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Os palestinos de Gaza continuaram encontrando corpos, nesta quarta-feira (18), um dia após o bombardeio a um hospital na região que deixou centenas de vítimas. "Nunca vi nada parecido na minha vida", disse Ahmed Tafesh, depois de horas recolhendo restos humanos.

Entre os veículos queimados, voluntários retiram corpos e restos mortais e os colocam em sacos mortuários, enquanto outros são cobertos por mantas e invólucros brancos.

"Isso é um massacre. Nunca vi nada parecido na minha vida", contou à AFP Tafesh, que participou nestes esforços e relatou ter recolhido olhos, braços, pernas e cabeças das vítimas.

Autoridades de saúde do enclave, governado pelo grupo islamita palestino Hamas, afirmaram nesta quarta-feira que pelo menos 471 pessoas morreram no bombardeio do hospital Ahli Arab, localizado no centro da Faixa de Gaza.

Lideranças desta região atribuem o bombardeio de terça-feira à noite a um ataque aéreo de Israel, em resposta à ofensiva do Hamas em território israelense em 7 de outubro, que deixou mais de 1.400 mortos e quase 200 reféns sequestrados.

O Exército israelense afirmou, por sua vez, nesta quarta-feira que tem "evidências" de que "a explosão em um hospital de Gaza foi provocada pelo lançamento de um foguete da Jihad Islâmica que falhou".

- "Nem sei como saímos" -

Perto da então unidade de saúde, moradores compareceram ao local nesta quarta-feira para identificar os mortos e levá-los para serem sepultados.

Yahya Karim, de 70 anos, busca notícias de seus familiares. "Não sei quantos deles morreram nem quantos ainda estão vivos", contou ele, que considerou ficar no hospital antes da tragédia de terça-feira.

Outros, que sobreviveram ao bombardeio, relatam o terror que sentiram.

"Havia fogo e coisas caíam em cima de nós. Começamos a procurar uns aos outros. A eletricidade caiu de repente e não conseguíamos ver nada. Nem sei como saímos", disse aos prantos Fatima Saed.

Adnan al-Naqa, outro residente de Gaza, relatou que cerca de 2.000 pessoas estavam refugiadas no hospital na noite do ataque.

"Quando entrei no hospital ouvi a explosão e vi um incêndio imenso. Todo o lugar estava em chamas, havia corpos por toda parte, de crianças, mulheres e idosos", relembrou.

Segundo o o porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, "não houve nenhum fogo das FDI (o Exército israelense) por terra, mar ou ar que atingiu o hospital", declarou em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira.

O Hamas afirmou, por sua vez, que a tese israelense é "uma mentira que não engana ninguém".

Desde 7 de outubro, horas após a ofensiva inédita do grupo islamita, Israel atacou centenas de alvos na Faixa de Gaza, onde mais de 3.400 pessoas morreram, segundo as autoridades de saúde da região. Um milhão de moradores foram deslocados dentro do enclave, onde 2,4 milhões de palestinos vivem em condições precárias.

Na sexta-feira, Israel solicitou que os residentes do norte de Gaza se refugiassem no sul da Faixa mediante a possibilidade de uma incursão terrestre. Esta ordem de retirada foi rejeitada pelo Hamas e fortemente criticada pela ONU e vários países da região.

Uma aeronave da Presidência do Brasil com medicamentos para a população da Faixa de Gaza pousou nesta quarta-feira (18) no Aeroporto Internacional de Al-Arish, no Egito, proveniente de Roma, na Itália.

Segundo o Palácio do Planalto, a aeronave VC-2 aterrissou às 16h04 (horário local) com "40 purificadores de água portáteis e dois kits de medicamentos e insumos enviados pelo governo federal".

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Após o descarregamento da carga, a Presidência diz que o avião "decola para o Cairo, capital do Egito, onde a tripulação vai aguardar o transporte dos brasileiros que estão na Faixa de Gaza".

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Da Ansa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou, pela primeira vez, sobre o ataque ao Hospital Baptista Al-Ahli, na cidade de Gaza. Na avaliação do presidente, o episódio é uma "tragédia injustificável" e reforçou apelo contra agressões a civis.

"O ataque ao Hospital Baptista Al-Ahli é uma tragédia injustificável. Guerras não fazem nenhum sentido. Vidas perdidas para sempre. Hospitais, casas, escolas, construídas com tanto sacrifício destruídas em instantes", escreveu Lula, em publicação no X, antigo Twitter. "Refaço este apelo. Os inocentes não podem pagar pela insanidade da guerra."

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O ataque aéreo ocorreu nesta terça-feira (17), e de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino, governado pela ala política do grupo Hamas, deixou pelo menos 500 mortos no hospital da Faixa de Gaza. Vários hospitais na Cidade de Gaza tornaram-se refúgios para centenas de pessoas, na esperança de serem poupadas dos bombardeios, depois de Israel ter ordenado que todos os residentes da cidade se retirassem para o sul da Faixa de Gaza.

O Exército israelense disse que o hospital não estava entre os seus alvos e responsabilizou, sem provas, a Jihad Islâmica, um outro grupo palestino, pelo bombardeio. As forças armadas israelenses também questionaram a credibilidade das autoridades civis em Gaza, ligadas ao Hamas, ao informarem sobre o ataque. Israel costuma afirmar ainda que lideranças do Hamas usam hospitais para se esconder e os pacientes como escudos humanos.

