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O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, bateu boca com a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) na tarde desta quarta-feira, 6, durante uma audiência pública na Câmara. Ele afirmou que a ditadura militar brasileira foi uma contrarrevolução que evitou que o País virasse uma "grande Cuba" e que a anistia "levou uma terrorista à Presidência da República".

"Há duas visões da História do Brasil. Para mim, não foi golpe, foi contrarrevolução. Se não houvesse contrarrevolução, hoje seríamos Cuba. A sua posição é a posição que a esquerda adotou. Essa radicalização política não interessa a ninguém", disse ao responder à deputada.

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Sâmia também insistiu para que o ministro se posicionasse claramente contra as declarações feitas pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que sugeriu a necessidade de "um novo AI-5" para conter uma possível "radicalização" da esquerda no País. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo na semana passada, Heleno deu uma declaração favorável à fala do deputado. Na entrevista, o ministro comparou a dificuldade para emplacar uma regra como o AI-5 ao ritmo lento que tramita no Congresso o pacote anticrime de Sérgio Moro.

Na comissão, Sâmia lembrou os casos de tortura na ditadura e disse que Heleno, ao não condenar veementemente a ideia de um novo AI-5, "flerta com a possibilidade" de algo semelhante ser feito novamente.

"O senhor até agora não teve a oportunidade de repudiar a declaração [de Eduardo Bolsonaro]", disse. "Eu não vou repudiar, porque ele já repudiou. Ele disse que falou uma coisa que não é o que ele pensa. Não vou falar mais nada", disse. Diante da insistência da deputada, Heleno retrucou: "A senhora vai me torturar porque eu não quero falar?"

O ministro afirmou ainda que a anistia realizada após a ditadura militar "levou uma terrorista à Presidência da República e a vários cargos importantíssimos da República. Isso é questão de visão, de lado", disse fazendo referência à ex-presidente Dilma Rousseff, que foi presa e torturada durante a ditadura militar. Ela integrou a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), que deu origem à VAR-Palmares, movimento contrário à ditadura.

Heleno participou como convidado de audiência pública realizada pela comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia sobre o monitoramento dos movimentos sociais, em especial dos povos indígenas. O convite já havia sido feito ao ministro antes das declarações que ele deu na semana passada ao Estado em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Deputados do PT protocolaram nesta terça-feira, 5, mais três pedidos para convocar o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, para que ele explique declarações dadas ao jornal O Estado de S. Paulo, na semana passada, sobre a possibilidade de um novo AI-5. Esses novos requerimentos são para que ele compareça a comissões e devem ser votados pelos colegiados entre amanhã e a próxima semana. O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) já havia protocolado um pedido, que pode ser votado ainda hoje, para que Heleno seja convocado ao plenário.

Como mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, há uma articulação política de bastidores que pode resultar na aprovação da convocação em plenário. O movimento tem o aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que fez críticas a Heleno nesta segunda-feira, 4.

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O deputado Rogério Correia (PT-MG) é autor de dois dos requerimentos protocolados nesta terça-feira. Ele pede audiências com Heleno nas comissões de Direitos Humanos e na de Trabalho, de Administração e Serviço Público (CTASP), que deve pautar o requerimento já na sessão de amanhã. "O filho do presidente (Eduardo Bolsonaro) fazer uma declaração dessas como deputado é grave, agora, um general responsável por ações institucionais, que deveria estar guardando a Constituição, é apavorante", disse Correia. "Ele disse que 'tem de ver como vai fazer', ou seja, ele pensa nisso", completou.

O terceiro pedido de convocação é assinado pelo deputado José Guimarães (PT-CE). Ele quer levar Heleno à Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ).

