Tópicos | Lima-2019

O Brasil encerrou os Jogos de Lima, no Peru, com a melhor campanha de todos os tempos em Parapan-americanos. Depois de superar as próprias marcas no sábado, neste domingo o País bateu o recorde de ouros e de medalhas do México de 1999. Com todas as provas encerradas, a delegação brasileira terminou com tranquilidade na liderança do quadro de medalhas pela quarta edição consecutiva. Foram 124 ouros, 99 pratas e 85 bronzes, com 308 no total. O México, na primeira edição do Parapan, realizado na Cidade do México, há 20 anos, faturou 121 ouros, 105 pratas e 81 bronzes, com 307 no total.

"Lima foi um ótimo termômetro para avaliar o caminho que nós estamos trilhando. Nosso planejamento é para dois ciclos, para oito anos: Tóquio-2020 e Paris-2024. A meta interna nossa era superar Toronto em todos quesitos. Desde a delegação, número de atletas em finais, número de mulheres, número de classes baixas. É o nosso planejamento de renovação", disse Alberto Martins, chefe da delegação brasileira.

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Na última edição do Parapan, no Canadá, foram 109 ouros e 257 medalhas. Agora o foco é manter o Brasil no Top 10 do quadro de medalhas na Paralimpíada de Tóquio. Alberto ainda não quis fazer uma projeção de medalhas para a competição do ano que vem. Prefere aguardar os Mundiais de natação e de atletismo, que acontecem respectivamente em setembro e novembro. "A gente sabe que do Top 10 para o Top 5 é questão de uma, duas medalhas. Então a gente precisa sempre estar ali naquele Top 10", comentou.

POUPAR ATLETAS - Para a próxima edição do Parapan, em Santiago-2023, o Brasil cogita adotar método parecido com o dos Estados Unidos, que terminaram em segundo lugar no quadro de medalhas, com menos da metade de ouros do Brasil. Foram 57 primeiros lugares, 62 pratas e 63 e bronzes, com total de 182. A ideia é apostar mais jovens na próxima edição com a possibilidade de poupar medalhões.

"Estados Unidos e Canadá trouxeram jovens e estão investindo neles. Nós também estamos fazendo, mas temos de estar muito atentos", disse. "Poupar atletas depende muito do momento. O Brasil precisa começar a jogar com a regra da competição. O tênis de mesa já fez isso em Lima. Então algumas estratégias nós precisamos já começar a utilizar. E, talvez, nós precisamos também, apesar que pessoalmente eu tenha algumas restrições com relação a isso, pensar se não vale a pena a gente também não se mostrar muito ao mundo em determinados momentos. Porque todas as equipes veem agora o Brasil como o país a ser derrotado", encerrou.

Confira outros trechos da coletiva do Alberto Martins:

SURPRESAS

"O que superou a expectativa foi a própria natação e o halterofilismo. O atletismo ficou dentro daquilo que já havíamos planejado. O atletismo ficou dentro daquilo que a gente já tinha planejado, perdemos uma aqui, ganhamos outras ali. Mas a natação superou bastante as nossas expectativas. O halterofilismo traz o aspecto da própria regra, em que ela ainda é muito confusa, muito interpretativa. Então quando você tem ali três árbitros e quase nunca se tem uma homogeneidade entre os três árbitros quer dizer que há uma interpretação. A gente gostou muito do atuação do halterofilismo".

DECEPÇÕES

"Com relação a decepcionar, não houve nenhum aspecto. Lógico, a gente sabia das dificuldades por exemplo do rúgbi em cadeira de rodas (perdeu a disputa do bronze). Tínhamos bastante expectativa que a gente pudesse superar isso, porque nós trabalhamos com conquista de vagas para Tóquio. Então quando fica fora da disputa por vaga lógico que entristece a gente. A mesma coisa com o basquete em cadeira de rodas tanto o feminino quanto o masculino que não conseguiram suas vagas. A gente vê que é necessário no Brasil pensarmos num planejamento mais real, mais concreto, talvez numa renovação mais acelerada. Ou seja, com certeza os presidentes e as federações estão fazendo essa avaliação pra que a gente trabalhe dentro dessa perspectiva de uma renovação o mais rapidamente possível pra termos uma modalidade que foi, que iniciou o esporte paralímpico com sua plasticidade. Então eu não diria que foi decepção. Mas a gente realmente acreditava".

ANÁLISE SOBRE AS PRATAS

"Nós tivemos 99 medalhas de prata. O que isso quer dizer para nós? Que tivemos 99 oportunidades de ter o ouro. Temos de analisar com muito cuidado o que faltou para que não tivéssemos o ouro. É um cuidado que precisamos analisar com nossa equipe de ciência do esporte. O que precisamos mexer? Prata a gente não ganha, a gente perde. Mas ela tem de ser valorizada e, principalmente, analisada por nós da equipe técnica".

MAIS MULHERES

"Isso faz parte do nosso planejamento: o aumento do número de mulheres. Já começou. A gente tem feito isso. Tanto é que se você verificar, por exemplo, nos nossos circuitos de natação, atletismo, halterofilismo… A gente deu cota extra para quem trouxesse mulheres e classe baixa. Que a gente fala de ‘rach’: hospedagem, alimentação e transporte gratuito para que os clubes possam investir mais em mulheres e em classe baixa, pra que a gente possa aumentar ai e, realmente, é um nicho que a gente precisa aproveitar e a gente está atento a isso. Porque precisamos investir. Mas como eu disse anteriormente também: não adianta a gente investir se a organização e o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) começar a unificar classes. Você investe em classes baixas..."

