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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, 24, que contratar obras como viadutos e pontes é fácil, mas governar para negros e pobres é difícil. Antes, no mesmo discurso, ele havia dito que governar não é difícil.

"Governar um país não é difícil se o governante souber para quem ele quer governar. Se ele souber e não esquecer de onde ele veio e para onde ele vai voltar", declarou o presidente da República em discurso no Palácio do Planalto.

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No mesmo pronunciamento, o presidente da República disse que a elite econômica e política do País não se preocupa se há alguém isolado e segregado com hanseníase.

Pouco depois, declarou o seguinte: "Eu queria que vocês compreendessem que governar para pobre, governar para negro, governar para a periferia, governar para pessoas com deficiência, governar para pessoas que compõem a maioria desse País, que são as pessoas que labutam das 5 da manhã às 10h da noite para ganhar o pão de cada dia... para governar esse País é muito difícil".

"Muito fácil é contratar um viaduto, muito fácil é contratar uma ponte. Se bem que tudo isso é muito importante para o País. Muito fácil é contratar até uma ferrovia. Muito fácil até fazer uma universidade. Difícil é você lembrar que tem gente que não vai usar essa estrada, que não usar essa ferrovia, que não vai nessa universidade, e que você precisa ir até elas para dizer 'se vocês não podem vir até mim, eu venho até vocês'", declarou o presidente da República.

O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, disse nesta sexta-feira, 25, que o setor bancário vai apoiar a governabilidade. Além disso, ele afirmou que a pauta dos bancos não está ligada ao governo de plantão.

"Independentemente do governo que sai e do novo que chegará, nossa obsessão será perseverar na direção de os bancos funcionarem como alavanca para o crescimento sustentável", disse Sidney, na abertura do encontro anual de dirigentes do setor.

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O ex-ministro Fernando Haddad, citado para a Fazenda do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva, está presente ao encontro representando Lula. Ele deve fazer um discurso aos presentes.

"A pauta do setor não está vinculada a ideologias dos nossos governantes. Vamos contribuir com a institucionalidade e a governabilidade do País", complementou Sidney.

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirmou, nesta segunda-feira (27), que os atos desse domingo (26), em defesa do governo Jair Bolsonaro (PSL), serviram para agravar a crise entre o presidente e o Congresso Nacional. Na avaliação do psolista, “figuras do Congresso foram achincalhadas” durante as manifestações que receberam a anuência de Bolsonaro, que "não preza por relações institucionais".

“Essa manifestação não ajuda o governo, ao contrário da avaliação que o presidente faz. O papel de qualquer governo tem que ser o da mediação e do debate político, você ganha por um setor, mas se governa para todos. A impressão que a gente tem é que o Bolsonaro continua em campanha, a mais longa da história”, avaliou Freixo em entrevista ao LeiaJá, antes de participar de um debate, no Recife, com integrantes do PSOL local e movimentos sociais sobre a conjuntura política nacional.

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Freixo disse que Bolsonaro conhece bem os mecanismos legislativos e, por isso, deveria ter outra postura diante das Casas Legislativas federais. O deputado argumentou também que Bolsonaro confunde mediação com concessões e se “vitimiza” diante do seu eleitorado.

“Por mais que se tenha críticas ao Congresso, eu também tenho críticas ao Congresso, quem tá governando tem que ter mecanismos de diálogo. Bolsonaro ficou 30 anos no Congresso. Ele conhece bem o Congresso, o que ele aprendeu? Ele não é um outsider. Ele ganha uma eleição como antissistêmico e antipetista. Antipetista ele sempre foi, mas antissistêmico nunca. Ele sempre foi subsistêmico, do baixo clero da Câmara”, ressaltou.

Para o deputado federal, o argumento usado por ‘bolsonaristas’ de que deputados e senadores não estão deixando o presidente governar é diluído justamente porque, segundo o psolista, o “insucesso” de Bolsonaro se deve a dois motivos: falta de propostas e de uma boa relação entre os poderes.