Na entrevista concedida ao Estado, por telefone, no último dia 31 - e gravada -, Heleno não repudiou a possibilidade de "um novo AI-5". Instituído pela ditadura militar em 1968, o Ato Institucional nº 5 foi um dos mais duros daquele período, pois revogou direitos, suspendeu garantias constitucionais e delegou ao chefe do Executivo o poder de cassar mandatos parlamentares. "Não ouvi ele (Eduardo Bolsonaro) falar isso. Se falou, tem de estudar como vai fazer, como vai conduzir. Acho que, se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem de fazer alguma coisa para conter", afirmou Heleno.

Uma articulação política de bastidores, na Câmara, pode resultar na convocação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, para que ele explique declarações dadas ao Estado, na semana passada, quando saiu em defesa do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao se referir à necessidade de conter uma possível "radicalização" da esquerda no País com "um novo AI-5". O movimento para "enquadrar" Heleno tem o aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Ao cumprir agenda em Pernambuco, ontem, Maia lembrou que há um pedido de convocação do ministro, feito pelo deputado Orlando Silva (PC do B-SP), para que ele esclareça suas afirmações. "Infelizmente, o general Heleno virou um auxiliar do radicalismo do Olavo. É uma pena que um general da qualidade dele tenha caminhado nessa linha", disse o presidente da Câmara, em Jaboatão dos Guararapes, numa referência ao escritor Olavo de Carvalho, classificado como guru do núcleo ideológico do governo. "Acho que a frase dele (Heleno, sobre novo AI-5) foi grave. Além disso ainda fez críticas ao Parlamento, como se o Parlamento fosse um problema para o Brasil."

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O pedido de convocação de Heleno deve ser apreciado hoje, em reunião de líderes de partidos e, segundo apurou a reportagem, tem chance de ser aprovado. Caso isso ocorra, Heleno será obrigado a comparecer ao plenário da Câmara em um momento no qual o PSL, partido de Bolsonaro, está rachado e não tem disposição de formar uma "tropa de choque" para apoiá-lo.

"Um ministro palaciano tem de ser mais cuidadoso com o que fala", afirmou Silva ao jornal O Estado de S. Paulo. "A declaração é ainda mais grave pelo fato de ele ser um general da reserva. Muita gente imagina que se trata de uma manifestação com respaldo nas Forças Armadas e eu tenho certeza de que não é. Não se brinca com democracia", disse o deputado.

Na entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo, por telefone, no último dia 31 - e gravada -, Heleno não repudiou a possibilidade de "um novo AI-5". Instituído pela ditadura militar em 1968, o Ato Institucional n.º 5 foi um dos mais duros daquele período, pois revogou direitos, suspendeu garantias constitucionais e delegou ao chefe do Executivo o poder de cassar mandatos parlamentares. "Não ouvi ele (Eduardo Bolsonaro) falar isso. Se falou, tem de estudar como vai fazer, como vai conduzir. Acho que, se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem de fazer alguma coisa para conter", afirmou Heleno.

Diante da repercussão negativa e da ameaça de colegas de levá-lo ao Conselho de Ética, o próprio Eduardo recuou de suas afirmações e pediu desculpas. Antes, Bolsonaro chegou a desautorizar o filho, sob o argumento de que quem fala em AI-5 só pode estar "sonhando".

Logo depois, no Twitter, Heleno disse que suas afirmações haviam sido deturpadas. "Lamentável. AI-5 é coisa do passado", escreveu o general. Para o autor do requerimento de convocação, o chefe do Gabinete de Segurança Institucional terá a "oportunidade" de se "explicar" ao plenário da Câmara. "O ministro diz que a imprensa mente ou altera o sentido das palavras ditas por autoridades do governo. Ele terá a chance de se explicar, dizer o que significa ‘estudar’ a proposta absurda de Eduardo Bolsonaro de reeditar um novo AI-5 e dar loas à democracia", afirmou Silva, sem esconder uma pitada de ironia.

Aliados de Bolsonaro estranharam ontem a irritação de Maia com Heleno, que é um dos principais conselheiros do presidente, e até mesmo com Eduardo. Em conversas reservadas, dois parlamentares do PSL disseram que o ministro não tem qualquer relação com Olavo. O próprio presidente manifestou incômodo com o fato de Maia ter voltado a criticar as atitudes de seus filhos e também o governo.

