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Os serviços de internet e celular começaram a retornar em Gaza neste domingo (29) após uma grande interrupção, segundo moradores, uma operadora de telefonia móvel e um observador externo dos fluxos globais de dados. Gaza perdeu quase toda a conectividade na sexta-feira (27) e os civis ficaram isolados do mundo exterior. O apagão quase total dificultou os serviços de emergência, incluindo ambulâncias tentando alcançar os feridos, disseram grupos humanitários.

Quando o acesso à internet retornou, alguns residentes em Gaza postaram mensagens nas mídias sociais dizendo que estavam vivos. Outros compartilharam fotos e vídeos do que disseram ser vítimas do pesado bombardeio de Israel na sexta-feira.

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Alguns moradores relataram, no entanto, que a conectividade permaneceu irregular. Jawwal, uma operadora de rede em Gaza, disse hoje que o acesso fixo, móvel e à internet está sendo gradualmente restaurado no território. Alp Toker, diretor da Netblocks, uma organização independente que rastreia os fluxos de internet, reforçou que o serviço estava retornando aos níveis vistos antes das greves de sexta-feira, embora permanecesse abaixo dos níveis vistos antes de 7 de outubro, quando o conflito eclodiu.

Fonte: WSJ

A representação do Brasil em território palestino conseguiu contato neste sábado, 28, com brasileiros que estão abrigados nas cidades de Rafah e Khan Younes, em Gaza. À reportagem, o embaixador Alessandro Candeas disse que, apesar do medo, todos estão seguros. A embaixada está oferecendo recursos para a compra de mantimentos, já que os preços, segundo Candeas, quase triplicaram em decorrência da guerra.

"Conseguimos hoje contato com os brasileiros de Rafah e Khan Younes. O motorista contratado pelo nosso escritório também foi a Khan Younes verificar in loco a situação. Apesar do clima permanente de tensão e medo, todos os brasileiros estão bem, com alimento, água e gás para os próximos dias. Pediram que comprássemos alguns mantimentos a mais, para o que estamos disponibilizando recursos", disse o embaixador, ao reforçar que continuará monitorando a situação nas duas cidades.

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O Brasil aguarda autorização para cruzar a fronteira com o Egito, de onde os abrigados nas cidades em Gaza serão trazidos ao País em avião da Presidência da República. No total, 34 pessoas pediram ajuda para sair da região, das quais 18 estão em Rafah e 16 em Khan Younes.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, na manhã desta quinta-feira, 26, de grupo criado com famílias de reféns e desaparecidos de brasileiros e israelenses que estão em Israel, em decorrência do ataque do grupo Hamas no último dia 7. A organização, denominada Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos, foi criada para pressionar o governo de Israel e a comunidade internacional para obter a libertação das pessoas.

Conforme mostrou o Estadão/Broadcast, após Estados Unidos e Rússia terem fracassado na tentativa de resolução da guerra, membros eleitos do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o que inclui o Brasil, estão se movimentando para tentar um caminho alternativo e emitir uma resolução sem a bênção dos integrantes permanentes (que incluem ainda China, França e Reino Unido). Quatro resoluções já foram barradas no órgão até o momento.

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O presidente cancelou compromissos nesta manhã para focar no debate com o grupo. Participam do compromisso diplomatas de diversas nacionalidades, o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e a assessora especial da Presidência da República, Clara Ant.

De acordo com a apuração, o presidente está ouvindo os relatos feitos pelas famílias e debatendo com sua equipe o que o governo brasileiro pode fazer pela libertação dos reféns.

Inicialmente, Lula ia oferecer café da manhã aos jornalistas às 10h30. Contudo, minutos antes da agenda, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do Palácio do Planalto informou que o compromisso foi adiado para sexta-feira, 27. A videoconferência com as famílias de brasileiros e israelenses teve início às 9h30.

Os militares israelenses disseram que suas tropas e tanques entraram brevemente no norte de Gaza, atingindo vários alvos militantes enquanto uma incursão terrestre mais ampla se aproximava após mais de duas semanas de guerra.

Os ataques aéreos israelenses devastaram partes da Faixa de Gaza, deixando bairros em escombros e hospitais com dificuldades para tratar feridos, à medida que os recursos estão cada vez menores.

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O ataque ocorreu depois que a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que está à beira de ficar sem combustível, a forçando a reduzir drasticamente os esforços de socorro no território bloqueado. E o Conselho de Segurança da ONU falhou novamente na abordagem da guerra entre Israel e o Hamas, rejeitando resoluções rivais dos Estados Unidos e da Rússia.

O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse na quinta-feira (25) que mais de 7 mil palestinos foram mortos até agora - mais de três vezes o número de palestinos mortos na guerra de seis semanas em Gaza em 2014. Na Cisjordânia ocupada, mais de 100 Palestinos foram mortos na violência e em ataques israelenses após o ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel. A Associated Press não conseguiu verificar de forma independente o número de mortos citado pelo Hamas, que afirma contabilizar números dos diretores de hospitais.