Na semana passada, Lula fez um apelo para que a Organização das Nações Unidas (ONU) faça uma intervenção humanitária internacional na Faixa de Gaza. Ele ainda condenou o ataque a civis e pediu um cessar-fogo em defesa das crianças israelenses e palestinas.

Centenas de palestinos morreram nesta terça-feira (17) após um míssil atingir um hospital de Gaza onde milhares de civis se abrigavam. Autoridades palestinas culparam Israel, que rejeitou a acusação e atribuiu a explosão a um foguete com defeito lançado pela Jihad Islâmica - grupo aliado do Hamas. Autoridades palestinas registraram mais de 500 mortes no local.

Enquanto os dois lados tentavam vencer a guerra de narrativas, a notícia da destruição do Hospital Al-Ahli - fundado na década de 1880 por missionários anglicanos - teve efeitos diplomáticos. O líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, declarou luto de três dias e cancelou a reunião marcada para hoje com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Amã.

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Em seguida, a Jordânia cancelou o encontro, que teria a presença do presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, e do rei Abdullah, da Jordânia. Os governos egípcio e jordaniano emitiram um comunicado condenando "nos termos mais fortes possíveis" o ataque "bárbaro" ao hospital em Gaza. Irã e Turquia usaram tons parecidos para demonstrar indignação.

A explosão que deixou mais de 500 mortos complicou os planos de Biden. O americano deve se reunir hoje com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, para transmitir seu apoio. Mas o presidente americano parece ter poucos argumentos para convencer os aliados árabes. Na Arábia Saudita, um conselheiro da família real afirmou que as negociações para normalização das relações com Israel estavam mortas.

Crise

Protestos eclodiram ontem em diversas cidades do Oriente Médio e do Norte da África. Os mais intensos foram registrados no Líbano, Tunísia, Turquia, Irã e na Cisjordânia. Em sua maioria, os atos se concentraram diante de embaixadas de Israel, EUA e França.

Em Amã, na Jordânia, manifestantes tentaram incendiar a embaixada de Israel. Imagens que circularam nas redes sociais mostraram uma multidão diante do prédio, cercado por forças de segurança. Segundo o governo jordaniano, o ato foi contido e não houve invasão.

A repercussão, no entanto, não ficou restrita ao Oriente Médio. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que o ocorrido no hospital não era "aceitável". "Existem regras nas guerras e não é aceitável atingir um hospital." Biden também se disse horrorizado com as mortes no hospital.

Escola

Uma escola da ONU foi bombardeada ontem, deixando pelo menos seis mortos e dezenas de feridos. O local atacado é um complexo de oito escolas em Al-Maghazi, região central de Gaza. Segundo a ONU, cerca de 4 mil pessoas se abrigavam nas instalações.

Palestinos que se deslocaram para o sul de Gaza após ordem do Exército de Israel cogitam voltar para suas casas no norte, em razão dos bombardeios israelenses ao sul. Israel admite os ataques, que alega terem como alvo líderes do Hamas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O papa Francisco fez um apelo nesta quarta-feira (18) aos líderes mundiais para que "façam todo o possível para evitar uma catástrofe humanitária em Gaza", onde "a situação é desesperadora", ao mesmo tempo que expressou preocupação com uma "possível ampliação do conflito".

"A possível ampliação do conflito é inquietante quando há tantas frentes de guerra abertas no mundo. Silenciem as armas, escutem o grito de paz dos pobres, das pessoas, das crianças", afirmou o pontífice em sua audiência geral semanal no Vaticano.

O papa não mencionou a explosão de terça-feira em um hospital de Gaza, que provocou centenas de mortes e uma troca de acusações entre Israel e as milícias palestinas.

"A guerra não resolve nenhum problema, apenas semeia a morte e a destruição. Aumenta o ódio, multiplica a vingança. A guerra apaga o futuro", acrescentou o jesuíta argentino diante de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

"Exorto os fiéis a tomar apenas um lado neste conflito: o da paz", acrescentou.

O papa também convidou todos os cristãos e fiéis de todas as religiões para uma jornada de oração pela paz em 27 de outubro.

O cardeal italiano Pietro Parolin (número dois da Santa Sé) propôs a mediação do Vaticano no conflito e se reuniu com os embaixadores israelense e palestino nos últimos dias.

Em sua tradicional oração do Angelus de domingo, Francisco pediu a criação "urgente" de corredores humanitários para os habitantes da Faixa de Gaza.

Israel impôs um cerco total de Gaza e bombardeia de modo incessante o território (de 362 quilômetros quadrados e 2,4 milhões de habitantes) desde o ataque letal executado contra seu território em 7 de outubro por milicianos do Hamas.

O Ministério da Saúde de Gaza disse que um ataque aéreo israelense atingiu um hospital da cidade de Gaza lotado de feridos e outros palestinos em busca de abrigo, matando centenas de pessoas. Se confirmado, o ataque será, de longe, o aéreo israelita mais mortífero em cinco guerras travadas desde 2008.

Fotos do Hospital al-Ahli mostraram fogo consumindo os corredores, vidros quebrados e partes de corpos espalhadas pela área.

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O ministério disse que pelo menos 500 pessoas foram mortas.

Vários hospitais na Cidade de Gaza tornaram-se refúgios para centenas de pessoas, na esperança de serem poupadas aos bombardeamentos depois de Israel ter ordenado que todos os residentes da cidade e áreas circundantes evacuassem para o sul da Faixa de Gaza.

O porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, disse que ainda não há detalhes sobre as mortes no hospital. "Vamos obter os detalhes e atualizar o público. Não sei dizer se foi um ataque aéreo israelense." Fonte: Associated Press.

Intensos bombardeios foram registrados na manhã desta terça-feira (17), no sul da Faixa de Gaza, nas cercanias das cidades de Khan Younis e Rafah. O governo de Israel ordenou que os palestinos buscassem refúgio na região, após a ordem para a evacuação do norte do enclave palestino, na quinta-feira (12) passada.

Relatos de testemunhas indicam que o ataque israelense teve como alvos o oeste e o sudeste de Khan Younis e o oeste de Rafah, onde milhares de palestinos e estrangeiros estão reunidos à espera da liberação da passagem para o Egito.

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Fonte: Associated Press.

À medida que os suprimentos de alimentos, água e medicamentos diminuem na Faixa de Gaza, que está sob o cerco de Israel, agências humanitárias alertam para um colapso no enclave, incluindo o risco de fome generalizada. O Programa Alimentar Mundial (PAM), da ONU, afirmou no domingo (15) que seus alimentos no enclave estão terminando.

Em entrevista à CNN, Corinne Fleischer, diretora regional da organização humanitária, declarou que o PAM está ficando sem reservas em Gaza e não consegue entrar no enclave para levar mais alimentos. "Estamos conversando com todas as partes para podermos entrar. Infelizmente, ainda não recebemos essa aprovação. Precisamos conseguir cruzar a fronteira, precisamos ter corredores de abastecimento seguros para ir aos abrigos e distribuir o comida", disse Fleischer.

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De acordo com a emissora, Fleischer afirmou que o programa ainda tem suprimentos para alimentar 1,3 milhão de pessoas. Até agora, o PAM forneceu alimentos enlatados, pão e dinheiro a 520 mil pessoas na região.

Em Gaza, palestinos têm se aglomerado em hospitais e escolas nesta segunda-feira, 16, em busca de abrigo. Mais de um milhão de pessoas fugiram das suas casas antes de uma esperada invasão terrestre israelita destinada a destruir o Hamas, depois dos seus combatentes terem atacado o sul de Israel.

Centenas de milhares de palestinos abrigados em instalações da ONU consomem menos de um litro de água por dia. Os hospitais alertam que estão à beira do colapso, com geradores de emergência que alimentam máquinas como ventiladores e incubadoras, com combustível e suprimentos de medicamentos quase esgotados para cerca de um dia.

Conforme os suprimentos diminuem, todos os olhares se voltam para a passagem de Rafah, entre Gaza e o Egito, onde caminhões que transportavam ajuda aguardavam há dias enquanto os mediadores pressionavam por um cessar-fogo que lhes permitiria entrar em Gaza e permitir a saída de estrangeiros. Rafah, a única ligação de Gaza com o Egito, foi fechada há quase uma semana devido aos ataques aéreos israelitas.

Cessar-fogo negado

O premiê israelense, Binyamin Netanyahu, negou que exista uma trégua entre Israel e o grupo terrorista Hamas. "Não há cessar-fogo, nem entrada de ajuda humanitária em Gaza em troca da saída de estrangeiros", afirmou.

O comunicado veio pouco depois de a agência Reuters divulgar uma notícia afirmando que Egito, Israel e os EUA teriam concordado com um cessar-fogo no sul de Gaza a partir das 3h desta segunda-feira, 16, para a reabertura da passagem da fronteira de Rafah. A informação havia sido dada por fontes de segurança egípcias à Reuters. (Com agências internacionais).

No sul da Faixa de Gaza, onde dezenas de milhares de palestinos estão refugiados, Assem enfrenta um dilema diário: tomar banho ou poupar a água para beber.

Com filas extensas, muitas pessoas esperaram por dias para conseguir tomar banho, depois que Israel cortou a água, a eletricidade e os alimentos desde o início da ofensiva do grupo islamita palestino Hamas sobre o território israelense em 7 de outubro.

"A água é um problema", disse Assem, que recebeu em sua casa na cidade de Khan Yunis moradores dos bairros de Rimal e Tal al-Hawa que fugiram dos bombardeios de Israel no norte da Faixa de Gaza.

"Todos os dias pensamos em como economizar água. Se você toma banho, não bebe água", lamenta o anfitrião.

Ahmed Hamid se refugiou em Rafah por alguns dias, até conseguir fugir de sua aldeia em Gaza.

"Não tomamos banho há dias, e até para ir até o banheiro temos que fazer fila", conta este pai de família de 43 anos.

Diante da possibilidade de uma ofensiva terrestre contra o território palestino, o Exército israelense determinou no sábado (14) que 1,1 milhão dos 2,4 milhões de habitantes do enclave se retirem para o sul do território.

"Não tem comida" e os preços dos poucos recursos disponíveis dispararam, reclama Hamid.

Segundo jornalistas da AFP, ver milhares de pessoas dormindo nas estradas, em jardins de hospitais e em escolas administradas pela agência da ONU para refugiados palestinos, a UNRWA, já se tornou um cenário comum nas cidades de Rafah e Khan Yunis.

"Me sinto humilhada e envergonhada. Não temos muitas roupas, a maioria delas está suja e não há água para lavá-las. Não há eletricidade, nem água, nem internet. Sinto que estou perdendo minha humanidade", disse Mona Abdel Hamid, que se refugiou com familiares em Rafah, mas depois foi "convidada" a casas de pessoas que não conhece.