“Por um lado a proposta do governo de manifestação ontem é dizer o seguinte: ‘não estão deixando a gente governar’. Mas, na verdade, o insucesso do governo vem por dois elementos, na minha opinião, primeiro que não tem propostas, pautas decisivas não são tocadas, há uma ausência de governabilidade e, segundo, uma crise de governabilidade pela falta de relação entre os poderes. A manifestação agrava a situação”, ponderou o carioca.

Para Freixo, Bolsonaro “precisa agora é de um plano de governo”. “Qual é a proposta para a saúde pública? E a ambiental? É só liberar agrotóxico? Qual é a proposta para a educação pública? O ministro da Educação, por exemplo, foi para a audiência da Comissão de Educação [na Câmara dos Deputados] falou 45 minutos e não disse uma proposta e eu perguntei para ele”, detalhou.

“É um governo difícil de se defender que não tem propostas. Tem a reforma da previdência, mas o próprio Bolsonaro não é defensor. Rodrigo Maia é mais comprometido com a proposta do que o próprio Bolsonaro. Só olhar no Twitter quantas vezes ele tuitou sobre a reforma da previdência”, acrescentou.

Indagado sobre uma comparação entre os atos desse domingo, que segundo levantamento do site G1 ocorreu em mais de 150 cidades e o de 15 de maio, que atingiu mais de 220 cidades contra a gestão do presidente Jair Bolsonaro diante da educação, Marcelo Freixo disse que não há comparações e ressaltou que todas as manifestações de rua são legítimas.

“Não tem necessariamente que serem comparados. Um protesto foi a favor da educação, misteriosamente tem gente que se coloca contra a educação. O protesto a favor da educação pública não era de um partido, era bem amplo e só aconteceu por conta dos desatinos do ministro da Educação. Não só dos cortes, porque não é o primeiro governo que corta,mas principalmente pela forma como foi feito, marcado por fanatismo. Sem dúvida nenhuma isso levou uma massa muito grande às ruas, que não tem comparação com o que aconteceu ontem. Mas a manifestação [desse domingo] é legítima. A rua tem que sempre ser legítima”, disse.

Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes está no Recife, na manhã desta segunda-feira (19), e participa de um debate promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais de Pernambuco (LIDE-PE) sobre "os desafios para a governabilidade" no Brasil. 

A participação de Mendes no debate acontece dias depois de ele ser alvo de mais um pedido de impeachment, desta vez após ser o voto decisivo para a absolvição da chapa Dilma-Temer.

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Políticos e empresários de diversos ramos participam do evento, entre eles o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), que articulou a vinda do ministro; o vereador do Recife, André Régis, e o ex-governador João Lyra Neto, ambos do PSDB.

Durante a abertura do evento, o presidente do LIDE no Estado, Draiton Nejaym, destacou a participação do ministro do Supremo Tribunal Federal no evento enquanto está no "centro" do cenário de crise política nacional. Além disso, o jornalista pontuou que o LIDE é favorável às reformas trabalhista e previdenciária.

Gilmar Mendes fará uma palestra de quarenta minutos e logo depois deve conceder entrevista coletiva à imprensa.

O jogo de xadrez da política nacional não para. Após livrar-se da cassação, juntamente com a ex-presidente Dilma Rousseff, no TSE, o presidente Michel Temer agora busca por condições para seguir com as pautas de seu governo. Mas não são poucos os atravancos que se interpõem no caminho do peemedebista. A baixa popularidade e o envolvimento de várias peças importantes para o Planalto em esquemas de corrupção ainda podem impedir que Temer consiga chegar ao final de 2018 no cargo.

O cientista político Adriano Oliveira avalia o cenário atual e analisa os próximos movimentos das peças que compõe esse tabuleiro. Acompanhe mais um Minuto Político no vídeo a seguir.