Em uma noite na qual a natação do Brasil garantiu um total de sete medalhas, o brasileiro Marcelo Chierighini brilhou como principal destaque ao faturar a medalha de ouro da prova dos 100 metros livre dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, nesta quinta-feira, ao triunfar com o tempo de 48s09 na final desta tradicional prova na capital peruana. Ele superou por pouco o norte-americano Nathan Adrian, que ficou com a prata com 48s17, enquanto o bronze foi obtido por Michael Chadwick, também dos Estados Unidos, com 48s88.

Campeão olímpico desta prova nos Jogos de Londres-2012 e dono de outras quatro medalhas douradas olímpicas, Adrian defendia favoritismo na luta pelo ouro, sendo que ele é o principal nadador do seu país nesta edição do Pan. E compete na capital peruana depois de ter se recuperado de um câncer nos testículos.

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"Estou muito feliz não só pela medalha, mas por estar há anos brigando por uma medalha numa competição internacional, fico mais feliz. Nesse ano, foi uma prova muito forte. O Adrian Nathan era um cara em quem eu me espelhava quando era criança, campeão olímpico. Muito legal vencer. É a prova que eu mais treino, a que eu mais gosto. Eu estou muito feliz", afirmou Chierighini, em entrevista ao SporTV, pouco depois de conquistar o ouro.

E o brasileiro fez questão de exaltar Adrian, a quem qualificou também como uma grande pessoa. "O Nathan é exemplar dentro e fora da água. Não tem do que se queixar do cara. Ele é gente boa e educado. A gente sempre bate papo antes de prova, é uma rivalidade boa, sadia", completou.

Outro brasileiro presente nesta final dos 100m, Breno Martins Correia terminou em quinto lugar, com o tempo de 49s14. Ele também ficou atrás do venezuelano Cristian Daniel Valero, quarto colocado, com 48s94.

GUIDO, VALENTE E REVEZAMENTO GANHAM PRATAS - Guilherme Guido também foi outro nadador do Brasil que subiu ao pódio na noite desta quinta-feira. Ele conquistou a medalha de prata na prova dos 100 metros costas, com a marca de 53s54, e só foi superado pelo norte-americano Daniel Carr, com 53s50. O bronze ficou com Dylan Carter, com 54s52. No fim, Guido acabou repetindo a prata que conquistou nesta mesma prova no Pan de Toronto-2015, no qual chegou a estabelecer o recorde da competição, com 53s12.

E outro brasileiro que fechou a noite de quinta-feira com uma medalha de prata no peito foi Miguel Leite Valente, que terminou em segundo lugar a final dos 800 metros livre. Ele cravou o tempo de 7min56s37 e superou por pouco o mexicano Ricardo Vargas, bronze ao marcar 7min56s78. Já o ouro foi obtido pelo norte-americano Andrew Abruzzo, que exibiu uma incrível arrancada no fim para triunfar com 7min54s70. O brasileiro Diogo Andrade, também presente nesta final, ficou em sexto lugar com o tempo de 8min03s17.

A outra medalha de prata do Brasil na noite desta quinta-feira veio com o revezamento 4x100m misto. O quarteto formado por Guilherme Guido, João Gomes Júnior, Larissa de Oliveira e Joana Diamante completou esta prova em 3min48s61 para terminar em segundo lugar. A equipe brasileira só ficou atrás da norte-americana, que garantiu o ouro com o tempo de 3min42s96, enquanto o time do Canadá levou o bronze com 3min49s97.

BRASILEIRAS LEVAM 3 BRONZES - Na versão feminina da prova dos 100 metros livre do Pan, o Brasil também garantiu um lugar no pódio com Larissa de Oliveira, que conquistou o bronze com a marca de 55s25. Ela só foi superada pela norte-americana Margo Usageer, ouro com 54s17, e a canadense Alexia Zvenik, prata com 55s04.

Após o seu feito, Larissa disse que poderia ter exibido um rendimento ainda melhor, mas exaltou o fato de que conseguiu se tornar a segunda brasileira a conquistar uma medalha nesta prova na história do Pan - Flávia Delaroli faturou a prata nos Jogos do Rio-2007.

"Nos tempos, acho que fiquei um pouco a desejar em relação ao que treinei. Mas a medalha tem que ser comemorada, encerramos um jejum de 12 anos. Então estou muito feliz", comemorou a brasileira. E a outra representante do País nesta disputa por medalhas, Daynara Ferreira, terminou na sétima e penúltima posição, com o tempo de 56s88.

Etiene Medeiros, por sua vez, também faturou um bronze para a natação do Brasil em uma final na noite desta quinta-feira. Ela terminou em terceiro lugar nos 100m costas, com 1min00s67, enquanto o ouro foi obtido pela norte-americana Phoebe Bacon (59s47) e a prata assegurada pela canadense Danielle Hanus (1min00s34). A brasileira Fernanda de Goeij, também presente nesta final, fechou a prova em quinto, com 1min01s59.

E a outra nadadora do Brasil que conquistou um bronze em uma final individual na noite desta quinta-feira foi Viviane Jungblut. Ela ficou em terceiro lugar nos 800 metros livre. E a medalha acabou sendo histórica, pois o País nunca havia faturado um pódio nesta prova entre as mulheres em uma edição do Pan.

Viviane garantiu o bronze com o tempo de 8min36s04. Ela só ficou atrás da argentina Delfina Pignatiello, ouro de forma dominante, com 8min29s42, e da norte-americana Mariah Denigan, prata ao fechar a disputa em 8min34s18. Outra brasileira que participou desta final, Ana Marcela Cunha ficou em sétimo e penúltimo lugar, com o tempo de 8min48s33.

