cortando todos os combustíveis, alimentos e eletricidade.

*Com informações da Associated Press.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, ordenou nesta segunda-feira (9) um "cerco completo" à Faixa de Gaza, que inclui o corte de luz, água e a entrada de comida - o território já convive com um bloqueio parcial há 16 anos. Isolados no enclave palestino, o Hamas ameaçou executar um refém sempre que um ataque atingir seus habitantes sem aviso prévio.

No ataque de sábado (7) os terroristas fizeram cerca de 150 reféns, incluindo mulheres e crianças. Alguns sequestrados são estrangeiros, como americanos, britânicos, franceses, russos e chineses. O México confirmou ontem que dois mexicanos foram capturados e levados para Gaza. A presença deles torna mais complexa qualquer operação militar. Ontem, o Hamas disse que quatro israelenses morreram nos bombardeios de Israel.

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O ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, afirmou ontem que não permitiria "nenhuma eletricidade, comida, água ou combustível" em Gaza, em uma tentativa de apertar o cerco ao enclave palestino de 2 milhões de habitantes. O Egito, no entanto, que controla a fronteira sul do território e normalmente atua em coordenação com Israel, não disse o que pretende fazer.

A inesperada escalada da violência deixou em choque muitos israelenses, que nos últimos dias convivem com duas novas realidades: jovens convocados para o serviço militar e listas de mortos e desaparecidos divulgadas pela imprensa.

O número de mortos nos ataques do Hamas passou de 900 ontem - 2,4 mil israelenses ficaram feridos. O Departamento de Estado dos EUA disse que 11 mortos eram americanos. Londres informou que 10 britânicos morreram ou estão desaparecidos. Do Brasil, há 3 desaparecidos.

Reservistas

Ontem, Daniel Hagari, porta-voz do Exército de Israel, disse que soldados israelenses recuperaram o controle de todas as comunidades fronteiriças, mas reconheceu que "ainda pode haver terroristas na área". De acordo com ele, centenas de militantes foram mortos em Israel. A emissora de TV Channel 13 afirmou que 1,5 mil corpos de palestinos foram encontrados em solo israelense.

Enquanto isso, os bombardeios a Gaza continuaram ontem. A ONU e autoridades palestinas disseram que as bombas atingiram um hospital, um mercado, mesquitas e casas. Pelo menos 687 palestinos morreram e 3,7 mil ficaram feridos em três dias.

Israel disse ter completado ontem a mobilização de 300 mil reservistas para preparar a próxima fase da guerra, que poderia envolver, segundo analistas, uma invasão terrestre de Gaza. No entanto, parece improvável que uma operação comece antes da expulsão de todos os terroristas do território israelense. A intensidade da ofensiva também é cercada de dúvidas, já que o Hamas mantém muitos reféns no enclave.

As escolas continuaram fechadas ontem em grande parte de Israel e muitas companhias aéreas reduziram pousos e decolagens no Aeroporto Internacional Ben Gurion, de Tel-Aviv. Entre as empresas que cancelaram voos estão as americanas United, Delta e American Airlines, além de Lufthansa, Air France, Iberia e Air Canada. Muitos turistas estão presos sem poder voltar para casa.

Reféns

Em uma região habituada aos conflitos, o que chama a atenção desta vez é um novo elemento no cabo de guerra entre israelenses e palestinos: a presença de reféns. Abu Ubaida, porta-voz das brigadas Izzedine al-Qassam, braço armado do Hamas, ameaçou ontem executar os prisioneiros. "Agimos de acordo com nossos valores religiosos, para proteger as vidas dos cativos, mas os crimes do inimigo sionista contra nosso povo e a destruição contínua não nos deixaram escolha", disse.

De acordo com a agência France Presse, o governo do Catar já teria iniciado contatos para negociar uma troca de prisioneiros entre Israel e Hamas. As discussões teriam avançado ontem, segundo uma fonte militar, que não forneceu mais detalhes. Os mediadores catarianos, em contato com representantes palestinos em Doha, estariam negociando primeiro a libertação de mulheres e crianças capturadas em Israel. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministério da Defesa de Israel ordenou um "cerco completo" à Faixa de Gaza nesta segunda-feira (9) impedindo a entrada de alimentos, combustível e suprimentos aos seus 2,3 milhões de habitantes, enquanto atacavam o território governado pelo Hamas com ondas de ataques aéreos em retaliação à sangrenta incursão dos militantes no fim de semana.

