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Passado um mês desde o início da guerra de Israel contra o grupo terrorista Hamas, brasileiros continuam presos na Faixa de Gaza e relatam dificuldade para encontrar itens básicos, como água e alimentos. O governo tem dito que está em negociação constante para repatriar o grupo de 34 pessoas, mas sem sucesso até agora: os brasileiros estavam fora de todas as listas de estrangeiros autorizados a seguir para o Egito pela passagem de Rafah até esta segunda-feira, 6.

Israel já disse ao Brasil que a liberação deve sair até a quarta-feira, 8, compromisso que voltou a ser relatado pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manhã de hoje. Até agora, a ampla maioria dos estrangeiros que passaram pelo posto de Rafah é composta por americanos e europeus, principalmente britânicos, franceses e alemães.

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Até agora, no entanto, Israel e Egito não tornaram públicos os critérios adotados para escolha dos 1.400 estrangeiros contemplados nas primeiras listas. Após o acordo, selado na semana passada por intermediação do Catar e dos EUA, cerca de 500 pessoas por dia deixaram Gaza até o fim de semana, quando o processo foi interrompido, depois de suspeitas de que o Hamas embutia combatentes feridos entre os palestinos que deixavam Gaza para atendimento médico no Egito. As saídas foram retomadas nesta segunda-feira.

O embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, destacou a complexidade do processo diante do número de pessoas que tenta sair do enclave em guerra e rejeitou as especulações de que a relação do Brasil com Israel possa ter influenciado. "Não é uma questão de relação bilateral", disse ele ao citar como exemplo a Indonésia que não reconhece o Estado de Israel e foi contemplada na primeira lista.

O diplomata de carreira Rubens Ricupero, ex-embaixador brasileiro em Washington, que acompanha à distância, sem envolvimento na negociação, também diz não ver indícios de retaliação. "O Brasil não tem uma postura que se destaque pela agressividade", apontou Ricupero.

A tese também foi rechaçada ainda pelo embaixador israelense no Brasil, Daniel Zohar: "Israel não está decidindo quem será incluso na lista, não estamos impedindo ninguém de sair", disse ele ao apontar a responsabilidade do grupo terrorista Hamas, que controla Gaza. "O Hamas está impondo diversas condições para liberar a saída dos palestinos com dupla nacionalidade e isso está prejudicando a saída", enfatizou.

Na mesma linha, a embaixada de Israel, em sua posição oficial, aponta o Hamas e afirma que tem feito "absolutamente tudo que está ao seu alcance para que todos os estrangeiros deixem a Faixa de Gaza o mais rápido possível". Ainda de acordo com a representação diplomática de Tel-Aviv em Brasília, qualquer informação diferente disso "está errada ou é fruto de desinformação".

A ideia de que a posição brasileira teria atrasado a retirada de brasileiros se espalhou pelas redes sociais nos últimos dias, alimentada pela esquerda e pela direita. Isso porque, no momento em que Israel declarou guerra aos terroristas do Hamas, o Brasil ocupava a presidência temporária do Conselho de Segurança da ONU e insistiu para aprovar a resolução que previa pausas humanitárias no conflito. Mais uma vez, sem sucesso. O texto foi vetado pelos Estados Unidos porque, segundo a diplomacia americana, não mencionava o direito de defesa israelense.

A tese de que o Brasil teria sido deixado para depois foi reforçada por um diplomata de carreira, que pediu para não ser identificado. "O governo superestimou a capacidade do Brasil quando estava no Conselho de Segurança, não só na tentativa de aprovar as resoluções, mas também quando achou que tinha peso para liberar os brasileiros assim que a passagem de Rafah foi aberta para estrangeiros", disse.

A fonte aponta que além do "erro de avaliação sobre a capacidade de influência brasileira no processo", algumas declarações podem ter atrapalhado. Esse seria o caso, por exemplo, do discurso em que o presidente Lula chamou a resposta israelense ao ataque terrorista do Hamas de "insana".

"Fico lembrando que 1500 crianças já morreram na Faixa de Gaza, 1500 crianças que não pediram para o Hamas fazer o ato de loucura que fez, de terrorismo, atacando Israel. Mas também não pediram para que Israel reagisse de forma insana e matasse eles", declarou o presidente no mês passado.

Essa mesma fonte acredita que falas como essa foram interpretadas por Tel-Aviv como contrárias a Israel, que pode não admitir isso publicamente mas estaria "dando um troco no Brasil".

O embaixador do Brasil em Ramallah, Alessandro Candeas, não respondeu ao pedido de entrevista para esta reportagem. Mais cedo, ele confirmou ao Estadão que a passagem de Rafah foi reaberta e que os brasileiros ainda esperam por autorização para cruzar a fronteira. (COLABOROU DANIEL GATENO)

O Egito suspendeu ontem as saídas de estrangeiros e palestinos feridos da Faixa de Gaza. A decisão foi tomada após Israel bombardear um comboio de ambulâncias no sábado, matando 15 e deixando 60 feridos. O Exército israelense admitiu o ataque, mas garantiu que os veículos eram utilizados por terroristas do Hamas.

Com isso, ontem não houve lista de estrangeiros autorizados a deixar Gaza e o Brasil ainda aguarda a repatriação de 34 pessoas presas no enclave - 24 são brasileiros, 7 são palestinos em processo de imigração e 3 são parentes.

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Desde que o Egito reabriu a fronteira, no dia 1.º, 599 estrangeiros foram autorizados a sair, a maioria americanos e nenhum brasileiro. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, acredita que o grupo possa sair a partir de quarta-feira, mas já admite atraso no cronograma.

Ontem, aviões israelenses atacaram o campo de refugiados de Maghazi, no centro da Faixa de Gaza. Autoridades locais disseram que 47 pessoas morreram. O novo bombardeio ocorreu diante do apelo de alguns países, inclusive dos EUA, para uma pausa humanitária no território.

Reféns

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, no entanto, voltou a rejeitar ontem qualquer cessar-fogo sem que o Hamas liberte os cerca de 240 reféns que estão no cativeiro em Gaza.

O Ministério da Saúde do território palestino informou ontem que o número de mortos nos ataques israelenses ultrapassou 9,7 mil, dos quais 4 mil seriam crianças.

Além da pressão externa, Netanyahu começa a sentir também o peso da insatisfação de parte da sociedade israelense. Nos últimos dias, manifestantes se juntaram a um protestos diante da casa do premiê, em Jerusalém, pedindo sua renúncia.

Sob pressão, Netanyahu pediu uma investigação para determinar se os protestos pró-democracia influenciaram os ataques do Hamas, no dia 7 de outubro. Durante as manifestações contra a reforma do Judiciária, proposta pelo premiê, muitos reservistas e pilotos anunciaram que não serviriam mais o Exército.