Com o desempenho desta quinta, são 19 medalhas do Brasil na natação deste Pan. E no quadro geral de medalhas em Lima-1019, o País se firmou ainda mais na segunda posição na classificação geral, com 35 ouros, 29 pratas e 51 bronzes, totalizando 115 pódios. Os Estados Unidos, com 84 ouros, 68 pratas e 55 bronzes, são os líderes disparados, com 207 ao total. O México (27-24-46) e um total de 97 ocupa o terceiro lugar.

Com direito a cravar a melhor marca de sua carreira, o brasileiro Alison dos Santos faturou nesta quinta-feira a medalha de ouro da prova dos 400 metros com barreiras dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. Com o tempo de 48s45, ele garantiu o único pódio do País no atletismo neste dia de disputas na capital peruana.

Com apenas 19 anos, Alison terminou a final desta quinta com mais de meio segundo de vantagem para o norte-americano Amere Lattin, que ficou com a prata com 48s98, enquanto o bronze foi obtido pelo jamaicano Kemar Mowatt (49s09).

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"Estava nos planos vim e fazer a melhor marca. Sempre quero fazer o melhor resultado", afirmou o brasileiro, em entrevista ainda na pista ao SporTV, ao comemorar o seu grande desempenho. Em seguida, a promessa do atletismo nacional admitiu surpresa com as performances expressivas que vem tendo nesta temporada, na qual também levou uma medalha de ouro na Universíade de Nápoles, na Itália, em julho passado. "É um ano surpreendente. Não esperava conseguir esses resultados com 19 anos", reconheceu.

Com índice para a Olimpíada de Tóquio-2020 nos 400m com barreiras garantido antes mesmo deste Pan, Alison é o atual recordista sul-americano sub-20 desta prova, com o tempo de 48s49, e dedicou o ouro conquistado em Lima à mãe, Sueli.

Na final desta quinta-feira, o brasileiro arrancou nos metros finais para ultrapassar o dominicano Juander Aquino, que acabou sofrendo uma queda na última barreira e ficou até fora do pódio - terminou em oitavo e último lugar. "Meu estilo de corrida é assim: no começo não passo tão forte, mas minha segunda metade é muito forte. Consigo evoluir a cada barreira", disse Alison ao analisar a sua performance vitoriosa.

OUTROS BRASILEIROS - Em outra disputa do dia envolvendo um representante do Brasil em Lima, Vitória Rosa avançou à luta por medalhas na prova dos 200 metros com o melhor tempo das semifinais, que foi de 22s72. Medalhista de bronze nos 100m na quarta-feira, a velocista de 23 anos cravou o tempo mais rápido de sua carreira nos 200m, mas ainda não conseguiu o índice para os Jogos de Tóquio nesta prova. A final será às 18h15 (de Brasília) desta sexta-feira em Lima.

Também presente nas semifinais dos 200m, Lorraine Barbosa Martins acabou sendo eliminada ao terminar o qualificatório com a 11ª posição, com a marca de 23s74.

Já na prova do lançamento do martelo, Allan Wolski encerrou na sexta posição, com a marca de 73,25m, e ficou longe do pódio, que teve como medalhista de ouro o chileno Gabriel Henrique Sabra, com 74,98m. Humberto Fernan Arzola, também do Chile, faturou a prata, com 74,38m, enquanto o bronze foi obtido pelo norte-americano Sean Donnelly (74,23m).

No salto em altura feminino, a brasileira Valdileia Martins terminou em quinto lugar, com 1,84m em sua melhor tentativa de ultrapassar o sarrafo. A mesma marca foi alcançada pela jamaicana Kimberly Asheki Williamson, que ficou com o bronze por ter atingido esta altura com um menor número de saltos. Jeanelle Anna Scheper, de Santa Lúcia, também com 1,84m, fechou a final na quarta posição.

A brasileira Juliana Campos, por sua vez, foi apenas a oitava colocada na final do salto com vara, com 4,10m em sua melhor tentativa. A cubana Yarisley Rodríguez, recordista pan-americana, com os 4,85m alcançados em Toronto-2015, confirmou o favoritismo e voltou a faturar o ouro, agora com a marca de 4,75m.

Na prova masculina dos 1.500 metros, o brasileiro Carlos de Oliveira Santos terminou em sexto lugar, com 3min44s47. O fundista ficou muito distante do mexicano José Carlos Peinado, ouro com o tempo de 3min39s93. Completando a participação brasileira no dia de disputas do atletismo, Vanessa Chequer fechou a luta por medalhas no heptatlo em quinto lugar e foi outro nome do País a não conseguir subir ao pódio nesta quinta.

A surfista Chloé Calmon conquistou neste domingo mais uma medalha de ouro para o Brasil nos Jogos Pan-Americanos, que estão sendo disputados em Lima, no Peru. Ela venceu na final do longboard a peruana Maria Fernanda Reyes e deu ao País a sua quarta medalha na modalidade na competição. Os outros foram Lena Guimarães (ouro no SUP Race), Vinicius Martins (prata no SUP Race) e Nicole Pacelli (bronze no SUP Wave).

O ouro coroa um ótimo momento de Chloé no surfe. Ela vem liderando o ranking mundial, já foi duas vezes vice e agora conquistou o primeiro título da modalidade em sua estreia no Pan. "Quando entro numa competição, apago tudo que aconteceu antes. Cada competição é uma página em branco e currículo não garante nada. O ano de 2019 tem sido incrível para o longboard", disse.

