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Após uma participação pouco produtiva, conforme avaliação de cientistas políticos ouvidos pelo Estadão/Broadcast, por ter se concentrado em atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em vez de explicar suas propostas durante o último debate presidencial na TV antes do primeiro turno, na noite desta quinta-feira (29), Ciro Gomes (PDT) usou as redes sociais para se defender daqueles que o chamam de "destemperado".

"Não me cabe fazer apologia ou julgamento sobre desempenho (s) no debate. Mas não posso evitar duas perguntas: o tal destemperado sou eu? Por que fui o único que não precisou pedir nem conceder nenhum direito de resposta?", escreveu o candidato no Twitter na manhã desta sexta-feira (30).

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Respondendo a si mesmo, o ex-governador do Ceará disse que não conseguiria deixar de responder o último questionamento, afirmando que não pediu nenhum direito de resposta "simplesmente porque não puderam me acusar de absolutamente nada. De nenhum tipo de desvio moral ou político". "Mais um atestado de honestidade que consigo na vida pública", completou.

Durante o debate desta quinta-feira, além dos momentos de confronto mais intensos entre a candidata Soraya Thronicke (União Brasil) e o candidato do PTB, Padre Kelmon, que chegou a ser chamado pela presidenciável de "padre de festa junina", o evento foi marcado por uma sequência de pedidos de direito de resposta protagonizada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula.

Durante o debate da TV Globo na noite dessa quinta-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro (PL) mencionou as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc, de apoio à cultura, como feitos de seu governo. O chefe do Executivo afirmou que os dispositivos atendem "aos artistas no início de suas carreiras". Contudo, o presidente vetou ambos os projetos, e as leis entraram em vigor após o Congresso Nacional derrubar os vetos.

O Congresso derrubou em julho os vetos do presidente Bolsonaro às leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2, que direcionam, em conjunto, R$ 6,9 bilhões para o setor de cultura no País. O acordo foi feito com o aval do então líder do governo na Casa, senador Eduardo Gomes (PL-TO).

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A proposta de Lei Complementar 73/21, apelidada de Lei Paulo Gustavo, foi aprovada pelo Senado em 15 de março desse ano e enviada para sanção presidencial. Na época, o ex-secretário especial da Cultura e atual candidato a deputado federal Mário Frias (PL) disse em suas redes sociais que o projeto era inconstitucional e "absurdo".

Em abril, o governo soltou nota afirmando que a proposta "enfraqueceria as regras de controle, eficiência, gestão e transparência". O presidente também vetou integralmente a Lei Aldir Blanc 2, alegando que o projeto era "inconstitucional e contraria o interesse público".

Reações

A declaração de Bolsonaro repercutiu nas redes sociais. O ator Bruno Gagliasso, apoiador do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse ser "inacreditável" que o presidente cite leis que ele vetou.

A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) também relembrou o veto do presidente. "Bolsonaro citou as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc como feitos do seu governo na área da cultura. Só esqueceu de uma coisa: ele vetou as duas leis", publicou.

A influenciadora Babi Magalhães disse ter considerado "asquerosa" a menção de Bolsonaro ao humorista Paulo Gustavo.

O ator e humorista Paulo Gustavo morreu em maio de 2021, em decorrência de covid-19. À época, o presidente Bolsonaro lamentou a morte do artista. "Que Deus o receba com alegria", disse, na ocasião.

Integrantes da campanha do presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), comemoraram os vários direitos de resposta concedidos a ele no debate da TV Globo, o que consideraram "erros" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar de uma avaliação geral positiva do QG da campanha, que acompanhou o chefe do Executivo em peso, no Rio de Janeiro, não há grandes expectativas de que as mais de três horas de embates tenham ajudado a virar votos. "Mas não perdemos. O presidente não perdeu a linha, ao contrário do Lula. Se alguém perdeu hoje, foi ele", afirmou um aliado.

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Depois de um primeiro bloco que consideraram "animado", quando houve inúmera concessões de direitos de resposta - e até mesmo pedidos do apresentador William Bonner para que Lula e Bolsonaro mantivessem "o nível" em respeito aos telespectadores -, a avaliação é que o clima "deu uma esfriada". "Se para nós que estamos aqui ficou mais morno, a esta hora, para quem está em casa, com certeza já está bem pouco interessante", disse um integrante do QG bolsonarista.

Descondenado

Um dos momentos mais exaltados pelos bolsonaristas foi o enfrentamento entre Lula e o candidato pelo PTB, Padre Kelmon, que chamou o petista de "descondenado". Kelmon disse que o petista era "chefe do esquema", citando o ex-ministro Antonio Palocci. Em seguida, interrompeu o adversário por diversas vezes, enquanto era respondido, chegando a ser advertido por Bonner. Como o Broadcast Político mostrou, a campanha do PT avaliou que Lula "mordeu a isca", mas não acredita que o episódio tenha potencial de virar votos.

A campanha de Bolsonaro vinha apostando no debate global, com alta audiência, para segurar a tendência de subida demonstrada por Lula nas últimas semanas e garantir a ida para o segundo turno. Datafolha divulgado na noite de quinta mostrou uma oscilação do petista de 47% para 48% e do presidente de 33% para 34%. Considerando votos válidos, o ex-presidente bate 50% e o chefe do Executivo, 36%.

O candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destinou seu tempo nas considerações finais no debate da Globo para ressaltar as conquistas sociais de seus governos, sem fazer qualquer apelo ao voto útil que possa liquidar a eleição em primeiro turno.