Divisão interna

As declarações de Netanyahu deixaram irritado o general reformado Benny Gantz, rival do premiê que aceitou integrar um governo de união após os ataques. Ontem, ele disse que a mobilização da sociedade israelense foi total. "Fugir à responsabilidade e caluniar em tempos de guerra é um insulto ao Estado. O primeiro-ministro deveria se retratar de forma clara e inequívoca", disse Gantz, na primeira divergência pública entre os dois após a formação da aliança.

Diplomacia

O New York Times informou ontem, citando seis diplomatas de alto escalão de vários países, que Israel vem tentando discretamente obter apoio internacional para a transferir centenas de milhares de civis de Gaza para o Egito. Segundo o governo israelense, seria uma ato "humanitário" para poupar os palestinos da guerra.

A ideia tem sido rejeitada pela maioria dos governos - incluindo os EUA - em razão do risco de o deslocamento em massa se tornar permanente. Diplomatas temem que o fluxo de refugiados possa desestabilizar o Egito.

Além disso, líderes palestinos acusam Israel de usar a guerra contra o Hamas para expulsar definitivamente 2 milhões de civis de Gaza, assim como os israelenses fizeram com 700 mil palestinos durante a criação de Israel, em 1948. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O principal provedor da Faixa de Gaza anunciou que a região voltou a ficar sem internet neste domingo, 5, e culpou Israel pela interrupção do serviço. O apagão das telecomunicações foi confirmado pelo órgão de vigilância de rede Netblocks.

A provedora Paltel informou a "interrupção completa" dos serviços de comunicação e internet. "As ligações que haviam sido reconectadas foram cortadas de novo pelo lado israelense", afirma o comunicado. A informação foi confirmada também pela Netblocs.

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Nas redes sociais, a ONG relatou um "novo colapso na conectividade na Faixa de Gaza, com alto impacto para a Paltel, última grande operadora remanescente no território".

Ainda de acordo com a ONG, essa é a terceira vez que a Faixa de Gaza tem interrupção das telecomunicações desde o início da guerra, que está prestes a completar um mês. O bloqueio é seguido por uma intensificação dos bombardeios, informou o Washington Post, citando os relatos de dois jornalistas no enclave.

Gaza está sob bloquei de Tel-Aviv há quase um mês, quando terroristas do Hamas mataram 1.400 pessoas e levaram mais de 200 como reféns em um ataque sem precedentes à Israel. Do lado palestino, a ofensiva israelense deixou pelo menos 9.770 mortos, segundo o ministério da saúde local, que é controlado pelo Hamas. O número não pode ser verificado de forma independente.

Aliados de Israel, os Estados Unidos passaram a pedir por pausas humanitárias para distribuição de ajuda aos civis. Apesar da pressão internacional, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu rejeita qualquer "trégua" até que os cerca de 240 reféns sequestrados pelo Hamas sejam libertados. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Aviões de guerra israelenses realizaram um ataque no campo de refugiados de Maghazi, localizado no centro da Faixa de Gaza, neste domingo (5). Os ataques resultaram na morte de pelo menos 45 pessoas e deixaram dezenas de feridos, de acordo com informações fornecidas pelas autoridades de saúde locais.

Este ataque ocorreu em meio a uma ofensiva contínua por parte de Israel, para enfraquecer o controle do grupo terrorista Hamas sobre o território. Os números, divulgados pelo próprio Hamas, não podem ser verificados de forma independente.

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Mesmo com os apelos internacionais, inclusive dos Estados Unidos, para uma pausa humanitária visando levar ajuda aos civis afetados, Israel continuou sua ofensiva, alegando que o Hamas estava enfrentando toda a força de suas tropas. O Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, alertou que qualquer pessoa na Cidade de Gaza estava em risco.

Os ataques aéreos no campo de refugiados de Maghazi agravaram a crescente indignação internacional em relação à escalada de violência na região. Dezenas de milhares de pessoas, em cidades como Washington e Berlim, saíram às ruas no sábado, 4, para exigir um cessar-fogo imediato.

Até o momento, o Ministério da Saúde de Gaza relata que mais de 9.400 palestinos morreram no território durante quase um mês de conflitos, um número que tende a aumentar à medida que os ataques continuam. As autoridades locais continuam no resgate nos escombros em busca de mais vítimas.

Os militares israelenses alegam ter cercado a cidade de Gaza, o alvo inicial de sua ofensiva contra o Hamas. Israel afirma que seus ataques visam principalmente terroristas do Hamas, enquanto acusa o grupo de usar civis como escudos humanos.

Críticos do conflito, no entanto, argumentam que os ataques israelenses muitas vezes resultam em um alto número de vítimas civis, incluindo mulheres e crianças, e consideram a resposta desproporcional diante da situação humanitária crítica em Gaza.

Milhares de iranianos participaram de uma manifestação nas ruas de Teerã para marcar o aniversário da ocupação da embaixada dos Estados Unidos no Irã, cantando "morte à América"e "morte a Israel". Eles também condenaram o apoio do governo do presidente Joe Biden a Israel que realizou bombardeios na Faixa de Gaza na guerra contra o Hamas.

Muitas pessoas se reuniram perto de onde era localizada a ex-embaixada americana em Teerã queimando bandeiras dos EUA e de Israel, sendo que várias delas pisavam em fotos do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu e do presidente americano, Joe Biden. Outros manifestantes carregavam faixas na qual citavam os Estados Unidos como o "grande demônio." No pódio principal havia uma mensagem: "nos pisoteamos a América sob nossos pés."

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O presidente do parlamento no Irã, Mohammad Bagher Qalibaf, disse no ato que "nós consideramos os criminosos EUA como o principal culpado em todos estes crimes" em Gaza contra os palestinos. Ele destacou que os ataques terroristas do Hamas em Israel no dia 7 de outubro causaram a morte de 1.400 pessoas e o sequestro de mais de 200 pessoas causou "irreparável" dano à segurança e inteligência do Estado israelense.

Em um comunicado, os manifestantes pediram o "imediato cessar-fogo" em Gaza e advertiram os EUA, o Reino Unido e a França que a crise pode se expandir pelo Oriente Médio e expressou que os iranianos continuarão apoiando a Palestina "até a vitória final."

Na quarta-feira, o líder supremo do Irã, Ayatollah Ali Khamenei, criticou os EUA pelo apoio a Israel e destacou que os israelenses ficariam paralisados sem a colaboração americana. Ele pediu o fim da guerra contra o Hamas e que a maioria dos países muçulmanos a parar a cooperação econômica com o Estado israelense. O Irã apoia grupos terroristas anti-Israel como o Hamas, Jihad Islâmica e o Hezbollah no Líbano. As informações são da AP.