Os combates mataram mais de 1.400 pessoas em Israel, segundo autoridades israelenses, a maioria civis que morreram no ataque inicial do Hamas. Fonte: Associated Press.

O Exército de Israel lançou nesta terça-feira, 24, panfletos sobre a Faixa de Gaza em que oferece recompensa e proteção para quem der informações sobre o paradeiro de reféns do Hamas. Conforme o governo de Israel, pelo menos 220 pessoas, de várias nacionalidades, estão com o grupo terrorista desde 7 de outubro.

Em árabe, os folhetos diziam, de acordo com tradução da BBC: "Se a sua vontade é viver em paz e ter um futuro melhor para os seus filhos, faça uma ação humanitária imediatamente e compartilhe informações verificadas e valiosas sobre os reféns detidos na sua área". "Os militares israelenses garantem que investirão o máximo esforço para fornecer segurança para você e sua casa, e você receberá uma recompensa financeira. Garantimos total confidencialidade", acrescenta o panfleto, que tem um número de telefone e um celular que pode ser contatado pelos aplicativos de mensagens WhatsApp, Telegram ou Signal.

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De acordo com analistas, o movimento do governo de Israel tenta conciliar o objetivo declarado dos israelenses de "aniquilar o Hamas" e salvar a vida dos reféns. De acordo com o jornal britânico The Guardian, o ambiente urbano arruinado por bombardeios, a presença de um grande número de civis, a falta de informações claras e o uso de uma vasta rede de túneis tornam as operações para retomada dos reféns muito difíceis.

Inteligência

Além de contar com informantes, os militares de Israel vão ainda tentar obter informações com membros do Hamas que foram capturados nas incursões na Faixa de Gaza.

Autoridades de Israel afirmaram que os ataques, as restrições ao fornecimento de combustível, alimentos e outros bens de primeira necessidade também fazem parte da estratégia para pressionar o Hamas a libertar os reféns. Nas ONU, Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, apelou ao Hamas "para libertar os reféns imediata e incondicionalmente".

O Hamas já disse que os reféns poderiam ser trocados por alguns ou mesmo por todos os milhares de palestinos nas prisões em Israel. Já Khaled Meshaal, proeminente líder do Hamas, disse à Sky News que os reféns seriam libertados se Israel parasse de bombardear Gaza. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério das Relações Exteriores confirmou nesta segunda-feira (23) que foi informado sobre o desaparecimento de mais um cidadão brasileiro durante os conflitos no Oriente Médio, entre Israel e o grupo terrorista Hamas. De acordo com o Itamaraty, o desaparecimento de Michel Nisembaum, de 59 anos, foi confirmado pela Embaixada do Brasil em Tel Aviv com as autoridades locais.

Nisembaum está desaparecido desde o dia 7 de outubro, quando o Hamas invadiu o sul de Israel. Na ocasião, 1,4 pessoas morreram e mais de 200 foram sequestradas pelos terroristas. Ainda não há mais informações sobre o desaparecimento do brasileiro, como o momento do último contato e onde ele estava no momento do ataque.

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Três brasileiros morreram durante os confrontos na região da Faixa de Gaza: Ranani Glazer, Bruna Valenu e Karla Stelzer. Os três estavam em uma rave no sul de Israel que foi alvo do ataque inicial dos terroristas do Hamas no dia 7 de outubro. Segundo o balanço do Ministério das Relações Exteriores, três israelenses com ascendência brasileira também morreram na guerra.

O Hamas deve liberar pelo menos 50 reféns com dupla cidadania ainda nesta segunda-feira (23), em troca de combustível, afirmam veículos da mídia israelense. Fontes informaram com exclusividade ao i24News que membros da Cruz Vermelha já estão a caminho para a transferência, que ocorrerá na área de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.

O número foi revelado a princípio em uma reportagem do New York Times no período da manhã, que especificava detalhes sobre uma negociação mediada por autoridades dos Estados Unidos e do Catar, conforme um oficial militar sênior de Israel. O acordo, porém, não previa liberação mais ampla de civis.

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No período da tarde, o i24News confirmou a operação e informou que, para que o acordo seja concluído nas próximas horas e a Cruz Vermelha chegue até os 50 reféns, nenhum bombardeio israelense ocorreu em Gaza nas últimas horas, de acordo com fontes.

Ao Haaretz, uma fonte familiarizada com as negociações disse que o número de reféns libertos pelo Hamas pode ser abaixo de 50 e que este número não fazia parte das negociações.

Também ao Haaretz, um membro do governo israelense disse que "Israel não participará da seleção para a libertação de reféns com passaporte estrangeiro".

Um bebê prematuro se contorce em uma incubadora de vidro na enfermaria neonatal do Hospital al-Aqsa, no centro da Faixa de Gaza. Ele chora quando linhas intravenosas são conectadas ao seu minúsculo corpo. Um ventilador o ajuda a respirar enquanto um cateter administra medicamentos e monitores mostram seus frágeis sinais vitais.

A sua vida depende do fluxo constante de eletricidade, que corre o risco de acabar iminentemente, a menos que o hospital consiga obter mais combustível para os seus geradores. Uma vez que os geradores param, o diretor do hospital, Iyad Abu Zahar, teme que os bebês da enfermaria, incapazes de respirar por conta própria, morram. "A responsabilidade sob nós é enorme", disse.