Mais de dois dias depois de o Hamas ter lançado o seu ataque surpresa a partir de Gaza, os militares israelitas afirmaram que conquistaram, em grande parte, o controle das cidades do sul, onde lutavam contra os homens armados do Hamas.

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Tanques e drones foram mobilizados para proteger as brechas na fronteira e evitar novas incursões. Milhares de israelitas foram evacuados de mais de uma dúzia de cidades perto de Gaza e os militares convocaram 300 mil reservistas - uma mobilização massiva num curto espaço de tempo.

As medidas, juntamente com a declaração formal de guerra de Israel no domingo, 8, apontaram para uma mudança cada vez maior de Israel para a ofensiva contra o Hamas, ameaçando com maior destruição na densamente povoada e empobrecida Faixa de Gaza. Fonte: Associated Press.

Israel e os movimentos palestinos Hamas e Jihad Islâmica tinham se enfrentado até recentemente em cinco guerras na Faixa de Gaza desde 2008.

Mas uma nova "guerra" teve início neste sábado (7), afirmou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, depois que o Hamas, que governa este enclave palestino, lançou uma ofensiva surpresa contra o Estado hebreu.

Estes foram os cinco conflitos anteriores:

- "Chumbo Fundido" -

Em 27 de dezembro de 2008, Israel lançou uma ofensiva aérea contra a Faixa de Gaza para pôr fim aos disparos de foguetes a partir deste território palestino, governado desde 2007 pelo movimento islamita Hamas, na chamada operação "Chumbo Fundido".

Em 3 de janeiro de 2009, tropas israelenses entram no território palestino.

Em 18 de janeiro, um cessar-fogo põe fim à operação, na qual morreram cerca de 1.400 palestinos e 13 israelenses.

A Anistia Internacional acusou tanto Israel quanto o Hamas de cometerem "crimes de guerra".

- "Pilar defensivo" -

Em 14 de novembro de 2012, o exército israelense lança a operação "Pilar defensivo" contra os grupos armados em Gaza, que começa com o assassinato do chefe das operações militares do Hamas, Ahmad Jaabari.

Em oito dias de bombardeios, mais de 170 palestinos perdem a vida, uma centena deles civis, assim como seis israelenses, dos quais quatro civis.

O exército israelense assegura ter atacado 1.500 posições, incluindo 19 centros de comando. Mais de 900 foguetes disparados a partir de Gaza caíram em Israel e 400 foram interceptados.

- "Margem Protetora" -

Em 8 de julho de 2014, Israel lança a operação "Margem Protetora" para frear os disparos de foguetes e destruir os túneis escavados a partir de Gaza.

Em 26 de agosto, após 50 dias de guerra, Hamas e Israel chegam a um acordo de cessar-fogo, negociado através do Egito.

A guerra deixa ao menos 2.251 palestinos mortos, a maioria civis, e 74 do lado israelense, quase todos militares.

Cerca de 55.000 casas foram atingidas pelos bombardeios israelenses e aproximadamente 17.200 foram destruídas, segundo o Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

- "Guardião dos Muros" -

Em 2021, o Hamas lança, em 10 de maio, uma saraivada de foguetes, em "solidariedade" às centenas de palestinos feridos em confrontos com a polícia israelense na Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, o terceiro lugar santo do islã.

Israel responde com a operação "Guardião dos Muros", para reduzir as capacidades militares do Hamas.

Após intensas negociações diplomáticas, um cessar-fogo entra em vigor em 21 de maio.

Em onze dias, Hamas e Jihad Islâmica, dois movimentos palestinos qualificados de "terroristas" por Israel, União Europeia e Estados Unidos, lançam mais de 4.300 foguetes, uma ofensiva sem precedentes contra o território israelense. Noventa por cento dos projéteis são interceptados.

Nos confrontos, ao menos 232 palestinos morrem, 65 deles menores de idade, além de 12 pessoas em Israel, entre elas duas crianças.

- "Escudo e flecha" -

Dias depois de confrontos com a Jihad Islâmica, Israel bombardeia a Faixa de Gaza, em 9 de maio de 2023, na chamada operação "Escudo e flecha". Quinze palestinos morrem nos ataques, três deles chefes militares do movimento.