O palestino médio em Gaza vive com dois pedaços de pão árabe feito com farinha que as Nações Unidas armazenaram na região, mas o principal refrão que agora se ouve nas ruas é "Água, água", disse o diretor de Gaza da agência da ONU para Refugiados palestinos.

Thomas White, que contou ter viajado "por toda a extensão de Gaza nas últimas semanas", descreveu o local como um "cenário de morte e destruição". Nenhum lugar é seguro agora, disse ele, e as pessoas temem pelas suas vidas, pelo seu futuro e pela sua capacidade de alimentar as suas famílias.

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A agência palestina para os refugiados, conhecida como UNRWA, está apoiando cerca de 89 padarias em Gaza, com o objetivo de levar pão a 1,7 milhão de pessoas, disse White a diplomatas dos 193 países membros da ONU em um vídeo informativo de Gaza.

Mas, disse ele, "agora as pessoas não procuram mais pão. Está procurando água."

A vice-coordenadora da ONU para o Oriente Médio, Lynn Hastings, que também é coordenadora humanitária para os territórios palestinos, disse que apenas uma das três linhas de abastecimento de água de Israel está operacional.

"Muitas pessoas dependem de águas subterrâneas salobras ou salinas, se é que dependem", disse ela. Fonte: Associated Press

O governo de Israel prometeu ao Itamaraty que até a quarta-feira, 8, o grupo de 34 brasileiros retidos na Faixa de Gaza deixará o território palestino, informou a assessoria de imprensa da chancelaria na noite desta sexta-feira, 3. A garantia foi dada pelo ministro de Relações Exteriores de Israel Eli Cohen ao chanceler Mauro Vieira. Em conversa telefônica pela manhã, Cohen prometeu que ‘na pior das hipóteses’, o grupo deixa Gaza nessa data.

Hoje, pelo terceiro dia seguido os brasileiros ficaram de fora da lista organizada por Israel e Egito para retirar estrangeiros de Gaza, depois de um acordo ter sido negociado no início da semana com auxílio dos EUA e do Catar. Em média, saem 500 pessoas por dia e há mais de 6 mil estrangeiros ou cidadãos com dupla cidadania em Gaza.

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A retirada de estrangeiros começou na quarta-feira e por três dias seguidos não incluiu nenhum brasileiro no grupo. Desde os atentados do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, o governo tenta, sem sucesso, tirar os brasileiros de Gaza.

Críticas de Lula

Em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou em mais de uma oportunidade a retaliação de Israel ao Hamas pelos ataques terroristas do início daquele mês. Lula chegou a qualificar a ação israelense de ‘genocídio’.

Apesar disso, a diplomacia brasileira diz que não há retaliação política na elaboração das listas, feitas em conjunto por Israel e Egito, após um acordo mediado no início da semana com auxílio de Estados Unidos e Catar.

Negociações em curso

A passagem de Rafah para a retirada de estrangeiros ou palestinos com dupla cidadania, além de feridos em estado grave está aberta desde o dia 31.

O primeiro grupo, que reunia 450 cidadãos de alguns países europeus e da Austrália, além de trabalhadores de agências humanitárias, deixou Gaza na quarta-feira. Na quinta pela manhã, um segundo grupo, composto majoritariamente por americanos, cruzou o posto de Rafah em direção ao Sinai. Um terceiro grupo deixou Gaza na terça, mais uma vez, sem brasileiros.

Segundo fontes do Itamaraty, novas listas devem ser publicadas nos próximos dias e espera-se que os brasileiros possam estar nelas. O grupo de brasileiros está desde o mês passado em casas alugadas pelo Itamaraty em Rafah e Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, à espera de uma definição na fronteira, fechada desde o início da guerra.

O governo brasileiro tem feito apelos aos governos de Israel e do Egito para que os brasileiros possam ser retirados de Gaza. Um avião do governo está no Cairo à espera de uma sinalização das autoridades locais.

O primeiro-ministro de Israel resistiu à pressão dos EUA para interromper os ataques ao Hamas depois que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, pediu mais ações para proteger os civis em Gaza.

"Israel recusa um cessar-fogo temporário que não inclua a libertação dos nossos reféns", disse Benjamin Netanyahu aos jornalistas depois de se encontrar com Blinken na sexta-feira. "Israel não permite a entrada de combustível na Faixa de Gaza e se opõe à transferência de dinheiro para a Faixa".

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Os EUA estão intensificando a pressão sobre Israel, dizendo que tem um imperativo moral de interromper os combates enquanto a ajuda humanitária - e particularmente combustível - é entregue a Gaza, dizem autoridades americanas. França, Espanha e outros países europeus emitiram apelos semelhantes.

Apenas uma pequena quantidade de comida, água e medicamentos foi autorizada a entrar em Gaza. Israel bloqueou o fornecimento de combustível necessário para a eletricidade, dizendo que o Hamas acumula combustível para fins militares.

A recusa de Israel a uma pausa humanitária proposta tem sido uma fonte de discórdia entre Washington e o governo israelense. Algumas autoridades dos EUA acreditam que eventualmente haverá um avanço, mas disseram que o tempo é crucial.

"Uma série de questões legítimas foram levantadas nas nossas discussões de hoje, incluindo como utilizar qualquer período de pausa para maximizar o fluxo de assistência humanitária, como ligar uma pausa à libertação de reféns, como garantir que o Hamas não utilize estes pausas ou arranjos em seu próprio benefício", disse Blinken a repórteres em Tel Aviv.

Chegar a um acordo dentro do establishment político israelense para permitir um cessar-fogo de curto prazo, no entanto, não será fácil, disse Samuel Ramani, analista político do Royal United Services Institute, um think tank com sede no Reino Unido.

"Os governos ocidentais precisam estar conscientes de que podem pressionar bastante Netanyahu, mas que ele enfrenta oposição interna a uma pausa humanitária", disse ele. Fonte: Dow Jones

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta sexta-feira (3) que os 34 brasileiros que estão em Gaza aguardando autorização para ir para o Egito deverão cruzar a fronteira até a próxima quarta-feira (8). A veículos da imprensa brasileira, o chanceler disse que tem conversado por telefone com o ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, e obteve dele essa garantia.

“Eu tive uma conversa telefônica, foi a quarta que tive com o ministro das relações exteriores de israel, Eli Cohen, e ele me deu garantias que até quarta feira todos os brasileiros que estão em Gaza poderão sair pela passagem de Rafah”, disse Vieira aos jornalistas. Segundo ele, ainda há possibilidade dessa liberação ocorrer antes, mas a garantia é mesmo para a próxima quarta-feira.

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“Ele me garantiu que sairão até quarta-feira, que fará todo o possível para antecipar um ou dois dias, mas na quarta-feira dá todas as garantias. Isso foi um processo de conversa, de negociação de alguns dias e hoje eu tive essa boa notícia, dada por uma alta autoridade do governo de Israel.

