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O juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho, da 17ª Vara Criminal de Fortaleza, decretou a prisão preventiva de 44 policiais militares amotinados no Ceará. Eles haviam sido presos em flagrante. Em audiência de custódia, a medida cautelar foi confirmada, para que fiquem detidos por tempo indeterminado. Ao todo, mais de 170 assassinatos já foram cometidos durante a paralisação da categoria que dura 11 dias.

O governo Camilo Santana (PT) busca fechar acordo com os amotinados, mas após sucessivas reuniões, a crise continua. Dentre uma lista de 17 reivindicações estão a anistia a processos disciplinares e a revisão da política de reajuste salarial do governo Santana e de seu antecessor, Cid Gomes.

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Segundo o magistrado, 'o material que acompanha o procedimento aponta indícios de autoria e da materialidade do delito de deserção especial'. "No atual momento, o Ceará enfrenta uma grave crise no sistema de segurança, com o movimento paredista, apesar de ser vedado aos militares fazerem greve, como previsto expressamente na Constituição Federal, ao dispor que 'ao militar são proibidas a sindicalização e a greve'".

"Esses fatos, como o relatado nos presentes autos, com a falta de apresentação dos autuados para embarque, com vistas ao reforço na Operação Carnaval 2020, importaram em agravamento da situação, com risco em potencial e consequências severas para toda a população, como o crescimento drástico no número de homicídios e a mudança de rotina de toda a sociedade, com reflexos na economia, pois importou em cancelamento dos festejos em diversos municípios", escreve.

De acordo com o juiz, restam 'presentes os fundamentos que ensejam a prisão preventiva, quais sejam a garantia da ordem pública, diante dos fatos ocorridos nas últimas horas, com grave risco para a segurança da sociedade, bem como a necessidade de preservar a hierarquia e a disciplina, configurando o periculum libertatis'.

Lei de Segurança Nacional

Nesta quinta (28), o Ministério Público Federal instaurou investigação para apurar a prática de crimes contra a segurança nacional e a ordem política e social na greve de policiais militares do Ceará. A Procuradoria vai apurar se os atos praticados na greve podem ser enquadrados como crimes tipificados na Lei de Segurança Nacional (Lei nº 7.170/83).

O dispositivo legal caracteriza como crime, por exemplo, a prática de sabotagem contra instalações militares, meios de comunicações, meios e vias de transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fábricas, usinas, barragem, depósitos e outras instalações congêneres.

Também é considerado crime tentar impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer dos Poderes da União ou dos Estados, bem como incitar à subversão da ordem política ou social e à prática de qualquer outro crime previsto na lei.

Os ministros do Supremo criticaram o movimento grevista e disseram que a Constituição Federal proíbe a sindicalização e a greve de militares. "É um perigo para as instituições. Não pode nenhuma corporação armada fazer greve", disse Ricardo Lewandowski. "Como ministro do Supremo Tribunal Federal, acho que é extremamente preocupante uma greve de policiais militares ou qualquer corporação armada. É constitucionalmente vedado que corporações armadas façam greve."

O presidente Jair Bolsonaro decidiu nesta sexta  (28), prorrogar por mais uma semana o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). O decreto possibilitou o envio de militares do Exército para reforçar a segurança pública no Estado.

Durante a manifestação, unidades militares foram ocupadas na capital, Fortaleza, e no interior. O senador licenciado Cid Gomes (PDT) levou dois tiros enquanto tentava negociar a retirada de policiais amotinados em um quartel de Sobral. Ele avançou com uma retroescavadeira sobre os amotinados.

A Assembleia Legislativa do Ceará deve votar a partir de segunda-feira (2), em sessão extraordinária,  Proposta de Emenda Constitucional que proíbe a anistia para militares que se envolvam em movimentos ilegítimos de paralisação ou motim. A sessão teve início nessa sexta-feira (28) e foi marcada pelo presidente da Casa, deputado José Sarto (PDT), atendendo envio de mensagem do governador Camilo Santana.

A proposta estabelece a vedação à concessão administrativa ou legal de qualquer anistia ou perdão por infrações disciplinares cometidas por militares comprovadamente envolvidos em movimentos ilegítimos de paralisação ou motim.

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Na mensagem encaminhada ao Legislativo, o governador defendeu a medida como necessária, "diante da gravidade e dos prejuízos que tais movimentos, ilegítimos por natureza, acarretam para toda a sociedade cearense, em evidente desrespeito à ordem jurídica e constitucional".