Na semana passada, Maia divulgou nota na qual considerou as declarações de Eduardo como "repugnantes" e mencionou até mesmo a possibilidade de punição. Líderes de 18 partidos da oposição entraram com queixa-crime contra Eduardo no Supremo Tribunal Federal e avisaram que pedirão a cassação do seu mandato. "A apologia reiterada a instrumentos da ditadura é passível de punição pelas ferramentas que detêm as instituições democráticas brasileiras. Ninguém está imune a isso. O Brasil jamais regressará aos anos de chumbo", destacou o presidente da Câmara.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, afirmou nesta quinta-feira (29) que a Amazônia é objeto de cobiça internacional por conta de seus recursos naturais e biodiversidade. Heleno discursou na Escola Naval, no Rio de Janeiro, durante o Congresso Acadêmico sobre Defesa Nacional.

"É irresponsável acharmos que a Amazônia não é objeto de cobiça internacional. O mundo tem uma crise, e ela é vastamente comentada, uma crise de alimentos, uma crise de matéria-prima, de commodities", disse ele. "A Amazônia é vista como um depósito de futuras conquistas do ser humano. Então, é óbvio que há ambições claras em relação a Amazônia".

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Para Heleno, o presidente francês Emmanuel Macron fez ofensas ao governo brasileiro por interesses políticos em um contexto em que enfrenta problemas internos em seu país.

"Ele está transferindo para os incêndios na Floresta Amazônica todos os problemas da humanidade", disse Heleno, ao afirmar que é necessário dar uma atenção muito grande à conservação, mas que as preocupações foram "colocadas de forma exagerada". "Não podemos aceitar que o Brasil seja difamado mundialmente por uma jogada política, por interesse de um político, que não é o interesse nem do seu país nem o interesse da Europa".

A jornalistas, o general afirmou na saída do evento que ainda não pode fazer uma avaliação oficial sobre a operação de combate aos focos de incêndio, mas disse que as notícias que tem recebido são de que os resultados são positivos.

"Pelo que a gente sabe por notícias que chegam, a operação está sendo um sucesso e conseguindo o objetivo principal que é neutralizar as queimadas, que não são da amplitude nem da gravidade que vinha sendo anunciado".

 

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, defendeu nesta segunda-feira, 8, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e disse que o vazamento de conversas ilegais se deu porque o ex-juiz é o "símbolo do Batman contra o Coringa".

"Um homem desses ser colocado na parede por gente que tem pavor dele? O cara quando ouve falar em Moro quer morrer, né?", disse Heleno, sem citar nomes. "Aquilo ali é o símbolo do Batman contra o Coringa. E os caras querem ver o Batman na parede. E começam a inventar que a conversa dele com o procurador é ilegal. Um juiz não pode conversar com um procurador, mas muitos podem conversar com o advogado de defesa, receber em casa para jantar".

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Heleno, que falou a empresários em palestra em Belo Horizonte, se referia aos diálogos divulgados pelo site The Intercept Brasil, que passou a publicar supostas trocas de mensagens entre Moro e procuradores da Lava Jato em Curitiba. Essas mensagens sugerem a intervenção do então juiz federal na condução da operação, inclusive com a indicação de possíveis testemunhas.

Ao falar sobre a importância do projeto anticrime proposto por Moro e a criminalidade no País, Heleno citou período em que morava no Rio de Janeiro e fazia percurso diário entre São Cristóvão e Realengo. "Avisei ao meu motorista, se acontecer alguma coisa, se defenda, porque eu vou me defender. Não chego na delegacia fardado de general e digo 'fui roubado'", contou.

O general negou ser o principal conselheiro do presidente Jair Bolsonaro, e disse que a imprensa exagera neste sentido. "Tenho a vantagem de ser o mais velho. O Brasil é muito grande. Há vários conselheiros".