Já foram divulgadas três listas de estrangeiros autorizados a deixar a Faixa de Gaza pela fronteira da cidade de Rafah com o Egito. Pessoas de várias nacionalidades já foram autorizadas nessas listas. Cidadãos dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coréia do Sul, Croácia, Grécia, entre outros, já deixaram a região do conflito.

O grupo de brasileiros está abrigado nas cidades de Khan Younes e Rafah, próximas à fronteira com o Egito. Segundo o Itamaraty, o esquema de resgate está de prontidão e prevê auxílio desde a saída da Faixa de Gaza – com equipes e ônibus, medicamentos e alimentação – até o embarque no Aeroporto do Cairo, onde um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) os aguarda.

O Exército israelense confirmou, nesta sexta-feira (3), que bombardeou uma ambulância perto do maior hospital de Gaza e assegurou que o veículo era usado por combatentes do Hamas, apesar de funcionários de saúde do território palestino terem assegurado que transportava feridos.

"A aviação disparou contra uma ambulância usada por uma célula terrorista do Hamas, próximo de suas posições na zona de combate", indicou o Exército de Israel em um comunicado militar.

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Por sua vez, o movimento islamista palestino assegurou que o ataque deixou "dezenas de mortos e feridos".

Um repórter da AFP viu diversos corpos e várias pessoas feridas ao lado de uma ambulância, que foi atingida por esse bombardeio nas imediações do hospital Al Shifa.

Imagens de AFPTV mostram civis carregando feridos ensanguentados. Outras pessoas estão estiradas no chão, e tudo indica que foram lançadas contra os carros estacionados de um lado da estrada devido à onda de choque provocada pelo bombardeio.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, escreveu na rede social X que estava "totalmente comovido com os relatos de ataques a ambulâncias que evacuavam pacientes perto do hospital Al Shifa de Gaza".

"Insistimos: os pacientes, o pessoal de saúde, as instalações e as ambulâncias devem ser protegidas a todo momento. Sempre", acrescentou.

A coordenadora de Assuntos Humanitários da ONU, Lynn Hastings, declarou-se "alarmada" por uma operação dirigida contra "pacientes que estavam sendo evacuados" para lugares seguros.

A guerra entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro, quando células islamistas mataram mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, no sul do território israelense, e levaram mais 240 como reféns para Gaza, segundo os informes israelenses.

Os bombardeios de represália lançados desde então por Israel, reforçados com operações terrestres que começaram há uma semana, mataram mais de 9.200 pessoas em Gaza, entre elas mais de 3.800 crianças, segundo o Hamas, que governa o território palestino de 362 km² e 2,4 milhões de habitantes desde 2007.

O chefe do grupo radical islâmico Hezbollah, Hassan Nasrallah, deve fazer nesta sexta-feira (3) o primeiro pronunciamento público desde o início da guerra entre Israel e os terroristas do Hamas. O grupo, que atua no Líbano com financiamento do Irã, tem trocado disparos com os israelenses na fronteira e representa a maior ameaça de ampliação do conflito, que está prestes a completar um mês.

Antes do discurso, o porta-voz do IDF (sigla em inglês para Forças de Defesa de Israel), Daniel Hagari, avisou que as suas tropas estão prontas para lutar em todas as frentes se preciso for. "Estamos preparados no norte e vamos continuar respondendo a todos os ataques hoje e nos próximos dias" alertou.

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"O Irã está inflamando seus aliados contra Israel e nós retaliaremos as ameaças. Estamos em alerta máximo no norte", destacou Hagari, em referência à fronteira que divide com o Líbano, onde Israel e Hezbollah têm trocado disparos.

O recado para os radicais islâmicos também veio dos Estados Unidos. Na véspera do pronunciamento, o porta-voz da segurança nacional, John Kirby, disse que a mensagem da Casa Branca para Hassan Nasrallah é clara: "se vocês estão pensando em ampliar, escalar e aprofundar o conflito, vocês não devem fazer isso. Temos interesses significativos de segurança nacional em jogo. Nós já provamos no passado que vamos protegê-los e defendê-los".

Apesar de expressar preocupação com os ataques ao norte de Israel, no entanto, o americano disse não ver indícios de que o Hezbollah vá entrar com força total na guerra. "Vamos ver o que ele tem a dizer", concluiu John Kirby.

Essa força total é estimada entre 50 mil e 100 mil combatentes, além de um vasto arsenal com 200 mil armas, incluindo mísseis de alta precisão, aponta o Instituto de Estudos para Segurança Nacional, "think tank" com sede em Tel-Aviv. "Isso tudo exige que estejamos em alerta contínuo para as intenções do Hezbollah", destacou o analista associado ao instituto Yehoshua Kalisky, em artigo publicado no mês passado, depois do ataque terrorista do Hamas que matou mais de 1.400 pessoas em Israel.

Um conflito com o Hezbollah não seria inédito. Em 2006, as tropas de Israel invadiram o sul do Líbano, depois que os radicais islâmicos lançaram foguetes na fronteira e sequestraram dois soldados israelenses. O conflito se arrastou por 34 dias e matou quase 1.200 pessoas, apontou uma investigação conduzida pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU.

O enfrentamento daquele ano ajudou a impulsionar o Hezbollah, que também atua politicamente no Líbano e é considerado um ator influente na região. Hassan Nasrallah é a principal liderança do chamado "Eixo da Resistência", uma aliança informal de grupos apoiados pelo Irã, que inclui também o Hamas e os rebeldes Houthi, do Iêmen.

O drama dos brasileiros retidos na Faixa de Gaza continua. Pelo terceiro dia, eles ficaram fora da lista de estrangeiros autorizados a deixar o enclave nesta sexta-feira (3), pela passagem de Rafah, que leva ao Egito. O grupo é formado por 34 pessoas, entre brasileiros e familiares próximos que esperam pelo resgate.

Assim como aconteceu no dia anterior, os americanos são maioria na lista, com 367 pessoas liberadas para passar. Há também cidadãos do México, Reino Unido, Alemanha, Itália e Indonésia, além de outra lista separada com os franceses. Ao todo, mais de 600 estrangeiros receberam o sinal verde para a travessia e foram convocados a comparecer ao posto da fronteira com o passaporte em mãos.

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Na quarta-feira (1º), a passagem de Rafah foi aberta pela primeira vez desde o início da guerra. O Egito promete que todos os 7 mil cidadãos de outros países que pediram para sair de Gaza serão liberados, mas de forma controlada, um grupo por dia. Nesse ritmo, pode levar mais uma semana até que todos atravessem a fronteira.