A ofensiva pelo voto útil tem sido adotada pelo PT e foi levada à rede nacional de rádio e televisão na noite de quinta-feira (29), ao longo da última inserção no horário eleitoral gratuito.

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"Eu queria dizer que tem três, quatro tipos de propostas diferentes: aquele que tem a vida provada nesse país e que tem resultado, as pessoas sabem o que aconteceu nesse país; aqueles que fazem promessas; e aquele que está governando", declarou o petista.

Em mais uma tentativa de furar a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) afirmou na madrugada desta sexta-feira (30), nas considerações finais do debate da Rede Globo, que quer ser o candidato para reconciliar o Brasil.

Ciro pediu uma "oportunidade" para governar o Brasil e reforçou a tese de que há um sistema a ser combatido no País. "Não deixe o sistema entrar na sua cabeça. Eles montam uma máquina de propaganda", argumentou Ciro. "Imagina que lindo fazermos história", acrescentou.

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Os candidatos à Presidência da República deixaram em segundo plano as propostas de governo e deram mais atenção às ofensas mútuas e aos embates agressivos no último debate antes da votação em primeiro turno. O encontro promovido pela TV Globo, que avançou pela madrugada de hoje e reuniu sete postulantes, foi uma oportunidade para embates diretos entre os dois candidatos que lideram a disputa pelo Planalto.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) estiveram frente a frente no primeiro bloco do debate e reproduziram o clima mais acirrado da disputa presidencial.

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Também participaram do evento Ciro Gomes (PDT), Felipe d’Avila (Novo), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB). Conforme pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, Lula lidera a disputa ao Palácio do Planalto com 50% dos votos válidos. Bolsonaro tem 36%.

Entre acusações e direitos de resposta concedidos pela organização do debate, os rivais se acusaram da prática de corrupção. "Nós não podemos continuar no País da roubalheira", afirmou Bolsonaro, que repetiu uma dobradinha com Padre Kelmon, do PTB, e em referência aos governos do PT. O chefe do Executivo federal disse que Lula montou uma "quadrilha" quando governou e que o País vivia uma "cleptocracia".

No primeiro direito de resposta, o petista pediu "o mínimo de honestidade e de seriedade" do candidato à reeleição e citou acusações de prática de rachadinha pela família Bolsonaro, os sigilos de 100 anos decretados pelo presidente para documentos do governo e o "gabinete paralelo" no Ministério da Educação, como a propina em ouro cobrada por pastores - caso revelado pelo Estadão.

"Mentiroso, ex-presidiário, traidor da Pátria. Que rachadinha? Rachadinha é os teus filhos roubando milhões", respondeu Bolsonaro. "Tome vergonha na cara, Lula", emendou o presidente. Em novo direito de resposta, o petista disse que faria um decreto para acabar com os sigilos de cem anos decretados por Bolsonaro. "Não minta que é feio o presidente da República mentir", criticou o petista.

A troca de agressões entre os dois candidatos que, segundo as pesquisas, disputam na prática a eleição, simbolizou um encontro eleitoral marcado também pela indisciplina dos postulantes. Por diversas vezes, o mediador, William Bonner, precisou repreender os candidatos - principalmente Padre Kelmon - para que respeitassem as regras.

Reformas

Embora coadjuvante no encontro eleitoral, propostas para o País foram pinceladas em determinados momentos. Soraya Thronicke e Ciro, por exemplo, discutiram ideias para uma reforma fiscal, caso vençam as eleições. Soraya afirmou que sua proposta é substituir os impostos existentes por um único imposto sobre operações financeiras. "Também vamos desonerar a folha de pagamento e promover um programa de refinanciamento de dívida ativa. Esse pacote econômico que propomos é a maior questão do Brasil", relatou Thronicke.

Ciro Gomes concordou com a candidata sobre a necessidade de uma reforma fiscal e apresentou que, em seu governo, também pretende renegociar as dívidas das famílias e promover um massivo programa de emprego, retomando 14 milhões de obras paradas.

Nome da chamada terceira via Simone Tebet (MDB) procurou manter uma postura de independência, mas concentrou suas críticas à gestão do atual governo no meio ambiente e afirmou que Jair Bolsonaro "foi o pior presidente da história do Brasil nesse aspecto", ao falar sobre as queimadas no Pantanal e na Amazônia durante o atual governo. Em resposta, Bolsonaro disse que as queimadas ocorreram por conta das secas nos últimos anos. Simone Tebet disse, na sequência, que Bolsonaro "mente tanto que acredita na própria mentira", e voltou a defender medidas de preservação do meio ambiente.

Orçamento secreto

Em outro momento, Bolsonaro tentou fazer uma dobradinha com Luiz Felipe d’Avila, mas o candidato do Novo citou o orçamento secreto, esquema pelo qual o governo destina emendas parlamentares sem critérios e transparência, para garantir apoio de parlamentares no Congresso.

O presidente afirmou que colocou um ponto final no "toma lá, dá cá" ao assumir o governo, sem mencionar sua aliança com o Centrão. Disse que colocou quadros técnicos nos ministérios e perguntou a d’Avila se esse estilo de governar deveria continuar. O candidato do Novo, então, disse que o orçamento secreto está "acabando" com a política e "corroendo" a credibilidade do Congresso e da própria democracia.

"O orçamento secreto não é meu, eu vetei", respondeu Bolsonaro. "Não existe da minha parte nenhuma conivência com esse Orçamento", emendou. O presidente, contudo, voltou atrás no veto e acabou sancionando o esquema das emendas de relator para este ano. No enfrentamento, d’Avila também disse que nos últimos anos houve irresponsabilidade fiscal e descumprimento do teto de gastos.