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Médicos que tratam bebês prematuros em Gaza sofrem com medos parecidos. Pelo menos 130 prematuros estão sob "risco grave" nas seis unidades neonatal, disseram trabalhadores humanitários. A perigosa escassez de combustível é causada pelo bloqueio de Israel a Gaza, que começou - juntamente com ataques aéreos - depois de os terroristas do Hamas atacarem cidades israelitas no dia 7 de outubro.

Pelo menos 50 mil mulheres grávidas em Gaza estão sem acesso a serviços de saúde essenciais, e cerca 5,5 mil devem dar à luz no próximo mês, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Sete dos quase 30 hospitais foram forçados a parar devido a danos causados pelos ataques israelenses e à falta de energia, água e outros suprimentos. Os médicos dos demais hospitais disseram que estão no limite. A agência da ONU para refugiados palestinos disse no domingo (22) que tem combustível suficiente para três dias para atender às necessidades críticas.

"O mundo não pode simplesmente olhar enquanto esses bebês são mortos pelo cerco a Gaza... A omissão de ação equivale a condenar estes bebês à morte", disse Melanie Ward, diretora-executiva do grupo de ajuda Assistência Médica aos Palestinos.

Nenhum dos 20 caminhões que entraram em Gaza no sábado, 21, o primeiro desde o cerco imposto por Israel, continha combustível, em meio aos temores israelenses de que o caminhão acabe nas mãos do Hamas. Fornecimentos limitados de combustível dentro de Gaza estavam sendo enviados para geradores hospitalares. Mas eventualmente o combustível acabará se não for permitida a entrada de mais pessoas.

Tarik Jašarevic, um porta-voz da OMS, disse que 40 mil galões de gasolina são necessários para oferecer serviços básicos nos cinco principais hospitais de Gaza.

Abu Zahar se preocupa com quanto tempo suas instalações poderão resistir. "Se o gerador parar, o que esperamos que ocorra nas próximas horas devido às fortes demandas dos diversos departamentos do hospital, as incubadoras da unidade de terapia intensiva ficarão em situação muito crítica", disse.

Guillemette Thomas, coordenadora médica dos Médicos Sem Fronteiras nos territórios palestinos, disse que alguns dos bebês podem morrer dentro de horas, e outros em alguns dias, se não receberem os cuidados especiais e os medicamentos de que necessitam urgentemente.

"É certo que estes bebês estão em perigo", disse. "É uma verdadeira emergência cuidar deles, assim como é uma emergência cuidar da população de Gaza que sofre com estes bombardeios nas últimas duas semanas."

Nesma al-Haj trouxe a sua filha recém-nascida de Nuseirat para um dos hospitais. A menina nasceu há três dias, mas logo desenvolveu complicações. "O hospital carece de suprimentos", disse ela, falando de al-Aqsa. "Temos medo de que, se a situação piorar, não sobrará nenhum medicamento para tratar os nossos filhos."

Os problemas são agravados pela água contaminada que muitos foram forçados a usar desde que Israel cortou o abastecimento de água. Abu Zahar diz que as mães estão misturando fórmulas infantis com água contaminada para alimentar seus bebês, o que contribui para o aumento de casos críticos na enfermaria.

No Hospital Al-Awda, uma instalação privada no norte de Jabalia, nascem quase 50 bebês quase todos os dias, disse o diretor do hospital, Ahmed Muhanna. O hospital recebeu ordem de esvaziamento dos militares israelenses, mas continuou funcionando.

"A situação é trágica em todos os sentidos da palavra", disse ele. "Registramos um grande déficit em medicamentos de emergência e anestésicos", bem como em outros suprimentos médicos.

Para racionar os suprimentos cada vez mais escassos, Muhanna disse que todas as operações programadas foram interrompidas e que o hospital dedicou todos os seus recursos a emergências e partos. Casos neonatais complexos são enviados para Al-Aqsa.

Al-Awda tem combustível suficiente para durar no máximo quatro dias, disse Muhanna. "Apelamos a muitas instituições internacionais, à Organização Mundial de Saúde, para que abasteçam os hospitais com combustível, mas sem sucesso até agora", disse ele.

Guillemette Thomas disse que as mulheres já deram à luz em escolas geridas pela ONU, onde dezenas de milhares de pessoas deslocadas procuraram abrigo. "Essas mulheres estão em perigo e os bebês estão em perigo neste momento", disse ela. "Essa é uma situação realmente crítica." Fonte: Associated Press.

Ao menos três ministros israelenses consideram a possibilidade de deixar o cargo para forçar o premiê do país, Benjamin Netanyahu, a assumir suas responsabilidades pelo ataque surpresa efetuado pelo Hamas no início de outubro.

A informação foi divulgada pelo site Ynet, do jornal Yediot Ahronot, mas os nomes dos políticos supostamente envolvidos no assunto não foram mencionados.