O Itamaraty tem dito que negocia com as autoridades locais até que todos os brasileiros sejam repatriados e que mantém um avião no Cairo a postos para fazer o resgate, assim que tiver o sinal verde. Nesta quinta, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, falou por telefone com o chanceler do Egito, Sameh Shoukry, que prometeu dar prioridade ao grupo do Brasil. Apesar do esforço diplomático, no entanto, a autorização ainda não saiu.

Os brasileiros estão abrigados no sul da Faixa de Gaza, perto da fronteira. Hasan Rabee está entre eles e relatou nas redes sociais nesta sexta-feira que comida e água ficam cada dia mais escassos na Faixa de Gaza. Na publicação, ele diz ainda que não sabe quando poderá deixar o enclave.

A guerra foi desencadeada pelo ataque terrorista do Hamas, que matou mais de 1.400 pessoas na invasão sem precedentes ao território israelense. Do lado palestino, a ofensiva israelense na Faixa de Gaza já deixou mais de 9 mil mortos, segundo o Ministério da Saúde local, que é controlado pelo Hamas. O número não pode ser verificado de maneira independente.

Israel afirma ter cercado a cidade de Gaza, a principal do enclave, enquanto o primeiro ministro Binyamin Netanyahu afirma que sua campanha militar "está no auge". Diante da escalada do conflito, os Estados Unidos, um dos principais aliados de Tel-Aviv, pressionam por pausas humanitárias para minimizar o impacto da guerra sobre os civis palestinos.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) publicou, nesta quinta-feira (2), uma imagem em que compara o povo palestino a ratos sendo caçados por uma águia israelense. As asas da ave carregam as cores da bandeira dos Estados Unidos, num cenário comparado à Faixa de Gaza completamente bombardeada.

A postagem de ataque aos palestinos foi acompanhada de um versículo bíblico, o texto de Isaías 40:11, que diz: "Mas os que esperam no Senhor renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão, caminharão, e não se fatigarão".

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A publicação foi repudiada nas redes sociais. A página "Palestina Hoy" no X (antigo Twitter) escreveu que o conteúdo compartilhado pela deputada é inaceitável. A guerra entre Israel e o Hamas atingiu a marca de 10 mil pessoas mortas em menos de um mês, de acordo com levantamentos da rede de notícias Al Jazeera.

Mais de 9 mil pessoas morreram em Gaza desde o início da guerra, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. O número é contestado por Israel. Em virtude do pequeno acesso da imprensa internacional à Faixa de Gaza, não é possível verificar esses números de maneira independente. Do lado de Israel, são 1,4 mil mortos e 242 reféns.

Para o professor de sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Michel Gherman, a publicação de Zambelli reflete um comportamento da extrema direita de desumanização do povo palestino.

"Você tem a águia e o rato na perspectiva de uma guerra eterna, onde o rato é o árabe e deve ser caçado e exterminado. É uma perspectiva de extermínio típica da extrema-direita", avaliou o professor, que também é pesquisador no Centro de Estudos do Antissemitismo da Universidade de Jerusalém.

Como mostrou o Estadão, o ataque terrorista do Hamas contra Israel em 7 de outubro e a resposta israelense com ataques aéreos e por terra, e a invasão da Faixa de Gaza, levou a uma alta de casos de antissemitismo e islamofobia no Brasil e no exterior. Analistas consultados pela reportagem atribuem essa alta a um preconceito enraizado contra judeus e muçulmanos em diversas sociedades.

A Câmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou hoje um pacote de ajuda militar de US$ 14,3 bilhões para Israel, proposto pelos republicanos. O episódio dá início a um embate legislativo com os democratas, complicado por crescentes divergências em torno de assistência à Ucrânia e de debates sobre como melhorar a segurança da fronteira do país.

A medida foi aprovada por 226 a 196 votos, numa votação em grande parte orientada pelos partidos, que mascarou um amplo apoio subjacente dos EUA ao envio de armas e financiamento a Israel.

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O projeto de lei da Câmara é controverso porque também retira dinheiro da Receita americana e ignora o de financiamento à Ucrânia feito pelo governo Biden. Senadores democratas alertam que o texto não será aprovado na Casa, e o presidente Biden alertou que vetará a medida se ela chegar à mesa dele.

A votação marcou um primeiro teste da habilidade do novo presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, de manter unida a sua bancada e atrair algum apoio dos democratas da Casa. Doze democratas votaram a favor da medida, enquanto dois republicanos se alinharam ao partido e se opuseram ao texto.

Os republicanos esperavam que o projeto aumentasse a pressão sobre o Senado, controlado pelos democratas, que está trabalhando para aprovar um projeto de lei de gastos emergenciais muito maior - de US$ 106 bilhões, incluindo os US$ 14,3 bilhões para Israel - que inclui financiamento a Ucrânia, Taiwan, bem como à segurança fronteiriça americana e prioridades domésticas, como auxílio financeiro no caso de desastres, cuidados para crianças e serviços de banda larga para famílias de baixa renda.

O impasse pode levar a uma batalha maior em torno das despesas federais, com o Congresso americano enfrentando o prazo do dia 18 de novembro para evitar um shutdown do governo. Alguns parlamentares disseram que o pacote de ajuda externa poderá acabar sendo resolvido quando o Congresso também tiver de aprovar o financiamento do governo.

A segunda lista de estrangeiros autorizados a saírem da Faixa de Gaza foi divulgada nesta quinta-feira (2), ainda sem a previsão de brasileiros. A informação foi divulgada pela embaixada do Brasil na Palestina.

Segundo a nota, disparada nesta madrugada, os países contemplados são Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Estados Unidos, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Macedônia, México, Suíça, Sri Lanka e Chade. "O grupo dos Estados Unidos tem 400 pessoas. No total, 576 estrangeiros foram autorizados", diz.

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Em nota divulgada no início da tarde desta quarta-feira, o Itamaraty afirmou que o governo tomou conhecimento da abertura do terminal de Rafah para a saída de cidadãos estrangeiros de oito países, além de funcionários do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e de ONGs. Disse também que "confia que em breve serão contemplados com autorização" para passagem por Rafah os 34 brasileiros e familiares próximos cujos nomes foram informados desde 9 de outubro às chancelarias egípcia e israelense e às autoridades responsáveis na Faixa de Gaza.

"Tanto o presidente Lula quanto o ministro Mauro Vieira têm realizado gestões em favor da saída dos brasileiros junto a diversas altas autoridades de Egito, Israel, Catar, Autoridade Palestina e de outros países da região. As gestões continuarão a ser feitas até que se concretize a saída dos brasileiros retidos em Gaza. Os 34 brasileiros e familiares próximos que aguardam retirada da Faixa de Gaza seguem abrigados nas localidades de Khan Younes e Rafah, nas proximidades da fronteira com o Egito", disse o Itamaraty.