Corrupção

O tema corrupção também confrontou, no terceiro bloco do debate, Ciro e Bolsonaro - que vinham se poupando de ataques. O pedetista disse que a atual gestão tem tantos casos de corrupção como os governos petistas. O presidente voltou a repetir que não existem casos de delitos durante sua passagem pela Presidência. "Me aponte uma fonte de corrupção, não tem", afirmou. "Não ataque dessa maneira que o senhor deslustra a sua presença nesse programa", concluiu o candidato à reeleição, após o pedetista listar acusações contra o presidente. (Colaboraram Iander Porcella, Matheus de Souza, Giordanna Neves, Eduardo Gayer, João Scheller, Lais Adriana e Jessica Brasil Skroch)

Os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT) concordaram, ao longo do debate promovido pela Rede Globo, sobre a necessidade de reprimir o desmatamento ilegal no País.

"Uma das coisas que estou dizendo que vou fazer é que não haverá ocupação ilegal e garimpo", prometeu Lula, para um eventual governo. "Precisamos ensinar povo que extrair da floresta em pé gera muito mais riquezas do que da floresta deitada", emendou Ciro.

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O pedetista, contudo, aproveitou a tréplica, quando Lula não mais falaria, para criticar o ex-presidente. Afirmou que o petista fez "conchavos" ao comandar o País e que o Brasil, hoje, tem uma situação "completamente diferente" da encontrada por Lula em 2003.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), em resposta à senadora Soraya Thronicke (União Brasil), afirmou na madrugada desta sexta-feira, 30, que a candidata seria dócil se ele tivesse atendido a todos os cargos pedidos por ela via ofício. "A senhora gosta de cargos, deitar e rolar. Como não conseguiu, virou basicamente uma inimiga nossa", cutucou, no último debate antes do primeiro turno, na TV Globo.

Na ocasião, a temática sorteada foi sobre segurança pública, e Soraya havia questionado o presidente se, caso fosse eleito, ele respeitaria as eleições "apenas se forem limpas" e se pretende dar golpe de Estado. O chefe do Executivo desviou da pergunta e voltou a dizer que não há corrupção no seu governo. "Teria se eu atendesse a esse pedidos de cargos(...) que eu neguei para a senhora", emendou.

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Soraya também questionou se Bolsonaro tomou a vacina contra covid-19 e quantas doses. O presidente voltou a repetir que comprou 500 milhões de doses e "vacinou quem quis". "A senhora sabe o que é liberdade? Quem quiser não tomar vacina que não tome", emendou, sem responder a pergunta.

As candidatas ao Palácio do Planalto Soraya Thronicke (União Brasil) e Simone Tebet (MDB) criticaram na madrugada desta sexta-feira, 30, durante debate realizado pela TV Globo, a política educacional do governo Bolsonaro. As senadoras citaram a falta de merenda para crianças nas escolas e escândalos no Ministério da Educação.

"Enquanto tem gente que come picanha e se lambuza com leite condensado, crianças comem bolacha seca", afirmou Soraya, ao ressaltar que alguns alunos estão sem água e merenda. "O País foi abandonado", declarou a senadora.

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Tebet, por sua vez, disse que o maior desafio é manter os jovens na escola. A candidata prometeu uma nova reforma do Ensino Médio e dar R$ 5 mil para cada jovem que terminar a escola. A emedebista comparou a falta de recursos para a Educação com as verbas destinadas ao orçamento secreto, esquema por meio do qual o governo destina emendas a parlamentares, sem critérios e transparência, em troca de apoio no Congresso.

Em uma dobradinha, Soraya ressaltou que o governo Bolsonaro já teve cinco ministros da Educação e criticou o que chamou de "campanha antecipada" feita para o mandatário pela EBC, sistema público de TV do governo. Apesar de se dizer "privatista", contudo, a candidata do União Brasil disse que não privatizaria a EBC pelo potencial educador da televisão.

Lideranças do Partido dos Trabalhadores que acompanham o debate entre presidenciáveis promovido pela Rede Globo nesta noite avaliam que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva errou ao "morder a isca", nas palavras de uma fonte, do adversário Padre Kelmon (PTB) e partir para troca de ofensas. Para aliados do petista, contudo, a confusão instalada tem potencial baixo de mexer com os ponteiros das pesquisas de intenção de voto.

Identificado por petistas como um enviado especial de Bolsonaro para ser uma linha auxiliar no debate, Kelmon chamou Lula de "descondenado" e tentou interromper o ex-presidente por várias vezes. Lula chamou Kelmon de "candidato laranja" e disse que ele tem "comportamento de um fariseu". O apresentador William Bonner precisou parar o cronômetro para reorganizar o debate e chegou a dizer que o Padre não compreendeu as regras do programa.

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"Esse padre é um zé-ninguém. Não muda em nada", afirmou ao Broadcast Político um petista que minimiza o impacto do envolvimento de Lula no embate direto com Kelmon, embora acredite que o ex-presidente cometeu um erro.