A Jihad Islâmica responde disparando centenas de foguetes, que não deixam nenhum ferido em Israel.

Em 11 e 12 de maio, Israel mata dois chefes militares do movimento palestino.

Uma trégua negociada pelo Egito entra em vigor em 13 de maio, após cinco dias de uma guerra que deixou 35 mortos.

O Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nas redes que o país está em estado de guerra contra o Hamas, grupo fundamentalista islâmico palestino, após um ataque de milhares de foguetes em diversas regiões do território israelense, na manhã deste sábado (7). 

"O inimigo pagará um preço que nunca conheceu", declarou Netanyahu. O primeiro-ministro ainda confirmou que oficiais da deverão ser convocados para se juntar ao conflito armado. 

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Este já é considerado um dos maiores ataques que Israel sofreu desde 1973, na Guerra do Ramadan. O alto comissionário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou por meio de comunicado que está chocado com os eventos ocorridos nas últimas horas, e que “civis não devem ser alvos de ataques”. 

Israel e Gaza entraram em guerra neste sábado (7), após o lançamento de uma ofensiva surpresa do grupo islâmico palestino Hamas, que disparou milhares de foguetes e infiltrou combatentes em solo israelense.

"Estamos em guerra", declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. "Esta não é uma operação simples (…). O inimigo pagará um preço sem precedentes", afirmou o presidente em uma mensagem de vídeo, na qual reconheceu que o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, lançou "um ataque criminoso surpresa".

Netanyahu disse ter ordenado "uma ampla mobilização" de reservistas.

O aumento da violência começou com uma onda de foguetes lançada de vários pontos da Faixa de Gaza a partir das 6h30 (00h30 no horário de Brasília) deste sábado. O braço armado do Hamas assumiu a responsabilidade pelo ataque e afirmou que milhares de projéteis foram lançados.

As forças israelenses responderam com ataques aéreos contra alvos do Hamas, e garantiram que também lutavam em terra, perto do enclave palestino, contra milicianos infiltrados de Gaza por terra, mar e ar.

"Houve um ataque combinado com a ajuda de parapentes", disse o porta-voz do Exército israelense, tenente-coronel Richard Hecht, aos repórteres, alertando que "algo grande" estava acontecendo.

Pelo menos duas pessoas morreram em Israel, segundo as autoridades: uma mulher de 60 anos, no sul do país, e um representante israelense no nordeste da Faixa de Gaza em um tiroteio com milicianos infiltrados.

O Hamas também divulgou um vídeo mostrando três homens que teriam sido capturados por seus combatentes.

 "Operação dilúvio" 

As forças armadas israelenses informaram o acionamento de sirenes no sul do país, enquanto a polícia pedia à população que permanecesse perto de abrigos antibombas.

Sirenes também foram ativadas em Jerusalém, segundo jornalistas da AFP, que viram foguetes sendo interceptados no céu logo após os alarmes soarem.

O braço armado do Hamas assumiu a responsabilidade pelo ataque com foguetes e afirmou que mais de 5.000 foguetes foram lançados.

"Decidimos pôr fim a todos os crimes da ocupação (israelense); o seu tempo de violência sem responsabilização acabou", declarou o grupo. "Anunciamos a operação Dilúvio Al Aqsa e disparamos, no primeiro ataque de 20 minutos, mais de 5.000 foguetes".

O Exército israelense informou o disparo de pelo menos 2.200 foguetes de Gaza até as 10h30, horário local (04h30 em Brasília).

Centenas de palestinos na Faixa de Gaza abandonaram as suas casas para se afastarem das zonas fronteiriças com Israel.

Homens, mulheres e crianças fugiram com cobertores e alimentos, a maioria deles da parte nordeste do enclave palestino, confirmou um jornalista da AFP.

A escalada da violência provocou inúmeras reações internacionais.

A Rússia apelou à calma e disse estar "em contato com todo mundo neste momento, com os israelenses, os palestinos e os árabes", segundo Mikhail Bogdanov, vice-ministro das Relações Exteriores e emissário do Kremlin para o Oriente Médio e a África.

A Turquia também instou israelenses e palestinos a "agirem de maneira razoável".