- "Onde está a humanidade?" -

Embora dezenas de milhares de pessoas tenham fugido para o sul do território, a Força Aérea israelense não parou de atacar regiões do sul como Rafah e Khan Yunis, que foram bombardeadas no domingo.

"Vejam a destruição em massa. Eles dizem que aqui há terrorismo", grita Alaa al-Hams, mostrando os escombros de um bairro atacado em Rafah.

"Onde está a humanidade de que falam? Onde estão os direitos humanos? Aqui são todos civis, não estão ligados a nenhum grupo, mas morreram (nos ataques). Estão todos mortos", lamentou.

Entre as ruínas de sua casa na mesma região, Samira Hassab se questiona sobre o que fazer diante da situação.

"Para onde vamos? Onde estão os países árabes? Passamos a vida na diáspora. A nossa casa, onde viviam todos os meus filhos, foi bombardeada. Dormimos na rua e não temos mais nada", lamenta a mulher que tem uma filha com câncer e a qual não pode levar ao hospital com medo dos ataques.

Desde o ataque inédito do Hamas, que segundo as autoridades deixou mais de 1.400 mortos, Israel estreitou o cerco na Faixa de Gaza, onde os bombardeios israelenses mataram 2.750 pessoas, de acordo com representantes locais.

No domingo (15), Israel indicou que restauraria o abastecimento de água no sul da Faixa de Gaza. Embora o serviço tenha sido normalizado no município de Bani Suheila, não se sabe se o mesmo ocorreu em outras localidades da região.

Israel prosseguia nesta segunda-feira (16) concentrando tropas na fronteira com a Faixa de Gaza, território palestino governado pelo movimento islamita Hamas, onde mais de um milhão de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas nos últimos dias diante do temor de uma ofensiva terrestre israelense.

A guerra entre Israel e Hamas começou após o violento ataque do movimento extremista em 7 de outubro contra o território israelense.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas, iniciou uma intensa campanha de bombardeios na Faixa de Gaza e pediu aos civis que fujam da cidade de Gaza para o sul.

Mais de 1.400 pessoas foram assassinadas pelos ataques do Hamas em Israel, a maioria civis. As ações de represália israelenses deixaram pelo menos 2.750 mortos em Gaza, a maioria civis palestinos, incluindo centenas de crianças, segundo as autoridades locais.

O Hamas, considerado uma organização "terrorista" por Estados Unidos, União Europeia e Israel, sequestrou pelo menos 199 pessoas, de acordo com balanço atualizado divulgado nesta segunda-feira pelo Exército do Estado hebreu.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, retornou a Israel nesta segunda-feira para sua segunda visita ao país em uma semana, após uma viagem por vários países árabes.

O Exército israelense informou nesta segunda-feira que "se absteria" de atacar os corredores de saída que ligam o norte e o sul da Faixa de Gaza.

No domingo, nono dia do conflito, Israel bombardeou alvos em Gaza, enquanto os combatentes do Hamas prosseguiam com os lançamentos de foguetes contra o território israelense.

- Evacuação na fronteira libanesa -

A tensão também é elevada na fronteira norte com o Líbano. Israel começou a retirar nesta segunda-feira os moradores ao longo desta fronteira, onde os confrontos aumentaram nos últimos dias entre o movimento Hezbollah pró-Irã, aliado do Hamas, e o Exército israelense.

No domingo, um civil israelense morreu e vários ficaram feridos em Shtula, norte do país, em um ataque com mísseis do Hezbollah. O Exército respondeu e atacou instalações militares do movimento xiita libanês. A sede da Força de Paz da ONU no sul do Líbano foi atingida por um foguete.

Após os ataques aéreos e a ordem do Exército para a evacuação do norte da Faixa de Gaza, mais de um milhão de pessoas fugiram em uma semana do pequeno território de 362 quilômetros quadrados, cercado e onde vivem 2,4 milhões de palestinos.

Com poucos pertences, em motocicletas, automóveis, reboques ou burros, os palestinos fogem há vários dias para o sul.

"Sem energia elétrica, sem água, sem internet, sinto que estou perdendo minha humanidade", disse Mona Abdel Hamid, 55 anos, que fugiu para Rafah, na fronteira com o Egito.

O Exército israelense confirmou que está se preparando para a "próxima etapa" da operação de represália contra o Hamas, responsável pelo ataque mais violento em seu território desde a criação do Estado de Israel em 1948.

Na manhã de 7 de outubro, durante o Shabat, o descanso semanal judaico, centenas de combatentes do Hamas infiltraram-se em Israel por terra e ar. Eles mataram mais de mil civis e espalharam o terror, sob uma chuva de foguetes.

Em resposta ao ataque, Israel concentrou dezenas de milhares de soldados ao redor da Faixa de Gaza. O Exército anunciou que encontrou os corpos de 1.500 combatentes do Hamas.

"Estamos no início das operações militares em larga escala na cidade de Gaza", no norte do território, afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do Exército, Jonathan Conricus. "Os civis não estariam seguros se permanecessem aqui", acrescentou.

- "Risco muito grave" -

Os preparativos preocupam a comunidade internacional. No Cairo, Blinken afirmou que os aliados árabes dos Estados Unidos não desejam a prorrogação do conflito.

O apelo por calma foi reiterado pelo presidente americano Joe Biden, que alertou que uma nova ocupação por parte de Israel da Faixa de Gaza seria um "grave erro". Israel ocupou Gaza da Guerra dos Seis Dias em 1967 até 2005.