Com o combate ao racismo como tema, a candidata do União Brasil a presidente, Soraya Thronicke, trouxe uma série de escândalos do governo no tema para criticar o Executivo. Como ponte para criticar o governo, a candidata usou o candidato do PTB, Padre Kelmon, que apelidou de "cabo eleitoral de Bolsonaro" e "padre de festa junina" devido às dobradinhas do sacerdote com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

"O atual governo já teve absurdos como secretário que fez vídeos de conteúdo nazista, assessor que fez gesto suprematista em pleno Congresso Nacional e presidente da Fundação Palmares que é contra movimento negro", citou a candidata. Sobre o tema, Kelmon criticou a esquerda pelo racismo no País, que, segundo ele, "só enxerga a cor da pele". O candidato minimizou o tema. "Somos todos brasileiros, moradores desta casa comum que é o Brasil", disse.

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Soraya ampliou o embate com o candidato do PTB dizendo que Kelmon não tem proposta, e que é um candidato como Bolsonaro "nem nem: nem estuda e nem trabalha".

O presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou fazer uma dobradinha com Luiz Felipe d’Avila no debate realizado nesta quinta-feira, 29, pela TV Globo, mas o candidato do Novo citou o orçamento secreto, esquema pelo qual o governo destina emendas parlamentares, sem critérios e transparência, para garantir apoio de parlamentares no Congresso. No começo do evento, o chefe do Executivo havia feito uma dobradinha com Padre Kelmon (PTB).

Bolsonaro disse que colocou um ponto final no "toma lá dá cá" ao assumir o governo, sem mencionar sua aliança com o Centrão, afirmou que colocou quadros técnicos nos ministérios e perguntou a D’Avila se esse estilo de governar deveria continuar. O candidato do Novo, então, disse que o orçamento secreto está "acabando" com a política e "corroendo" a credibilidade do Congresso e da própria democracia.

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"O orçamento secreto não é meu, eu vetei", respondeu Bolsonaro. "Não existe da minha parte nenhuma conivência com esse Orçamento", emendou. O presidente, contudo, voltou atrás no veto e acabou sancionando o esquema das emendas de relator para este ano. No enfrentamento, D’Avila também disse que nos últimos anos houve irresponsabilidade fiscal e descumprimento do teto de gastos.

Candidato Felipe d’Ávila (Novo) não finalizou sua pergunta ao candidato Ciro Gomes (PDT), zerando o cronômetro com críticas ao ex-presidente Lula (PT). D’Ávila e Ciro fizeram uma segunda dobradinha de ataques ao petista, comentando sobre o governo do ex-presidente.

"Bolsonaro teve 70% dos votos nos centros mais dinâmicos. Não foi pela obra, nem pela proposta, porque não tinha nenhuma. Foi pela dor do povo brasileiro", afirmou Ciro Gomes.

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Antigos aliados e agora rivais, os candidatos à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT) abriram o debate da TV Globo nesta noite com um enfrentamento sobre a herança petista na economia. Enquanto Ciro, ao perguntar, destacou os milhões de desempregados após o fim do governo Dilma Rousseff (PT), Lula se defendeu destacando conquistas sociais ao longo dos oito anos de seu governo.

"Banqueiro ganhou dinheiro, empresários ganharam dinheiro, empresários rurais ganharam dinheiro, aumentaram exportações", respondeu Lula. "A verdade nua e crua é que eu tive prazer de governar o país, e você me ajudou, e fazer maior política de inclusão social da história", acrescentou, ao lembrar que Ciro foi seu ministro.

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O pedetista fez questão de destacar números como o desemprego de 14% ao final do governo Dilma e perguntou se Lula gostaria de repetir o feito se voltar ao Palácio do Planalto. "Era a taxa de juros mais alta do planeta", declarou. Ciro também disse ter se afastado do PT por "contradições graves de economia e morais". "O senhor pega 14 anos, separa pedacinhos e esquece os resultados finais", argumentou Ciro.

Lula afirmou a Ciro que o adversário estava "nervoso" e ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) herdou o País de Michel Temer (MDB), e não de Dilma Rousseff.

O ex-presidente Lula (PT) usou seu direito de resposta para elencar o que considera falhas do governo de Jair Bolsonaro (PL) e elencar recentes escândalos envolvendo o chefe do executivo, no debate entre candidatos ao Palácio do Planalto realizado nesta quinta-feira, 29, pela TV Globo.

"Queria lembrar as pessoas que, graças ao que fizemos [no meu governo], fomos capazes de descobrir a corrupção e punir os culpados. Quando o nosso candidato [Bolsonaro] vem aqui e diz para apresentar vacinas, vou lembrar aqui alguns escândalos: 51 imóveis, mansão de 6 milhões, rachadinhas de Queiroz", apontou o candidato petista.

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Promovido pelo Estadão, a Rádio Eldorado e um pool de veículos de imprensa, o segundo debate entre candidatos ao Palácio do Planalto foi marcado, na noite de ontem, por críticas a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por faltar ao evento, e a Jair Bolsonaro, que disputa a reeleição pelo PL. O petista e o presidente foram reiteradamente associados à corrupção. As contestações mais veementes ao atual chefe do Executivo partiram das duas postulantes mulheres ao cargo - Simone Tebet, do MDB, e Soraya Thronicke, do União Brasil.

Candidato do PDT, Ciro Gomes, que também não poupou Bolsonaro, destinou ataques mais fortes a Lula, de quem é alvo de uma campanha por voto útil para que a eleição se encerre no primeiro turno, marcado para o próximo dia 2.

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Felipe d'Avila, do Novo, reforçou o discurso antipetista, ao mesmo tempo que Padre Kelmon (PTB) atuou como linha auxiliar do atual presidente, ao defendê-lo por ser alvo, segundo ele, de cinco candidatos, e ao afirmar que o governo "está em boas mãos, sim".