A União Europeia condenou "inequivocamente" os ataques "dos terroristas do Hamas" e manifestou a sua "solidariedade com Israel", que tem o "direito de se defender", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

França, Reino Unido, Alemanha e Espanha condenaram os ataques do Hamas e tanto a Itália como a Ucrânia apoiaram o direito de Israel se defender.

Protestos na fronteira

Israel mantém um duro bloqueio contra a Faixa de Gaza, um território palestino empobrecido e sobrepovoado, desde que o Hamas assumiu o poder total em 2007.

Desde então, houve várias guerras devastadoras entre combatentes palestinos e forças israelenses. Os dois lados viveram tensões em setembro, quando Israel fechou a fronteira aos trabalhadores palestinos durante duas semanas.

O fechamento da fronteira foi criticado como uma punição coletiva que prejudicou milhares de trabalhadores palestinos, que podem ganhar mais dinheiro trabalhando em Israel do que em Gaza, onde o desemprego é muito alto.

A reabertura da fronteira aumentou as esperanças de uma melhoria na situação em Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas.

Em maio, uma troca de bombardeios aéreos e foguetes israelenses a partir de Gaza deixou 34 palestinos e um israelense mortos.

Um café para gatos abriu esta semana em Gaza, com a ideia de oferecer uma trégua aos palestinianos que residem neste território sob bloqueio israelense.

No Meow Cat Cafe, na cidade de Gaza, sua dona, Nehma Maabad, acaba de preparar comida para uma multidão de gatinhos.

"Os gatos, para mim, são um refúgio que me alivia do estresse psicológico. Por isso pensei em criar um projeto que misturasse café e algo que levante o ânimo", explica essa mulher de 50 anos.

Uma parte do estabelecimento está equipada com plataformas de madeira cobertas com grama artificial para os gatos escalarem. Nas paredes, também há vários quadros com esses gatos.

O Meow Cat Cafe é um dos muitos cafés para gatos que abriram recentemente em todo o mundo, uma tendência que vem crescendo. Mas a situação em Gaza é bastante especial.

Na Faixa de Gaza, um pequeno território devastado pela pobreza e pelas guerras, vivem 2,3 milhões de pessoas. Israel impôs um bloqueio a este enclave palestino desde que o movimento islâmico Hamas chegou ao poder em 2007.

No Meow, os clientes pagam cerca de 10 shekels (US$ 2,65) por hora para brincar com os gatos, o que, segundo Maabad, cobre alimentação e cuidados veterinários.

Para Manar Abu Samra, uma cliente, os preços são razoáveis.

"Os gatos aqui são lindos e fofos, é uma ideia maravilhosa e fiquei feliz quando soube disso", conta ela.

Animais de estimação são muito raros em Gaza, embora os gatos sejam onipresentes nas ruas, especialmente no porto e perto de peixarias. Maabad explica que trouxe gatos de casa e os outros foram presentes de amigos.

"A ideia deste café é oferecer uma experiência agradável com uma xícara de café", diz ela.

"Um gato com quem você brinca e faz você sorrir, faz você esquecer as pressões da vida", acrescenta.

Centenas de palestinos visitaram, na última sexta-feira (30), em Gaza, a primeira exposição de armas organizada pelas Brigadas Izz ad-Din al-Qassam, o braço militar do movimento islamista palestino Hamas, que controla o território.

"A resistência é uma imagem e uma lembrança. Tirem fotos de recordação com inúmeras armas e indústrias de armamentos realizadas pela al-Qassam", dizia o convite do grupo armado divulgado nas redes sociais e em cartazes colocados nas mesquitas.

Na sexta-feira, armas foram exibidas na cidade de Gaza e, para este sábado, estão previstas outras exposições no norte e no centro do território palestino.

É a primeira vez que o Hamas permite que a população tire fotografias de seu armamento. Em geral, é proibido se aproximar das instalações militares da Faixa de Gaza e fotografá-las.

No parque da Praça do Soldado Desconhecido, ao oeste da cidade de Gaza, as Brigadas al-Qassam revelaram uma coleção de mísseis "fabricados localmente", indicou o grupo.

Também mostraram mísseis do tipo Kornet feitos na Rússia, fuzis e lançadores antiaéreos terra-ar, além de um drone chamado "shihab".

Na entrada da exposição, um grande cartaz dava as boas-vindas aos visitantes, alguns dos quais chegaram em família, segundo uma jornalista da AFP.