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De acordo com uma pesquisa de opinião publicada pelo veículo de comunicação, 75% das pessoas que participaram da enquete afirmam que o primeiro-ministro israelense é o culpado pelo país ter sido alvo de um ataque surpresa do grupo fundamentalista islâmico Hamas. 

Em sua edição desta segunda-feira (23), o Yediot Ahronot acrescentou que existem tensões entre Netanyahu e as Forças Armadas de Israel. 

"Israel necessita de uma liderança mais eficaz e focada nos objetivos que precisa alcançar", diz o periódico, acrescentando que o premiê "guarda ressentimento em relação aos comandantes do Exército". 

O ex-primeiro-ministro de centro-direita Yair Lapid, principal figura da oposição de Israel, culpou Netanyahu pelo "fracasso imperdoável" de não ter conseguido evitar a ofensiva do Hamas que já matou milhares de pessoas. 

Já o renomado historiador e filósofo Yuval Noah Hararai, em uma coluna de opinião, comentou que o premiê "deve assumir imediatamente a responsabilidade".

Da Ansa

O oitavo voo de repatriação de brasileiros procedentes de Israel chegou ao Brasil na madrugada desta segunda-feira (23). A aeronave KC-30 (Airbus A330 200), da Força Aérea Brasileira (FAB), pousou às 4h no Rio de Janeiro). Ao todo, 209 brasileiros que estavam em áreas de conflito, além de nove animais de estimação, deixaram Tel Aviv, capital de Israel.

De acordo com o último balanço do governo federal, desde 10 de outubro, 1.410 brasileiros, três bolivianas e mais de 50 animais domésticos foram transportados do território israelense para o Brasil. Outra aeronave, um VC-2 (Embraer 190) da Presidência da República, está no Cairo, capital do Egito, aguardando autorização para resgatar brasileiros.

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No último domingo (22), o Ministério das Relações Exteriores informou, em nota, que, tendo em conta as condições locais atuais e a operação regular do aeroporto de Ben Gurion, em Tel Aviv, não estão previstos voos adicionais para brasileiros em Israel.

Ainda segundo o Itamaraty, há um grupo de 30 brasileiros e familiares diretos que aguardam retirada da Faixa de Gaza, abrigado nas localidades de Khan Younis e Rafah, nas proximidades da fronteira com o Egito. “O governo brasileiro, por meio do Escritório de Representação do Brasil em Ramala, mantém permanente contato com eles”.

Quase 100.000 pessoas participaram em uma manifestação neste sábado (21) em Londres para pedir o "fim da guerra em Gaza" e expressar apoio aos palestinos, duas semanas após o início da guerra entre Israel e o grupo islamista Hamas.

Milhares de manifestantes, com cartazes e bandeiras palestinas, caminharam pelo bairro de Marble Arch, no centro da capital britânica, aos gritos de "Palestina Livre". O protesto interrompeu o trânsito na região.

O conflito começou depois do brutal ataque do grupo islamista palestino no território israelense, que matou mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, segundo as autoridades de Israel.

O Exército de Israel respondeu com bombardeios incessantes contra a Faixa de Gaza, onde mais de 4.300 pessoas morreram, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, un território palestino governado pelo Hamas.

A polícia de Londres informou que 100.000 manifestantes estavam reunidos em Marble Arch às 14H00 (11H00 de Brasília).

Quase mil agentes das forças de segurança foram mobilizados.

"Viemos dar nosso apoio, não podemos ficar calados, acompanhar as notícias e não fazer nada", declarou à AFP Mariam Abdul-Ghani, estudante de 18 anos cuja família é natural dos Territórios Palestinos.

O Egito sedia neste sábado (21), na capital Cairo, uma cúpula de paz sobre o conflito no Oriente Médio, evento que reúne líderes de diversos países, mas não conta com a presença de Israel nem de representantes de alto escalão dos Estados Unidos.

A reunião acontece no dia da abertura da fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito em Rafah para a entrada das primeiras ajudas humanitárias à população palestina desde o início da guerra, porém enquanto o número de mortos segue crescendo.

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Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, 4.385 pessoas já morreram em bombardeios de Israel, sendo 1.756 menores de idade e 976 mulheres, enquanto outras 13.561 ficaram feridas.

O governo israelense, por sua vez, reporta que mais de 1,4 mil indivíduos - em sua maioria civis - foram assassinados durante a incursão sem precedentes deflagrada pelo Hamas em 7 de outubro, ataque que deu início ao atual conflito.

"Além da fronteira, há 2 milhões de pessoas que precisam de ajuda. Sou grato ao Egito pelo papel que teve e lanço um apelo por uma trégua humanitária", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante a cúpula do Cairo. "É hora de colocar fim a esse pesadelo que ameaça as crianças, é preciso aplicar o direito internacional e evitar ataques contra civis, escolas e hospitais", acrescentou.

Por sua vez, o presidente do Conselho Europeu (principal órgão político da União Europeia), Charles Michel, cobrou esforços para interromper o conflito e proteger os civis, porém reiterou o "direito de defesa de Israel, que deve ser exercido no quadro do direito internacional". "É nossa responsabilidade trabalhar sem descanso para evitar a disseminação desse conflito", disse.