Nesse cenário, o presidente demonstrou mais segurança, diferentemente de outros eventos nos quais foi confrontado nesta eleição. Lula, por sua vez, optou por faltar ao debate promovido pelo Estadão, Rádio Eldorado, SBT, CNN Brasil, Veja e Rádio NovaBrasil FM, sob alegação de conflito de agendas.

Enquanto o debate era transmitido dos estúdios do SBT, em Osasco, o petista fazia ataques a Bolsonaro em Itaquera, na zona leste de São Paulo. "Ele vai ser ladrão ou não quando eu tomar posse e acabar com esse sigilo", disse Lula, em referência aos decretos de cem anos impostos por Bolsonaro a atos do governo.

CRÍTICAS

O petista foi criticado por faltar ao debate antes mesmo do início do programa, que durou cerca de duas horas e contou com quatro blocos - dois deles com embates entre os candidatos e dois com perguntas feitas por jornalistas.

"A ausência do presidiário, do ex-presidiário, demonstra que ele não tem compromisso com a população. Em 2018, eu não compareci por causa da facada e fui massacrado pelo PT", afirmou Bolsonaro. Já Ciro disse que Lula está de "salto alto". Soraya, por sua vez, avaliou a ausência do petista como um "ato de covardia".

Ao longo do debate, d’Avila criticou o STF. "Está na hora de enquadrar o Supremo Tribunal Federal. O STF foi responsável por soltar Lula. Chega de Lula, chega desse Barrabás", disse. Ao comentar, Simone reforçou críticas a Bolsonaro e ao orçamento secreto - revelado pelo Estadão -, que ela classificou como "corrupção do governo federal".

O clima tenso também marcou o debate. Foram dez pedidos de resposta, dos quais cinco foram concedidos.

Orçamento secreto e MEC

Durante o debate, na noite de ontem, o orçamento secreto e os escândalos de corrupção no Ministério da Educação - ambos revelados pelo Estadão - foram os principais temas apresentados pelos candidatos para enquadrar o presidente Jair Bolsonaro, postulante à reeleição pelo PL. O chefe do Executivo, por sua vez, negou a ocorrência de corrupção no governo. "Eu não sei para onde vai o dinheiro desse tal orçamento secreto", disse o presidente.

"Nós tiramos a corrupção das manchetes de jornal. Três anos e oito meses e você não vê escândalo de corrupção no meu governo. Quando acusam, como em uma CPI (da Covid) fajuta aí do Senado, são suposições. Nós demos o exemplo, escolhendo pessoas corretas para estar à frente dos ministérios", disse. Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação, chegou a ser preso, e depois solto, em razão do gabinete secreto com a atuação de pastores que mediavam a negociação de recursos da pasta.

Logo na primeira pergunta, a senadora Simone Tebet (MDB) acusou Bolsonaro pela falta de merenda em escolas e mencionou o orçamento secreto - as chamadas emenda de relator. "Você é um péssimo exemplo, porque, além de tudo, mente em cadeia nacional. Anda de jet ski e moto, não conhece a realidade do Brasil, por isso disse que o Brasil não tem fome", afirmou.

O presidente também acusou a senadora e sua vice, a também senadora, Mara Gabrilli (PSDB), de usarem recursos do esquema. Apenas Mara, no entanto, recebeu emendas de relator. "O Orçamento é feito em quatro mãos: Executivo e Legislativo. Não é verdadeira sua acusação de cortar a merenda porque o Orçamento não foi votado", respondeu Bolsonaro.

Ele afirmou que a senadora, como parlamentar, terá a chance de "pegar" os recursos do mecanismo para redistribuir aos ministérios, entre eles o da Educação. Durante o debate, a assessoria de Simone rebateu as acusações de Bolsonaro. Em nota, afirmou que Simone "não defendeu as emendas do relator, ao contrário do que Bolsonaro falou".

A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) também entrou em embate com Bolsonaro por causa do orçamento secreto. "Desafio o senhor a mostrar e abrir todas as indicações de emenda de relator dos demais parlamentares", disse. Ela pediu para Bolsonaro "não cutucar onça com a sua vara curta".

A senadora ironizou, ainda, o governo Bolsonaro em pergunta para Felipe d’Avila, do Novo, ao mencionar escândalos da atual gestão. "O senhor já brincou de ‘o que é o que é?’ Vou te perguntar. O que é o que é: não reajusta a merenda escolar, mas gasta milhões com leite condensado? Tira remédio da Farmácia Popular, mas mantém a compra de Viagra? Não compra vacina para covid, mas distribui prótese peniana para seus amigos?", perguntou. O corte na Farmácia Popular, para garantir as emendas em 2023, também foi revelado pelo Estadão.

Bolsonaro, por sua vez, acusou Soraya de "estelionato eleitoral" e ainda defendeu as compras do Exército de remédios como Viagra. "Me acusam de ser corrupto, mas não dizem da onde foi tirado esse dinheiro para corrupção", disse, em um dos pedidos de resposta. "Olhem para o espelho primeiro e depois venham me acusar", afirmou.

EDUCAÇÃO

Candidato do PDT, Ciro Gomes sugeriu que Bolsonaro "passou pano" para corrupção no MEC e Soraya apontou responsabilidade do chefe do Executivo. "Para ser honesto, o presidente não é onisciente, vai ser vítima de quem o traiu. A questão é a atitude diante do caso. Nesse caso, como em muitos outros, infelizmente, o presidente elogiou, passou pano para corrupto", afirmou Ciro.