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O ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS), afirmou nesta segunda-feira (31), durante almoço com empresários em São Paulo, que seu partido permanece comprometido com a manutenção da governabilidade, apesar da pressão exercida por grupos menores dentro da legenda. "Existe uma pressão interna de um grupo considerável no partido, mas minoritário, para que o PMDB se declarasse independente", afirmou Padilha. "No entanto, o compromisso do PMDB é com a governabilidade. A maioria do PMDB quer manter o status quo."

Ele também negou que o PMDB irá deixar o conselho político e acrescentou que o vice-presidente Michel Temer deu a sugestão para criar um conselho mais amplo, com representação de partidos da base, para ouvir outras posições políticas.

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Padilha afirmou que permanecerá "mais 15 ou 30" dias atuando no varejo da articulação política do governo e que depois disso a Secretaria de Relações Institucionais não precisará mais existir. "Essa é uma secretaria (SRI) que, a rigor, não tem mais muita razão de existir neste governo. Estamos ultimando a questão dos cargos no terceiro escalão. No segundo escalão já está tudo definido. Quando isso estiver concluído, não vai mais se falar de cargo, a menos que morra alguém."

A partir de amanhã, segundo o ministro, ele passará a dar meio expediente na Secretaria de Aviação Civil e meio na Articulação Política "para que a memória não seja perdida e as tratativas não sejam desfeitas".

"De agora em diante, as emendas são impositivas. Não tem mais como escolher se eu pago ou não para ti", afirmou. Na semana passada, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) deixou as negociações de varejo com o Congresso Nacional, tarefa em que era auxiliado por Padilha.

Reforma administrativa

A respeito da possível união de sua pasta com o Ministério dos Transportes, em uma eventual reforma administrativa do governo, Padilha disse ver a iniciativa "com bons olhos". Segundo o ministro, existem condições para que essa ideia seja colocada em prática com eficiência. "Não vamos perder eficácia na aviação civil se, por ventura, vier a ser parte de um ministério maior."

Padilha ainda destacou que o setor de aviação e aeroportos não perderia com a eventual extinção da secretaria, uma vez que o segmento é bastante atuante, com empresários e parceiros de nível internacional interessados no setor.

Para o ministro, a concessão aeroportuária e o projeto dos aeroportos regionais poderá ser "a grande marca do governo Dilma". Ele voltou a destacar que dentro do contexto de reestruturação da Infraero serão criadas duas subsidiárias, Infraero Serviços e Infraero Participações e que, a partir da criação da Infraero Serviços, haverá a garantia do estabelecimento de um sistema de gestão para os aeroportos regionais. "Eles precisam de uma âncora forte. A Infraero Serviços seria a âncora que poderia atendê-los. Esses 270 aeroportos regionais representam 270 polos de desenvolvimento em todo o País", afirmou.

Um pacto de governabilidade a favor da presidente Dilma Rousseff, negociado por forças políticas como o PMDB e até, de modo informal, pelo PSDB, é a melhor solução para a crise política, diz o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações do governo Fernando Henrique Cardoso, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias da Agência Estado.

Em sua avaliação sobre os impactos da crise política sobre a economia nos próximos meses, Mendonça de Barros diz que o País vive duas crises: uma gerada pelo fim do modelo de crescimento calcado no consumo. A outra causada pelo fim da hegemonia política do PT, que durou 14, 15 anos. Passadas as eleições, diz o economista, a economia entrou num ajuste que já deveria ter começado há mais tempo. "A crise política foi gerada pela frustração com a economia e agravada pela Lava Jato. Teremos a atividade em dificuldades por pelo menos mais um ano, decorrência normal do ajuste econômico.", afirma.

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Mendonça de Barros admite que a crise econômica pode ficar mais prolongada por causa da crise política. "dentro desse quadro que ocorre a crise advinda do fim da hegemonia política do PT e da falta de governabilidade que se estabeleceu no governo Dilma", diz. Agora, segundo ele, o que começa a aparecer é que há uma tentativa de construção de governabilidade enquanto a economia sofre pelo ajuste. "Estamos no início do que seria esse 'acordão'. Claramente, há uma consciência de boa parte da sociedade de que não é hora de provocar ruptura institucional. E seria interessante que Dilma tivesse condições de gerir o ajuste econômico até os frutos, que vão aparecer.", completa.