Ao longo da palestra, no entanto, o general relatou vários momentos em que fica clara a relação entre os dois. Foi convidado por Bolsonaro para almoçar, quando o então deputado federal decidiu disputar o Palácio do Planalto, além de ter sido consultado sobre o convite que o então presidente eleito fez a Moro para o cargo.

Nos últimos dias, no episódio mais recente, Bolsonaro conversou com o general sobre a ida ontem, 7, ao Maracanã, para a final da Copa América. "Se perder, você vai virar o Mick Jagger da política", disse Heleno, em alerta que afirma ter dado ao presidente. Jagger ganhou a pecha de pé frio ao comparecer em estádios e ver perder equipes para as quais torce ou que são dos locais onde o jogo está sendo realizado.

O ministro classificou a reforma da Previdência como fundamental para o Brasil. "Já ouvi de parlamentares essa barbaridade: 'se votar a Previdência com essa economia que o Paulo Guedes (ministro da Economia) tá pedindo, Bolsonaro está reeleito'. Heleno disse ter retrucado: "Você está pensando em reeleição do Bolsonaro em vez de pensar no seu País? Pensa nisso depois. Depois derruba o Bolsonaro. Primeiro, aprova a previdência".

O ministro do Gabinete Institucional de Segurança (GSI), general Augusto Heleno, afirmou nesta sexta-feira (6) que a pessoa a quem ele tem subordinação direta é o presidente Jair Bolsonaro (PSL). A fala de Heleno vem em forma de resposta às críticas que recebeu do vereador Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente.

Carlos chegou a lançar suspeitas sobre Heleno à frente do GSI após o episódio envolvendo um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) transportando 39 quilos de cocaína, descobertos em um aeroporto da Espanha.

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“Bolsonaro foi muito claro em dizer: ‘tenho absoluta confiança no GSI’. Essa é a manifestação que eu escuto”, declarou Heleno, complementando que não pode ser responsabilizado pela falha com relação à cocaína.

O general Augusto Heleno também disse que “o GSI não é o responsável por esse material que entra, que não vai para a aeronave do presidente”. Por fim, o ministro disse não deve respostas ao filho do presidente. 

A deputada federal e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores Gleisi Hoffmann alfinetou nesta segunda-feira (1) o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e membros do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

A parlamentar afirmou que o General Heleno, ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, ainda não explicou como aconteceu a entrada dos 39kg de cocaína no avião da Força Aérea Brasileira (FAB).

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“General Heleno, que até agora não explicou falha de segurança e a entrada de 39 kg no avião da presidência, participava dos atos que defendiam o fechamento do Congresso e STF. É isso mesmo? O senhor está de acordo com essas ideias antidemocráticas?”, questionou.

Hoffmann seguiu assegurando sua ideia de que Sergio Moro fez parte de uma Lava Jato parcial. “Moro também apoiou os atos e virou refém da extrema-direita e de um governo que não tem compromisso com a democracia. Não adianta tentar se blindar usando os apoiadores de Bolsonaro. A parcialidade da Lava Jato está sendo provada e a verdade vencerá”, opinou.

O general Augusto Heleno chegou na manhã deste sábado (18) ao Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, para se encontrar com o presidente Jair Bolsonaro.

Heleno chegou dirigindo o próprio carro e tirou foto com três apoiadores que estavam na porta do palácio na manhã deste sábado.

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O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, ficou irritado quando jornalistas o questionaram sobre o motivo de a comitiva do governo brasileiro ter visitado Israel sem considerar uma passagem pelo lado palestino, como fez o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando esteve na região. "Não vamos comparar, não. Pelo amor de Deus, tchau. Não comparem coisas heterogêneas", disse, saindo do hotel onde está hospedado.