GLO

Nessa sexta (28), o governo federal prorrogou até 6 de março as ações das Forças Armadas na área de segurança no Ceará. O prazo do decreto que autorizou a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) terminou ontem. A medida foi autorizada após pedido do governador do Ceará.

Na quarta-feira (26), foi criada uma comissão para buscar uma solução que ponha fim à paralisação de parte dos policiais militares do Ceará. Os nomes foram definidos após uma reunião na sede do Ministério Público do Estado (MPCE), que sugeriu a criação do grupo.

Além do procurador-geral do estado, Juvêncio Viana, farão parte da comissão o deputado estadual Evandro Leitão (PDT), o corregedor-geral, desembargador Teodoro Silva Santos, e o procurador-geral de Justiça, Manuel Pinheiro.

Na sexta-feira, em entrevista coletiva após reunião, o colegiado informou que não houve avanço nas negociações para encerrar a paralisação de parte dos policiais militares no estado. Eles rejeitaram as propostas apresentadas pela comissão. Um dos pedidos da categoria é a absolvição dos PMs que participam do motim.

* Com informações da Agência de Notícias da Assembleia Legislativa do Ceará

Após quatro reuniões na sede do Ministério Público do Ceará, a comissão formada pelos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Estado, além de representantes dos policiais militares, não entrou em acordo para pôr fim à paralisação de PMs, que seguem amotinados no 18º Batalhão, em Fortaleza, há 11 dias.

Segundo a comissão, para dar continuidade às negociações, os PMs exigiram a presença do ex-deputado federal Cabo Sabino e da líder das mulheres dos policiais, identificada como Nina, que participam do movimento, na roda de negociações. O pedido foi negado por unanimidade. De acordo com o procurador-geral de Justiça cearense, Manuel Pinheiro, a justificativa é de que o ex-deputado tem um mandado de prisão em aberto por ter liderado os motins. "Nós, dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, não nos sentimos à vontade de sentar à mesa com uma pessoa nesta condição", afirmou Pinheiro.

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Um dos pontos discutidos na reunião foi a anistia dos policiais militares que participam dos motins. Pinheiro esclareceu que a comissão não tem o poder de decidir por anistia criminal, mas sim pela anistia administrativa, que também foi negada. Cada agente responderá apenas pelo crime que cometeu.

Agora, a Ordem do Advogados do Brasil, seção Ceará, junto com a Defensoria Pública do Estado, vai se reunir com os PMs no 18º BPM para buscar um novo interlocutor. Após escolha, as negociações serão retomadas.

Para garantir a segurança pública do Ceará, 2,8 mil homens do Exército e da Força Nacional circulam pelas ruas de Fortaleza, da região metropolitana e do interior.

Nesta sexta-feira, 28, o presidente Jair Bolsonaro decidiu prorrogar o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Ceará por mais uma semana, até o dia 6 de março.

A paralisação dos PMs fez aumentar a criminalidade em todo o Estado. Os últimos dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública confirmam que 170 pessoas foram assassinadas entre a quarta-feira, 19, e a segunda-feira de carnaval. Os motins dos PMs começaram no último dia 18 de fevereiro. Ao todo, 230 policiais respondem a processos administrativos e não receberão o salário por 120 dias a partir de fevereiro. Os agentes podem ser expulsos da corporação.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, confirmou, por meio de nota, que aceitou prorrogar o decreto de Garantia de Lei e da Ordem (GLO) no Ceará até o dia 6 de março. O prazo original também tinha duração de uma semana e venceria nesta sexta-feira, 28.

No texto, o presidente afirmou que o motim de policiais militares envolve "uma negociação do Estado" e espera que a situação seja normalizada em uma semana, mas, enquanto isso, manterá o reforço das Forças Armadas. "No dia 26 de fevereiro, o governador do Ceará pediu uma prorrogação da GLO. O governo federal, por sua vez, autoriza a prorrogação e entende que, no prazo de até o dia 6 de março, a situação deva ser normalizada, prevalecendo o bom senso. O governo federal avalia que se trata de uma negociação do Estado, entretanto, continua prestando seus esforços de ajuda à população", escreveu na nota divulgada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).

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Assim como tem feito nos últimos dias, Bolsonaro defendeu mais uma vez que o Congresso aprove o excludente de ilicitude para garantir apoio aos militares envolvidos na operação da GLO. "Ressalta-se a importância de que o Congresso Nacional reconheça que, o emprego da GLO, dada a necessidade de segurança aos integrantes das forças, muitos deles jovens soldados com cerca de 20 anos de idade, discuta e vote o excludente de ilicitude."