Impeachment

Em relação aos pedidos de impeachment da presidente Dilma nas manifestações, ele avalia que, por enquanto, não há motivo para isso. Hoje, diz, há três opções para lidar com essa crise dupla: um grupo defende dar o mínimo de governabilidade para a presidente continuar o ajuste por mais um ano e meio. Outro acha que a estabilização da governabilidade deve ir um pouco mais longe, chegando às eleições de 2018. E um terceiro avalia que já existem motivos para interromper o governo e gerar, ninguém sabe direito como, uma nova governabilidade. "A solução mais correta e adequada é um pacto de governabilidade para a presidente.", afirma. Poderiam participar desse pacto o PMDB, a base aliada e "talvez o PSDB, se não formalmente, informalmente."

Questionado sobre se o ex-presidente FHC e o senador José Serra apoiariam, Mendonça de Barros devolve a questão: "Ah, não sei... Você vai perguntar para eles." E o próprio Mendonça de Barros, defende isso? "Acho que sim. Mas essa governabilidade fica na dependência de não aparecer algum crime envolvendo a presidente. Numa democracia, na hora em que existe um fato concreto e é conhecido um crime, não é possível dizer: ‘Ah, não, então continua mais um pouco porque preciso de governabilidade’.

Pedaladas

Mendonça de Barros diz que as diferenças entre as pedaladas fiscais de FHC e Dilma está no fato de que, na poca do FHC, havia uma grande dificuldade em manter o orçamento como estava na lei orçamentária, porque a atenção do governo estava voltada para a estabilização. Já em relação às pedaladas de Dilma, segundo ele, ficou uma coisa institucional. "Não é mais uma situação com que se depara no fim do exercício, por um crescimento menor que o previsto. No caso de Dilma, os gastos que foram pedalados não eram obrigatórios, eram voluntários, de programas sociais. O mais grave, o que diferencia a pedalada do FHC das de agora, é o caráter da legalidade. A pedalada de FHC não poderia ser classificada como ilegal", completa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O programa do PT que vai ao ar em rede nacional de rádio e TV na noite desta quinta-feira (6) fará um apelo pela governabilidade. Com a linha argumentativa de que uma crise política é muito mais grave que uma crise econômica, o programa traz frases de mea-culpa do governo, mas chama a população a defender a "democracia".

A presidente Dilma Rousseff aparece dizendo que este ano é de "travessia" para levar o Brasil a um "lugar melhor". "Sei que muita coisa pode melhorar. Tem muito brasileiro sofrendo, mas juntos vamos sair desta", diz.

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Mesmo sem citar diretamente as articulações políticas em curso para barrar o mandato da presidente e sem usar em qualquer momento a palavra "impeachment", o programa petista diz em tom de alerta que é preciso evitar que a crise política ameace a democracia e traga mais sofrimento ao País, como ocorreu na ditadura militar. "A ditadura militar, por exemplo, foi resultado de uma crise política e durou 21 anos. Será que tumultuar a política traz solução para a economia?", questiona um dos apresentadores do programa.

"Sei suportar pressões e até injustiças. Eu tenho o ouvido e o coração neste novo Brasil que não se acomoda, que não se satisfaz com pouco", diz Dilma. E reforça a mensagem de estar "ao lado" do povo. "Estou do lado de vocês. Este é o meu caminho, por ele seguirei."

Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma no programa de TV que problemas econômicos se resolvem com políticas corajosas "e não com oportunismo". Lula argumenta que, apesar dos problemas enfrentados, o Brasil de hoje é muito melhor. "Nosso pior momento ainda é melhor para o trabalhador do que o melhor momento dos governos passados. Nosso maior ajuste ainda é menor do que os ajustes que eles fizeram", diz o ex-presidente, numa referência aos governos do PSDB. "É mais fácil chegar a um porto seguro com quem já foi capaz de enfrentar a crise e fazer o Brasil avançar na tormenta, sempre protegendo os que mais precisam."

