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Em ação de 118 páginas, o Ministério Público Estadual requereu, liminarmente, a intervenção judicial na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), com o afastamento do presidente e de duas diretoras e a indisponibilidade de seus bens - os que bastarem para efetivar a liquidação das obrigações da entidade. A promotora de Justiça do Consumidor, Karyna Mori, pediu, ainda, decretação do sigilo dos autos.

"Esgotou-se a expectativa de que os srs. administradores observassem seus deveres e regularizassem eventuais desmandos", adverte a promotora, apontando diretamente para os principais quadros da Bancoop.

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São citados Wagner de Castro, diretor-presidente da cooperativa, presidente dos Sindicatos dos Bancários do ABC e de São Paulo, e, segundo a ação "militante do PT de Santo André, inclusive, coordenador de campanha local"; Ana Maria Ernica, diretora financeira desde 2005, e Ivone Maria da Silva, diretora técnica, diretora do Sindicato dos Bancários, "militante petista, diretora da Concaf (Confederação Sindical do Ramo Financeiro, ligada à CUT), que inclusive consta como doadora da campanha de Ricardo Berzoini, ex-diretor da Bancoop e deputado federal".

"A atual diretoria da Bancoop é intimamente ligada ao Sindicato dos Bancários e a seus antecessores, João Vaccari (denunciado por lavagem de dinheiro) e Berzoini, entre outros", destaca a ação, distribuída para a 4.ª Vara Cível da Capital. "Inegável a estreita ligação dessa diretoria com os antecessores denunciados criminalmente, e ainda, a continuidade das práticas achacantes para cobrir os rombos verificados até o momento."

Outro lado

O advogado da Bancoop, Pedro Serrano, reagiu com veemência à acusação do Ministério Público. "A demora entre a decisão do Conselho Superior do MP, de agosto de 2011, e a propositura da ação demonstram intenção político-eleitoral", rechaçou. "Por que o MP demorou tanto tempo para ajuizar a ação? A promotoria pede concessão de liminar, mas se pretende decisão tão rápida da Justiça por que demorou quase um ano para propor a ação?"

Serrano entregou petição à 4ª Vara, "levando ao conhecimento do juiz essa situação". O advogado é taxativo. "O mais adequado seria que a liminar não fosse concedida, para dar tempo ao debate e à defesa. A demora (do Ministério Público) revela desejo inconfessável de levar essa questão para as próximas eleições, dando caráter político à demanda e não o caráter jurídico que deve ter."

Pedro Serrano anota que o Ministério Público "já havia apresentado uma ação com mesmo objetivo, com pedido de extinção da cooperativa. "Na ocasião, foi firmado um acordo com o MP, considerado legal pelo Tribunal de Justiça. O MP está tentando reiniciar algo que já existe, ofende a regra do processo civil, viola coisa julgada. É um erro formal grave." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O Ministério da Justiça acionou autoridades de mais de cem países para rastrear bens de envolvidos nas Operações Vegas e Monte Carlo. Por meio do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI), o governo brasileiro emitiu alerta nas redes de cooperação da qual faz parte em busca de contas bancárias e imóveis em nome dos acusados em território estrangeiro. Entre eles: Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e o senador Demóstenes Torres (ex-DEM, sem partido-GO).

Inquérito da Polícia Federal aponta indícios de que o grupo mantinha imóveis no exterior, em especial em Miami, nos Estados Unidos e usava contas em paraísos fiscais para lavar dinheiro. Em depoimento à CPI do Cachoeira, o delegado Matheus Mella Rodrigues confirmou o braço internacional da quadrilha.

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Segundo as investigações, parte do dinheiro era transferida para contas no Caribe, EUA, Irlanda, Liechtenstein. O grupo também tinha um bingo registrado nas Ilhas Virgens Britânicas e contava com o apoio do argentino Roberto Coppola, sócio do contraventor. Escutas e quebras de sigilo bancário mostraram ainda que a organização usava serviços de doleiros e de casas de câmbio para comprar moeda estrangeira. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O Ministério Público Estadual (MPE) pediu ontem à Justiça o bloqueio de todos os bens do ex-diretor municipal Hussain Aref Saab e de seus parentes mais próximos. Segundo a Promotoria, há indícios suficientes de que Aref teria enriquecido ilicitamente por ter acumulado um patrimônio incompatível com sua renda durante os sete anos em que esteve à frente do Departamento de Aprovação de Edificações (Aprov) da Prefeitura. A família registrou mais de 125 novos imóveis, avaliados em mais de R$ 50 milhões - enquanto Aref recebia R$ 20 mil mensais.