Já a premiê da Itália, Giorgia Meloni, afirmou que o "terrível ataque do Hamas atingiu civis indefesos com uma brutalidade sem precedentes" e deve ser condenado "sem ambiguidade".

"A impressão que eu tenho é que o objetivo do Hamas fosse obrigar Israel a uma reação contra Gaza para criar um abismo intransponível entre países árabes, Israel e o Ocidente, comprometendo a paz para todos os cidadãos envolvidos, inclusive aqueles que ele diz defender. Os alvos somos todos nós, e cair nessa armadilha seria muito, muito estúpido", acrescentou.

Meloni também pediu a libertação imediata dos 210 reféns mantidos pelo Hamas, incluindo italianos, e defendeu esforços para evitar a escalada da crise e promover a solução dos dois Estados.

Além disso, alertou que um país pode sempre reivindicar o "próprio direito a se defender", mas "não pode jamais ser motivado por sentimentos de vingança". "Um Estado funda sua reação em precisas razões de segurança, e estou confiante de que essa seja a vontade de Israel", ressaltou.

Durante a cúpula, a premiê da Itália se reuniu com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas. Em seguida, Meloni irá a Israel para se encontrar com o premiê Benjamin Netanyahu e o presidente Isaac Herzog.

O Brasil também foi convidado para a cúpula e enviou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que condenou os "ataques terroristas do Hamas", mas também cobrou de Israel o "respeito ao direito internacional". 

*Da Ansa

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, condenou neste sábado (21) os "ataques terroristas perpetrados pelo Hamas", mas cobrou que Israel respeite o direito internacional, em discurso na cúpula de paz promovida pelo Egito.

O evento reúne líderes de diversos países no Cairo, mas não conta com representantes de alto escalão de Israel nem dos Estados Unidos, que são contra a instituição de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza.

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"O governo brasileiro condena inequivocamente os ataques terroristas perpetrados pelo Hamas em Israel em 7 de outubro, bem como a tomada de reféns civis. Brasileiros estão entre as vítimas, e três deles foram assassinados em Israel", declarou Vieira em sua intervenção na cúpula.

Em seguida, o chanceler disse que o Brasil também têm cidadãos que aguardam para ser evacuados de Gaza, "enquanto assistimos com alarme à deterioração da situação humanitária na região, especialmente a escassez de suprimentos médicos, comida, água, eletricidade e combustível".

"Israel, como potência ocupante, tem responsabilidades específicas no âmbito dos direitos humanos internacionais e do direito humanitário. Estas devem ser cumpridas em qualquer circunstância", alertou o ministro.

Segundo Vieira, "o impasse no processo de paz, a estagnação social e econômica que prevalece há muito tempo em Gaza, a contínua expansão dos assentamentos israelenses nos territórios ocupados, a violência contra civis, a destruição de infraestrutura básica e as violações do status quo histórico dos locais sagrados em Jerusalém" se combinam para "gerar um ambiente social e cultural que põe em risco a solução de dois Estados e gera ódio, violência e extremismo".

O chanceler também criticou indiretamente os Estados Unidos pelo veto a uma resolução apresentada pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU em defesa de "pausas humanitárias" na guerra.

"Lamentavelmente, o Conselho de Segurança foi incapaz de aprovar uma resolução em 18 de outubro. Apesar disso, os muitos votos favoráveis que a resolução recebeu - 12 de um total de 15 - são evidência do amplo apoio político para uma ação veloz do Conselho. Acreditamos que essa visão é compartilhada pela maioria da comunidade internacional", ressaltou.

O ministro representou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se recupera de uma cirurgia no quadril.

*Da Ansa

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, classificou nesta sexta-feira, 20, os ataques do Hamas como "loucura e terrorismo", e disse que a reação de Israel é "insana" no conflito no Oriente Médio. Ele deu as declarações em cerimônia de comemoração dos 20 anos do Bolsa Família.

Lula segue se recuperando da cirurgia que fez no quadril para corrigir uma artrose, e participou da solenidade por videoconferência de dentro do Palácio da Alvorada.

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O presidente do Brasil dizia que o Bolsa Família protege crianças brasileiras da fome, e usou o assunto como gancho para falar sobre a guerra no Oriente Médio.

"Eu queria prestar solidariedade às crianças que morreram na guerra da Rússia e da Ucrânia e as que estão morrendo agora nessa luta insana entre o Hamas e o Estado de Israel. Não é possível tanta irracionalidade, tanta insanidade", disse Lula. "Eu fico lembrando que 1.500 crianças já morreram na Faixa de Gaza. Que não pediram para o Hamas fazer o ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel. Mas também não pediram que Israel reagisse de forma insana e matasse eles. Exatamente aqueles que não têm nada a ver com a guerra", declarou.

E destacou: "Precisamos propor, em alto e bom som, em nome da vida das nossas crianças, a gente propor paz, a gente propor a racionalidade de que o amor possa vencer o ódio, de que a gente não resolve o problema com bala, a gente não resolve o problema com foguete."