Em Gaza, sitiada desde 9 de outubro por Israel, está acontecendo uma "catástrofe humanitária sem precedentes", afirmou a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA).

"Nem uma gota de água, nem um grão de trigo, nem um litro de combustível conseguiram entrar em Gaza nos últimos oito dias", disse Philippe Lazzarini, diretor da UNRWA.

A situação continua muito difícil para milhares de refugiados.

"Todos os dias pensamos em como economizar água. Se você toma banho, não bebe água", lamenta Asem, morador de Khan Yunes, que não informou o sobrenome.

Na passagem de fronteira de Rafah, entre Egito e Gaza, a ajuda humanitária chega de vários países, mas não pode entrar no território palestino.

Rafah, o único ponto de passagem entre Gaza e o exterior que não está sob controle israelense, permanece fechado e foi bombardeado diversas vezes por caças do Estado hebreu.

A Faixa de Gaza enfrenta um bloqueio israelense por terra, ar e mar desde 2007, quando o Hamas tomou o poder o território.

O Palácio do Planalto atualizou neste domingo (15) o número e informou que um grupo de 32 pessoas permanece abrigado nas cidades de Rafah e Khan Yunis, em Gaza, aguardando autorização para cruzar a fronteira com o Egito, de onde serão trazidos para o Brasil em avião da Presidência da República. Mais cedo, o governo brasileiro havia informado que eram 28 pessoas.

De acordo com a nota, são 22 brasileiros, sete palestinos com visto temporário ou autorização de residência no Brasil e mais três palestinos parentes próximos dos brasileiros. No grupo estão 17 crianças, nove mulheres e seis homens.

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O avião da Presidência da República que resgatará o grupo está em Roma, na Itália, desde a última sexta-feira (13). A aeronave aguarda a liberação do governo egípcio.

No sábado (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, para solicitar apoio à retirada dos brasileiros que aguardam autorização para deixarem a Faixa de Gaza pela fronteira com aquele país.

Na ligação, que ocorreu às 15h10, Lula informou a al-Sissi que, assim que os brasileiros cruzarem a passagem de Rafah, serão acompanhados pelo embaixador do Brasil no Egito até o aeroporto de Arish, onde embarcarão imediatamente em aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino ao Brasil. De acordo com o Palácio do Planalto, Lula também voltou a enfatizar a importância de se criar um corredor humanitário para a saída dos estrangeiros que querem retornar a seus países.

Das 28 pessoas que ainda aguardam a abertura da fronteira com o Egito para serem resgatadas na Faixa de Gaza, 14 são crianças, de acordo com nota divulgada neste domingo, 15, pelo Palácio do Planalto. O grupo espera aval do governo egípcio para cruzar a fronteira e se deslocar até o aeroporto de Cairo, capital do país. De lá, eles retornarão ao Brasil em uma aeronave enviada pelo governo brasileiro.

De acordo com o documento divulgado à imprensa, das 28 pessoas - sendo 22 brasileiros e 6 palestinos com residência no Brasil - que aguardam resgate, seis são homens e oito mulheres, além das 14 crianças. Um grupo de 18 pessoas foi deslocado da Cidade de Gaza para Rafah, cidade que faz fronteira com o Egito, onde passou a noite em um imóvel alugado pelo Itamaraty. Já as outras 10 pessoas são moradoras de Khan Yunis, cidade palestina próxima à Rafah, e aguardam a liberação em suas casas.

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Israel segue, neste domingo (15), os preparativos para uma ofensiva no norte de Gaza, cuja população continua fugindo para o sul do enclave palestiniano, em meio aos maciços bombardeios na esteira do sangrento ataque do grupo islâmico Hamas.

Israel respondeu à incursão de 7 de outubro do Hamas, no poder na Faixa de Gaza, com bombardeios ao território, do qual o movimento islâmico continua disparando foguetes.

Na sexta-feira, o Exército israelense pediu aos civis no norte do enclave - 1,1 milhão de pessoas em uma população total de 2,4 milhões - que se deslocassem para sul e, no sábado, disse-lhes para "não demorarem".

Na noite de ontem, um porta-voz do Exército assegurou que a ofensiva terrestre não começaria no domingo por razões humanitárias.

As dezenas de milhares de soldados israelenses estacionados ao redor do enclave aguardam uma "decisão política" que lhes indicará quando iniciar a ofensiva terrestre, disseram os porta-vozes militares Richard Hecht e Daniel Hagari.

O ataque do Hamas, o pior da história de Israel, deixou 1.300 mortos, em sua maioria civis, e pelo menos 120 pessoas foram feitas reféns, segundo os militares israelenses.

Os bombardeios de Israel mataram mais de 2.300 pessoas, incluindo mais de 700 crianças, na densamente povoada e empobrecida Faixa de Gaza. Mais de 9.000 pessoas ficaram feridas, segundo as autoridades locais.

Segundo o Exército israelense, o centro de operações do movimento islâmico palestino, classificado como organização terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Israel, fica na cidade de Gaza, no norte do enclave.

- "Sentença de morte" -

O deslocamento em massa da população e a perspectiva de uma ofensiva terrestre neste território - sitiado, sem água, alimentos e eletricidade - gera grande preocupação na comunidade internacional.

No sábado, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Hussein Amir Abdollahian, alertou este sábado que "ninguém será capaz de garantir” o controle da situação se Israel invadir Gaza.