Lula destaca que ele também precisou fazer ajustes econômicos enquanto presidente e que as medidas resultaram em um Brasil "muito melhor"; "É mais fácil chegar a porto seguro com quem já foi capaz de enfrentar a crise", afirma Lula

Oportunismo

O programa exibe fotos do senador Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, e de outros políticos que defenderam abertamente o afastamento de Dilma, como os senadores do DEM José Agripino (RN) e Ronaldo Caiado (GO), o líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio, e o presidente do Solidariedade, deputado Paulinho da Força. As imagens são seguidas pela mensagem "não se deixe enganar pelos que só pensam em si mesmos".

O presidente do PT, Rui Falcão, também aparece no programa e faz o mesmo apelo pela governabilidade chamando ao "juízo" da oposição. "Aos que não se conformam com as derrotas nas urnas, só pedimos uma coisa: juízo, pois o povo saberá defender a grande conquista de todos os brasileiros: a nossa nova e vibrante democracia."

O apresentador do programa, o ator José de Abreu, abre a peça dizendo que em uma crise há dois caminhos, o da esperança e o do pessimismo. E exalta a ação dos governos petistas para evitar que a crise chegasse ao Brasil nos últimos anos. "Mas será que o governo errou ao tentar evitar de todas as maneiras que a crise arrombasse a porta dos brasileiros? Aqui pra nós, não é melhor a gente não acertar em cheio tentando fazer o bem do que errar feio fazendo o mal?"

No programa, o PT admite que a crise existe, mas reforça o discurso dos avanços do País com os governos do Lula e Dilma, citando marcas como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, Prouni e Fies, e destacando a redução da desigualdade social.

 

Vacina contra o panelaço

Dirigido pelo marqueteiro João Santana, o programa do PT comenta o "panelaço" esperado para o momento em que a propaganda for ao ar. "Nos últimos tempos começaram a dar uma nova utilidade às panelas", observa o locutor, mostrando pessoas protestando desta forma. "A gente não tem nada contra isso, só queremos lembrar que fomos o partido que mais encheu a panela dos brasileiros. Se tem gente que se encheu de nós, paciência: estamos dispostos a ouvir, corrigir, melhorar. Mas, com as panelas vamos continuar fazendo o que a gente mais sabe: enchê-las de comida e de esperança. Esse é o panelaço que gostamos de fazer pelo Brasil."

A presidente Dilma Rousseff convidou os 27 governadores, aí incluídos os da oposição, para tentar trabalhar um "pacto pela governabilidade". A reunião será na próxima quinta-feira. Dilma decidiu chamá-los por conta da grave crise política e econômica que o País enfrenta. O objetivo principal é tentar pedir ajuda aos governadores de todos os partidos para que atuem junto às suas bancadas no Congresso, no início do segundo semestre, com objetivo de aprovar as medidas pendentes do ajuste fiscal, a repatriação de recursos e outras medidas que poderiam ter impacto na melhoria das contas públicas.

Embora não admita publicamente, o movimento, na prática, passa pela tentativa de isolar o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se declarou inimigo número um do Planalto e das medidas que o governo quer ver aprovadas. Alguns dos governadores ligados a Dilma defendem que, da reunião, possa sair também um apoio político à presidente, em contrapartida ao movimento de oposicionistas que querem o seu afastamento do governo.

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"Dilma foi eleita em um processo democrático, está há poucos meses a frente de um novo governo, vive a impopularidade, mas outros políticos já viveram, como Fernando Henrique Cardoso. Eu mesmo, durante meus primeiros dois anos de governo. Mas não vejo motivos para que ela saia. Impedir um governo de governar é um golpe", disse o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD).