A calma voltou, neste domingo (14), à Faixa de Gaza e a Israel, onde a entrada em vigor de um cessar-fogo pôs fim a cinco dias de confrontos que deixaram 35 mortos.

O Cogat, órgão do Ministério israelense da Defesa que supervisiona as atividades civis nos territórios palestinos, anunciou hoje "a reabertura parcial e progressiva" das passagens de fronteira de Erez, que permitem o trânsito de palestinos por Israel.

Também foi aberto o Kerem Shalom, único ponto de passagem israelense para levar mercadorias para a Faixa de Gaza, um empobrecido território palestino controlado pelo movimento islâmico Hamas, onde vivem 2,3 milhões de pessoas.

A "abertura completa" será possível após novas avaliações da situação, acrescentou a entidade, em um comunicado.

Desde terça-feira (9), os confrontos entre Israel e grupos armados de Gaza mataram 34 palestinos, e cerca de 190 pessoas ficaram feridas no enclave, segundo o Ministério palestino da Saúde. Do lado israelense, uma senhora de 80 anos morreu na quinta-feira (18), em Rehovot, no centro de Israel, e 30 pessoas ficaram feridas.

A trégua negociada pelo Egito, tradicional mediador entre o Exército israelense e os grupos armados palestinos em Gaza, entrou em vigor no sábado às 22h locais (16h no horário de Brasília).

Apesar do cessar-fogo, um foguete foi disparado contra Israel neste domingo. Caiu em um terreno baldio, de acordo com um comunicado divulgado pelo Exército israelense.

Em sua tradicional missa dominical no Vaticano, o papa Francisco expressou sua esperança em que se chegue a um cessar-fogo mais duradouro, "porque as armas não trarão segurança, nem estabilidade".

Na Faixa de Gaza, os moradores lamentaram os estragos causados pelos ataques israelenses, que destruíram 51 casas e forçaram o deslocamento de cerca de 950 pessoas, segundo a ONU.

"Estamos na rua, não há casa para os meus filhos", disse à AFP Mohammed al Louh, de 69 anos, que teve sua casa arrasada no sábado, no acampamento de refugiados de Nuseirat (centro).

- "Voltar a respirar" -

As autoridades israelenses suspenderam hoje as restrições ao movimento de moradores de zonas limítrofes, que passaram vários dias trancados em abrigos pelos foguetes disparados da Faixa de Gaza.

"Tivemos muito medo", desabafou Yael, na cidade costeira de Ashkelon.

"Ficar quatro dias trancada em casa é muito difícil (...), agora voltamos a respirar", acrescentou essa mulher, de 60 anos.

Israel e a Jihad Islâmica, grupo considerado uma "organização terrorista" pelo Estado hebreu, pela União Europeia e pelos Estados Unidos, concordaram em respeitar o cessar-fogo. Ambas as partes advertiram, no entanto, que não hesitariam em retomar a violência, em caso de descumprimento do pacto.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, celebrou neste domingo um cessar-fogo "perfeitamente" executado.

"Hoje, os inimigos de Israel em Gaza e além sabem que, mesmo que tentem se esconder, podemos e vamos alcançá-los", declarou ele, no início de uma reunião de gabinete.

No território palestino, a Jihad Islâmica alertou Israel contra "qualquer ação estúpida, ou assassinato de comandantes da resistência palestina".

- Detenções na Cisjordânia -

A calma voltou a Gaza, mas houve confrontos na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel desde 1967.

O Exército também informou a detenção, em Nablus, de dois palestinos suspeitos de terem disparado contra as forças de segurança, ferindo dois soldados em 25 de março, em Huwara.

A escalada mortal desta semana é a maior onda de violência entre os dois lados desde agosto de 2022.

Entre os palestinos mortos, estão seis comandantes da Jihad Islâmica, assim como combatentes desse movimento e da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), outro grupo armado.

O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) confirmou a morte de pelo menos 13 civis, sete deles menores de idade. O Exército israelense afirma que quatro civis, três deles menores, foram mortos por foguetes palestinos que caíram dentro da Faixa.

De acordo com um oficial do Exército israelense, os palestinos dispararam 1.468 projéteis na direção do território israelense, incluindo 1.139 que passaram por seu espaço aéreo. O ?Exército disse ter conseguido interceptar 430 deles.