O Exército israelense bombardeou, nessa terça-feira (31), o campo de refugiados de Jabalia, o maior da Faixa de Gaza. Segundo Israel, o ataque era parte de uma operação contra o Hamas e teria matado Ibrahim Biari, um dos responsáveis pelos atentados do dia 7 de outubro.

O Hamas disse que não havia nenhum líder do grupo em Jabalia e afirmou que a ação de Israel matou mais de 50 palestinos, deixando 150 feridos. De acordo com o grupo, a alegação de que Biari teria sido morto era uma justificativa para o "massacre".

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Militares israelenses disseram que soldados, tanques e um avião de combate foram usados na ofensiva, que teria destruído túneis, depósitos de armas e equipamento militar. "Ele (Biari) foi eliminado como parte de um ataque em larga escala contra os terroristas e a infraestrutura terrorista do Batalhão de Jabalia", escreveu o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, no X (antigo Twitter), ao anunciar a morte do comandante do Hamas.

Em entrevista à CNN, o porta-voz do Exército de Israel, o coronel Richard Hecht, confirmou o bombardeio e afirmou que Biari estava "escondido entre os civis". O âncora Wolf Blitzer questionou o ataque. "Israel lançou uma bomba para matar este comandante do Hamas sabendo que muitos civis inocentes seriam mortos. É isso?", questionou. "Essa é a tragédia da guerra", respondeu Hecht.

Civis

O Exército israelense reiterou ontem o alerta para que os moradores de Gaza fujam para o sul do território. Mais de metade da população de 2 milhões foram deslocados desde que Israel começou a atacar o enclave. A investida sobre Jabalia, porém, pode ter tido um impacto mais amplo. De acordo com imagens da emissora Al-Jazira, dezenas de pessoas tentavam retirar sobreviventes dos escombros. Imagens do local mostravam uma imensa cratera no meio do campo de refugiados.

A ONG Médicos Sem Fronteiras se disse "horrorizada" com o bombardeio. "Crianças pequenas chegaram ao hospital com ferimentos profundos e queimaduras graves. Chegaram sem as famílias. Muitas gritavam e perguntavam pelos pais", disse o médico Mohamed Hawajreh.

Autoridades humanitárias alertaram ontem que os civis palestinos enfrentam uma catástrofe crescente. "A escala do horror que as pessoas estão vivendo em Gaza é realmente difícil de descrever", disse Martin Griffiths, principal responsável da ONU para assuntos humanitários. "As pessoas estão cada vez mais desesperadas à procura de comida, água e abrigo."

Demissão

Craig Mokhiber, diretor do escritório de Nova York do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, pediu demissão ontem em protesto contra o bombardeio de Gaza.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Exército israelita informou na manhã desta terça-feira (31) que, nas últimas horas, as suas tropas atacaram cerca de 300 alvos na Faixa de Gaza, incluindo complexos militares subterrâneos do grupo terrorista Hamas, que controla o enclave.

"No último dia, as forças de combate combinadas das Forças de Defesa de Israel atacaram aproximadamente 300 alvos, incluindo mísseis antitanque ocultos e posições de disparo de foguetes, bem como complexos militares dentro de túneis subterrâneos pertencentes à organização terrorista Hamas", disseram os militares em um comunicado.

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O texto também especificava que "durante as operações terrestres das forças, os soldados tiveram vários confrontos com células terroristas que dispararam contra eles mísseis antitanque e metralhadoras". Diante disso, as tropas "mataram os terroristas e ordenaram que a Força Aérea atacasse alvos e infraestruturas terroristas em tempo real".

Pouco depois, o Exército anunciou que os seus caças bombardearam o centro de comando do Batalhão Beit Lahia, no norte de Gaza, e mataram Nasim Abu Ajina, um dos comandantes do ataque do Hamas contra o território israelita no passado dia 7 de setembro.

Abu Ajina, acrescentou um comunicado militar, também comandou o aparelho aéreo do grupo islâmico, incluindo a fabricação de drones.

Desde a expansão das suas operações terrestres na Faixa, o Exército israelita avançou em direção à Cidade de Gaza, chegando nesta segunda-feira (30) à periferia da cidade.

Condições catastróficas em Gaza

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, de Israel, rejeitou categoricamente qualquer possibilidade de cessar-fogo em Gaza numa conferência de imprensa na noite de segunda-feira, 30, enquanto as tropas israelitas avançavam mais profundamente no território e pareciam avançar sobre a densamente povoada Cidade de Gaza a partir de três direções.

Com Israel continuando a atacar o enclave com ataques aéreos, dois altos funcionários das Nações Unidas para assuntos humanitários falaram com urgência perante o Conselho de Segurança, apelando à suspensão dos combates e descrevendo uma situação catastrófica para os dois milhões de civis de Gaza.

"A escala do horror que as pessoas estão vivenciando em Gaza é realmente difícil de transmitir", disse Martin Griffiths, o principal funcionário da ONU para assuntos humanitários e de ajuda humanitária, em um comunicado lido em seu nome na segunda-feira. "As pessoas estão cada vez mais desesperadas, à medida que procuram comida, água e abrigo no meio da implacável campanha de bombardeamentos que está a destruir famílias inteiras e bairros inteiros."

Apesar das crescentes críticas internacionais aos ataques aéreos de Israel, Netanyahu disse que os apelos a um cessar-fogo equivaliam a "pedidos a que Israel se renda ao Hamas, que se renda ao terrorismo".

Israel já identificou 240 reféns que estão sendo mantidos em Gaza, disse o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, em uma coletiva nesta terça-feira. O número aumentou "porque a identificação de pessoas que não são cidadãos israelenses é complicada", acrescentou.

No início da terça-feira, o porta-voz da IDF, Jonathan Conricus, disse que o resgate do soldado Ori Megidish forneceu informações que a IDF poderá usar em operações futuras.

Em resposta às críticas à sua liderança e à sua posição em relação aos reféns israelenses tomados pelos militantes nos ataques de 7 de outubro, Netanyahu disse que lutar contra o Hamas em Gaza é a melhor maneira de libertar os reféns.

Os militares de Israel ainda fornecem poucas informações sobre a invasão terrestre, que começou na noite de sexta-feira, 27, sob um manto de sigilo. Fotos, imagens de satélite e vídeos verificados pelo The New York Times mostraram formações de tropas e veículos blindados aproximando-se da Cidade de Gaza e de centros populacionais próximos, vindos do norte, leste e sul.

Israel renovou os avisos para que os civis se deslocassem para a parte sul de Gaza. Ao mesmo tempo, as suas forças pareciam ter alcançado a estrada Salah Al-Din, uma das principais artérias norte-sul do território. Um vídeo amplamente divulgado mostrou um veículo blindado atirando contra um carro, o que, segundo os palestinos, poderia desencorajar as pessoas de tentarem a viagem. (Com agências internacionais).