Também ontem, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que os Estados Unidos trabalham com a ONU e os países do Oriente Médio "para garantir que civis inocentes tenham acesso a água, alimentos e atenção médica". Ao presidente palestino, Mahmud Abbas, garantiu seu "total apoio" aos seus esforços para levar ajuda humanitária, "especialmente em Gaza".

A ajuda, procedente de vários países, acumula-se na fronteira do Egito com a Faixa e não chega a ser introduzida no território palestino, disseram testemunhas à AFP. O Egito controla a única entrada de Gaza que não está sob controle de Israel, a passagem fronteiriça de Rafah, que está atualmente fechada.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu acesso "imediato" da ajuda a essa pequena faixa de terra, sujeita a um bloqueio israelense desde 2006. Também se multiplicam as vezes pela abertura de corredores humanitários.

"É urgente e necessário garantir corredores humanitários e socorrer a população", declarou o papa Francisco em sua tradicional oração do Ângelus neste domingo.

Desde sexta-feira, milhares de moradores fogem com seus pertences empilhados às pressas em reboques, carroças, motocicletas e carros, em meio aos escombros, movimento que a agência humanitária da ONU já classifica como "deslocamento em massa".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu, no sábado, que a retirada forçada de mais de 2.000 pacientes de hospitais para instalações lotadas no sul de Gaza equivaleria a "uma sentença de morte".

- "Continuará" -

O Exército israelense anunciou no sábado que, durante suas incursões na Faixa, encontrou "cadáveres" de reféns sequestrados pelo Hamas. O grupo islâmico já havia anunciado que 22 "prisioneiros" morreram nos bombardeios israelenses.

Netanyahu visitou tropas israelenses perto do enclave no sábado. "Estão preparados para o que está por vir? Isso vai continuar", disse ele a vários soldados.

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, acusou Israel de "crimes de guerra" em Gaza e afirmou que se recusa a permitir que os palestinos sejam "deslocados".

O movimento palestino é, regularmente, acusado por Israel de usar civis como escudos humanos.

Neste domingo, o Exército israelense anunciou ter matado em Gaza Billal al Kedra, um comandante do Hamas responsável pelo ataque ao kibutz de Nirim, perto do enclave palestino, onde morreram pelo menos cinco pessoas, segundo a imprensa local.

Na véspera, anunciou a morte de dois comandantes militares do grupo islâmico, que, segundo o Exército, estavam entre os responsáveis pelo ataque de 7 de outubro.

Ante o risco de um conflito em nível regional, os Estados Unidos anunciaram no sábado o envio de um segundo porta-aviões ao Mediterrâneo Oriental "para dissuadir ações hostis contra Israel", segundo o secretário americano da Defesa, Lloyd Austin.

Washington também organizou uma retirada de seus cidadãos em Israel por navio do porto de Haifa para o Chipre na segunda-feira, informou a embaixada americana.

- Uma frente no norte? -

A tensão também cresce na fronteira norte de Israel com o Líbano, onde o Exército israelense anunciou, no sábado, que havia matado "vários terroristas" que tentavam se infiltrar.

O Hamas assumiu no domingo a responsabilidade por duas infiltrações em território israelense pelo Líbano e confirmou a morte de três de seus combatentes.

A troca de disparos também deixou um morto e vários feridos em solo israelense, onde a zona limítrofe foi fechada para civis. Israel também tem soldados e tanques posicionados nessa área.

Um jornalista da agência Reuters foi morto e seis outros repórteres - da AFP, da Reuters e da Al-Jazeera - ficaram feridos na sexta-feira em bombardeios na zona.

Em outra frente, Israel anunciou ter atacado a Síria com artilharia na noite de sábado, após alertas aéreos nas Colinas de Golã, anexadas por Israel em 1967.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos também anunciou que um "ataque israelense" atingiu o aeroporto de Aleppo (norte), ferindo cinco pessoas.

O governo brasileiro informou neste domingo (15) que o número total de pessoas prontas para a evacuação de Faixa de Gaza reúne 28 brasileiros e imigrantes palestinos. Ao todo, são 14 crianças, 8 mulheres e 6 homens adultos.

Desses, 10 encontram-se em Rafah - cidade palestina na fronteira com o Egito, e 18 em Khan Younes, um pouco mais ao norte. São 22 cidadãos brasileiros, 3 imigrantes palestinos e 3 palestinos com residência no Brasil, segundo a última atualização. 

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O grupo segue aguardando a abertura da fronteira e a autorização do Egito para ingresso. Uma aeronave da Presidência da República, um VC-2 com capacidade para até 40 passageiros, mais tripulantes, já está em Roma, na Itália, à espera do momento oportuno para seguir viagem para o Egito. O Ministério das Relações Exteriores reafirmou, em Brasília, que segue negociando com as autoridades egípcias para “viabilizar a entrada dos brasileiros e de seus familiares no Egito”. 

Até o momento, a operação para resgate de brasileiros de Israel já repatriou 916 pessoas e 24 pets. O quinto voo da operação Voltando em Paz chegou ao Rio de Janeiro na madrugada deste domingo.

As ações de Israel em Gaza após o ataque do Hamas foram "além do âmbito da autodefesa" e esse governo deve "cessar a punição coletiva à população", afirmou o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, conforme declarações publicadas neste domingo (15).

Wang, que fez esses comentários no sábado em um telefonema com seu homólogo saudita, o príncipe Faisal bin Farhan, disse que "nenhuma das partes deve tomar quaisquer medidas que agravem a situação, e todas as partes devem voltar à mesa de negociações o mais rápido possível", de acordo com um comunicado divulgado pela Chancelaria.