Já Soraya afirmou que "quem não demite ministro" acusado de corrupção "é tão responsável quanto", lembrando também da proposta de propinas escondidas em pneu na gestão de Ribeiro, conforme revelado pelo Estadão.

Ciro disse, ainda, que Bolsonaro e as gestões petistas carregam a pecha de corrupção. Em uma pergunta a Felipe d’Avila, o pedetista disse que Bolsonaro foi eleito em meio à crise econômica e aos escândalos de corrupção nos governos do PT, mas citou pesquisa Datafolha que mostra que 69% da população têm impressão que há corrupção na gestão atual.

"O presidente Bolsonaro teve oportunidade de ouro de mudar radicalmente", disse. "E teve a proeza de ressuscitar Lula, que se tinha clareza lá atrás que estava relacionado com a corrupção", afirmou Ciro.

Quando Bolsonaro defendeu o governo, Felipe d’Avila rebateu a fala também resgatando o orçamento secreto e reforçou críticas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "O orçamento secreto é muito parecido com o mensalão."

CRÍTICAS A LULA

Já Ciro, Soraya e Simone criticaram a ausência de Lula. "Um debate é como uma entrevista de emprego. Você contrataria um candidato que faltou à entrevista? Esse candidato Lula, que não merece seu voto, não foi à entrevista, uma coisa de quem não gosta de trabalhar", disse a senadora.

"Lula produziu onda de propaganda que todo mundo que não for Lula é fascista. Ao invés de vir aqui, foge", criticou Ciro em relação ao petista. Sobre o voto útil, o pedetista defendeu a realização de dois turnos para que o eleitor possa "votar com esperança" no candidato em que se identifica.

Na mesma pergunta, Simone concordou com Ciro e disse, sem mencionar Lula, que "esse mesmo candidato que pede voto útil para matar eleição no primeiro turno" não participa de debate. "Voto útil é da sua consciência", afirmou ela.

Já d’Avila, ao questionar Bolsonaro sobre medidas para combater crimes de corrupção, disse que Lula é "campeão" no assunto. "Brasil está cansado de ver escândalos de corrupção drenando o dinheiro do povo brasileiro", afirmou.

Na resposta, Bolsonaro se disse "orgulhoso" do seu governo. O candidato do Novo, por sua vez, instigou o presidente sobre o orçamento secreto e sua aproximação com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que se envolveu no escândalo de corrupção do Mensalão. O presidente se limitou a dizer que, anos atrás, ele foi "um dos três deputados que não pegava dinheiro na Petrobras" segundo o Supremo Tribunal Federal.

DOBRADINHA

Desconhecido de grande parte do público, Padre Kelmon (PTB) fez dobradinha com o presidente Jair Bolsonaro com ataques à esquerda e defendeu pautas ideológicas, principalmente seu posicionamento contra o aborto e pela liberdade. O candidato assumiu a cabeça de chapa após a impugnação da candidatura de Roberto Jefferson pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Bolsonaro questionou se o candidato do PTB aprovava a sua gestão. "A minha opinião é que o senhor tem ajudado muito este País. E nós estamos vendo aqui um massacre", afirmou Kelmon.

A plateia presente ao estúdio do SBT para acompanhar o debate reagiu com risadas quando Bolsonaro destinou uma segunda pergunta a Kelmon. Na segunda ocasião, o presidente podia perguntar a Soraya, mas preferiu manter a parceria.

Na noite deste sábado, o SBT ficou em segundo lugar em audiência na Grande São Paulo. A TV Globo chegou 16,7 no Ibope, e o SBT, 6,7, seguido de Record com 4,7. Cada ponto equivale a 74.666 televisores sintonizados na emissora. l

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pesquisa Ipec divulgada nesta segunda-feira (12) aponta que o índice de rejeição dos candidatos a presidente seguiu estável, com 50% dos eleitores afirmando que não votam de forma alguma em Jair Bolsonaro (PL).

Líder na corrida eleitoral, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 35% de rejeição. Em terceiro lugar na disputa, Ciro Gomes (PDT) tem 17%, e Simone Tebet (MDB), 7%.

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Em relação ao levantamento anterior, divulgado em 5 de setembro, Bolsonaro teve oscilação positiva de um ponto na rejeição, enquanto o petista perdeu um ponto, ambos dentro da margem de erro de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Desde a primeira pesquisa da série, de 15 de agosto, Bolsonaro passou de 46% para 50% na rejeição, um crescimento acima da margem de erro. Já o petista oscilou para cima, saindo de 33% para 35%.

A pesquisa ouviu 2.512 pessoas entre 9 e 11 de setembro em 158 municípios. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR-01390/2022.

A pesquisa, encomendada pela Globo, mostra também que 80% dos eleitores brasileiros estão decididos sobre quem irão votar para presidente neste ano. Outros 20% dizem que ainda podem mudar de opção.

Entre os que declaram voto no petista, 86% dizem que a escolha é definitiva. Já entre os que escolheram Bolsonaro, 84% dizem que já estão decididos.

Mais da metade (52%) dos eleitores de Ciro Gomes (PDT), no entanto, dizem que ainda podem mudar de voto. Ele aparece em terceiro lugar na pesquisa estimulada do primeiro turno.

Entre os eleitores de outros candidatos na disputa, 60% dizem que podem mudar de voto. O número de totalmente decididos deste levantamento é um ponto porcentual acima do registrado no levantamento anterior, em 5 de setembro, quando 79% disseram estar decididos.