Governadores de ao menos seis Estados estudam uma forma jurídica de enviar policiais militares de suas tropas para reforçar a segurança do Ceará, onde parte dos PMs está amotinada, caso o presidente Jair Bolsonaro não renove o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que vence nesta sexta-feira (28). O decreto é o instrumento que permitiu o envio de homens do Exército para o patrulhamento de Fortaleza e outros municípios cearenses nos últimos oito dias.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), vinha requisitando que a GLO fosse prorrogada por ao menos mais 30 dias. Bolsonaro, entretanto, se mostrou hesitante em atender o pedido. Em vídeo ao vivo transmitido em suas redes sociais nesta quinta-feira (27), o presidente disse que não atenderia o governador petista. "A gente espera que o governo resolva o problema da Polícia Militar do Ceará e bote um ponto final nessa questão", afirmou o presidente, que nesta sexta-feira se reuniu com ministros para discutir o tema.

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As discussões envolvem os governo de São Paulo, do Rio, do Piauí, do Maranhão, da Bahia e do Pará, mas os Estados ainda aguardam uma manifestação final da Presidência sobre a prorrogação antes de uma divulgação oficial. Ao menos na PM paulista, ainda há dúvidas sobre as formas legais de viabilizar essa cooperação.

Há outras negociações também em estudo, como a requisição de uma GLO feita pelo Congresso Nacional, que também está sendo analisada por aliados do governo cearense.

Um vídeo que circula nas redes sociais desde o início da manhã desta quarta (26) mostra policiais militares com sinais de embriaguez em um bar do Distrito Federal.

As imagens mostram os dois PMs fardados e aparentemente desequilibrados, como se estivessem sob efeito de álcool, apesar de segurarem latas de refrigerante.

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Ao UOL, a polícia civil confirmou que o vídeo foi gravado no Hookar Aldeia, localizado em Itapoã, a 24km de Brasília. Já a PM declarou que os policiais - que estavam armados - foram presos cautelarmente e conduzidos para a Corregedoria Geral.

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu 34 pessoas no Ceará desde a última sexta-feira (21) quando iniciou a Operação Saturno para reforçar o policiamento nas rodovias federais no Estado que é palco de motins de policiais militares desde o dia 19. Agentes da PRF de 18 Estados e do Distrito Federal foram mobilizados nas ações e até essa terça-feira (25) recuperaram 13 veículos roubados e encontraram quatro corpos, três deles crivados de balas.

De acordo com a PRF, as prisões foram efetuadas em razão de diferentes crimes contra o patrimônio e relacionados ao uso de drogas. O balanço das detenções realizadas até este domingo, 23, apontava 17 presos.

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Desde o início dos motins de policiais no Ceará, que reivindicam melhores soldos, foram registrados 170 assassinatos no Estado, indica a Secretaria de Segurança Pública.

Entre a sexta e esta terça, a PRF encontrou quatro corpos - um em Fortaleza, um em Itaitinga e dois em Caucaia. Três deles apresentavam lesões por armas de fogo.

Uma ação que levou à recuperação de veículos, na manhã desta terça envolveu troca de tiros entre os agentes e um suspeito de roubo. O carro - um Honda Civic - foi reportado por um policial rodoviário federal aposentado como roubado, no sábado, 22.

Após perder o controle do veículo e causar uma colisão, o condutor do Civic trocou tiros com as equipes da PRF e conseguiu escapar dos policiais. As buscas pelo suspeito continuam.

Na segunda-feira, os policiais rodoviários federais recuperaram um Fiat Siena e uma moto, que foram encaminhados para a Polícia Civil em Maracanaú.

O balanço divulgado pela PRF mostra que no mesmo dia, um homem foi preso conduzindo uma Mercedes Benz C180 em Caucaia. Ele disse que havia levado o veículo como garantia em um golpe financeiro que estava aplicando no dono do automóvel, segundo a PRF.

A corporação ainda prendeu em Caucaia, um homem que portava 17 pedras de crack e três saquinhos com maconha.

Com uma lista de reivindicações de 17 itens em que o primeiro, escrito com letras maiúsculas, é "anistia", os policiais militares amotinados em Fortaleza, Ceará, se concentram na sede do 18º Batalhão da corporação, no bairro Antônio Bezerra. No entroncamento de três ruas, há viaturas policiais com pneus esvaziados, o que impede a aproximação de carros.

Dentro do batalhão, os porta-vozes do movimento são cabos e sargentos com até 10 anos de vida militar, que participaram de um motim parecido em 2011 e que dizem se sentir traídos por considerar que acordos firmados naquela ocasião não foram cumpridos.