"As partes não devem tomar quaisquer medidas que levem a uma escalada da situação", insistiu Wang Yi, que insistiu na abertura de "negociações".

Mais cedo neste domingo, a emissora estatal chinesa CCTV anunciou que o enviado da China para o Oriente Médio, Zhai Jun, visitará a região na próxima semana para promover um cessar-fogo e negociações de paz.

Zhai "visitará o Oriente Médio na próxima semana para coordenar um cessar-fogo com várias partes, proteger os civis, aliviar a situação e promover conversas de paz", disse a CCTV, em um vídeo divulgado nas redes sociais.

Em entrevista à CCTV, Zhai afirmou que "a perspectiva de [o conflito] se ampliar e se estender é muito preocupante", segundo a emissora de televisão.

A reportagem da rede estatal foi transmitida no momento em que Israel se prepara para lançar uma ofensiva terrestre contra militantes do Hamas em Gaza.

Mais de um milhão de pessoas na parte norte desse território densamente povoado receberam ordens de fugir antes da anunciada incursão. Um êxodo que, segundo os órgãos de ajuda humanitária, pode desencadear um desastre humanitário. Essa faixa estreita e empobrecida, onde vivem 2,3 milhões de residentes, está sujeita a um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo desde 2006.

Nesse contexto, o secretário de Estado americano, fez um apelo ontem à China, parceira do Irã, para que use sua influência para tentar acalmar a situação no Oriente Médio. Em resposta, o chanceler Wang Yi pediu aos Estados Unidos que "desempenhem um papel construtivo e responsável" no conflito e solicitou que "se convoque uma reunião internacional de paz o mais rápido possível para promover a obtenção de um consenso amplo".

As declarações oficiais da China sobre o conflito não mencionam o Hamas, especificamente, em suas condenações à violência, o que suscitou críticas.

Os letais ataques israelenses se seguiram a uma sangrenta incursão do Hamas em 7 de outubro, na qual seus combatentes atravessaram a fronteira fortemente fortificada entre a Faixa de Gaza e Israel e mataram mais de 1.400 pessoas.

Em Gaza, as autoridades de saúde palestinas afirmaram, em seu último balanço, que a resposta de Israel deixou pelo menos 2.450 mortos. Assim como no lado israelense, a maioria era civil.

A Operação Voltando em Paz, do Governo Federal, repatriou 916 brasileiros, além de 24 pets provenientes de Israel, segundo informou a Força Aérea Brasileira na manhã deste domingo (15). O retorno seguro dos brasileiros foi feito com aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), em cinco voos planejados, com as aeronaves KC-30 e KC-390 Millennium.

Além destes, ainda ocorreu um acionamento extra, com a aeronave VC-2 cedida pela Presidência da República, que passou a integrar os esforços do Governo Federal, do Ministério da Defesa e do Ministério das Relações Exteriores para a retirada, o mais breve possível, de brasileiros em Gaza. 

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Aeronaves que já pousaram no Brasil:

KC-30 (Airbus A330 200): 211 passageiros

KC-30 (Airbus A330 200): 214 passageiros + 4 pets

KC-390 Millennium: 69 passageiros

KC-30 (Airbus A330 200): 207 passageiros + 4 pets 

KC-30 (Airbus A330 200): 215 passageiros + 16 pets 

Total: 916 passageiros e 24 pets 

Aeronave ainda sem previsão de pouso no Brasil: VC-2: está em Roma e aguarda autorização para ir ao Egito resgatar os brasileiros de Gaza.

*Da FAB 

O apresentador Luciano Huck foi comentou neste domingo (15) a iniciativa do presidente Lula (PT) ao enviar voos em uma missão de resgate dos brasileiros no Oriente Médio ante o conflito que está instalado em Israel e Gaza.

Em sua conta no X (antigo Twitter), o apresentador reconheceu as atitudes que vem tomando o presidente e que descreveu como "acertos" diplomáticos. "Só quero que o Brasil dê certo, que no futuro próximo sejamos um pais mais eficiente e afetivo. Sou crítico qdo (sic) acho necessário, mas também sei reconhecer acertos. E Lula acertou ao tomar as redeas (sic) da diplomacia para viabilizar o resgate dos brasileiros na zona de conflito em Israel e Gaza. Assim como acertou ao chamar o Hamas de terrorista, ao dialogar com os dois Estados, ao cobrar um corredor humanitário em Gaza e ao manifestar preocupação com todos os civis da região", escreveu.

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O comentário de Luciano foi logo avaliado por seus seguidores, que apoiaram a publicação e aproveitaram para alfinetar o ex-presidente Jair Bolsonaro. "Imagine Luciano se esse método diplomático, de diálogo e ajuda genuína a brasileiros tivesse ocorrido também na pandemia quantos mais poderiam ter sido salvos? Fica a reflexão", escreveu uma seguidora. 

Outro seguidor de Huck disparou que Bolsonaro sujou "sujou o nome do país no cenário internacional". "Sentiu a reação ao seu post dizendo que esforço diplomático era bla-bla-blá! Não tem como esconder que, depois de um genocida que sujou o nome do país no cenário internacional, o Brasil voltou a ter um estadista respeitado mundialmente na Presidência da República". 