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira (19) que a guerra contra o grupo terrorista Hamas será longa. "Esta é a guerra moderna contra os bárbaros, os piores do planeta. Será uma guerra longa", apontou Netanyahu, durante pronunciamento ao lado do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, que está em Israel.

Sunak reiterou apoio do Reino Unido a Israel em meio ao conflito com o grupo terrorista Hamas. "Quero que vocês saibam que o Reino Unido e eu estamos com vocês", disse ao desembarcar em Tel Aviv. O premiê também se encontrou com o presidente de Israel, Isaac Herzog. O líder britânico deve visitar outros países da região.

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O primeiro-ministro do Reino Unido ressaltou que Israel tem o direito de se defender de acordo com o direito internacional, além de reforçar a sua segurança. "Sei que vocês estão tomando precauções para evitar ferir civis, em contraste direto com os terroristas do Hamas, que procuram colocar os civis em perigo", completou o premiê britânico. Sunak também afirmou que os palestinos são vítimas do grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

Antes de partir para a sua viagem, Sunak prometeu que o Reino Unido examinaria de forma independente a explosão no Hospital al-Ahli, em Gaza. "Qualquer perda de vidas inocentes é uma tragédia terrível. (…) Não devemos fazer julgamentos precipitados antes de termos todos os fatos sobre esta terrível situação", disse ele antes da visita.

Chanceler britânico viaja pelo Oriente Médio

O chanceler britânico, James Cleverly, está numa viagem de três dias pelo Oriente Médio, onde deverá realizar reuniões com líderes de toda a região para discutir a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, segundo informou o seu gabinete em um comunicado.

Cleverly, que visitou Israel na semana passada, tem um encontro marcado com autoridades governamentais no Egito, na Turquia e no Catar "para ajudar a evitar que o conflito se espalhe pela região e para buscar uma resolução pacífica", segundo o comunicado do chanceler. Ele disse que não era do interesse de ninguém que outros países entrassem na guerra.

"Estou me reunindo com homólogos de Estados influentes na região para pressionar pela calma e estabilidade, facilitar o acesso humanitário a Gaza e trabalhar em conjunto para garantir a libertação de reféns", disse Cleverly, que iniciou a sua viagem na quarta-feira (18).

Ajuda humanitária

Em pronunciamento na segunda-feira, 16, Sunak afirmou que o governo do Reino Unido aumentou em um terço a ajuda humanitária do país aos palestinos, com o fornecimento de 10 milhões de libras adicionais (61,2 milhões de reais).

"Devemos apoiar o povo palestino, já que também é vítima do grupo terrorista Hamas", declarou o líder do governo conservador perante o Parlamento.

Sunak também informou um novo número de pelo menos seis britânicos mortos e dez desaparecidos nos ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro. (Com agências internacionais).

Israel autorizou nesta quarta-feira (17) a entrada de ajuda humanitária em Gaza a partir do Egito, após pressão de aliados internacionais, principalmente do presidente dos EUA, Joe Biden, que esteve ontem em Tel-Aviv reunido com o premiê, Binyamin Netanyahu. A decisão acaba com dez dias de cerco total ao enclave em um conflito que já matou 4,6 mil pessoas - 1,4 mil israelenses e 3,2 mil palestinos.

O governo de Israel, porém, impôs uma condição: carregamentos limitados que não devem chegar às mãos do Hamas - embora não se saiba como os militares israelenses fariam esse controle. O acordo foi anunciado por Biden. Antes de embarcar de volta para os EUA, ele falou por telefone como presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, que deu sinal verde para a operação.

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Segundo Biden, o Egito permitiria a entrada de 20 caminhões de ajuda humanitária como um teste, mas sem dizer quando. "Se os militantes do Hamas interceptarem a ajuda, ela será encerrada. Mas, se não o fizerem, o Egito deixará entrar mais suprimentos", disse o presidente americano.

Apoio

O Egito é o único país - além de Israel - que faz fronteira com Gaza, por isso qualquer decisão deve passar necessariamente pelo aval do Cairo. O governo egípcio, por enquanto, se mantém irredutível quanto a abrir a passagem para refugiados. Sissi teme que os palestinos sejam impedidos de voltar futuramente ao enclave.

Ontem, Sissi afirmou que a presença de palestinos no Sinai, do lado egípcio da fronteira, criaria um outro problema: caso eles disparassem foguetes contra Israel, o Egito estaria sujeito a eventuais bombardeios israelenses. O presidente do Egito, no entanto, sugeriu que não se oporia à criação de campos de refugiados de Gaza no Deserto de Negev, dentro de Israel, para esvaziar o enclave e facilitar uma invasão por terra.

A decisão de permitir a entrada de ajuda humanitária foi tomada horas depois de um foguete destruir o hospital Al-Ahli, em Gaza, matando cerca de 500 palestinos. Israel diz ter provas de que a explosão foi causada por um artefato defeituoso lançado pela Jihad Islâmica, que atua muitas vezes em coordenação com o Hamas.