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Ela explica que havia três anos disputava quatro campeonatos e agora está fazendo 16. "É uma evolução muito grande para o esporte, com muitas oportunidades para os atletas. Sinto que estou numa sequência de competições que está me deixando mais tranquila na água. Muita experiência e me deixa mais fria para fazer tudo com razão e não com o calor do momento".

Seus pais foram do Rio de Janeiro para Punta Rocas, onde a competição foi realizada, para acompanhar de perto a disputa. Seu pai foi o grande incentivador de sua carreira. "Comecei com prancha pequena, meu pai surfava, mas sempre me chamou a atenção e comecei a surfar com longboard aos 11 anos. Caminhar na prancha é um balé do surfe, sempre achei muito feminino e foi amor à primeira onda", revelou.

Chloé sempre sonhou em participar de uma competição olímpica, mas achava que era algo difícil de realizar. Ela foi assistir a várias competições no Pan do Rio de Janeiro, em 2007, e chegou a dizer para sua família que um dia gostaria de estar ali. Também assistiu aos Jogos do Rio, em 2016. "Eu ficava imaginando se um dia eu estaria ali em um evento dessa magnitude. Esse dia finalmente chegou e acho que antes de qualquer coisa todo mundo que está aqui é vencedor, participando de um momento histórico do esporte. Estou muito feliz de fazer parte do Time Brasil", afirmou.

Claro que a jovem de 24 anos sentiu um pouco da pressão que é disputar uma competição dessas, mas conseguiu lidar bem com essa nova atmosfera. "É difícil, o Brasil inteiro vendo, com transmissão ao vivo, uniforme, a gente foi conhecer a Vila Pan-Americana, participamos da cerimônia de abertura, então é uma coisa que a gente nunca viveu na nossa vida. O ideal é manter o foco e me concentrar nas ondas".

Campeã pan-americana, agora ela sonha com a sua modalidade na Olimpíada. O surfe estará nos Jogos de Tóquio-2020, mas não o longboard. Quem sabe em 2024, em Paris. "Agora que o surfe virou esporte olímpico, nunca estivemos tão perto de entrar também. Não será em Tóquio, mas para 2024 as portas podem ser abertas, assim como fez os Jogos Pan-Americanos. A gente nunca esteve tão perto e agora que pude viver um pouquinho disso estou mais motivada do que nunca", avisou.

Na quinta-feira, Jacqueline Castro ficou brava com o filho. "Você não me dá notícia. Está tão ocupado assim que não pode nem dar 'oi' para mim? O que está acontecendo?", reclamou a auxiliar administrativa no celular. A resposta do filho veio em seguida. "Mãe, estou treinando muito. Até apareci na tevê", respondeu Rayan Victor. O diálogo corriqueiro retrata parte da vida dos atletas adolescentes do Pan. Jovens de 15 a 17 anos misturam os desafios do esporte de alto rendimento e os "dramas" da adolescência, como a mãe querendo saber onde é que está o celular.

O Brasil tem sete atletas menores. Eles moram com os pais e estão no Ensino Médio. Pelo jeito de falar e pela trajetória esportiva, todos parecem mais velhos. Marco La Porta, vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e chefe de missão em Lima, afirma que o COB e a delegação brasileira seguem vários procedimentos de segurança para os jovens. "Os chefes das equipes devem acompanhar sempre o menor, para a competição, treino, policlínica ou atividade de lazer", explica.

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Rayan Victor Dutra tem 17 anos e está no 3º ano do Ensino Médio no colégio Isabela Hendrix, em Belo Horizonte. Ele estuda de manhã e treina ginástica de trampolim no Minas Tênis Clube. Para ir ao Pan, Rayan precisou da autorização da mãe para viajar, o que acontece com todos eles.

Para a arqueira Ana Luiza Caetano, ser um atleta precoce tem dois lados. "A gente chega sem uma pressão muito grande. Por outro lado, temos de mostrar evolução", diz a menina de 16 anos de Maricá (RJ).

Afirmar que Ana Luiza é arqueira é apenas meia verdade. Velejadora desde criança, ela teve de abrir mão de muita festinha e passeio no shopping com os amigos - quase todos os atletas adolescentes lamentam isso. Para compensar, Ana criou um diário de bordo. Os editores amigos do seu avô gostaram e publicaram o título "Bons Ventos: Diário de Aventuras Iradas". Logo veio "Eureka", volume paradidático que aborda os valores olímpicos, folclore brasileiro e a conscientização ambiental.

Marcelo Roriz, chefe da delegação do Tiro com Arco, que integra Ana Luiza, valoriza a presença dos jovens. "É preciso entender que os jovens têm ansiedade e vontade grandes. Isso não pode extrapolar para não prejudicar o desempenho. Fazemos uma mescla com os mais experientes e transmitimos calma e tranquilidade, sem que eles percam essa vontade, que é muito boa", avalia.

Ana Beatriz Mantellato leva adiante a paixão familiar pelo polo aquático. Os pais, Nilson e Ana Cristina, jogaram na seleção; a irmã, Gabriela, disputou os Jogos no Rio-216. A adolescente de 16 anos não leva uma vida de adolescente de 16 anos. Ela estuda em um colégio bilíngue em período integral e treina no Clube Paineiras do Morumby. "Ela não tem tempo de ser adolescente. Isso preocupa um pouco a gente. Mas a vida do atleta de ponta é assim", diz a mãe.

O Brasil conquistou dois pódios na ginástica rítmica neste sábado nos Jogos Pan-Americanos, que estão sendo disputados em Lima, no Peru. O País foi medalha de bronze tanto no conjunto quanto no individual geral com Natália Gaudio, que ficou atrás apenas das norte-americanas Evita Griskenas, dona do ouro, e Camilla Feelley, medalhista de prata.