Não há data para a Justiça decidir sobre o bloqueio, que é uma medida cautelar, ou seja, visa a impedir que os bens sejam negociados durante a investigação da Promotoria. Além de Aref, são alvo da ação sua mulher, Marisa Venturini Saab, seus dois filhos, o delegado da Polícia Civil Luís Fernando Saab e a arquiteta Ana Paula Saab Zamudio, e a empresa que os quatro possuem, a SB4 Patrimonial.

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Caso a Justiça acate o pedido do MPE, todos os bens dos acusados ficarão bloqueados - incluindo imóveis, aplicações e até uma adega de vinhos e bebidas importadas encontrada pelos promotores após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na casa de Aref, na semana passada.

Todos os imóveis registrados no nome da família ficariam sob administração de um gestor judicial, que separaria todos os aluguéis e outras rendas em uma conta em juízo. Apenas o salário e a aposentadoria de Aref ficariam fora do bloqueio.

O promotor Sílvio Marques, responsável pelo caso, afirmou que o objetivo é garantir que o patrimônio acumulado ilegalmente por Aref retorne aos cofres públicos, como está previsto na Lei de Improbidade Administrativa. "Se o juiz acatar nosso pedido e deferir a liminar, temos 30 dias para entrar com a ação principal, em que vamos pedir o ressarcimento dos bens", afirmou.

Defesa

O advogado do ex-diretor, Augusto de Arruda Botelho, refutou a existência de indícios de enriquecimento ilícito. "Todos os bens do senhor Aref, ou estão declarados no imposto de renda, ou estão contabilizados na empresa que ele possui. São todos de conhecimento público, declarados, comprados com recursos próprios e de origem lícita", disse.

De acordo com Botelho, a acusação é uma inverdade e a defesa vai usar todas as medidas judiciais cabíveis para defender seu cliente. Ele também criticou o pedido de bloqueio dos bens dos parentes de Aref. "Não há qualquer indicativo de ato irregular de outro membro da família", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Uma técnica em Enfermagem de Galileia (MG) deve receber mais de R$ 60 mil de indenização por danos morais e materiais do ex-marido e da amante dele, segundo decisão da 2.ª Vara Cível de Governador Valadares. Segundo a ação, o casamento, realizado em 2009, durou apenas dez dias e o acusado saiu de casa levando móveis e eletrodomésticos.

Para a Justiça, a atitude foi "traiçoeira" e os amantes "devem arcar com as consequências do macabro ato". Segundo a ação, logo depois do casamento, a amante procurou a mulher para contar sobre o caso extraconjugal. Ouvidos no processo, a amante disse não ter culpa pela separação do casal. O ex-marido assumiu a traição, mas alegou ter arcado com as despesas do casamento. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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O procurador geral do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Agnaldo Fenelon determinou que todas as licitações realizadas pelo MPPE seguirão os critérios estabelecidos na instrução normativa nº03/12 publicada no diário oficial desta sexta-feira (15). Além da transmissão que será feita ao vivo e disponível no site: www.mp.pe.gov.br, as sessões serão filmadas permitindo que o cidadão, em qualquer parte do mundo, possa saber dos trabalhos da Comissão Permanente de Licitação (CPL) do Ministério Público.

A estrutura foi instalada no salão dos órgãos colegiados que fica na sede do MPPE, localizado na rua do imperador Dom  Pedro I, nº 473, no bairro de Santo Antônio, no Recife. A compra e aquisição de bens e serviços públicos fazem parte do uso de novas tecnologias em função da Lei 131/09 (Lei de Transparência). Os órgãos públicos serão obrigados a divulgar receitas e despesas de serviços administrativos.     

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Segundo o procurador geral do MPPE, Aguinaldo Fenelon, a transparência é a cidadania em ação. “Como somos fiscalizadores da lei, a transparência tem que começar dentro de casa e é justamente isso que fazemos cada vez mais”, declarou.

Se não deu na conversa, a CBF conseguiu na justiça derrubar a liminar que determinava a inclusão do Brasil-RS na Série C do Campeonato Brasileiro. O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul deu provimento a recurso interposto pela entidade, para o fim de reformar a decisão anteriormente proferida pelo relator, que determinava a inclusão do Grêmio Esportivo Brasil na Terceirona no lugar do Santo André.