Ontem, Biden endossou a versão israelense. "Fiquei profundamente indignado com a explosão do hospital em Gaza", disse o presidente americano, ao lado de Netanyahu. "Mas, com base no que vi, parece que ela foi causada pelo outro time, não por você."

Os palestinos responsabilizam um ataque aéreo de Israel pela destruição do hospital. A Jihad Islâmica diz que não fez lançamentos no momento da explosão.

No passado, foguetes palestinos já falharam e atingiram civis em Gaza. Israel afirma que, desde que a guerra começou, mais de 400 caíram dentro do enclave. Ao mesmo tempo, funcionários da ONU e médicos afirmaram que o hospital Al-Ahli já havia sido atacado antes por Israel. Nenhuma das versões pode ser verificada de maneira independente.

Despedida

Antes de deixar Israel, Biden fez um discurso emocionado sobre o conflito e a alertou para o risco de deixar a indignação coletiva influenciar as decisões dos israelenses. "Vocês sentem raiva, mas não se deixem consumir por ela. Depois do 11 de Setembro, nós ficamos com raiva nos EUA. Enquanto buscávamos justiça, também cometemos erros." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se pronunciou, pela primeira vez, sobre o ataque ao Hospital Baptista Al-Ahli, na cidade de Gaza. Na avaliação do presidente, o episódio é uma "tragédia injustificável" e reforçou apelo contra agressões a civis.

"O ataque ao Hospital Baptista Al-Ahli é uma tragédia injustificável. Guerras não fazem nenhum sentido. Vidas perdidas para sempre. Hospitais, casas, escolas, construídas com tanto sacrifício destruídas em instantes", escreveu Lula, em publicação no X, antigo Twitter. "Refaço este apelo. Os inocentes não podem pagar pela insanidade da guerra."

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O ataque aéreo ocorreu nesta terça-feira (17), e de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino, governado pela ala política do grupo Hamas, deixou pelo menos 500 mortos no hospital da Faixa de Gaza. Vários hospitais na Cidade de Gaza tornaram-se refúgios para centenas de pessoas, na esperança de serem poupadas dos bombardeios, depois de Israel ter ordenado que todos os residentes da cidade se retirassem para o sul da Faixa de Gaza.

O Exército israelense disse que o hospital não estava entre os seus alvos e responsabilizou, sem provas, a Jihad Islâmica, um outro grupo palestino, pelo bombardeio. As forças armadas israelenses também questionaram a credibilidade das autoridades civis em Gaza, ligadas ao Hamas, ao informarem sobre o ataque. Israel costuma afirmar ainda que lideranças do Hamas usam hospitais para se esconder e os pacientes como escudos humanos.

Na semana passada, Lula fez um apelo para que a Organização das Nações Unidas (ONU) faça uma intervenção humanitária internacional na Faixa de Gaza. Ele ainda condenou o ataque a civis e pediu um cessar-fogo em defesa das crianças israelenses e palestinas.

Centenas de palestinos morreram nesta terça-feira (17) após um míssil atingir um hospital de Gaza onde milhares de civis se abrigavam. Autoridades palestinas culparam Israel, que rejeitou a acusação e atribuiu a explosão a um foguete com defeito lançado pela Jihad Islâmica - grupo aliado do Hamas. Autoridades palestinas registraram mais de 500 mortes no local.

Enquanto os dois lados tentavam vencer a guerra de narrativas, a notícia da destruição do Hospital Al-Ahli - fundado na década de 1880 por missionários anglicanos - teve efeitos diplomáticos. O líder da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, declarou luto de três dias e cancelou a reunião marcada para hoje com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Amã.

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Em seguida, a Jordânia cancelou o encontro, que teria a presença do presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, e do rei Abdullah, da Jordânia. Os governos egípcio e jordaniano emitiram um comunicado condenando "nos termos mais fortes possíveis" o ataque "bárbaro" ao hospital em Gaza. Irã e Turquia usaram tons parecidos para demonstrar indignação.

A explosão que deixou mais de 500 mortos complicou os planos de Biden. O americano deve se reunir hoje com o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, para transmitir seu apoio. Mas o presidente americano parece ter poucos argumentos para convencer os aliados árabes. Na Arábia Saudita, um conselheiro da família real afirmou que as negociações para normalização das relações com Israel estavam mortas.

Crise

Protestos eclodiram ontem em diversas cidades do Oriente Médio e do Norte da África. Os mais intensos foram registrados no Líbano, Tunísia, Turquia, Irã e na Cisjordânia. Em sua maioria, os atos se concentraram diante de embaixadas de Israel, EUA e França.

Em Amã, na Jordânia, manifestantes tentaram incendiar a embaixada de Israel. Imagens que circularam nas redes sociais mostraram uma multidão diante do prédio, cercado por forças de segurança. Segundo o governo jordaniano, o ato foi contido e não houve invasão.

A repercussão, no entanto, não ficou restrita ao Oriente Médio. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que o ocorrido no hospital não era "aceitável". "Existem regras nas guerras e não é aceitável atingir um hospital." Biden também se disse horrorizado com as mortes no hospital.