O bronze de Natália Gaudio teve momentos dramáticos. Em seu último aparelho, ela tirou a nota que a deixaria empatada com a brasileira Barbara Domingos. O bronze ficaria com uma das duas e no desempate (soma das execuções), Natália ganharia por uma margem mínima de 0,050 pontos.

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Às pressas, sua técnica fez um pedido de revisão e sua nota poderia ser aumentada ou até diminuída. Houve tentativa de cancelar o pedido, pois o lugar no pódio estava garantido no desempate, mas já era tarde. No final, a nota foi mantida e ela conquistou o bronze no individual geral, à frente de Babi, que foi a quarta colocada.

A seleção de conjunto, formada por Beatriz Linhares, Camila Rossi, Déborah Medrado, Nicole Pircio e Vitória Guerra, obteve a medalha de bronze também, atrás de México (ouro) e Estados Unidos (prata). A equipe nacional é totalmente renovada e tem média de idade de 17 anos. O grupo cometeu erros na prova de 3 arcos e 2 pares de maças e acabou perdendo a chance de ser campeão.

Neste domingo serão disputadas mais três finais. Às 18 horas (de Brasília) começam as disputas por aparelho individual (arco e bola). Barbara Domingos estará nos dois aparelhos, enquanto que Natália Gaudio disputará apenas a final do arco. Já às 20 horas serão as finais por aparelho conjunto (cinco bolas).

O brasileiro Ygor Coelho conquistou nesta sexta-feira a primeira medalha de ouro do Brasil no badminton em uma edição de Jogos Pan-Americanos. Em Lima, no Peru, o carioca de 22 anos superou o canadense Brian Yang por 2 sets a 0, com parciais de 21/19 e 21/10. Na quinta, o Brasil já havia conquistado quatro bronzes na modalidade.

Ygor era um dos favoritos ao ouro. Não por acaso. Ele fora campeão pan-americano da modalidade em 2017 e também no ano passado. Em 2016, foi o primeiro brasileiro a competir no badminton nos Jogos Olímpicos do Rio.

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"Ainda não caiu a ficha. Agarrei muito bem as minhas oportunidades, lutei, fui para fora do País, me lesionei esse ano... Conquistar esse ouro foi sensacional", celebrou Ygor, que lembrou o que passou por sua mente no momento do triunfo na final. "O que passou pela minha cabeça foi toda minha dificuldade, toda minha história no esporte."

Ygor começou sua trajetória no badminton no projeto social Miratus, criado pelo seu próprio pai, Sebastião, na Comunidade da Chacrinha, no Rio de Janeiro. "Agradeço toda a estrutura do Comitê Olímpico do Brasil, à Alessandra, minha psicóloga, que me deu muitos trabalhos mentais, deixou minha cabeça pronta para essa conquista."

Atualmente, o jogador brasileiro vive e treina na Dinamarca, onde conta com o apoio da treinadora local Nadia Lyduch, contratada em uma parceria entre o COB e a Confederação Brasileira de Badminton.

O Brasil encerrou sua participação na ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos, em Lima, com mais quatro medalhas e chegou a um total de 11 na modalidade, uma marca bastante expressiva, com quatro de ouro, quatro de prata e três de bronze. É a melhor campanha da história no Pan, superando a marca do Rio, em 2007.

Nesta quarta-feira, o Brasil fez mais uma dobradinha, desta vez na barra fixa. Chico Barretto conquistou o ouro e Arthur Nory foi prata numa prova que os atletas nacionais foram bastante superiores e o lugar no pódio foi decidido em detalhes. Já Caio Souza conquistou a prata nas barras paralelas enquanto Flavia Saraiva foi bronze no solo em um julgamento polêmico, com pedido de revisão de nota do Brasil, mas que não adiantou.

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A curiosidade em relação a essa dobradinha do Brasil no pódio na barra fixa foi que Nory, que iria disputar as paralelas, pediu para Chico ir em seu lugar, para se dedicar apenas ao outro aparelho. O brasileiro foi mal nas barras paralelas, mas na fixa tirou o ouro do companheiro em sua última ação em Lima, em uma disputa apertada e emocionante.

Antes, o Time Brasil havia conquistado o ouro por equipes no masculino e bronze por equipes no feminino, o ouro com Caio Souza e prata com Arthur Nory no individual geral, o bronze de Flavia no individual geral, o ouro de Chico Barretto no cavalo com alças e a prata de Arthur Zanetti nas argolas.

Nesta quarta-feira, Flavinha também ficou na quinta posição na trave. Ela chegou a se desequilibrar uma vez e na sequência acabou caindo, perdendo a chance de subir ao pódio. O jovem Luis Porto, por sua vez, encerrou sua participação no Pan com o sétimo lugar na prova de salto.

Ele teve um desequilíbrio no final do primeiro salto e acabou saindo da área do colchão. Sua nota foi rebaixada um pouco e ele não teve chance de brigar pelo pódio, que ficou com Audrys Nin, da República Dominicana (ouro), Jorge Alfredo Vega, da Guatemala (prata) e Alejandro de La Cruz, de Cuba (bronze).

O Brasil conquistou mais duas medalhas na ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos. Chico Barretto fez uma bela exibição no cavalo com alça e ficou com a medalha de ouro. Já Arthur Zanetti não conseguiu ter uma ótima apresentação nas argolas como na prova por equipes e acabou ficando com a prata - atrás do mexicano Fabian de Luna.