O maior comboio de ajuda desde o início da guerra entre Israel e o Hamas chegou à Gaza neste domingo (29) no total de 33 caminhões de ajuda que entraram pela única passagem de fronteira do Egito, segundo um porta-voz na passagem de Rafah, Wael Abo Omar. No entanto, os trabalhadores humanitários afirmaram que a assistência ainda está desesperadamente aquém das necessidades, após milhares de pessoas invadirem armazéns para pegar farinha e produtos básicos de higiene.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, informou que o número de mortos entre os palestinos ultrapassou 8 mil, sendo a maioria mulheres e crianças, à medida que tanques e infantaria israelenses perseguem o que o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu chamou de "segunda fase" na guerra desencadeada pela brutal incursão do Hamas em 7 de outubro. O número de vítimas é sem precedentes em décadas de violência israelense-palestina. Mais de 1.400 pessoas morreram no lado israelense, principalmente civis mortos durante o ataque inicial.

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A comunicação foi restaurada para a maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza no domingo, depois que um bombardeio israelense descrito pelos moradores como o mais intenso da guerra derrubou os serviços de telefone e internet na sexta-feira à noite. Israel permitiu apenas uma pequena quantidade de ajuda entrar.

Após visitar a passagem de Rafah, o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional descreveu o sofrimento dos civis como "profundo" e disse que não conseguiu entrar em Gaza. "Estes são os dias mais trágicos", disse Karim Khan, cujo tribunal investiga as ações das autoridades israelenses e palestinas desde 2014. Khan pediu a Israel que respeite o direito internacional, mas não foi tão longe a ponto de acusá-lo de crimes de guerra. Ele classificou o ataque do Hamas em 7 de outubro como uma séria violação do direito humanitário internacional. "O ônus recai sobre aqueles que apontam a arma, míssil ou foguete em questão", afirmou ele.

As Forças Armadas de Israel disseram no domingo que atingiram mais de 450 alvos nas últimas 24 horas, incluindo centros de comando do Hamas e posições de lançamento de mísseis antitanque. Enormes colunas de fumaça subiram sobre a Cidade de Gaza. O porta-voz militar, contra-almirante Daniel Hagari, disse que dezenas de terroristas foram mortos.

Hagari também culpou o líder do Hamas em Gaza, Yehiya Sinwar, por trazer destruição ao seu povo com o ataque de 7 de outubro. "Vamos persegui-lo até pegá-lo", disse ele. O braço militar do Hamas disse que entrou em confronto com tropas israelenses que entraram no noroeste da Faixa de Gaza com armas leves e mísseis antitanque. Os terroristas continuaram disparando foguetes contra Israel.

Repercussão internacional

As invasões aos armazéns de ajuda humanitária foram "um sinal preocupante de que a ordem civil está começando a se desintegrar depois de três semanas de guerra e um cerco apertado em Gaza", disse Thomas White, diretor de Gaza da agência da ONU para refugiados palestinos, conhecida como UNRWA. "As pessoas estão assustadas, frustradas e desesperadas."

A porta-voz da UNRWA, Juliette Touma, disse que a multidão invadiu quatro instalações no sábado. Ela disse que os armazéns não continham nenhum combustível, que tem sido criticamente escasso desde que Israel cortou todos os embarques. Israel diz que o Hamas o usaria para fins militares. Um armazém continha 80 toneladas de alimentos, disse o Programa Mundial de Alimentos da ONU. Ela enfatizou que pelo menos 40 de seus caminhões precisam atravessar Gaza diariamente apenas para atender às crescentes necessidades de alimentos.

O presidente Joe Biden, em uma ligação com Netanyahu no domingo, "ressaltou a necessidade de aumentar imediatamente e significativamente o fluxo de assistência humanitária para atender às necessidades dos civis em Gaza". As autoridades israelenses disseram que em breve permitiriam a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza, mas o chefe dos assuntos civis do COGAT, o órgão de defesa israelense responsável pelos assuntos civis palestinos, não forneceu detalhes sobre quanta ajuda estaria disponível.

Ataques próximos a hospitais

Elad Goren também disse que Israel abriu duas linhas de água no sul de Gaza na semana passada. A AP não pôde verificar de forma independente se alguma das linhas estava funcionando. Entretanto, os hospitais lotados em Gaza ficaram sob ameaça crescente. Moradores que vivem perto do Hospital Shifa, o maior do território, disseram que os ataques aéreos israelenses durante a noite atingiram perto do complexo onde dezenas de milhares de civis estão abrigados. Israel acusa o Hamas de ter um posto de comando secreto sob o hospital, mas não forneceu muitas provas. O Hamas nega as acusações. "Chegar ao hospital tornou-se cada vez mais difícil", disse Mahmoud al-Sawah, que está abrigado no hospital, por telefone. "Parece que eles querem isolar a área."

O serviço de resgate do Crescente Vermelho Palestino disse que ataques aéreos israelenses nas proximidades danificaram partes de outro hospital da Cidade de Gaza depois de receber duas ligações de autoridades israelenses no domingo ordenando que fosse esvaziado. Algumas janelas foram quebradas e os quartos ficaram cobertos de escombros. O serviço de resgate disse que os ataques aéreos atingiram cerca de 50 metros do Hospital Al-Quds, onde 14 mil pessoas estão abrigadas. Israel ordenou que o hospital fosse esvaziado há mais de uma semana, mas esse recusou, dizendo que isso significaria a morte de pacientes em ventiladores.

"Sob nenhuma circunstância, hospitais devem ser bombardeados", disse o diretor-geral do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Robert Mardini, ao programa "Face the Nation" da CBS.

Israel afirma que a maioria dos residentes de Gaza obedeceu às ordens de fugir para a parte sul do território sitiado, mas centenas de milhares permanecem no norte, em parte porque Israel também bombardeou alvos em zonas consideradas seguras. Um ataque aéreo israelense atingiu uma casa de dois andares em Khan Younis no domingo, matando pelo menos 13 pessoas, incluindo 10 de uma mesma família. Os corpos foram levados para o Hospital Nasser, segundo um jornalista da AP no local.

Libertação de reféns

A escalada militar aumentou a pressão doméstica sobre o governo de Israel para garantir a libertação de cerca de 230 reféns feitos por combatentes do Hamas durante o ataque de 7 de outubro. O Hamas diz estar pronto para libertar todos os reféns se Israel libertar todos os milhares de palestinos detidos em suas prisões.

Familiares desesperados se reuniram com Netanyahu no sábado e manifestaram apoio a uma troca. Israel rejeitou a oferta do Hamas. "Se o Hamas não sentir pressão militar, nada avançará", disse o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, às famílias dos reféns no domingo.

Operações terrestres

As Forças Armadas israelenses pararam antes de chamar suas operações terrestres gradualmente em expansão dentro de Gaza de uma invasão em toda a linha. É esperado um aumento acentuado nas baixas de ambos os lados à medida que as forças israelenses e os terroristas combatem em áreas residenciais densamente povoadas.