Com esta primeira decisão favorável à CBF, o Brasil-RS fica excluído da Série C, além de confirmar a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, STJD, que na edição do ano passado puniu o clube gaúcho com a perda de seis pontos, em virtude da inclusão de um jogador sem condição legal, visto que deixou de cumprir a suspensão automática resultante de expulsão na última partida da Série C do ano de 2010.

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"A decisão da justiça gaúcha fortalece a confiança da CBF na obtenção de um resultado final, reconhecendo a competência do STJD em apreciar e julgar a matéria", postou a CBF em seu site oficial (www.cbfnews.com.br).

No entanto, ainda resta um problema a resolver: derrubar também a liminar do Treze, que também conseguiu na Justiça Comum o direito de jogar a Série C na vaga do Rio Branco, do Acre. O Araguaína, de Tocantins, também está de olho nesta vaga. A expectativa é que isso aconteça na próxima segunda-feira (18). Se as coisas caminharem desta forma, a competição pode começar no final de semana seguinte, dias 23 e 24 de junho, para alívio de Santa Cruz e Salgueiro. Por tabela, também teria início a Quarta Divisão, na qual Pernambuco é representado por Ypiranga e Petrolina. 

A Justiça suspendeu a liminar que impedia a Prefeitura de São Paulo de revogar ou caçar os Termos de Permissão de Uso (TPUs) de ambulantes que trabalham no "calçadão" de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo.

A decisão de derrubar a liminar concedida pela 5ª Vara da Fazenda Pública foi do presidente do TJ, desembargador Ivan Sartori.

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O fundador do Kino.to, site de compartilhamento de arquivos, foi preso esta semana por pirataria na Alemanha. Visando a diminuição de sua pena, nessa quarta (6), Dirk Bogarde confessou estar ciente da violação de direitos autorais, e agora aguarda a setença, que será publicada na próxima quarta.

Segundo o portal Hollywood Reporter, durante a audiência no Tribunal de Leipzig, o advogado que representava Bogarde lamentou as infrações e disse que seu cliente havia “sucumbido à tentação” após descobrir a oportunidade de fazer dinheiro em sites daquele tipo. Depois, disse que o dono do Kino.to havia compreendido que “a liberdade na internet tem limites”.

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O site Kino.to existia desde 2008 e contava com cerca de quatro milhões de acessos diários. Segundo autoridades, cerca de 135 mil filmes, séries e documentários estavam disponíveis para download ilegal.

O Kino.to está ao lado de sites como PeliculasYonkis, SeriesYonkis, Taringa, entre outros que se tornaram alvo de operação policial em janeiro, juntamente com o MegaUpload, que levou à prisão de Kim Dotcom, seu fundador.

O tribunal considerou a confissão lida pelo advogado como “motivada por arrependimento”.  Bogarde abriu mão de sua fortuna e foi obrigado a ceder seus aparelhos para investigação. Ainda há a possibilidade do acusado cumprir sua pena (que pode chegar até a quatro anos e dez meses) em regime aberto.

O veto da presidenta Dilma Rousseff a um dos artigos da Lei Geral da Copa para manter a venda de ingressos pela metade do preço a estudantes abre caminho para uma batalha judicial da Federação Internacional de Futebol (Fifa) e entidades estudantis. A avaliação é do deputado Vicente Cândido (PT-SP), que foi relator da matéria na Câmara.

“O que pode dar mais problema é o veto da suspensão da meia-entrada nos estados e municípios. Mantém-se o acordo com as entidade e elas não vão acionar ou litigar, cobrar da Fifa a meia-entrada porque está mantida a questão das carteirinhas, que é um acordo. Mas [o veto] abre espaço para litígio e para exigência da meia-entrada”, alertou Cândido.

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Com o veto, ressaltou o deputado, a Fifa terá dois caminhos: adotar a meia-entrada para os estudantes, assumindo os custos dessa operação, ou negociar a suspensão do benefício nos estados e municípios. “Apesar da possibilidade de litígio, acredito em um acordo. São menos atores agora e o acordo com a UNE [União Nacional dos Estudantes] que representou todas as entidades estudantis, está assegurado”, ponderou o petista.

O parlamentar disse que foi consultado a respeito dos vetos, mas mostrou-se surpreso com a supressão, a pedido do Ministério das Relações Exteriores e da Advocacia-Geral da União, de dois artigos (48 e 49), que tratavam de regras para emissão de vistos. “O que me surpreendeu foi a sugestão de veto feita pelo Itamaraty, porque foi um texto exaustivamente discutido com o ministério. Estavam com a informação errada e ainda assim insistiram”, criticou.