Escola

Uma escola da ONU foi bombardeada ontem, deixando pelo menos seis mortos e dezenas de feridos. O local atacado é um complexo de oito escolas em Al-Maghazi, região central de Gaza. Segundo a ONU, cerca de 4 mil pessoas se abrigavam nas instalações.

Palestinos que se deslocaram para o sul de Gaza após ordem do Exército de Israel cogitam voltar para suas casas no norte, em razão dos bombardeios israelenses ao sul. Israel admite os ataques, que alega terem como alvo líderes do Hamas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Saúde de Gaza disse que um ataque aéreo israelense atingiu um hospital da cidade de Gaza lotado de feridos e outros palestinos em busca de abrigo, matando centenas de pessoas. Se confirmado, o ataque será, de longe, o aéreo israelita mais mortífero em cinco guerras travadas desde 2008.

Fotos do Hospital al-Ahli mostraram fogo consumindo os corredores, vidros quebrados e partes de corpos espalhadas pela área.

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O ministério disse que pelo menos 500 pessoas foram mortas.

Vários hospitais na Cidade de Gaza tornaram-se refúgios para centenas de pessoas, na esperança de serem poupadas aos bombardeamentos depois de Israel ter ordenado que todos os residentes da cidade e áreas circundantes evacuassem para o sul da Faixa de Gaza.

O porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, disse que ainda não há detalhes sobre as mortes no hospital. "Vamos obter os detalhes e atualizar o público. Não sei dizer se foi um ataque aéreo israelense." Fonte: Associated Press.

A Embaixada do Brasil na Palestina ajudou a fornecer alimentos, água e remédios para os brasileiros que estão na Faixa de Gaza enquanto aguardam liberação do Egito para embarcarem de volta ao País. Ao todo, o grupo é formado por 28 pessoas (14 delas, crianças).

Desde o início do conflito entre Israel e os terroristas do Hamas, o território palestino sofre uma escassez de recursos devido ao bloqueio feito pelos israelenses. A água é racionada - boa parte dela está contaminada -, e os suprimentos estão acabando, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

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"Todo este tempo, a gente estava sem água para beber", diz o palestino Hasan Rabee, que tem nacionalidade brasileira, em um vídeo compartilhado com o Estadão pelo embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas.

Hasan Habee mora em São Paulo e foi visitar a família em Gaza. Ele recebeu suprimentos na casa onde está hospedado- Frame de Vídeo/Arquivo Pessoal

"(Tem) comida, bastante água, dá para bastante dias. Agradeço muito por essa alimentação, a gente estava louco para beber água boa", afirma Rabee, enquanto suas duas filhas pequenas abrem as garrafas de água mineral.

De acordo com o relato de Rabee nas redes sociais, suas duas filhas estão bem, mas assustadas com a situação em Gaza. Segundo ele, há dois dias uma bomba caiu próximo ao local onde estão alojados. Rabee afirmou ainda que não conseguia comprar pão e tinha que se deslocar para carregar o aparelho celular.

Em um dos vídeos compartilhados pelo embaixador, a jovem brasileira Shahed Al Banna aparece em um mercado, acompanhada de seu pai, comprando mantimentos com a ajuda da Embaixada. "Estamos conseguindo comprar alimentação, água, remédios. Estamos conseguindo comprar tudo", diz. "Obrigado a todos por estarem conosco."

Fotos dos carrinhos de supermercado mostram que foi possível conseguir ovos, legumes, leite, biscoitos e macarrão.

Brasileiros aguardam liberação do Egito

Ao todo, 28 pessoas (14 delas, crianças) que nasceram no Brasil, são filhos de brasileiros ou possuem a cidadania brasileira aguardam a abertura da fronteira entre Gaza e Egito. Algumas delas chegaram ao Brasil pela primeira vez como refugiados de conflitos anteriores na região, moraram por algum tempo no País e retornaram à sua terra natal quando a tensão na região parecia ter se acalmado. Agora têm de sair às pressas novamente.

Todos serão trazidos ao Brasil por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que está, neste momento, em Roma, na Itália, aguardando a liberação do Egito. No sábado, 14, a embaixada do Brasil disponibilizou ônibus para levar o grupo para cidades ao sul de Gaza, próximo à fronteira com o Egito. O objetivo do governo era mantê-los seguros contra bombardeios de Israel, que têm sido mais intensos no norte - apesar de já afetarem o sul também, como relatou Rabee - e acelerar o processo de saída deles de Gaza.

Três homens, três mulheres e quatro crianças estão hoje em Rafah, cidade palestina de onde se pode ir andando até a fronteira. Outros três homens, cinco mulheres e dez crianças estão em Khan Younes, há 10 quilômetros do Egito. Eles estão alojados em casas alugadas pela embaixada.

O governo brasileiro já tem um esquema preparado para levar os brasileiros, por ônibus, ao aeroporto egípcio. Segundo Candeas, isso será feito o mais rápido possível, assim que houver a liberação da fronteira. O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e a Embaixada do Brasil no Egito negociam com o País africano, assim como outros países, como Estados Unidos, a abertura da fronteira para estrangeiros.

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