Zanetti cometeu alguns pequenos erros e fez 14,400 pontos, bem abaixo dos 15,000 que obteve no último domingo. O rival mexicano ganhou com 14,500. Já Caio Souza foi quarto no mesmo aparelho, com a mesma pontuação do bronze (14,066) do argentino Federico Martín Molinari. Ainda nesta terça-feira, Zanetti ficou em sétimo no saltos (Arthur Nory foi quarto). No feminino, Lorrane Oliveira ficou com a quarta posição e Carolyne Pedro com a sétima.

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Pela primeira vez um atleta brasileiro conquistou o ouro no cavalo com alça. Chico Barretto comentou que fez uma série segura, mas reconheceu que não foi brilhante. Ele lembrou que um atleta trabalha sob pressão, então ele está acostumado a isso, mas o feito mostra que o trabalho está sendo bem feito para que os atletas nacionais melhorem neste aparelho.

"Eu fui campeão nos Jogos Sul-Americanos em Cochabamba (Bolívia) e aqui encontrei alguns atletas que estavam lá e sabia que tinha grande chance de ser finalista. Cavalo é complicado, qualquer vacilo pode escorregar a mão, quedas acontecem e tiram ponto, mas eu venho treinando muito esse aparelho, todos os dias", disse.

Chico participou da equipe que conquistou a medalha de ouro no último domingo, repetindo o feito do Pan de Guadalajara, no México, em 2011. Na segunda-feira, Caio Souza e Arthur Nory foram primeiro e segundo colocados, respectivamente, na disputa do individual geral, outro resultado histórico para a ginástica artística nacional no Pan.

"Meu sonho era ter uma medalha individual e agora veio essa recompensa com essa medalha histórica. O melhor resultado antes era um bronze no cavalo e estou satisfeito. Fiz meu trabalho. Agora vou disputar as provas de barra fixa e paralelas e isso tira 50% do peso agora. Se a medalha vir novamente, será reconhecimento do esforço", continuou.

O Brasil voltou a brilhar na ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, nesta segunda-feira (29). O time nacional faturou uma inédita dobradinha no individual geral masculino, com Caio Souza e Arthur Nory, medalhistas de ouro e prata, respectivamente.

Foi o primeiro pódio brasileiro no individual geral em um Pan. Antes o melhor resultado pertencia justamente a Caio, que obteve o quarto lugar nos Jogos de Toronto-2015. Nesta segunda, ele foi ainda melhor e garantiu a posição mais alta do pódio. E ainda teve a companhia de Nory.

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Caio terminou a disputa, que contou com seis rotações (solo, cavalo, argolas, salto, paralelas e barra fixa), com 83,500 pontos. Ele foi seguido por Nory, que obteve 82,950. O canadense Cory Paterson levou o bronze, com 82,200.

Em relação aos aparelhos, o novo campeão pan-americano anotou 13,600 no solo, 12,950 no cavalo, 14,250 nas argolas, 14,600 no salto, 13,700 nas paralelas e 14,400 na barra fixa. Pela mesma ordem, o medalhista de prata registrou 14,050, 12,950, 13,050, 14,650, 13,850 e 14,400.

Com o resultado, a equipe masculina brasileira ganha confiança para a disputa do Mundial de Stuttgart, em outubro, na Alemanha. A competição vai distribuir nove vagas olímpicas para os Jogos de Tóquio-2020.

Os ginastas brasileiros ainda podem voltar ao pódio nas disputas individuais por aparelhos. Nory vai disputar o maior número de finais: três - solo, barras paralelas e na barra fixa. Caio estará na final das paralelas também e nas argolas, ao lado do compatriota Arthur Zanetti, atual vice-campeão olímpico.

OUTRAS MEDALHAS - A dupla formada por Isabela Abreu e Priscila Santana conquistou o bronze no pentatlo moderno também nesta segunda, em Lima. Na prova por equipes, das modalidades esgrima, natação, hipismo, corrida e tiro esportivo, elas só ficaram atrás dos Estados Unidos e Cuba, medalhistas de ouro e prata.

"Nossa competição foi muito boa. A gente fez a melhor esgrima, fiz bons tempos na natação, no hipismo estava um percurso muito difícil ficamos em terceiro. Na corrida, largarmos na frente, mas as meninas correram melhor e vamos levar essa medalha lindona pra casa", comemorou Isabela Abreu.

O terceiro lugar do pódio também foi obtido pelo Brasil no wakeboard. Mariana Nep levou o bronze, com 62,22 pontos, contra 82,67 da argentina Eugenia de Armas e 79,78 da norte-americana Mary Howell.

No handebol feminino, em que o Brasil é o favorito ao ouro, as brasileiras arrasaram os EUA por 34 a 9 e se garantiram na sexta final consecutiva em um Pan. As rivais da decisão pelo ouro serão as argentinas, na terça-feira.

O Brasil encerrou em grande estilo a sua participação no tae kwon do nestes Jogos Pan-Americanos. A equipe nacional faturou quatro medalhas nesta segunda-feira, com um ouro, obtido por Milena Titoneli na categoria até 67kg, em Lima, no Peru. Ícaro Martins conquistou a prata e Maicon Andrade e Raiany Pereira ficaram com o bronze.

Com o resultado, o Brasil obteve sua melhor campanha na modalidade em uma edição do Pan. No total, foram dois ouros, duas pratas e três bronzes. Além disso, Milena se tornou a primeira mulher do País a ser campeã pan-americana no tae kwon do.

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A atleta de 20 anos chegou à competição com status de favorita por ter sido bronze no Mundial, disputado em maio. Mesmo assim, teve dificuldade para superar as rivais pouco a pouco até chegar à final. Ela derrotou a colombiana Katherine Dumar, a cubana Arlettys Acosta e a norte-americana Paige McPherson, esta na final, por um apertado placar de 9 a 8.