Em relação aos demais vetos, Vicente Cândido avaliou que a presidenta agiu corretamente para melhorar o texto aprovado pelo Congresso. Aprovada no mês passado pelo Congresso Nacional, após apreciação de deputados e senadores, a Lei Geral especifica, entre outros aspectos, condições para venda de ingressos e regras para a entrada facilitada de turistas. Estabelece ainda critérios de proteção e exploração de direitos comerciais e condições em que deverão ser feitas a transmissão e a retransmissão do Mundial.

Em uma decisão inédita, um juiz do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) condenou uma mulher a indenizar o seu ex-marido por danos materiais pelo pagamento de pensão alimentícia ao filho dela com outro homem. A decisão, divulgada na quarta-feira, determina que Márcia Sena indenize em R$ 35 mil o ex-marido Carlos Barreto, que foi acionado judicialmente para pagar a pensão da criança.

O processo foi julgado em primeira instância e ainda cabe recurso. A ação foi movida por Carlos Barreto para a restituição do valor pago em pensão durante 11 meses, em 2010. Segundo ele, o filho da ex-mulher foi registrado à sua revelia, sete anos após o casal ter se separado, em 1988. O registro teria sido feito a partir da certidão de casamento, que não foi anulada pois o casal não oficializou o divórcio. Na época, como a esposa passava por problemas de saúde, ele não pediu o divórcio para permitir que ela se beneficiasse com a assistência médica familiar.

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De acordo com a sentença do juiz Mauro Nicolau Junior, da 48ª Vara Cível, em 1999 o autor do processo solicitou a alteração do registro da criança, com o consentimento do pai biológico, Paulo Roberto de Sousa. A alteração, entretanto, só foi concluída em 2010 - um ano depois de Barreto ter sido acionado judicialmente para o pagamento da pensão ao filho de sua ex-mulher.

Na sentença, o juiz afirma que a mulher agiu de má fé e que tanto o pai biológico quanto o autor do processo não se recusaram a cumprir suas obrigações. Para ele, Márcia Sena "se valeu da condição de ainda casada com o autor, ao menos no papel, para buscar sua condenação no pagamento de pensão alimentícia. Não fosse suficiente, ainda manteve-se por longo tempo recebendo valores, também a título de pensão alimentícia do réu".

A defesa de Márcia afirmou que vai recorrer da decisão do juiz. Segundo o advogado de Márcia, Hudson Brandão, "mesmo sabendo que ele não era o pai biológico da criança, o juiz da época entendeu que ele deveria pagar a pensão. Ele não pode alegar que o registro foi a sua revelia após 18 anos", afirmou.

A Justiça do Rio de Janeiro condenou Márcia Sena Christino a indenizar seu ex-marido, Carlos Rodrigues Barreto, em R$ 35 mil, que pagava pensão alimentícia ao filho dela, mesmo sabendo que ele não era o pai biológico da criança, segundo o Tribunal de Justiça (TJ).

Carlos, de acordo com o TJ, foi casado com Márcia por mais de dez anos, e se separou em 1988. Cinco anos após ter saído da residência comum do casal, em 1993, Carlos procurou a ex-mulher para oficializar o divórcio e descobriu que ela estava grávida e que a criança seria filha de Paulo Roberto Queirós de Souza.

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Como Márcia era portadora de câncer linfático e estava sendo atendida pelo serviço médico da Marinha, assistência que seria extinta com o fim do casamento, Carlos resolveu, na ocasião, adiar o divórcio. Depois de dois anos, Carlos descobriu que a ex-mulher registrou a criança em seu nome, sem seu consentimento, e procurou Márcia para anular a certidão de nascimento.

Porém, em 2009, ao procurar Márcia novamente para oficializar o divórcio, Carlos descobriu que ela tinha movido contra ele ação de alimentos e que ele teria sido condenado ao pagamento de pensão alimentícia equivalente a 20% de seus ganhos brutos, além de não ter feito a retificação do registro de nascimento da criança. Mas, posteriormente, em sentença proferida na ação de alimentos, Carlos teve o seu nome excluído do registro de nascimento da criança, após Paulo comprovar ser o pai biológico.

Na ação, Paulo Roberto alegou "não ter praticado ato lesivo ao patrimônio de Carlos", e que não teria recebido qualquer valor pago por ele, e sim Márcia, motivo pelo qual esta foi incluída na ação. Além disso, Paulo disse que mesmo sem ter a certeza de que era o pai biológico da criança, e mesmo sem manter convívio com Márcia, efetuava depósitos mensais na conta dela, a título de pensão alimentícia.