Presidenciáveis se manifestaram a respeito da Carta em Defesa da Democracia, documento gestado na Faculdade de Direito da USP e que une petistas, tucanos, juristas, ex-ministros do STF, economistas, empresários e outros representantes da sociedade civil pela manutenção do estado democrático de direito. O único integrante da corrida presidencial a criticar o manifesto foi o presidente Jair Bolsonaro (PL), cuja atuação reiterada questionando o sistema de votação eletrônica sem provas acabou por motivar a redação do texto.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na quarta-feira, 27, que ficou "feliz" com a iniciativa, mas afastou a possibilidade de haver um golpe contra a democracia após as eleições. Segundo ele, as Forças Armadas não embarcariam numa eventual investida contra o resultado das urnas.

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A falta de apoio da sociedade civil, opinou o petista, é outro fator que impede Bolsonaro de agir contra o Estado Democrático. "Estou convencido que todos os brasileiros precisam brigar muito para que a gente mantenha a consolidação do processo democrático desse país", afirmou, em entrevista ao UOL.

Bolsonaro, por sua vez, criticou o manifesto e disse se tratar de "uma nota política em ano eleitoral". Em publicação no Twitter, o presidente se descreveu como um democrata, apesar de constantemente agir para desacreditar o processo eleitoral no País, e ironizou o documento. "Por meio desta, manifesto que sou a favor da democracia. Assinado: Jair Messias Bolsonaro", escreveu. Ele disse ainda que o documento visa defender a candidatura de Lula.

Foram as ações do chefe do Executivo que motivaram a redação da carta. No dia 18 de julho, em sua atitude mais contundente contra o processo eleitoral até o momento, o presidente convocou embaixadores estrangeiros para desacreditar o sistema eletrônico de votação a menos de 100 dias das eleições.

O candidato Ciro Gomes (PDT) se manifestou a favor da carta na quarta-feira, 27. "Eu estou em todas as iniciativas em defesa da democracia desde que eu entrei na luta política. Para mim, democracia é como o ar que eu respiro", afirmou, em entrevista à Globonews. Ele disse ainda que "já mandou assinar" o documento, mas seu nome ainda não consta na relação de adesões.

A candidata Simone Tebet (MDB) assinou o documento com "alegria e convicção". "Fundamental que a sociedade civil declare seu apreço e crença permanente na democracia e no respeito à Constituição Federal", ela publicou no Twitter.

André Janones (Avante) afirmou ser a favor do manifesto por "não tolerar posturas autoritárias". Ele opinou, ainda, que parte dos signatários do manifesto contribuíram para uma suposta "escalada protofascista" no País, sem dar mais detalhes. "Sou um democrata sempre. Não podemos tolerar posturas autoritárias e que coloquem em xeque a jovem democracia brasileira. Em que pese a assinatura de algumas forças que contribuíram para a escalada protofascista no Brasil, é hora de todas as forças progressistas assinarem este manifesto para que o Brasil retorne aos trilhos da normalidade", disse.

Na última terça-feira (26), a organização Todos Pela Educação promoveu o Encontro Educação Já 2022. Na ocasião, a instituição convidou e questionou, previamente, os candidatos à Presidência da República sobre as propostas eleitorais para a Educação Básica brasileira. Participaram da dinâmica Lula (PT), que foi representado, presencialmente, por Aloizio Mercadante, Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB), Simone Tebet (MDB), Felipe D'Avila (Novo), André Janones (Avante), todos de maneira remota, e Jair Bolsonaro (PL), que foi o único pré-candidato que não enviou plano educacional. Confira:

Lula (PT)

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Na apresentação das propostas petistas, Mercadante ressaltou os feitos do partido, durante as gestões dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff. "Aplicamos 208% de aumento real na verba para a Educação (...) além de ter vinculado os recursos da Educação aos royalties do petróleo, ao Fundo Social do Pré-sal", ressaltou.

Além disso, foi exposto os avanços, no que se refere aos programas de alfabetização e acesso ao ensino superior, através da Lei de Cotas, e teceu críticas ao atual governo. "Nós temos que retomar o MEC, a Educação pública, nossas parcerias para colocar a Educação como a grande prioridade histórica desse país", finalizou.

Ciro Gomes (PDT)

No vídeo enviado, o pré-candidato afirma que os planos para a Educação básica brasileira serão os mesmos aplicados no Ceará, que conta com "a universalização da creche em tempo integral e aplicação da alfabetização na idade certa". Ciro explicou que o modelo de creche integral "estimula o desenvolvimento das faculdades motoras e intelectuais das crianças" e, para as mais carentes, "uma alimentação correta e balanceada".

Já a aplicação da alfabetização na "idade certa", de acordo com o pedetista, garante que os alunos tenham um aprendizado de maior qualidade, sem ficarem atrasadas em relação a outros alunos, o que é a maior causa de evasão". Ele também expôs, caso eleito, que haverá valorização e qualificação dos profissionais da Educação e implementação no ensino médio do modelo "minha escola, meu emprego, meu negócio".

João Doria (PSDB)

Também por meio de vídeo, o ex-governador de São Paulo e candidato ao cargo de presidente da república apresentou iniciativas educacionais, como aulas de inglês desde os primeiros anos do ensino fundamental nas escolas de todo o país. "Crianças falando inglês mudam a sua autoestima, melhoram a sua empregabilidade e criam oportunidade para atividade empreendedora", alegou.