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Com seis dias de motim completados na segunda-feira, 24, os batalhões têm PMs na dúvida se devem deixar os rostos cobertos ou não, dada a associação das balaclavas com criminosos e as cenas de mascarados dirigindo viaturas e mandando fechar o comércio de Sobral, no interior do Estado, na última quarta-feira, quando o senador licenciado Cid Gomes (PDT) foi baleado ao avançar com um trator contra os amotinados.

"Quando falamos em anistia, é em relação ao processo disciplinar, não a eventuais crimes", diz o ex-deputado federal Cabo Sabino, que recebeu a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo no domingo, em uma sala com quatro praças.

Apontado como líder do motim, ele é um dos 230 policiais afastados pelo governo cearense.

Tanto em Fortaleza como em Sobral o que se vê nos quartéis amotinados são PMs na casa dos 30 anos, muitos de chinelo e bermuda, liderados por políticos de oposição ao governador Camilo Santana (PT). Estão preparados para dias de confinamento. Há água e alimento estocados pelos cantos, e marmitas chegam o tempo todo.

"O policial que decidiu fazer greve vai até o fim. Já não tem nada a perder", disse um dos amotinados, que aceitou dar entrevista sem revelar o nome, identificando-se apenas como cabo Barbosa.

Uma das queixas desses policiais é a política de reajustes salariais do governo de Santana e do antecessor, Cid Gomes. "O salário do coronel, ao longo dos anos, dobrou, teve um aumento de 100%. O do soldado, aumentou 10%", disse o cabo.

Em motim ocorrido em 2011, na virada para 2012, houve negociação para concessão de um reajuste que seria parcelado. "A primeira parcela foi cumprida. A segunda e a terceira, não. Foi uma traição do governo", disse outro PM. "Daí, isso foi acumulando. A queixa era um assunto constante no batalhão."

Os PMs que ingressaram na corporação depois disso, conta o policial, já encontraram quartéis nesse clima de insatisfação.

Risco

Em grupo, os amotinados começam a listar situações a que se dizem expostos. Contam que, depois do fechamento do hospital próprio da corporação, passaram a receber o mesmo atendimento de pessoas com quem entravam em confronto. "Você tinha na mesma enfermaria o cara que atirou em você. Isso quando não ficava jogado nos corredores", disse outro cabo, sem dar o nome.

Bolsonarismo

No batalhão, há amotinados com camisetas do presidente Jair Bolsonaro. As lideranças, porém, negam o apoio. "Fui o primeiro a trazer o Bolsonaro para cá, em 2015, ainda deputado", diz Cabo Sabino. "Mas, de lá para cá, fizeram intrigas, e ele se afastou. Há um ano não nos falamos."

Entre os praças, quando se pergunta sobre política, as respostas variam, mas acabam voltando para pontos trabalhistas, como pagamento de horas extras e vale refeição defasado em relação a outros servidores.

Procurados, o governo do Estado e a assessoria de Gomes não responderam sobre os termos do acordo de 2011 que teriam sido descumpridos.

Os amotinados estimam que de 40% a 60% dos cerca de 20 mil homens da PM do Ceará participam do movimento.

O governo do Estado não fala em números. Três batalhões (17º e 18º, na capital, e o 12º, em Caucaia, região metropolitana) ainda estão ocupados por manifestantes, segundo o governo.

Enquanto parte dos policiais está paralisada, caminhões e jipes do Exército estão fazendo patrulhamento em Fortaleza. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de sobrevoar Fortaleza conflagrada por tropas amotinadas, o ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) conclamou, na manhã desta segunda de carnaval (24): "Temos que colocar a cabeça no lugar."

"Pensar o que é necessário daqui em diante para solucionarmos essa crise específica, para os policiais poderem voltar a realizar o seu trabalho. Esse é o ponto", disse Moro, que chegou à capital cearense acompanhado do ministro Fernando Azevedo (Defesa) e do chefe da Advocacia-Geral da União, André Mendonça.

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Desde a deflagração do movimento paredista, o Ceará conta 127 assassinatos. O motim teve início por falta de acordo dos PMs com o governo do Estado quanto à reestruturação salarial.

Nesta segunda de carnaval, Moro afirmou, já durante entrevista coletiva na sede do Palácio da Abolição, sede do governo estadual: "O governo federal veio para permitir que o governo (estadual) possa resolver essa situação sem que nesse lapso temporal a população fique desprotegida."

Ele declarou: "Nosso trabalho é exclusivamente garantir proteção da população diante dessa paralisação. O envio (das forças federais) é para garantir a tranquilidade e a segurança da população."