Segundo o juiz Mauro Nicolau Junior, da 48ª Vara Cível do Rio, "ficou comprovado que Márcia agiu de má-fé, na medida em que recebeu, indevidamente, valores de quem não é o pai de seu filho devendo, portanto, restituir o que recebeu".

A Justiça Federal de Goiás começa nesta quinta uma maratona de audiências para o julgamento de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e outros sete membros da organização criminosa comandada pelo contraventor.

O processo é resultado da operação Monte Carlo, em que 81 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF). Nesta quinta serão ouvidas 10 testemunhas de defesa e outras quatro de acusação. Na sexta-feira será a vez dos réus. Um deles - Geovani Pereira da Silva - está foragido.

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Apesar da expectativa com relação aos depoimentos, que devem durar mais de 20 horas, investigadores acreditam que os acusados vão falar pouco ou ainda permanecer em silêncio. O advogado do bicheiro, Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, conseguiu autorização para que a defesa conversasse por no mínimo quatro horas com o cliente, que está preso no Centro de Detenção Provisória da Papuda, em Brasília, nos últimos dois dias.

Convocado pela CPI que investiga suas relações com políticos, Cachoeira afirmou que estava disposto a contar o que sabia após o depoimento em juízo marcado para sexta-feira. Braço-direito do contraventor, Lenine Araújo de Souza também prometeu colaborar após a audiência. Por meio dos advogados, o contador do grupo chegou a procurar o MP em busca de delação premiada. A defesa de Lenine tenta agora algum benefício na CPI.

Cachoeira escolheu o médico Arnaldo de Souza Teixeira Júnior, presidente da Unicred (cooperativa de crédito) e pediatra em hospitais de Anápolis. Já Wladimir Garcez, que durante defesa na CPI disse ser um homem bem relacionado politicamente, apostou no deputado estadual Daniel Messac de Morais (PSDB) como testemunha. A primeira indicação do ex-vereador morreu durante o processo. Foragido, Geovani indicou como testemunha João Evangelista. No entanto, a Justiça teve dificuldades de citá-lo e cobrou explicações sobre seu paradeiro.

O juiz substituto da 11ª Vara Federal de Goiás, Paulo Augusto Moreira Lima, é quem vai conduzir as audiências. Ex-delegado federal, o magistrado participou das investigações desde que elas foram remetidas para a Justiça Federal. Por esse motivo, a defesa de alguns dos acusados chegou a pedir a suspeição do magistrado. Mestre em Ciências Penais, Lima foi aprovado também nos concursos para promotor de Justiça e Defensor Público. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Justiça Federal no Pará publicou decisões em que condena dois fazendeiros por terem submetido trabalhadores a condições semelhantes às de escravos. Segundo o Ministério Público do Pará, foram condenados João Caldas de Oliveira, proprietário da fazenda União, localizada em Goianésia do Pará, e Válber Falquetto, dono da fazenda Tucandeira, que fica no município de Medicilândia.

Oliveira foi condenado a quatro anos e oito meses de reclusão e multa. Ele foi denunciado pelo MPF a partir de informações levantadas pelo grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que em outubro de 2008 encontrou na fazenda União dez trabalhadores em condições análogas às de escravo.

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Na fazenda Tucandeira, de Falquetto, o flagrante foi em 2006. O grupo móvel de fiscalização encontrou 13 trabalhadores em situação degradante. Falquetto foi condenado a pagamento de dois salários mínimos por mês para a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Altamira e a prestação de serviços comunitários à Secretaria de Educação do município de Uruará durante dois anos.

Uma mulher de Nanuque, no Vale do Mucuri, em Minas Gerais, foi condenada a indenizar o ex-companheiro porque, além de traí-lo, fez piadas sobre o desempenho sexual do homem para os colegas da empresa onde ambos trabalham. A servente industrial terá que pagar R$ 8 mil por danos morais por expor o homem a "situações vexatórias".

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o casal se conheceu no trabalho e viveu junto por dez anos, mas a mulher começou a trair publicamente o companheiro com um instrutor de autoescola. A traição levou o casal a se separar, mas, de acordo com a ação, a mulher ainda passou a fazer "comentários negativos e depreciativos" sobre o ex-companheiro, dizendo para os cerca de 60 a 70 pessoas do setor onde trabalham que ele tinha "pênis mole", "não dava mais nada na cama" e "deitava e dormia".