Sobre o fato de a visita ao lado palestino não constar da agenda, ele disse que "nem se pensou nisso". Para ele, não se trata de um desequilíbrio e comparou dizendo que, também houve uma viagem presidencial ao Chile, mas que não esteve presente na Argentina, por exemplo. "Tem uma outra época para ir", disse. "Querem fazer ilações que não são corretas", continuou, acrescentando que há também a questão de tempo, pois não se pode ficar por um período muito extenso fora do Brasil.

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Antes disso, o general havia dito que a visita da comitiva presidencial era mais do que uma cortesia, quando foi perguntado sobre se a viagem tinha esse caráter, até porque Israel passará por eleições gerais no início do próximo mês, ou se havia algum anúncio a ser feito localmente entre as partes. "Fator cortesia tem um componente desse tipo, mas aqui temos outros assuntos a tratar. Nos interessa essa aproximação com Israel, sem que isso signifique um afastamento da comunidade árabe. Isso tem que ficar muito claro", pontuou.

O ministro não quis falar sobre uma possível retaliação de países árabes a produtos brasileiros, como o da carne de frango, por exemplo, com a aproximação com Israel. "Isso não é assunto meu, é do ministro (das Relações Exteriores) Ernesto Araújo e do presidente (Jair Bolsonaro)", desconversou.

Ao assumir nesta quarta-feira (2) o cargo de ministro-chefe do Gabinete Institucional (GSI), o general Augusto Heleno disse que a ex-presidente Dilma Rousseff, cassada após um processo de impeachment, em 2016, destruiu o sistema de inteligência no País. O novo titular do GSI afirmou, ainda, que o governo de Jair Bolsonaro terá um "trabalho penoso" pela frente.

"Esse sistema foi recuperado pelo general Etchegoyen e foi derretido pela senhora Rousseff, que não acreditava em inteligência", declarou Heleno, na solenidade de transmissão de cargo, ao elogiar o general Sérgio Etchegoyen, responsável pelo GSI no governo de Michel Temer.

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No Salão Nobre do Palácio do Planalto, houve burburinho na plateia. Muitos riram. Em seu rápido discurso, Heleno também disse estar integrado a uma "equipe excepcional" e unida. "Temos um trabalho que será penoso, mas que, tenho certeza, nos conduzirá a novo destino", comentou o novo ministro do GSI.

O agora ex-ministro general Etchegoyen destacou o trabalho feito durante o governo Temer. "Se o título do governo que se encerrou poderia ser crise, seu lema foi coragem", disse Etchegoyen. Segundo ele, a maior manifestação do governo Temer foi rejeitar a trilha percorrida tantas vezes do populismo irresponsável.

Etchegoyen também destacou que o presidente Jair Bolsonaro foi eleito por uma população que acredita em valores diferentes do que se apregoava e elogiou a escolha do general Heleno para o cargo.

O general de Exército da reserva Augusto Heleno, futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, comparou na tarde deste domingo, 30, a proibição de acesso a armas de fogo ao veto a que motoristas possam conduzir automóveis por causa de acidentes de trânsito. Heleno afirmou que "não tem conhecimento jurídico" para comentar a intenção do presidente da República eleito, Jair Bolsonaro, de mudar a norma em vigor por meio de decreto presidencial, facilitando a posse de armas a cidadãos sem antecedentes criminais.

"Isso já foi diversas vezes anunciado pelo presidente. Já houve inclusive manifestação do juiz Sergio Moro (futuro ministro da Justiça) dizendo que ele acha viável que isso seja tratado em nível legal", afirmou Heleno, durante entrevista no Palácio do Planalto. "A posse da arma, desde que seja concedida a quem está habilitado legalmente, e essa habilitação legal virá por meio de algum instrumento, decreto, alguma lei, alguma coisa que regule quem terá direito à posse da arma, ela se assemelha à posse de um automóvel. Está em torno de 50 mil (o número) de vítimas de acidente de automóvel. Se formos considerar isso, vamos proibir o pessoal de dirigir. Ninguém pode dirigir, ninguém pode sair de casa com o carro, porque alguém está correndo o risco de morrer porque o motorista é irresponsável."