O chefe do Executivo do Estado do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), também defendeu o diálogo de colegas de diferentes partidos com o governo. "Nada impede a gente de sentar e conversar. O que falta no País é conversa. Nesse ponto, (o vice-presidente) Michel Temer tem um papel preponderante, é o melhor interlocutor, com o Congresso, com os governadores", afirmou.

O governador fluminense tem insistido na defesa de Dilma e na tese de que o PMDB tem responsabilidade de garantir a sustentação do governo. Ao contrário de Cunha, que rompeu com a presidente e prega que o PMDB deixe o governo o mais cedo possível, Pezão defende que o partido mantenha o apoio a Dilma até abril de 2018, prazo para que os candidatos nas eleições daquele ano deixem os cargos.

"Estou sempre falando em governabilidade porque é dessa maneira que vamos enfrentar a crise, retomar o desenvolvimento econômico. A gente tem o vice-presidente, tem que ajudar o governo. Não tem que sair. Meu ponto de vista é que devemos ficar até abril de 2018. Não há problema em estar no governo e, no prazo da desincompatibilização, lançar candidato próprio a presidente", sustentou.

'Fantasia'. A tese do diálogo, no entanto, não encontra respaldo entre muitos chefes de Executivo estadual. Um dos governadores consultados pelo Estado, que preferiu falar sem ser identificado, disse que a proposta "não encontrará apoio entre muitos governadores porque as posições são muito heterogêneas". "É uma fantasia", classificou, ressaltando, no entanto, que considera viável que se discutam pontos de convergência de interesses dos estados e do Planalto com os governadores. Há assuntos, por exemplo, como a reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que interessam a alguns, mas que são contestados por outros, que são beneficiados hoje pela guerra fiscal.

"Precisamos de responsabilidade, serenidade e compreensão de todos", disse um interlocutor direto da presidente, ao comentar que a iniciativa da reunião certamente ajudará a melhorar o clima no país e a desanuviar a crise política. Esse auxiliar direto lembra que a ajuda dos governadores neste momento é "fundamental" e ela é benéfica não só para o Planalto, mas para eles também. O governo federal lembra que grande parte das obras que puderam ser realizadas nos Estados foram possíveis por causa da ajuda financeira do Executivo federal. Da mesma forma, os financiamentos externos que os governadores pediram precisaram de aval federal. Agora, então, seria a hora de todos se juntarem para tirar o País da crise. A mobilização dos governadores junto às suas bases para garantir a aprovação de medidas de impacto econômico no Congresso vai ser o principal apelo que a presidente fará. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Eleito com um discurso contra a "hegemonia" do PT, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou em seu primeiro pronunciamento como presidente da Câmara dos Deputados que houve tentativa de interferência do Executivo no processo sucessório da Casa, mas prometeu que não haverá "sequelas" ou "batalhas" e que o governo terá a sua governabilidade. "O Parlamento pela sua independência sabe reagir e reagiu no voto", disse. "A disputa se encerra na hora da apuração."

Cunha, um desafeto do Palácio do Planalto que derrotou o petista Arlindo Chinaglia (SP) já no primeiro turno, adotou um tom conciliador e de aproximação com o governo. "Nunca falamos que seríamos oposição. Também não falamos que seríamos submissos e não seremos submissos", afirmou. "O governo sempre terá, pela sua legitimidade, a governabilidade que a sua maioria poderá dar, no momento em que ela for exercida e se for exercida", discursou o peemedebista, destacando que estava transmitindo palavras de "tranquilidade" e de "serenidade".

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Ele também descartou que a Câmara será um "palco eleitoral ou de disputa".

Prioridades

Além de prometer, mais uma vez, votar o mais rápido possível o chamado Orçamento Impositivo, mecanismo pelo qual o Executivo é obrigado a pagar as emendas parlamentares individuais, Cunha citou outras duas prioridades: rever o pacto federativo, de modo a dar um respiro a Estados e municípios diante da concentração de recursos na União, e implantar a reforma política.

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