Israel reabriu nesta segunda-feira (8) a fronteira com a Faixa de Gaza e a única central de energia elétrica do território palestino retomou as operações após a trégua estabelecida entre o Estado hebreu e o grupo armado Jihad Islâmica, anunciada depois de três dias de hostilidades que deixaram dezenas de palestinos mortos, incluindo crianças.

As passagens de fronteira entre o Estado hebreu e a Faixa de Gaza, fechadas por Israel na terça-feira (2), reabriram nesta segunda-feira "por razões humanitárias", anunciou em um comunicado o Cogat, o serviço do ministério da Defesa de Israel que monitora as atividades civis nos territórios palestinos.

"O retorno à rotina dependerá da evolução da situação e do respeito à segurança", completa a nota.

Caminhões-tanque entraram pela passagem de fronteira de Kerem Shalom, no sul do território palestino, que está sob bloqueio israelense há mais de 15 anos.

Pouco depois, a única central do pequeno território, que interrompeu as atividades no sábado por falta de combustível, voltou a "gerar energia elétrica", anunciou um porta-voz da empresa.

A trégua, alcançada graças à mediação do Egito, entrou em vigor no fim do domingo, mas Israel e a Jihad Islâmica se reservaram o direito de responder em caso de futuras agressões.

- "Trágica" -

"A situação é trágica e difícil em Gaza", declarou à AFP Mohamed Alai, um morador do enclave de 362 quilômetros quadrados, onde vivem 2,3 milhões de palestinos. "Há muitos mortos e feridos, muita destruição e devastação, mas Gaza está curando suas feridas", acrescentou.

Suhail al Bauab, morador de Gaza de 56 anos, passou três dias com medo. "Não queremos uma guerra a cada seis meses e, quando tomamos conhecimento da trégua, ficamos felizes, apesar do luto pelos mártires", disse.

Do o início da operação israelense na sexta-feira e até a noite de domingo, 44 palestinos morreram, incluindo 15 crianças, e 360 ficaram feridos", segundo o boletim mais recente divulgado pelo ministério da Saúde do território, governado pelo grupo islamita Hamas.

No sul de Israel, Davit Shitrit, habitante da cidade de Ashkelon, disse que "não confia" na Jihad Islâmica. "Sempre promete, mas atacam novamente (...). Espero que desta vez (a trégua) seja mantida".

"A Jihad Islâmica sofreu um duro golpe que a fará recuar por décadas", declarou à imprensa um diplomata israelense.

O acordo de trégua inclui, entre outras coisas, "o compromisso do Egito de trabalhar pela libertação de dois prisioneiros" da Jihad Islâmica detidos por Israel, afirmou o grupo palestino.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou a trégua e pediu uma investigação sobre as circunstâncias das mortes de vítimas civis.

Em Israel, três pessoas ficaram feridas por disparos de foguetes desde sexta-feira. O exército afirmou que centenas de projéteis foram lançados contra o país a partir de Gaza, mas a grande maioria foi interceptada.

As autoridades israelenses afirmaram que alguns palestinos faleceram durante tentativas frustradas de lançamentos de foguetes por parte da Jihad Islâmica contra o território do Estado hebreu.

- "Ataque preventivo" -

Israel apresentou os primeiros ataques de sexta-feira como uma operação "preventiva" contra a Jihad Islâmica, que, segundo o governo, estava planejando um atentado iminente.

Em resposta aos bombardeios, o grupo armado, apoiado pelo Irã e incluído nas listas de organizações terroristas dos Estados Unidos e da União Europeia, disparou centenas de foguetes contra Israel.

Os principais comandantes militares da Jihad Islâmica em Gaza, Taysir al Jabari e Khaled Mansur, morreram, assim como diversos combatentes do grupo.

O braço militar da Jihad Islâmica informou em um comunicado que 12 integrantes do grupo morreram nos ataques israelenses.

Israel também prendeu 40 integrantes do grupo armado nos últimos dias na Cisjordânia ocupada.

Este confronto foi o mais violento no território desde o conflito de maio de 2021 entre Israel e o Hamas - movimento islamita que governa Gaza desde 2007.

Na guerra de 11 dias do ano passado, o balanço de mortos foi de 260 palestinos, incluindo combatentes, e 14 israelenses, entre eles um soldado.

O Hamas, que já travou diversas guerras contra Israel, permaneceu à margem das hostilidades do fim de semana.

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