Indagado sobre uma eventual reintegração de posse dos quartéis tomados por soldados rebelados, o ministro da Justiça disse. "Viemos aqui para serenar os ânimos e não para acirrá-los. O governo federal veio aqui para substituir essa ausência das polícias. Serenar é importante."

Estrategicamente, Moro enfatizou a importância dos PMs nas ruas. "Os policiais, no país inteiro, são profissionais dedicados que arriscam, muitas vezes, a sua vida pela vida de outro, proteção, seja pela incolumidade da vida ou do patrimônio do outro. São profissionais que devem ser valorizados. É momento de pensar em servir e proteger, serenar os ânimos."

O ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, sobrevoou nesta segunda-feira (24) Fortaleza, palco de motins de policiais militares desde o dia 18. O ministro da Defesa Fernando Azevedo e o advogado-geral da União André Mendonça também estão na capital do Ceará para acompanhar a Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em curso no Estado por determinação do presidente da República, Jair Bolsonaro. O Estado recebeu nesta semana 300 agentes da Força Nacional e de 2.500 do Exército para reforçar a segurança.

Os ministros se reuniram com o governador Camilo Santana (PT) para debater ações para garantir a segurança da população. Em seu Twitter, Moro havia anunciado a presença na capital cearense apontando: "É tempo de superar a crise e serenar os ânimos. Servir e proteger acima de tudo." O movimento paredista no Ceará teve início por falta de acordo dos PMs com o governo do Estado quanto à reestruturação salarial.

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A proposta de reajuste anunciada pelo governo do Ceará no dia 13 de fevereiro estabelecia aumento o salário de um soldado da PM dos atuais R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil em reajustes progressivos até 2022. A proposição foi comemorada por parte da categoria como conquista, mas um grupo permaneceu insatisfeito.

Os envios dos agentes da Força Nacional e do Exército foram determinados, respectivamente, pelo ministro Moro e pelo presidente Jair Bolsonaro a pedido de Camilo Santana, após o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) ter sido baleado em Sobral, interior do Estado, quando tentou furar um bloqueio de amotinados a bordo de uma retroescavadeira.

No sábado, 22, o governo do Estado publicou uma relação de 60 policiais militares suspensos das funções por envolvimento na rebelião da Polícia Militar.

O Diário Oficial do Estado (DOE) publicou, neste domingo (23), mais 62 nomes de PMs que estão afastados devido ao motim que aconteceu no Ceará na última terça-feira (18). Eles se juntam aos outros 168 profisisonais que já haviam sido suspensos nesta sexta-feira (21) para responder um processo administrativo.

Conforme publicado no Diário Oficial, os PMs respondem por participação em "condutas transgressivas" e "incapacidade de participação nos quadros da Polícia Militar".

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Ainda há previsão de afastamento com duração de 120 dias. Contudo, os policiais afastados já estão fora da folha de pagamento a partir deste mês de fevereiro.

Os militares afastados devem entregar a identificação funcional, distintivo, armas, algemas e qualquer outro elemento que os caracterizem. Eles também terão descontos nos salários já aplicados. Conforme o DOE, há outros procedimentos ainda em andamento, abertos pela Polícia Militar em forma de Inquéritos Policiais Militares (IPMs), remetidos à CGD.

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Sobe para 127 o números de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em todo o Ceará desde o início de motins dos policiais militares, no dia 18 de fevereiro, que paralisaram as atividades por falta de acordo com o governo do estado referente à reestruturação salarial. Só no sábado foram 34 homicídios.

Os CVLIs englobam os casos que se enquadram como homicídio doloso/feminicídio, lesão corporal seguida de morte e latrocínio. Na sexta-feira, 21, o número de CVLI chegou a 37, o dia mais violento registrado desde o início de 2020. Até então, o dia com maior números de casos foi em 18 de janeiro, com 17 mortes.

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Mesmo com reforço da Força Nacional e do Exército na segurança do Estado, os crimes continuam acontecendo. Ao todo, 2,8 mil homens ocupam as ruas da capital e de algumas cidades do interior com o intuito de amenizar os efeitos da crise na segurança pública. A medida está dentro da Garantia da Lei e da Ordem decretada pelo presidente Jair Bolsonaro.

Os policiais militares amotinados no 3.º Quartel da Polícia Militar de Sobral, local onde o senador licenciado Cid Gomes (PDT) foi atingido por dois tiros de pistola na quarta-feira, 19, sumiram da cidade, que teve uma quinta-feira de comércios abertos e patrulhamento policial visível na rua. No município, moradores se questionam se os agentes deixaram Sobral ou se só tiraram as máscaras e voltaram à rotina.