Uma seguidora também corroborou sobre a atitude de Lula. "Deve estar surpreso ao ver um Chefe de Estado agindo como um Chefe de Estado né?! Não tava acostumado com um líder que se preocupa verdadeiramente com seu povo", comentou.

Operação Voltando em Paz

O Governo Lula disponibilizou aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para repatriar os brasileiros do Oriente Médio. Cinco aeronaves KC-30 e KC-390 Millennium e uma aeronave VC-2 da Presidência da República estão atuando na missão, que já resgatou 916 brasileiros e 24 pets. 

 

Palestinos deixam em massa a região norte de Gaza depois que o governo de Israel ordenou que cerca de 1 milhão de pessoas deixem a região para o sul do território. Tal fato sugere que o exército israelense pode em breve realizar uma ocupação militar na região para combater militantes do Hamas.

As Nações Unidas alertaram que a ordem para que cerca de metade da população de Gaza deixe a área em 24 horas poderá gerar uma calamidade e pediu para o governo de Israel revogá-la. Famílias em carros, caminhões e carroças puxadas por burros repletos de cobertores e outros objetos se concentravam na principal rodovia da Cidade de Gaza, em meio a bombardeios de aviões que continuam a atingir a região.

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O Hamas divulgou pela sua assessoria de comunicação que jatos israelenses atacaram carros em direção ao sul, o que provocou a morte de 70 pessoas. As forças militares de Israel informaram que tropas ingressaram em Gaza em ataques temporários para combater militantes e buscar pistas das 150 pessoas mantidas como reféns pelo Hamas, após os ataques brutais ocorridos no último fim de semana.

Embora o Hamas tenha orientado a população no norte de Gaza a ignorar a ordem de saída, muitos palestinos hesitaram e preferiram deixar a região porque não estavam seguros em permanecer lá. O território está fechado para receber alimentos, água e suprimentos médicos e está sob um virtual blackout de energia.

O ministério da saúde de Gaza informou que 1.800 pessoas foram mortas na região, sendo mais da metade menores de 18 anos ou mulheres. Os ataques do Hamas mataram 1.300 israelenses, a maioria civis.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse em pronunciamento transmitido pela televisão local que a ofensiva na Faixa de Gaza "é apenas o começo". A declaração aconteceu no anoitecer desta sexta-feira, 13.

Pouco antes da meia noite de ontem, 12, no horário local, Israel deu ordem para todos os palestinos vivendo na porção norte se retirassem da região e fossem para sul do território para "preservar vidas civis", sugerindo uma provável invasão da região. Ao menos 1,1 milhão de pessoas moram na área indicada.

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No anoitecer desta sexta, enquanto o exército se prepara para uma esperada invasão terrestre da Faixa de Gaza, Netanyahu fez a ameaça de destruir o grupo Hamas.

Israel tem atacado Gaza com ataques aéreos desde que terroristas do Hamas realizaram um ataque sem precedentes no sábado passado, matando mais de 1.300 pessoas. "Este é apenas o começo", disse Netanyahu. "Vamos sair desta guerra mais fortes do que nunca."

"Destruiremos o Hamas", acrescentou, dizendo que Israel tem amplo apoio internacional para a operação.

Área próxima a escola na cidade de Gaza onde estão 19 brasileiros foi bombardeada nesta sexta-feira (13). O grupo aguarda a ação do governo brasileiro para retirá-lo do local, que não é considerado seguro desde que Israel deu ultimato de evacuação da região norte Faixa de Gaza.

A brasileira Shahed Albanna, de 18 anos, que está no local, enviou um áudio a nossa reportagem onde é possível ouvir o som de bomba caindo próximo à escola. Em seguida, Shahed enviou vídeo onde mostra pessoas abrigadas na escola em um único cômodo, como forma de se proteger de possíveis bombas. 

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De acordo com a embaixada brasileira em Ramala, na Cisjordânia, o ônibus demorou a chegar “porque a via principal da cidade de Gaza foi bombardeada durante o trajeto, o veículo chegou bem tarde. Como já é noite, a viagem de Gaza a Khan Younis ficou perigosa. Os brasileiros passarão a noite na escola e viajarão amanhã cedo”.

Com isso, o veículo deve deixar a cidade de Gaza na madrugada desde sábado (14), considerando o horário de Brasília. O Itamaraty informou ainda que a embaixada brasileira de Tel Aviv solicitou formalmente ao Governo de Israel que não bombardeie a escola.

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil divulgou ainda que, “segundo informação colhida até agora”, há outro grupo de brasileiros querendo sair de Gaza na cidade de Khan Younis, que faz fronteira com o Egito. Entre esses, está o palestino-brasileiro Hasen Rabee, que aguarda oportunidade para deixar o local, conforme relatado à Agência Brasil.

Ordem para sair 

Israel informou aos agentes das Nações Unidas que a região norte da Faixa de Gaza, onde vivem 1,1 milhão de pessoas, deve ser evacuada em 24 horas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou para que a ordem seja revista porque não há tempo hábil para retirar todo mundo. O organismo internacional diz que teme a escalada da crise humanitária.

“Como é que 1,1 milhão de pessoas poderão atravessar uma zona de guerra densamente povoada em menos de 24 horas? Estremeço ao pensar quais seriam as consequências humanitárias da ordem de evacuação”, afirmou Martin Griffiths, Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador de Ajuda de Emergência.

Nessa quinta-feira (12), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou com o presidente de Israel, Issac Herzog, e apelou para que seja aberto um corredor humanitário que permite às pessoas saírem da Faixa de Gaza.

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