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Sem citar estatísticas precisas, o general refutou o argumento de que a facilitação do acesso a armas de fogo poderá aumentar a criminalidade: "Os dados são muito polêmicos, em relação a outros países".

Pelo Twitter, que tem usado como canal de divulgação de informações, o presidente eleito afirmou ontem que pretende garantir a posse de arma de fogo aos cidadãos sem antecedentes criminais por decreto, assim como tornar o registro do armamento definitivo - atualmente o registro é temporário, sendo necessária a renovação.

"Por decreto pretendemos garantir a posse de arma de fogo para o cidadão sem antecedentes criminais, bem como tornar seu registro definitivo", prometeu Bolsonaro. "A expansão temporal será de intermediação do Executivo, entretanto outras formas de aperfeiçoamento dependem também do Congresso Nacional, cabendo o envolvimento de todos os interessados", escreveu.

O futuro ministro, que é um dos principais conselheiros do presidente eleito, afirmou que a posse de armamentos é uma forma de defesa da população. "Essa história de posse e porte de arma já foi estabelecida pelo presidente como uma de suas promessas de campanha e a posse da arma é um atributo que muitos países concedem aos cidadãos para sua defesa, da família e da propriedade", declarou Heleno, em entrevista.

O general da reserva do Exército Augusto Heleno reafirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que o candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, decidiu não ir a debates previstos para o segundo turno das eleições 2018 por questão de segurança. De acordo com o general, houve uma "ameaça de atentado terrorista" contra o candidato articulada por uma "organização criminosa". Na quarta-feira, 24, Augusto Heleno havia dado essa informação durante reunião em Brasília. O vídeo foi divulgado em redes sociais.

O Estado apurou que dados da inteligência do governo federal confirmam a existência das ameaças. Essas informações foram repassadas ao candidato há mais de uma semana, e a segurança de Bolsonaro foi reforçada por temor de um novo atentado.

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O general afirmou que a ida a debates, com horário marcado, é uma ameaça à integridade do candidato. Segundo Augusto Heleno, a recomendação dada a Bolsonaro foi de que "toda vez que fosse sair de casa, teria de ter um vasculhamento" no entorno e que "jamais saísse de casa com hora marcada".

"O comparecimento ao debate, que muita gente está vinculando a um medo dele debater com o Haddad (Fernando Haddad, candidato do PT), não se trata disso. É que ele está realmente ameaçado, e não é com mero tiro de sniper. É um atentado terrorista onde tem uma organização criminosa, que eu não vou citar o nome por motivos óbvios, comprovado por mensagem, por escutas telefônicas. Isso é absolutamente verídico. A saída dele, em qualquer horário, com hora marcada, é um risco", afirmou o general no vídeo, gravado na quarta-feira, quando ele almoçou na Confederação Nacional do Transporte (CNT).

Ao Estado, ele disse que a gravação foi sem sua autorização, mas confirmou a autenticidade. "Falei em pé, cinco minutos para esclarecer o reforço da segurança do Bolsonaro. O vídeo foi gravado ontem (quarta). Sem meu conhecimento na CNT", justificou. "Os petistas disseram que era armação para que ele não fosse aos debates. Daí a divulgação das ameaças", comentou.

Por causa dessa preocupação, caso Bolsonaro vença as eleições, terá um esquema de segurança no seu entorno, em formato diferente do que existe atualmente. Bolsonaro foi convidado para participar do debate nesta sexta-feira, na TV Globo, mas cancelou sua ida, alegando que ainda está convalescendo do atentado que sofreu em 6 de setembro, quando foi atingido por uma facada em ato de campanha em Juiz de Fora. Desde então, mesmo após ter alta do hospital, o candidato tem se apresentado apenas por meio de entrevistas e mídias sociais.

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