A escavadeira que Cid guiava quando foi atingido passou parte do dia ainda no local do tiroteio, ao redor de fitas de isolamento e em meio a cacos de vidro quebrados e pedras. Foi retirada apenas no início da noite, levada por peritos, segundo contaram moradores e comerciantes. Dentro do quartel, entretanto, ainda não há quadros regulares de PMs. O prédio está ocupado por agentes do batalhão ambiental da PM e do Raio, um grupo de elite similar à Rota paulista, que não haviam aderido ao motim de quarta.

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"Quando o pessoal (dos demais batalhões) chegou, (quinta-feira) de manhã, os caras (amotinados) já tinham ido embora. Foram embora à noite, depois da confusão", conta o aposentado Sebastião Amado, de 73 anos, que mora próximo do quartel. Ele disse que a tensão maior havia sido na quarta de manhã, quando houve o toque de recolher.

Insegurança

O comércio do centro de Sobral havia sido fechado depois que homens, em viaturas da PM, vestindo roupas à paisana e com capuzes ou camisetas nos rostos mandaram os comerciantes baixarem suas portas.

Longe da base policial invadida, os comerciantes ficaram na dúvida sobre fechar ou não as portas na quarta-feira. Mas se queixaram de ainda se sentirem inseguros. "Não teve nada por aqui. Nem toque de recolher, nem viatura abandonada com pneu murcho. Mas a notícia se espalhou, né? Estava todo mundo sabendo.", disse a balconista Laurane Ferreira. "A gente ficou inseguro."

"Eles ficaram o dia todo lá. Será que levaram arma, levaram bala, levaram escopeta? Não teve ninguém falando isso. O que ainda pode acontecer?", disse o aposentado Cosme Mendes, de 69 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ceará registrou o período mais violento do ano nas últimas 24 horas, depois do início da paralisação das forças de segurança pública do Estado. Apenas na quarta-feira (19), foram assassinadas 29 pessoas, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. O número de mortes é mais de três vezes maior que a média registrada no resto do ano.

Dados da Secretaria de Segurança Pública mostram que, apenas em janeiro, ocorreram 261 crimes violentos letais intencionais (CVLI) - classificação que inclui crimes como homicídio doloso, latrocínio e feminicídio - o que corresponde a uma média de 8,4 assassinatos no primeiro mês do ano. O balanço oficial do mês de fevereiro, ainda não consolidado, aponta que 160 CVLIs já ocorreram entre 1º e 18 de janeiro. Caso os números não sejam revisados, a média para os primeiros 48 dias do ano é de 8,6 mortes violentas.

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Desde o início da manhã desta sexta-feira (21), o Secretário de Segurança Pública do Ceará, André Costa, se reúne com os demais representantes da Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros para definir como será a atuação da Força Nacional e do Exército Brasileiro nas ruas de Fortaleza e no interior.

Cerca de 300 homens da Força Nacional desembarcaram na capital cearense nessa quinta-feira (20). A princípio, eles ficarão alojados na cidade.

Paulo Hartung foi um dos primeiros governadores do País a ter que lidar com uma greve de policiais. Em 2017, quando estava à frente do Executivo do Espírito Santo, enfrentou uma paralisação de mais de 20 dias das forças de segurança pública. Em entrevista à Rádio Eldorado, nesta sexta-feira (21), o ex-governador disse que movimento é provocado por acúmulo de erros, mas que anistiar os envolvidos é "equívoco gravíssimo."

"O movimento agora é resultado de erros acumulados, como o que está sendo cometido agora por governos dando aumento sem poder pagar. O governo não está pagando os seus servidores e vai lá e dá aumento para uma categoria. É um mal exemplo que vai contagiando o País", disse Hartung. E completou: "Essas anistias que foram sendo dadas são um equívoco grotesco, porque elas realimentam esse tipo de processo."

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Forças de segurança em ao menos 12 Estados estão pressionando os governos estaduais por reajuste de salário. Em cinco deles, policiais já realizaram atos ou paralisações neste mês. Segundo integrantes de governos que estão negociando reajustes, algumas entidades têm usado o caso de Minas Gerais, que concedeu aumento de 41% às forças policiais. As associações dizem que "se Minas que está quebrada pode dar 41% porque aqui não pode?".

O ex-governador também destacou a ilegalidade de movimentos grevistas por funcionários públicos que utilizam armas. "Uma greve de um setor desses. Aliás, não é nem greve, é um motim, é uma chantagem contra a sociedade", afirmou.