Também nesta segunda, Ícaro Miguel levou a prata na categoria até 80kg, após vencer o porto-riquenho Elvis Barbosa e o dominicano Moisés Hernández. Na final, acabou sendo batido pelo colombiano Miguel Angel por 19 a 17.

Os bronzes foram para Raiany Pereira (acima de 67kg) e Maicon Andrade (acima de 80kg). Raiany foi derrotado na semifinal pela colombiana Gloria Mosquera por 23 a 10. E, na disputa do terceiro lugar, venceu com tranquilidade a venezuelana Carolina Fernandéz por 7 a 0.

Maicon Andrade, por sua vez, superou Stuart Achly Gi Smit, de Aruba, por 19 a 6, o canadense Jordan Stewart (14 a 4), mas caiu diante do norte-americano Jonathan Healy (9 a 4). Na briga pelo bronze, bateu o equatoriano Jesus Pera por 15 a 4.

Com o resultado, obteve feito importante: o pódio Pan de Lima se somou aos obtidos nos Jogos Olímpicos e no Mundial. "E ainda tem medalha em Grand Prix", brincou Maicon Andrade. A "Tríplice Coroa" é um feito inédito no País e o atleta se mostra orgulhoso por sua trajetória de 2016 para cá.

"Fico feliz de poder conquistar uma medalha importante para o Brasil e para minha carreira. Estamos aqui conseguindo mostrar nosso trabalho. Agora estou mais experiente, com a cabeça mais centrada e mais focado. Acho que aquela medalha nos Jogos do Rio abriu uma porta", comentou Maicon.

Antes da competição olímpica, ele não era tão conhecido. Mas o bronze em casa alavancou a carreira do lutador, que já tinha em seu currículo vitórias expressivas diante de grandes campeões. "Essas medalhas eram um sonho desde criança. Antes do Rio, tinha de provar para todo mundo que eu era capaz. Mas isso tudo me deu experiência", disse.

Ele não tinha um pódio no Pan e vibrou com a conquista da medalha inédita. Festeja também o fato de poder contar com três patrocinadores (bolsa atleta, Forças Armadas e Petrobrás) e só lamentou não ter tido uma melhor posição em Lima. "Entrei para engolir todo mundo, mas fui barrado na semifinal. Não deu, agora é cuidar dos machucados para competir no circuito mundial."

O Brasil terminou sua campanha no tae kwon do com sete pódios, entre oito possíveis - somente Rafaela Araújo (até 57kg) não se destacou. A melhor campanha anterior havia sido nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, quando o Time Brasil ganhou uma medalha de ouro, duas de prata e uma de bronze.

Desta vez foram duas medalhas de ouro, com Edival Marques (até 68kg) e Milena Titoneli (até 67kg), duas de prata, com Talisca Reis (até 49kg) e Ícaro Miguel (até 80kg), e mais três de bronze, com Paulo Ricardo Souza (até 58kg), Raiany Pereira (acima 67 kg) e Maicon Andrade (acima de 80 kg).

Com um desempenho melhor que o obtido na classificatória, disputada no último sábado, quando se classificou à final com a quarta colocação, a brasileira Flávia Saraiva conquistou nesta segunda-feira a medalha de bronze na prova do individual geral feminino da ginástica artística dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. A ginasta conseguiu repetir a campanha de quatro anos atrás no Pan de Toronto, no Canadá.

Depois da rotações nos quatro aparelhos - solo, saltos, barras assimétricas e trave -, Flávia Saraiva conseguiu somar 54,350 pontos e só ficou atrás da canadense Ellie Black, que faturou o bicampeonato da prova com 55,250, e da norte-americana Riley McCusker, prata com 55,125.

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"A gente faz contas, mas eu foco mais em mim. Eu só gosto de ver o placar no final. Aí deu um alívio. É muito gratificante. Tudo valeu a pena. Gostei da competição, mas sei que posso fazer um pouco mais. Sempre nos cobramos para fazer melhor. A gente gosta de fazer tudo perfeito", disse Flavinha, em entrevista ao SporTV logo após a conquista da medalha de bronze.

Para levar o bronze, a brasileira se superou no solo, na quarta e última rotação a ser realizada na decisão. Ela estava em quarto lugar, atrás da norte-americana Kara Eaker, mas deu um show conseguindo 13,900 pontos, a maior do dia do aparelho, e ultrapassou a rival, que ajudou o seu país a conquistar o título mundial por equipes no ano passado.

Outra brasileira na final desta segunda-feira, Thaís Fidelis obteve 52,700 pontos e manteve a sexta posição da classificatória. "Fico feliz com meu desempenho. As notas não foram tão altas, mas estou satisfeita. Estou feliz", afirmou a ginasta.

Flávia Saraiva ainda volta ao ginásio Villa El Salvador, local das competições de ginástica artística no Pan de Lima, nesta quarta-feira, a partir das 15 horas (de Brasília), para disputar as finais da trave e do solo. Thaís Fidelis também disputa a decisão do solo.

O Brasil encerrou o domingo (28) com mais um ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima. A quarta medalha dourada da delegação brasileira no Peru foi conquistada pela equipe masculina de ginástica artística, liderada por Arthur Zanetti, especialista nas argolas.

O grande feito de Zanetti, Arthur Nory, Francisco Barreto, Caio Souza e Luis Porto melhora o pódio conquistado pela equipe masculina da ginástica artística quatro anos antes, quando o time do Brasil ficou com a prata. A pontuação foi de 250,450 pontos na soma dos seis aparelhos, ficando à frente do Estados Unidos e Canadá, pela ordem.