Israel afirma visar combatentes e infraestrutura do Hamas e que os terroristas operam entre civis, colocando-os em perigo. Mais de 1,4 milhão de pessoas em toda Gaza fugiram de suas casas. A única usina de energia do território fechou pouco depois do início da guerra. Hospitais estão lutando para manter geradores de emergência em funcionamento para operar incubadoras e outros equipamentos que salvam vidas, e a UNRWA está tentando manter bombas de água e padarias em funcionamento. Com a escassez de água, alguns gazenses tomaram banho no mar.

Cerca de 20 mil pessoas estavam se abrigando no Hospital Nasser, disse o diretor de emergência Dr. Mohammed Qandeel. "Eu trouxe meus filhos para dormir aqui", disse um residente deslocado que deu apenas o nome de Umm Ahmad. "Eu costumava ter medo de meus filhos brincando na areia. Agora suas mãos estão sujas de sangue no chão."

Envolvimento do Hezbollah

O conflito aumentou as preocupações de que a violência possa se espalhar pela região. Israel e o grupo libanês Hezbollah têm se envolvido em combates diários ao longo da fronteira norte de Israel. Hagari disse que Israel atingiu três células militantes que dispararam do Líbano para Israel e matou militantes que estavam tentando entrar. O Hamas disse que suas forças no Líbano dispararam 16 mísseis contra a cidade israelense de Nahariya. O Hezbollah, aliado do Hamas, disse que também disparou mísseis em vários locais. (Com AP)

O embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, disse neste domingo (29) que não há mais pedidos de repatriação de brasileiros que vivem no país. Mesmo assim, Meyer relatou que a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, é de garantir o retorno de todos os brasileiros que o desejarem.

"Nós não tivemos mais pedidos de brasileiros", disse Meyer em entrevista à GloboNews. "A instrução que nós tivemos do presidente Lula e do ministro Mauro Vieira é que haverá voos para todos os brasileiros que quiserem retornar. Se houver um número suficiente de brasileiros querendo retornar, haverá voos, mas, no momento, não há esse número."

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Segundo Meyer, a embaixada chegou a receber pedidos de 3 mil brasileiros quando começou a operação de repatriação, e garantiu o retorno de 1.413 cidadãos. Agora, ele lembrou que os voos comerciais entre Israel e o Brasil já foram retomados e estão disponíveis para quem desejar voltar ao País.

O embaixador disse ainda que não há brasileiros na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel e mencionou que se aguarda uma "possível repatriação" de brasileiros que podem sair da Cisjordânia pela Jordânia.

Na entrevista, Meyer relatou também que a vida tem voltado à normalidade em Tel Aviv, embora ainda seja frequente o toque de sirenes quando a cidade é alvo de mísseis. Meyer relatou ainda que o clima no país é de "grande união", embora haja críticas ao governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.

"Existe uma grande união em torno do Estado de Israel, a cidade está cheia de bandeiras, os carros com bandeiras de Israel. Existe uma união muito grande, mas existe uma grande crítica ao governo por parte da população", disse Meyer.

Milhares de pessoas invadiram armazéns de ajuda humanitária em Gaza para levar farinha e produtos de higiene básica, informou hoje uma agência da ONU. A busca é um sinal de desespero crescente e do colapso da ordem pública após três semanas de guerra entre Israel e os governantes militantes do Hamas em Gaza.

Tanques e infantaria entraram na região no fim de semana, quando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou um "segundo estágio" na guerra. A ofensiva terrestre crescente ocorreu enquanto Israel bombardeava o território por ar, terra e mar.

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O bombardeio - descrito pelos residentes de Gaza como o mais intenso da guerra - interrompeu a maior parte das comunicações no território na sexta-feira, isolando do mundo os 2,3 milhões de habitantes do enclave sitiado. As comunicações foram restabelecidas em grande parte de Gaza no início deste domingo.

A agência da ONU para refugiados palestinos, conhecida como UNRWA, fornece serviços básicos a centenas de milhares de pessoas em Gaza. Suas escolas em todo o território foram transformadas em abrigos lotados que abrigam palestinos deslocados pelo conflito. Israel permitiu apenas a entrada de uma pequena quantidade de ajuda do Egito, parte da qual estava armazenada em um dos armazéns arrombados, informou a UNRWA.

Thomas White, diretor da agência em Gaza, disse que os arrombamentos são "um sinal preocupante de que a ordem civil está começando a se romper após três semanas de guerra e um cerco rígido em Gaza. As pessoas estão assustadas, frustradas e desesperadas."

Juliette Touma, porta-voz da agência, afirmou que a multidão invadiu quatro instalações no sábado. Ela contou que os armazéns não continham combustível, que tem sido extremamente escasso desde que Israel cortou todos os carregamentos após o início da guerra.

Enquanto isso, os moradores que vivem perto do Hospital Shifa, o maior de Gaza, disseram que os ataques aéreos israelenses durante a noite de domingo atingiram o complexo hospitalar e bloquearam muitas estradas que levam a ele. Israel acusa o Hamas de ter um posto de comando secreto sob o hospital, sem fornecer muitas evidências.

Dezenas de milhares de civis estão se abrigando no Shifa, que também está lotado de pacientes feridos nos ataques.

"Chegar ao hospital tem se tornado cada vez mais difícil", disse Mahmoud al-Sawah, que está abrigado no hospital. "Parece que eles querem isolar a área". Outro morador da Cidade de Gaza, Abdallah Sayed, disse que o bombardeio israelense nos últimos dois dias foi "o mais violento e intenso" desde o início da guerra.

Israel diz que a maioria dos residentes atendeu às suas ordens de fugir para o sul, mas centenas de milhares permanecem no norte, em parte porque Israel também bombardeou alvos nas chamadas zonas seguras.

O exército israelense não fez comentários imediatos quando questionado sobre relatos de ataques perto de Shifa. O exército disse ter atingido mais de 450 alvos militantes nas últimas 24 horas, incluindo centros de comando do Hamas, postos de observação e posições de lançamento de mísseis antitanque.

A escalada aumentou a pressão interna sobre o governo de Israel para garantir a libertação de cerca de 230 reféns capturados em7 de outubro. Familiares desesperados se reuniram com Netanyahu no sábado e expressaram apoio a uma troca por prisioneiros palestinos mantidos em Israel.

O principal líder do Hamas em Gaza, Yehia Sinwar, disse que os militantes palestinos "estão prontos imediatamente" para libertar todos os reféns se Israel libertar todos os milhares de palestinos mantidos em suas prisões. O Contra-Almirante Daniel Hagari, porta-voz militar israelense, descartou a oferta como "terror psicológico".

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