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A "humilhação" foi confirmada por pelo menos duas testemunhas ouvidas pela juíza Patrícia Bitencourt Moreira, da 2ª Vara de Nanuque, que condenou a mulher a pagar R$ 5 mil ao ex por entender que o homem foi "lesado em sua honra" pela traição pública e pelos comentários "absolutamente depreciativos" que "naturalmente causaram inegável dor e constrangimento" ao autor da ação.

O homem recorreu ao TJMG pedindo o aumento da indenização, enquanto a mulher solicitou ao Judiciário que anulasse a sentença de primeira instância alegando que, apesar de ter traído o companheiro, causou apenas "meros dissabores" pelo "relacionamento fracassado".

Para o desembargador Gutemberg da Mota e Silva, da 10ª Câmara Cível do TJMG, porém, a própria traição é um "escárnio" e "vilipêndio ao companheiro", além de uma "ofensa às instituições e até mesmo ao dogma religioso" e caracteriza uma "ofensa", agravada pelos comentários que causaram "angústia, decepção, sofrimento e constrangimento" ao rapaz. Os desembargadores Veiga de Oliveira e Mariângela Meyer concordaram com o relator e aumentaram o valor da indenização. A advogada da mulher, Suzi Patrice Aguilar, não foi encontrada no seu escritório em Nanuque para falar sobre o caso.

Conhecido por recomendar "juízo" a seus interlocutores, o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, admite que o julgamento do processo do mensalão e o "caso Cachoeira" terão impacto sobre as eleições de outubro. Diante dos dois escândalos, porém, ele não se arrisca a medir o tamanho do prejuízo nas campanhas de Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) à Prefeitura de São Paulo.

"Um julgamento como o do mensalão será amplamente debatido, ao longo das eleições. Se vai atrapalhar ou ajudar, vamos aguardar. Pode ajudar uns, prejudicar outros. O mesmo pode valer para o caso Cachoeira e outras campanhas eleitorais, como por exemplo a de José Serra, caso as forças políticas que as apoiem estejam envolvidas no escândalo", afirma o ministro, que é ex-secretário-geral do PT.

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O processo do mensalão se arrasta há quase sete anos e preocupa a cúpula do PT porque deve ser julgado no segundo semestre pelo Supremo Tribunal Federal (STF), perto das eleições. A denúncia é de compra de voto parlamentar no governo Lula, em troca de apoio no Congresso. O comando da campanha de Haddad sabe que o escândalo será usado pelos tucanos na disputa e prepara a contraofensiva, já que a CPI para investigar as ligações do contraventor Carlos Cachoeira com o senador Demóstenes Torres (ex-DEM) pode respingar no PSDB.

Cinco dias após a instalação da Comissão da Verdade, Cardozo ainda ameniza as resistências de alguns militares à investigação exclusiva dos crimes de tortura praticados por agentes de Estado. "Talvez um dia, quem sabe, eles se convençam de que a democracia é bem-vinda", diz. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) encaminhou para a Assembleia Legislativa (Alepe) o projeto 889/2012, que pretende criar 1.019 cargos no âmbito estadual. A matéria deve ser apreciada hoje, pela Comissão de Constituição, Legislação e Justiça e encaminhada para votação no plenário. Caso receba a aprovação, deverá passar pela sanção do governador Eduardo Campo (PSB).

Ao falar sobre o projeto, o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Jovaldo Nunes, comentou haver uma carência de servidores nas unidades judiciárias dos estados membros e, principalmente, em municípios do interior. A falta de servidores tem influenciado na morosidade jurisdicional.

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Serão criados os cargos de 564 analistas judiciários, 387 técnicos administrativoss e 68 oficiais de justiça. Os salários brutos devem chegar aos valores de R$ 2.595,39 (técnico judiciário) e 3.452,45 (oficial de justiça e analista). Os trabalhadores também terão direito a benefícios como auxílio-alimentação, auxílio-saúde e auxílio transporte.

Atualmente, em Pernambuco, a justiça possui 3.222 funcionários distribuídos pelas principais comarcas do estado. Na proposta que solicita o aumento do efetivo, o presidente do Tribunal informou que as vagas só serão preenchidas em janeiro de 2013, com a utilização de recursos que serão agregados ao respectivo orçamento.