Na apresentação, Doria defendeu o Novo Ensino Médio, iniciado em 2022, o qual realçou que é "um exemplo a ser seguido". “Ele [Novo Ensino Médio] oferece agora ao jovem a chance de estudar ao mesmo tempo em que conquista a sua profissão técnica", disse. Assim como Ciro Gomes, o ex-governador de São Paulo prometeu valorização dos profissionais da área e escolas em tempo integral.

Simone Tebet (MDB)

Atual senadora pelo Mato Grosso do Sul, e professora universitária, Simone Tebet disputa sua primeira eleição presidencial. Nos planos educacionais, Tebet afirma que seu compromisso como Chefe do Executivo será com as crianças e jovens. Meu compromisso com a educação passa por colocar acima de tudo criança e jovem no orçamento federal e na transversalidade, e acabar com essa desculpa esfarrapada de que Ensino Básico de estados e municípios", frisou.

Ademais, a pré-candidata falou sobre a formação superior dos professores. Em sua análise, os cursos de pedagogia devem retornar a ser "de responsabilidade das universidades públicas e presencial". Outro ponto do plano de Simone Tebet é a implantação do ensino integral, principalmente, no ensino fundamental, anos finais, e médio. "As nossas crianças e jovens não podem querer sair da sala de aula."

André Janones (Avante)

O deputado pelo estado de Minas Gerais e advogado André Janones apresentou proposta para mudar a "situação caótica" em que se encontra a Educação no país a partir de quatro pilares:

"Condições dignas para os profissionais da Educação, através de aperfeiçoamento e valorização salarial, mudança no sistema de financiamento estudantil, melhoria significativa na estrutura física, com disponibilização de laboratórios de informática, de ciência, quadras escolares, transporte público de qualidade para poder levar esses jovens até o ambiente escolar com tranquilidade, segurança".

Um dos últimos pilares principais do plano de governo está a indicação de um ministro da Educação que tenha familiaridades com a área e não apenas conhecimento técnico sobre o assunto. Alguém, de acordo com o pré-candidato, com sensibilidade para enxergar a população "como pessoas, como gente, e não apenas números".

Felipe D'Ávila (Novo)

Como meta governamental, o cientista político afirmou que pretende colocar o país no top 20 do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) nos próximos oito anos. "Para isso, precisamos ter a meta doméstica, que é atingir no Enem, no Ensino Médio, uma média sete", expôs. Para ele, essa média será alcançada a partir da implementação de iniciativas como o Centro Comunitário da Paz (Compaz) e Pacto pela Educação, ambos já conhecidos em Pernambuco.

Como política de valorização dos professores, D'Ávila falou sobre a necessidade de ter um curso especial para transformar a carreira do professor numa das carreiras mais desejadas do Brasil". Nessa questão, o presidenciável salienta três medidas.

"A primeira: exigir que aqueles que quiserem ingressar no magistério, na pedagogia, terão de estar no top 20% do Enem. Nenhum país do mundo melhorou a educação, não criando uma barra alta para ingressar na carreira. Segundo, precisamos ter curso em tempo integral para os professores. E terceiro, é preciso ter, sim, um exame de ingresso na carreira que entenda o lado prático, o lado pedagógico da carreira, porque senão não vamos ter bons professores na sala de aula", pontuou.

Antes mesmo do início formal da corrida presidencial, em meados de agosto, os partidos dos principais pré-candidatos registram despesas milionárias para promoção dos futuros concorrentes. Entre viagens, contratação de marqueteiros e impulsionamentos nas redes, as siglas estimam que terão de consumir, em média, mais de R$ 3 milhões cada uma para promover os presidenciáveis até o início efetivo da briga por votos.

O dinheiro utilizado nesta etapa é principalmente do Fundo Partidário, que, no ano passado, consumiu R$ 1 bilhão do dinheiro público. Contudo, os partidos dos dois principais concorrentes mantêm os números sob reserva. O PL do presidente Jair Bolsonaro e o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não quiseram informar à reportagem quanto já gastaram ou pretendem gastar nesta fase da disputa.

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Nesta etapa anterior à campanha, a legislação autoriza que os partidos se promovam, façam eventos e explorem seus presidenciáveis como porta-vozes. A estratégia permite que os políticos se apresentem aos eleitores, participem de comemorações e discutam ideias e propostas.

Apesar de passar por uma crise interna, o PSDB já reservou R$ 2,8 milhões para a pré-campanha de João Doria. O MDB prevê R$ 3,5 milhões para Simone Tebet e o PDT fechou um contrato mensal no ano passado de R$ 250 mil com o marqueteiro João Santana - que atua na pré-campanha de Ciro Gomes. A pré-campanha de Felipe d'Avila (Novo) afirmou que já gastou R$ 500 mil, mas disse que não utilizou recursos do partido.

"Nada impede que se divulgue a liderança do partido. O que não pode ter é nenhum tipo de promoção pessoal com os recursos financeiros do partido. Normalmente, contratam agências para fazer pesquisas e monitoramentos de redes com vistas a uma candidatura, e não direcionada a um candidato", disse o presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB, Eduardo Damian.

Marqueteiro

No PT, a contratação do marqueteiro Augusto Fonseca ampliou um embate na pré-campanha de Lula. Como mostrou o Estadão, o primeiro orçamento apresentado pela agência de Fonseca foi de R$ 45 milhões.

A briga pelo controle dos recursos milionários se tornou o ponto central das divergências entre os grupos do ex-ministro Franklin Martins - próximo de Lula - e o do secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, disse que o partido continua a negociar valores com o marqueteiro.

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