No caso da greve do Espírito Santo em 2017, Hartung enfatizou que a punição dos responsáveis foi um passo importante para impedir novos amotinamentos, mas que algumas outras medidas colaboraram para que as forças de segurança voltassem a operar.

"Modernizamos a política de promoção dos policiais. Reduzimos a promoção automática, que é por tempo de serviço, e ampliamos a avaliação de desempenho dos policiais", conta.

Cid Gomes

Hartung também afirmou que a cena protagonizada pelo senador licenciado Cid Gomes, que dirigiu uma retroescavadeira para tentar debelar um protesto em Sobral, no Ceará, teve um "papel relevante" para levar o tema aos holofotes. Contudo, o ex-governador condenou o ato.

"Eu acho que o gesto de Cid Gomes teve um papel relevante: chamou a atenção do Brasil. Eu não acho um gesto correto, acho absolutamente incorreto, porque eu cultuo a lei, as boas práticas de diálogo. Mas o gesto chamou a atenção para o tamanho do problema", declarou.

Durante a greve no Espírito Santo, o ex-governador diz que um dos resultados foi o aumento no número de mortes, principalmente em áreas periféricas das cidades. No entanto, apesar dos efeitos da paralisação no Estado, a imagem construída para a opinião pública foi, em grande parte, feita em outras partes do Brasil.

"Todo o movimento foi feito para gerar pânico para a sociedade capixaba. Quando a gente foi estudar as postagens que traziam pânico, mais de 80% delas não tinham sido produzidas no território do Espírito Santo, o que mostra uma articulação nacional."

Não é a primeira vez que a Polícia Militar do Ceará atira em uma autoridade durante conflito em uma greve da categoria. No dia 29 de julho de 1997, 376 policiais aderiram à paralisação durante uma passeata no centro de Fortaleza, gerando um grande conflito entre os Policiais Militares cearenses e a tropa do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) do Estado. Tiros foram disparados e um deles atingiu, pelas costas, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mauro Benevides. Foi acertado no ombro. O tenente-coronel Antonio Oliveira Ferreira foi atingido na perna. Outras sete pessoas ficaram feridas.

O governo federal está acompanhando o recrudescimento dos ânimos entre policiais militares, neste momento, restritos ao Ceará e Paraíba. Há preocupação com a possibilidade de contaminação. Um dos ingredientes para esse caldo de fervura, na avaliação de fontes consultadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, foi a postura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, que, mesmo com graves problemas de caixa no Estado, concedeu um reajuste salarial para o pessoal da segurança, de 47,1% divididos entre este ano e 2022.

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Esse gesto, em um ano eleitoral, avaliam fontes do Planalto, podem servir de indutor para mobilização de PMs em outros Estados. O cenário, observam, é grave porque, em muitos Estados, se espalhou pelo País a politização das polícias, com governadores nomeando comandantes por indicações políticas e promoções nas corporações sendo concedidas também por estas mesmas indicações.

Isso leva o policial a ter mais lealdade a quem o indicou do que ao seu superior hierárquico, desvirtuando "a regra de ouro" da meritocracia que sempre prevaleceu no meio militar, que depende da hierarquia e disciplina para funcionar.

O outro problema grave que tem acontecido e repetido, em vários Estados, inclusive no Ceará, lembrado pelas fontes, é a concessão de anistia aos grevistas, inicialmente pelas Assembleias Legislativas e, depois, estendida em Brasília, pelo Congresso.

A Polícia Militar, que é a representante armada do Estado, é proibida por lei de fazer greve. Quando polícia faz "greve", na verdade, está fazendo motim, que é um crime. E crimes, em instituições militares, costumam ser duramente punidos, para que não ocorram de novo.

No entanto, nos últimos anos, além das Assembleias Legislativas do Estados, o Congresso Nacional, em um gesto considerado irresponsável pelas Forças Armadas, à época, concedeu anistia a policiais militares de Espírito Santo, Ceará e Minas Gerais por movimentos grevistas entre 1º de janeiro de 2011 e 7 de maio de 2018.

A lei, que no caso de Minas também deu anistia a policiais civis e agentes penitenciários, foi sancionada pela ex-presidente petista Dilma Rousseff.

O temor é de que, em ano de eleições, mesmo que apenas municipais, com polícias politizadas e governantes vendo a capilaridade da tropa estadual, considerando-os excelentes cabos eleitorais, ganhe força o que se viu no Ceará e isso se espalhe pelo País. Mesmo com o Supremo Tribunal Federal (STF) sempre lembrando que a Constituição proíbe greve de militares, o fenômeno de paralisações seguidas de anistias tem se repetido.

O líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), pediu ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que envie uma comissão para o Ceará, onde o senador Cid Gomes (PDT-CE) foi baleado após enfrentar policiais militares em greve.

"Conflitos com policiais, manifestações de rua, acionamento de forças federais, tudo para acabar em tragédia. Momento de negociação com muita calma e experiência. Já me coloquei à disposição para fazer parte dessa comissão", diz nota de Olimpio.

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O governador do Ceará, Camilo Santana (PT) anunciou nessa quarta-feira, 19, ter solicitado ao governo Jair Bolsonaro o apoio de tropas para reforçar a segurança no Estado, após quatro batalhões da Polícia Militar serem atacados. Os ataques foram feitos por pessoas encapuzadas, mas há suspeita de que os responsáveis sejam policiais.

Segundo Santana, as ações foram feitas por homens mascarados que seriam "alguns policiais" e "mulheres que se apresentam como esposas de militares. O secretário de Segurança Pública do Ceará, André Costa, informou que três policiais militares foram presos em flagrante por estarem furando pneus de viaturas em Fortaleza, enquanto um oficial foi conduzido à delegacia em Juazeiro do Norte por estar com um capuz no bolso e armado.

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Outros 261 policiais estão sendo investigados por suspeita de participação nas ações. "Temos, sim, grupos dentro da Polícia Militar que têm praticado crimes militares e atos de vandalismo. Com essas pessoas, o Estado vai agir com todo o rigor que a lei prevê. Não toleraremos nenhuma dessas condutas e vão responder por motins, por revolta, insubordinação. Eles serão retirados da folha salarial da polícia militar e não receberão salário daqui em diante", disse o secretário.

Os ataques teriam ocorrido por falta de um acordo entre o governo do Estado e os policiais e bombeiros sobre o reajuste salarial. De acordo com o representante das categorias da segurança pública na Assembleia Legislativa do Ceará, o deputado Soldado Noelio (PROS), muitos policiais se manifestam com o rosto coberto. "Não temos como afirmar quem é o responsável por essas ações de vandalismo. Eles estão cobrindo os rostos, temendo punições por parte do governo", completa. Os policiais também optaram por não se pronunciar sobre os movimentos de paralisação.

Na Assembleia Legislativa, uma CPI foi protocolada para avaliar supostas irregularidades cometidas pelas associações que representam os agentes da segurança pública do Ceará e que ocasionaram essas paralisações. De acordo com o Ministério Público, 12 entidades serão investigadas. Nos últimos seis anos, elas receberam R$ 126,7 milhões de reais, mas apenas R$ 65 milhões foram movimentados.

Sete policiais militares foram assassinados no Estado do Rio de Janeiro no 1º mês de 2020. A sétima vítima foi o subtenente da reserva da PM, Jobson João Lima, de 56 anos, morto na sexta-feira (31), junto com a companheira, quando passava pela Avenida Brasil, na zona oeste da capital.

O casal foi morto numa tentativa de assalto. O carro dos bandidos emparelhou com o veículo da vítima, atingido por vários tiros. O Disque-Denúncia dá recompensa de R$ 5 mil a quem der pistas sobre o caso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Um vídeo compartilhado nas redes sociais nesta quarta-feira, 22, mostra três policiais militares agredindo um homem durante abordagem no Capão Redondo, zona sul de São Paulo. A PM informou que eles foram afastados e que foi aberto um inquérito para apurar o ocorrido.

O homem está cercado por ao menos cinco policiais, todos com capacetes.

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Três deles desferem socos e joelhadas no homem, que está encolhido contra um muro.

O vídeo foi gravado pelo celular por uma pessoa que testemunhou as agressões. Ela corre e se aproxima para poder gravar melhor a cena.

Nesse momento, um policial percebe que o cerco ao homem está sendo filmado e saca uma arma, fazendo gestos para que ele interrompa.

Ao menos dois PMs tinham câmeras em seus capacetes.

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Com a palavra, a Polícia Militar de São Paulo

"Os policiais que aparecem nas imagens foram afastados. A PM, assim que tomou conhecimento do vídeo, determinou a instauração imediata de um inquérito policial militar, que irá apurar o ocorrido. De Davos, o governador João Doria determinou ao secretário da Segurança, general João Camilo de Campos, que, além do afastamento, os policiais sejam retreinados. Desvios de conduta não serão tolerados."

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