A Justiça do Distrito Federal quebrou o sigilo bancário, fiscal e telefônico, além de bloquear os bens do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, do ex-diretor da Construtora Delta Claudio Abreu e de outras seis pessoas denunciadas por formação de quadrilha e tráfico de influência por corrupção, tráfico de influência e fraudes em processo para contratar o serviço de bilhetagem eletrônica dos ônibus no DF. O sigilo bancário, fiscal e telefônico de Cachoeira já havia sido quebrado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a relação do bicheiro com políticos e contratos públicos.

A decisão ocorreu depois de pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. Conforme a peça de acusação, Cachoeira e os dois ex-diretores comandaram operação para direcionar o contrato, que renderia R$ 60 milhões por mês, à empreiteira. Coube a Abreu pagar Valdir dos Reis, lobista encarregado de azeitar o negócio na Secretaria de Transportes. Sob as orientações de Puccini, a própria quadrilha elaborou projeto básico e edital para a licitação.

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Ex-assessor da Secretaria de Planejamento do Distrito Federal, Reis foi cooptado pela quadrilha para cuidar de seus interesses no governo Agnelo Queiroz (PT). Mesmo exonerado do cargo em 31 de dezembro de 2010, ele tinha crachá em 2011 e, segundo a denúncia, circulava livremente no Palácio do Buriti, que abriga a Secretaria de Transportes.

Em uma das escutas, Cachoeira ordena que Geovani Pereira da Silva, apontado como seu contador, pague R$ 50 mil a Reis. O diálogo indica que o dinheiro provinha da conta de Abreu. O valor foi depositado na conta do ex-servidor pela Adécio e Rafael Construções e Incorporações, uma das empresas do esquema, que, segundo o MP, existiria apenas de fachada para lavagem e pagamento de recursos. Onze dias depois, Reis conseguiu reunião do secretário de Transportes do DF, José Walter Vasquez, com "membros da organização criminosa".

Embora não registrasse nenhuma experiência na área, a Delta tinha interesse em comprar software para operar a bilhetagem. A partir do encontro, diz a denúncia, a quadrilha de Cachoeira começou a elaborar o projeto básico e o edital de licitação, direcionados à Delta.

Abreu foi preso durante a Operação Saint Michel, na semana passada, por envolvimento nas fraudes. A denúncia cita suposta negociação, revelada pelo Estado, entre a quadrilha e o servidor do DFTrans (empresa que gerencia o transporte no DF) Milton Martins Júnior, que está afastado do cargo.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, conseguiu uma liminar judicial que impede a abertura de 48 agências da Caixa Econômica Federal (CEF) e livra a categoria representada por estas bases de trabalhar neste sábado (12).

A decisão partiu da juíza do Trabalho Maria Eulália de Souza Pires, que foi favorável a uma ação civil pública impetrada pelo sindicato. A multa para a instituição financeira em caso de descumprimento foi estipulada em R$ 5 mil por empregado.

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As recentes quedas nas taxas de juros e a impossibilidade, em razão do trabalho, de muitas pessoas irem até o banco durante a semana para aproveitar as vantagens no setor do crédito, levaram a direção da Caixa a convocar os funcionários para o expediente extra neste sábado.

Na argumentação junto à justiça trabalhista, o sindicato ressaltou que, de acordo com o artigo 224 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sábado não é dia de expediente bancário e que, conforme a Lei 4.178/62, o funcionamento aos sábados só seria possível em caso de trabalho extraordinário, com regras claras previstas no artigo 61 da CLT, que diz: "Para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto".

"Como não é esse o caso, não há por que a Caixa abrir suas portas neste sábado. Fomos comunicados pela imprensa, tentamos falar com a direção do banco, mas ela tomou uma decisão unilateral e se recusou a atender os representantes dos trabalhadores. Por isso tivemos de recorrer à Justiça para preservar o direito de descanso dos bancários", disse Juvandia Moreira, presidente do sindicato. Ela ressaltou ainda que a abertura das agências criaria um precedente ruim para a categoria.

"O HSBC já tentou forçar o trabalho aos sábados e também não permitimos. O sindicato não admitirá que invistam contra os direitos dos bancários", disse. Ainda segundo o sindicato, em todo o Brasil está prevista a abertura de 500 agências da Caixa em diversas cidades. Os sindicatos de bancários do Espírito Santo e do Ceará também conseguiram liminares que proibiram o funcionamento.

Os réus Ivan Rodrigues da Silva, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira e José Edison da Silva, acusados de participação no assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), em 2002, disseram nesta quinta ter sido torturados por policiais. Os três também citaram o nome do ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh, advogado do PT, que os teria ameaçado.