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No Pan de Guadalajara, em 2011, Zanetti e Barreto participaram da equipe que foi campeã naquela edição. Quatro anos depois, estavam na medalha de prata de 2015, em Toronto. Agora se tornaram bicampeões pan-americanos. A decisão saiu apenas a última nota dos Estados Unidos, depois de muito suspense. Mas não foi suficiente para o time norte-americano virar.

O Brasil também conquistou vagas em 12 finais por aparelhos e individuais. No solo, Zanetti e Nory vão representar o País; no cavalo estará apenas Barreto; nas argolas, Zanetti e Caio Souza; no salto, Luis Porto; nas paralelas, Caio Souza e Nory; na barra fixa, Nory e Barreto; e no individual geral, Nory e Caio Souza.

A conquista da ginástica marcou o quarto ouro brasileiro no Pan, sendo a 13ª medalha do País na competição até agora. Assim, o Brasil termina o dia na quarta colocação no quadro de medalhas. Os Estados Unidos lideram, com 24 pódios, sendo nove de ouro. O México aparece na segunda posição, com 22 medalhas, sendo oito douradas. A delegação colombiana figura no terceiro posto, com 14 medalhas no total, sendo quatro de ouro.

Demorou 12 anos para ela poder se emocionar com a conquista de uma medalha nos Jogos Pan-Americanos. A medalha de bronze de Jaqueline Mourão no mountain bike teve um brilho dourado de quem, aos 43 anos, se superou. "Conseguir esse pódio depois de tanto tempo e realizar esse sonho é muito gratificante", disse, bastante emocionada. Já no masculino, o favorito Henrique Avancini foi prata, prejudicado por um pneu furado em sua bicicleta.

No Pan de 2007, no Rio, Jaque era a favorita a levar o ouro na prova. Mas ficou na quarta posição. "Acho que ainda não caiu a ficha. Eu perdi a medalha no Pan de 2007, no Rio, quando era favorita e fiquei no quarto lugar. Isso foi muito difícil. Toda essa volta, dez anos longe desse esporte, foi muito emocionante. Consegui voltar depois de 12 anos e realizar esse sonho é muito gratificante", disse a atleta

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Aquela decepção só serviu de combustível para ela se esforçar ainda mais e alternar competições de verão, como no ciclismo, e na neve, como no esqui cross-country, onde se aperfeiçoou e chegou a disputar quatro edições dos Jogos Olímpicos de Inverno. No meio de tudo isso, ainda ampliou sua família.

"Ser mãe só me ajudou. Me tornei mais forte e mais feliz. A Jaque de 2007 era mais impulsiva, mais nervosa, e hoje tenho essa maturidade que me ajudou a ser uma pessoa mais plena, mais feliz e mais equilibrada. Esses anos no esqui cross-country, enfrentando temperaturas de 20 graus abaixo de zero, dificuldades enormes, foi moldando meu corpo. Eu saí da atleta exótica para a atleta que se bobear pode ganhar. Isso e me fez chegar aqui de uma maneira diferente", contou ao Estado.

Por causa da idade, e praticando modalidades altamente físicas, Jaque tem um cuidado extra com sua preparação. "Sou atleta desde os 15 anos de idade, faz parte da minha vida me cuidar. Faço prevenção de lesão para o corpo aguentar e monitoramento do treinamento para não me queimar. Ainda tenho duas modalidades, não larguei a neve, então preciso estar associando essas duas e acho que uma ajuda a outra, até mentalmente", diz.

O bronze no Pan de Lima dará um grande ânimo para ela na corrida olímpica. Hoje ela já deixa a capital peruana para disputar etapas da Copa do Mundo de mountain bike. "Estou liderando a classificação nacional para Tóquio. O Brasil está em 15.º lugar, até a 21.ª nação classifica, então tenho um trabalho muito grande, de muita viagem, para tentar pontuar para o País", explica a atleta da equipe Sense Factory Racing.

Mas a possível disputa do ciclismo em Tóquio não será sua última missão. Ela quer disputar os Jogos de Inverno de 2022, em Pequim - esteve nas quatro últimas edições. "Vou tentar pontuar novamente para tentar classificar para lá, que acredito que será a última Olimpíada da carreira, fechando com chave de ouro. Aí serei talvez a única pessoa a estar na Olimpíada de verão e inverno no mesmo lugar", conclui, citando os Jogos Olímpicos de verão de 2008.

O surfe terá sua primeira experiência "olímpica" nos Jogos Pan-Americanos de Lima. A modalidade é a novidade no programa para Tóquio-2020 e, para além de medalhas, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) quer aproveitar o evento para fazer um teste de experiência multiesportiva para os atletas - mesmo que eles não estejam representando o País no Japão.

O Brasil tem oito atletas disputando o surfe no Pan de Lima e os principais candidatos à medalha são Chloé Calmon, no longboard, e Luis Diniz, no SUP de ondas. "Estamos todos muito motivados em busca de medalha e é uma honra e um sonho se realizando fazer parte do Time Brasil nesse momento histórico", explicou Chloé.

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As provas começam nesta segunda-feira em Punta Rocas e os representantes nacionais no "shortboard", único que estará na Olimpíada, são Robson Santos e Karol Ribeiro. O campeão pan-americano garantirá vaga para Tóquio, mas no caso brasileiro os atletas que disputam o Circuito Mundial de Surfe têm prioridade e provavelmente o País preencherá seu máximo de quatro vagas, duas no masculino e duas no feminino, por lá mesmo.

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