O julgamento de Ivan, Rodolfo e José Edison teve início às 11 horas no Fórum de Itapecerica da Serra (SP). Eles foram formalmente denunciados pelo Ministério Público por homicídio duplamente qualificado e podem pegar até 30 anos de prisão. A previsão é de que o julgamento dure dois dias. "A expectativa é que as teses do Ministério Público sejam novamente aceitas e que isso resulte em condenações conforme a lei", declarou Bruno Daniel, irmão de Celso, em entrevista à rádio Estadão ESPN.

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Segundo os acusados, a polícia teria usado de métodos de tortura para que eles confessassem. Após os interrogatórios, os advogados de outros dois réus, Itamar Messias dos Santos Filho e Elcyd Oliveira Brito, retiraram-se da sessão alegando tempo insuficiente para a argumentação da defesa. O julgamento dos dois foi adiado.

A polícia concluiu que Daniel foi vítima de "crime comum". Mas o Ministério Público sustenta que o então prefeito foi sequestrado e morto porque decidiu dar fim a um esquema de corrupção em sua própria administração. Para a promotoria, parte do dinheiro desviado de contratos fraudulentos na gestão Daniel abastecia caixa 2 de campanhas eleitorais do PT.

O mandante do assassinato teria sido o empresário Sérgio Gomes, o Sombra, que nega envolvimento. Ivan, apontado como coordenador do grupo, negou ter assassinado Daniel.

Em nota, o advogado Greenhalgh repudia as acusações. "A defesa dos acusados procura, no plenário do Júri, desqualificar as confissões feitas pelos mesmos no inquérito policial. Essa tática não vai prevalecer, posto que são inverídicas essas alegações."

Greenhalgh assinala que "todos os depoimentos prestados pelos acusados no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foram acompanhados por, além dele próprio, diversos promotores de Justiça que, inclusive, assinaram tais depoimentos". "Eles (promotores de Justiça) são testemunhas de que não houve maus tratos durante os depoimentos que resultaram na confissão dos acusados. Essa alegação já havia sido levantada pela defesa em 2004 e totalmente rechaçada por todos os que participaram do inquérito policial junto comigo."

Charles Heitor Barbosa Pires, 34 anos, ex-surfista que teve as duas mãos arrancadas por um tubarão, há 13 anos, na praia de Boa Viagem, no Recife, conseguiu, na Justiça, o direito de ter duas próteses biônicas custeadas pelo Estado de Pernambuco, que irão ser utilizadas no lugar das mãos, encaixadas nos pulsos.

Importadas da Escócia por meio de uma fornecedora do Rio Grande do Sul, as próteses custaram R$ 654 mil e irão permitir a Charles todos os movimentos dos dedos. Nos primeiros testes realizados com as próteses, o ex-surfista já teve um vislumbre do ganho: "Me emocionei ao poder pegar nas mãos das pessoas", afirmou ele, que também sentiu a alegria de colocar alimentos na boca. "O comando é meu, através do pensamento".

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Devido à necessidade de ajustes, ele viaja ainda neste mês para o Rio Grande do Sul. Sua expectativa é poder retornar ao Recife com total controle sobre suas mãos biônicas, podendo mexer todos os dedos e com capacidade de suportar até 90 quilos. "É o que tem de mais moderno", comemora ele.

Charles perdeu as mãos ao tentar se defender do tubarão que o atacou no dia 1 de maio de 1999. Tinha 21 anos. Casou, tem dois filhos e no próximo ano conclui o curso de Direito. Foi na faculdade, ajudado pelo professor de Direito Constitucional, Marconi Barreto Junior, que se tornou seu advogado, que decidiu entrar, em 2010, com um processo judicial contra o Estado, com base no artigo 196 da Constituição Federal que afirma o direito de reinclusão social do deficiente físico. Em outubro do ano passado, o juiz José Marcelon Silva, da 3. Vara da Fazenda Pública, concedeu a liminar. As próteses chegaram em abril.

Mesmo sem prótese, Charles trabalhou como auxiliar administrativo em uma empresa por sete anos. Ele consegue usar o computador e realizar algumas tarefas com a ajuda de uma tala improvisada. Atualmente no seguro desemprego, já pensa em fazer estágio em um escritório de advocacia e voltar a ser um cidadão integral, sem dependências nem exclusões.

Quando sofreu o ataque de tubarão, as praias do Recife e região metropolitana sul ainda não expunham as placas de proibição de surfe na área devido à presença de tubarões.

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